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DELEGAÇÃO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO

CENTRO DE FORMAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE ALCOITÃO

A Europa e o Mundo no Limiar


do Século XX

Hegemonia e Declínio da Influência Europeia

Formadora: Sílvia Alfaiate


Módulo: Portugal e a sua história
Imperialismo e Colonialismo: a partilha do Mundo

Missão Civilizadora da Europa


A Europa nos finais do século XIX:
- grande crescimento demográfico;
- descobertas científicas e técnicas;
- desenvolvimento industrial;
- capitais investidos noutros continentes;
- incremento da actividade comercial;
- crença na superioridade do “Homem Branco”.
Potências mundiais em ascensão:

-EUA (recursos naturais, mão de obra abundante


e processos de produção inovadores);

- Japão ( inspiração nas práticas industriais e


comerciais da Europa Ocidental e mão–de–obra
disponível e barata).
Motivos que originaram o novo Colonialismo e
Imperialismo:
-motivos de ordem política e estratégica;
- motivos de ordem económica;
- motivos ideológicos e culturais.

África foi o continente mais visado


com a corrida às áreas de influência.
Para evitar o choque de imperialismo, o Chanceler Bismarck propôs a realização
da Conferência de Berlim.
Decisões emanadas da Conferência de Berlim (1884 –
1885):
-definição das fronteiras das colónias de cada país;
- novo direito colonial (princípio da ocupação efectiva).

Caricatura portuguesa sobre a Conferência


de Berlim
Cairo

Cabo

Cecil Rhodes propunha–se unir a “Mapa Cor–de–Rosa” – assinalava os


cidade do Cabo à cidade do Cairo territórios que Portugal pretendia ocupar
através de uma linha ferroviária. no continente africano.
Portugal foi um dos mais países mais prejudicados
na Conferência de Berlim, devido à primazia da
ocupação efetiva sobre o direito histórico.
Em 1889, Portugal ocupa os territórios entre Angola
e Moçambique. Contudo, as pretensões portuguesas
entram em choque com os interesses da Grã–
Bretanha.
Em 1890, a Inglaterra fez um ultimato a Portugal
para que este abandonasse o projeto do “Mapa Cor–
de–Rosa”.
A crise económica e a consequente dependência
económica face à Inglaterra levaram Portugal a
ceder, o que agravou a crise interna e de certa forma
esteve na origem do fim da monarquia.
A Primeira Grande Guerra
(1914 – 1918)
Causas pré – existentes:
- nacionalismos exacerbados;
- choque de imperialismos;
- corrida ao armamento;
- alianças militares.

Balcãs Caricatura da revista Der Whare Jacob


Alianças militares.
-Tríplice Aliança ( Áustria–Hungria, Itália e Alemanha);
- Tríplice Entente (Grã–Bretanha, França e Rússia).

Consequências da política de alianças:


- corrida ao armamento;
- clima de paz armada.
A Europa inteira, cheia de incerteza e perturbação,
caminha para uma guerra inevitável cuja causa imediata
permanece ainda ignorada, mas que se aproxima com a
certeza implacável do destino.
A. de Mun, em L`Echo de Paris, 12 de Fevereiro de 1913

A causa imediata: o atentado de


Serajevo

Assassinato do arquiduque Francisco Fernando


A euforia da guerra
Na Alemanha
No dia 1 de Agosto, a ordem de mobilização despertou por toda a Alemanha
um entusiasmo indiscitível. (...) Grupos de soldados cantavam velhas canções
alemãs. Era uma tropa orgulhosa, alegre, segura de si, sólida, constituída por
milhares de heróis disciplinados.
Kronprinz, Recordações da Guerra
Na França
Todos os homens válidos receberam a convocatória. (...) Muitos riam:
“Oferecem – nos uma férias em pleno Verão, a nós que nunca as tivémos. É
preciso aproveitar.”
Emile Carles, Une soupe aux herbes sauvages
As frentes da Guerra:
-Frente Ocidental ( Mar do Norte até à Suiça);
-Frente Balcânica (Mar Adriático ao Império
Otomano);
- Frente de Leste (Mar Báltico ao Mar Negro).
Marinha Ataques com Gás
Trincheiras
Aviação Lança – chamas alemão
“Tommies” ingleses
As fases da Guerra:
- Guerra de movimentos;
- Guerra de posições ou guerra das trincheiras;
- Guerra de bloqueio;
- Retorno à guerra de movimentos.

Trinchei
ra
Acontecimentos decisivos para o
desenrolar do conflito (1917):
- saída da Rússia da guerra;
- entrada dos EUA na guerra.
O fim da guerra:
- assinatura do Armistício, em 11 de Novembro de 1918;
- assinatura do Tratado de Versalhes, em 28 de Junho de
Ferido 1919.
entre trincheiras Contagem dos mortos, num campo de
Batalha francês
A Alemanha depois da
guerra

O Tratado de Versalhes impôs que a Alemanha:


- se declarasse a principal culpada da guerra;
-reconhecesse a autoridade francesa sobre a Alsácia e a
Lorena;
- distribuísse as suas colónias pelos países vencedores;
-pagasse pesadas indemnizações aos países ocupados
durante a guerra;
-limitasse a um máximo de 100 mil homens o seu exército e
não tivesse artilharia pesada, aviação e marinha de guerra...
Consequências da guerra:
- criação da SDN (Sociedade das Nações);
- um novo mapa político da Europa;
- problemas demográficos e sociais;
- endividamento da Europa aos EUA;
- fim da hegemonia europeia e ascensão dos EUA...
Novo mapa político da Europa
Desmembramento do Império Austro - húngaro
As Altas Partes Contratantes, considerando que, para
desenvolver a cooperação entre as nações e para lhes garantir a
paz e a segurança, é necessário: aceitar certas obrigações de não
recorrer à guerra(...).
Fazer reinar a justiça e respeitar todas as obrigações dos
tratados (...), adoptam o presente pacto que institui a Sociedade
das Nações.
Preâmbulo do Pacto da Sociedade das Nações

Objectivos da SDN:
- assegurar a paz e a cooperação entre os países
membros.
Singularidades do conflito:
- a duração anormal;
- a extensão geográfica;
- o número de países envolvidos;
- o recurso à propaganda e à guerra
ideológica...
Desmoralização da população civil

Soldado alemão
“ A minha mulher faz
Embarque de tropas Infantaria alemã
Marinha de Guerra
portuguesas

Artilharia pesada
Aviso de morte recebido
Pelas famílias

Pena de morte para desertor


Refugiados polacos

Cartaz que anuncia peça sobre o


problema dos filhos ilegítimos
Próteses Soldado
com
prótese
As transformações económicas do após – guerra no Mundo Ocidental
A perda da hegemonia europeia:

- a nível demográfico (8 milhões de


mortos e 6 milhões de inválidos);

- a nível económico–financeiro
(destruição de infra–estruturas e redução
da produção);

- a nível social (fome, desemprego e


agitação social).
Factores que contribuíram para a ascensão dos EUA.:
- a riqueza do país (abundância de recursos naturais);
- a organização científica do trabalho (Taylorismo e Fordismo);
- o investimento e empréstimos feitos na Europa;
- o alargamento do mercado interno;
- o aumento das exportações;
- as inovações técnicas ( maquinaria, electricidade e petróleo);
- os novos métodos de produção (estandardização/ produção em série);
- novo sistema de organização de empresas (concentração de empresas).
Tempos Modernos Ford T

Aspirador
Fordismo:
- divisão do trabalho em tarefas simples e rápidas;
- produção em série;
- atribuição de prémios de produção e subida de salários.

Henry Ford
Linha de montagem
Linha de montagem

Caricatura sobre a concentração de


empresas Nova Iorque, 1911
Charleston

Cabaret

Cinema

Empire State
Building Jazz

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