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REAÇÕES MEDICAMENTOSAS MAIS

COMUNS
BENEFÍCIOS VERSUS RISCOS
DOS MEDICAMENTOS
Todos os medicamentos têm tanto o potencial de causar danos (uma reação adversa
medicamentosa) quanto de trazer benefícios. Quando os médicos consideram a
prescrição de um medicamento, eles devem avaliar os possíveis riscos em função dos
benefícios esperados. O uso de um medicamento não se justifica a não ser que os
benefícios esperados superem os possíveis riscos. Os médicos também devem
considerar o resultado provável da interrupção do medicamento. Os benefícios e
riscos potenciais nunca podem ser determinados com precisão matemática.
Ao avaliar os benefícios e riscos da prescrição de um medicamento, os médicos
consideram a gravidade da doença a ser tratada e o efeito que o medicamento está a
ter sobre a qualidade de vida da pessoa.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE
REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS
A maioria dos medicamentos produzem diversos efeitos, mas geralmente apenas um
efeito — o efeito terapêutico — é desejado para o tratamento de uma doença. Os
outros efeitos podem ser considerados indesejados, sejam eles intrinsecamente
nocivos ou não. Por exemplo, alguns anti-histamínicos, além de controlar os
sintomas de alergias, causam sonolência. Quando um medicamento para auxiliar o
sono contendo um anti-histamínico é tomado, a sonolência é considerada um efeito
terapêutico. Porém, quando um anti-histamínico é tomado para controlar os sintomas
de alergia durante o período diurno, a sonolência é considerada um efeito indesejado
irritante.
A maioria das pessoas, incluindo profissionais de saúde, referem-se aos efeitos
indesejados como efeitos colaterais; outro termo usado é efeito adverso
medicamentoso. No entanto, o termo reação adversa medicamentosa é tecnicamente
mais adequado para efeitos de medicamentos que são indesejados,
desagradáveis, nocivos, ou potencialmente nocivos.
TIPOS DE REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS
Existem vários tipos diferentes:
Relacionadas à dose
Alérgicas
Idiossincráticas
REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS
RELACIONADAS A DOSE
Representam um exagero dos efeitos terapêuticos do medicamento. Por exemplo,
uma pessoa tomando um medicamento para controlar a hipertensão arterial pode
sentir tonturas ou ficar atordoada se o medicamento reduzir a pressão arterial
excessivamente. Uma pessoa com diabetes pode desenvolver fraqueza, sudorese,
náusea e palpitações se o uso de insulina ou de um antidiabético oral reduzir o nível
de açúcar no sangue excessivamente. Esse tipo de reação adversa medicamentosa
geralmente é previsível, mas, às vezes, ela é inevitável. Ela pode ocorrer se uma dose
do medicamento for demasiadamente alta (reação de superdosagem), se a pessoa for
extraordinariamente sensível ao medicamento ou se outro medicamento reduzir o
metabolismo do primeiro medicamento e, aumentar, assim, sua concentração no
sangue ( Interações medicamentosas). As reações relacionadas à dose geralmente não
são graves, mas são relativamente comuns.
REAÇÕES ALÉRGICAS
MEDICAMENTOSAS
Não são relacionadas à dose, mas necessitam de exposição prévia a um
medicamento. As reações alérgicas desenvolvem-se quando o sistema imunológico
do corpo desenvolve uma reação inadequada a um medicamento (algumas vezes
conhecida como sensibilização). Após a pessoa estar sensibilizada, exposições
tardias ao medicamento produzem um de diversos tipos diferentes de reação alérgica.
Algumas vezes, os médicos realizam testes cutâneos para ajudar a prever as reações
alérgicas medicamentosas.
 REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS
IDIOSSINCRÁTICAS
Resultam de mecanismos que não são atualmente compreendidos. Este tipo de
reação adversa medicamentosa é em grande parte imprevisível. Exemplos de tais
reações adversas medicamentosas incluem erupções cutâneas, icterícia, anemia,
redução na contagem de glóbulos brancos, lesão renal e lesão nervosa que pode
prejudicar a visão ou a audição. Essas reações tendem a ser mais graves, mas
ocorrem tipicamente em um número muito pequeno de pessoas. As pessoas afetadas
podem apresentar diferenças genéticas na forma como seu corpo metaboliza
medicamentos ou responde a eles.
Algumas reações adversas medicamentosas não estão relacionadas ao efeito
terapêutico do medicamento, mas geralmente são previsíveis, pois os mecanismos
envolvidos são amplamente compreendidos. Por exemplo, irritação e sangramento
estomacais geralmente ocorrem em pessoas que usam regularmente aspirina ou
outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Isso ocorre porque
esses medicamentos reduzem a produção de prostaglandinas, que ajudam a proteger
o trato digestivo do ácido gástrico.
REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS COMUNS
Distúrbios digestivos — perda de apetite, náusea, sensação de distensão abdominal,
obstipação e diarreia — são reações adversas medicamentosas particularmente
comuns, pois a maioria dos medicamentos são tomados por via oral e passam pelo
trato digestivo. Contudo, quase qualquer sistema de órgãos pode ser afetado. Em
pessoas idosas, o cérebro é comumente afetado, muitas vezes resultando em
sonolência e confusão.
FATORES DE RISCO PARA REAÇÕES
ADVERSAS MEDICAMENTOSAS
Muitos fatores podem aumentar a probabilidade de uma reação adversa
medicamentosa (quaisquer efeitos indesejados de um medicamento). Incluem:
Fatores hereditários
Determinadas doenças
Uso simultâneo de diversos medicamentos
Ser muito jovem ou muito idoso
Gravidez
Amamentação
Fatores hereditários tornam algumas pessoas mais suscetíveis aos efeitos tóxicos de
certos medicamentos.
Certas doenças podem alterar a absorção de medicamentos, bem como seu
metabolismo, eliminação, além da resposta do corpo a medicamentos, aumentando o
risco de reações adversas medicamentosas.
Como as interações entre corpo e mente, como a atitude mental, aparência, confiança
em si mesmo e confiança nos profissionais de saúde, influenciam as reações adversas
medicamentosas permanece um campo ainda muito pouco explorado.
Uso de vários medicamentos
Utilizar vários medicamentos, sejam prescritos ou de venda livre, contribui para o
risco de ocorrer uma reação adversa medicamentosa. O número e a gravidade das
reações adversas medicamentosas aumentam desproporcionalmente ao aumento no
número de medicamentos tomados. O uso de álcool, o que é tecnicamente um
medicamento, também aumenta o risco. Pedir a um médico ou farmacêutico para
avaliar periodicamente todos os medicamentos que uma pessoa está utilizando e
fazer os ajustes apropriados pode reduzir o risco de uma reação adversa
medicamentosa.
Idade

Bebés e crianças muito jovens estão em alto risco de reações adversas


medicamentosas devido ao fato de sua capacidade de metabolizar medicamentos não
estar totalmente desenvolvida.
As pessoas idosas estão em alto risco de ter uma reação adversa medicamentosa por
vários motivos. Elas são propensas a ter muitos problemas de saúde e, assim, podem
estar tomando vários medicamentos de venda livre ou prescritos. Além disso,
conforme as pessoas envelhecem, o fígado se torna menos capaz de metabolizar
muitos medicamentos e os rins menos capazes de eliminar os medicamentos do
corpo, o que aumenta o risco de lesão renal medicamentosa e outras reações adversas
medicamentosas. Esses problemas relacionados à idade são muitas vezes agravados
pela desnutrição e desidratação, que tendem a se tornar mais comuns conforme as
pessoas envelhecem.
As pessoas idosas também são mais sensíveis aos efeitos de muitos medicamentos.
Gravidez e amamentação

Na medida do possível, mulheres grávidas não devem tomar


nenhum medicamento, especialmente durante o primeiro trimestre.
No entanto, para alguns medicamentos, incluindo os inibidores da
ECA e BRAs, o risco é maior durante o último trimestre da
gravidez. O uso de quaisquer medicamentos prescritos,
medicamentos de venda livre e suplementos alimentares durante a
gravidez requer a supervisão de um médico. Drogas sociais (álcool
e nicotina) e drogas ilícitas (cocaína e opioides, como a heroína)
também trazem riscos para a gestação e para o feto.
Medicamentos e ervas medicinais podem ser transmitidos através
do leite materno para o bebé. Alguns medicamentos não devem ser
tomados por mulheres que estão amamentando, enquanto outros
podem ser tomados, mas requerem a supervisão de um médico.
GRAVIDADE DAS REAÇÕES
ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS
Reações adversas medicamentosas (efeitos adversos) são quaisquer efeitos indesejados de um medicamento.
Não há escala universal para descrever ou medir a gravidade de uma reação adversa medicamentosa. A
avaliação é, em grande medida, subjetiva. As reações podem ser descritas como
Leve
Moderados
Grave
Letais (mortais)
Reações adversas medicamentosas leves ou moderadas não significam necessariamente que a pessoa deve
parar de tomar o medicamento, especialmente se nenhuma alternativa adequada estiver disponível. No entanto,
os médicos tendem a reavaliar a dose, frequência de uso (número de doses por dia) e os horários das doses
(por exemplo, antes ou após as refeições, pela manhã ou à noite). Outros medicamentos podem ser utilizados
para controlar a reação adversa medicamentosa (por exemplo, um laxante para aliviar a prisão de ventre).
REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS LEVES
As reações leves, geralmente descritas como de uma menor significância, incluem
Distúrbios digestivos (como náusea, constipação, diarreia)
Cefaleias
Fadiga
Dores musculares indeterminadas
Mal-estar (uma sensação geral de doença ou desconforto)
Mudanças no padrão de sono
No entanto, essas reações podem ser muito angustiantes para as pessoas que as apresentam.
Assim, as pessoas podem ficar menos dispostas a tomarem o seu medicamento conforme as
instruções e os objetivos do tratamento podem não ser atingidos.
REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS MODERADAS
As reações moderadas incluem
Erupções cutâneas (especialmente se elas forem extensas e persistentes)
Distúrbios visuais (especialmente em pessoas que utilizam lentes corretoras)
Tremor muscular
Dificuldade na micção (um efeito comum de muitos medicamentos em homens mais velhos)
Qualquer mudança perceptível no humor ou função mental
Determinadas mudanças nos componentes sanguíneos, tais como uma diminuição reversível
temporária na contagem de glóbulos brancos ou nos níveis sanguíneos de algumas substâncias, tais
como glicose
Além disso, reações normalmente descritas como leves são consideradas moderadas se a pessoa que
as apresentar considerá-las distintamente irritantes, angustiantes ou intoleráveis.
REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS GRAVES
As reações graves incluem aquelas que podem ser fatais (como insuficiência
hepática, arritmias cardíacas, certos tipos de reações alérgicas), que resultam em
deficiência ou internação persistente ou significativa ou que causam um defeito
congênito. Reações graves são relativamente raras. As pessoas que desenvolvem uma
reação grave geralmente devem parar de usar o medicamento e ser tratadas. No
entanto, às vezes os médicos têm de continuar administrando medicamentos de alto
risco (por exemplo, quimioterapia para pessoas com câncer
ou imunossupressores para pessoas submetidas a transplante de órgãos). Os médicos
usam todos os meios possíveis para controlar uma reação adversa medicamentosa
grave.
REAÇÕES ADVERSAS
MEDICAMENTOSAS LETAIS
Reações letais são aquelas em que uma reação medicamentosa causa morte direta ou
indiretamente. Essas reações são tipicamente reações graves que não foram detetadas
em tempo ou que não responderam ao tratamento. Reações letais podem ser o
motivo pelo qual alguns medicamentos são retirados do mercado.
ALERGIAS A
MEDICAMENTOS
As pessoas às vezes confundem muitas reações adversas medicamentosas com
alergias. Por exemplo, pessoas que sofrem de desconforto estomacal depois de
tomarem aspirina (uma reação adversa comum) costumam dizer que são “alérgicas”
à aspirina. No entanto, essa não é uma reação alérgica real. As verdadeiras reações
alérgicas envolvem a ativação do sistema imune pelo medicamento. O uso de
aspirina pode causar desconforto estomacal porque a aspirina interfere na barreira de
defesa natural do estômago contra o ácido gástrico.
Reações alérgicas (hipersensibilidade) a um medicamento são relativamente
incomuns. Em contraste com outros tipos de reações adversas medicamentosas, o
número e a gravidade das reações alérgicas normalmente não se correlacionam com
a quantidade de medicamento tomada. Para as pessoas que são alérgicas a um
medicamento, mesmo uma pequena quantidade pode desencadear uma reação
alérgica. Essas reações variam de reações leves e simplesmente irritantes a reações
graves e fatais
Alguns exemplos são:
Erupção cutânea e prurido
Febre
Constrição das vias aéreas e sibilos
Inchaço dos tecidos (tais como a caixa de voz [laringe] e a abertura entre as cordas
vocais que se fecha para interromper o fluxo de ar para os pulmões [glote]), o que
dificulta a respiração
Queda da pressão arterial, algumas vezes para níveis perigosamente baixos
Alergias a medicamentos não podem ser previstas, dado que as reações ocorrem após
uma pessoa ter sido previamente exposta ao medicamento (seja aplicado na pele,
tomado por via oral ou injetado) uma ou mais vezes sem qualquer reação alérgica.
Uma reação leve pode ser tratada com um anti-histamínico. Uma reação
anafilática grave ou de risco à vida pode exigir uma injeção de epinefrina (também
chamada adrenalina) ou de um corticosteroide, como a hidrocortisona.
AUTOMEDICAÇÃO E POLIMEDICAÇÃO
AUTOMEDICAÇÃO
A automedicação é a utilização de medicamentos não
sujeitos a receita médica (MNSRM), de forma responsável,
para o alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e
sem gravidade, com o aconselhamento opcional de um
profissional de saúde. Exige uma partilha de
responsabilidades, quer por parte dos profissionais de
saúde, quer por parte do utente.
Na ausência de consulta médica prévia, o utente devemos
ter consciência de que a automedicação acarreta riscos, os
quais são diminuídos se seguir as indicações do folheto
informativo e, preferencialmente, se optar pelo
aconselhamento farmacêutico.
No decorrer da automedicação, o utente deve consultar o médico ou o farmacêutico
se:
os sintomas continuarem;
os sintomas agravarem;
existir dor aguda;
surgirem reações adversas aos medicamentos;
suspeitar que se trata de uma situação mais grave;
tiver outras doenças;
estiver a tomar outros medicamentos.
Só uma pessoa informada e consciente será capaz de assumir, em segurança, a gestão
da sua saúde. O aconselhamento dos profissionais de saúde, complementado pela
leitura do folheto informativo, é o melhor meio de assegurar a utilização segura e
eficaz dos MNSRM.
A orientação por um profissional de saúde é fundamental a quem deverá recorrer
sempre que a situação o justifique.
Um e outro, pelo conhecimento que têm de si, são as pessoas mais habilitadas para
optarem entre dois medicamentos similares, pois há fatores a serem levados em linha
de conta, nomeadamente as reações adversas de cada um dos fármacos e qual aquele
que melhor se adapta a si. A toma de um medicamento, mesmo que seja de venda
livre, não deve ser banalizada.
A prática da automedicação não deve, mesmo nos casos aparentemente mais simples,
ultrapassar um pequeno número de dias e está fortemente desaconselhada a grávidas, a
mães que amamentem, a crianças e a idosos – os grupos mais vulneráveis a este hábito.
 
Medicamentos inofensivos?
Os fármacos que mais aparecem na prática da automedicação são aqueles que se
destinam a combater as dores ligeiras e os estados febris ligeiros, os que tratam tosse e
resfriados, estados gripais ou perturbações digestivas. Tenha sempre em mente que não
existem medicamentos completamente inofensivos e que os fármacos só devem ser
tomados quando realmente necessitamos deles, isto é, quando um profissional de
saúde os indica depois de uma avaliação cuidadosa da situação e do doente. Como
certamente já terá notado, quando o seu farmacêutico lhe aconselha um medicamento
para o alívio de um mal-estar, recomenda-lhe uma visita ao seu médico caso haja
persistência ou agravamento dos sintomas.
POTENCIAIS RISCOS
Alguns medicamentos de venda livre «têm doses de utilização convencional que, se
ultrapassadas, são tóxicas». Sendo essencial respeitar a dosagem.
Analgésicos Nos que contêm paracetamol, o desrespeito pela dose indicada (500 mg
ou 1g) é arriscado: estão descritas mortes por hepatite fulminante com 4 g.
Antigripais São uma mistura de analgésicos, antipiréticos e antialérgicos, o que os
torna imprevisíveis. Dores de estômago, náuseas e irritação cutânea são sinais de
alarme.
Laxantes Em excesso, tornam o intestino dependente e desequilibram a absorção dos
alimentos.
Antiácidos Representam risco para hipertensos, já que contêm sais que fazem
aumentar a tensão arterial.
AUTOMEDICAÇÃO
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POLIMEDICAÇÃO
A polimedicação e o uso não racional dos medicamentos é uma questão que tem
vindo a preocupar cada vez mais os profissionais de saúde.

A polimedicação define- se habitualmente como o uso de múltiplos fármacos por


um doente. O número mínimo de medicamentos necessários para definir a
polimedicação é variável, geralmente entre 5 e 10 medicamentos. Embora a
polimedicação se refira mais frequentemente aos fármacos de prescrição médica, é
importante considerar também os medicamentos de venda livre, suplementos e
produtos de ervanária.
POLIMEDICAÇÃO E IDOSOS
A polimedicação é um problema, particularmente na população idosa, com 65
anos ou mais de idade. As patologias crónicas associadas ao envelhecimento,
como por exemplo a hipertensão arterial, a diabetes mellitus, a dislipidemia,
patologia degenerativa osteoarticular, a doença pulmonar obstrutiva crónica, a
fibrilação auricular e a demência potenciam a polimedicação, com consequente
aumento do risco de efeitos adversos, interações medicamentosas e hospitalização.
 A polimedicação aumenta a possibilidade de prescrição em cascata. Esta ocorre
quando um efeito adverso a um determinado medicamento é confundido com um
novo sintoma e conduz à prescrição de um novo fármaco. Além disso, a toma de
múltiplos medicamentos pode levar a problemas de adesão, principalmente no
indivíduo idoso com compromisso visual ou cognitivo.
Com o aumento crescente da população idosa, é um desafio cada vez maior
para os médicos que se empenham em tratar estes doentes gerir múltiplas
comorbilidades e a polimedicação.
POLIMEDICAÇÃO
https://www.facebook.com/farmaciasportuguesas/videos/1565872436841028/
PRINCÍPIOS GERAIS DE
GESTÃO DE MEDICAMENTOS
Os medicamentos exigem uma Gestão :
A Gestão de medicamentos é o conjunto de actividades realizadas de forma contínua
e interligada, para garantir a existência e o uso correcto dos medicamentos nos
diversos níveis do sistema de saúde, permitindo:
• Conhecer os movimentos e fluxos de medicamentos
• Conservar os medicamentos apropriadamente e evitar as rupturas de stock
A Logística, que faz parte da gestão, é um sistema organizacional que permite a
dinâmica do ciclo de aprovisionamento (medicamento, equipamento, arquivo,
transporte, etc)
O Controlo, que também faz parte da gestão, é a actividade que permite:
•Garantir a utilização racional dos medicamentos
• Garantir o cumprimento dos procedimentos
• Limitar as perdas materiais e financeiras
CONSERVAÇÃO DOS
MEDICAMENTOS
• O calor, luz, humidade, ratos e insectos, entre outros, contribuem para a deterioração dos
medicamentos
• Os produtos devem ser devidamente arrumados e o armazém estar sempre limpo
• Devem ser protegidos contra roubos e riscos de incêndio
 Para minimizar as perdas:
• Considerar os prazos de validade
• Prever as necessidades correctamente
• Organizar correctamente os medicamentos
• Movimentar primeiro os medicamentos antigos
• Devolver o stock acumulado ou os produtos não utilizados
CONSERVAÇÃO DOS
MEDICAMENTOS –
CONDIÇÕES ESPECIAIS 
• Para alguns produtos (insulina, ocitocina, vacina, etc) deve-se assegurar baixas
temperaturas por meio do controlo da cadeia de frio (câmaras de frio, geleiras ou
congeladores)
• As substâncias de controlo específico (estupefacientes, psicotrópicos, etc) devem
ser conservadas em local seguro e com acesso controlado
• Os inflamáveis (álcool, éter dietílico, metanol, etc) devem ser armazenados em
locais especiais, de preferência, em uma pequena construção separada
ARRUMAÇÃO
Organizar o armazém de modo a facilitar:
• o manuseio dos produtos
• a circulação do ar
• a movimentação do pessoal
Para organizar um armazém deve-se:
• Arrumar os produtos seguindo a ordem alfabética
• Arrumar os produtos que irão expirar primeiro à frente dos outros nas prateleiras
• Conservar etiquetas com os nomes dos produtos nas prateleiras para indicar o local
de cada um
• Os mesmos produtos devem ser arrumados no mesmo local (quando possível)
• Em caso de grandes volumes, é necessário encher a prateleira e armazenar o
restante das caixas num único local
• Proteger as cargas de grande volume (cartões, material de penso, soros, etc)
arrumando-as em estrados (paletes)
PROTECÇÃO
É importante ler as indicações de conservação escritas no rótulo das embalagens ou nas
etiquetas das caixas
• O calor acelera a degradação dos medicamentos;
• Correntes de ar baixam a temperatura ambiente no local de armazenamento
• Espaço livre entre o chão, as paredes, as caixas e as prateleiras permite a circulação de
ar
• Todos os produtos devem estar protegidos da luz
• Deve-se proteger as caixas ou embalagens de medicamentos da humidade que possa
vir de cima ou de baixo (chuva, infiltrações, etc.)
• Nunca colocar medicamentos no chão
Para proteger os medicamentos contra ataques de ratos, insectos e outros animais deve-se
fazer:
• Limpeza e arrumação contínuas
• Destruição ou devolução regular dos medicamentos impróprios para uso
• Uso de insecticidas, rede nas janelas e controlo das entradas
Para minimizar os riscos de roubo deve-se:
• Limitar o acesso à área de armazenagem
• Controlar o pessoal autorizado a circular no local
• Instalar dispositivos de segurança nas portas e janelas
 Durante transporte:
• Usar embalagens fortes
• Fechar as embalagens (com uma fita plástica ou de metal, fita cola...em volta da
embalagem
• Verificar cuidadosamente a mercadoria na altura da recepção.
CUIDADOS DURANTE
ADMINISTRAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
Todos os intervenientes (colaboradores/profissionais, cliente e/ou pessoa próxima)
na administração medicamentosa devem possuir um conjunto de informações base
sobre a indicação terapêutica dos clientes, que contém a seguinte informação:
• O nome dos medicamentos para toma e a sua função principal;
• A via de administração de cada medicamento (oral, aplicação de cremes,
supositórios, etc.),bem como a respetiva dose e número de vezes de tomas ao dia;
• O tempo para administração de cada medicamento;
• Os efeitos secundários dos medicamentos (náuseas, vómitos, alteração da cor das
fezes e urinas, alergias, cefaleias, etc.) e formas de atuação em situações de
emergência;
• As precauções a adotar na administração dos medicamentos, por exemplo, não
ingerir álcool, expor-se ao sol, entre outras.
 
Quando a administração medicamentosa envolve conhecimentos técnicos específicos
ou a execução de determinados procedimentos, os colaboradores diretamente
envolvidos devem ter formação adequada.
No domicílio do cliente os medicamentos devem ser guardados em local que seja adequado à sua
conservação e acessível ao uso apenas daqueles que executam a sua administração (fora do alcance de
crianças ou pessoas que sofram de perturbações mentais):
• Os medicamentos são guardados na embalagem, devendo a mesma ter a respetiva informação terapêutica.
• Alguns medicamentos necessitam ser conservados no frigorífico, devendo esta informação ser assinalada
na caixa.
• Todos os medicamentos devem ter a informação do prazo de validade e serem alvo de controlo.
• O transporte de medicamentos para outros locais deve ser efetuado na respetiva embalagem ou em
embalagens de acondicionamento próprias para o efeito.
• Sempre que exista o risco de duplicação da toma medicamentosa, afigura-se útil que a mesma seja
preparada previamente de acordo com a indicação terapêutica – utilização de caixas doseadoras. Sempre
que o cliente e/ou pessoa significativa desconheçam este instrumento de apoio, os colaboradores do SAD
devem informar da sua existência, local de compra ou, inclusivamente, fornecê-lo ao cliente.
• O colaborador do SAD responsável pelo processo deve supervisionar ou delegar em outro interveniente
(familiar ou outro) a supervisão do planeamento desta caixa doseadora.
 
 
Tipos de prescrições

Fixas: Cumpridas até que o médico mande parar. Até esgotar o prazo determinado. Aplicada num
momento específico
SOS: Aplicado enquanto o doente necessitar.
Imediatas: Uma única dose

 
Tipo de remédio
 
Líquidos: soluções, gotas, injetáveis, loções, suspensões e algumas emulsões
Semissólidos: pomadas, géis, pasta e cremes
Plásticos: supositórios, óvulos e velas
Sólidos: pós, granulados, cápsulas, comprimidos, drageias, pílulas, pastilhas, etc.
Gasosos: sprays, aerossóis, fumigações, etc.
Cuidados a ter:
Respeite sempre o horário da medicação
Siga as indicações dadas pelo médico ou farmacêutico
Não troque o horário dos medicamentos sem consentimento do médico.

Tenha atenção:
1id = 1 vez ao dia
2id ou bid = 2 vezes ao dia
In = à noite
A.c. = antes comer
D.c. = durante comer
P.c. = depois comer
Prn =sempre que necessário
Od = olho direito
Os ou oe = olho esquerdo
Ou = em cada olho
Execução da técnica lavar as
mãos;
conferir o nome do medicamento a
ser administrado;preparar e
administrar o medicamento
seguindo os princípios
fundamentais: (5 certezas)colocar
o medicamento no recipiente
adequado;se o medicamento for
em comprimidos, pílulas, drágeas
ou cápsulas, deve ser colocado na
mão do usuário e deglutido
(engolido) na sua presença,
oferecendo algum líquido;
lavar os recipientes usados com
água e sabão, enxaguar e guardar.
ADMINISTRAR
MEDICAMENTOS ÀS
CRIANÇAS
A administração de medicamentos às crianças é um procedimento extremamente
frequente, principalmente, nos primeiros anos de vida.
A prescrição de remédios, particularmente para crianças, é um acto de grande
responsabilidade, devendo ser realizada apenas por médicos, pois implica
conhecimento das indicações e contra-indicações para o uso de cada substância.
Quem deve administrar os medicamentos à criança?
 Os riscos de erros na administração de remédios, aumentam com o número
de pessoas envolvidas no processo.
 Desta forma, sempre que possível, os próprios pais devem assumir este
importante papel.
 Antes de transferir a responsabilidade deste procedimento para outros
cuidadores como escolas, avós, entre outros, cabe aos pais treinarem estas
pessoas, assegurando-se uma correcta técnica.
O que fazer para evitar erros no tratamento? 
 As falhas de tratamento podem ser evitadas com alguns cuidados bem simples:
Erro no medicamento: separar dos demais os medicamentos que serão administrados, mantendo-os
nas caixas originais e sempre conferindo os nomes.
Erro na dose: deixar por escrito a dose a ser administrada, para ser conferida antes do procedimento.
Erro no horário: reforçar a necessidade de seguir o horário prescrito rigorosamente, inclusive
durante a noite.
Erro na conservação: orientar protecção da luz solar e do calor, mantendo em refrigeração, quando
necessário.
Erro na administração: analisar se a pessoa que ficará
responsável pelo procedimento terá sucesso, pois algumas
crianças podem resistir antes de aceitar o tratamento.

Erro na via de administração: não esquecer de confirmar o


local onde o medicamento deverá ser usado (nariz, boca, ouvido),
preferencialmente demonstrando a forma certa de usar.
Em caso de dúvidas, nunca administrar a medicação. Ligar para o
médico para os necessários esclarecimentos.
Caso um erro ocorra, ele deve ser admitido imediatamente, pois
pode ser necessário realizar algumas intervenções para
neutralizar ou minimizar seus efeitos.
Qual a importância do horário na administração das medicações?
 Para que o melhor resultado terapêutico seja atingido, as dosagens do medicamento
deverão ser administradas em intervalos rigorosamente de acordo com a prescrição
médica.
 Factores inerentes ao próprio medicamento determinam o melhor intervalo para a sua
administração, de modo que uma concentração sanguínea adequada seja mantida,
garantindo o sucesso do tratamento.
 Intervalos menores que os recomendados podem potencializar efeitos adversos, assim
como os intervalos maiores podem responder pelo insucesso na resolução da doença.
PORTUGUESES E OS
FÁRMACOS
https://www.youtube.com/watch?v=C3mrK-cb20Q&ab_channel=RecordTVEuropa

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