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FILOSOFIA MEDIEVAL
PENSAMENTO CRISTÃO:
FÉ X RAZÃO
Professor – Juvenal Cardoso
FILOSOFIA MEDIEVAL
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 Cristianismo (religião) baseia-


se :

 1. Fé – crença irrestrita ou adesão


incondicional...

 2. Verdades reveladas (Deus) –


verdades expressas nas Sagradas
Escrituras (Bíblia) e interpretadas
segundo a autoridade da Igreja.
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 Sto. Ambrósio (340-397):

 Teólogo e bispo de Milão; figura das


mais influentes do século IV, teria
afirmado:

 “Toda verdade, dita por quem quer


que seja, é do Espírito Santo”.
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 Conclusão:
 1. Toda investigação filosófica ou científica

não poderia, de modo algum, contrariar as


verdades estabelecidas pela fé católica.
 2. Os filósofos não precisavam mais se
dedicar à busca da verdade.
 3. Ela, a verdade, já teria sido revelada por

Deus aos seres humanos.


 4. Restava, apenas, demonstrar
racionalmente as verdades da fé.
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 Razão e fé juntas (de outro lado):


 Surgiram pensadores cristãos que
defenderam o conhecimento da filosofia
grega.
 Perceberam a possibilidade de utilizá-la
como instrumento a serviço do cristianismo.
 Objetivo: convencer os descrentes pela
razão, para fazê-los aceitar a imensidão dos
mistérios divinos, somente acessíveis pela
fé.
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 Quatro momentos principais:

 1. Padres apostólicos – São Paulo pelo


volume literário de suas epístolas
(cartas escritas pelos apóstolos) .

 2. Padres apologistas – faziam apologia


do cristianismo contra a filosofia pagã.
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 3. Patrística – pretendia uma conciliação


entre a razão e a fé. Destacam-se a figura
de Sto. Agostinho e a influência da
filosofia platônica.
 4. Escolástica – buscou-se a
sistematização da filosofia cristã,
sobretudo a partir da interpretação da
filosofia de Aristóteles, com destaque
para a figura de Sto. Tomás de Aquino.
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PATRÍSTICA
 Introdução:
 1. Durante o desenvolvimento do

cristianismo houve a necessidade de


dar explicações ao povo e às
autoridades romanas.
 2. Não poderia ser feito a força.

 3. Apresentação deveria ser feita

mediante um trabalho de pregação e


conquista espiritual.
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PATRÍSTICA
 4. Assim sendo, alguns padres da
igreja empenharam-se na elaboração
de diversos textos sobre a fé e a
revelação cristãs.
 5. O conjunto desses textos ficou
conhecido com patrística por terem
sido escrito principalmente por
padres da igreja.
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PATRÍSTICA
 6. Inspirada na filosofia grego-
romana, tentou munir a fé de
argumentos racionais, ou seja,
buscou a conciliação entre
cristianismo e o pensamento pagão.
 7. O principal expoente foi
Agostinho.
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PATRÍSTICA
 Desenvolvimento:
 Aureliano Agostinho (354 – 430) nasceu

na África.
 Professor de retórica em escolas
romanas, despertou para a filosofia
lendo Cícero (orador e político romano).
 Posteriormente deixou-se influenciar
pelo maniqueísmo (doutrina que afirma
dois princípios opostos: o bem e o mal)
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PATRÍSTICA
 Posteriormente entra em contato
com o ceticismo e depois com o
neoplatonismo.
 Cresceu em Agostinho uma
inquietação em busca de sentido
para sua vida.
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PATRÍSTICA
 Superioridade da alma
 Em sua obra ele argumenta em favor

da supremacia do espírito sobre o


corpo, a matéria.
 A alma foi criada por Deus para reinar

sobre o corpo, dirigindo-se para a


prática do bem.
 Pecador: inverte tal relação usando do

livre-arbítrio.
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PATRÍSTICA
 Assim o espírito fica subordinado à
matéria.
 Tal situação seria o equivalente à
subordinação do eterno ao transitório.
 A verdadeira liberdade estaria na
harmonia das ações humanas com a
vontade de Deus.
 Ser livre é servir a Deus, pois o

prazer de pecar é a escravidão.


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 A matriz aristotélica até Deus.


 Escolástica – palavra derivada de
escola.
 Carlos Magno (séc. VIII): funda escolas

ligadas às instituições católicas.


 Assim sendo, a cultura greco-romana,

guardada nos mosteiros, volta a ser


divulgada.
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 A partir do séc. XIII o aristotelismo penetra


de forma profunda no pensamento
escolástico.
 Isto se deveu a muitas descobertas de

obras de Aristóteles até então


desconhecidas.
 Durante a escolástica, a busca da
harmonização entre fé e razão manteve-se
como problema básico de especulação
filosófica.
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 1ª fase (séc. IX ao fim do séc. XII):


confiança na perfeita harmonia entre
fé e razão.
 2ª fase (séc. XIII ao principio do séc.

XIV): elaboração de grandes sistemas


filosóficos, merecendo destaque as
obras de Tomás de Aquino. Nesse
período a fé pode ser parcialmente
obtida.
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 3ª fase (séc. XIV até o séc. XVI):


decadência da escolástica, marcada
por disputas que realçam as
diferenças entre fé e razão.
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 A questão dos universais


 O método investigativo escolástico
privilegiava o estudo da linguagem
(gramática, retórica e dialética)para depois
passar ao exame das coisas (geometria,
aritmética, astronomia e música).
 Desse método surgiu a seguinte pergunta:

qual a relação entre as palavras e as


coisas?
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 Rosa é o nome de uma flor.


 Quando a flor morre, a palavra fala

de uma coisa inexistente, de uma


idéia geral.
 Como isso acontece?

 O grande inspirador da questão foi o

filósofo Porfírio em sua obra Isagoge.


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 Tal problema filosófico gerou muitas


discussões.
 Tal situação envolvia não apenas
problemas lingüísticos e gnosiológicos
mas também teológicos.
 Diante da questão dos universais
surgiram duas posições antagônicas:
o realismo e o nominalismo.
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 Realismo:
 Sustentam a tese de que os universais

existiam de fato, ou seja, as ideias


universais existiriam por si mesmas.
 Assim sendo, a bondade e a beleza

seriam modelos ou moldes a partir dos


quais se criariam as coisas boas e as
coisas belas.
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 Os seus representantes são:


 1. Essa posição foi defendida por

Sto. Anselmo que acreditava que


as ideias universais existiriam na
mente divina.
 2. O bispo francês Guilherme de

Champeaux.
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 Nominalismo:
 Sustentam a tese de que os termos
universais não existiriam em si mesmos,
pois seriam somente palavras, sem
existência real
 Para os nominalistas, o que há são os seres

singulares, e o universal não passa de um


nome, uma convenção.
 Essa tese era sustentada por Roscelin de

Compiège
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 Santo Tomás de Aquino (1226 –


1274)
 Reviveu em grande parte o
pensamento de Aristóteles.
 Fez da filosofia de Aristóteles um

instrumento a serviço da religião


católica.
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 Provas da existência de Deus


 O primeiro motor: tudo aquilo que

se move é movido por outro ser. Se


não houvesse um primeiro movente,
cairíamos em um processo
indefinido. Logo é necessário chegar
a um primeiro ser movente que não
seja movido por outro. Tal ser seria
Deus
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 Causa eficiente: todas as coisas


existentes não possuem em si a
causa eficiente de sua existência.
Devem ser consideradas efeitos de
alguma coisa. Assim sendo, é
necessário admitir a existência de
uma causa eficiente, responsável
pela sucessão de efeitos. Essa causa
seria Deus.
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GRATO !!!

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