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DISCENTE: LETÍCIA MIKARDYA LIMA SALES

DOCENTE: HÉLIDA MESQUITA


CURSO: AGRICULTURA – 4.8108.1M

REVISÃO DE LITERATURA: CULTURA DO TOMATE

APODI-RN
2015
1. SOLANÁCEA: TOMATE

O consumo de hortaliças e de frutas está em ascensão, porém, ainda é


necessário elevar ainda mais os números. De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), apenas 37,3% dos brasileiros, maiores de 18 anos,
consomem cinco porções diárias de hortaliças. A produção brasileira de tomate
consegue abastecer o mercado interno do país, o aumento de consumo dos produtos
industrializados de tomates no Brasil ocorreu pela transição do consumo do extrato, os
diversos tipos de molho, que levam menos polpa e mais água.
O tomate é uma espécie herbácea de solanácea, que apresenta como
características o caule flexível, que não consegue suportar o peso dos frutos e
numerosas ramificações laterais. A cultura é perene, porém, comporta-se como anual,
seu ciclo dura de 4 a 7 meses, incluindo o período de colheita; o ciclo pode sofrer
aumento quando ocorre em casas de vegetação. As folhas são pecioladas e compostas,
geralmente, por um número ímpar de folíolos.
A planta apresenta dois tipos de hábitos de crescimento, o indeterminado e o
determinado. No primeiro é realizado o tutoramento e a poda, geralmente ocorre nas
cultivares de mesa; o caule atinge 2,5m de altura; as plantas têm dormência apical sobre
as laterais, que se desenvolvem menos, o crescimento vegetativo é vigoroso e contínuo,
ocorrendo concomitantemente com a produção de flores e frutos. Enquanto no segundo,
o hábito determinado, ocorre em cultivares usadas para a cultura rasteira, que tem uso
agroindustrial; as hastes atingem 1m de altura e a planta apresenta cachos de flores nas
extremidade; o crescimento vegetativo é reduzido e as hastes crescem de forma
uniforme.
As flores que compõem os cachos são hermafroditas e dificultam a
fecundação cruzada. A autopolinização acontece frequentemente e por isso há baixa
ocorrência de frutos de origem por cruzamento, que geralmente ocorre por meio de
insetos que levam pólen de uma planta a outra.
Os frutos são do tipo baga, ou seja, apresentam sementes livres, dispostas no
mesocarpo; com tamanho e peso variados de acordo coma cultivar. Geralmente os
frutos exibe coloração vermelho vivo, resultado da coloração vermelha da polpa e
amarela da película, com exceção das cultivares componentes do grupo salada, que são
rosadas. A polpa é vermelha devido a presença do pigmento carotenoide lipoceno. O
peso dos frutos vai de 25 g até 400g. O tamanho, formato e número de lóculos (2 a 10),
caracterizam as cultivares biloculares ou pluriloculares. As sementes são pilosas,
pequenas e envolvidas por mucilagens.
O sistema radicular é pivotante e limitado pelo tipo da cultura. Na
semeadura direta ocorre elevado desenvolvimento vertical, em detrimento ao vertical, a
raiz pode ultrapassar 2 m de profundidade. Com o transplantio as raízes tornam-se mais
ramificadas e ocorre elevado desenvolvimento lateral e a profundidade é reduzida e
localizam-se nos primeiros 10 cm de profundidade.
2. CLIMA E ÉPOCA DE PLANTIO

A cultura do tomate adapta-se melhor ao cultivo em climas tropicais,


próximos à linha do equador, nas áreas serranas ou de planaltos, além de climas
subtropicais ou temperados, seco e com luminosidade elevada. Climas tropicais úmidos
ocasionam danos à cultura.
O tomateiro exige temperaturas amenas, que tenham variações de 6 a 8°C
entra a temperatura diurna e noturna. No Brasil, as temperaturas ideais vão de 21 a 28°
C no período matutino e de 15 a 20° C no noturno, porém, podem variar de acordo com
o ciclo e a cultivar. Temperaturas elevadas compõem um fator limitante na
tomaticultura, desfavorecendo a frutificação e a permanência dos frutos na planta-mãe.
Temperaturas matutinas amenas favorecem a polinização e aumentam a
produtividade. Enquanto temperaturas baixas retardam a germinação, emergência e o
crescimento vegetativo. O pigmento vermelho presente no fruto, licopeno, tem a
formação inibida sob temperaturas elevadas. Os extremos térmicos, tanto elevados
quanto baixos, ocasionam a queda dos frutos e anomalias fisiológicas.
A pluviosidade excessiva e a alta umidade são prejudiciais à cultura,
favorecendo o surgimento de doenças fúngicas e bacterianas. No período seco do
outono e inverno, as temperaturas são adequadas à cultura, há ausência de chuvas
excessivas e a quantidade de água no solo é garantida pela irrigação. O controle
fitossanitário é facilitado, exigindo menos pulverizações de defensivos químicos, e a
presença de ervas-daninha é menor, ocasionando redução nas capinas e em outros tratos
culturais. Esses fatores resultam em menor custo de produção.
No período chuvoso, que compreende a primavera e o verão, há ocorrência
de umidade e temperatura elevada, tanto no ar quanto no solo, provocando problemas
fitossanitários. A alta exigência de pulverizações e tratos culturais eleva o custo de
produção e diminui e o número de frutos, e consequentemente a produtividade.
3. CULTIVARES
3.1.Grupo Santa Cruz

Atualmente novas cultivares são desenvolvidas com resistência genéticas a


algumas doenças, numerosas anomalias fisiológicas, e ainda a apresentam a
característica de vida longa, em que os frutos são colhidos maduros e se conservam em
temperatura ambiente.
A cultivar Santa Cruz teve origem a partir do cruzamento natural entre as
cultivares Rei Umberto e Chacareiro. No ano de 1940 foi implantada em uma colônia de
tomaticultores do Rio de Janeiro, a partir deste ano, este tomate vem dominando a
produção e o mercado de frutos para mesa e novas cultivares melhoradas vem sendo
desenvolvidas.
As cultivares deste grupo apresentam resistência ao manuseio, embalagem
caixa “k”, ao transporte precário, além de alta produtividade. As características do
grupo são: presença de dois ou três lóculos, a polpa é espessa, ausência de lóculo aberto
e resistência a podridão apical, de acordo com a cultivar. Os frutos pesam entre 160 e
200 g. a planta é alta, com crescimento indeterminado, haste principal com 2 m de
altura, nas cultivares tutoradas.

3.2. Grupo Salada (Maça, Caqui ou Tomatão)

Os frutos do grupo salada aprestam de 200 a 400 g, formato globular,


pluriloculados, com 4 a 10 lóculos, baixa resistência ao transporte precário e a caixas
“k”. Ele é apropriado para consumo exclusivo em saladas e têm preços mais elevados
do que o grupo Santa Cruz.
A planta exibe hábito de crescimento indeterminado, e precisa de
tutoramento, na maioria das cultivares. O cultivo ocorre em campo aberto. Nesse grupo
as anomalias fisiológicas são frequentes, e a mais recorrente é o lóculo aberto. Algumas
cultivares híbridas apresentam a característica de longa vida.

3.3. Grupo cereja

Os tomates deste grupo são produzidos para a mesa. Os frutos são


caracterizados pelo tamanho reduzido, medem de 15 a 25 g, são binoculares, coloração
vermelho-brilhante. Todas as cultivares são híbridas e de elevada produtividade. Cada
penca tem de 20 a 40 frutos. As plantas têm crescimento indeterminado e o cultivo é
feito em campo ou casas de vegetação.

3.4. Grupo Italiano (Saladete ou San Mariano)

Os tomates do grupo italiano apresenta cultivares de mesa. Os frutos são


binoculares, alongados, e medem de 1,5. 20 cm. A colheita é realizada quando eles
estão maduros e totalmente vermelhos. As plantas são conduzidas com o apoio de
suportes nas casas de vegetação ou ainda no campo.
Existem poucas cultivares disponíveis. O híbrido San Vito apresenta
tomates alongados, maturação uniforme, coloração vermelha intensa E longa vida,
melhorando a qualidade da pós-colheita. O hábito de crescimento é indeterminado e a
planta tem menos folhas, o que facilita a pulverização e reduz o espaçamento entre
linhas.
Tem resistência à pinta-bacteriana, pinta-de-estenfílio,murcha-fusariana,
murcha-verticilar, nematóides de galha e podridão-apical. Os frutos são ricos em
licopeno, o pigmento que ocasiona a coloração avermelhada.

3.5. Grupo Agroindustrial

Os frutos voltados para a agroindústria são produzidos obrigatoriamente em


cultura rasteira, com tratos culturais de baixo custo. Eles devem apresentar alta
resistência ao transporte, coloração vermelha intensa, elevado teor de sólidos solúveis e
ácidos cítricos. Objetivando apenas uma colheita, os frutos devem amadurecer
simultaneamente.
As plantas apresentam hábito de crescimento determinado, a haste principal
tem inflorescência terminal, é ramificada, com porte pequeno. A cultura é conduzida de
forma rasteira, sem a realização de podas, amarrio ou tutoramento, geralmente, as
operações necessárias são feitas de forma mecanizada. Os frutos podem apresentar
formato piriforme ou oblongo, este último atualmente predomina nas cultivares
híbridas, pois tem maior resistência ao transporte em caminhões.
A cultivar Viradouro tem residência ao vira-cabeça, pinta-de-estenfílio,
murcha-fusaria e ao nematoide de galha, o porte é determinado, os frutos oblongos, tem
peso entre 70 e 80 g e são estes são colhidos sem o cálice.

3.6. Longa-Vida (Uma Característica Genética)

Os frutos deste grupo iniciam tardiamente o processo de deterioração na


pós-colheita, essa característica pode ser repassada genericamente e incorporada em
diversas cultivares. Além de frutos maiores e de qualidade e conservação, as cultivares
do grupo Santa Cruz do tipo Débora Max, Bruna VF e Ataque, apresentam resistência à
inúmeras doenças fúngicas.
4. SOLO E ADUBAÇÃO

A cultura do tomate é altamente exigente em relação a fertilidade do solo,


ela se adapta a diversos tipos de solos, porém, estes não devem ser excessivamente
argilosos, pesados, compactados e mal drenados. Os solos arenosos favorecem a
lixiviação de nutrientes e a perda de água.
Os solos ideias devem ter textura média, alta fertilidade, e dependendo da
análise de solo, necessita de correções, alto teor de matéria orgânica. O tomateiro
suporta acidez moderada, com pH por volta de 5,5 a 6,5. Nos solos ácidos a colagem é
essencial, pois deixa o solo adequação à cultura, esta prática fornece magnésio e cálcio,
micronutrientes importantes para o desenvolvimento da planta. Para a cultivar Santa
Cruz, a ordem de extração dos micronutrientes é: potássio, nitrogênio, cálcio, enxofre,
fósforo e magnésio.
O nitrogênio aumenta o crescimento vegetativo, e consequentemente a área
fotossintética da planta, em excesso, provoca anomalias, tais como, frutos ocos e
podridão-apical, os tecidos ficam moles e suscetíveis a doenças. O fósforo aumenta o
desenvolvimento radicular e o engrossamento da haste. Promove o florescimento e a
frutificação, além de aumentar a produtividade e o tamanho dos frutos. Prolonga o
período de pós-colheita. O potássio mantém a produtividade da planta por mais tempo,
torna a haste mais lenhosa e resistente. Aumenta a resistência a pragas e doenças.
Melhora a qualidade dos frutos e diminui a incidência De frutos ocos. Quando o
nutriente está presente em excesso, contribui para a podridão-apical. O cálcio favorece o
crescimento das raízes diminui a ocorrência de anomalias fisiológicas. O magnésio
mantém a coloração verde das folhas e corrige a anomalia do amarelo-baixeiro.
A adubação pré-plantio pode ser executado como a fosfatagem, ou seja,
aplicação de nutrientes a lanço, usando 4% de P2O5, posteriormente realiza-se uma
gradagem. Também se pode aplicar termofosfato magnesiano, com 16% de P2O5,
juntamente com a adubação orgânica no sulco de plantio ou isoladamente. Neste caso,
faz-se o uso de 500 a 1200 kg/ha.
A adubação orgânica, feita com esterco animal ou outros materiais, é
extremamente benéfica e deve ser realizada alguns meses antes do plantio. Geralmente,
aplica-se a lanço e posteriormente e posteriormente ocorre a incorporação. Essa também
pode ser feita no sulco. Em solos de fertilidade mediana oi baixa é recomendado a
aplicação de 300 a 400 kg de nitrogênio por hectare; 600 a 1000 kg de P2O5; 500 a 800
kg de K2O.
Em culturas tutoradas, a aplicação parcelada das doses repassadas, em até
seis adubações em cobertura, aumenta a eficiência na utilização dos nutrientes pelo
tomateiro. Para o nitrogênio, aplica-se 10% no plantio da muda, 10% na primeira
cobertura aos 40 dias da semeadura, 10% aos 55 dias, 20% aos 70 dias; 20% aos 85
dias, 15% aos 100 dias e 15% aos 115 dias da semeadura.
Para o fósforo, aplicam-se 70% no sulco de plantio e 30% na primeira
cobertura, incorporando-se o adubo por meio da amontoa. Para o potássio, aplicam-
se10% no plantio, 15% na segunda, 20% na terceira, 20% na quarta, 15% na quinta e
5% na sexta. Recomenda-se aplicar nitrogênio e potássio.
Para a cultura rasteira agroindustrial recomenda-se a aplicação de 100 a 200
kg de nitrogênio por hectare, de 300 a 500 kg de P2O5 e de 150 a 200 kg de K2O. A
aplicação do nitrogênio é feita com 20% na semeadura direta, 40% na primeira
cobertura, 40% na segunda, Para o fósforo, parcelamento é feito da mesma forma que
na cultura tutorada, com a aplicação da segunda dose antes da amontoa ou a dose total
no plantio. Para o potássio, aplicam-se 50% na semeadura, 30% na primeira cobertura e
20% na segunda.
5. IMPLANTAÇÃO DA CULTURA
5.1.Semeadura direta no campo

A semeadura feita em linhas diretamente sobre o solo, com o auxílio de


semeadeiras, é geralmente utilizada em culturas rasteiras de uso agroindustrial. O gasto
com sementes é elevado, e necessita de 0,4 a 3 kg/ha de sementes, dependendo da
precisão da máquina. O ciclo da cultura no campo dificulta os tratos culturais.
Esse sistema é vantajoso para a planta, pois não danifica o sistema radicular,
dificultando a entrada de fitopatógenos presentes no solo. Ele também favorece
oaprofundamento das raízes, além de reduzir os custos de implantação da cultura e a
cultura torna-se mais precoce, ou seja, seu ciclo é reduzido.

5.2. Semeadura em Sementeira

A semeadura em sementeira é feita em sulcos transversais, com 1 cm de


profundidade e com 10 a 15 cm de distância,utilizando de 3 a 4 g de sementes por metro
quadrado. Usando-se de 150 a 250 g para a produção de mudas para um hectare.

5.3. Repicagem para Viveiro

Na semeadura repicada para viveiro usam-se de 5 a 6 g de sementes por


metro quadrado e entre 150 e 200 g de sementes para o plantio de 1 ha. Assim que as
plantas apresentam duas folhas cotiledonares bem desenvolvidas e a primeira folha
definitiva, realiza-se a repicagem para o leito do viveiro, de consistência argilosa. No
viveiro, o espaçamento entre plantas deve ser de 10X5 cm. O método produz mudas
mais vigorosas e o gasto com mão-de-obra é elevado.

5.4. Semeadura em Recipientes

As principais vantagens da semeadura em recipientes é a redução da


contaminação das plantas, ausência de danos às raízes, precocidade da cultura, e cada
grama de sementes rende maior número de mudas adequadas ao plantio. Para esse
sistema, usa-se 150 g de sementes para a obtenção de mudas para o transplantio de 1 ha.
5.5. Semeadura em Bandeja

As bandejas de isopor medem 68X34 cm, contendo 128 células. O método


exige menos trabalho e facilita as operações durante o desenvolvimento das mudas, que
deverão estar no ponto ideal para serem transplantadas, com quatro folhas definitivas.
Geralmente, semeiam de 2 a 3 sementes por célula.

5.6. Plantio das Mudas no Sulco

As mudas devem ser transplantadas para o sulco quando atingirem o ponto


ideal de desenvolvimento e serem novas. Realiza-se uma seleção de mudas antes do
transplantio, eliminando as indesejáveis. Mudas de raízes nuas, obtidas em sementeiras
têm qualidade inferior. O sulco deve ser aberto após a aração e a gradagem, com 20 cm
de profundidade.

5.7. Espaçamento e Técnica de Plantio

Para a cultura tutorada, o espaçamento utilizado vai de 100 a 120 cm entre


fileiras e 40 a 70 cm entre fileiras. Cada conjunto de mudas deve estar separado com 60
a 70 cm, deixando somente a haste principal, nas cultivares Santa Cruz. Enquanto nas
cultivares Salada, o espaçamento adotado é de 100x50 cm.
Na cultura rasteira, a semeadura ocorre com espaçamento entre fileiras de
100 cm, o desbaste é feito deixando 20 cm de intervalo entre cada conjunto de plantas.
Na culturarasteira fazendo a fileira dupla, já que as plantas se desenvolvem em um
canteiro. O espaçamento adotado é de 130x50x30 cm, deixando duas plantas.
6. TRATOS CULTURAIS
6.1. Irrigação

Tanto em culturas tutoradas e rasteiras, a exigência de água é elevada, a


irrigação exerce influência na produtividade e na qualidade dos frutos, além de reduzir a
ocorrência de frutos com anomalias. A planta necessita de pelo menos 80% de água útil
no solo ao longo do ciclo. A germinação ocorre em solo em ponto de murcha. No
período inicial, a necessidade hídrica é reduzia, e cresce durante a fase de vegetação e
frutificação. Na produção de frutos para a mesa, a irrigação ocorre até a colheita,
enquanto em plantio agroindustriais, a irrigação é suspensa alguns dias antes dos frutos
terminarem a fase de maturação, para que o teor de sólidos solúveis seja elevado. O
método de irrigação por gotejamento exibiu excelentes resultados para a tomaticultura.

6.2. Podas Diversas

As podas são realizadas em cultivares de crescimento indeterminado em


regime de tutoramento. A poda inicial é realizada quando a planta emite os brotos
laterais. Apenas a haste principal é deixada, no caso dos tomates para o grupo salada. O
objetivo deste tipo de poda é a obtenção de frutos maiores.
Para o grupo Santa Cruz, plantam-se duas mudas juntas e pode deixar
somente a haste principal. Isso promove um aumento da produtividade. Há dois
sistemas radiculares, o que aumenta a absorção de água e nutrientes. Quando apenas
uma planta é deixada, o aconselhado é que o broto que emergir abaixo do primeiro
cacho também se desenvolva, gerando uma segunda haste.
A desbrota é caracterizada pelo arranque dos brotos laterais, logo que
apresentarem tamanho suficiente. O corte com canivete ou unha aumenta o número de
bacterioses e viroses na cultura. A desponta ou capação consiste em no corte do broto
terminal da haste, sustentando-se o crescimento vegetativo e diminuindo o número de
cachos. A quantidade de frutos reduzida, porém, os que ficam têm melhor
desenvolvimento e maior peso.

6.3. Desbaste
O desbaste é executado em culturas rasteiras semeadas diretamente para a
obtenção do número de plantas adequado dentro do espaçamento desejado. É feito por
meio de um corte, com auxílio de um sacho de lâmina afiada nas plantas que devem ser
removidas. Para as culturas agroindustriais, geralmente é comum deixar de 2 a 3 plantas
juntas.

6.4. Tutoramento

O tutoramento é feito para deixar a planta má vertical. O tipo mais comum é


a cerca cruzada, que deve ser instalada antes do tombando das plantas. Utilizando varas
de bambu com 220 cm de comprimento, fincadas no solo e inclinadas, uma ao lado de
cada planta. As varas de duas fileiras cruza-se com 180 cm do solo, apoiando-se sobre
um fio de arame esticado. O arame é preso em mourões.
No tutoramento para tomate Salada, os tomaticultores amarram arames
esticados em hastes no sentido horizontal distanciados de 30 a 50 cm entre si. Para o
suporte, mourões são cruzados, deixando 5m entre cada par. Esse tipo de estrutura
suporta cargas muito pesadas, favorece o arejamento e a iluminação das plantas e dos
frutos, facilita a pulverização e favorece a execução dos tratos culturais.
O amarrio com fibra vegetal ou sintética é feito antes do tombando das
plantas, ele fixa a planta em vagas ou arames, de acordo com o tipo de tutoramento.
Com o auxílio do amarrilho, forma-se um “oito”, prevenindo a ocorrência de lesões nas
hastes.

6.5. Amontoa

A amontoa alta favorece a emissão de raízes adventícias no caule,


principalmente quando efetuada com a primeira adubação em cobertura, rica em cálcio
e potássio, estes nutrientes, juntamente com o solo úmido, promovem o enraizamento da
haste, obtendo um segundo sistema radicular. Em culturas rasteiras a amontoa pode
dizer dispensada.

6.6. Raleamento de Pencas


O raleamento consiste na retirada de frutos para melhorar a qualidade dos
que irão ficar na planta. Geralmente é feito para o grupo salada. Elimina os frutos que
apresentam algum dano e deixa de 4 a 6 frutos por penca.

6.7. Cobertura Morta

A cobertura morta cobre a superfície do solo com material palhoso.


Apresenta diversas vantagens, entre elas, a economia de água para a irrigação, diminui a
variação térmica do solo, e a incidência de ervas daninhas, além de repelir afídeos,
diminuído a disseminação de doenças.
7. ANOMALIAS FISIOLÓGICAS
7.1. Podridão-apical

A podridão-apical pode ocasionar elevadas perdas. É caracterizada por


manchas negras, duras e secas na extremidade do fruto, podendo se localizar também na
parte interna. A causa principal desta anomalia é a deficiência de cálcio. As medidas
preventivas elevam a concentração de íons de cálcio no solo disponível para a planta,
uso de cultivares melhoradas, calagem antes do plantio, evitar excessiva adubação
mineral, manter o teor adequando de água no solo.

7.2. Lóculo-aberto

A deficiência de boro é a principal causa deste distúrbio. O sintoma é uma


rachadura profunda no fruto, provocando uma grande deformação. Pode ocorrer ainda
por baixas temperaturas e poda drástica Para as cultivares do grupo salada, recomenda-
se utilizar cultivares resistentes, raleamento das pencas, retardar as podas e realizar o
cultivo em casas de vegetação.

7.3. Queda de Flores e Frutos

Esta anomalia é causada por diversos fatores, entre eles, a elevada


temperatura noturna, desequilíbrios nutricionais, doenças fúngicas e bacterianas, além
de insetos. A aplicação de nitrogênio interfere na floração, estabelecimento dos frutos e
me desenvolvimento, já a deficiência do elemento ocasiona coliseu nas folhas e perda
de frutos.

7.4. Frutos-ocos

A formação de frutos ocos é ocasionada por diversos fatores, entre eles, a


aplicação excessiva de nitrogênio sem as adubações complementares de potássio,
temperaturas extremas, assim como fatores extremos de água no solo.

7.5. Frutos Rachados


Flutuação no teor de água no solo ocasionam variações na turgescência
provoca rachaduras nos frutos, elas costumam aparecer no período de primavera-verão,
quando um período seco é seguido de um chuvoso, ocasionando o rompimento da
película externa dos frutos. A resistência elástica da película é uma característica
genética que influencia no surgimento dessa anomalia, que é prevenida por meio da
manutenção do teor de água no solo, aplicação de cálcio e cultivares resistentes.

7.6. Frutos com Escaladura

A escaladura ocorre quando o fruto é exposto à luz solar intensa próxima ao


período de colheita. A região afetada apresenta coloração esbranquiçada e enrugada,
ocorre desfolha intensa, geralmente causada por insetos ou doenças. A prevenção da
anomalia é realizada pelo controle fitossanitário e uso de variedades que ofereçam boa
pteiteçao aos frutos.

7.7. Amarelo-baixeiro

O amarelecimento das folhas inferiores, com uma clorose iniciada nas


margens dos folíolos e que avança para o centro, com as nervuras ainda verdes, são
sintomas da deficiência de magnésio. O controle é feito por meio da aplicação de
magnésio, que deve ser incorporado ao solo.

7.8. Enrolamento das Folhas Baixeiras

Essa anomalia é comum em tomatais tutorados e podados, ocorre


geralmente nas áreas expostas ao sol. O enrolamento não ocorre nas culturas rasteiras,
não podadas para a agroindústria. A manutenção hídrica pode diminuir a ocorrência
desta anomalia.
8. CONTROLE FITOSSANITÁRIO

O controle fitossanitário da cultura do tomate é realizado pelo manejo


integrado da cultura, que consiste em aplicar e enterrar medidas, as principais medidas
são o plantio de cultivares melhoradas geneticamente, época de plantio que não
favorecem o aparecimento de pragas e doenças, rotação de cultura, controle da
irrigação, evitar o plano próximo a áreas de cultivo de Solanáceas, arrancar e queimar
restos culturais E controlar plantas invasoras.
9. DOENÇAS FÚNGICAS
9.1. Requeima

A Requeima é causada por um fungo, Phytophthora infestants, os sintomas


são manchas marrons nos frutos. Exige temperaturas baixas, e alta umidade do ar. As
cultivares não apresentam resistência genética, ela é controlada com pulverização de
fungicidas. Ela está associada a baixas temperaturas e alta umidade do ar. Os sintomas
são o aparecimento de manhas cinza-escuras nas folhas, que tem inicio nas margens dos
folíolos e avançam ao centro e provoca frutificação na face inferior. Posteriormente
aparecem lesões escuras nas hastes e pecíolos. Pode ser controladas com o uso de
variedades resistentes, espaçamentos largos, rotação de cultura, entre outros, além do
uso de fungicidas.

9.2. Pinta-de-alternária

A doença é causada pelo fungo Alternaria solani. Os sintomas são manchas


circulares escuras próximas ao pedúnculo, geralmente em temperatura e umidade
elevadas. Não há cultivares resistentes à doença.

9.3. Septoriose

A doença caracteriza-se pelo surgimento de pintas circulares com contorno


escuro e centro claro. Afeta principalmente as filhas inferiores da planta e com o passar
do tempo, elas aumentam em quantidade e posteriormente coalescem, ocasionando a
desfolha. Temperaturas elevadas e alta umidade do ar favorecem o seu surgimento.

9.4. Mancha-de-estenfílio

Essa doença provoca sintomas como o surgimento de pintas pardas,


alinhadas e irregulares, inicialmente nas folhas mais novas. Climas de temperaturas
elevadas e alta umidade do ar favorecem o seu surgimento. O controle é realizado por
meio da resistência genética ou com pulverização de fungicidas.

9.5. Murcha-fusariana
A murcha fusariana ocasiona amarelecimento da planta, tem inicio nas
folhas inferiores e progride para a parte superior e as folhas secam. Nos vasos lenhosos
ocorre o surgimento de manchas marrons. O controle é feito por meio do uso de
variedades resistentes, sementes sadias, rotação de cultura e elevação do pH.

9.6. Murcha-verticilar

A doença origina manchas amareladas e perda da turgidez nas folhas baixas.


As áreas cloróticas e necróticas apresentam formato de “V”. O controle é feito por meio
do uso de variedades resistentes, sementes sadias, rotação de cultura e elevação do pH.

9.7. Murcha-de-esclerócio

A doença ataca a cultura rasteira irrigada, em locais de temperatura e


umidade elevadas. Pode ocasionar tombamento, murcha e mofo nas jhastes e frutos em
contato com o solo. O controle é feito com rotação de cultura, escolha adequada da
época de plantio e o controle de irrigação.

9.8. Rizoctonize

A rizoctoniose ocasiona tombamento da plantas. As condições favoráveis


para o seu desenvolvimento são: temperaturas amenas, alta umidade, deficiência de
cálcio e presença de matéria orgânica em decomposição. Recomenda-se o controle
químico.

9.9. Podridão-de-esclerotínia

A doença ocorre em culturas rasteiras, é favorecida pela umidade elevada e


temperatura amena. As hastes apodrecem e secam, os frutos apresentam podridão-mole
e crescimento de micélio.
10. DOENÇAS BACTERIANAS
10.1. Cancro-bacteriano

É uma doença específica do tomateiro, geralmente ocorre no cultivo


tutorado. Os sintomas são lesões circulares, brancas com centro escuro e queimaduras
nos folíolos. O controle é preventivo, uso de sementes sadias, cultivares resistentes,
eliminação de restos culturais e pulverização.

10.2. Murcha-bacteriana

A murcha-bacteriana causa murchamento repentino da parte aérea, a planta


continua verde, porem, libera pus em cortes realizados nos tubérculos e na haste. O
controle é preventivo, efetuando o plantio plantas sadias e rotação de cultura.

10.2. Pústula-bacteriana

Muito frequente em condições de temperaturas amenas e alta umidade.


Ataca toda a parte aérea da planta. É primeiramente observada nas folhas baixeiras, na
forma de pequenas manchas necróticas de coloração marrom, normalmente circundada
por um halo amarelo. Os sintomas são mais característicos nos frutos, com a formação
de pontuações negras, superficiais, que podem ser arrancadas com a unha. O ataque
durante a floração pode provocar intensa queda de flores.

10.3. Pinta-bacteriana

10.5. Talo-oco

Essas doenças são causadas principalmente por Erwinia carotovora subsp.


Carotovora e por E. chrysanthemi. Ocorre em locais com temperaturas mais elevadas e
causam podridões em tomate e penetram pelos ferimentos, daí a importância de
controlar os insetos que provocam furos nos frutos. As medidas de controle são a
redução da aplicação de nitrogênio, ferimentos na planta e a redução da água no solo.

10. DOENÇAS VIRAIS


11. INSETOS-PRAGA
12. AGROFIT

Os defensivos químicos usados na cultura do tomate são:


Actara 250 WG, usado para combater a Mosca-branca, Tripes, Pulgão-
verde; Pulgão-verde-claro.
Abamectin DVA 18 EC: Larva-minadora; Mosca, Ácaro-rajado e Traça-do-
tomateiro.
Abamectin Nortox: Ácaro-bronzeado; Ácaro-do-bronzeamento, Ácaro-
rajado e Traça-do-tomateiro.
Abamectin Prentiss: Larva-minadora; Mosca-minadora.
Abamex: Larva-minadora; Mosca-minadora.
Abamit: Larva-minadora; Mosca-minadora.
Able: Traça-do-tomateiro.
Academic: Mela; Requeima.
Acaramik: Larva-minadora; Mosca-minadora, Ácaro-bronzeado; Ácaro-do-
bronzeamento, Ácaro-rajado e Traça-do-tomateiro.
Acarit EC: Ácaro-bronzeado e Ácaro-rajado.

13. COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO


14. BENEFICIAMENTO
15. CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM
16. REFERÊNCIAS

AGROFIT Agrofit: Sistema de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em:


http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acesso em 15
dez. 2015.
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Tomate/TomateIndustrial_
2ed/doencas_fungo.htm
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Tomate/TomateIndustrial_
2ed/pragas.htm

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