O quebra-vento é um sistema aerodinâmico, natural ou
artificial, que serve como anteparo para atenuar a velocidade média e a turbulência do vento, proporcionando melhorias no microclima da área protegida. Dentre as várias funções do quebra-vento as principais são:
1. proteção do solo contra a erosão eólica;
2. conservação da umidade do solo; 3. aumenta a eficiência da irrigação e do uso da água, 4. fornecimento de combustível através da madeira; 5. conservação da fauna e outros valores ecológicos, servindo como uso no manejo integrado de pragas. Mesmo com todos os benefícios, é pequena a utilização dos sistemas de quebra-vento na agricultura. Entre os principais motivos para a pouca difusão e adoção dessa prática de proteção são: aumentar a área de plantio e o uso de maquinários de cultivo e de irrigação restringem a área disponível para as árvores; os projetos de quebra-vento não eram aerodinamicamente corretos, a proteção ocupava extensa área na propriedade e, por isso, os benefícios não eram evidentes. O vento de superfície é originado, pela diferença de temperatura e de pressão entre dois locais, provocando o movimento horizontal do ar. suas principais características são a velocidade, a direção, a força e a frequência de calma. A direção de onde sopram os ventos é chamada de barlavento; O lado para onde vai é chamado sotavento. O vento é designado pelo ponto cardeal situado a barlavento, adotando-se, geralmente, as oito direções fundamentais: N - Norte; NE - Nordeste; E - Leste; SE - Sudeste; S - Sul; SW - Sudoeste; W - Oeste; e NW – Noroeste. Quando o vento encontra uma planta, parte da sua energia é transferida e resulta a ação mecânica do vento. A intensidade dessa transferência provoca benefícios como o auxílio na polinização, estímulo para a quebra de gradiente térmico e de umidade no perfil da cultura, moderação no fluxo de CO2. Quando a velocidade do vento é alta, a ação mecânica sobre as plantas, além de promover a queda de folhas, de flores, de frutos, a quebra de galhos, ou mesmo causando anomalias morfológicas, provoca ferimentos que favorecem o ingresso de patógenos como bactérias, vírus e fungos, e diminuem a eficiência fotossintética . A velocidade do vento em uma superfície vegetada aumenta com a altura e obedece a um perfil logarítmico: O relevo pode definir a direção predominante do vento, sendo por isso importante a observação do local. Muitos fatores afetam a eficácia de um quebra-vento, entre eles estão:
condições de estabilidade atmosférica;
a geometria da superfície a ser protegida; o perfil da velocidade do vento; a altura e a porosidade da barreira; quanto maior a altura da barreira, maior a distância protegida. O microclima é o resultado da interação entre vários elementos meteorológicos, e muitos deles são afetados pela alteração no fluxo de ar provocada pelo quebra-vento, como é o caso, por exemplo, das temperaturas médias do ar e do solo, que em áreas protegidas são mais baixas no verão e mais altas no inverno. Para que os quebra-ventos tenham a máxima eficiência é importante analisar os fatores estruturais que influenciam na sua performance, o grau de proteção oferecido por um quebra-vento depende da sua orientação, da altura, do comprimento e da espessura da barreira, da densidade e da composição das espécies. avaliação da espécie quanto a sua adaptabilidade para permitir condições ecológicas do lugar onde será plantada; características do solo e do clima desse local; características da espécie quanto à altura atingida, extensão da copa, densidade; resistência mecânica à ação do vento; competição e compatibilidade com a cultura; além de problemas relacionados com pragas e doenças. Um sistema aerodinâmico de quebra-ventos é algo mais complexo do que “algumas fileiras de árvores plantadas espaçadamente”, e que quando implantados incorretamente podem minimizar os benefícios e aumentar os efeitos indesejáveis. Os quebra-ventos reduzem a velocidade do vento numa distância proporcional à sua altura. O número de barreiras que é requerido para dar proteção a uma área está diretamente relacionado com a altura média das plantas do quebra-vento. A escolha da espessura (número de filas de plantas) deve ser baseada em aspectos práticos e econômicos. Em geral, dentro das filas os espaçamentos entre as plantas são de 2,0 a 6,0 m para árvores de porte médio a alto. Os espaçamentos entre as filas de plantas do quebra-vento não são fixas, devendo-se considerar a precipitação, a evapotranspiração e a capacidade de armazenamento de água no solo da região. Durante a formação do quebra-vento pode-se plantar no seu interior. É importante salientar que fila única de árvores não é recomendada, pois a morte de algumas árvores deixa falhas na barreira e reduz seriamente a sua eficiência. Os prejuízos provocados pela ação do vento sobre os bananais, de forma direta, com as reduções na produção ou, indiretamente, pelo rompimento de raízes e folhas, geralmente são maiores do que os provocados por pragas não controladas. A seguir estão os principais danos:
desidratação da planta devido a grande evaporação;
rompimento das raízes; tombamento da bananeira; Ingrid Stephanny