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NEUROPATIAS PERIFÉRICAS

Prof. João Carlos


Padrões
• Mononeuropatias: Grupo das lesões
isoladas de nervos periféricos. Podem ser:
- única: lesão de um único nervo.
- múltipla: lesões múltiplas isoladas.
• Polineuropatias: Grupo em que as
lesões manifestam distúrbios bilaterais
simétricos das funções motoras e sensitivas.
Fisiopatologia
• As lesões nos nervos podem ser por:
- Degeneração axonal (NEUROPATIA
AXONAL ou NEURONAL)
- Desmielinização paranodal ou segmentar
(NEUROPATIA DESMIELINIZANTE)
Neuropatias Axonais
• Velocidade de condução normal ou
levemente diminuída.
• Com denervação dos músculos envolvidos.
Neuropatias Desmielinizantes
• Velocidade de condução acentuadamente
reduzida ou abolida.
• Sem sinais de denervação muscular.
Sinais e Sintomas das Neuropatias
• Motricidade: Fraqueza muscular, atrofia
muscular, reflexos tendinosos diminuídos.
• Sensibilidades: Subjetivo: dores,
formigamento, dormências; Objetivo:
Hipoestesia total, hiperpatia.
• S. N. Autônomo: Pele vermelha, seca,
lisa, brilhante e fria.
Lesões: sinais e sintomas
• Das fibras motoras: Paresia, hipotonia e hiporreflexia
• Das fibras motoras viscerais: Pele seca, lisa, brilhante e
vermelha
• Das fibras sensitivas:
- Subjetivo: dor, parestesias (formigamento, queimação,
etc) e dormência (hipoestesia)
- Objetivo: hipoestesia ou anestesia geral
• Das fibras sensitivas viscerais:
- Subjetivo: Dor e plenitude visceral
- Objetivo: Nada
Causas de Neuropatias
• Difteria, Lepra, Herpes Zoster, Infecções,
Diabete, Amiloidose, Hepatopatias,
Leucemia, Carcinomas, Linfomas, Drogas,
Deficiência nutricional, Alcoolismo,
Intoxicações exógenas, Artrite Reumatóide,
Hereditariedade.
POLINEUROPATIAS
• Formas:
- Leve: com dor, dormência, formigamento, sem
paresia ou hipoestesia ou hiporeflexia.
- Moderada: somam-se a paresia, a hipoestesia
(em bota e em luva), hiporreflexia.
- Severa: somam-se a plegia, a anestesia, a
arreflexia, a pele vermelha, lisa, brilhante e seca,
impotência, bexiga atônica (retém), hipotensão ort.
Tratamento
• Remover a causa determinante.
• Terapia física: fisioterapia, proteger contra
queimaduras e traumatismos
• Terapia sintomática: analgésicos
• Hipotensão ortostática: meias elásticas
Síndrome De Guillain-Barré
• É uma polirradiculoneuropatia motora.
• Acompanhada de doença infecciosa, vacinas ou
procedimentos cirúrgicos.
• Manifesta-se por fraqueza progressiva, simétrica,
ascendente podendo atingir a respiração e a
deglutição.
• Líquor com aumento de proteína.
Polineuropatias dos distúrbios
sistêmicos e metabólicos
• Da diabete.
• Do alcoolismo.
Polineuropatia da diabete
• A polineuropatia sensorial é a mais
freqüente.
• Pode mostrar: polineuropatia mista,
neuropatia motora assimétrica,
radiculopatia tóraco-abdominal, neuropatia
autonômica e lesões isoladas de nervos.
• Tratamento: controle da diabete e da dor.
Polineuropatias Das Doenças
Inflamatórias
• Da Lepra.
• Da AIDS.
• Dos soro-positivos em HIV.
• Da Doença de Lyme.
• Da Poliarterite.
• Da Artrite reumatóide.
Outras Polineuropatias
• Associadas à doenças críticas.
• Tóxicas (pesticidas, etc).
• Das doenças malignas.
Mononeuropatias
• Do Mediano (Túnel do Carpo).
• Do Interósseo Anterior ou Pronador Redondo.
• Do Ulnar.
• Do Radial.
• Do Femural.
• Do Ciático.
• Do Fibular comum
• Do Tibial Posterior (Canal do Tarso).
• Do Facial.
Síndrome Do Túnel Do Carpo
• Causa traumática, a maioria das vezes.
• Provocada pelo retináculo dos flexores.
• Compressão do nervo mediano.
• manifesta dor na mão, depois antebraço,
dificuldade da fechar a mão, hipoestesia na
face interna da mão.
• Tratamento cirúrgico
Síndrome do Interósseo Anterior
ou do Pronador Redondo
• Por lesão entre as duas cabeças do M.
Pronador Redondo.
• Fraqueza desse músculo e do flexor longo
do polegar e flexor profundo dos dedos,
sem dor.
Lesão Do Nervo Ulnar
• Ocorre no epicôndilo medial.
• Perda sensitiva do 5 e metade do 4 dedo, borda
medial da mão e antebraço.
• Fraqueza nos músculos flexor profundo dos dedos
e flexor ulnar do carpo, abdutor e flexor do dedo
mínimo, oponente do dedo mínimo, todos os
interósseos, terceiro e quarto lumbricais, o adutor
do polegar e o flexor curto do polegar (mão em
garra).
• Tratamento cirúrgico.
Lesão Do Nervo Radial
• Por muletas ou pendente nas costas das cadeiras e
deitar sobre o braço, no cotovelo, no antebraço e
no punho.
• Perda sensitiva no dorso da mão, entre o polegar e
o indicador, somente.
• Perdas motoras depende da altura da lesão. Em
axila perde a extensão do antebraço, do punho e
das falanges proximais e polegar.
Lesão Do Nervo Femural
• Ocorre no diabete, por pressão do ligamento
inguinal, hematomas, neoplasias.
• Perda sensitiva da face ântero-mediana da
coxa e em pequena faixa até o calcanhar.
• Fraqueza e atrofia do M Quadríceps da
Coxa, perda do reflexo patelar.
Meralgia Parestésica
• Lesão do Nervo Cutâneo Femural Lateral.
• Em obesos, diabéticos ou na gestação.
• Manifesta dor, parestesias, hipoestesia ao
longo da face externa da coxa, unilateral e
melhora quando o paciente senta.
Lesão do Nervo Ciático
• Por injeções profundas, traumas.
• Perda da extensão da coxa, da flexão do
joelho e de todos os movimentos do pé e do
calcanhar.
• Perda das sensibilidades abaixo do joelho.
• Reflexo aquiliano perdido.
Lesão do Nervo Fibular Comum
• Lesão na cabeça e colo da fíbula.
• Perda da dorso-flexão e eversão do pé, que
resulta da queda do pé.
• Perda sensitiva no dorso do pé e face lateral
da perna.
Síndrome do Canal Tarsal
• O canal tarsal é na altura no maléolo
medial, onde passa o N. tibial posterior
• Manifesta dor, parestesias, hipoestesia na
parte inferior do pé, deixando de fora o
calcanhar. Pouca fraqueza muscular.
Plexopatias
• Neuropatia do plexo braquial.
• Síndrome da Costela cervical.
• Neuropatia do Plexo lombo-sacro.
Neuropatia Do Plexo Braquial
• Ocorre por neoplasias, traumas, anomalias.
• A forma idiopática ataca C5 e C6, com
perdas motoras, sensitivas e reflexas.
- Pode haver atrofias.
- Causa desconhecida.
Síndrome Da Costela Cervical
• Comprime C8 e T1 ou tronco inferior.
• Provocado por costela em C7 ou processo
transverso longo.
• Dor no trajeto do nervo ulnar.
• Atrofia dos músculos intrínsecos da mão e
eminência tenar.
Lesão Do Plexo Lombo-Sacro
• Ocorre no diabete, câncer, hemorragias e
traumatismos ou de forma idiopática.
• Causa dor, fraqueza, alterações motoras,
sensitivas e reflexas.
• Depende da parte do plexo afetado.
Eletrodiagnóstico
• Eletroneurografia: Estuda a velocidade de
condução nervosa. Está diminuída nas
neuropatias
• Eletromiografia: Estuda o neurônio motor
inferior (neurônio motor, no corno anterior
da medula), as fibras motoras (axônios
desses neurônios), a placa motora o os
músculos esqueléticos
Exame do líquor
• Importante nas polirradiculoneurites como a
de Guillain-Barré
Sensibilidade dos nervos
• Pela palpação com pressão com os dedos
testa-se a sensibilidade, principalmente a
dor.
• Faz-se nos trajetos superficiais e nos
profundos, entre a musculatura
• A dor está presente nos processos
inflamatórios e traumáticos. Ex: o nervo
ciático é positivo a dor em caso de hérnia de
disco
A forma do nervo
• Forma normal: Cilíndrica e constante
• Presença de algumas bolinhas: Neuromas
no seu trajeto
Paralisia Facial

Prof. João Carlos


NERVO FACIAL (VII par)
• Nervo misto: MOTOR, parassimpático
secretor, gustação 2/3 ant língua, e
sensibilidade da orelha

• Transita dentro do osso temporal


Avaliação do paciente com
Paralisia Facial
• Anamnese – duração
• Hipoacusia sensorioneural,
dor severa
• Trauma, otite média
• Topodiagnóstico
• Audiometria
Paralisia Facial
• Função MOTORA:
• Inspeção: desvio para lado normal
• Movimento hemiface superior: franzir a testa,
aproximar sobrancelhas, fechar os olhos
(Sinal de Bell)
• Movimento hemiface inferior: abrir a boca,
rir.
Paralisia Facial
Tipos

• CENTRAL(1º neur ou UMN)


• PERIFÉRICA: nuclear ou
no nervo (2º neur ou LMN)

UMN= Upper motor neuron


LMN= Lower motor neuron
Paralisia CENTRAL (UMN)
Paralisia PERIFÉRICA (LMN)
LMN dir

UMN
esq

CENTRAL PERIFÉRICO
Paralsia Facial Periférica

Sinais da paralisia muscular


• Hemiface ipsilateral sem prega nasolabial
(queda do canto da boca)
• SInal de Bell
• Ausência de rugas ou pregas ao redor dos
olhos
• Canto da boca retrai para o lado oposto ao
sorrir
• Baba saliva pelo canto da boca paralisado
• Lacerações mucosa oral do lado
paralisado
• Olho seco com irritação corneana
Paralisia Facial Periférica

Lesão em
Fibras motoras para Paralisia hemiface
hemiface, ipsilateral

O que NÃO Sensibilidade na córnea


está lesado? (N. Trigêmio – V par

Fibras para gl subllingual


e submandibular

Gustação 2/3 ant da língua


Paralisia Facial Periférica
Causas

• Trauma: fraturas, cirúrgico


• Tumores
• Infecciosas: Otite média
• Idiopática (Paralisia de Bell)
Paralisia Facial Periférica
(idiopática – de Bell)
• Incidência anual:
23/100.000
• Sexo: M=F
• Todas as idades
Paralisia Facial de Bell
(periférica idiopática)

• Início súbito
• Dor retro-auricular, hipoestesia, e
hiperacusia
• Recuperação - 80% - 30-60 dias
Paralisia Facial:
Lesões no Nervo Facial
• Neuropraxia: axonios sem
descontinuidade
• Axoniotmesis:
• Degeneração Walleriana (distal a
lesão)
• Neurotmesis:
• Degeneração Walleriana (distal a
lesão)
• Interrupção dos axonios, perda
dos túbulos e células de suporte
Lesões no Nervo Facial
Neuropraxia
• Axônios intactos (bloqueio apenas
“fisiológico”)
• 90% normalizam entre 2-4 semanas
• Paralisia de Bell
Lesões no Nervo Facial
Axoniotmese
• Lesão parcial de axônios
• Neurilema preservado

• Sincinesias: Regeneração parcial e


desordenada dos axônios (“Síndrome de
Lágrima de Crocodilo”)
Lesões no Nervo Facial
Neurotmese
• Lesão total/parcial do axônio
• Neurilema comprometido
• Seqüelas funcionais graves
• Raro na Paralisia de Bell
Bem... e qual é a paralisia facial
mais comum ?
Paralisia de Bell
• Idiopática
• Periférica
• Início súbito
• Hemiface paralisada (Sinal de Bell= ao tentar
fechar a pálpebra o olho do lado paralisado desvia
para cima e fora)
Paralisia de Bell
Evolução
• “Auto-limitada”: 85% recupera a motilidade
“normal” em 1 ano mesmo sem tratamento !

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