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UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

DISCIPLINA: O AMBIENTE E AS DOENÇAS DO TRABALHO

OTOTOXICIDADE DOS
PRODUTOS QUÍMICOS

1. Revista CEFAC 2001; 3:95-102;


Marisa Mara Neves de Souza
Alice Penna de Azevedo Bernardi

ENDRIGO LOGUERCIO
MÁRCIO CEGALA
Objetivos

 Mostrar que o risco químico pode lesar o sistema


auditivo;
 Mostrar os principais produtos químicos;
 Mostrar que a presença destes é constante na
indústria em geral;
 Alertar para a aplicação do Programa de
Conservação Auditiva;
Conceito

 Que tem efeito tóxico sobre o sistema


OTOTOXICIDADE

auditivo e de equilíbrio.
Conceitos

CONCEITO DE PAIR
A perda auditiva induzida por ruído (PAIR), relacionada ao
trabalho, é uma diminuição gradual da acuidade auditiva
decorrente da exposição continuada em níveis elevados de
pressão sonora

CONCEITO DE TRAUMA ACÚSTICO


É uma perda auditiva súbita decorrente de uma única
exposição a pressão sonora intensa ou devido a trauma
físico do ouvido, crânio ou coluna cervical.
Legislação
 A Legislação Brasileira, não exige
monitoramento da audição dos trabalhadores
expostos a agentes químicos, exceto que
estejam expostos a níveis de ruído acima dos
limites de exposição permitidos (85 dB(A)).
ACGIH, 1998-2005
TLVs® and BEIs®, pag. 116:
“Exposição a certos produtos químicos pode
resultar em perdas auditivas. Em ambientes
aonde ocorre exposição a ruído, bem como a
tolueno, chumbo…, a execução e revisão
cuidadosa de audiogramas periódicos é
recomendada.”
Produtos Químicos
CLASSES COM CARACTERÍSTICAS
(POTENCIAIS) OTOTÓXICAS

METAIS
SOLVENTES GASES
PESADOS

DISSULFETO DE MONOXIDO DE
MERCÚRIO
CARBONO CARBONO

TRICLOROESTI
ESTANHO
RENO

TOLUENO CHUMBO

XILENO E
MANGANÊS
ESTIRENO
Solventes
 Conceito:
 Experiência: Tempo de estudo=20 anos

Nº trabalhadores= 319;
SOLVENTE

Atividade: Processamento de madeira


1º: Indivíduos da divisão química expostos a um nível
de ruído média entre 80 à 90 dB(A);
2º: Indivíduos que trabalhavam na serraria e produção
expostos a somente ruído (nível entre 95 à 100
dB(A).
Conclusão: 23% de perda auditiva no primeiro caso e
apenas 8% do segundo grupo tiveram algum tipo de
perda auditiva.
Solventes - CS2

 Utilização: Processo de fabricação de produtos


farmacêuticos, agricultura, extração de
DISSULFETO DE

minérios.
CARBONO

 Também foi realizado um estudo com presença


de ruído + CS2 e somente ruído, logo, os
resultados mostram uma maior incidência de
perda no conjunto.
 Fato: A exposição crônica desta provoca
alterações das vias auditivas ascendentes no
nível de tronco cerebral.
TRICLOROESTIRENO Solventes C2HCL3

 Utilização: Agente de limpeza a seco ou


ingrediente em removedor de manchas.
 Encontrado perdas auditivas simétrica
bilateral nas frequências altas com início
de queda em 2 ou 3KHz e tipo
neurossensorial em 26 dos 40
trabalhadores expostos.
Solventes

 Utilização: Produtos químicos, tintas, adesivos,


borrachas, curtumes e em gráficas.
 Fatos:
TOLUENO

1º: Perda Auditiva em alta freqüência (3 a 8 KHz)


– Exposição ao conjunto (ruido + tolueno)
(53%);
2º: Alteração 2X maior no grupo exposto a
mistura de solventes (18%);
3º: Grupo não exposto (8%).
Solventes

 Estudo: Indústria de plásticos com exposição ao


estireno em níveis abaixo do limite.
 Encontrado: Alteração nos testes de postura
ESTIRENO
XILENO E

estática e supressão visual, fala distorcida e


testes audiométricos de respostas corticais.
 Conclusão: A exposição ao estireno a níveis
leves e moderados pode causar distúrbio da
função cerebelar e talvez cortical.
Solventes

 Utilização: Xileno: Indústrias de tintas,


impressão, borracha e couro; para resinas,
colas, desengordurante e agentes de
ESTIRENO
XILENO E

limpeza.
Metais Pesados

 Utilização: Termômetros, desinfetantes,


baterias, cerâmicas, tintas, explosivos,
inseticidas entre outros.
MERCÚRIO

 Também com exposição ao conjunto temos


maior incidência de perdas auditivas
(lesões cocleares).
Metais Pesados

 Utilização: Catalisadores de espuma de


poliuretano e para vulcanização de borracha de
silicone a temperatura ambiente.
ESTANHO

 Nos casos estudados não houve perda auditiva


mas segundo autor ainda deve ser investigado.
 Em animais houve perda de células ciliadas.
Metais Pesados

 Utilização: Produção de baterias eletrônicas


 A toxicidade do chumbo resulta,
principalmente, de sua interferência no
funcionamento das membranas celulares e
CHUMBO

enzimas.
 O conjunto de órgãos mais sensível ao
envenenamento por chumbo é o sistema
nervoso, sendo que a encefalopatia é um dos
mais sérios desvios tóxicos induzidos pelo
chumbo em crianças e adultos.
Metais Pesados

 Revestimento de cabos e encanamentos;


 Acumuladores;
 Baterias Eletrônicas;
CHUMBO

 Isolamento acústico;
 Munição para armas de fogo;
 Frascos para líquidos corrosivos;
 Solda para aparelhos eletrônicos;
 O óxido de chumbo é usado na fabricação de
cristais finos e lentes com auto grau de refração.
Metais Pesados

 Utilização: Produção de aço como reagente para


reduzir oxigênio e enxofre, agente de liga para
aços especiais, alumínio, cobre etc...
MANGANÊS

 Perda auditiva com o conjunto é maior. Perda


do tipo neurossensorial, alta queixa de zumbido,
dificuldade de memória, dores nas articulações
e costas.
GASES

 Utilização: Manufatura de metanol, ácido


acético, entre outros.
MONÓXIDO DE

 78,3% de perda auditiva nos intoxicados por


CARBONO

CO;
 Destes, 67,7% tiveram perda auditiva
neurossensorial em frequências altas, bilateral e
simétrica;
 Com tratamento somente foi conseguido uma
melhora de grau leve em 26,7%.
SITUAÇÃO AUDITIVA NO BRASIL

 16 milhões de pessoas portadoras de deficiência


auditiva (IBGE, 2000).

 O IBGE em 2000 estimou que 5.750.809 de indivíduos


possuem algum tipo de déficit auditivo, com maior
distribuição na área urbana.

 Destes cinco milhões, estima-se que 176.067


indivíduos estejam incapacitados de ouvir e que
860.889 indivíduos apresentem alguma dificuldade de
ouvir de forma permanente, sem tratamento clínico.
(ADRIANA LACERDA)
CONCLUSÃO

Até o presente momento, poucos estudos


epidemiológicos examinaram o período de tempo
necessário para que a exposição química industrial
afete o sistema auditivo e por isso não temos certeza
se o processo é AGUDO ou CRÔNICO.

Enfim, por problemas políticos, a sociedade paga


fortemente por nossa legislação ser frágil e muitas
vezes ineficiente, por falta de conhecimento muitas
vezes, ocasionando cada vez mais doenças do trabalho
devido aos trabalhadores não receberem a proteção
adequada.
QUESTIONAMENTOS

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