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Universidade Federal da Fronteira Sul

UFFS - Campus Chapecó


Licenciatura em Ciências Sociais

Toldo Pinhal

História da Fronteira Sul – 1ª Fase


Discentes: Claudete Gonçalves; Geise Targa de Souza; Glória
Pedroso Barbosa; Paulo Glanert e Rosângela Pliska.
Docente: Jaisson Teixeira Lino

Chapecó – SC
Maio de 2013
Pesquisa: Toldo Pinhal
- Fonte escrita e oral.
- Pesquisa Exploratória.

(Fonte: Despacho n. 84 de 26 de setembro de 2006 – FUNAI)


TOLDO PINHAL
 Denominação: Terra Indígena Toldo Pinhal
 Município: Arvoredo, Paial e Seara
 Estado: Santa Catarina
 Área: Chapecó
 Superfície Aproximada: 4.846 ha
 Perímetro aproximado: 48km²
 Base Cartográfica: MI 2886/2 e 2887/1
 Resp. Téc. Definição Limites: Ricardo Cid Fernandes
(Antropólogo)
 Resp. Téc. Identificação Limites: Sérgio de Campos
(Engenheiro Agrimensor)
 Portaria n. 020/PRES/02

(Em: Fundação Nacional do Índio - Despacho n. 84, de 29 de Setembro de 2003)


TOLDO PINHAL
 População (1996): 80 pessoas (Kaingang no Oeste Catarinense,
p. 72)
 População (1999): 121 pessoas (Portaria 020/PRES/02)
 População (2002): 121 pessoas (FUNAI – Despacho n. 84, 29
setembro de 2003)
 População (2007): 117 pessoas (FUNAI)
 População (2013): 101 pessoas (Entrevista com Sebastião da
FUNAI)
População
150
100 População
50
0
1996 1999 2002 2007 2013
TERRITÓRIO
• 1836: A província de SP, detentora do região dos campos de
Guarapuava e de Palmas envia um destacamento permanente
para proteger e explorar;
• 1882: Decreto n. 1.318/1854 cria as colônias militares de
Chapecó e Chopim para defender a fronteira.
• 1889: Governo Imperial concede à Estrada de Ferro São Paulo
faixas de terras ao longo da ferrovia:
Brami Railway Company  Development & Colonization Co
 várias empresas colonizadoras a tarefa de efetivar o
povoamento das glebas recebidas .
TERRITÓRIO
• 1903: O presidente dos EUA determina os limites entre Brasil
e Argentina.
• 1916: Os Estados do Paraná e Santa Catarina disputam o
território do Campos de Palmas, o Presidente Wenceslau Braz
da ganho de causa à Santa Catarina.
• Expropriação das terras indígenas no oeste catarinense a partir
da ocupação dos campos de Guarapuava e de Palmas em 1938
e 1948 (vazio demográfico).
• Indígenas mantiveram a relação com seus marcos simbólicos;
• O Processo de retomada teve inicio em 1991, 880,761ha foram
demarcados em 1996 e a ampliação do Toldo segue atualmente
tramites legais.
INFORMAÇÕES GERAIS
 Língua: Kaingang (Jê)
 Artesanato: Para consumo das próprias famílias.
 Dança: Enfoca a natureza e a preservação do meio ambiente.
 Música: Flautas de taquara (turus).
 Religiosidade:
* Pintura da face obrigatória para músicos no ritual Kikikoia (kiki).
* Vestes típicas são utilizadas em celebrações.
* Os cemitérios indígenas e os Cedros de Santa Cruz permanecem
sendo para os indígenas da aldeia como locais de valor simbólico-
sagrado.
* Curandeiros: poder de cura atribuído àqueles que se comunicam
com os santos. Existem no Toldo Pinhal três curandeiros.
* Brados e assobios (Comunicação)
 Alimentação: Pixê (base de milho) e o caraguatá (base de brotos).
(Fonte: Despacho n. 84 de 26 de setembro de 2006 – FUNAI e entrevista com Sebastião da FUNAI de Chapecó.)
INFORMAÇÕES GERAIS
 Formação da aldeia: por contiguidade (vizinhança).
 Composição familiar: casal e filhos solteiros (núcleo familiar)
 Moradia: Ocupação de casas e galpões que pertenceram a agricultores
(próximo a estradas principais). As casas aproximadas são ocupadas
por membros de uma mesma família (extensiva).
 Alfabetização: A aldeia tem uma escola bilíngue mantida pelo
município.
 SEASE é responsável pela saúde dentro da aldeia, há uma enfermeira
para atender os indígenas, sempre com acompanhamento dos caciques
e curandeiros.

(Fonte: Despacho n. 84 de 26 de setembro de 2006 – FUNAI e entrevista com Sebastião da FUNAI de Chapecó.)
INFORMAÇÕES GERAIS
 Produção: Agricultura familiar de subsistência – cultivo de lavouras de
milho (predominante), feijão, batata doce, mandioca, batata, arroz,
pipoca e outros produzidos num sistema de mutirão “ajutórios” entre
as famílias e parentes. (Colabora com a aposentadoria)
 Produção e comercialização: Atualmente existem 30 hectares
cultivados coletivamente. A produção é comercializada para a
manutenção dos maquinários da comunidade. Por não existir no toldo
Pinhal posto indígena da FUNAI, a produção coletiva é administrada
pelos lideres da Aldeia.

 A subsistência vem da agricultura, possuem açudes para a criação


de peixes, seu próprio gado e cada família administra seus bens.

(Fonte: Despacho n. 84 de 26 de setembro de 2006 – FUNAI e entrevista com Sebastião da FUNAI de Chapecó.)
CONSTITUIÇÃO
CAPÍTULO VIII 
Dos Índios
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas,
crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus
bens.
(...)
Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para
ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério
Público em todos os atos do processo. ADCT
Art. 67. A União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de
cinco anos a partir da promulgação da Constituição.
Brasília, 5 de outubro de 1988.
Ulysses Guimarães, Presidente
Mauro Benevides, 1.º Vice-Presidente

(Fonte: <http://www.funai.gov.br/portal/quem/legislacao/indios_na_constitui.htm>)
EXTATUTO DO ÍNDIO
LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973.
 Art. 2° Cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, bem como aos órgãos
das respectivas administrações indiretas, nos limites de sua competência,
para a proteção das comunidades indígenas e a preservação dos seus direitos:
        I - estender aos índios os benefícios da legislação comum, sempre que
possível a sua aplicação;
        II - prestar assistência aos índios e às comunidades indígenas ainda não
integrados à comunhão nacional;
   III - respeitar, ao proporcionar aos índios meios para o seu desenvolvimento,
as peculiaridades inerentes à sua condição;
        IV - assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos seus meios de
vida e subsistência;
        V - garantir aos índios a permanência voluntária no seu habitat ,
proporcionando-lhes ali recursos para seu desenvolvimento e progresso;
DECRETOS E PORTARIAS
Terras 
• Decreto nº 1.775, de 8 de janeiro de 1996 - Dispõe sobre o procedimento
administrativo de demarcação das terras indígenas e dá outras providências
• Portaria nº 14, de 9 de janeiro de 1996- Estabelece regras sobre a
elaboração do Relatório circunstanciado de identificação e delimitação de
Terras Indígenas a que se refere o parágrafo 6º do artigo 2º, do Decreto nº
1.775, de 08 de janeiro de 1996
• Portaria nº 116, de 14 de fevereiro de 2012 - Estabelece diretrizes e
critérios a serem observados na concepção e execução das ações de
demarcação de terras indígenas
• Instrução Normativa nº 2, de 3 de fevereiro de 2012 - Baixa instruções
para o pagamento de indenização pelas benfeitorias derivadas da ocupação
de boa-fé em terras indígenas

(Fonte: <http://www.funai.gov.br/portal/quem/legislacao/conteudo.htm>)
CONFLITOS INTERNOS
• Familiar.
• Comunidade.
• Meios de sobrevivência.
João Gonçalves, um cacique sem tribo.
Um cacique sem tribo e sem emprego. (...)
João Gonçalves Min, 40 anos, que mora com a
mulher e cinco filhos num bairro de Chapecó.
Ele foi cacique durante sete anos, entre 1991 e
1998, na aldeia Kaingang de Toldo Pinhal, em
Seara. Foi ele quem reuniu e conduziu sua
comunidade para a conquista e demarcação dos
atuais 893 hectares da aldeia de Toldo Pinhal.
(...), em 1997.
O cacique disse que tentou implementar um sistema de produção e
autonomia da comunidade, que não foi bem aceito. (...) Ele afirmou que foi
acusado injustamente de ganhar dinheiro em cima da população indígena e foi
afastado por decisão da comunidade. Min declarou que algumas pessoas "fizeram
a cabeça da comunidade" (...).
O cacique ainda pensa em voltar para a aldeia. Sua mulher, Terezinha Alves,
queria ir para o Toldo Chimbangue, em Chapecó. Ela não se adapta ao sistema de
não poder cultivar sua língua e seus costumes, como o artesanato. "Na cidade tem
que comprar tudo", reclamou. 
(Fonte: Diário Catarinense-Florianópolis-SC 21/03/2003)
Ex-cacique nega acusação de estupro – Texto Belos Montes de Seara

O ex- cacique Antonio Nunes foi preso nesta manhã na reserva indígena Toldo Pinhal
e está recolhido ao Presídio Regional em Concórdia. Ele nega as acusações de estupro
contra a vulnerável.
Um funcionário da Fundação Nacional do
Índio (Funai), em Chapecó é apontado pelo
Ministério Público como facilitador na fuga de
ex-cacique de uma tribo da região suspeito de
abusar de três meninas de sua aldeia. O servidor
da Funai, de acordo com o MP, teria sido
avisado da existência de um mandado de prisão
contra o indígena e permitido sua fuga.

(Fonte: http://www.superconda.com.br/noticias.php?id=2903&cat=3 e http://www.superconda.com.br/noticias.php?id=2903&cat=3.)


CONFLITOS EXTERNOS

Objetivo Subjetivo
Evidente (In)evidente
(Fonte: <>)
Sex, 21 de Setembro de 2012 10:37 - Por  Ascom Arpin Sul
Indígenas conseguem impedir avanço da Portaria 303 e lutam pela revogação total
As mobilizações que ocorreram no início da semana, na região sul do Brasil, pela revogação da
Portaria nº. 303, da qual impede o usufruto de territórios tradicionais e permite a sobreposição militar,
empreendimentos hidrelétricos, minerais e viários, sem consultar os povos indígenas e a Fundação
Nacional do índio – FUNAI, e prevê ainda, a revisão dos territórios já demarcados e homologados,
aproximadamente mil indígenas entre as etnias Kaingang e Guarani, conseguiram suspender a Portaria a
partir das diversas ações que ocorreram em todo o Brasil.
.

Na terça-feira (18), a Advocacia Geral da União (AGU),


aprovou a Portaria nº. 415, alterando o art. 6º da Portaria nº.
303 da qual revoga a Portaria nº.308. Em linhas gerais, a
mudança modifica apenas a data em que a Portaria entraria
em vigor. Contudo, o conteúdo não foi alterado. A pressão
ocasionada pelos indígenas nestes últimos dias sobre a AGU
foi mais uma batalha vitoriosa contra a uma série de ações
inconstitucionais que tem acontecido em todo o país. Porém,
esta modificação é tida como um fôlego para as comunidades
que não pretendem ficar paradas nos próximos dias. (...)
Manifestações Região Sul – Os bloqueios ocorreram na BR-
348, em Santa Catarina, na RS-343 e na BR-386, no Rio
Grande do Sul. Entre os dois estados estiveram envolvidos
em toda a ação aproximadamente mil indígenas entre as
etnias Kaingang e Guarani.

(Fonte: <http://www.revistasina.com.br/portal/questao-indigena/item/7444-ind%C3%ADgenas-conseguem-impedir-avan%C3%A7o-da-portaria-303-e-lutam-pela-revoga%C3%A7%C3%A3o-total>)
Tabela de Problemas-alvo de Atividade de Proteção

(Fonte: <http://www.funai.gov.br/portal/ultimas/informativos/daf/cpti/2011/Tabela_de_Problemasalvo_AtividadeProtecao.pdf>)
Tabela de Problemas-alvo de Atividade de Proteção

(Fonte: <http://www.funai.gov.br/portal/ultimas/informativos/daf/cpti/2011/Tabela_de_Problemasalvo_AtividadeProtecao.pdf>)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
• Ilha R. Antr., Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC,  Florianópolis, SC, Brasil, ISSNe
2175-8034. Disponível em: <http://www.journal.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/16325/14868>
Acessado em: 16/05/2013.

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