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Acidente Vascular

Encefálico
Conceito

O acidente vascular encefálico é uma


doença neurológica que mais freqüentemente
acomete o sistema nervoso e é a principal causa
de incapacidades físicas e mentais. Ocorre
devido a uma interrupção do fluxo sangüíneo
para o cérebro, que pode ser por obstrução de
uma artéria que o supre ou por ruptura de um
vaso.
- STROKE
Anatomia Vascular
Irrigação
Fisiopatologia
Fluxo Sanguíneo Cerebral

FSC normal: 50/60ml/100gr/min


FSC menor que 18ml/100gr/min – Oliguemia – transmissão
sináptica e atividade elétrica cerebral diminuem, porém
células nervosas ainda encontram-se íntegras para uma
recuperação plena (área de penumbra)
Área de penumbra: região com hipofluxo, funções
deficitárias, porém pequeno FSC é suficiente para manter
células vivas e passíveis de recuperação.
FSC menor que 8 ml/min – falência da função da membrana
celular – dano irreparável – MORTE CELULAR
Penumbra isquêmica
Ausência do FSC Área central de
circundando área de
infarto focal
infarto central

Ativação de enzimas Influxo Ca – Liberação excessiva


destrutivas sensíveis sobrecarga de Glutamato
ao Ca intracelular de Ca

Morte celular em Estende-se para


horas a área de
penumbra
Edema Cerebral Isquêmico
- Inicia-se minutos após o trauma e atinge ponto
máximo em 3-4 dias.
- É resultado da necrose tissular e da ampla
ruptura das membranas celulares, causada pelo
movimento da água que sai do sangue e entra
nos tecidos cerebrais.
- Cede gradualmente desaparecendo em até 3
semanas
- EC severo PIC = herniação do tronco cerebral
- Causa mais comum de óbitos no AVEi agudo,
sendo característico da artéria cerebral média
Sinais de um AVE
• Dores de cabeça súbitas e fortes, sem causa conhecida;
• Fraqueza ou entorpecimento súbito em um lado do corpo,
como rosto, braço ou perna
• Perda da fala ou dificuldade de falar ou entender a fala
• Perda da visão ou embaçamento súbito, particularmente em
apenas um dos olhos
• Tontura, instabilidade ou quedas súbitas não explicadas,
particularmente ocorre junto com um dos sintomas descrito
Epidemiologia
-É a 3ª maior causa de morte
-Incidência aumenta com a idade
-Pacientes com AVE hemorrágico correspondem ao maior número de mortes

Fatores de Risco
Passíveis de Modificação Não Passíveis de Modificação

ATI (não há evidência de dano) AVE anterior

Hipertensão Idade

ICC Raça

Cigarro Sexo

Diabetes História Familiar de AVE

Colesterol
Álcool...
Etiologia
- AVEs podem ser isquêmicos ou hemorrágicos
- Isquêmicos: oclusão por um trombo, êmbolo ou
problemas que causem baixa perfusão sistêmica
- Hemorrágico: aneurisma ou trauma:
• Hemorragia intracerebral – ruptura de um vaso
local;
• Hemorragia cerebral primária – aneurisma;
• Hemorragia subaracnóide – aneurisma em amora;
• MAV – subaracnóide ou intracerebral.
Síndromes Vasculares
Artéria Cerebral Anterior

- Paresia da perna e do pé opostos e,


em menor grau, do braço – poupando
a face
- Comprometimento mental (confusão,
amnésia)
- Comprometimento sensorial
principalmente no membro inferior
- Incontinência urinária
- Problemas com imitação e tarefas
com as duas mãos, apraxia, agrafia
- Mutismo, lentidão, atraso, falta de
espontaneidade.
Artéria Cerebral Média

- Paresia contralateral de rosto, braço e perna


- Comprometimento sensorial contralateral para
dor, temperatura, toque, vibração, posição,
discriminação entre dois pontos, esterognosia
- Distúrbio motor de fala (afasia expressiva)
- Afasia receptiva
- Problemas perceptivos como negligência
unilateral, apraxias, perda da percepção de
profundidade, dificuldades com as relações
espaciais
- Hemianopsia
- Perda do olhar conjugado
- Ataxia do membro colateral
Artéria Cerebral Posterior
-Hemianopsia
- Prosopagnosia
- Dislexia sem agrafia
- Problemas em nomear e diferenciar cores
- Déficit de memória
- Desorientação topográfica
- Síndrome talâmica
- Movimentos involuntários
- Hemiplegia contralateral
- Síndrome de Weber
- Resposta lenta á luz
Artéria Vértebro-Basilar

- Perda de consciência;
- Coma;
- Hemiplegia ou dupla hemiplegia com postura de
decorticação ou descerebração;
- Envolvimento de nervos cranianos;
- Dificuldade para deglutir;(IX e X)
- Geralmente não falam;
- Estados vegetativos por longo tempo.
Artéria Cerebelar
Síndrome do Cativeiro:

-Tetraplegia progressiva
- Preservação da consciência e da sensibilidade
- Preservação do olhar vertical
História e Exames

- A história é de grande importância, principalmente para


diferenciar o AVE isquêmico do AVE hemorrágico
- TC, RM, Angiografia cerebral
Comprometimentos Diretos
-Somatossensitivo
- Dor (Síndrome Talâmica)
- Déficit Visual
- Déficit Motor:
ESCALA DE BRUNNSTROM
Estágio 1: imediatamente após a lesão: flacidez total
Estágio 2: início da recuperação, aparecimento dos sinergismos
básicos, pode haver movimento voluntário mínimo, pode aparecer a
espasticidade
Estágio 3: a espasticidade aumenta mais e o paciente tenta controlar o
sinergismo, mas é difícil
Estágio 4: Há mais controle dos movimentos e a espasticidade diminui
Estágio 5: Caso haja progresso, são adquiridas combinações mais
difícies
Estágio 6: com o desaparecimento da espasticidade, movimentos
seletivos são observados, com restauração da função motora normal.
- Alteração de Tônus
 MS: retratores, adutores e depressores escapular
-Rotadores internos de ombro
-Flexores de cotovelo
-Pronador de antebraço
-Flexor de punho e dedos

 MI: retroversores de pelve


-Adutores e rotadores internos do quadril,
-Extensores de joelho e quadril,
-Flexores plantares e supinadores
- Flexores dos artelhos

- Reflexos osteotendinosos e patológicos


- Alteração de Tônus
 MS: retratores, adutores e depressores escapular
-Rotadores internos de ombro
-Flexores de cotovelo
-Pronador de antebraço
-Flexor de punho e dedos

 MI: retroversores de pelve


-Adutores e rotadores internos do quadril,
-Extensores de joelho e quadril,
-Flexores plantares e supinadores
- Flexores dos artelhos

- Reflexos osteotendinosos e patológicos


Padrões Sinérgicos dos Membros

MS – Sinergismo em Flexão
•Adução e rotação interna do ombro
• Flexão de cotovelo
• Pronação de antebraço
• Flexão de punho e dedos

MI – Sinergismo em Extensão
• Extensão, adução e rotação interna do
quadril
• Extensão do joelho
• Flexão plantar e inversão do tornozelo
• Flexão dos artelhos
Diferenças comportamentais entre os hemisférios

Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito

Cognição: Processa informações de Cognição: processa informações


modo seqüencial e linear, observar e de forma simultânea, gestálgicas
analisar detalhes

Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito


Percepção: Processar e produzir a Percepção: Processar estímulos não
linguagem (Afasias) verbais, percepção esquema corporal,
noção espacial, tirar conclusões,
sintetizar informações

Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito

Habilidade Acadêmica: leitura, Habilidade Acadêmica: Raciocínio


compreensão da leitura, matemático, alinhamento dos
reconhecimento das palavras, números em cálculos
fazer cálculos matemáticos
Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito
Programação Motora: Programação Motora:
Estabelecer a seqüência de Sustentar um movimento ou
movimento, executar uma postura (Síndrome de
movimentos mediante Pusher)
comando (Apraxia)
Hemisfério Direito
Hemisfério Esquerdo
Emoções: Expressar
Emoções: Expressar emoções positivas, ter a
emoções negativas percepção da emoção
• Distúrbio de Controle Postural e Equilíbrio
• Distúrbios da Fala: Afasias e Disartria
• Disfagia
• Disfunção Perspectiva (negligência, pusher)
• Disfunção Cognitiva
• Distúrbio Afetivo (HD- labilidade emocional)
• Disfunção da Bexiga e do Intestino

Complicações Indiretas
Fisioterapia pacientes crônicos
- Avaliação
Objetivos:
- Melhorar posicionamento
- Melhorar/Manter ADM evitando assim a deformidade
- Melhorar Tônus
- Melhorar Controle Postural
- Melhorar Controle de MMII e MMSS
-Melhorar Equilíbrio
-Melhorar Marcha minimizando a marcha ceifante
Marcha Ceifante: consiste no membro superior fletido, aduzido e
punho pronado. O membro inferior está espástico, não fletindo,
arrastando a perna em semicírculos

Uso de Órteses
Modalidade Eletroterapêutica

Objetivo: Desenvolver independência


A Terapia por Contensão Induzida, ou também chamada de
TERAPIA DE RESTRIÇÃO, é uma técnica inovadora e
revolucionária no conceito de reabilitação de membro superior,
e sendo atualmente, uma das poucas com estudos e resultados
baseados em evidências.
A Terapia por Contensão Induzida diferencia-se da fisioterapia
convencional por 3 aspectos:
Treinamento intensivo: o protocolo sugere que o paciente realize
um tratamento de 2 semanas consecutivas e ininterruptas, com
duração de 6 horas diárias;
Repetição funcional (prática supervisionada): os exercícios são
repetidos pelo paciente em média de 20 vezes por sessão,
baseando-se no conceito sensório-motor de Piaget (assimilação
e acomodação) e no condicionamento comportamental
Uso de uma restrição: durante a permanência do protocolo o
paciente será incentivado a usar uma restrição (tipóia ou luva)
no membro superior não-parético, a fim de, potencializar ao
máximo as funções do membro superior parético e prevenir a
teoria do desuso.
• Diminuição da espasticidade;
• Aumento da agilidade e da função no membro superior parético;
• Diminuição do padrão (extensão dos dedos);
• Melhora da fala, marcha e auto-estima do paciente.

Depois de 2 semanas...

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