PESQUISA

QUALITATIVA

Fonte : VERA MARIA MOREIRA KUDE

 método para
compreender o
significado do
fenômeno
 Tipos de pesquisa
qualitativa quantitativa
• Etnografia • Experimental
• Observação • Positivista
participante • Estatística
• Fenomenologia • Empírico
• Perspectiva interna • Perspectiva externa
 qualitativa quantitativa
• Significado • Variáveis
• Senso comum • Definição operacional
• Compreensão • Fidedignidade
• Vida diária • Hipótese
• Processo • Validade
• Teoria emergente • Produto
• Construção social • Replicação predição
 qualitativa qualitativa

• Interacionismo • Estruturalismo
simbólico • Funcionalismo
• Idealismo • Realismo
• Etnometodologia • Positivismo
• Fenomenologia • Behaviorismo
• Cultura • Empirismo lógico
 Filiação acadêmica
qualitativa qualitativa
 Filiação acadêmica
qualitativa qualitativa
• Psicologia
• Sociologia
• Economia
• História
• Sociologia
• Antropologia
• Ciência política
 qualitativa quantitativa
• Realidades • Teste de teorias
múltiplas • Estabelecer fatos
• Teoria emergente • Análise estatística
• Compreensão • Relações entre variáveis
• Predição
• Leis
 DELINEAMENTO

• Flexível,
evolutivo
• Geral • Estruturado
• Plano maleável • Predeterminado
• Formal
• Específico
• Plano detalhado
 Projeto escrito
qualitativa qualitativa
 Projeto
QUALITATIVA QUANTITATIVA
• Breve • Extenso
• Especulativo • Detalhado e
• Áreas relevantes específico em foco
apenas sugeridas • Coleta de dados
• Coleta de dados prévia posterior
• Revisão de literatura • Extensa revisão de
breve literatura
• Hipóteses
 Dados coletados
qualitativa quantitativa
• Quantitativos
• Codificação
• Descritivos
quantificada
• Documentos pessoais
• Contagens
• Anotações de campo
• Mensurações
• Fotografias, vídeos
• Definições
• Palavras da própria operacionais
pessoa
• Testes estatísticos
 Técnicas e
métodos
qualitativa quantitativa
• Observação • Experimentos
• Documentos e • Levantamentos
objetos • Observação
• Observação estruturada
participante • Entrevista fechada
• Entrevista aberta estruturada
Relação com sujeitos
qualitativa quantitativa
 Relação com sujeitos
qualitativa quantitativa
• Empatia
• Contato intenso • Distanciamento
• Ênfase na confiança • Curto prazo
• Sujeito-sujeito • Circunscrita
Relação de amizade • Sujeito-objeto
 Análise de dados
qualitativa quantitativa
 Análise de dados
qualitativa quantitativa
• Indutiva
• Durante a coleta • Dedutiva
• Fenomenológica • Após a coleta
• Conteúdo, etc. • Estatística
Dificuldades no emprego
qualitativa quantitativa
Dificuldades no emprego

qualitativa quantitativa
• Consumo de tempo
• Redução dos dados • Controle de
• Procedimentos não outras variáveis
padronizados
• Reificação
• Estudo de grandes
populações
Preocupações
essenciais
 qualitativa quantitativa
• Problemas das • Validade – verdade,
minorias: mensuração
• Raça • Fidedignidade –
• Gênero replicação,
generalização, leis
• Classes sociais
Finalidade da ciência
 Saber para
denunciar para
agir
(HAGUETTE, 1989)

Saber para prever

para poder
Augusto Comte
A pesquisa qualitativa
enfatiza a natureza
socialmente construída
da realidade, a íntima
relação entre pesquisador(a) e o que é
pesquisado, as restrições
situacionais que modelam o
estudo e a natureza
valorativa da pesquisa.
 A pesquisa qualitativa busca
respostas para perguntas que
destacam o modo como a
experiência social é criada e como
lhe é atribuído significado. Em
contraste, os estudos quantitativos
enfatizam a mensuração e a
análise de relações causais entre
variáveis, não os processos. (DENZIN;
LINCOLN, 1994, p. 4)
Perguntas e
respostas
A pesquisa qualitativa é
realmente científica?
 As ciências sociais
se espelharam nas
ciências exatas:
física, química, etc.
Por esse motivo, ainda hoje há
quem tenha uma visão muito
estreita do que é ciência e do
que é cientista
 Por isso
persiste ainda
hoje a crença
de que só é
científico o que
decorre do
raciocínio
hipotético-
dedutivo.
 Atitude científica,
contudo, é ter a
mente aberta e
crer que ninguém
possui a verdade
na ciência.
 Os resultados da
pesquisa
qualitativa podem
ser generalizados?
 É a validade na pesquisa
quantitativa: Resultados do
estudo devem se manter em
outros locais e com outros
sujeitos. A qualitativa nem
sempre procura isso.
 A descrição do caso
único e/ou anômalo
também é importante
porque as teorias têm
que compreender
todos os casos.
 Pode-se usar os
métodos quantitativo
e qualitativo em uma
única pesquisa
simultaneamente?
Isso em geral não
preenche os
critérios de uma
boa pesquisa de
nenhum dos dois
métodos.
A pesquisa qualitativa
não sofre a influência
das opiniões, vieses e
preconceitos do
pesquisador ou da
pesquisadora?
Essa é uma acusação
freqüente: a
pesquisa qualitativa
é subjetiva,
opinativa e
tendenciosa.
 Todas as
pesquisas são
afetadas pelos
vieses. Não há
neutralidade
na ciência.
A presença do(a)
pesquisador(a)
não pode alterar
o comportamento
das pessoas que
quer estudar?
O método qualitativo sofre o chamado
"efeito do(a) observador(a)". Mas
esse é um problema enfrentado por
ambos os métodos.
 A pessoa que
responde um
questionário
fechado, não terá
seu comportamento
alterado?
A pesquisa qualitativa
procura criar meios de
evitar a influência de
quem pesquisa, sendo
o menos invasiva
possível.
 Pesquisas
diferentes,
realizadas no
mesmo contexto
e com as mesmas
pessoas
chegarão a
resultados
semelhantes?
É o problema da
fidedignidade na
pesquisa
quantitativa: a
possibilidade de
replicação de um
estudo.
Se diferentes pessoas coletam
dados em diferentes ocasiões,
coletarão diferentes tipos de
dados e chegarão a conclusões
diversas.
Busca exatidão e
compreensão. Não
busca que os
resultados de dois
estudos diferentes
sejam iguais.
 Qual é o
objetivo da
pesquisa
qualitativa?
• Sensibilizar para
conceituações.
• Apresentar
descrições.
• Produzir teoria
emergente.
 Não visa causas, leis
e previsão, mas
compreensão do
comportamento e da
experiência humanas.
Quer apreender e descrever
os processos pelos quais os
seres humanos constróem
seus significados.
 Procura também
prover as pessoas -
em especial as
desprovidas - com
poder sobre os
eventos de sua vida.
Pesquisa-ação
e participante

Seu objetivo é incentivar

transformações sociais de
grupo com participação
direta de seus membros
em todas as etapas da
pesquisa.
Pesquisa-ação
e participante
Análise da situação sócio-
econômica de uma comunidade
de pescadores, operários,
camponeses, etc. A pesquisa
ocorre em situações reais e não
de laboratório.
Pesquisa-ação
e participante
Os problemas não são
baseados em hipóteses,
mas em situações
concretas.
A pesquisa e a ação
estão em permanente
interação.
Pesquisa-ação
e participante

Um processo educativo que

proporciona aos pesquisados
um conhecimento maior da
sua situação.
Interrogação
essencial
“Qual é o tipo de
conhecimento que
queremos e precisamos?
A quem se destina o
conhecimento científico e
quem dele se beneficia?”
(HAGUETTE, 1990,p.139)
Problemas
em foco

Das minorias
• de raça
• de gênero
• de classes sociais
Críticas

• Ao princípio da
neutralidade da
ciência.
• Ao requisito de
objetividade na
pesquisa científica.
Críticas

• Ao problema ético da
utilização das camadas pobres
como objeto de estudo
• Ao papel do pesquisador ou
pesquisadora na consolidação
do status quo social.
Pesquisa-ação
e participante

• Problema: Origina-se na
comunidade
• Finalidade: melhoria da vida das
pessoas envolvidas.
• Local: o das próprias pessoas
pesquisadas
Paulo Freire

Uma sugestão de
pesquisa ação
para a Tanzânia
 Objetivo

Pôr em prática um projeto de pesquisa

que não somente proporcione
experiências para a formulação de
estratégias da pesquisa alternativa mas
também que propicie “a organização de
um programa de Educação de Adultos.”
(p.37)
 Etapa inicial

• Constituir uma equipe com bom

conhecimento da região a ser estudada.
• Informar-se se há estudos sobre a zona
escolhida e estudar os resultados
dessas pesquisas, seja qual for o
método que tenham empregado.
Etapa inicial

• Delimitar a área de pesquisa e

fazer visitas exploratórias,
conversando com as pessoas.
• Falar da pesquisa
• Contar que é “ponto de partida do
programa de Educação de Adultos”
• Falar do método a ser adotado
Etapa inicial

• Falar do papel participante, crítico de

todos os que se envolverem no estudo
• Explicar o direito que têm os grupos
populares de manifestar-se sobre seus
próprios problemas e discutir sua
superação.
Etapa inicial

• Organizar grupos de discussão e

debates “em torno de uma
problemática sentida pela população
como fundamental.” (p. 39)
• Gravar os encontros para facilitar
sua consulta.
 Etapa seguinte

• Estudar o discurso popular

• Estudar os diferentes níveis de
percepção da realidade
• Convidar outros especialistas
• Fazer a análise compreensiva
do discurso
 Etapa final
• Organizar um pré-programa de
Educação de Adultos a ser
elaborado a partir das análises
da realidade realizadas pelos
grupos populares
 Etapa final

• Realizar novos encontros com os grupos

que debateram os temas considerados
fundamentais pela população.
• Transformar essa pesquisa ação em
objeto de conhecimento da prática
educativa a ser desenvolvida se os
grupos envolvidos assim decidirem
 Etapa final

“Esta, por sua vez, se alongaria mais

adiante em nova pesquisa, na
continuidade dinâmica entre pesquisa e
educação, que exige uma flexibilidade
dos programas que vão se fazendo e re-
fazendo, em lugar de serem estáticos e
imóveis.” (p.41)
“Que é mesmo a minha
neutralidade se não a
maneira cômoda talvez,
mas hipócrita, de
esconder minha opção
ou meu medo de acusar
a injustiça?” (FREIRE,
2000, P.126)
Estudo de caso

É um exame detalhado
de um contexto, de
um único sujeito, de
uma fonte de
documentos, de um
determinado
acontecimento.
Estudo de caso
organizacional

Focaliza uma determinada organização

através do tempo, procurando traçar seu
desenvolvimento. Por exemplo, estudar a
história de um hospital desde sua
fundação até os dias de hoje, sua filosofia
e que mudanças sofreu nesse período.
Estudo de caso
organizacional
Os recursos para coleta de dados
nesse tipo de estudo são entrevistas
com as pessoas que dirigem a
organização e nela trabalham ou que
a dirigiram e nela trabalharam, bem
como documentos diversos (estatutos,
atas de reuniões, reportagens etc.)
 Análises de
situações

Um acontecimento determinado é
estudado sob o ponto de vista de
todos os participantes. Por
exemplo: a expulsão de um aluno
é vista sob o ponto de vista do
próprio aluno, de seus pais,
amigos, professores, da diretora
da escola, etc.
 Estudos
de comunidade

São semelhantes aos estudos de

organização, mas com a diferença que
focalizam bairros ou comunidades. Por
exemplo: estudo sobre o problema do
desemprego na comunidade,
focalizando os expedientes a que as
pessoas recorrem para a sobrevivência.
Estudos de caso
com base
em observação

Nesses estudos, a principal técnica para

coletar dados é a observação participante
e o foco do estudo é uma organização
determinada (centro de reabilitação,
hospital psiquiátrico, etc.) ou algum
aspecto da mesma.
Focos possíveis
• Um local específico da
organização (sala de aula,
sala de professores,
enfermaria, etc.)

• Um grupo específico de pessoas

(membros de uma associação de
idosos, membros de um centro
acadêmico)
• alguma atividade específica
(planejamento das tarefas, interações
entre as pessoas etc.).
Estudo de caso:
História de vida
Baseia-se em entrevistas extensas e
intensas com uma pessoa com o
objetivo de obter uma narrativa da
experiência pessoal. As entrevistas
geralmente são orientadas no sentido
de obter compreensão sobre aspectos
básicos do comportamento humano.
Coleta de dados

Algumas vezes o tempo despendido

na coleta de dados é
predeterminado (três ou quatro
meses por exemplo). O ideal,
porém, é que seja fixado no ponto
"de saturação dos dados"
Coleta de dados

Ou seja, o ponto em que as informações

fornecidas pelos dados começa a
repetir-se persistentemente, tornando-
as redundantes (BOGDAN; BIKLEN,
1994, p.68). O mesmo se pode dizer em
relação ao número de participantes
Etnografia

Etnos é um termo grego que

indica uma raça ou grupo
cultural. É uma área da
antropologia e significa "a
ciência dedicada a descrever
os modos de vida da espécie
humana."
 Etnografia

Etnografia é um estudo
que descreve um sistema
de significados culturais de
um determinado grupo
(SPRADLEY apud LÜDKE; ANDRÉ, 1986)
 Etnografia

Pressuposto naturalista-
ecológico: o
comportamento humano
sofre influência do
contexto e, portanto, só
pode ser compreendido
dentro desse contexto.
Etnografia

Requer de quem está

pesquisando a
habilidade de despir-
se de seus valores e
interesses pessoais
distanciando-se deles.
Etnografia
Desse modo pode
atingir um nível
profundo de
compreensão do
grupo, ou seja, a
partir do interior
desse grupo e não a
partir de fora.
Fenomenologia

É o estudo do fenômeno
puro, conforme se apresenta
à consciência, sendo todos
os pressupostos sobre
natureza, valor e existência
temporariamente colocados
de lado.
Fenomenologia

Redução fenomenológica é
colocar entre parênteses a
atitude natural relativa à
aceitação do mundo como
algo lá fora para ser
experimentado.
Fenomenologia

Procura despir o mundo da

multiplicidade de pressupostos
implícitos sobre sua existência
real, para que seus aspectos
apareçam como fenômenos puros
à consciência (JENNINGS, 1986).
 REFERÊNCIAS
• BOGDAN, Robert; BIKLEN, Bari. 
Investigação qualitativa em
educação: uma introdução à teoria e
aos métodos.  Porto: Porto Editora, 1994.
• DENZIN, Norman; LINCOLN, Yvonna
(Ed.). Handbook of Qualitative
Research. Thousand Oaks, London:
Sage, 1994. Cap. 23, p. 377-392.
 REFERÊNCIAS
• FREIRE, Paulo. Criando métodos de
pesquisa alternativa: aprendendo a
fazê-la melhor através da ação. In:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues (org).
Pesquisa participante. 7.ed. São
Paulo: Brasiliense, 1988. p. 34-41.
• ____. Pedagogia da autonomia:
saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 2000.
 REFERÊNCIAS
• HAGUETTE, Tereza Maria Frota.
Metodologias qualitativas na sociologia.
2ed. Petrópolis: Vozes, 1990.

• JENNINGS, Jerry. Husserl Revisited - The

Forgotten Distinction Between
Phenomenology and Psychology. American
Psychologist, Washington, v. 41, n.11,
p.l231-1240,1986.
 REFERÊNCIAS
• LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli.
Pesquisa em educação -
Abordagens qualitativas. São Paulo:
EPU, 1986. 106p.