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Á G U A S D E C O R

Percurso de aproximação entre a Igreja Paroquial de Águas

projetada por Nuno de Teotónio Pereira e a instalação de Mike

Kelley intitulada “The Trajectory of the Light in Plato’s Cave

(From Plato’s Cave, Rothko’s Chapel, Lincoln’s Profile)”

M a d a l e n a F o l g a d o

CITAD, Centro de Investigação em Território, Arquitectura e


Design, Universidade Lusíada de Lisboa
“ C o n h e c e r e a d m i r a r n ã o s e e x c l ue m . O q u e p o d e c a d a u m e m d e f e s a d a
l i t e r a t ur a [ a r qu i t e t ur a ] é n ã o s e d e i x a r e s m a g a r p e l o p e s o d e u m a
r e s p ons a bi l id a de a c a b r un ha nt e e c a t i v a r a l e v e z a , p r e s t a r u m a a t e nç ã o
g e n e r os a à s d e z m i l f a c e s d o m u n d o , a p r e nde r s e m c u l p a . Ag u s t i n a i n c i t a - nos
a r e f l e c t i r s o b r e i s s o, a a p r e nde r a p a r t i r. ”

Silvina Rodrigues Lopes


Caleidoscópio*
*do grego kallós + eĩdos + skopeĩn =
BELO + F O R M A + V E R

Porto Editora
“ A g r a ç a , o q u e m a i s s e p a r e c e c o m g r a t i dã o , t o r n o u - s e i n t ol e r á v e l . H á u m a
a g r e s s i v i da de o f i c i a l q u e a i m p e d e d e s o b r e v i v e r. O h o m e m é t r e i n a do p a r a
a c t u a li z a r a s u a s e r v i dã o, e n ã o p a r a a s s u m i r o s e u s a c r i f í c i o. ”

Agustina Bessa-Luís apud Silvina Rodrigues Lopes


“ Tr a ba l h a r u m c o n c e it o c o n s i s t e e m f a z e r v a r i a r a s u a e x t e ns ã o e
c o m p r e e ns ã o , t o r n á- l o c o m o u m m o d e l o o u i n v e r s a m e nt e p r o c ur a r- l he o
m o d e l o, c o n f e r i r - l h e p r o g r e s s i v a m e nt e p o r t r a n s f or m a ç õe s r e g r a da s a f u n ç ã o
de uma forma.

S u p o r t a r o h u m a n o p a r e c e s e r o c a m i nh o q u e c o n d u z a n ã o t r o c a r a l i b e r da d e a
f u n d o p e r d i do j á q u e a l i b e r da d e n ã o é s o m e nt e o f e n óm e no p r i m or di a l d o
h u m a n o, o s e u p r a z e r, o s e u s e g r e do m a s u m b e m c o m u m . ”

Mª João Madeira Rodrigues


“Hoje, o momento é propício aos arquitectos. […] Vós sabeis que não é
p o s i t iv a m e n t e a s o r t e g r a n d e m a s n ã o d u v i de i s d e q u e é a g r a n de s o r t e , a d o
h o m e m q u e h á - d e s e r a r t i s t a , o h o m e m q u e h á - d e s e r h u m a n o, o h o m e m q u e
d e s e j a q u e a v i d a n ã o s ó n ã o o h u m i l he a s i c o m o t a m b é m q u e n ã o h u m i l he o s
demais.”

José de Almada Negreiros


“ N o m e i o d o s i l ê nc i o. M a s u m s i l ê nc i o o n d e g e r m i na a v i d a . ”

Nuno Teotónio Pereira apud Ana Isabel Ribeiro


p o r [V E N T U R A ]*

*1_“boa sorte, fortuna próspera; felicidade” […] 2_acaso, destino […]


Do latim ventūra, ‘coisas que hão-de vir’”

Texto Editora
[IN]* comum

*“em, dentro”

Texto Editora
“ Tu d o i s t o r e s u l t a n a i n t eg r i da d e m o r a l e c í v i c a d e a l g u é m q u e f e z d a é t i ca –
r e c o r de - s e q u e ê t h o s , e m g r e g o s i g n i f i c a ‘ m a n e i r a d e s e r ’ o s e u m o d o d e e s t a r
no mundo.”

Ana Isabel Ribeiro


“Quanto mais formos, mais se é.”

Mª João Madeira Rodrigues apud João Cravo


“ Q u a n do c h e g a a n o s s a v e z r e d o b r a a v e z , t o r n a m o - nos c e n t r o d e u m a p e r i f e r i a
q u e v a i a t é o n d e i n f l ui a n o s s a c a p a c i da de , d e m o d o q u e q u e m n ã o e s t á
p r e s e nt e à s u a v e z , a s u a v e z é a q u e l a e n ã o o u t r a , f i c a a v e z v a z i a e t u d o e m
r e d o r t a m b é m . A v e z d o s a r q u i t e c t os q u e r d i z e r q u e j á n ã o s e t r a t a a p e n a s d e
c o n s t r ui r m a s d e l i g a r a c i ê n c ia d a c o n s t r uç ã o a u m p o v o i n t e i r o, a u m a
h u m a n i da de q u e m a r c ha p a r a a m a n hã .
É a v ó s a r q ui t e c t os , p o r v o s t e r c h e g a do a v e z , a q u e m c a b e j u n t o d o E s t a d o
s e r o a r t i s t a e r e p r e s e nt a r a Ar t e , e n ã o a p e n a s o r e a l i z a d or d e p r o j e c t o s
p r o f i s s i ona i s . É a o s a r q u i t e c t os q u e c a b e a a l t a m i s s ã o d e c o l a bo r a r c o m o
E s t a do e d e p r e p a r a r o i n e v i t á v e l c a s a m e n t o d a Ar t e c o m a N a ç ã o.
A Ar t e é t ã o i n d i s pe ns á v e l a u m a N a ç ã o c o m o a s s u a s p r ó p r i a s f r o n t e i r a s .”

José de Almada Negreiros


“ [ … ] u m a n o v a o p o r t uni d a de c o n c e di da n ã o a p e na s a o o b j e t o, n e m s e q u e r a o
o l h a r, m a s à p r ó p r i a v i s i bi l id a de , i s s o q u e M e r l e a u - P on t y d i z i a s e r o ú n i c o
e n i g m a q u e a v i s ã o c e l e br a . M a s r e p a r a r é m a i s d o q u e i s s o: p õ e t a m b é m e m
p r á t i c a u m a r e p a r a ç ã o, u m p r o c e s s o d e r e s t a ur o, d e r e s ga t e , d e j u s t i ç a . C o m o
s e a q u a n t i da de d e m e i os o l h a r e s e s o b r e v o os q u e d e d i c a m os à s c o i s a s f o s s e
l e s i v o d e s s a é t i c a q u e p e r m a n e c e e m e x p e c t a t i v a n o e n c o nt r o c o m c a d a o l h a r.
P o r i s s o, d e c e r t a f o r m a , s ó q u a n do r e p a r a m o s c o m e ç a m os a v e r. ”

José Tolentino Mendonça


“ O h o m e m d e s c i e nc i a r e c o nhe c e q u e a u n i c a r e a l i d a de p a r a s i é e l l e p r ó p r i o, e
o u n i c o m u n d o r e a l o m u n d o q u e a s e n s a ç ã o l h ’ o d á . P o r i s s o, e m l o g a r d e
s e g u i r o f a l s o c a m i nho d e p r o c ur a r a j u s t a r a s s u a s s e n s a ç õ e s à s d o s o u t r os ,
f a z e nd o s c i e nc i a o b j e c t iv a , p r o c u r a , a n t e s , c o n h e c e r p e r f e i t a m e nt e o s e u
m u n d o e o s s e u s s o n h o s . N a d a m a i s s e u d o q u e a s u a c o n s c i e n c ia d e s i . S o b r e
e s s a s d u a s r e a l i da d e s r e q u i nt a e l l e a s u a s c i e nc i a . ”

Fernando Pessoa apud José Gil


“Há palavras que fazem bater mais depressa o coração – todas as palavras –
u m a s m a i s d o q u e a s o u t r a s , q u a l que r m a i s d o q u e t o d a s . C o n f o r m e o s l u g a r e s
e as posições das palavras.”

José de Almada Negreiros


CORAÇÃO*=
*do l a t i m c o r a t i ō n e =

AU M E N TAT I V O D E C O R

Porto Editora
P e n m a e n c o r =

“ A P O N TA D A P E D R A D A AR A N H A ”

José Pedro Machado apud Porto Editora


8 ∞

De cima para baixo: “The Infinite House (House Number). Aço inoxidável 9 x 14,5 x 1
cm. 2015. Vista de Exposição Casino Luxembourg – Fórum d’art contemporain,
Luxembourg, 2013.” [Marco Godinho]. (Ginga, 2015). A mesma peça ‘transportada’
para entrada do Museu Nacional de Arte Contemporânea em Lisboa, por ocasião da
exposição “Outro Dia”. (Ilustração nossa, 2015).
“ U m m o m e n t o d e c o n f i a n ç a e p a r t i l ha , n a c o n s t r u ç ã o e e n r i q ue c i m e nt o d a
i d e n t id a de e f o r t al ecim en t o d o c o n c e i t o f i l os óf i c o e p o é t i c o d o a r t i st a c o m o u m
nómada.”

Adelaide Ginga
D E U S E S C R E V E D I R E I TO

D e u s e s c r e v e d i r e i t o p o r l i n ha s t o r t a s / E a v i d a n ã o v i v e e m l i n ha r e c t a / E m
c a d a c é l ul a d o h o m e m e s t ã o i n s c r i t a s / A c o r d o s o l h o s e a a r g ú c i a d o o l h a r / O
d e s e nho d o s o s s o s e o c o n t o r no d a b o c a / P o r i s s o d e o l h a s a o e s p e l h o: / E n o
e s p e l h o t e b u s c a s p a r a t e r e c o nh e c e r / P o r é m e m c a d a c é l ul a d e s d e o i n í c i o /
F o i i n s c r i t o o s i g n o v e e m e nt e d a t u a l i b e r da de / P o i s f o s t e c r i a d o e t e n s d e s e r
r e a l / P o r i s s o n ã o p e r c a s n u n c a t e u f e r v o r m a i s a u s t e r o / Tu a e x i g ê nc i a d e t i e
p o r e n t r e / E s p e l ho s d e f or m a n t e s e d e s a s t r e s e d e s v i os / N E M U M M O M E N TO

SÓ PODES PERDER / A L I N H A M U S I C AL D O E N C AN TA M E N T O /
Q U E É T E U S O L T U A L U Z T E U AL I M E N TO

Sophia de Mello Breyner Andresen


com [F I A R ] * =

F I AR C O N J U N T O , [ E ] T E R N AM E N T E

*1_“reduzir a fio”[…] 2_“entregar sob confiança ”

Porto Editora
“É uma coisa admirável encontrar assim o fio que nos leva ao fundo da alma de
cada um, mas sempre se hesita antes de verificar se o nosso desejo é
c o n h e c e r o s o u t r os o u a p e n a s c o n f i a r m os a u m a p e d r a o n o s s o s e r . ”

Agustina Bessa-Luís
“ P r o ba bl y t h e m o s t e p h e m e r a l , a n d c e r t a i nl y o n e o f t h e m o s t l i m i na l ,
m ys t e r i o u s , a n d i n t r i c a t e i n s t a nc e s o f t h e AR C H I T E C T U R E O F AN I M AL S , s p i d e r
w e b s s p a n s p a c e , c o n n e c t in g d i s t a n t o b j e c t s a n d o f t e n a r e n e a r l y i n v i s i bl e . ”

Hope Werness
“Quem porfia mata caça”
“ Q u e m p o r f i a s e m p r e a l c a nç a ”

por [F I A R ] =
P E R S I S T I R F I AN D O =
c o n f i a n ç a n o s e n t i d o
“ M a r c e l M a us s l i k e ns t h e h u m a n a t t e m pt t o e x p l a i n l i f e a n d t h e w or l d t o t h e
s p i d de r ’s w e b, ‘ m yt h i s a m e s h o f a s p i d e r ’s w e b, a n d n o t a d e f i ni t i o n i n t h e
d i c t i on a r y. ’ Al l e n F. R o b e r t s e x t e nd s t h e a n a l og y: ‘ M e a ni ng i s s p u n , b u t i s a l s o
e a s i l y a n d r e g u l a r l y b l ow n a w a y b y t h e h a r s h w in ds o f c h a n ge ’ . ”

Hope Werness
“ Aq u i l o q u e s e p e r d e q u a n do o h o m e m s e r e d u z à c o n d i ç ã o d e p r o l ong a m e nt o
d a m á q u i n a é a r e l a ç ã o d e f i n i t o a o i n f i n i t o, é a p o e s i a . ”

Silvina Rodrigues Lopes


“Spacial Concept, The Moon in Venice,
1961.” (Fontana, 1998).
“Spacial Concept, 1951”. (Fontana, 1998).
“Lucio Fontana fotographié par Ugo Mulas”. (Fontana, 1987).
“ S ó q u e o s a c a s os e m a r t e s ã o f r u t o d e u m a i n t e n c io na l i da d e i n s c r i t a n a
e s t r ut ur a d o s e r. ”

Bernardo Manoel
“ Q u a n do n o s r e p r e s e nt a m o s i n t u i t i v a m e n t e c o m p l e na c l a r e z a o q u e q u e r d i z e r
‘ c o r ’ o p r e s e nt e é u m a e s s ê n c i a , e q u a n d o, i g u a l m e nt e n u m a p u r a i n t ui ç ã o e
t a l v e z r e l a nc i a n do a v i s t a p o r e s t a e a q u e l a p e r c e pç ã o , n o s r e p r e s e n t a m o s o
q u e é a p e r c e p ç ã o e m s i m e s m a , t e r e m o s e n t ã o a p r e e n di do i n t ui t i v a m e n t e a
e s s ê n c i a ‘ p e r c e pç ã o ’ . A i n t u i ç ã o, a c o n s c i ê n c i a i n t u i t i v a , c h e g a a t é o n d e
c h e g ue a p o s s i bi li d a de d a i d e a ç ã o o u i n t ui ç ã o e s s e nc i a l c o r r e s p ond e nt e . ”

Edmund Husserl apud Johannes Hessen


[EX] c e n t r i c i d a d e =

E X T E R I O R AO C E N T R O D E - C A D A - U M
[RE] * c o n h e c i m e n t o =

* R E I T E R AÇ Ã O

c o n f i r m a ç ã o
“ T h e d i s t i n c t i on b e t w e e n w or k s p r o d uc e d a c c or di ng t o a n a b s t r a c t s c h e m a a n d
[RE] * c o n h e c i m e n t o =
t h o s e r a r e w o r k s w hi c h e x t e nd, a s d i s t i nc t f r o m t r a n s p os i ng, t h e e x p e r i e n c e o f
t h e s p e c t a t or, i s t h a t t h e l a t t e r n e v e r r e m o v e a p p e a r a nc e s f r o m t h e e s s e nt i a l
* R E I T E R AÇ Ã O =
a n d s p e c i f i c b o d y o f m e a n i ng b e h i nd t h e m . ( T h e y n e v e r f l a y t h e i r o b j e c t s ) .
T h e y d e n y t h e v a l i di t y o f a n y o u t s i d e p r i z e . ”
c o n f i r m a ç ã o

John Berger
“ [ … ] n a c o n j unt u r a c u l t ur a l d a é p o c a , a a c e i t a ç ã o d o p r o j e c t o d e u m a i g r e j a
[RE] * c o n h e c i m e n t o =
i m p l i c a n ã o s ó d e t e r m i n a da s e x i gê nc i a s f u n c i o na i s m a s , o q u e é m a i s d e l i c a d o,
q u e a s f o r m a s a r q u i t e c t óni c a s s e j a m o r e f l e x o v i v o d o s v a l o r e s r e l i gi os o s ,
* R E I T E R AÇ Ã O =
e n t e ndi do s a t r a v é s d a e s p i r i t ua l i da d e m o d e r n a .”

c o n f i r m a ç ã o

Nuno Portas
“ [ … ] a s u a j u s t a d e f i n i ç ã o n a s i n s t â n c i a s p o l í t i c a s , e c o nó m i c a s e s o c i a i s d a
[RE] * c o n h e c i m e n t o =
u r b a ní s t i c a , é n a t u r a l q u e s e p o n h a f i n a l m e nt e o p r o b l e m a e s p i r i t ua l d a
a r q u i t e c t ur a [ … ] A a l m a , n o s n o s s o s e d i f í c io s n ã o p o d e r á b r o t a r d o e s f o r ç o
* R E I T E R AÇ Ã O =
i n t e l e c t u a l d e r e s o l v e r u m p r o b l e m a a f r i o u t i l i z a ndo a p e na s a s q u a l i da de s
r a c i o na i s d o c é r e br o o u a s q u a l i d a de s i m a g i na t i v a s d e u m a f a n t a s i a a b s t r a c t a
c o n f i r m a ç ã o
s e m f i n s c o n c r e t os p a r a a h u m a ni d a de . ”

L. Quaroni apud Nuno Portas


[SOBRE] v i v ê n c i a =

V I V Ê N C I A É T I C A
[IN] * u t i l i d a d e

*“em, dentro”

Porto Editora
“Ministerio de Investigation e
Innovacion”

De cima para baixo: “Carteras sin Ministro, 2011”, de Antoni Muntadas. Pormenor
da pasta do “Ministerio de Investigation e Innovacion”. (Ilustração nossa, 2015).
“The Trajectory of the Light in Plato’s Cave (From Plato’s Cave, Rothko’s Chapel,
Lincoln’s Profile)” 1985-1996, Mike Kelley. (Ilustração nossa, 2015).
“The Trajectory of the Light in Plato’s Cave (From Plato’s Cave, Rothko’s Chapel,
Lincoln’s Profile)” 1985-1996, Mike Kelley. (Ilustração nossa, 2015).
“ P e n s a m os q u e a n o ç ã o d e e s c a l a h u m a na t e m q u e s e r e s t e ndi d a p a r a a l é m d e
u m a a n á l i s e p s i c o - f ís i c a , p a r a i n t e gr a r a s c a r a c t e r í s t i c a s d o s h o m e n s a q u e m
s e d e s t i n a , o s s e u s c o s t u m e s , c u l t u r a , r e l a ç õe s e n t r e s i c o m a n a t ur e z a .
S o m o s a s s i m p o s t os d i a n t e [ s i c ] d a s e x i gê n c i a s q u e m o t i v a r a m o
i m p o r t a nt í s s i m o m o v i m e nt o n e o - e m pi r i s t a , p e l a a b d i c a ç ã o d e q u a i s qu e r
p r e c onc e it o s f o r m a i s d e i m p o r t a ç ã o . ”

Nuno Teotónio Pereira


*

*
A Trajetoria da Luz na Caverna de Platão (da Caverna de
Platão, Capela de Rothko, Perfil de Lincoln), 1985-1986

Fotografia da legenda da Instalação de Mike Kelley, na exposição intitulada “Tensão e Liberdade”, no Museu de Arte Contemporânea da Fundação Calouste Gulbenkian
(Ilustração nossa, 2015).
“Quando se faz ESPELEOLOGIA,
às vezes tens de PARAAR…

Às vezes continuar DE
QUATRO...

Às vezes até RASTEJAR…

RASTEJA VERME.”

Entrada para a instalação de Mike Kelley, (Ilustração nossa, 2015).


[IN] p r o v á v e l =

P O S S I B I L I D AD E I N T U Í D A

v i d ê n c i a
Conjunto de fotografias da instalação de Mike Kelley. Da esquerda para a direita: Quatro momentos principais; da entrada ao topo do contentor. (Ilustração nossa, 2015).
Evocação de uma ferida ou vagina percorrida por fio de instalação
elétrica – ou Fio de Ariadne. (Ilustração nossa, 2015).
“Aparelho reprodutor artístico.” (Os Espacialistas, 2008).
Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach, e ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
“ [ … ] d e n e gr i - l a s p e l o s e u l a d o f í s i c o [ a p a r ê nc i a ] é u m m e i o d e c o n t r ol o e
r e s t r i ç ã o d a s u a a f i r m a ç ã o. ”

Maria Canavilhas

Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida e/ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach e/ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, Montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
Pano posterior; vista a partir do primeiro pano. (Ilustração nossa, 2015).
Fotografias da exposição intitulada “Quem é o Homem do Santo Sudário?”, que teve lugar na
Igreja de Santa Maria Madalena em Lisboa, visitada pela autora em Setembro de 2013.
(http://terrademaresol.blogspot.pt/2015/10/o-santo-sudario.html. Consult. 4 Abr. 2016).
De cima para baixo: “Anthropometry performance, Galerie Internationale d’Art Contemporain, Paris,
March 9, 1960”. (Klein, 2004), “Anthropometry Untitled [Ant 110]”. (Klein, 2004).
“Blue Sponge Relief [Kleine Nachtmusik] 1960”. (Klein, 2004).
“ [ … ] é o p r ó p r i o e s p a ç o a b e r t o e i l i m i t a do , s e p e n s a r m o s n a p i n t ur a d e R o t h k o
e n a s s u p e r f í c i e s e r e l e v o s m o n o c r om á t ic os d e Yv e s K l e i n. ”

Eurico Gonçalves

Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida e/ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach e/ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, Montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
“ N o c o r a ç ã o d o v a z i o, c o m o n o c o r a ç ã o d o H o m e m , h á f o g o s q u e q u e i m a m . ”

Yves Klein apud Eurico Gonçalves

Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida e/ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach e/ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, Montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
Lareira de fogo falso no topo da instalação de Kelley. (Ilustração
nossa, 2015).
Pano posterior: à esquerda, evocação do Santo Sudário,ou
Antropometria de Yves Klein; à direita, evocação do Teste de
Rorschach. (Ilustração nossa, 2015).
“Rothko Chapel, by Mark Rothko”. (Mark Rothko Organization, Consult. 23 de Mar. 2016).
Panos evocativos das cores dos fluídos humanos. (Ilustração nossa).
“The Trajectory of the Light in Plato’s Cave (From Plato’s Cave, Rothko’s Chapel,
Lincoln’s Profile)” 1985-1996, Mike Kelley. (Ilustração nossa, 2015).
“ M a s n a d a é m a i s f á c i l d o q u e f a n t a s i a r c o m a n o s s a i g n o r â nc i a . ”

Agustina Bessa-Luís
“ As a m a r v e l o us f r u i t o f h i s s e n s i t i v i t y a n d h i s t r a v a i l, t h r o ug h a g o n i zi n g h o u r s
o f d o u b t a n d s e a r c hi ng, R o t h k o c r e a t e d a m o d u l a t e d e n s e m b l e o f m a j e s t i c
p a i n t in gs . T h e d a r k p u r p l i s h t o n e s h a v e a s o o t hi ng e f f e c t , ye t t h e y r e t a i n
“The Trajectory
e n o uofgh b r iinl lPlato’s
the Light ia n cCave o sPlato’s
e t(From t i m ul a tRothko’s
Cave, e t h eChapel,
mind. The black surfaces invite the gaze to
Lincoln’s Profile)” 1985-1996, Mike Kelley. (Ilustração nossa, 2015).

g o b e yo n d . T h e c h a p e l i s a p l a c e c o n d u c t i v e t o s p i r i t ua l a c t i v i t y. We a r e c u t o f f
f r o m t h e w or l d a n d i t s s u f f oc a t i n g m u l t i pl i c i t y, a b l e t o w a nde r i n t h e i n f i ni t e .
Lacking the immensity of the desert, it is in the confines of a restricted place
t h a t w e c a n b e s t e m b r a c e “ t h e w hol e ” H e r e w e a r e n ow he r e a n d e v e r yw he r e ;
h e r e w e c a n f i n d a b l e s s e d w hol e n e s s , a s e n s e o f u n i t y. ”

Dominique Menil
DE CORAÇÃO

AÇ Ã O D E C O R

a ç ã o d e c o r
“Ministerio de Investigation e
Innovacion”

De cima para baixo: “Carteras sin Ministro, 2011”, de Antoni Muntadas. Pormenor
da pasta do “Ministerio de Investigation e Innovacion”. (Ilustração nossa, 2015).
Da esquerda para a direita: Vista exterior da instalação e pormenor do ‘alvo a abater’. (Ilustração nossa, 2015).
Empatia. Da esquerda para a direita “Viajante sobre Mar de Brumas” e Coelho da Instalação de Mike Keilly (Ilustração nossa, 2015, montagem e adaptação
nossa a partir Koerner, 1990).
[COM] * t e x t o
[COM]*provar

*c o n j u n t a m e n t e
“ S a b e m os q u e a c u l t ur a é c o n f l it o ( e n ã o g u e r r a ) e q u e o p r ó p r i o m o vi m e nt o n o
q u a l é r e c o nh e c i da a i m p o r t â n c i a d e a l g o n o v o c o r r e s po nde j á a u m g r a u d e
a p r o pr i a ç ã o q u e v a i i g u a l a r / r a s u r a r o q u e n ã o p o d e s e r a c e i t e . O
e m p o b r e c i m e nt o o u a r i g i de z d a c u l t u r a d á - s e q u a n d o s e d e i x a d e a d m i t i r q u e
pode haver algo que fica sempre fora do aceitável, porque dele não podemos
d i s p or. ”

Silvina Rodrigues Lopes

Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida e/ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach e/ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, Montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
“ A c o r c o m o o s o m é u m a s e n s a ç ã o. Q u a n d o o s s o n s s ã o r e u n i dos e m
d e t e r m i n a da o r d e m p o d e m c o n s i de r a r - s e m ú s i c a . O m e s m o s e p a s s a c o m a s
c o r e s q u e q u a n d o r e u n i da s e m d e t e r m i na d a o r d e m p o d e r ã o s e r a c t os d e v a l o r
p l á s t i c o, e s t a b e l e c e nd o s i m p a t ia o u a n t i pa t i a d a p a r t e d e q u e m o b s e r v a . ”

Frederico George

Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida e/ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach e/ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, Montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
“ S ã o o u t r os v a l o r e s e s t e s v a r i á v e i s e t r a n s f or m a do r e s d a s c o r e s q u e s ó p o r
e r r o c o n s i d e r a r í a m o s i n v a r i á v e i s . M a s n a d a d i s t o é f i x o. ”

Frederico George

Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida e/ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach e/ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, Montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
[CO] * i n c i d ê n c i a

I N C I D Ê N C I A * C O N J U N TA

C O R A L I D A D E
Da esquerda para a
direita: Pormenor do
janelão do coro da
Igreja de Águas. Face
exterior da instalação
de Mike Kelley.
(Ilustração nossa,
2015).
Vista geral do interior da Igreja de Águas. (Ilustração nossa, 2015).
Da esquerda para a direita: Catálogo de cores, localizado no topo esquerdo do alçado da instalação de Mike Kelley. Vista geral do mesmo alçado.
(Ilustração nossa, 2015).
Wild Carrot
[Cenoura Selvagem]

Pormenor do catálogo de cores da instalação de Mike Kelley; “Wild Carrot”. (Ilustração nossa, 2015).
“ Tr a t a v a - s e p o i s u m a o b r a d i f e r e n t e d o q u e e r a h a b i t u a l , d e u m a d i m e ns ã o
i n v u l g a r p a r a a r e g i ã o, e m u i t o e x i ge nt e q u a n t o à s t é c ni c a s d e c o n s t r u ç ã o.
Para a erguer era preciso um Mestre que dominasse perfeitamente os
p r o c e s s o s t r a di ci on ai s e t a m b é m a s m o d e r na s t é c ni c a s d e b e t ão a r m a d o e q u e
e s t i v e s s e d i s p os t o a c o r r e r r i s c os d e u m a a v e n t ur a . E s s e M e s t r e f o i J o ã o
C a r t ol a .
M e s t r e C a r t ol a p ô s n a o b r a t o d o o s e u s a b e r e t o d o o s e u e n t u s i a s m o, q u e
e r a m t ã o g r a n d e s q u a n t o a e s t a t ur a d e h o m e m f o r t e . H o m e m f o r t e n o f í s i c o , n o
p r o f i s s i onal , n o m o r a l . C o m p e t e nt e M e s t r e - op e r á r i o q u e t r a b al hava t ã o b e m
c o m o p o n t e i r o e c i n z e l c o m o c o m o s v a r õ e s e a s c o f r a ge n s d e b e t ã o a r m a d o.
M ui t os p o r m e n or e s d o p r o j e c t o f o r a m r e s o l v i dos c o m a s u a c o l a bor a ç ã o, p o i s
d a v a a s s u a s o p i ni õ e s e f a z i a o s s e u s c o m e nt á r i o s s e m s o m b r a d e r e c e i o , m a s
t a m b é m s e m a r r o g â nc i a .
C o n s e r v o n a m e m ó r i a a i m a g e m d e J o ã o C a r t o l a c o m o u m e x e m pl o d o s a n t i gos
m e s t r e s c o n s t r u t or e s q u e h o j e v ã o r a r e a n do. O s e u s a b e r ; a s u a d i g n i da d e e o
s e u b r i o p r o f i s s i ona l f o r a m i n s u bs t i t uí v e i s p a r a v i v e r a q u e l a a v e n t ur a e g a n h a r
aquela aposta.”

Medo; conjunto de imagens. Da esquerda para a direita: Ferida e/ou vagina, “Aparelho reprodutor artístico”, Santo Sudário, Teste de Rorschach e/ou “Antropometria”.
(Ilustração nossa, 2015, Montagem e adaptação nossa a partir de Os Espacialistas, 2008).
Nuno Teotónio Pereira
Vista do lagar no tardoz da Igreja de Águas a partir da torre sineira.
(Ilustração nossa, 2015).
“ Tr a t a v a - s e d e e d i f i c a r n o s c o n f i ns d a B e i r a B a i x a , u m a i g r e j a “ m o d e r na ” q u e
r o m p e s s e c o m o s ve l h o s e d e g e ne r a do s m o d e l os d o b a r r o co t a r d i o, q u e a i n d a
v i g o r a m n a r e g i ã o q u a n d o s e t r a t a v a d e a r q u i t e c t ur a d a s i g r e j a s . F o i p o r t u d o
i s s o t a m b é m u m a a p o s t a . M a s , s e h a v i a e s s a i n t e nç ã o d e m o d e r n i da de ,
p r o c ur ou - s e n o p r o j e c t o , e n t r e gue a u m j o v e m a r q u i t e t o, q u e a n o v a i g r e j a
c a s a s s e b e m c o m o s í t i o e q u e n ã o s i g ni f i c a s s e u m a r u p t u r a v i o l e nt a c o m a
a r q u i t e ct ur a e n vo l ven t e , i n t e gr a ndo - s e n a p a i s a ge m b e i r ã e u t i l i z and o o s
m a t e r i a i s t r a di c i o na i s c o m o o g r a n i t o e o c a s t a n ho. ”

Vista do lagar no alçado tardoz a partir da torre sineira.


(Ilustração nossa, 2015). Nuno Teotónio Pereira
1

Vista da aldeia de Águas a partir da torre sineira.


(Ilustração nossa, 2015).
2

Vista do ádro da Igreja de Águas.


(Ilustração nossa, 2015).
2

De cima para baixo: “Planta”; vieira.


(Ilustração nossa, 2015, montagem e adaptação a partir
de Pereira, 1957).
3
3
De cima para baixo: Janelão lateral do altar; vieira.
(Ilustração nossa, 2015).
“ A v o s s a d o r é a f e n d a d a c a s c a [ c o n c ha ] q u e e n v o l v e o v o s s o e n t e ndi m e nt o /
E como o caroço se deve fender para que o coração do / fruto se abra ao solo,
assim deveis conhecer a dor”.

Khalil Gibran
Vista do lagar no alçado tardoz a partir da torre sineira.
(Ilustração nossa, 2015).
1818

8 ∞

Da esquerda para a direita: Viajante sobre Mar de Brumas e torre sineira da igreja barroca preexistente, com a inscrição da data 1881. (Ilustração nossa, 2015,
montagem e adaptação a partir de Koerner, 1990).
Vista do enfiamento das duas igrejas e casa senhorial Megre. (Ilustração nossa, 2015).
Pórtico de entrada. Da esquerda para a direita : Porta principal da Igreja; vista do
pórtico de entrada para a antiga igreja e Casa Megre. (Ilustração nossa, 2015).
Pórtico de entrada. (Ilustração nossa, 2015).
Escada de acesso ao coro.(Ilustração nossa, 2015).
Escada de acesso ao coro; pormenor. (Ilustração nossa, 2015).
“ To r na r p u r a m e nt e l i t e r á r i a a r e c e p t i vi d a de d o s s e n t i do s , e a s e m o ç õ e s ,
q u a n do a c c a s o i n f e r i o r i z e m a p a r e c e r, c o n v e r t e l ’ a s e m m a t é r i a a p a r e c i da p a r a
c o m e l l a e s t a t ua s s e e s c ul p i r e m d e p a l a v r a s f l u i d a s … ”

Fernando Pessoa apud José Gil

Vista do lagar no alçado tardoz a partir da torre sineira.


(Ilustração nossa, 2015).
O q u e i m p o r t a n ã o é a v e r d a de , a b e l e z a o u a j u s t i ç a d e c a d a c o i s a o l h a da
i s o l a da m e n t e ; o q u e i m p o r t a é o q u e r e s u l t a d a r e l a ç ã o e n t r e a s c o i s a s , d a
l i g a ç ã o e n t r e a s c o i s a s . A e x c i t a ç ã o i n d i v i dua l n ã o é c l a s s i f i c á v e l a t é
a s s i s t i r m os a o s s e u s e f e i t os ; a e x c i t a ç ã o ( d e s e j o d e l i g a ç ã o ) r e s ul t a n a l i g a ç ã o
e r ó t i c a – a l i g a ç ã o e r ó t i c a c o n s um a da e n t r e c a s a e e s p a ç o ( f l or e s t a - c id a de ,
n a t u r e z a - c ul t u r a ) e s ó a i p o d e m os j u l ga r o t r a b a l ho d o a r q u i t e c t o .
“ N ã o t e c u r v e s s e n ã o p a r a a m a r ” , a c o ns e l h a v a o p o e t a R e n é C h a r. O q u e
poderá fazer então o arquitecto? De um modo simples: medir o espaço; tirar o
m e d o a o e s p a ç o d e m o d o q u e a r e s u l t a nt e s e j a o e d i f í c i o s o b r e o q u a l o s
h o m e n s e a s m u l h e r e s d i g a m , e n t r e s i , a l t o: l á d e n t r o c u r v o - m e a p e na s p o r
a m o r. S e t a l s u c e d e r e i s q u e o a r q u i t e c t o n ã o f e z a p e n a s a r q u i t e c t ur a ,
f e z / cons t r ui u u m f r a g m e nt o d o d i s c ur s o a m o r os o.

Gonçalo M. Tavares

Vista do lagar no alçado tardoz a partir da torre sineira.


(Ilustração nossa, 2015).
[EX] * c i t a ç ã o =

d e s e j o d e l i g a r a u t o r e s

d e s c o b r i r r e l a ç õ e s

[ i n ] v i s í v e i s =

c o m u n i c a r v i d ê n c i a s
Vista geral do interior da igreja a partir do altar. (Ilustração nossa, 2015).
“ [ … ] a c o n v e r gê n c i a d a s p a r e de s l a t e r a i s e d o t r a b a l ha d o m o v i m e nt o d o s d o i s
p l a n os d o t e c t o i n t e r i or ; c o n f i r m a e s t a l i b e r d a de n a o r g a ni z a ç ã o , o f a c t o d e a
subtil articulação do espaço da nave com o tecto plano da capela-mor não se
e n c o nt r a r a c u s a d o n a g r a n d e c o b e r t ur a e m t e l ha do d e d u a s á g u a s . ”

Nuno Teotónio Pereira

Vista do lagar no alçado tardoz a partir da torre sineira.


(Ilustração nossa, 2015).
Vista geral do interior da igreja a partir da entrada. (Ilustração nossa, 2015).
Vista geral da cobertura a partir da torre sineira. (Ilustração nossa, 2015).
Da esquerda para a direita: Vista geral do interior da igreja a partir da entrada; pormenor da tacaniça e “Blue Sponge Relief” (Ilustração nossa, 2015, montagem e
adaptação a partir de Klein, 2004).
Vista geral do interior da igreja a partir do coro. (Ilustração nossa, 2015).
Vista geral do interior da igreja a partir do coro Pormenor do catálogo de cores da
instalação de Mike Kelley; “Wild Carrot”. (Ilustração nossa, 2015).
[PRÉ] s e n s a ç õ e s *
[PRÉ]conceitos*

I n t e r d i ç ã o d a f r u i ç ã o p l e n a d a
e x p e r i ê n c i a a r q u i t e t ó n i c a
( AR Q U I T E T U R A C O M O AR T E )

I n t e r d i ç ã o d o “ p r a z e r d e
c o n h e c i m e n t o ” = AR T E *

* ( a a r t e c o m o p r a z e r d e c o n h e c i men to – J o s é d e Al m a d a N e g r e i ros )
A cor

LARANJA É CENOURA
selvagem

Uma cenoura não é uma laranja

Wild Carrot =
[Cenoura Selvagem]
VITAMINA A

AM O R + AR T E *

* s u p l e m e nt o p a r a u m a [ s o b r e ] v i v ê nc i a
“ A a r t e f a z o m e s m o . E l a é o a m o r m a i s v a s t o e d e s m e di d o. E l a é o a m o r d e
D e u s . N ã o p o d e d e t e r - s e n o i n d i ví d uo, q u e é a p e n a s o p o r t a l d a v i d a . E l a t e m
d e p a s s a r a t r a v é s d e l e . N ã o p o d e f i c a r c a n s a d a . P a r a s e r e a l i z a r p l e n a m e nt e
t e m d e a c t ua r o n d e t o d o s – s ã o u m . E q u a n do f a z a s u a d á d i v a a e s t e u m , t o dos
s ã o c u m u l a dos d e u m a r i q u e z a i l i m i t a da . ”

Rainer Maria Rilke


Vista da capela mortuária a partir da estrada principal. (Ilustração nossa, 2015).
Torre sineira da Igreja de Águas. (Ilustração nossa, 2015).
“ As p e s s oa s v i v e m c o m o l á p i d e s , c o m o a s i n s c r i ç õe s m a g n í f i c a s n o s o s s á r i os
e n a s s i n a g oga s . As p e s s o a s e s t ã o i n s c r i t a s n o s s e u s s e n t i m e n t os e n ã o
p o d e m a r r a n c á - l os d a p e d r a n e m d o p e r g a m i nh o. O s t r a t a d os e s c r e v e m - s e c o m
p o m b a s e t r a d uz e m - s e c o m f a l c õe s .”

Agustina Bessa-Luís
Torre das Águias, Brotas. (Ilustração nossa, 2014).
“ Ta l f o r ç a í n t i m a d a s á g u i a s , q u e c o n s t r uí a m o n i n h o c o m p e d r a s . ”

Agustina Bessa-Luís

Torre das Águias, Brotas. (Ilustração nossa, 2014).


“ As p e d r a s s ã o m u d a s . M a s , o b j e c t i v a m e nt e , g r i t a m , s e h o u v e r u m h o m e m q u e
c o n s i ga d e c i f r a r a s u a l i n gua ge m . E t o d a a l i n gu a ge m f e c un da é s e m p r e
indirecta. É necessária a empatia que nos permita ouvir as vozes da
Ar q u i t e c t ur a ”.

Bernardo Manoel
“ O e s p i r i t o d e u m r i o é a s u a o b e d i ê nc i a a o c a m i nho q u e l e v a . ”

Agustina Bessa-Luís
“ Ap r e n d e - s e c o m o s t e m e r á r i os , a i n da q u e s e c o n v i v a d e p r e f e r ê nc i a c o m o s
prudentes.”

Agustina Bessa-Luís
[IN]* utilidade

*“em, dentro”

Porto Editora
[IN] * u t i l i d a d e
“ N u m t e x t o, s e j a e l e e s c r i t o o u d e s e nh a do, o l e i t or s ó l á c o n s e gu e e n c o n t r a r
a q u i l o q u e d a v i d*“em,
a e l e dentro”
próprio aí deposita.”

Bernardo Manoel
Porto Editora
Pia baptismal. (Ilustração nossa, 2015).
Vista do interior a partir do batistério. (Ilustração nossa, 2015).
Receptáculo para água benta. (Ilustração nossa, 2015).
[IN] * u t i l i d a d e
“ Á g u a p a r a da c o r r e e m p r o f un di da de . ”
*“em, dentro”

Provérbio de origem desconhecida


Porto Editora
[IN] * u t i l i d a d e
“ A á g u a e n c o nt r a s e m p r e o s e u c a m i nho. ”
*“em, dentro”

Provérbio de origem desconhecida


Porto Editora
P a r a D e u s n ã o h á i m p o s s í v e i s*
=
Para o Homem há:

*[IN] possíveis

Bíblia, Lucas 1:37


G R A T A

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