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Patologia das Vias

Biliares
Escola Técnica de Maracanaú

Maria José da Costa de Oliveira


Vias Biliares
As vias biliares são o conjunto de canais
encarregados de levar a bile até a vesícula,
onde será armazenada e posteriormente
levada até o intestino delgado exercendo sua
ação digestiva.
É composta de canais intra-hepáticos que
confluem formando os canais extra-
hepáticos.
Vias Biliares-Anatomia
Cálculos Biliares
(Litíase)
A bile tem três componentes básicos:
bilirrubina, sais biliares e
colesterol.Quando há um desequilíbrio
físico-químico dessas substâncias há a
formação de cálculos.
Os cálculos biliares podem permanecer
silenciosos durante anos ou se
manifestarem a qualquer momento.
Litíase
Cálculos Biliares
(Litíase)
Se o cálculo obstruir o ducto cístico
impedindo a passagem da bile,esta é retida
desencadeando um processo inflamatório-
Colecistite aguda.
Se obstruir o ducto colédoco a bile não passa
para o intestino e flui através das células
hepáticas para a corrente sanguínea.Essa
bile retida pode infectar e causar uma
Colangite aguda( infecção das vias biliares).
Sintomas
Dores abdominais do lado direito em
cólica,podendo irradiar para a escápula.
O indivíduo pode apresentar náuseas e
vômito.
Icterícia
Se houver infecção observa-se febre e
calafrios.
Causas da Litíase
Dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras
;
·Vida sedentária que eleva o LDL e diminui o HDL;
·Diabetes;
·Obesidade;
·Hipertensão (pressão alta);
·Fumo;
·Uso prolongado de anticoncepcionais;
·Elevação do nível de estrogênio o que explica a
incidência maior de cálculos biliares nas mulheres;
·Predisposição genética.
Diagnóstico
ecografia ( ultra-sonografia )
Colecistografia oral
análises ao sangue :fosfatase alcalina
Tratamento
Seu tratamento habitual é cirúrgico. A litíase de
colédoco pode ser tratada por endoscopia: o
endoscopista faz uma incisão na papila duodenal,
corta o esfíncter de Oddi e, por essa abertura,
retira os cálculos.
Outros métodos incluem a dissolução com éter
de metilterbutilo e a fragmentação com ondas
sonoras de choque (litotripsia).
Há também a dissolução dos cálculos biliares com
um tratamento crônico com ácidos biliares
(quenodiol e ácido ursodesoxicólico).
Colecistectomia
Colecistectomia é a retirada cirúrgica da vesícula biliar devido a cálculos biliares e outros
distúrbios da vesícula biliar. Segundo Glenn & Grafe Jr (1966) a colecistectomia foi
realizada com sucesso pela primeira vez em julho de 1867. Desde então, esta operação ocupa
lugar de destaque na cirurgia do aparelho digestivo e permanece como opção terapêutica
mais utilizada no tratamento da litíase vesicular. Existem dois tipos de colecistectomia: a
convencional ou via aberta (laparotomia) e a por vídeo (laparoscópica ou
videolaparoscópica).
Ao final dos anos 80, a colecistectomia videolaparoscópica iniciou uma verdadeira revolução
na cirurgia abdominal. Essa nova técnica difundiu-se por toda a comunidade cirúrgica
mundial de forma muito rápida, sendo introduzida no Brasil a partir de 1990 (DUBOIS “et
al”, 1990; CUSCHIERI “et al”, 1991; SZEGO “et al”, 1991).
Segundo Macintyre IMC & Wilson RG (1993), a colecistectomia laparoscópica tem como
vantagens menor trauma cirúrgico, menor tempo de internação, retorno precoce às atividades
profissionais e melhor resultado estético. Ela suplantou contra-indicações como obesidade,
coagulopatia, doença pulmonar crônica obstrutiva, cirurgia prévia e colecistite aguda.
COLECISTECTOMIA
LAPAROSCÓPICA
A colecistectomia laparoscópica consiste na retirada cirúrgica da vesícula biliar auxiliada por vídeo.
Nesta técnica o paciente é colocado em decúbito dorsal horizontal sob anestesia geral. A monitorização
per-operatória é realizada com cardioscopia, monitorização não-invasiva da pressão arterial, oximetria
de pulso e capnografia (KLAJNER, S., 1998).
São realizadas quatro pequenas incisões para a introdução de quatro trocartes. Um de 10mm na região
supra-umbilical para colocação da ótica e um de 5mm no flanco direito para tração cranial da vesícula.
Os outros dois trocartes de trabalho são colocados na mesma linha, um no hipocôndrio direito de 5mm
para apreensão da vesícula e outro no epigástrio, lado esquerdo do ligamento redondo, de 10 mm, para
dissecção e hemostasia. (PINOTTI, H. W. et al, 1999).
Ao término da cirurgia, são realizados sutura do local e oclusão com curativos nas respectivas feridas
cirúrgicas.
A colecistectomia laparoscópica tem como vantagens menor trauma cirúrgico, menor tempo de
internação, retorno precoce às atividades profissionais e melhor resultado estético. Ela suplantou contra-
indicações como obesidade, coagulopatia, doença pulmonar crônica obstrutiva, cirurgia prévia e
colecistite aguda (MACINTYRE IMC & WILSON RG, 1993).

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CUIDADOS DE
ENFERMAGEM
Período Pré-Operatório
 
O paciente que é submetido a colecistectomia laparoscópica é frequentemente admitido no hospital
ou na unidade de cirurgia na manhã do mesmo dia da intervenção, munidos dos exames prévios que
são frequentemente concluídos uma semana ou mais antes da admissão. A enfermeira orienta o
paciente a evitar o tabaco e uso de aspirina e outras medicações que podem modificar a coagulação
(BRUNER & SUDDARTH, 2009).
Brunner & Suddarth (2009) também salientam que o histórico deve focalizar-se no estado
respiratório do paciente. A enfermeira registra a história de tabagismo do paciente, problemas
respiratórios prévios, respirações superficiais, tosse persistente ou ineficaz e a presença de ruídos
adventícios. A enfermeira também deve rever os resultados laboratoriais obtidos para obter as
informações a respeito do estado nutricional do paciente.
A enfermagem é responsável por informar ao paciente, que faz parte dos procedimentos da cirurgia
laparoscópica, a introdução de um cateter urinário de demora em sua bexiga e a introdução de uma
sonda nasogástrica no estômago após a anestesia geral, tranqüilizando o paciente, dizendo que essas
sondas serão retiradas após o procedimento. (JANICE BOUNDY “et al”, 2002)
CUIDADOS DE
ENFERMAGEM
Período Intra-Operatório
Em relação ao papel da enfermagem neste período, Brunner & Suddarth
(2009) dividem em Enfermeira Circulante e a Enfermeira Instrumentadora. A
circulante é responsável por gerenciar a sala de cirurgia e proteger a
segurança e saúde do paciente, monitorando as atividades da equipe
cirúrgica, garantir a limpeza, temperatura apropriada, etc. Já a
instrumentadora, tem como atividades realizar assepsia cirúrgica das mãos,
montar as mesas estéreis, preparar suturas, preparar equipamentos,
auxiliando o cirurgião e os assistentes antecipando os instrumentos cirúrgicos
e suprimentos necessários, como compressas, drenos e outros
equipamentos.
CUIDADOS DE
ENFERMAGEM
Período Pós-Operatório
 
Depois da colecistectomia laparoscópica, a enfermeira avalia o
paciente quanto à perda do apetite, vômitos, dor, distensão
abdominal e elevação da temperatura. Esses sintomas podem
indicar infecção ou ruptura do trato gastrointestinal e devem ser
relatados de imediato ao cirurgião. Como o paciente recebe alta
logo depois da cirurgia laparoscópica, o paciente e a família são
instruídos verbalmente e por escrito a respeito da importância de
relatar de imediato esses sintomas (BRUNER & SUDDARTH,
2009).
CONCLUSÃO

 
O profissional de enfermagem possui vários papeis de acordo
com a fase cirúrgica, que vão desde a habilidade para acalmar e
comunicar os procedimentos ao paciente, até a necessidade de
conhecimento técnico para monitorar todos os eventos
relacionados ao procedimento. Fica evidente também que
mesmo em cirurgias que apresentam poucas complicações,
como a colecistectomia laparoscópica, o enfermeiro que atua
no centro de recuperação pós-anestésica, por exemplo, deve ter
conhecimento e estar atento para detectá-las precocemente,
para agir rapidamente.

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