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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
NÚCLEO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE

CADERNO DE RESUMOS

DA

XI JORNADA DE
HISTÓRIA ANTIGA DA UERJ

HISTÓRIA, IMAGEM E CINEMA

07 A 11 DE ABRIL DE 2014
Copyright©2014: Todos os direitos desta edição estão reservados ao Núcleo de
Estudos da Antiguidade – NEA, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
2014.
Capa: Junio Cesar Rodrigues Lima
Editoração e Diagramação: Carlos Eduardo da Costa Campos & Luis
Filipe Bantim de Assumpção
Description: Arte do site do evento do NEA/UERJ.

CATALOGAÇÃO

Caderno de resumos: XI Jornada de História Antiga da UERJ –


História, Imagem e Cinema; Alair Figueiredo Duarte, Carlos Eduardo
da Costa Campos, Junio Cesar Rodrigues Lima, Luis Filipe Bantim
de Assumpção, Maria Regina Candido (org.)- Rio de Janeiro:
UERJ/NEA, 2014.
35 p. ISSN: 1676-7071
1. História antiga – Congressos. 2. Civilização antiga –
Congressos.

Núcleo de Estudos de Antiguidade


Site: www.nea.uerj.br / e-mail: neaeventos@gmail.com –
nea.uerj@gmail.com
Tel: (021) 2334-0227

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Reitor: Ricardo Vieiralves de Castro
Vice-reitor: Christina Maioli
Extensão e Cultura: Nádia Pimenta Lima

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas


Dirce Eleonora Nigro Solis

Departamento de História
Paulo Seda

Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/UERJ)


Lúcia Maria Pereira das Neves

Conselho Editorial
Anderson Martins Esteves - UFRJ
Carmen Soares - UC
José Maria Neto - UPE
Deivid Valério Gaia – UFPel
Fábio Vergara - UFPel
Maria Regina Candido - UERJ
Maria do Carmo Parente - UERJ
Maria Cecilia Colombani - UM
Vicente Dobroruka - UnB

Comissão Organizadora
Maria Regina Candido (Presidente da Comissão)

Membros:
Alair Figueiredo Duarte – CEHAM / UERJ/
Carla Lavinas - UERJ
Carlos Eduardo da Costa Campos– CEHAM /PPGH/ UERJ
Carolyn Fonseca – PPGH/UERJ
José Roberto de Paiva Gomes – PPGHC/UFRJ
Junio César Rodrigues Lima – CEHAM / UERJ
Luis Filipe Bantim de Assumpção – CEHAM/UERJ
Marina Rockenback – PPGHC/UFRJ
Vinícius Moretti - UERJ
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APRESENTAÇÃO

O tema História, Imagem e Cinema, integra a XI Jornada


de História Antiga, promovida pelo Núcleo de Estudos da
Antiguidade, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
no período de 07 a 11 de abril de 2014.
A referida temática possibilita-nos extrapolar o domínio
descritivo das fontes literárias, assim como servir de contraponto
com as mesmas, seja para analisar um vaso antigo ou uma
representação moderna de um determinado grupo. Além do exposto
objetivamos abrir o diálogo sobre as possibilidades de ensinar esse
curioso mundo antigo, nas escolas brasileiras de nível fundamental
e médio.
Assim o NEA conta com a agradável presença de
pesquisadores da PUCRS, UFRJ, UFF, UnB, UNICAMP, UFG,
UNIRIO, UFOP, UEMA, UNEB, UNIFAL, UEM, USP/MAE,
UPE, ULBRA, UFPel para o desenvolvimento de sua atividade.
A Equipe NEA/UERJ continua acreditando na
possibilidade de pesquisar História Antiga no Brasil, no dialogo e
interação entre a graduação e a pós-graduação, na reciprocidade
dos convênios e parcerias, mas acima de tudo na gentileza, na
amizade e solidariedade entre seus integrantes. Enfim, desejamos
repartir com todos os participantes um excelente momento de
convivência e confraternização. Boas vindas!

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PROGRAMAÇÃO

SEGUNDA FEIRA (07/04/2014)

Credenciamento: (08h00 às 10h10): Sala 9030, nono andar, bloco A.

Conferência de Abertura: (10h30 às 12h00) Auditório 9031 das Pós-


Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.

História e Cinema – As ressignificações de Medéia no século XX


Prof. ª Dr. ª Maria Regina Candido – Universidade do Estado do Rio de
Janeiro

Palestra:(13h20 às 14h00) Auditório 9031 das Pós-Graduações do


IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da mesa: Doutorando Alair Figueiredo Duarte

Participações femininas na vida pública e nas atividades


da domus - testemunhos epigráficos entre Nuceria, Stabiae
e Surrentum
Prof.ª Dr.ª Marici Martins Magalhães – MHN – CEHAM/UERJ

Mesa Redonda – 1:(14h10 às 15h20) Auditório 9031 das Pós-


Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Doutorando Alair Figueiredo Duarte

O poder marítimo ateniense no período clássico e a reformulação


dos imaginários sociais da polis
Doutorando Alair Figueiredo Duarte – NEA/UERJ – PPGHC/UFRJ

O papel de Sólon no circuito comercial e mercantil de Atenas no


século VI a.C.
Mestranda Carolyn Souza Fonseca da Silva – NEA/PPGH/UERJ

Sappho, Vênus de Lesbos (1960): a formulação de um imaginário


social feminino pelo cinema
Doutorando José Roberto de Paiva Gomes – NEA - PPGHC/UFRJ

Mesa de Comunicação – 1: (15h30min às 17h00) Auditório 9031 das


Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Doutorando José Roberto de Paiva Gomes

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De rerum ueritate: o verossímil como elo de ligação entre a
História e a ficção em reconstituições arqueológicas e
cinematográficas da Roma Augustana
Mestranda Andréia Tamanini – PPGHC/UFRJ

A Idade Média no Discurso Fílmico: apresentação de um projeto


que articula ensino, pesquisa e extensão
Mestrandas Andréa Torres e Nathalia Xavier – PPGHC/UFRJ

Período Orientalizante e interações culturais no sudeste da Ibéria


Mestranda Ellen Moura Teixeira de Vasconcelos – PPGH/ UFF

Os gauleses de César: a etnografia e o virtus no Bello Gallico


Graduando Giovane Vasconcellos Cella - UNIRIO

As faces de Dioniso através da análise de figuras vermelhas dos


vasos áticos do período clássico
Especialista Thassia Izabel Ferreira Magalhães – CEHAM/UERJ

TERÇA – FEIRA (08/04/2014)

Palestra:(10h30min – 12h00min) Auditório 9031 das Pós-


Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.

Gladiador", na arena... política


Prof.ª Dr.ª Regina M. da Cunha Bustamante – LHIA e PPGHC / UFRJ

Mesa Redonda – 2: (13h20min às 14h30min.) Auditório 9031 das


Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Doutorando Carlos Eduardo Campos

Uma Perspectiva histórica sobre as defixiones latinas no seriado


Roma (2005)
Doutorando Carlos Eduardo da C. Campos – NEA/PPGH/UERJ

Autonomia e Engajamento Político das Mulheres no Seriado


"Roma"
Mestrando Filipe Silva - UNICAMP

Antiguidade Romana e Usos do passado: uma análise do


documentário "ìcones do Mau Comportamento"
Doutoranda Natália Ferreira de Campos – UNICAMP
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Mesa Redonda – 3: (14h40min às 15h50min) Auditório 9031 das
Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Doutorando Carlos Eduardo Campos

Releituras do herói homérico no cinema: Aquiles – um estudo de


caso
Doutoranda Alessandra Serra Viegas – UFRJ/PUC-Rio

Uma análise da representação de vikings e muçulmanos no filme o


13º guerreiro
Mestrando Cláudio Luiz da Silva – PPGH/UERJ

As representações da Esparta clássica no reino da Prússia e na


Alemanha contemporânea
Prof. Ms. Luis Filipe Bantim de Assumpção – NEA/CEHAM/UERJ

Judah ben-Hur por Yossef ben-Matitiahu: o discurso de Lew


Wallace e as relações socioculturais entre judeus, romanos e
cristãos no século I d. C.
Prof. Ms. Junio Cesar Rodrigues Lima – NEA / UERJ

Mesa de Comunicação – 02: (16h00 às 17h10 min.) Auditório 9031


das Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Prof. Ms. Luis Filipe Bantim de Assumpção

E se Jesus fosse um revolucionário? Jules Dassin e a reinvenção


fílmica sobre o Nazareno
Doutorando Daniel Brazil Justi - PPGHC/IH/UFRJ

Imagens de Poder: Magia e Resitência em torno da figura de


Abraxas nos Papiros
Doutorando Italo Diblasi - PPGHC/IH/UFRJ

As conversões de Paulo: uma breve análise comparativa entre as


telas de Caravaggio e as narrativas de conversão em Atos
Mestranda Juliana B. Cavalcanti – IH/PPGHC/UFRJ

E se Jesus nascesse na África do Sul?


Doutorando Lair Amaro dos Santos Faria - IH/PPGHC/UFRJ

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Mesa de Comunicação–03: (17h20 às 18h40) Auditório 9031 das
Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Prof. Ms. Luis F. Assumpção

A rainha egípcia no cinema: o erotismo e a sexualidade presentes


na Cleópatra de Elizabeth Taylor
Graduanda Bárbara Rodrigues de Oliveira – UFPR

O cinema fascista italiano e a sua representação da antiguidade e a


sua representação da Antiguidade
Graduando Joaquim do Souto Oliveira Neto – UPE

Ecos no Tempo: A Recepção dos Épicos de Homero em Final


Fantasy IX
Prof. Ms. Lúcio Reis Filho – UEMG

História Antiga e seus Pesquisadores nos Videogames: Uma


Leitura
Mestranda Marina Fontolan – UNICAMP

Elmo, escudo e bota: três mundos gregos para a mulher-maravilha


(Grécia antiga, década de 40 e década de 80)
Graduado Savio Queiroz Lima – UNEB

QUARTA – FEIRA (09/04/2014)

Palestra: (10h30min às 12h00) Auditório 9031 das Pós-Graduações


do IFCH, nono andar, bloco F.

Imagem, memória, história: uma abordagem simbólica das fontes


visuais
Prof.ª Dr.ª Laura Nery – UERJ

Cinema / História: uma introdução ao debate


Prof. Dr. Flaviano Isolan – UERJ

Mesa Redonda – 04 (13h20min as 14h30 min.): RAV 94, nono


andar, bloco A.
Coordenação da Mesa: Prof. Ms. Luis Filipe Bantim de Assumpção

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Conflito e convivência nas cidades medievais ibéricas durante a
Reconquista
Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Parente Santos – UERJ

A conversão de Francisco de Assis em Imagens


Prof.ª Msa. Miriam Lourdes Impellizieri Silva - UERJ

A Construção de um Malefício na Literatura e na Iconografia


Medievais: A Carnalidade e a Espiritualidade de Israel em questão
Prof.ª Dr.ª Renata Rozental Sancovsky – PPGHR /UFRRJ

Mesa Redonda – 05:(14h40 às 15h50) Auditório 9031 das Pós-


Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Doutorando Alair Figueiredo Duarte

Aida: Apropriações modernas do Egito Antigo


Mestrando André Luís Silva Effgen – MN/UFRJ

A busca por Nefertiti: uma análise por meio da animação a Rainha


Sol
Doutoranda Liliane Cristina Coelho - PPGH-UFF/Uniandrade

Somos todos Cleópatras - As construções de gênero no cinema


Prof.ª Ms.ª Thais Rocha da Silva – USP

A “Maldição da Múmia”: A descoberta da múmia de


Tutankhamun e suas representações cinematográficas
Graduada Raizza Teixeira dos Santos – MN/UFRJ

Mesa de Comunicação – 04:(16h00 às 17h10) Auditório 9031 das


Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação da Mesa: Prof. Ms. Luis Filipe Bantim de Assumpção

Ensino de história e novas abordagens: o teatro grego em sala de


aula
Graduando Adriano do Nascimento Araújo Filho – UPE

A Guerra das Gálias - Um Dionísio gaulês


Prof. Esp. Amarildo Pinto Silva – CEHAM/UERJ

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Ecos da Antiguidade: Presenças gregas e egípcias na arte moderna
pernambucana
Graduanda Thaís Cavalcanti de Arruda Tôrres – UPE

A imagética de Teseu como discurso de legitimação


Graduando Rafael Silva dos Santos – UNESA - NEA/ UERJ

QUINTA – FEIRA (10/04/2014)

Palestras: (10h40 às 12h30) Auditório 9031 das Pós-Graduações do


IFCH, nono andar, bloco F.

A batalha de Teutoburgo – a imagem de uma derrota militar


Prof. Dr. Anderson de Araujo Martins Esteves – PPGLC/UFRJ

Símbolos da antiguidade em cemitérios paranaenses


Prof. Dr. Moacir Elias Santos - UEPG

MINICURSO – (13h20 às 14h30) Auditório 9031 das Pós-


Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Docente: Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido - UERJ

Mesa de Comunicação – 05: (14h40 às 15h50) Auditório 9031 das


Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação de Mesa: Doutorando Alair Figueiredo Duarte

A literatura e o cinema: as perseguições aos cristãos no Império


Romano
Prof. Dr. Diogo Pereira da Silva – UERJ/FFP

"The Lost Tomb of Jesus": um estudo de caso em torno do


discurso produzido em documentários
Mestranda Tami Coelho Ocar – UNICAMP

"...E ele teria caçado Bin Laden até o Afeganistão, se fosse


preciso": O Alexander de Oliver Stone e a política norte-americana
Mestrando Thiago do Amaral Biazotto – UNICAMP

A chegada de Júlio César a Alexandria por meio de produções


cinematográficas e televisivas
Graduando Victor Henrique da Silva Menezes - UNICAMP

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Mesa de Comunicação – 06:(16h às 17h10min.) Auditório 9031 das
Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação de Mesa: Doutorando Carlos E. da C. Campos

Entre a literatura e a imagem: Odisseu e as sereias


Mestranda Camila Alves Jourdan – PPGH/UFF

Literatura e Código de Conduta no Antigo Egito: as Máximas de


Ptahhotep
Graduando Lucas Ferreira Vieira - UFF/NEHMAAT - IC FAPERJ

Banquetes Romanos: Comensalidade, Hierarquia e Poder na


Roma Antiga
Mestrando Marcus Vinícius Macri Rodrigues – PPGHC/UFRJ

Construção da narrativa presente no culto de Ísis: Propagação,


disseminação e representação
Mestranda Marina Rockenback de Almeida – NEA - PPGHC/UFRJ

Mesa de Comunicação – 07: (17h20 às 18h30) Auditório 9031 das


Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Coordenação de Mesa: Prof. Ms. Luis Filipe Bantim de Assumpção.

Ditando moda: a indumentária feminina como fator de identidade


social na Atenas do período Clássico
Graduanda Carla Cristina da Silva Lavinas – NEA/UERJ

“Nossa Terra”: Um paralelo entre história, literatura e cinema


Graduando Matheus Gomes Aquino Matos – UPE

Novos caminhos para o ensino de História: O Teatro Grego na


sala de aula
Graduanda Priscilla Nascimento Silva – UPE

Algumas considerações em torno do lugar social das mulheres no


período helenístico
Graduando Vinicius Moretti Zavalis – NEA/UERJ

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SEXTA FEIRA (11/08/2014)

Palestras: (10h40min as 12h00) Auditório 9031 das Pós-Graduações


do IFCH, nono andar, bloco F.
Carl Theodor Dreyer e a Reinvenção Fílmica sobre Jesus
Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese - IH /PPGHC- UFRJ

MINICURSO – (13h20min às 14h30min) Auditório 9031 das Pós-


Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Docente: Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido

Minicurso

Tema: História e Imagem – Diálogos Necessários para o Mundo Antigo


Docente: Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido - UERJ
Período: 10 e 11 de abril de 2014
Horário: 13h20 as 14h30
Local: Auditório 9031 das Pós-Graduações do IFCH, nono andar, bloco F.
Ementa:
Vivemos em uma sociedade das imagens e como historiadores,
corremos o risco de não apreender o seu sentido diante da ausência de
uma metodologia que nos permita decodificá-las. O termo imagem é de
difícil definição variando de desenho, grafite, pintura a filmes e, na
atualidade, estamos mais familiarizados com a imagem proveniente de
mídia e publicidade. Entretanto, nós pesquisadores de História Antiga,
buscamos analisar sociedades que estão fora do tempo, do espaço e que
deixaram de existir, mas, deixaram vestígios de sua existência na forma
de cultura material. Como pesquisadores, precisamos recorrer ao corpus
imagético de vasos, afrescos e relevos gregos para tecer aproximação
com as crenças e tradições de sociedades como a dos atenienses que
deixaram alguns fragmentos textuais e várias imagens. Sendo assim, em
nosso minicurso vamos expor a metodologia de análise de imagens
produzida pelo NEA/UERJ, com base nas concepções de Martine Joly.
No segundo momento haverá a exposição de um estudo de caso, com
base na Atenas Clássica.

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Resumos

Ensino de história e novas abordagens: o teatro grego em sala de


aula
Graduando Adriano do Nascimento Araújo Filho – UPE

O ensino de História Antiga no Brasil remete ao simples


decorar de acontecimentos passados sem a preocupação da formação de
um senso crítico no que diz respeito ao saber histórico. A carência
brasileira nas práticas do ensino de História nos permite a busca por
novas metodologias, novas práticas para serem utilizadas no cotidiano da
sala de aula, a prática do Teatro Grego em sala de aula surge ai como um
exercício lúdico no que concerne ao Ensino de História e no que diz
respeito à Grécia Antiga. Por meio dela buscamos levar ao alunado peças
do teatro grego e outros textos que sirvam como base para que
possamos buscar uma possível compreensão do que se era vivido na
Grécia clássica.

O poder marítimo ateniense no período clássico e a reformulação


dos imaginários sociais da polis
Doutorando Alair Figueiredo Duarte – NEA/UERJ – PPGHC/UFRJ

Ao início do século V a.C. a polis dos atenienses sofreu


mudanças em sua política de Estado, inclinando-se a privilegiar o mar
como centro de gravitacional de poder político e militar. Tal perspectiva
marca também a ascensão política de segmentos sociais menos providos
de recursos como os thetais, que passavam a integrar a marinha ateniense
como remadores e marinheiros. A partir de um documentário que
descreve a batalha de Salamina, pretendemos analisar a reeducação da
polis à questões marítimas e a construção de novos ritos guerreiros que
legitimavam seu poder marítimo, reformulando seu imaginário social.

Releituras do herói homérico no cinema: Aquiles – um estudo de


caso
Doutoranda Alessandra Serra Viegas – UFRJ/PUC-Rio

Aquiles é, sem dúvida, o herói homérico mais paradoxal de


todos. Ele é homem e deus ao mesmo tempo e guarda características –
positivas e negativas – dessas duas naturezas. Segundo o terceiro livro da
República, para Platão o (mau) exemplo de Aquiles é um forte motivo
para que se expulsem os poetas dessa pólis idealizada. Propondo uma
13
releitura deste herói na atualidade, percebemos que muito de Aquiles se
apresenta no cinema em seus heróis e anti-heróis. Para refletirmos acerca
disto se deve este trabalho.

A Guerra das Gálias - Um Dionísio gaulês


Prof. Esp. Amarildo Pinto Silva – CEHAM/UERJ

A grandeza de Roma alcançava extremo Oriente, o norte da


África e a península Ibérica, uma série de tratados de amizade e aliança
assegura o norte da península Itálica, com grupos tribais diversos
intitulados gauleses. Nesse contexto um promissor general, um político
hábil em suas articulações sociais almejava alcançar a glória através do
impeto militar que identificava os romanos. Espalhados por toda região
os comerciantes romanos realizavam a ponte do vinho dos Bálcãs com
os gauleses em contrapartida esses cobravam altas taxas de impostos para
esse precioso líquido atravessar suas terras, por assim dizer essa atividade
comercial proporcionava uma alta renda aos cofres romanos. Ao fazer a
Guerra das Gálias Julio César buscava não só poder e glória, mas
também a manutenção da segurança do norte de Roma bem como o
monopólio da rota do vinho. Buscamos com essa pesquisa comprovar
através da fonte "Comentários De Bello Gallico" a real importância do
domínio da região para sociedade romana.

A batalha de Teutoburgo – a imagem de uma derrota militar


Prof. Dr. Anderson de Araujo Martins Esteves – PPGLC/UFRJ

No ano 9 d.C., no final do principado de Augusto, Roma sofreu


uma derrota militar simbólica: três legiões, sob o comando de Publius
Quintilius Varus, foram completamente massacradas na floresta de
Teutoburgo, norte da Germania, por tribos germânicas lideradas por
Arminius, chefe dos queruscos. A perda das aquilae, insígnias sagradas
das legiões, e a morte de cerca de vinte mil soldados representaram um
golpe profundo na sociedade romana do início do Alto Império e foi
tratada de forma diversa por historiadores e biógrafos gregos e
romanos. Neste estudo, compara-se a maneira pela qual a derrota de
Varus se apresenta em Tácito e Suetônio, ressaltando-se a imagem da
derrota militar.

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A Idade Média no Discurso Fílmico: apresentação de um projeto
que articula ensino, pesquisa e extensão
Mestrandas Andréa Torres e Nathalia Xavier – PPGHC/UFRJ

Em desenvolvimento desde o ano de 2012, o projeto de


extensão “A Idade Média no discurso fílmico”, coordenado pelas
professoras Andreia Frazão e Leila Rodrigues, promove a elaboração de
fichas comentadas sobre longas-metragens que procuram retratar ou
dialogar com o período medieval. Tal esforço, que conta com a
colaboração de estudantes de graduação e pós-graduação do Instituto de
História da UFRJ, visa à elaboração de materiais, cujo potencial didático
é fruto de debates acerca da perspectiva historiográfica sobre esta arte.
Igualmente, a divulgação dos estudos sobre a Idade Média para o grande
público é um motivador deste projeto que, surgido no âmbito do
Programa de Estudos Medievais, soma-se a outras propostas e eventos
de extensão promovidos mensalmente. Assim, esta comunicação
apresenta e divulga este trabalho, abrindo-o ao debate.

Carl Theodor Dreyer e a Reinvenção Fílmica sobre Jesus


Prof. Dr. André Leonardo Chevitarese - IH /PPGHC- UFRJ

Ao considerar a longuíssima produção fílmica relacionada ao


cristianismo, deve-se ter em mente às importantes mudanças feitas nos
anos cinquenta do século XX quanto à forma de filmar “Jesus”. Um dos
responsáveis por este “novo olhar” foi indiscutivelmente Carl Theodor
Dreyer. Apesar de ser desconhecido do grande público, este diretor
dinamarquês estreou, no ano de 1955, o seu filme Ordet. É para esta
produção fílmica que nossas atenções vão se voltar, a fim de se entender
o quanto de novo ela ainda contém, o quanto ela é ainda hoje seminal.

Aida: Apropriações modernas do Egito Antigo


Mestrando André Luís Silva Effgen – MN/UFRJ

A ópera Aida teve a sua estreia mundial no Cairo em 24 de


dezembro de 1871 composta pelo Giuseppe Verdi e com libreto
tradicionalmente assinado por Antonio Ghislanzoni. A ópera conta em
seu enredo uma história datada dos tempos faraônicos no Egito sobre o
amor do capitão da guarda real por uma escrava etíope. Escolhemos esta
ópera como foco deste trabalho em virtude de sua significância histórica
para os estudos das (re)apropriações do passado egípcio na modernidade
com o objetivo de examinar a extensão da egiptomania que permeou as
produções culturais europeias no Séc. XIX. Pretendemos também
15
abarcar no estudo as relações entre os setores mais abastados da
sociedade da época, que consumiam estas produções, e as influências do
Imperialismo Europeu no contexto de uma egiptologia nascente.

De rerum ueritate: o verossímil como elo de ligação entre a


História e a ficção em reconstituições arqueológicas e
cinematográficas da Roma Augustana
Mestranda Andréia Tamanini – PPGHC/UFRJ

A linha tênue que pretende separar a História das artes poeticae,


como a Ciência de seu falseamento, tem, na mimesis aristotélica, uma
janela que se lhes abre a intercomunicação. Os debates em torno das
recentes descobertas arqueológicas no Palatino, por exemplo, trazem à
tona a tensão entre imaginação e ciência no uso da verossimilhança para
a reconstituição “histórica” da realidade na Antiguidade. Por outro lado,
no Cinema, em filmes como a série Roma, da HBO, os cenários buscam
reconstituir uma ambientação realística, que permita tornar verossímil
sua história. Esta comunicação pretende explorar este momento,
quando, no terreno do verossímil, ambos, História e Cinema, se tocam.

A rainha egípcia no cinema: o erotismo e a sexualidade presentes


na Cleópatra de Elizabeth Taylor
Graduanda Bárbara Rodrigues de Oliveira – UFPR

O filme épico "Cleópatra", de Joseph Mankiewicz, de 1963, é


considerado um dos filmes mais famosos sobre a rainha egípcia. Nesta
comunicação busca-se fazer uma breve análise da figura de Cleópatra,
interpretada por Elizabeth Taylor, bem como criar um panorama dos
reflexos da antiguidade no cinema, utilizando-se das teorias de Usos do
Passado e Egiptomania. Além disso, pretende-se compreender a imagem
criada pelo cinema e pela sociedade estadunidense durante a década de
1960, da rainha egípcia Cleópatra VII, por meio do filme, abordando,
principalmente, as temáticas de erotismo e sexualidade relacionadas à
figura feminina da rainha egípcia.

Entre a literatura e a imagem: Odisseu e as sereias


Mestranda Camila Alves Jourdan – PPGH/UFF

Buscaremos nesta comunicação refletir sobre as duas formas de


suporte para a fixação das tradições helênicas, comparando-os a partir do
caso do embate entre Odisseu e as sereias. Nesta superação ardilosa do
herói, que desejava escutar os saberes cantados/contados pelas sereias,
16
contrapomos a questão da métis, que se apresentava de modo diferente
na obra homérica e nas cenas de vasos.

Ditando moda: a indumentária feminina como fator de identidade


social na Atenas do período Clássico
Graduanda Carla Cristina da Silva Lavinas – NEA/UERJ

A proposta da presente comunicação visa refletir sobre como a


indumentária da mulher persa comparado ao da mulher grega bem
nascida do período clássico simboliza um modo de viver especifico e
singular pertencente a aristocracia. E ao mesmo tempo, como essa
maneira de se vestir é revisitado na modernidade principalmente através
da representação cinematográfica dos anos 70.

Uma Perspectiva histórica sobre as defixiones latinas no seriado


Roma (2005)
Doutorando Carlos Eduardo da C. Campos – NEA/PPGH/UERJ

A sociedade atual vive um fenômeno peculiar que é o acesso a


diversas formas de informação e entretenimento, sejam elas por meio da
internet ou do televisor. Em tais elementos midiáticos notamos a
presença de representações sobre o Mundo Antigo, através das séries e dos
documentários, de cunho histórico. Sendo assim, verificamos que as
sociedades antigas são expostas por meio do exotismo cultural e dos
feitos de personagens ilustres, o que em muitos casos despertam o
interesse do telespectador. Para o profissional da História emerge uma
indagação: como se apropriar destes conteúdos, que a maioria dos alunos
possui em sua formação, transformando-os em um saber profícuo para
os referidos discentes? Em nossa exposição nos focaremos em
possibilidades de estudos sobre as práticas mágicas das defixiones latinas,
mediante análise de cenas provenientes de um recorte temático na
primeira temporada do seriado Roma de 2005.

O papel de Sólon no circuito comercial e mercantil de Atenas no


século VI a.C.
Mestranda Carolyn Souza Fonseca da Silva – NEA/PPGH/UERJ

A presente comunicação objetiva analisar materialização das


reformas de Sólon através da inserção de Atenas e de todo o território
Ático no circuito comercial e mercantil do Mediterrâneo a partir do
século VI A.C. Explicar a estrutura agrária, bem como o espaço
geográfico urbano, alicerçado na cerâmica que insurge como um
17
fomento ao comércio ateniense e torna-se complementar o espaço
geográfico rural, representado pelas ações mercantis de Atenas
relacionadas a tripé: óleo/vinho/mercado-grãos. Devido a notória
infertilidade do território ateniense, tornava-se necessário complementar
o contingente de grãos através da importação. De fato, Sólon promove a
exportação do azeite de oliva, procurando garantir a oferta de grãos
dentro de Ática.

Uma análise da representação de vikings e muçulmanos no filme o


13º guerreiro
Mestrando Cláudio Luiz da Silva – PPGH/UERJ

O escritor e cortesão árabe Ahmed Ibn Fadlan escreveu em


meados do século X um relato nomeado por ele de Risalã, no qual
descreve suas aventuras na região do Volga, atual Bulgária. Neste texto
registra seu encontro com escandinavos oriundos provavelmente da
Suécia e apresenta aspectos peculiares daquela sociedade. Tal obra serviu
de inspiração ao livro Os Devoradores de Mortos, de 1976, do
antropólogo e escritor Michael Crichton, que posteriormente serviu de
base ao filme O 13º Guerreiro de 1999. Nossa proposta é analisar a
representação de vikings e árabes apresentadas no filme enfatizando
aspectos como as atitudes perante a vida e o mundo, além de relações
pessoais e condutas religiosas proporcionando uma breve apreciação das
relações entre culturas tão distintas.

E se Jesus fosse um revolucionário? Jules Dassin e a reinvenção


fílmica sobre o Nazareno
Doutorando Daniel Brazil Justi - PPGHC/IH/UFRJ

O filme Celui que Doit Mourrir (1957), do diretor norte-


americano Jules Dassin, instaura uma forma absolutamente inédita de
representar e entender a figura de Jesus a partir do cinema. Inspirado na
obra de Nikos Kazantzakis – Jesus Recrucificado – o filme narra a
trajetória de um Jesus que intervém e participa de questões
contemporâneas em seu tempo presente. Essa leitura inaugurada por
Dassin estabelece a questão sobre a atualidade da memória sobre a vida
do Nazareno. Ambientado na Grécia, no período de ocupação turca, a
mensagem neotestamentária sobre Jesus é reatualizada no sentido de
promover uma revolução local quanto ao que seja a presença do
elemento estrangeiro em suas terras e a tomada de posição pessoal da
personagem Jesus no confronto com lideranças locais. Em termos de
convulsões sociais, modelos políticos alternativos – bem entendido:
18
anarquismo e desobediência civil – ocupam o imaginário coletivo no
Brasil de hoje. O filme, em diálogo com a história evangélica sobre Jesus
marca posição quanto ao que se esperaria de Jesus nesse cenário. Como
própria proposta do diretor, Dassin, colaboracionista da Judeia.

A literatura e o cinema: as perseguições aos cristãos no Império


Romano
Prof. Dr. Diogo Pereira da Silva – UERJ/FFP

Nesta comunicação, temos por objetivo apresentar uma breve


análise de como os eventos persecutórios aos cristãos no Império
Romano foram apropriados pela literatura do século XIX, e pelo cinema
no século XX. A nossa análise incidirá sobre dois exemplos de livros e
suas adaptações para o cinema, são eles: "Quo Vadis?" e "Fabíola ou a
Igreja das Catacumbas".

Período Orientalizante e interações culturais no sudeste da Ibéria


Mestranda Ellen Moura Teixeira de Vasconcelos – PPGH/ UFF

As chamadas “Damas Iberas” são esculturas femininas


produzidas entre os séculos VII e IV a.C, períodos conhecidos como
proto-ibérico e ibérico antigo. Acreditamos que a produção destas
esculturas foi mantida por diversos fatores, como: religião, política,
dinâmica social e trocas comerciais, já que nesta mesma época, houve
relações intensas com o mediterrâneo oriental. Desta forma,
pretendemos nesta comunicação, a partir da arte ibera, abordar os
processos iniciais de interação cultural entre iberos, fenícios e helenos,
durante o Bronze final e a Idade do ferro no sudeste da Península
Ibérica.

Autonomia e Engajamento Político das Mulheres no Seriado


"Roma"
Mestrando Filipe Silva – UNICAMP

Esta comunicação pretende, por um lado, discorrer acerca da


produção historiográfica que contempla o principado romano enquanto
um espaço de atuação política protagonizado, também, pelas mulheres.
Por outro lado, estima-se demonstrar que a tendência feminista outrora
suscitada por essa mesma historiografia tenha sido assimilada e
reproduzida pelos produtores do seriado televisivo "Roma".

19
Cinema / História: uma introdução ao debate
Prof. Dr. Flaviano Isolan – UERJ

Principalmente a partir dos anos 1990, a História incorporou o


cinema entre seus objetos de pesquisa. Desde os trabalhos inovadores de
Marc Ferro na década de 1970 até as publicações mais atuais – nacionais
ou “estrangeiras” -, a relação cinema/História vem se mostrando um
campo complexo de estudos que traz reflexões acerca da História do
cinema, História no cinema e do cinema na História. Uma série de
pesquisas e discussões que envolvem temas como ideologia, imagem,
estética, discurso, identidades nacionais, público (”recepção”),
representações, imaginário, inconsciente coletivo, utilizam e discutem o
cinema enquanto fonte da História.
O objetivo desta conferência é fazer uma introdução sobre
estes principais debates em torno da relação cinema/História e
apresentar algumas reflexões e exemplos de como cinema pode ser
usado como fonte de estudos da História.

Os gauleses de César: a etnografia e o virtus no Bello Gallico


Graduando Giovane Vasconcellos Cella - UNIRIO

Consistindo no único relato contemporâneo aos eventos e


guerras que culminaram com a conquista romana do território não
romano da Gália (ou seja, excetuando a Gália Cisalpina e Transalpina) na
década de 50 do século I a.C., o Comentarii de Bello Gallico, escrito por
Caio Júlio César, mostra-se como importante fonte para o estudo dos
acontecimentos relacionados a essas guerras e eventos. Com foco
principal na etnografia dos povos gauleses presente na obra,
procuraremos demonstrar como, através da articulação da perpetuação
de uma tradição de escrita etnográfica, na qual necessariamente está
inserido, com seus próprios interesses e/ou necessidades políticas, César
desenvolve sua “criação” gaulesa: um inimigo de elevada virtus, passível
de incorporação ao mundo romano.

Imagens de Poder: Magia e Resitência em torno da figura de


Abraxas nos Papiros
Doutorando Italo Diblasi - PPGHC/IH/UFRJ

Nesta breve discussão, tomaremos como problema as relações


de poder produzidas no âmbito da magia popular mediterrânica dos
primeiros séculos da era comum. Tendo como documentação fórmulas
mágicas e feitiços descritos e preservados no conjunto de textos
20
conhecido como os “Papiros Mágicos Gregos”, tentaremos propor a
ideia de que a magia discursiva de poder, configurava-se, ao mesmo
tempo, como uma prática de combates cotidianos e uma prática de
resistência popular no campo social mediterrânico. Para tal, a
investigação se centrará (1) nos feitiços relativos à divindade Abraxas
presentes nos papiros e (2) na personagem do “mago” e suas relações de
poder dentro do contexto social.

O cinema fascista italiano e a sua representação da Antiguidade


Graduando Joaquim do Souto Oliveira Neto – UPE

Desde a sua formação, o cinema se encarregou de levar ao


público elementos que fossem pertinentes a determinadas épocas.
Contudo, esses elementos tornaram-se um vetor de transmissão de
ideologias que moveram o século XX. Essas ideias foram transmitidas
através do cinema, disseminando-se na sociedade e atingindo um público
alvo: os jovens, encarregando-se de despertar na sociedade um
sentimento de nacionalismo, base para uma maior aceitação dos ideais
fascistas presentes na Itália do século XX. Algumas dessas obras
trabalharam a Antiguidade, mas com traços que permitiam remeter ao
tempo presente no qual os filmes estavam sendo lançados. A
importância desses filmes para o desenvolvimento do caráter nacionalista
no seio dos jovens italianos será abordada nesse trabalho junto com a
apresentação das ideologias que eram transmitidas para os mesmos.

Sappho, Vênus de Lesbos (1960): a formulação de um imaginário


social feminino pelo cinema
Doutorando José Roberto de Paiva Gomes – NEA - PPGHC/UFRJ

Analisaremos o filme Sappho, Vênus de Lesbos (1960), dirigido


por Pietro Francisci. A produção cinematográfica européia teve a
pretensão na época de rivalizar-se com as produções hollywoodianas,
produzindo filmes de épicos históricos, dirigidos por diretores italianos.
Estes filmes ficaram conhecidos como películas peplum por imitar as
indumentárias antigas greco-romanas nos figurinos e cenários. Neste
sentido, questionamo-nos: Mas qual o significado simbólico e social
dado à sociedade feminina de Lesbos no filme?. O modelo social
recriado euforizaria ou disforizaria as categorias de gênero ou busca
apontar as novas matrizes interpretativas presentes na historiografia
contemporânea para categorizar as mulheres no discurso cultural.

21
As conversões de Paulo: uma breve análise comparativa entre as
telas de Caravaggio e as narrativas de conversão em Atos
Mestranda Juliana B. Cavalcanti - IH/UFRJ/PPGHC

A presente comunicação visa propor uma análise comparativa


entre as duas telas de Caravaggio que retratam a suposta conversão de
Paulo e as três narrativas de Atos dos Apóstolos (9:3-9; 22:6-11; 26:12-
18) que trazem a mesma temática. De forma a refletir como as tradições
e/ou memórias orais, imagéticas e escritas dialogam de forma a constituir
diferentes impressões de um passado em constante construção. Neste
sentido, é mister reconhece as influências dos trabalhos de Portelli,
Pollak e Burke que nos remetem ao processo de formação da memória e
a relação entre escrita, as imagens e a oralidade.

O Egito Antigo no Cinema: o uso da Imagem e a presença da


História
Prof. Dr. Julio Gralha – NEHMAAT – UFF /PUCG

O Cinema desde o final do século XIX tem usado de diversos


momentos da História para criar grandes produções e fascinar milhões
de espectadores. Em grande medida este impacto nos espectadores não
se deve somente aos temas escolhidos, mas da união destes a forma
como as produções são desenvolvidas pelos seus diretores e roteiristas.
Além disso, em certas produções é possível perceber a inserção de
questões ideológicas (religiosas em sua maior parte). Assim sendo, na
presente conferência pretende-se analisar casos específicos sobre a
produção de filmes e desenhos animados relativos ao Egito Antigo
levando em conta a fascinação gerada no espectador, a possibilidade de
usar produções cinematográficas no Ensino de História e a presença de
questões ideológicas.

Judah ben-Hur por Yossef ben-Matitiahu: o discurso de Lew


Wallace e as relações socioculturais entre judeus, romanos e
cristãos no século I d. C.
Prof. Ms. Junio Cesar Rodrigues Lima – NEA / UERJ

Escrita ao final do século XIX por Lew Wallace, "Judah ben-


Hur: a tale of the Christ", além de ser um dos best-sellers de sua época,
foi adaptado para o teatro e cinema diversas vezes. A adaptação dirigida
por William Wyle em 1959 ganhou 11 das 12 estatuetas disputadas no
"32nd Oscar Best Picture". Considerar “Judah ben-Hur” como parte do
gênero discursivo nos permite acessar as condições de produção da obra
22
de Wallace, desvendando suas escolhas, intenções, formações
imaginárias, memória discursiva e textualidade do seu discurso. Toda
história é uma história contemporânea. Não se pode desconsiderar que a
primeira preocupação do historiador não deve ser com os fatos que
contém seu objeto de pesquisa, mas, com o sujeito que o produziu,
objetivando desvendar seu lugar de fala, os saberes que circulam em seu
discurso, sua autonomia, seus interlocutores, instrumentos de ofício,
dentre outras coisas. Conforme dizia Eduard Carr, o trabalho principal
do historiador não é registrar, mas analisar, pois os fatos da história
nunca chegam a nós puros. “Judah ben-Hur” de Lew Wallace também
possui filtros que devem ser apreendidos e analisados, principalmente, a
evidente similaridade entre personagem principal da trama e o
historiador hebreu Yossef ben-Mattiahu ha-Cohen, também conhecido
pela historiografia como Flávio Josefo.

E se Jesus nascesse na África do Sul?


Doutorando Lair Amaro dos Santos Faria - IH/PPGHC/UFRJ

O filme “O Filho do Homem”, do diretor britânico Mark


Dornford-May, faz uma releitura da história de Jesus de Nazaré
adaptando-a ao contexto da África do Sul contemporânea. No filme,
Jesus pertence à etnia Xhosa e é retratado como um líder pacifista de um
movimento anti-imperialista que entra em rota de colisão com o governo
interino colaboracionista da Judéia.

Imagem, memória, história: uma abordagem simbólica das fontes


visuais
Prof.ª Dr.ª Laura Nery – UERJ

Historiadores da arte, a partir das pesquisas feitas pelo alemão


Aby Warburg no início do século XX, passaram a estudar a imagem por
seu viés simbólico, através da reconstituição de uma “memória figurativa
de origem”: um repertório herdado da tradição que vai sendo alterado
pelo processo histórico. A abordagem multidisciplinar abriu o caminho
para uma história da cultura na qual a imagem é considerada parte de um
elenco de formas legitimado num dado momento, interagindo com um
conjunto de outras fontes, literárias ou jurídicas, com as práticas
religiosas, a ordem social e política. Nesta apresentação, a fonte
imagética, com sua carga de continuidades e mudanças, é examinada
como linguagem singular na tarefa de fazer perceber aquilo que não está
só no visível, ou seja, como uma instância do próprio conhecimento do
mundo pelo homem. Por exemplo, quem diria que uma prosaica charge
23
jornalística esconde deuses do Olimpo entre seus traços sintéticos e
legendas humoradas?

A busca por Nefertiti: uma análise por meio da animação a Rainha


Sol
Prof. Dda. Liliane Cristina Coelho - PPGH-UFF/Uniandrade

No ano 12 do reinado de Akhenaton (c. 1353-1335 a.C.) a


Grande Esposa Real Nefertiti deixa de aparecer nas fontes egípcias,
sendo substituída no papel de Esposa Real por sua filha mais velha,
Meritaton, conforme pode ser retirado de documentos como as Cartas de
Amarna. Várias hipóteses foram levantadas para explicar seu
desaparecimento, que vão desde sua morte até a mudança de nome para
que assumisse o trono ao lado de seu marido como corregente,
argumento este bastante aceito entre os egiptólogos e que pode ser
estudado por meio de fontes do período. Uma nova proposta, porém,
nos é apresentada no romance A Rainha Sol, que foi adaptado para o
cinema na forma de um desenho animado: Nefertiti teria se retirado de
Amarna porque havia se virado contra o próprio marido. Associando
aqui história e cinema, nesta palestra discutiremos as diferentes teorias
apresentadas pelos egiptólogos para explicar a ausência do nome de
Nefertiti nas fontes a partir do ano 12 de Akhenaton.

As representações da Esparta clássica no reino da Prússia e na


Alemanha contemporânea
Prof. Ms. Luis Filipe Bantim de Assumpção – NEA/CEHAM/UERJ

As sociedades da Europa moderna tomaram, a partir do


Renascimento, os valores da Antiguidade como um modelo de conduta,
através do qual poderiam se fundamentar para organizar as suas
instituições político-sociais e as suas práticas culturais. No entanto, essas
apropriações se fundamentaram em representações com as quais os homens
modernos almejaram corresponder aos seus respectivos interesses, no
interior de seu território. Dessa maneira, temos por objetivo analisar as
representações que o reino da Prússia e, posteriormente, a Alemanha
fizeram de Esparta – entre os séculos XIX e XX – de tal maneira que
esta deixou de ser tomada enquanto um modelo social da Antiguidade
para se transformar em um ideal político-cultural moderno.

24
Ecos no Tempo: A Recepção dos Épicos de Homero em Final
Fantasy IX
Prof. Ms. Lúcio Reis Filho – UEMG

Através de uma incursão na cultura do mundo clássico, a


comunicação proposta pretende analisar os pontos de contato entre os
épicos de Homero e o game Final Fantasy IX (2000), que mescla fantasia
e ficção científica no interior de uma estrutura narrativa cujas raízes estão
fincadas nos textos da antiguidade. Construído a partir da combinação
entre elementos do passado e uma estética retro-futurista, fortemente
influenciado pelo imaginário literário e cinematográfico, seu enredo
transcorre nos quatro continentes de um mundo denominado Gaia e
retrata uma guerra entre nações. Elementos dos épicos homéricos
reaparecem constantemente ao longo do game – embora coexistam com
temas novos e estranhos aos textos antigos. Tais interseções
intermidiáticas nos permitiram identificar, em Final Fantasy IX, temas
como a questão do rapto e a longa jornada de volta ao lar. Os ecos da
literatura grega podem demonstrar como Homero continua moldando a
produção cultural na contemporaneidade.

Literatura e Código de Conduta no Antigo Egito: as Máximas de


Ptahhotep
Graduando Lucas Ferreira Vieira - UFF/NEHMAAT - IC FAPERJ

A presente comunicação e pesquisa visam analisar na literatura


do Antigo Egito as instruções de sabedoria de modo a compreendê-las
como um código de conduta e em certa medida como um código legal
praticado pelos segmentos sociais. Esta análise tem como corpus
documental as Máximas de Ptahotep, que foram escritas por este vizir
em idade avançada, a fim de passar seus conhecimentos em relação à
conduta diante da realeza, da família e da sociedade a seu filho – de
mesmo nome – preparando-o para cargos de decisão na burocracia. As
Máximas de Ptahotep foram traduzidas pelo Prof. Emanuel Araújo.
Alguns historiadores colocam que as Máximas foram produzidas na 5°
Dinastia (2484 – 2336 a.C.) e outro grupo coloca que a confecção foi
feita na 12° Dinastia (1983 – 1778 a.C.).
Como referencial teórico para a pesquisa em princípio
pretende-se trabalhar com a Micro História de Carlo Ginzburg. Em
relação à metodologia foi escolhida a Análise de Conteúdo elaborada por
André D. Robert e Annick Boulillaguet. De modo a tornar mais claro a
aplicação do método será utilizado um quadro de análise simplificado.

25
Conflito e convivência nas cidades medievais ibéricas durante a
Reconquista
Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Parente Santos – UERJ

O alargamento dos territórios cristãos do norte durante a guerra


de reconquista foi um fator determinante na disputa de numerosas
cidades, entre os exércitos cristãos e mulçumanos. Nas cidades que eram
conquistadas pelos árabes, as populações cristãs e judias que nelas
habitavam recebiam o estatuo de dhimmis, o qual lhes possibilitava
manter a sua prática religiosa e uma considerável autonomia, mediante o
pagamento de impostos as autoridades islâmicas. Nesse jogo de relações
sociais notamos um clima de convivência harmônica, os quais
perpassaram por poucas crises políticas. Todavia, para os reis cristãos a
conquista de tais territórios sob controle islâmico servia para o
fortalecimento de sua imagem guerreira, assim como um mecanismo de
captura de recursos para impulsionar a reconquista. Logo, nos interessa
problematizar as estratégias políticas dos monarcas cristãos para lidar com a
população derrotada dos territórios conquistados e assim preservar o seu
poder no local. Dessa forma o nosso recorte se dará nas ações de D.
Afonso VI e seu neto D. Afonso Henriques, nas cidades ibéricas de
Toledo e Lisboa.

História, Imagem e Cinema – As ressignificações de Medéia no


século XX
Prof.ª Dr.ª Maria Regina Candido NEA/PPGH/UERJ

Podemos afirmar que a figura mítica de Medeia marcou o imaginário


social dos atenienses e impulsionou a sua difusão iconográfica nos vasos,
transformou-se através do tempo devido a atuação do processo de
ressignificação. Entretanto, marcamos também que o mito manteve um
núcleo comum como fator de identificação, a saber: mulher bárbara,
domínio das ervas, esposa e mãe que mata os filhos. Tal fato nos permite
afirmar que Medeia adquiriu uma rara popularidade na representação
dramática e em imagem iconográfica na antiguidade ao vencer o
esquecimento, marcando presença nos séculos XVI ao XIX e chegando
aos dias atuais com o epíteto de mulher de cruel caráter, hedionda natureza e
espírito implacável (Eurípides, v.100). Sendo assim nos propomos a revisitar
tal personagem através das suas ressignificações no cinema do século XX.

26
Banquetes Romanos: Comensalidade, Hierarquia e Poder na
Roma Antiga
Mestrando Marcus Vinícius Macri Rodrigues – PPGHC/UFRJ

Na Roma Antiga, os banquetes propiciavam momentos em que


se buscava reforçar valores como a comensalidade e a unidade. Por outro
lado, reforçavam as hierarquias e o poder no interior da sociedade
romana. Esta comunicação pretende aproveitar um aspecto da
antiguidade romana sempre retratado no cinema e na televisão, os
banquetes, para evidenciar a importância desses momentos naquele
período, bem como mostrar um pouco do que seria a alimentação do
Império Romano do primeiro século, especialmente da região de
Pompéia e Herculano, cujas escavações puderam esclarecer diversos
aspectos do dia a dia de romanos ricos e pobres do primeiro século.

História Antiga e seus Pesquisadores nos Videogames: Uma


Leitura
Mestranda Marina Fontolan – UNICAMP

A indústria de videogames é uma das que mais cresce no


mundo, movimentando quase US$ 70 bilhões de dólares em 2012. Sem
dúvida, o grande potencial deste mercado faz com que a criação de jogos
nos mais variados estilos seja algo constante. Dentre esses jogos, há uma
temática de ambientação muito comum: a antiguidade e seus
pesquisadores. Assim sendo, utilizando-se da ideia de que a construção
da antiguidade se dá a partir de uma apropriação, de um uso do passado,
o objetivo dessa apresentação será analisar que antiguidade está sendo
construída, quem são esses pesquisadores e quais os usos que esse tipo
de plataforma pode ter atualmente.

Construção da narrativa presente no culto de Ísis: Propagação,


disseminação e representação
Mestranda Marina Rockenback de Almeida – NEA - PPGHC/UFRJ

A pesquisa situa-se na Grécia, mais especificamente na região


de Atenas, tendo por base suas fronteiras e formação, visto que o objeto
de pesquisa é o culto de Isis, divindade de origem Egípcia. O recorte
proposto para esta comunicação propõe uma maior atenção a
funcionalidade da memória, e a construção da narrativa envolta a
imagem da deusa, como forma de legitimação e disseminação do culto.
Estaremos observando a transitoriedade das regiões grega e egípcia, e é
de extremo interesse ressaltar também a importância dos portos, visto
27
que visualizaremos o porto do Pireu em Atenas, na Ática, que é o nosso
foco principal, e o porto de Naupactus na região do Golfo de Corinto,
na Grécia Central.

Participações femininas na vida pública e nas atividades


da domus - testemunhos epigráficos entre Nuceria, Stabiae
e Surrentum
Prof.ª Dr.ª Marici Martins Magalhães – MHN – CEHAM/UERJ

O papel significante da mulher de extração equestre na


sociedade Romana, e a função social das presenças femininas
pertencentes às famílias senatórias e imperiais nas municipalidades. Suas
honras e seu círculo de influências políticas, sua interação com a
administração local e em seus próprios negócios. A atuação de tais
mulheres na gestão administrativa da domus, bem como nas atividades
domésticas de seus próprios escravos e escravas.

“Nossa Terra”: Um paralelo entre história, literatura e cinema


Graduando Matheus Gomes Aquino Matos – UPE

Este trabalho visa analisar o filme Herói, por Zhang Yimou


(2002), sob a ótica de dois autores: Hayden White e André Bueno. White
empenhou-se em destacar que a História e a Literatura possuem
características similares, sugerindo que deveria haver, por parte dos
historiadores, uma atenção maior para com o elemento literário. André
Bueno, por sua vez, demonstra que na China já havia uma relação muito
intensa entre história e literatura, concebida a ideia de que ambas se
situam num aspecto único. A narrativa de Herói encaixa-se nestes
parâmetros, servindo como objeto de análise dessa comparação.

A conversão de Francisco de Assis em Imagens


Prof.ª Ms.ª Miriam Lourdes Impellizieri Silva – CEHAM/UERJ

Um dos temas mais estudados da historiografia franciscana é,


sem dúvida, o da conversão de Francisco de Assis, também presente em
quase todas as fontes hagiográficas franciscanas do século XIII.
Contudo, para as imagens do santo só, recentemente, iniciaram-se os
estudos mais rigorosos acerca da grande iconografia existente que lhe é
relativa. Além de imagens isoladas, há diversos ciclos pictóricos
contendo cenas de sua vida, seja em retábulos, seja em afrescos murais
de diversas igrejas italianas. Dentre aqueles, destacamos, aqui, a famosa
“Tavola Bardi”, em exposição na capela Bardi, na igreja de Santa Croce
28
em Florença. Capela que, igualmente, apresenta em suas paredes um
miniciclo giottesco com seis cenas da vida de Francisco que representam
um contraponto ao grande ciclo de Assis, pintado na Basílica Superior
cerca de 30 anos antes, pelo mesmo Giotto.

Símbolos da antiguidade em cemitérios paranaenses


Prof. Dr. Moacir Elias Santos

Desde o surgimento dos cemitérios brasileiros no século XIX,


nota-se uma presença constante de túmulos com símbolos que remetem
diretamente a arte e a arquitetura de diversas sociedades da antiguidade,
notadamente a Grega, a Romana e a Egípcia. Seu significado, contudo,
difere do uso inicial que tais elementos tinham no passado, pois o
contexto em que tais símbolos são empregados é outro. Destacar as
diferenças com relação a antiguidade e compreender o uso destes
símbolos na atualidade para a construção de uma memória social são os
objetivos deste trabalho, realizado a partir de um levantamento realizado
nos cemitérios de cinco cidades paranaenses (Paranaguá, Curitiba, São
José dos Pinhais, Ponta Grossa e Castro).

Antiguidade Romana e Usos do passado: uma análise do


documentário "ìcones do Mau Comportamento"
Doutoranda Natália Ferreira de Campos – UNICAMP

O objetivo da comunicação é o de estabelecer relações entre a


antiguidade romana e as narrativas produzidas sobre ela na
contemporaneidade, utilizando-se principalmente do conceito de “usos
do passado”. Para isso, será usado como estudo de caso o documentário,
“Ícones do Mau Comportamento: Júlio César”, produzido pelo canal
History Channel em 2009. A partir desse ponto, será discutida quais as
estratégias narrativas utilizadas pelo documentário, as leituras feitas por
ele das fontes antigas e sua relação com a construção de uma história
específica da antiguidade romana e dos indivíduos que fizeram parte
dela, que acabam por dizer muito mais sobre o presente que sobre o
passado que pretendem revelar.

Novos caminhos para o ensino de História: O Teatro Grego na


sala de aula
Graduanda Priscilla Nascimento Silva – UPE

Se distinguindo das maneiras comuns de se estudar os


conteúdos de História e saindo um pouco da rotina do uso de livros
29
didáticos, atividades simples e avaliações, o projeto de extensão e
pesquisa intitulado “Teatro Grego na Sala de Aula” procura obter
resultados positivos no ensino e estudo dessa disciplina, principalmente,
na área de História Antiga. Como modelo de texto teatral clássico que
pode ser trabalhado em um ambiente escolar tem-se O Ciclope, de
Eurípedes. Uma peça curta, que ao ser bem analisada é possível notar em
seu enredo assuntos como: diferentes posturas e atitudes humanas,
formações geográficas do mediterrâneo, fatos mitológicos e históricos,
entre outros temas reveladores de um amplo conhecimento grego
construído na antiguidade. Dessa maneira, ao passo que os jovens têm a
oportunidade de ler e compreender textos clássicos e a partir deles
escolherem uma peça a ser lida ou dramatizada em sala de aula, eles vão
além da construção de novas e por bem dizer, melhores aprendizagens
na disciplina de História. Pois, dificuldades de interpretação, participação
e interação dos estudantes comumente notadas em outras disciplinas
podem ser reduzidas e até superadas.

Elmo, escudo e bota: três mundos gregos para a mulher-maravilha


(Grécia antiga, década de 40 e década de 80)
Graduado Savio Queiroz Lima – UNEB

A comunicação apresenta reflexões sobre a reconstrução da


personagem Mulher Maravilha pela empresa detentora nos anos 80.
Apresenta o quadro de atualizações feitas nos produtos, super-heróis e
seus mundos, e as razões nascidas na dinâmica do produto com a
sociedade consumidora. O fio condutor do artigo em questão é a
historicidade comparada entre um universo Imaginário mitológico grego
apropriado na reconstrução mitológica da personagem Mulher-Maravilha
na reformulação promovida pela DC/Warner na década de 80. Heranças
materiais do passado e as escolhas do historiador, a Grécia Antiga é
apropriada pela editora na atualização do universo mitológico
contemporâneo da origem da Mulher Maravilha, criada nos anos 40.

A “Maldição da Múmia”: A descoberta da múmia de


Tutankhamun e suas representações cinematográficas
Graduada Raizza Teixeira dos Santos – MN/UFRJ

Com a descoberta da tumba de Tutankhamun, em 1922, a mídia


passou a expor mais o Egito e explorar seus enigmas. O sentimento de
deslumbre, fantasia e mistério que o Egito provoca foi recuperado, assim
como a chamada “Maldição da Múmia”. Ao longo de seis anos após o
fato, trinta e cinco pessoas ligadas à descoberta da múmia de
30
Tutankhamun morreram em condições misteriosas. Muitos jornais,
revistas e até a indústria cinematográfica se apropriaram desses
acontecimentos. Para esta comunicação, apresento como o tema de
“maldição” é abordado nos filmes “A múmia”, nas versões de 1959 e
1999. Pretendo, também, discutir de que modo a descoberta da tumba de
Tutankhamun foi um impacto na imaginação do público, abrindo espaço
para enredos fantasiosos, reforçando a ideia de “maldição”.

A imagética de Teseu como discurso de legitimação


Graduando Rafael Silva dos Santos – UNESA - NEA/ UERJ

A figura do herói Teseu integra o imaginário social como uma


figura de poder e fantasia, contudo ao apreender sua imagem, é possível
notar que o herói está relacionado com o poder político e a legitimação
de descendência de várias famílias gregas em diferentes momentos da
história helênica. Nossa abordagem é trazer a figura de Teseu, analisando
as abordagens modernas, tendo como referencia a recente montagem
cinematográfica intitulada “Imortais”, e assim fazer um dialogo com a
antiguidade através da narrativa construída por Plutarco, o qual traz
Teseu como libertador e unificador das tribos da Ática, cujo resultado foi
a emergência da polis de Atenas.

Gladiador", na arena... política


Prof.ª Dr.ª Regina Maria da Cunha Bustamante – PPGHC/UFRJ

No discurso fílmico de Hollywood, os jogos gladiatoriais


constituem-se como um dos seus principais “topos” sobre Roma Antiga.
Filmes emblemáticos, como “Spartacus” (em suas diferentes versões
cinematográficas e na atual série televisiva), “Gladiador” e, mais
recentemente, “Pompéia”, consolidam o imaginário contemporâneo da
Roma Antiga como uma sociedade arquetípica – assim como
estereotipada – caracterizada pelo poder e vício. O poder romano é
corporificado na tirania megalomaníaca dos seus governantes, nas suas
forças militares e na exploração de escravos, enquanto a luxúria, o sexo
“depravado”, os jogos gladiatoriais e a perseguição aos cristãos são vistos
como prova do declínio moral romano e prevêem sua queda. Nesta
apresentação, selecionamos um desses aspectos: o poder dos
imperadores e, mais especificamente, a questão da sucessão imperial,
através da análise intertextual do filme “Gladiador” (2000).

31
A Construção de um Malefício na Literatura e na Iconografia
Medievais: A Carnalidade e a Espiritualidade de Israel em questão
Prof.ª Dr.ª Renata Rozental Sancovsky – PPGHR / UFRRJ

O processo histórico de construções discursivas e clivagens


entre Cristianismo Niceno e Judaísmo Rabínico extrapola, na Idade
Média, ao universo literário-teológico em torno das disputas de verdade e
crença sobre um "verdadeiro Deus". Nesta palestra faremos um estudo
conjunto e comparativo da Epístola 196 de Agostinho de Hipona -
dirigida ao bispo e amigo Arsélio - , "Judeus Carnais e o Israel Espiritual"
(produzida em torno de 418 d.C) e de algumas produções iconográficas
sobre os malefícios da carnalidade judaica na Idade Média Ocidental.

"The Lost Tomb of Jesus": um estudo de caso em torno do


discurso produzido em documentários
Mestranda Tami Coelho Ocar – UNICAMP

A presente comunicação pretende discutir discursos produzidos


em filmes documentários, e que tragam o Jesus Histórico como tema.
Tais películas tendem a se embasar na História e na Arqueologia, a fim
de legitimar os interesses de sua produção, utilizando-se de profissionais
da área para dar maior credibilidade ao filme. Para tal, foi escolhido o
filme “The Lost Tomb of Jesus”, como estudo de caso. Produzido no
ano de 2007 por Simcha Jacobovici, em parceria com James Cameron
(famoso diretor de filmes hollywoodianos), o diretor alega ter
encontrado uma tumba que poderia ter pertencido a Jesus Cristo e sua
família. Assim, serão analisadas as ferramentas utilizadas pela produção
para legitimação do discurso proposto.

Ecos da Antiguidade: Presenças gregas e egípcias na arte moderna


pernambucana
Graduanda Thaís Cavalcanti de Arruda Tôrres - UPE

Frequentemente nos deparamos com o questionamento sobre o


porquê se estudar História Antiga. Devemos isso em parte a escassez de
peças e monumentos que nos leve apreciação constante da antiguidade.
A problemática sobre o ensino de História Antiga no Brasil não é uma
questão nova. O Brasil desenvolveu uma método de repetição de fatos
sobejamente conhecidos nos seus livros didáticos e em suas aulas, sem
que houvesse um efetivo desenvolvimento dos temas e das
problemáticas. Essa deficiência também se revela na dificuldade de se
reconhecer os clássicos antigos e os elementos das culturas da
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antiguidade clássica e pré-clássica. Este trabalho explora um ethos
privilegiado para o estudo da antiguidade: a presença de elementos
egípcios e clássicos na contemporaneidade, dando a devida importância
ao conceito de patrimônio cultural. Desta feita, este projeto se propõe a
identificar e historicizar as presenças da Antiguidade na obra de um dos
mais importantes artistas brasileiros: Francisco Brennand.

Somos todos Cleópatras - As construções de gênero no cinema


Prof.ª Ms.ª Thais Rocha da Silva – USP

A figura da mulher egípcia transformou-se com o passar dos


anos nas telas do cinema. Suas diferentes representações, mesmo com o
esforço de acuidade de alguns cineastas, ainda estão presas a padrões e
modelos orientalizantes. Nessa comunicação, apresento três versões de
Cleópatra, interpretadas respectivamente por Vivien Leigh, Elizabeth
Taylor e Lyndsey Marshal (1946, 1963, 2005) e discuto as modalidades de
gênero evocadas por essas figuras no contexto da sociedade ocidental em
que foram produzidas. Não se trata apenas de apresentar novas mulheres
travestidas de Cleópatras, mas apontar novos modelos de relações de
gênero que emergem a partir das nossas percepções e (re)construções do
Egito antigo.

As faces de Dioniso através da análise de figuras vermelhas dos


vasos áticos do período clássico
Prof.ª Esp.ª Thassia Izabel Ferreira Magalhães – CEHAM/UERJ

A tradição literária da Ática do século V a.C. apresenta a face


deu um Dioniso estrangeiro. Heródoto nos aponta a origem dessa
divindade no Egito. Já Eurípides o coloca chegando da Lídia ou da
Frigia. Na contemporaneidade a historiografia, até meados da década de
cinquenta do século XX, considerava Dioniso uma divindade estrangeira
à Ática e teria chegado tardiamente à Hélade. Porém com a decifração da
Linear B, em 1952, foi possível demonstrar que o deus já estava presente
na Hélade desde o século XIV ou XII a.C. A presente comunicação
objetiva analisar nos mitos e nas pinturas vermelhas dos vasos Áticos
séculos V, os elementos estrangeiros com os quais Dioniso foi revestido.

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"... E ele teria caçado Bin Laden até o Afeganistão, se fosse
preciso": O Alexander de Oliver Stone e a política norte-americana
Mestrando Thiago do Amaral Biazotto – UNICAMP

Esta comunicação terá o objetivo de analisar o filme


"Alexander" (2004), do diretor norte-americano Oliver Stone, em
particular no que concerne às tessituras entre seu enrendo e o período
político específico em que ele foi levado às telas. Para tal, será dada
especial atenção à representação dos persas na película, além da imagem
de Alexandre como, nos próprios termos de Stone, “o primeiro, o
protótipo do ocidental que foi para o Oriente”.

A chegada de Júlio César a Alexandria por meio de produções


cinematográficas e televisivas
Graduando Victor Henrique da Silva Menezes - UNICAMP

Esta comunicação apresentará algumas reflexões obtidas a


partir da pesquisa de monografia que visa estudar as representações, na
Antiguidade e na Modernidade, da chegada de Júlio César a Alexandria
em 48 a.C.. Entende-se que o momento de contato entre César, um
representante de Roma, e a cidade de Alexandria, capital de um Egito
considerado inepto, e em última instância, diferente e ardiloso, causou
estranhamento e despertou alteridades não só na Antiguidade, mas
também deixou marcas ressignificadas na modernidade, em especial, nas
obras cinematográficas e televisivas. Assim, pretende-se apresentar
considerações a partir das descrições deste momento de chegada feitas
por autores antigos, e, de suas representações no cinema e na televisão.

Algumas considerações em torno do lugar social das mulheres no


período helenístico
Graduando Vinicius Moretti Zavalis – NEA/UERJ

A proposta desta comunicação visa analisar as mudanças


ocorridas no universo feminino durante o período helenístico, tendo em
vista que durante este recorte temporal as mulheres conquistaram lugares
de fala - devido ao cosmopolitismo - antes restrito a figura masculina
sobretudo no período clássico. Para tanto, tendo como base a
documentação imagética e a discussão historiografia sobre o Gênero,
formularemos os modelos sociais de conduta estabelecidos para as
mulheres, sejam elas cidadãs “bem nascidas” ou hetairas (prostitutas),
que circulavam na sociedade Alexandrina helenizada do século III a. C.

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Instituições Participantes

Centro Universitário Geraldo Di Biasi - UGB


Instituto Federal do Paraná - IFPR / Assis Chateaubriand
Museu Nacional do Rio de Janeiro – MN / UFRJ
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC / Rio
Universidade de Brasília – UnB
Universidade de Coimbra – UC
Universidad de Mar del Plata / Argentina – UNMDP
Universidad de Morón / Argentina – UM
Universidade de Pernambuco - UPE
Universidade de São Paulo – USP
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
Universidade Estadual Paulista – UNESP
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
Universidade Estadual de Maringá - UEM
Universidade Estadual de Minas Gerais – UEMG
Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Universidade Federal do Ceará – UFC
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Universidade Federal Fluminense – UFF
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ
Universidade Nacional de Brasília - UnB

Apoio

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