Você está na página 1de 49

LIGAS METÁLICAS

E O USO
DO TITÂNIO FUNDIDO EM PRÓTESE
LIGAS METÁLICAS

Utilizadas na odontologia desde tempos imemoriais

boa resistência à corrosão


Ouro excelente adaptação
propriedades mecânicas satisfatórias
LIGAS METÁLICAS

Custo do ouro

Diminuição do seu uso

Procura por novas ligas metálicas


LIGAS METÁLICAS

Critérios para uma liga metálica ideal:

• Custo acessível
• Propriedades mecânicas satisfatórias
• Técnica de manuseio simplificada
• Biocompatibilidade

Anusavice, 1998
LIGAS METÁLICAS

Ligas de metais básicos (Ni, Cr, Be)

Alergias (?)

Potencial carcinogênico (?)

Jones et al., 2004


LIGAS METÁLICAS

Ligas de titânio

Biocompatibilidade

Substituição de ligas de metais básicos

Jones et al., 2004


TITÂNIO

Descoberto em 1795 (Klaproth).

Wilhelm Kroll - processo para a produção


comercial de titânio puro.

Ti c.p. - estruturas leves e resistentes


indústria aeroespacial.

Gegel & Hoch, 1973.


TITÂNIO
PROPRIEDADES DO Ti c.p.

1-) Biocompatibilidade

Proporcionada pela camada passivadora, que é uma camada


de oxidação presente na superfície do metal, muito bem aderida
e repassivada no intervalo de nanosegundos.

TiO
TiO2
TiO3

Craig et al., 1994


CARACTERÍSTICAS DO Ti c.p.
1-) Biocompatibilidade

Permite a íntima adesão de biomoléculas


responsáveis pelo início do processo de
osseointegração
CARACTERÍSTICAS DO Ti c.p.
2-) Resistência ao manchamento e à corrosão

Inibe eficazmente o fenômeno de corrosão e


manchamento sobre a superfície do metal.
CARACTERÍSTICAS DO Ti c.p.
3-) Densidade

Ouro: 16,0 g/cm3


Co-Cr: 8,5 g/cm3
Titânio: 4,5 g/cm3

O titânio é um metal de baixa densidade, o que resulta


em estruturas leves e com pouco prejuízo para a
resistência das mesmas.

Lautenshlager & Monaghan, 1996


CARACTERÍSTICAS DO Ti c.p.
4-) Baixo grau de radiopacidade

Permite que as estruturas em titânio possam ser


radiografadas para evidenciar eventuais porosidades
internas, que podem comprometer a resistência final e a
longevidade do tratamento.

Wang & Fenton, 1996


CARACTERÍSTICAS DO Ti c.p.
5-) Alotropia

883ºC
Fase alfa fase beta

Quando aquecido acima de 883ºC, o titânio muda a sua


configuração cristalográfica. Isto altera as propriedades
mecânicas do metal.

Kershbaum, 1998
PROCESSO DE FUNDIÇÃO
DO Ti c.p.
FUNDIÇÃO

Pastilhas de Ti c.p.
FUNDIÇÃO

O processo de fundição do Ti c.p. baseia-se no


método da cera perdida, identicamente a outras
ligas metálicas odontológicas.

B
A

C
FUNDIÇÃO

O padrão em cera é posicionado sobre uma base


formadora de cadinho.
FUNDIÇÃO

O anel de silicone é posicionado, e o revestimento é


proporcionado, espatulado e vertido sob vibração.
FUNDIÇÃO

Molde de revestimento
Presa do revestimento pronto para o ciclo de
expansão térmica.
FUNDIÇÃO

Forno para a expansão térmica do revestimento.


FUNDIÇÃO

Alto ponto de fusão (1672ºC)

Reação com elementos gasosos (N,O,H)

Fundição em atmosfera inerte (Argônio)

Craig et al. (1994)


FUNDIÇÃO

Baixo peso específico da massa fundida

Técnica de centrifugação

pouco adequada para o Ti c.p.

Craig et al. (1994)


FUNDIÇÃO

Ida et al. (1980) - Máquina de fundição “Castmatic”


Câmara superior
Fundição através de arco-voltaico

Injeção de gás inerte (Argônio)

Câmara inferior
Molde de revestimento

Vácuo - sucção da massa fundida


FUNDIÇÃO

Câmara
superior

Câmara
inferior
FUNDIÇÃO

1-) Eletrodo de Tungstênio

2-) Gabarito

3-) Pastilha de Ti c.p.

4-) Cadinho
FUNDIÇÃO

vedante

Elevador
FUNDIÇÃO
FUNDIÇÃO

Posicionamento do cadinho Colocação da pastilha


FUNDIÇÃO

Remoção do molde do forno Colocação do molde na


câmara inferior
FUNDIÇÃO

Fundição Remoção do molde de


revestimento
FUNDIÇÃO

Imediatamente após a fundição, o molde de revestimento


deve ser imerso em água, para minorar a formação de uma
grossa camada de oxidação, denominada alfa-case.
FUNDIÇÃO

Fratura do revestimento Após jateamento.


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS DO
Ti c.p.
UTILIZAÇÕES CLÍNICAS

•Próteses parciais removíveis.

•Infra-estruturas para próteses fixas dento e implanto-


suportadas.

•Recobrimento do Ti c.p. com cerâmicas.


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS

Próteses parciais removíveis.

O titânio ainda é pouco empregado na confecção de


PPRs, embora o seu uso seja perfeitamente possível
nesta modalidade de tratamento.
UTILIZAÇÕES CLÍNICAS

Próteses parciais removíveis.

•Diâmetro de grampos e conectores cerca de 20%


maiores do que o exigido para ligas de Co-Cr;

•deformação plástica do grampos e rugosidade


superficial: semelhante as ligas de Co-Cr;

Henriques et al., 2001


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS

Próteses parciais removíveis.

•Protocolo de polimento: ainda indefinido (Santana et al., 2003)

•Fratura de grampos e conectores em estudo clínico


longitudinal: estatisticamente inferior às ligas de Co-Cr. (Wang
et al., 2004)
UTILIZAÇÕES CLÍNICAS

Infra-estruturas para próteses fixas implanto e


dento-suportadas
UTILIZAÇÕES CLÍNICAS

Infra-estruturas para próteses fixas dento-


suportadas
•A adaptação cervical de copings de titânio é menor do
que aquela apresentada pelos copings de Ni-Cr.

•A remoção da camada de alfa-case, pelo processo de


jateamento, contribui para este desempenho.

•A adaptação cervical do Ti c.p. permaneceu dentro dos


limites aceitáveis (50-90µm).

Campidelli et al., 2003


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS

Infra-estruturas para próteses fixas dento-


suportadas

Au-Pd Ni-Cr Ti c.p.

Campidelli et al., 2003


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS
Infra-estruturas para próteses fixas implanto-
suportadas
Principal vantagem: obtenção do monometalismo da
reabilitação, ou seja: infra-estrutura e implante
confeccionados com materiais de mesma natureza.

Jones et al., 1996


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS
Infra-estruturas para próteses fixas implanto-
suportadas

O monometalismo evita as interações galvânicas, causadas


por metais de diferentes naturezas. As correntes galvânicas
podem ser prejudiciais à osseointegração, pois conseguem
liberar íons de Ti para os tecidos presentes à volta do
implante.

Davarpanah et al.,
2003
UTILIZAÇÕES CLÍNICAS
Infra-estruturas para próteses fixas implanto-
suportadas
O titânio também permite ser soldado a laser, técnica mais
precisa e que envolve menores alterações dimensionais,
contribuindo para o efetivo assentamento passivo das
estruturas implanto-suportadas

Contreras et al. 2003


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS
Recobrimento do titânio com cerâmicas

Queima de cerâmica sobre o Ti c.p. requer cuidados especiais

Fase alfa 883ºC Fase beta

Vita VMK 68 - cerca de 960ºC

Uso de cerâmicas de baixa fusão (790ºC)

Kershbaum 1996
UTILIZAÇÕES CLÍNICAS
Recobrimento do titânio com cerâmicas

Necessidade de ciclos de queima a temperaturas menores que


800ºC
(Formação de uma camada de oxidação excessiva)

Cerâmica
Cerâmica
Camada de oxidação Calor Camada de oxidação
Titânio
Titânio

Kershbaum 1996
UTILIZAÇÕES CLÍNICAS
Recobrimento do titânio com cerâmicas

Esteticamente, possuem uma maior opacificação com


relação às cerâmicas convencionais.

Atsu & Berksun, 2000


UTILIZAÇÕES CLÍNICAS
Recobrimento do titânio com cerâmicas

O espessamento na camada de oxidação reduz a união titânio /


cerâmica.

O uso de cerâmicas especiais (de baixa fusão) é


imprescindível para a obtenção de uma união confiável
entre estes dois materiais.

Atsu & Berksun, 2000


FUTURO DO TITÂNIO

? Uso do titânio no cotidiano odontológico


?
? ?
?
Realidade?

?
Ficção?

Você também pode gostar