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CAMPBELL
VOLUME 1
1 V
PROCEDIMENTO DE RECONSTRUÇÃO
DE OMBRO E DE COTOVELO EM
PRINCÍPIOS BÁSICOS ADULTOS
li
PROCEDIMENTO DE RECONSTRUÇÃO
VI
DE QUADRIL EM ADULTOS
AMPUTAÇÕES
3 Artroplastia do Quadril 158
James W. Harkess e John R. Crockarell, Jr. 14 Princípios Gerais da Amputação 598
Patri ck C. Toy
4 Recapeamento do Quadril 311
David G. Lavelle 613
15 Amputações do Pé
David R. Richardson
5 Artrodese do Quadril 325
William E. Albers
16 Amputações dos Membros
Inferiores 637
6 Dor no Quadril em Adultos Jovens e Cirurgia
Marc J. Mihalko
Preservadora do Quadril 333
James L. Guyton
17 Amputações do
Quadril e da Pelve 651
Ili Marc J. Miha lko
xxi
VIII XI
FRATURAS E LUXAÇÕES
TUMORES EM CRIANÇAS
PROCEDIMENTO DE RECONSTRUÇÃO
DE JOELHO EM ADULTOS
MEDICINA ESPORTIVA
45 Knee Injuries
Video 45- 1: ACL Reconstruction Using Central Third
Patellar Tendon
Robert H. Mi ll er Ili
AMÃO
Video 45-2 .· Osteochondral Allograft 69 Wrist Disorders
Frederick M. Azar Video 69- 7: Scaphoid Repair: Dorsal Approach
Video 45-3: Autologous Chondrocyte lmplantation George W. Wood li
Frederick M. Aza r and Robert H. Mi ller Ili
Video 45-4: Operative Treatment of Recurrent Lateral
71 Paralytic Hand
Video 7 7- 1: Ligamentous Reconstruction of the Thumb with
Patellar lnstability
Tenodesis lnterposition Graft Using Biotenodesis Screw
Frederick M. Aza r and Robert H. Mi ller Il i
Mark T. Jobe
Video 45-5: Allograft 8-PT-B Preparation for ACL Reconstruction
Frede rick M. Aza r
Video 45-6: Hamstring Graft Harvest
Frederick M . Aza r
Video 45-7." Tibial Tuberosity Allograft
Frederick M. Azar
48 Traumatic Disorders
Video 48- 1: Four Compartment Fasciotomy of the Leg 81 Disorders of the Hallux
Edward A. Perez Video 8 7- 7: Modified Keller Bunionectomy
E. Greer Richardson and G. Andrew Murphy
Video 81-2: Chevron Osteotomy for Hallux Balgus
E. Greer Richardson
1
ANATOMIA 2049 Reconstrução com Aloenxerto dos LUXAÇÕES
ESTRUTURAS ÓSSEAS 2049 Tendões 2109 TRAUMÁTICAS 2172
ESTRUTURAS TENDINOSAS PERTURBAÇÕES DO COMPARTIMENTO CLASSIFICAÇÃO 2173
EXTRA-ARTICULARES 2049 (COLATERAL) LATERAL 2109 EXAME E AVALIAÇÃO
ESTRUTURAS LIGAMENTARES Reconstrução do RADIOGRÁFICA 2174
EXTRA-ARTICULARES 2051 Compartimento Latera l 2114 LESÕES VASCULARES E
ESTRUTURAS INTRA-ARTICULARES 2058 Instab ilidade Rotatória DOS NERVOS 2174
MECÂNICA 2061 Posterolatera l 2115 Lesões Vascu lares 2174
Instabilidade Posterolatera l Dano ao Nervo 2175
MENISCOS 2063
com Joelho Varo 2124 OUTRAS LESÕES ASSOCIADAS 2175
FUNÇÃO E ANATOMIA 2063
Instabilidade Rotatória TRATAMENTO 2176
REPARO E CICATRIZAÇÃO DO
Anterolatera l 2129 Resu ltado do Tratamento Cirúrgico
MENISCO 2065
LESÕES DOS MENISCOS 2066 LESÕES DO LIGAMENTO das Luxações do Joelho 2178
CRUZADO ANTERIOR 2129
Mecanismo de Lesão 2067 PLICA SINOVIAL 2178
INCIDÊNCIA 2129
Class ificação 2067 LESÕES DA CARTILAGEM
ANATOMIA 2129 ARTICULAR 2179
Diagnóstico 2068
BIOMECÂNICA 2130 TRATAMENTO 2180
Testes de Diagnóstico 2068
HISTÓRIA E
Estudos de Imagem 2070 OSTEOCONDRITE
EXAME FISICO 2130 DISSECANTE 2183
Artroscopia 2070 HISTÓRIA NATURAL 2131 ETIOLOGIA 2185
Tratamento não Cirúrgico 2070 TRATAMENTO 2133 ACHADOS RADIOGRÁFICOS
Tratamento Cirúrgico 2071 Reconstrução para Insuficiência do E CLINICOS 2185
OUTRAS CONDIÇÕES DOS MENISCOS 2075 Ligamento Cruzado Anterior 2134
Cistos dos Meniscos TRATAMENTO 2185
2075 Reabilitação após a
Menisco Discoide Excisão de Corpos Livres 2186
2077 Reconstrução do Ligamento
Resu ltados do Tratamento da
LESÕES TRAUMÁTICAS Cruzado Anterior 2151
AGUDAS DOS LIGAMENTOS 2078 Osteocondrite Dissecante do
Resultados da Reconstrução do
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Joelho 2187
2078 Ligamento Cruzado Anterior 2152
ETIOLOGIA COMPLICAÇÕES 2187
2079 Complicações da Cirurg ia do
MECANISMO 2079 Ligamento Cruzado Anterior 2153 DISTÚRBIOS DA
PATELA 2187
CICATRIZAÇÃO DO LIGAMENTO 2079 CIRURGIA DE REVISÃO DO LIGAMENTO
OSTEOCONDRITE DISSECANTE
CLASSIFICAÇÃO 2080 CRUZADO ANTERIOR 2154
DA PATELA 2187
DIAGNÓSTICO 2080 Seleção do Enxerto 2155
DEFEITO DORSAL DA PATELA 2187
História e Exame Físico 2080 Considerações Técnicas 2155
PATELA BIPARTIDA 2187
Exame Radiográfico 2089 LIGAMENTO CRUZADO CONDROMALACIA
CLASSIFICAÇÃO DA POSTERIOR 2156
DA PATELA 2189
INSTABILIDADE DO JOELHO 2090 ANATOMIA 2156
Classificação e Etiologia 2190
Instabilidade Uniplanar 2091 BIOMECÂNICA 2157
Achados Clín icos 2190
Instabilidade Rotatória 2091 EXAME FISICO 2157
Tratamento 2190
Instabilidades Combinadas 2092 HISTÓRIA NATURAL 2157
ANQUILOSE
CONSIDERAÇÕES DO TRATAMENTO 2092 TRATAMENTO 2157 EXTRA-ARTICULAR
Tratamento Não Cirúrgico 2092 Tratamento não Cirúrgico 2157 DO JOELHO 2192
Tratamento Cirúrgico 2093 Tratamento Cirúrgico 2159 ANQUILOSE EXTRA-ARTICULAR
REPARO DAS LESÕES DO Reconstrução do Ligamento EM EXTENSÃO 2192
COMPARTIMENTO Cruzado Posterior ANQUILOSE EXTRA-ARTICULAR
(COLATERAL) MEDIAL 2095 Artroscopicamente Auxi liado 2172 EM FLEXÃO 2194
Reparo 2095 Complicações da Reconstrução do FERIDAS ABERTAS DA
Reconstrução 2103 Ligamento Cruzado Posterior 2172 ARTICULAÇÃO DO JOELHO 2195
2048
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO El•H*
ANATOMIA porções proximais de ambas as face tas estão em contato com o
fêmur; e durante a flexão e extensão, a patela se move de 7 a 8 cm
em relação aos côndilos do fêmur. Com completa flexão, maior
O joelho é uma das articulações mais frequentemente lesionadas pressão é aplicada para a faceta medial.
devido a sua estrutura anatômica, sua exposição a forças exter- O trauma que afeta essas estruturas ósseas e sua relação uma
nas, e às demandas funcionais colocadas sobre ele. O fundament o com a outra frequ entemente causa desarranjo da articulação. A
básico para um entendimento so bre as lesões no joelho é a com- restauração dessas estruturas é essencial para restauração da
preen são da anatomia normal do joelho. Embora muita ênfase fun ção do joelho.
tenha sido colocada sobre os ligamentos do joelho, sem a ação
de apoio dos músculos e tend ões associados, os liga mentos não
são suficientes para manter a estabilidade do joelho. As estrutu- ESTRUTURAS TENDINOSAS
ras em torno do joelho fora m classificadas em três amplas cate- EXTRA-ARTICULARES
gori as: estru turas ósseas, estrutu ras extra -articulares e estruturas
intra-articulares. As estruturas extra-articulares importantes que apoiam e influen -
ciam a função desta articulação são: sinóvia, cápsula, ligamentos
colaterais e unidades musculotendinosas que abrangem a articula-
ESTRUTURAS ÓSSEAS ção. As unidades musculotendinosas são principalmente o meca-
nismo do quadríceps, o gastrocnêmio, os grupos isquiotibiais medial
As estruturas ósseas do joelho consistem em três componentes: e lateral, o poplíteo e a banda iliotibial.
patela, côndilos femorais distais e platôs da tíbia proximal, ou côn- Os quatro componentes do mecanismo do quadríceps for mam
dilos. O joelho é chamado de art iculação em dobradiça, mas, na um tendão do quadríceps de três camadas, que se insere na patela.
verdade, é mais complicado que isso, visto que, além da flexão e O tendão do reto femoral achata imediatamente acima da patela e
extensão, o seu movimento tem um componente rotaciona l. Os se to rna a camada anterior, que se insere na borda anterior do polo
côndilos do fêmur são duas proeminências arredondadas excentri- proximal. O tendão do vasto intermédio continua para baixo como
camente curvadas. Anteriormente, os côndilos são um pouco acha- a camada mais profu nda do tendão do quadríceps e se insere na
tados, o que cria maior superfície para contato e transmissão de borda posterior do polo proximal. A lâmina média é formada pelas
peso. Os côndilos se projetam muito pouco à frente da diáfise bordas confluentes do vasto lateral e vasto medial. As fibras do
femoral, mas bastante atrás. O sulco encontrado anter iormente entre retináculo medial for madas a partir da aponeurose do vasto medial
os côndilos é o sulco patelofemoral, ou tróclea. Posteriormente, os se inserem diretamente no lado da patela para ajudar a evitar o
côndilos são separados pela incisura intercondilar. A superfície arti- deslocamento lateral da patela durante a flexão. O tendão patelar
cular do côndilo medial é mais longa que a do côndilo lateral, mas tem sua origem a partir do ápice ou polo distal da patela e se insere
o côndilo lateral é mais largo. O longo eixo do côndilo lateral é distalmente na tuberosidade da tíbia.
orientado essencialmente ao longo do plano sagital, enquanto o O gastrocnêmio, o músculo mais poderoso da panturrilha,
côndilo medial geralmente está aproximadamente em um ângul o de abrange o aspecto posterior do joelho em relação íntima com a
22 graus ao plano sagital. cápsula posterior para inserir no aspecto posterior dos côndilos
A extremidade proximal expandida da tíb ia forma duas medial e lateral do fêm ur.
sup erfícies planas, côndilos ou platôs, que se articulam com os Pes anserinus (pata de gan so) é o termo para a in serção
côndilos do fêmur. Eles são separados na linha média pela emi - conj un ta dos músculos sartóri o, grácil e semitendinoso ao longo
nência intercondilar com seus tub érculos intercondilares medial e do aspec to medial proximal à tíbia. Esses fl exo res primári os do
lateral. Anterior e posterior à eminência intercondilar estão as joelho têm influência rotacional interna secundária na tíbia e
áreas que servem como locais de inserção para os ligamentos cru- ajudam a protege r o joelho contra o estresse de rotação e valgo.
zados e meniscos. O lábio posterior do côndilo lateral da tíbia é A sua co ntraparte na lateral do joelho é a inserção forte do bíceps
arredondado para fora, onde o menisco lateral desliza posterior- femoral na cabeça da fíbula, tíbia lateral e estruturas capsulares
mente durante a flexão do joelho. posterolaterais. Esse músculo é um forte flexor do joelho, qu e
As superfícies articulares do joelho não são congruentes. tamb ém produz fo rte rotação extern a simultânea da tíbia. Ele
No lado medial, o fêmur encontra a tíbia como uma roda sobre fornece estabilidade de rotação, evitando o deslocamento da tíbia
uma superfície plan a; enquanto, na lateral, é como uma roda sobre o fêmur durante a flexão. As suas contribuições para o
sobre uma cúpula. Apenas a at uação conj unta dos ligamentos complexo ligamentar arqueado no canto posterolateral do joelho
com as outras estruturas de partes moles fornece ao joelho a também fornecem estabilidade varo e rotatória. O trato iliotibial,
estabilidade necessária. o terço posterior da banda iliotibial, se insere proximalmente no
A patela é um osso sesamoide triangular qu e é maior no polo epicô ndilo lateral do fêmur e distalmente no tubérculo lateral da
proximal que no polo distal. A sup erfície articular da patela é divi- tíbia (t ub érculo de Gerdy). Portanto, fo rm a um ligamento adi-
dida por uma crista vertical, resultando em uma faceta articular ou cional contíguo anteriorm ente com o vasto lateral e posterior-
superfície menor medial e uma maior lateral. Com o joelho em mente com o bíceps. A banda iliotibi al se move para a frente em
extensão, a patela fica acima da margem articular superior do sulco extensão e para trás em fle xão, mas é ten sa em ambas as posições.
fem oral. Em extensão, a porção dista l da faceta patelar lateral se Durante a flexão, a banda iliotibia l, o tendão poplíteo e o liga-
articula com o côndilo femoral lateral, mas a faceta patelar medial mento colateral lateral cru za m um ao outro, enquanto a banda
dificilmente se articula com o côndilo femoral medial até a completa iliotibial e o tendão do bíceps permanecem paralelos uns aos
flexão. Em 45 graus de flexão, o contato se move proximalmente com outros como na extensão, contribuind o para melhorar a estabili -
a porção média das superfícies ar ticulares. Em completa flexão, as dade lateral (Fig. 45- 1).
Ml·H·• PARTE XIII MEDICINA ESPORTI VA
Bíceps femoral
(corte)
Artéria genicular
lateral s uperior
Reto
Nervo fibular femoral
comum
Plantar
Artéria genicular
lateral inferior
Ligamento
arqueado
Ligamento *-'-+Hi,++-H'-'+----i1--Te ndâo
poplíteo B
colateral
da fíbula
Tendão do
bíceps
Gastrocnêmio
lateral
Nervo cutâneo
sural lateral-1#-!'-1-1.w\Y
Músculo poplíteo com sua origem tripartida.
Tendão principal inserido ao côndilo lateral do fêmur (A) . Inser-
ção ao corno posterior do menisco lateral (B). Inserção à cabeça
da fíbula (C).
anterior
h(riii;t.jrlJ9 Estruturas tendinosas e neurovasculares da lateral Liga mento colateral
do joelho. medial superficial
Terço posterior do
(corte)
ligamento capsular
/1 medial (ligamento
oblíquo posterior)
I
O m úsc ulo poplíteo tem três orige ns, sendo a m ais fo rte a do
côndilo femoral lateral. O utras origens importantes são da fíbul a
(ligam ento popliteofibular) e do corn o posterior do m enisco
lateral. A origem fe m oral e a origem fi bul ar form am os braços de
um ligamento oblíquo em fo rmato de Y, o arqueado. Os braços são
unidos em conjunto pela cápsula e origem do menisco. O liga-
mento arqueado não é um ligamento separado, m as é uma con-
densação das fibr as da origem do poplíteo (Fig. 45-2). Com estudos
eletromi ográficos, Basmajian e Lovejoy descobriram qu e o músculo
poplíteo é um rotador primário medial da tíbia durante os estágios
iniciais de flexão e tamb ém atua para retrair o menisco durante a
fl exão. Além disso, ele fo rn ece estabilidade rotacional para o fêmur
na tíbia e auxilia o ligamento cruzado posterior na prevenção do
deslocamento do fêm ur na tíbia.
O músculo semimembranoso é especialmente importante h(riii;Mml19 Estruturas de suporte medial do joelho. 1, Liga-
com o uma estrutura esta bilizadora em torno dos aspectos poste- mento poplíteo oblíquo; 2, cá psul a posterior e corno posterior do
rior e posterom edial do joelho. Ele tem cinco expansões distais menisco medial; 3, tendão do semimembranoso anterior ou
(Fig. 45-3) . A primeira é o ligamento poplíteo oblíquo, que passa medial; 4, cabeça direta do semimembranoso; 5, porção distal do
da inserção do semimemb ranoso no aspecto pos teromedi al da tendão semimembranoso (ver texto) .
tíbia obliquamente e lateralmente para cima para a inserção da
cabeça lateral do gastrocnêmi o (Fig. 45 -4A). Ela atu a com o um a
importante estrutura estabilizadora sobre o aspecto p osterior do
joelho. O semimembranoso ajuda a tensionar esse ligamento com cirú rgico. Um a segund a inserção tendinosa é para a cáps ul a pos-
a contração (Fig. 45 -4B). Quando o ligam ento poplíteo oblíquo é terior e posterior do menisco medial. Esse deslizamento tendinoso
puxado medi aimente e para a fre nte, ele tens iona a cápsula poste- ajuda a tension ar a cápsula posterior e retrai o m enisco medial
rior do joelh o. Essa m anobra pode ser utili zada para tensionar a posteriormente du rante a flexão d o joelho. A cabeça anterior ou
cápsula posterior no canto pos teromedial do joelho no reparo profund a continua medi aimente ao longo da parte m ais larga do
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
LG
Sm
\ _ Ligamento
fabelofibul a r
( (ligamento
de Vallo1s)
1 Po
A B
o@•l;Mm9 A, Arranjo triangular dos elementos passivos na cápsula posterior do joelho, cruciais para estabilidade rotaciona l.
B, Visão posterior do joelho mostrando o reforço ligamentar da cápsula posterior. O ligamento poplíteo oblíquo é dinamicamente
estabilizado pelo músculo semi membranoso e o ligame nto arqueado pelo músculo poplíteo. AL, ligamento arqueado; AT, tíbia anterior;
Fa, fabela; FCL, ligamento colateral fibular; LG, músculo gastrocnêmio lateral; MG, músculo gastrocnêmio medial; OPL, ligamento
poplíteo oblíquo; PL, músculo plantar longo; Po, músculo poplíteo; POL, ligamento colateral oblíquo posterior; PT, tendão poplíteo;
Sm, semimembranoso; TCL, ligamento colateral tibial.
lâ@ll;Hmm. Origem comum do ligamento oblíquo posterior H@ii;@n1\9 Puxando o braço central ou tibial (B) do liga-
dissecada do tubérculo adutor (AT). Braço capsu lar (A) retraído mento oblíquo posterior proximalmente para a s.ua inserção no
posteriormente e braço tibial (B) distalmente. P, porção intra-ar- tubérculo adutor (AT), enquanto o braço tibial do tendão sem i-
ticular do côndilo femoral; Q, inserção do braço tibial do liga- membranoso (ST) é retraído posteriormente e inferiormente,
mento oblíquo posterior para o canto posteromedial do menisco inserção amp la e firme (H) do braço central do ligamento oblíquo
medial (MM). posterior para a tíbia é visíve l aba ixo e profundo ao tendão semi-
membranoso (texto e ilustrações anteriores) .
A B
--
patelar medial 1
1 - - _..---:
r\
Sartório
Inserção
Ligamento do tendão
semimembranoso Gastrocnêmio
cruzado (cabeça medial)
B posterior e
Otêiil;t4jm A, Neste nível, as fibras retinaculares da camada li anterior ao ligamento superficial medial se juntaram à camada 1.
O ponto de junção é mostrado em A; B indica o ponto em que a camada li e a camada Ili se fundem umas com as outras e com a bainha
do tendão semimembranoso. B, Seção cruzada no nível da linha de articulação. Neste nível, a "divisão" pode ser vista onde as fibras
retinaculares anteriores ao ligamento superficial medial deixam a camada li, e o ligamento superficial medial se une à camada 1. C, Seção
cruzada de cerca de 1 cm inferior à linha de articulação. Observe as inserções do semimembranoso posteriormente e mediaimente .
O ligamento medial profundo não é visto porque a sua inserção à tíbia está abaixo da linha articular, acima deste nível (Fig. 45-17).
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fl+fM
Cápsula !
m-----Ligamento medial
superficial
Ligamento
medial
SML
DML
Semimembranoso
Borda de corte
do retináculo
patelar
Ligamento
medial
profundo
li@lh!ijmfil Com tendões retinaculares dissecados da cápsula anteriormente e parte do ligamento superficial medial ressecada ,
ligamento medial profundo e parte da cápsula, a camada Ili pode ser vista. O tendão semi membranoso, com a sua bainha aberta como
uma janela para expor a inserção anterior dos tendões, é retraído posteriormente. A bainha e suas extensões fazem parte da camada li .
A inserção anterior do tendão semimembranoso é profunda à camada li. B, Ponto em que as camadas li e Ili se fundem.
Wl1fi:I PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
ESTRUTURAS INTRA-ARTICULARES
O@iljtljrlll!I Visão da articulação do joelho direito a partir de cima após a remoção do fêmur direito. Observe três camadas da face
lateral e divisão da parte posterolateral da cápsula (camada Ili) nas lâminas profunda e superficial, que são separadas pelos vasos
geniculares inferiores laterais .
A B
0!§1J;f4Bt Camadas 1e li das estruturas laterais do joelho . A, Principais constituintes da camada 1: trato iliotibial e porção super-
ficial da expansão do bíceps. B, Camada 1 foi cortada e descascada de volta para a margem lateral da patela, mostrando a camada li.
A camada li inclui o vasto lateral e suas expansões, assim como os ligamentos patelofemoral e patelomeniscal.
III!!!> PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Plantar
Cabeça medial
do gastrocnêmio - -
Envoltório da fáscia
sem imembranosa - -
I
Bolsa
poplítea
e D
Visões oblíquas do aspecto posterolateral do joelho direito após a remoção de duas camadas estruturais superficiais
à cápsu la de articulação. A, Lâmina superficial da camada Ili engloba os ligamentos colateral lateral e fabelofibular. B, Lâmina super-
ficial, incluindo ligamentos colaterais fabelofibular e fibular, é seccionada e aberta, mostrando o vaso genicular cruzando a lâmina
profunda. C, Lâmina profunda da camada Ili, incluindo o ligamento arqueado, é seccionada e separada a partir da junção musculoten-
dinosa subjacente do músculo poplíteo. D, Ventre do músculo poplíteo é afastado (de distal a proximal), expondo os anexos poplíteos
para o menisco lateral e para a bolsa do poplíteo.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fmllll
!-primeira camada
li-segunda camada
Ili-terceira camada
Plantar; : : ;
) <
Cabeça medial ,
do
Semi membranoso--
cruzados funcionam como estabilizadores da articulação e dos eixos, é uma combinação de balanço e deslizamento. O movimento de
em torno dos quais ocorre o movimento rotacional normal e balanço é demonstrável nos primeiros 20 graus de flexão, depois
anormal. Eles restringem o movimento para trás e para a frente da que o movimento se torna predominante do tipo deslizante. Essa
tíbia no fêmur e ajudam a controlar a rotação medial e lateral transição de uma forma de movimento para a outra é gradual, mas
da tíbia no fêmur. A rotação externa da tíbia produz um descruza- progressiva. O movimento de balanço nos primeiros 20 graus de
mento dos ligamentos, e a rotação interna produz um cruzamento flexão atende melhor os requisitos para estabilidade do joelho na
dos ligamentos cruzados (Fig. 45-24). Uma discussão mais aprofun- posição relativamente estendida, enquanto o movimento de desli-
dada das suas funções específicas é apresentada na seção sobre lesões zamento conforme os desenrolamentos da articulação permitem
do ligamento cruzado. mais liberdade para rotação.
A deflexão natural para fora da tíbia no fêmur na articulação
do joelho produz maiores tensões de suporte de peso no côndilo
MECÂNICA femoral lateral do qu e no côndilo medial. No entanto, como o
côndilo medial do fêmur é prolongado mais para a frente do que
O eixo mecânico do fêmur não coincide com o seu eixo anatômico, o côndilo lateral, o eixo vertical de rotação fica em um plano próximo
porque a linha que atravessa o centro da articulação do quadril e ao côndilo medial. Durante os movimentos rotacionais, o côndilo
o centro do joelho forma um ângulo de 6 a 9 graus com o eixo da medial descreve um menor arco do que o côndilo lateral.
diálise do fêmur. O eixo mecânico geralmente passa perto do Um mapeamento acurado dos pontos de contato entre o fêmur
centro da articulação normal do joelho. Os desvios significativos e a tíbia revela que a taxa de rolagem ao deslizamento não perma-
desse eixo mecânico podem estar presentes com deformidade em nece constante através de todos os graus de flexão. Essa relação é de
geno varo ou geno valgo. Na posição ereta, o eixo transversal aproximadamente 1:2 em flexão inicial e em torno de 1:4 até o final
através da articulação do joelho se encontra no verdadeiro plano da flexão (Fig. 45-25).
horizontal ou perto dele. Por causa da disparidade entre os com- A configuração das estruturas ósseas e a tensão dos liga-
primentos das superfícies articulares dos côndilos do fêmur e os mentos de apoio e os meniscos não possibilitam o movime nto
côndilos da tíbia, dois tipos de movimento durante a flexão e rotacional em posição totalmente estendida. Conforme a flexão
extensão são produzidos. O joelho apresenta as características de é iniciada, a cápsula e os ligamentos colaterais, assim como os
ambas as articulações de gínglimo (articulação) e trocoide (articu- ligamentos, cruzados se tornam menos tensos, permitindo movi-
lação pivô). A articulação permite a flexão e a extensão no plano mentos rotacionais que progridem cada vez mais conforme a
sagital e algum grau de rotação interna e externa quando a articu- flexão aumenta de O a 90 graus. A rotação varia de 5 a 25 graus
lação é flexionada. A rotação não é possível quando o joelho está e apresenta variação individual, com rotação interna sempre
em extensão completa. O movimento complexo de flexão-extensão maior que a rotação externa.
E!) PARTE XIII MEDICINA ESPORTI VA
H@il;J4G:ml Além das suas funções sin érg icas, os ligamentos cruzados e colaterais exe rcem f un ção antagô ni ca básica d urante a
rotação. A, Na rotação e xterna, são os ligamentos co laterais que tensionam e inibem a rotação excessiva por se tornarem cruzados no
espaço . B, Na rotação neutra, nenhum dos quatro ligame ntos está sob tensão não usual. C, Na rotação interna, os ligamentos colaterais
se tornam mais verticais e são mais fle xíveis, enquanto os lig amentos cruzados se tornam enrolados em torno de si e com fort e t ensão.
LCA. li gamento cru zado anterior; LCL, li gamento co latera l latera l; LCM, li gamento colateral medial; LCP, lig amento cruzado posterior.
H[§ii;ME;l!I Aspecto superior dos men iscos medial (A) e lateral (B) após a perfusão vascular com nanquim e tratamento do tecido
pela técnica de Spalteholz modif icada. Observe a vascularidade na periferia do menisco, ass im como nas inserções do corno anterior e
posterior. A ausênc ia da vasculatura periférica no canto posterolateral do menisco lateral (seta) representa a área de passagem do
tendão poplíteo.
• DIAGNÓSTICO repouso até que a reação tenha diminuído parcialmente vai diferen-
O diagnóstico de uma lesão do menisco pode ser difícil mesmo para ciar o travamento do falso travamento da articulação.
um cirurgião ortopédico experiente. O uso de uma história cuida- Se um paciente n ão tem travamento, o diagnóstico de um
dosa e exame físico e complementação das radiografias padrão em menisco lesionado é mais difícil mesmo para os cirurgiões mais
casos específicos com técnicas especiais de imagem e artroscopia astutos. O paciente geralmente fornece uma história de vários epi-
pode manter erros no diagnóstico de lesões dos meniscos em sódios de problema atribuível ao joelho, muitas vezes resultando em
menos de 5%. Raramente, a artroscopia nas lesões susp eitas pode efusão e um breve período de incapacidade, mas nenhum trava-
revelar uma articulação normal ou uma com menor anormalidade mento definitivo. Sensação de falseio ou estalos, cliques, pinçamen-
em que a cirurgia não seria útil; nessas ocasiões, um diagnóstico tos ou falhas no joelho podem ser descritos, ou a história pode ser
de menisco hipermóvel ou hipertrofia da camada de gordura é mais indefinida, com episódios recorrentes de dor e efusão leve no
raramente correto. O término do procedimento é melhor qu e a joelho e sensibilidade no espaço anterior da articulação após a ati-
remoção das estruturas que não são anormais o sufic iente para vidade excessiva.
explicar os sintomas. Quando são bem compreendidas, as seguintes dicas podem ser
Quando um menisco foi lesionado, as estruturas capsular e importantes no diagnóstico diferencial neste segundo grupo: sensa-
ligamentar, assim como as superfíc ies articulares, também foram ção de fa lseio, efusão, atrofia do quadríceps, sensibilidade sobre a
frequentemente lesionadas. Para simplificar, as lesões dos meniscos linha de articulação (ou o menisco) e reprodução de um clique pelas
são discutidas aqui como se elas sempre fossem lesões isoladas, mas manobras manipulativas durante o exam e físico.
a evidência de outras lesões sempre deve ser procurada. Os distúr- A sensação de falseio é, em si, de pouca ajuda no diagnósti co,
bios que podem produzir sintomas similares aos de um menisco visto que pode ocorrer em outras perturbações do joelho, especial-
rompido devem ser mantidos em mente e, para evitar erros, uma mente os corpos livres, condromalacia da pateta e instabilidade da
história sistêmica cuidadosa e detalhada e o exame físico comple- articulação resultante da lesão de ligamentos ou da fraqueza da
mentado com estudos de imagem apropriados e a artroscopia são musculatura de apoio, especialmente o quadríceps. Quando esse
indicados, especialmente se os sintomas e achados não são bastante sintoma resulta de uma lesão na parte posterior de um menisco, o
típicos de um menisco lesionado. paciente geralmente percebe isso nos movimentos de rotação do
Uma história de lesão específica pode não ser obtid a, especial- joelho e, muitas vezes, o associa a uma sensação de subluxação ou
mente quando ocorreram lesões em meniscos anormais ou degene- "da articulação pulando para fora do lugar''. Quando o falseio res ulta
rativos. Este cenário é observado mais frequentemente em uma de outras causas, como a fraqueza do quadríceps, ele geralmente é
pessoa de meia-idade que sustenta uma torção com sup orte de peso perceptível durante a simples flexão do joelho contra a resistência,
sobre o joelho ou que tem dor após o agachamento. As lesões dos como ao descer escadas.
meniscos normais geralmente estão associadas a trauma ou lesão Derrame articular indica que algo está irritando a sin óvia;
mais sign ificante, mas são produzidas por um mecanismo similar : portanto, tem valor limitado de diagnóstico específico. O início
o menisco é preso entre os côndilos do fê mur e da tíbia em flexão, rep entin o da efusão após uma lesão geralmente indica hemar-
e lesionam conforme o joelho é estendid o. Os pacientes com lesões trose, e esta pode ocorrer quando a periferia vasc ularizada de um
em meniscos degenerativos podem relatar sintomas de travamento menisco é lesionada. As lesões que ocorrem dentro do corpo de
leve, pinçamento ou clicagem, assim como dor ocasional e inchaço um menisco ou nas áreas degenerativas podem não produzir uma
leve na articulação. Uma vez qu e a lesão no menisco passa a ter hemartrose. O deslocamento repetitivo de uma porção pedunculada
tamanho significativo, os sintomas mais óbvios de falseio e trava- ou lesionada de um menisco pode causar irritação sinovial suficiente
mento podem -se desenvolver. para produzir uma sinovite crônica com efusão sem sangue. Assim,
As síndromes causadas pelas lesões dos meniscos podem ser o tempo de início e as características da efusão são de valor ao avaliar
divididas em dois grupos: aquelas em que há travamento e o diag- o joelho, mas a ausência de uma efusão ou hemartrose não exclui
nóstico é claro, e aquelas em que o travamento está ausente e o uma lesão do men isco.
diagnóstico é mais difícil. O primeiro grupo requer pouca discussão, A atrofia da musculatura em torno do joelho, especialmente
porque os sintomas e achados foram descritos muitas vezes em do componente vasto medial do mecanismo do quadríceps, sugere
outros lugares. No entanto, o travamento pode não ser reconhecido, incapacidade recorrente do joelho, mas não indica a sua causa. Pro-
a menos que o joelho lesionado seja comparado com o joelho vavelmente, o achado físico mais importante está localizado sensi-
oposto, qu e deve exibir 5 a 10 graus de recurvato que geralmente velmente ao longo da linha de articulação medial ou lateral ou sobre
está presente. O joelho lesionado pode ser travado e ainda estender- a periferia do menisco. Em geral, está localizado posteromedial-
-se para a posição neutra. O travamento costuma ocorrer apenas mente ou posterolateralmente, porque a maioria das lesões do
com lesões longitudinais e é muito mais comum com as lesões do menisco está nas áreas do corno posterior. O menisco em si não
tipo alça de balde, geralmente do menisco medial. O travam ento do contém fibras nervosas, exceto na sua periferia; portanto, sensibili-
joelho não deve ser considerado patognomônico de uma lesão do dade ou dor estão relacionadas com a sinovite nos tecidos capsular
tipo alça de balde de um menisco; um tumor intra-articular, um e sinovial adjacentes.
corpo solto osteocartilaginoso e outras condições podem causar
travamento. Independentemente de sua causa, o travamento que não • TESTES DE DIAGNÓSTICO
é aliviado após a aspiração da hemartrose e um período de trata- Os cliques, estalos ou capturas, audíveis ou detectados por apalpação
mento conservador pode exigir tratamen to cirúrgico. Um erro sério durante a flexão, extensão e movimentos rotacionais da articulação,
é a fa lha em distinguir o travamento do falso travamento. O falso podem ser valiosos diagnosticamente, e os esforços devem ser feitos
travamento ocorre mais frequentemente logo após uma lesão em para reproduzir e localizá-los precisamente. Se esses ruídos estive-
que a hemorragia em torno da parte posterior da cápsula ou um rem localizados na linha de articulação, provavelmente menisco
ligamento colateral com espasmo isquiotibial associado previne a contém uma lesão. Ruídos semelhantes originários da patela, do
extensão completa do joelho. A asp iração e um curto período de mecanismo do quadríceps ou do sulco patelofemoral devem ser
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fl!m
diferenciados. Vários testes de manipulação foram descritos, mas o
teste de McMurray e o teste de moagem de Apley provavelmente são
mais com um ente utilizados. Todos envolvem basicamente as tenta-
tivas de localizar e reproduzir a crepitação que resulta conforme o
joelho é manipulado.
O teste de McMurray (Fig. 45-36) é provavelmente o mais
conhecido e é realizado como descrito adi ante. Com o paciente em
decúbito dorsal e o joelho flexionado de forma agud a e fo rçada, o
examinador pode verificar o menisco medial apalpando a margem
posteromedial da articulação com uma das mãos, segurando o pé
com a out ra mão. Mantendo o joelho completamente flexionado, a
perna é externamente girada tanto quanto possível e, em seguida, o
joelho é lentamente estendido. Conforme o fêmur passa sobre a
lesão no menisco, um clique pode ser ouvido ou sentido. O menisco
lateral é verificado apalpando a margem posterolateral da articula-
ção, internamente girando a perna tanto quanto possível, e lenta-
mente estendendo o joelho, ouvindo e sentindo um clique. Um
clique produzido pelo teste de McMurray gera lmente é causado por
uma lesão periférica posterior do menisco e ocorre entre a flexão
completa do joelho e 90 graus. O estalo, que ocorre com maiores
graus de extensão quando é definitivamente localizado para a linha
de articulação, sugere a lesão das porções média e anterior do
menisco. A posição do joelho quando o clique ocorre, portanto,
pode ajudar a localizar a lesão. Um clique de McMurray localizado
na linha de articulação é uma evidência adicional de que o menisco
O@il;@m Teste d e McMurray para lesão do menisco (ver
texto). (De Tria AJ Jr: Clini cai examination of the knee. ln Scott WN,
está lesionado; um resultado negativo do teste de McMurray não
editor: lnsall & Scott surgery of the knee, 4th ed, Philadelphia, 2006,
exclui a lesão.
Churchill Livingstone Elsevier.)
O teste de moagem, como descrito por Apley, é realizado como
descrito a seguir. Com o paciente de bruços, o joelho é flexionado a
90 graus e a coxa anterior é fixada contra a mesa de exame. O pé e
perna são, então, puxados para cima para distrair a articulação e
girados para colocar a tensão rotacional sobre os ligamentos (Fig.
45-37 A); quando os ligamentos estão lesionados, essa parte do teste
geralmente é dolorosa. Em seguida, com o joelho na mes ma posição,
o pé e a perna são pressionados para baixo e girados conforme a
articulação é lentamente flexionada e estend ida (Fig. 45-37 B);
quando um menisco fo i lesionado, o estalo e a dor localizada para
a linha de articul ação podem ser observados. Embora os testes de
McMurray, Apley e outros não possam ser considerados di agnósti-
cos, eles são úteis o suficiente para ser incluídos no exam e de rotina
do joelho.
As lesões de um menisco podem produzir dor no comparti-
mento oposto do joelho. Isso é mais comum ente visto com lesões
posteriores do menisco lateral. Esse fenômeno não é entendido. O A B
uso de ressonância magnética tem minimizado a exploração inicial
do compartimento incorreto. O@ii;@Bli,I A e B, Teste de moagem de Apley para lesão do
O utro teste útil, o teste do agachamento, consiste em várias menisco (ve r texto). (De Tria AJ Jr: Clinicai examination of the kn ee .
repetições de um agachamen to completo com os pés e pernas de ln Scott WN, ed: lnsall & Scott surgery of the knee, ed 4, Philadelphia,
modo alternado, totalmente rodados in ternamente e externamente 2006, Church ill Livingstone .)
con forme o agachamento é reali zado. A dor geralmente é prod u-
zida no lado medial ou lateral do joelho, correspondente ao lado
do menisco lesionado. A dor na posição de rotação interna sugere O examinador apoia o paciente, mantendo as suas mãos estendi -
a lesão para o menisco lateral, enqua nto a dor na rotação externa das, enq uanto o paciente fica com os pés planos no chão. O paciente,
sugere lesão para o menisco medial. A localização da dor para a então, gira o seu joelho e corpo, internamente e externamente, três
linha medial de articulação ou a linha lateral de articulação, no vezes com o joelho em ligeira flexão (5 graus). O mesmo procedi-
entanto, é um sinal localizador muito mais confiável que a posição mento é rea lizado com o joelho flexionado 20 graus. Pacientes com
de rotação. suspeita de lesões do menisco apresentam desconforto na linha de
Karac halios et ai. descreveram um teste para detecção art iculação medial ou lateral e podem apresentar senso de trava-
precoce das lesões do menisco (teste de Thessaly) para o qual eles mento ou captura. O teste é sempre feito antes no joelho normal
relataram taxas de diagnóstico precisas de 94% em detectar lesões para ensi nar o paciente como manter o joelho em 5 e 20 graus de
do menisco medial e 96% na detecção de lesões do menisco lateral. flexão e como reconhecer um possível resu ltado positivo no joelho
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
• ESTUDOS DE IMAGEM
1 RADIOGRAFIA
Incidências anteroposterior, lateral e da incisura intercondilar
com uma visão tangencial da superfí cie inferior da patela deve m
ser rotineiras. As radiografias comuns não vão confirmar o diag-
nóstico de um menisco lesionado, mas são essenciais para excluir
os corpos livres osteocartilaginosos, osteocondrite dissecante, e
outros processos patológicos que podem imitar um menisco
rompido. O[ijil;f4n!Ill Artrograma do joelho mostrando a lesão do
menisco.
1ARTROGRAFIA
A utilidade da artrografia no diagnóstico de condições patológicas
do menisco geralmente é diretamente proporcional ao interesse e à
experiência da pessoa que realiza a artrografia (Fig. 45-38). Nunca
utilizar a artrografia é eliminar um procedimento de diagnóstico patelofemoral, pois ela permite a avaliação da relação normal e
extremamente valioso, mas utilizá-lo de forma rotineira em todo anormal da articulação em vários graus de flexão do joelho, com
joelho lesionado é decepcionante. Com as melhorias em tomografia e sem contração do quadríceps. Ela também é útil para delinear
computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), raramente os cistos sinoviais e outros tumores do tecido mole em torno
utilizamos a artrografia para exame do joelho. do jo elho.
•
sutura aberta do menisco tem sido bem-sucedida em joelhos está-
veis. Em joelhos instáveis, o menisco suturado pode romper de
Cap!1cidade _de de
novo, a menos que a reconstrução estabilize o joelho ou o paciente
:zt ::-. - Lesoes Memsca1s
altere as atividades físicas. Em um estudo em cadáver, Dürselen et
CAPACIDADE
al. mostraram que a frouxidão do joelho anterior significativamente TIPO DE CRONICI- TAMANHO DE
aumenta o espaço entre as bordas das lesões do corno posterior do ZONA RUPTURA DADE (cm) REPARAÇÃO
menisco medial reparados e não reparados. Vermelho- Longitu- Aguda 1,5 a 4
Se a lesão do menisco envolver a periferia do corno posterior, vermelho dinal
exposição através de artrotorn ia posteromedial ou posterolateral é Vermelho- Longitu- Crônica 1,5 a 4
relativamente fácil, a última sendo mais difícil. Nessas lesões, a borda vermelho dinal
do menisco e a junção sinoviocapsular podem ser preparadas e múl- Vermelho- Longitu- Aguda 1,5 a 4
tiplas suturas podem ser colocadas de forma precisa. Em razão do bra nco dinal
arranjo de colágeno do menisco, as suturas verticais podem ser utili-
Vermelho- Longitu- Crôn ica 1,5 a 4
zadas. Ainda preferimos reparar as lesões periféricas do corno poste- bra nco dinal
rior por artrotornia aberta se as reconstruções capsulares posterornedial
Vermelho- Radia l/ Aguda 1,5 a 4
ou posterolateral estiverem sendo feitas concom itantemente. Técnicas
branco retal ho
artroscópicas de sutura são necessárias para lesões na ou perto da
Vermelho- Radial/ Crônica 1,5 a 4
junção das zonas vascular e avascular. Urna longa lesão em ou perto
branco retalho
dessa junção é quase impossível de expor e suturar através da artro-
tornia posterornedial ou posterolateral. As lesões mediais que se esten- Vermelho- Radial/ Les ionada 1,5 a 4
dem profundamente ao ligamento colateral são difíceis de expor por branco retalho
técnicas abertas sem risco de lesão para o ligamento. As lesões do Verme lho- Radial/ Lesionada 1,0 a 4
corno posteriores do menisco lateral são difíceis de expor e suturar, branco reta lho
visto que a cápsula posterolateral não é tão bem-definida. Estas Branco- Longitu- Aguda 1,5 a 4
podem ser mais facilmente reparadas por técnicas artroscópicas. branco dinal
As suturas de reparo do menisco podem aproximar o tecido e Branco- Radial/ Aguda 1,5 a 4
fornecer canais de acesso vascular para o crescimento do tecido de branco retalho
cicatrização. O material de sutura ideal não foi ainda determinado. Branco- Longitu- Crônica 1,5 a 4
A maioria dos relatos iniciais de reparo do menisco defende o uso branco d inal
de urna sutura absorvível, como ácido poliglicólico (Dexon), poli- Branco- Radial/ Crônica 1,5 a 4
glactina-910 (Vicryl), ou polidioxanona (PDS). Os efeitos mecânicos branco retalho
do movimento normal da articulação provavelmente causam falha Branco- Radial/ Lesionada 1,5 a 4
até mesmo das suturas não absorvíveis ao longo do tempo. Uma vez branco retalho
que o menisco humano requer vários meses para cicatrizar comple-
De Miller MD, Warner JJP, Harner CD: Meniscal repair. ln Fu FH, Harner CD,
tamente, a sutura selecionada para reparo do menisco deve ser capaz
Vince KG, ed itors: Knee surgery, Ba ltimore, 1994, Williams & Wilkins.
de fornecer apoio adequado para esse período.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fl!Dll
Instabilidade significativa adiciona tensão ao reparo do menisco,
Começando do lado de fora da cápsu la posterior, passe
e a chance de outra lesão aumenta muito. Reparamos o menisco sem
as sutu ras através da cápsu la; em seguida, verticalmente
estabilização ligamentar, mas apenas quando o paciente está disposto
de inferior a superior através do menisco e, em seguida,
a reduzir seriamente suas atividades e está totalmente ciente de que
de volta através da cápsula, mas não as prenda (Fig.
uma segunda lesão é mais provável em uma articulação instável. Para
45-40). Cada sutura deve ser orientada verticalmente, e
pacientes mais jovens e ativos, a estabilização ligamentar deve acom-
não horizonta lmente, a fim de obter a máxima tração
panhar a sutura do menisco por causa da diminuição da probabili-
sobre o menisco.
dade de cicatrização e aumento do risco de reabertura em um joelho
•Antes de a incisão da artrotom ia ser fechada, reúna as
com frouxidão ligamentar.
extremidades das sutu ras do menisco e exerça a tensão
sobre elas. Verifique para observa r que a aproximação da
lesão do men isco é precisa.
REPARO DO MENISCO ABERTO •Mantenha a tensão sobre as su turas, observe a lesão, e
lentamente estenda o joelho para ter certeza de que a
aproximação não é separada enquanto o joelho é esten-
TÉCNICA
dido. Se as suturas forem colocadas muito superior-
•Examine sistematicamente todo o joelho artroscopica- mente na cápsula posterior, as bordas da lesão vão
mente para excluir condições patológicas adicionais. A separar conforme o joelh o se estende. Se a aproximação
técn ica para reparo é essencialmente a mesma para envolver o fragmento da borda do menisco, o frag-
lesões do menisco medial e lateral. mento orienta a colocação adequada das suturas. Se o
•As lesões mediais do menisco se estendem mais comu- reparo for de um anexo periférico, puxe o menisco de
mente para 2 a 3 cm ao longo do corno posterior vo lta para mais perto da junção meniscocapsular origin al
anteriormente à borda posterior do ligamento colateral quanto possível.
medial. A lesão, às vezes, se estende mais anterior- •Se a lesão do menisco medial se estende r anteriormente
mente, ou um deslocamento do tipo alça de ba lde e profundamente ao ligamento colatera l medial e, por-
ocorre. Algumas das lesões do tip o alça de balde e tanto, dificultar a in speção e o reparo por meio da
lesões longitud inai s no terço externo do menisco podem artrotomia posteromedial, as suturas são colocadas de
ser suturadas. melhor modo com técnicas artroscópicas (Cap. 51 ).
•Se o menisco medial for lesionado, posicione o joelho em Caso não sej a háb il em técnicas artroscópicas, cuidado-
60 graus de flexão. sas incisões longitud in ais através do ligamento colateral
•Em segu ida, faça uma incisão de artrotomia vertica l pos- medial e cápsula podem possibilitar a inspeção e o
teromedial a partir da área epicondilar medial do fêmur reparo. Muito cuidado deve ser tom ado para evitar a
distalmente para o tendão semimembranoso em linha lesão ao li gamento co latera l.
com as fibras do ligamento obl íquo posterior. •Se a artrotomia t iver se estendido através do lig amento
•Utilize um afastador de âng ulo reto para retrair a cápsula coronário, certifique-se de que é precisamente aproxi-
posterior posteriormente e, em segu ida, explore a exten- mada para restaurar a estab ilidade periférica. Com o
são da lesão . Essas lesões geralmente estão 2 a 3 mm da joelho em 45 graus de flexão, feche a artrotom ia com
periferia do menisco, bem dentro da zona vascu lar. Se a múltiplas suturas interru ptas e não absorvíveis, avan-
lesão estiver a 5 mm ou mais a partir da inserção perifé- çando e apertando o ligamento oblíquo posterior.
rica, ela pode ser difícil de visua lizar e reparar por meio •Uma vez que a artrotom ia fo i fe chada, amarre as sutu ras
da abordagem da artrotom ia. do menisco individualmente, começando com a sutura
• Desbride as bordas da lesão com uma pequena cu reta ou mais lateral e progredindo para a mais medial.
bisturi. Como regra, não remova qualquer tecido do
menisco periférico intacto. A remoção desse tecido e a CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O cuidado pós-operató-
tração da borda do menisco para a cápsula com suturas rio é determinado pelo tamanho ou extensão da lesão,
estreitam o menisco e reduzem a sua função de suporte se é estável (não deslocável na articulação) ou instável
de peso. (deslocável na articu lação) e se o reparo é combinado
•Com uma pequena raspa, friccione as bordas desbrida- com uma reconstrução do ligamento ou outro procedi-
das da lesão e também o tecido parameniscal sin ovial mento. Se o reparo não for combinado com outro pro-
para evocar uma resposta inflamatória de aumento da cedimento e a lesão for pequena e estável, o joelho é
cicatrização. co locado em uma imobi lização articulada e arco de movi-
•Uma vez que a lesão foi preparada para sutura, identifique mento de O a 90 graus é imediatamente permitido. O
o interva lo entre a cápsula posterior e a cabeça medial do apoio dos dedos é permitido imed iatamente, e o suporte
gastrocnêmio e retraia a última posteriormente. de peso comp leto é permitido em 6 semanas quando a
•Solte a cápsula posterior a partir da cabeça do gastroc- cinta e as muletas são desca rtadas. Nenhum esporte é
nêmio sobrejacente ao longo de todo o comprimento da permitido por 3 meses. Se o reparo não for combinado
lesão do menisco para tornar a colocação precisa da com outros procedimentos, mas a lesão for suf iciente-
sutura mais fáci l. mente grande pa ra permitir o deslocamento na articula-
•Coloque as suturas ininterruptas de Mersilene ou outro ção, o joelho é colocado em um a imobilização articulada
material de sutura cirúrgica não absorvível a cada 3 a 4 mm.
que é travada em extensão completa por 3 a 4 semanas. )
lllll!D PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
A B e
O@i!;fii fJ:ll!) A, Por meio da artrotomia posterom edial, múltiplas suturas separadas colocadas verticalmente através da periferia do
menisco são espa ça das em poucos milímetros e amarradas do lado de fora da cápsula de articular. B, Olhando para bai xo do topo da
lesão longitudinal do meni sco com múltiplas suturas de aproximação . C, Suturas amarradas do lado de fora da cápsula, aproximando
a cápsula ou borda periférica do menisco para o corpo do menisco. VEJA A TÉCNICA 45-1.
do menisco. Mais recentemente, sugeriu-se que a formação de cistos do •Se isso não for bem-sucedido, introduza uma agu lha
menisco está relacionada com o afluxo de fluido sinovial através de espina l percutaneamente através da massa cística para
lesões microscópicas e macroscópicas na substância do menisco. ajudar a localizar o caminho entre o cisto e o menisco.
Uma série de autores observou estreita correlação (aproximada- Perfure com uma pinça passada através da lesão, e o
mente 100%) entre a formação do cisto e as condições patológicas camin ho do cisto pode amp liar o cam inho o suficiente
do menisco, mais comumente, as lesões da porção periférica do para evacua r o conteúdo do cisto na articu lação (Fig.
terço médio do menisco lateral. Uma análise de 1.571 meniscos 45-43 C, detalhe).
identificou 112 com cistos do menisco, todos os quais estavam asso- •Se necessário, insira um pequeno shaver motorizado no
ciados a uma lesão horizontal ou do tipo alça de balde com um cisto para quebrar as lócu las e ajudar na descomp ressão
componente periférico horizontal. cística, e para estimu lar a inflamação e cicatrização do
Quando localizado lateralmente, os cistos do menisco geral- cisto e seu caminho (Fig. 45-438, detalhe). Tesner et ai.
mente são palpáveis imediatamente anterior e proximal à cabeça da recomendaram suturar o restante do cam in ho dentro do
fíbula e anterior ao ligamento colateral lateral. Eles costumam ser menisco, mas Lonner e Parisien não consideram isso
firmes e aparentemente fixos ao tecido capsular; contêm um material necessário.
gelatinoso e claro e geralmente são multiloculares. Quando de tamanho •Se uma margem periférica do menisco for deixada de
médio, são caracteristicamente mais proeminentes quando o joelho é modo que pareça instável, o menisco pode ser reparado
estendido e menos proeminentes quando o joelho é flexionado; peque- para a cápsu la de articulação com uma técnica auxiliada
nos cistos podem desaparecer dentro da articulação na flexão (sinal artroscopicamente. O joelho é irrigado e os portais da
de Pisan i). Um cisto grande e não tratado do menisco lateral pode artroscopia são suturados.
corroer o côndilo tibial imediatamente inferior à margem lateral da
cartilagem articular e produzir um visível defeito tanto radiografica-
mente quanto na cirurgia . A RM mais claramente define o cisto e CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O suporte de peso total
quaisquer condições patológicas associadas do menisco. imed iato é permitido com uma bengala, se necessário, e
A dor costuma ser o sintoma mais proeminente e é acentuada os exercícios de quadríceps isométricos são incentivados.
por atividade. O paciente pode observar uma massa ao longo da
linha lateral da articulação, que pode variar em tamanho de acordo
com o grau de atividade. Se o cisto estiver associado à lesão do
menisco, os sinais clássicos estão presentes, como travamento, estalo
e falseio. Em raros casos, cistos maiores que se manifestam poste- EXCISÃO DO CISTO DO MENISCO
riormente no espaço poplíteo podem ser confundidos com os cistos
poplíteos (Baker). TÉCNICA
O tratamento de cistos do menisco geralmente requer cirurgia.
Raramente medidas conservadoras, consistindo em injeções ou medi- •Examine o joelho artroscopicamente e, cu idadosamente,
cações anti-inflamatórias, resultam em mais que o alívio temporário inspecione o menisco para a lesão e a extensão da
de sintomas. Atualmente, o tratamento recomendado consiste em degeneração.
meniscectomia artroscópica parcial e descompressão do cisto. •Se os sintomas são de duração relativamente curta, as
superfícies do menisco e da inserção capsu lar podem
parecer bem normais. Se sim , faça uma pequena incisão
lateral diretamente sobre o cisto e corte o cisto periférico
MENISCECTOMIA PARCIAL por dissecção cu idadosa.
ARTROSCÓPICA E DESCOMPRESSÃO •Um pedículo do cisto pode ocasionalmente ser rastreado
DO CISTO DO MENISCO na periferia da área degenerada do menisco. Corte e
renove o leito periférico do menisco, exponha a área
TÉCNICA degenerada para formar um cana l de acesso vascu lar e
suture a borda periférica do menisco cuidadosamente na
•Anestesia gera l ou regional é utilizada, e portais de artros- junção meniscossinovial da cápsula com mú ltipl as suturas
cop ia padrão são estabelecidos, com influxo através do absorvíveis e in interruptas.
porta l parapatelar superomedial. Os portais inferomedial •Imobilize o joe lho em extensão por 4 semanas.
e inferolateral são utilizados para passar instrumentos
(consu lte o Cap. 51 para uma descrição dos portais CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O cuidado pós-operató-
artroscópicos) . rio é como descrito na seção sobre sutura do menisco
•Palpe cuidadosamente o menisco para identificar a exten - (Técn ica 45-1 ).
são da lesão do menisco.
•Se uma lesão radia l for encontrada, resseque-a para uma
borda periférica estável (Fig. 45-43 A e B).
• Se a lesão for horizontal estável, faça a ressecção apenas Se inúmeras lesões de clivagem intrassubstanciais forem
da folha inferior após desbridar sua vemente a folha encontradas ao ressecar o cisto, realiza-se a meniscectomia. Nesses
superior. casos, preferimos fazer uma meniscectomia parcial artroscópica, se
•Apalpe o cisto externamente; isso pode empurrar o mate- possível. Se o exame artroscópico revelar uma lesão degenerativa
rial do cisto na articu lação e descomprimir o cisto, possi- complexa do menisco, este é ressecado artroscopicamente, nova-
bil itando a identificação da comunica ção do cisto. mente com uma tentativa de manter uma borda periférica. Quando
a lesão é ressecada, o cisto, muitas vezes, é descomprimido, o que
CAPÍTULO 45 LE SÕES NO JOELHO
H@il;fflm!I A e B, Excisão de lesões associadas a cistos do menisco (ver texto). C, Descompressão do cisto do menisco com pinça
e basket. (A e B de Parisien JS: Techniques in therapeutic arthroscopy, New York, 1993, Lippincott-Raven. C Redesenhado de Warren RF,
Hanley S, Bach BR: Chronic anterior ligament injury. ln Parisien JS, editor: Arthroscopy surgery, New York, 1988, McGraw-Hill.) VEJA A TÉCNICA 45-2.
pode ser observado por exsudação de um material gelatinoso no dor na linha lateral de articulação, clique e efus ão. Os meniscos
campo artroscópico. discoides do tipo Wrisberg costumam ser aproximadamente normais
em tamanho e for mato e não têm a inserção posterior, exceto o
• MENISCO DISCOIDE ligamento de Wrisberg (Fig. 45-44). Como esse tipo não tem formato
O menisco discoide é uma anomalia incomum do menisco que de disco, Ne uschwander et ai. descreveram-no como uma "variante
ocorre mais frequentemente lateralmente do qu e mediaimente. A lateral do menisco com ausência do ligamento coronário posterior"
incidência relatada de menisco discoide lateral variou de 26% em para distingui-lo de um verdadeiro menisco discoide. Os meniscos
pacientes japoneses e coreanos para menos de 1% em outras popu- discoides do tipo Wrisberg, muitas vezes, ocorrem em uma idade
lações de pacientes; a incidência de menisco discoide medial variou mais jovem que os tipos completo ou incompleto, e não estão asso-
de 0% a 0,3%. ciados a trauma. O movimento anormal desse tipo de menisco dis-
De acordo com o sistema de Watanabe et ai., os meniscos coide resulta em um estalo durante a flexão e extensão do joelho
discoides laterais geralmente são categorizados como completo, ("síndrome de estalo do joelho").
incompleto e tipo Wrisberg, com base no grau de cobertura do platô Os meniscos discoides mediais são muito menos comuns que
tibial lateral e a presença ou ausência da inserção meniscotibial os meniscos discoides laterais; têm formato de disco e estão mais
normal posterior. Os tipos completo e incompleto são mais comuns, frequentemente associados a trauma, geralmente lesões do menisco.
são em formato de disco e apresentam um anexo posterior do A maioria dos pacientes com meniscos discoides mediais tem sin-
menisco. Esses tip os geralmente são assintomáticos, sem movi- tomas cons istentes com a lesão medial do menisco. Em geral, a
m ento anormal do menisco durante a flexão ou extensão do joelho. evidência radiográfica do menisco discoide está ausente, e o diag-
Se um menisco discoide incompleto ou completo for rompido, os nóstico pode não ser feito antes da cirurgia, a menos que seja utili-
sintomas são semelhantes aos de qualquer outra lesão do menisco: zada a RM.
@J1h:t PARTE XIII MEDICINA ESPORTI VA
1 1
1 1 1
\
1 Ligamento meniscofemoral 1
1
1
'' lateral (Wrisberg)
\
/
/
,- /
/
1
1
A B
H@il;t!ifll9 A, Men isco discoide lateral do tipo Wrisberg com o joelho em flexão . A inserção tibial do menisco posterior é ausente.
O menisco não é subluxado. B, Com o joelho em extensão, o menisco é deslocado para a incisura intercondilar pelo seu ligamento de
Wrisberg inserido.
do ligamento. Weiss et al. mostraram que as propriedades biomecâ- da lesão é sempre importante e geralmente pode ser obtida por meio
nicas de um ligamento colatera l medial em cicatrização permane- de anamnese cuidadosa. Informações sobre as lesões ou disfun-
cem inferior ao de um ligamento intacto por até 1 ano após a lesão. ções anteriores à lesão auxiliam na avaliação. A posição do joelho,
Embora a rigidez se aproxime de níveis normais, a carga final para o suporte de peso no momento da lesão, a força aplicada (seja
falha ainda é significativamente menor que o normal. direta e extern a ou indireta e gerada pelo momento do paciente)
e a posição da extremidade após uma lesão são muito importantes .
A descrição do paciente da experi ência no momento da lesão pode
CLASSIFICAÇÃO ser valiosa se os seguintes dados fore m descritos: força do joelho ou
salto fora do local; pop audível; localização, gravidade e tempo rela-
De acordo com o manual da Arnerican Medical Association, Nomen- tivo no início da dor; capacidade de andar após a lesão ter ocorrido;
clature of Athletic Injuries, uma entorse (sprain) é definida como uma sensação de estabilidade ou instabilidade caso tenha tentado cam i-
lesão limitada aos ligamentos (tecido conjuntivo anexando osso a nh ar; liberdade de movimento, tanto ativa como passiva, do joelho
osso) e uma ruptura ou estiramento (strain) como uma lesão de após a lesão; e rapidez e localização do inchaço. Com relação ao
alongamento do músculo ou seu anexo tendinoso ao osso. As entor- último ponto, o inchaço ou a efusão intra-articular dentro das pri-
ses são classificadas em três graus de gravidade. Uma entorse de meiras 2 horas após o trauma sugerem hemartrose, enquanto o
ligamento de grau 1 é definida corno uma lesão de um número inchaço que ocorre durante a noite costuma ser indicação de sino-
mínimo de fibras do ligamento com sensibi lidade localizada, mas vite traumática aguda.
sem instabilidade; grau 2 de entorse, corno um rompimento de mais O exame fí sico deve ser completo, preciso, sistemático e reali-
fibras ligamentares com maior perda de função e maior reação da zado tão logo quanto possível após a lesão, a fim de minimizar
artic ulação com instabilidade leve a moderada; e grau 3 de entorse, problemas de inchaço grave, efusão te nsa e espasmo involuntár io do
como um rompimento completo do ligamento com instabilidade músculo.
resultante marcada. Estes, muitas vezes são classificados como Ambas as extremidades inferiores devem ser completamente
leve, moderado e grave para o primeiro, segundo e terceiro graus despidas para exame a fim de possibilitar a comparação da posição
de entorses, respectivamente. O terceiro grau de entorse - aquele ou atitude assumida pela extremidade lesionada e para detectar
que demonstra instabilidade marcada - pode ser classificado pelo deformidade, incluindo um a var iação na posição da patela. As
grau de instabilidade demonstrado durante os testes de estresse. áreas de equimose e grand es efusões são fac ilmente observadas,
Com 1+ de instabilidade, as sup erfícies de artic ul ação se separam embora as menores efusões possam exigir palpação cuidadosa . A
em 5 mm ou menos; com 2+ de instabilidade, elas se separam de hemartrose sugere a ruptura de um ligamento cruzado, uma
5 a 10 mm; e com 3 + de instabilidade, elas se separam 10 mm ou fratura osteocondral, a lesão periférica na porção vasc ular de um
mais. Uma classificação padronizada é importante para comunica- menisco, ou a lesão na porção profunda da cápsula de articulação.
ção precisa e embora, obviamente, não seja sempre precisa, ela Uma efusão sem sangue sugere uma sinovite reacional que pode
fornece uma escala viável para fi ns clínicos. ser causada por um menisco degenerativo ou um processo crônico
O tratamento da entorse de grau 1 é apenas sintomático; uma sem lesão aguda super imposta. A ausência de uma hemartrose não
pessoa com uma entorse de grau 1 geralmente pode voltar à ativi- necessariamente indica um a lesão menos grave no ligamento, visto
dade dentro de alguns dias. A entorse de grau 2, com lesão mode- que graves perturbações muitas vezes causam apenas mínima dis-
rada local e reação da articulação, mas nenhuma instabilidade tensão da articu lação. O rompimento pode ser tão completo que
demonstrável, pode ser tratada de forma conservado ra, mas o o sangue escapa nos tecidos moles do espaço poplíteo em vez de
ligamento precisa de proteção. Um retorno para a atividade vigo- distender a articulação. A atrofia no músculo é especialmente
rosa deve ser adiado até que a reação inflamatória tenha diminuído importan te qu ando o exame é fe ito vários dias após a lesão. A
e a reabilitação tenh a sido concluída. Uma órtese funcional que circunferência da coxa distal perto do meio do vasto medial deve
rest rin ge o movimento em alguns graus pode fornecer proteção. A ser comparada com a coxa normal, uma vez que a musc ulatura,
entorse de grau 3 com completo rompimento do ligamento pode especialmente o quad ríceps, sofre rápida atrofia reflexa após um
exigir reparo cirúrgico, a menos que haja uma contraindicação distúrbio significativo em torno do joelho. O arco de movimento
específica. A restauração da estrutura anatômica e tensão normal da articulação, especialmente a extensão completa, deve ser com-
deve se r o objetivo do reparo do ligamento. Os resultados cirúrgi- parado com a do joelho oposto e não lesionado. Uma hemartrose
cos, como um a regra, são superiores aos resultados conservadores tensa ou efusão pode dificultar a extensão completa e deve ser
na entorse de grau 3, especialmente na face latera l. A entorse de evac uada; isso deixa um menisco preso como a causa m ais com um
grau 3 isolada dos ligamentos colatera is pode ser tratada não cirur- de extensão incompleta após a lesão.
gicame nte em circunstâncias específicas, com resu ltados compará- A palpação dos ligamentos colaterais e se us anexos ósseos
veis para aqueles de reparo cir úrgico. Essas indicações são deve demonstrar dor no ponto da lesão do ligamento. Um defeito
discutidas na seção sobre tratamento das lesões ag udas do liga- no ligamento ocasio nalm ente é palpável se o exame for realizado
mento colateral medial. imediatamente após a lesão. Um defeito palpável é mais provável
quando a inserção tibial do ligamento colateral medial ou o li ga-
mento colateral lateral fo r lesionado. Algumas vezes, uma área de
crepitação pode ser palpada no hematoma localizado no local do
DIAGNÓSTICO rompimento do ligamento. Finalmente, após o estado neurovascu-
lar ter sid o ava liado, a estabilidade deve ser determ inada por testes
• HISTÓRIA E EXAME FÍSICO de esforço.
Com história e exame fís ico cuidadosos, uma lesão agud a de um A avaliação para estabilidade do joelho geralmente é fác il
ligamento do joelho geralmente pode ser localizada, classificada e quando o exame é feito imediatamente após a lesão e antes do
grad uada de acordo com a sua gravidade. A história do mecanismo in ício do espasmo muscular involuntário de proteção. Q uando
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
reali zada muito tempo depois, a avaliação é muito mais difícil e, 1TESTES DE ESFORÇO PADRÃO
em algumas circunstâncias, pode exigir anestesia. Quando a anes- Nos testes de esforço para perturbações dos ligamentos em torno do
tesia é necessária para avaliar a estabilidade da articulação, prefe- joelho, a qualidade do end point, ou ponto de resistência final, do
rimos a anestesia ge ral, a menos que seja contraindicada. Outros teste varia de firme, implicando uma parada definitiva, para "suave
pesquisadores infiltram as áreas da lesão com um anestésico local ou frouxo': uma parada menos distinta e menos repentina. Esse
ou utilizaram a técnica de bloqueio intravenoso de Bier, mas temos aspecto dos testes de esforço é subjetivo, e sua utilidade depende da
pouca experi ência com esses métodos. Testes bem -sucedidos de experiência e conhecimento do examinador.
estresse, algumas vezes, são possíveis m esmo várias horas ou vá rios Teste de Esforço da Abdução (Valgo). A abdução, ou teste de
dias após a lesão se o examinador explicar o teste e tranquilizar o esforço valgo, é feita com o paciente em decúbito dorsal na mesa do
paciente de que a dor vai ser mínima, para que ele possa pelo exame. Novamente, a extremidade oposta e normal deve ser exami-
menos relaxar parcialmente e cooperar. O joelho não lesionado é nada inicialmente para ganhar a confiança do paciente e para esta-
mais bem examinado primeiro para avaliar a frouxidão norm al belecer uma linha de base da tensão ligamentar normal do paciente.
para uma linha de base. Começando com o joelho normal e não O joelho a ser examinado é colocado no lado da mesa próximo ao
dolo roso, também tende a inspirar confiança no paciente se o examinador. A extremidade é abd uzida fora do lado da m esa e o
exame for realizado sem pressa e suavemente, mas de modo firm e. joelho fl exionado aproximadamente 30 gra us (Fig. 45-45 A). Uma
Se a avaliação adeq uada da estabilidade não for possível, prefere-se das mãos do examinador é colocada em torno do aspec to lateral
o exame sob anestesia à incerteza. do joelho, com a outra mão apoiando o tornozelo. A suave ab dução
Artrômetros para testes de esforço estão comercialmente dis- ou estresse valgo é aplicada no joelho, enquanto a mão no torno-
poníveis e podem medir a abertura varo ou valgo da articulação ou zelo gira levemente a perna externamente. A estabilidade com o
sua translação anterior ou posterior. Esses dispositivos não são subs- joelho fl exionado a 30 gra us é observada. O teste é repetido várias
titutos para exame clínico cuidadoso, mas são úteis em medir o grau vezes nessa posição até o ponto de produzir leve dor. O joelho é
de instabilidade. São mais úteis em uma articulação cronicamente colocado em plena extensão, e o balanço suave ou estresse em
instável. O espasmo muscular e a proteção de um joelho lesionado valgo é repetido com um suave movimento de balanço. É um erro
podem mascarar a instabilidade da mesma forma que durante o agarrar uma perna e fo rçosamente abduzi-la o suficiente para ser
exame clínico. marcadamente dolorosa; raramente o paciente vai cooperar ou
E!) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
O@il;t\Ull?!t Lesões ligamentares e instabilidade passiva associada. A, Lesão confinada ao ligamento colateral tibial; canto posterior
e cápsula posterior (sombreada) estão intactos. O estresse em valgo aplicado ao joelho não vai causar abertura medial. Isso somente é
possível quando o joelho é flexionado em cerca de 30 graus para relaxar a cápsula posterior, eliminando a sua ação de estabilização
lateral. B, Se o joelho mostrar abertura medial em extensão, o envolvimento de ligamento cruzado é possível mesmo se nenhum sina l
de gaveta significati vo puder ser provocado. C, Se a instabilidade em valgo se estender através da lateral tanto em flexão como em
extensão, ambos os ligamentos cruzados estão lesion ados.
B
Teste de Lachman. O teste de Lachman pode ser útil se o joelho
estiver inchado e dolorido. O paciente é colocado em decúbito
dorsal na mesa de exame com a extremidade envolvida do lado do
examinador (Fig. 45-51) . A extremidade envolvida é posicionada em
ligeira rotação externa e o joelho em extensão completa e 15 graus
de flexão; o fêmur é estabilizado com uma das mãos, e uma pressão
firme é aplicada no aspecto posterior da tíbia proximal, a qual é
puxada para a frente em uma tentativa de fazer a translação ante-
NR riormente. A posição das mãos do examinador é importante ao fazer
e o teste adequadamente. Uma das mãos deve firmemente estabilizar
o fêmur, enquanto a outra segura a tíbia proximal de tal modo que
ER
o polegar se encontra na margem anteromedial da articulação.
Quando uma força de elevação direcionada anteriormente é aplicada
O[dll;@mlll Teste de gaveta anterior. A, Na pos1çao de
pela palma e os dedos, a translação anterior da tíbia em relação ao
repouso, o platô da tíbia é mantido em posição normal através
fêmur pode ser apalpada pelo polegar. A translação anterior da tíbia
do ligamento cruzado posterior intacto. B e C, Com insuficiência
associada a um end point frouxo indica um resultado positivo do
do cruzado anterior, a tíbia pode ser puxada para a frente contra
teste. Quando visualizado a partir do aspecto lateral, a silhueta do
a força de gravidade e tônus dos fle xores.
polo inferior da patela, tendão patelar e tíbia proximal mostra ligeira
concavidade. Com o rompimento do ligamento cruzado anterior, a
em seguida, em 30 graus de rotação externa. A rotação interna a 30 translação anterior da tíbia oblitera a inclinação do tendão patelar.
graus pode tensionar o cruzado posterior o suficiente para negativar Outros testes para instabilidade anterior combinados com um
um resultado de testtl de gaveta anterior positivo (Figs. 45-48 e elemento rotativo são discutidos mais adiante.
45-49). O grau de deslocamento em cada posição de rotação é regis- Teste de Gaveta Posterior. O teste de gaveta posterior é feito com
trado e comparado com o joelho normal. o paciente em decúbito dorsal e o joelho flexionado a 90 graus; o pé
Um sinal de gaveta anterior de 6 a 8 mm maior que o sinal do é fixado à mesa. Uma força posterior é aplicada na tíbia proximal,
joelho oposto indica um ligamento cruzado anterior rompido. No que é oposta, mas similar à força aplicada no teste de gaveta anterior.
entanto, antes de aplicar o esforço da gaveta anterior, o examinador O movimento posterior da tíbia sobre o fêmur mostra instabilidade
deve ter certeza de que a tíbia não está enfraquecida posteriormente posterior comparada com a tíbia normal. É algumas vezes difícil de
como resultado da frouxidão do ligamento cruzado posterior. Nesses interpretar se a tíbia está se movendo anormalmente muito longe
joelhos, um sinal aparente de instabilidade da gaveta anterior sim- anteriormente ou muito longe posteriormente. A atenção cuidadosa
plesmente pode ser a redução da tíbia para o ponto de início neutro; para a posição neutra ou ponto de redução não forçado evita a má
a instabilidade posterior frequentemente é diagnosticada incorreta- interpretação. Ambos os joelhos são colocados na posição para rea-
mente em virtude desse fato. Inclusive, se um sinal de gaveta anterior lizar um teste de gaveta posterior, e um polegar é colocado em cada
não for acompanhado por um fenômeno de pivot shift, uma insufi- linha de articulação anterornedial (Fig. 45-52). Perda do degrau ante-
ciência do ligamento cruzado posterior existe até que se prove o rior de 1 cm normalmente observado do platô medial da tíbia com
contrário. Qualquer tendência do platô da tíbia em girar anormal- relação ao côndilo femoral medial indica um ligamento cruzado pos-
mente deve ser observada conforme o teste é realizado. terior lesionado. Assim corno com o teste de gaveta anterior, qualquer
Em um joelho agudamente doloroso, pode não ser possível rotação anormal dos côndilos da tíbia é observada conforme a gaveta
realizar o teste de gaveta anterior na posição convencional em 90 posterior é testada (Fig. 45-53). Para avaliar melhor a estabilidade, o
graus de flexão. Pequenos graus de translação anterior da tíbia sobre quadril do paciente é posicionado a 90 graus na posição em decúbito
o fêmur podem ser mais bem detectados em uma posição um pouco dorsal e os joelhos são flexionados a 90 graus, enquanto os calcanha-
mais estendida, em que o efeito de "batente" do corno posterior dos res de cada extremidade são suportados nas mãos do examinador.
meniscos é eliminado (Fig. 45-50). Se houver instabilidade posterior, o examinador, observando através
Mi.J:Zt PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
-- -- __ .... __ P1
Fêmur ----- Tíbia
Menisco
medial- 8---------------
1
1
1
1
1
1 Menisco
1
medial
: Tíbia
1
1
A 70º
90º 80º
lâ@ll;f;)E!II!) A, Com o joelho flexionado a 90 graus para clássico sinal de gaveta anterior, o menisco medial, sendo inserido à tíbia,
encosta-se contra a superfície convexa do côndilo femoral medial e tem um efeito de "batente", evitando ou dificultando a translação
anterior da tíbia. B, Com o joelho estendido, as relações são alteradas. A superfície comparativamente plana de suporte de peso do
fêmur não obstrui o movimento para a frente do menisco e tíbia quando o estresse anterior é aplicado.
do hori zo nte dos joelhos flex ionados, va i notar qu e a tíbia cai visi- flexionados a 90 graus. Um polegar é colocado na linha de articu-
velmente posterior devido ao efeito da gravidade (Fig. 45-54) . Esse lação anteromedial de cada joelho. Em geral, o aspecto anterior da
teste também deve ser feito com o paciente de bruços e o joelho tíbia pode ser apalpado como um degrau anterior de 10 mm em
flexionado a 90 graus. O examinador deve observar a presença do relação ao aspecto anterior do côndilo femoral media l. Uma queda
sinal da gaveta posterior e verificar a rotação do pé, que também posterior com proeminência diminuíd a da margem da tíbia com-
indicari a um componente rotacional. parada com o joelho oposto indica lesão ao ligamento cruzado
Frequentemente, quando um tes te de gaveta anteri or ou pos- posterior. Quando a tíbia anterom edial é nivelada com o côndilo
terior é rea lizado, o aumento da excursão na direção anteroposte- femoral medi al, há aproxi madamente 10 mm de queda posterior,
rior é mal interpretado como a presença do sinal de gaveta anterior indicand o fro uxidão de grau II.
quando de fato o ligamento cruzado posterior fo i lesionado. O Teste do Quadríceps Ativo. Com o paciente em decúbito dorsal, o
examinador não recon hece que o movimento anteri or surge a membro relaxado é suportado com o joelho flexionado a 90 graus
partir da posição de subluxação posterior para neutra em vez do na posição do teste de prateleira (Fig. 45-55) . O sup orte adequado
deslocamento neutro a anterior. Essa má interpretação pode ser da coxa é importante, de modo que os músc ulos do paciente estão
evitada por palpação cuidadosa das relações entre o fêmur e a tíbia completamente relaxados. O paciente faz uma suave contração do
de ambos os joelhos simultaneamente. Os dois joelhos são coloca- quadríceps para deslocar a tíbia sem estender o joelho. Nesse ângulo
dos na posição para um teste de gaveta posterior, com o paciente de 90 graus, o ligamento patelar no joelho normal é orientado
em decúb ito dorsal, o quadril flexionado a 45 graus e os joelhos ligeiramente posterior e a contração do quadríceps não resulta em
CAPÍTULO 45 LE SÕES NO JOELHO fl!!lll
externa da tíbia e redu zido quando reali zado com a tíbia em 15 gra us
de rotação interna, indica a instabilidade rotatória anteromedial. O
oposto indica a instabilidade rotatória anterolateral.
Jerk Test de Hughston e Losee. Vários métodos deste teste foram
descritos. No método de Hughston, com o paciente em decúbito
dorsal, a extremidade inferior é segurada pelo examinador, enquanto
o joelho é flexi onado a 90 graus e a tíbia é girada internamente.
Quando o joelho direito es tá sendo examinado, o pé é segurado com
a mão direita e a tíbia é girada internamente, enquanto o estresse
em va lgo é exe rcido com a mão esquerda sobre a extremidade pro-
ximal da tíbia e fíbula. O joelho é, em seguida, estendido gradual-
mente, mantendo a rotação interna e es tresse em valgo (Fig. 45-56).
Quando o resultado do teste é positivo, a tíbia lateral espontanea-
mente subluxa para a frente na forma de um ressalto repentino em
aproximadamente 30 graus de flexão.
Teste de Pivot Shift Lateral de Macintosh. Com o joelho esten-
A dido, o pé é levantado e a perna é girada internamente, e um
estresse em valgo é ap licado para a lateral do lado de uma perna
na região do co lo da fíb ula com a mão oposta. O joelho é flexio-
nado lentamente, enqu anto o va lgo e a rotação interna são manti-
dos. Com o joelho es tendido e girado internamente, a tíbia é
subluxada anteriormente. Conforme o joelho é flexionado em
aproximadamente 30 graus, a banda iliotibial passa posterior ao
centro de rotação do joelho e fornece a força que redu z o platô
lateral da tíbia no côndilo femo ral lateral.
Uma lesão isolada do ligamento cruzado anterior produz
apenas uma pequena subluxação; maior subluxação ocorre quando
o complexo capsular lateral ou canto semimembranoso também é
deficiente. A instabilidade em valgo grave pode dificultar a realiza-
cruzado posterior
t ção desse teste por causa da fa lta de apoio medial.
O pivot shift é testado com o joelho movido da extensão para
flexão, e o jerk test é induzido, enquanto o joelho é movido de flexão
para extensão.
Slocum relato u que os graus mais sutis da instabilidade rota-
B
tória podem ser detectados se o teste for realizado como se segue.
O paciente é colocado em um a posição de decúbito lateral com o
O!ijll;f:ti&I Seção transversal da articulação do joelho mos- lado afetado para cima (Fig. 45-57). A pélvis do paciente é colocada
trando movimento rotacional da tíbia no fêmur durante os testes
30 graus posteri ormente, e o lado medial do pé é colocado em uma
posterolateral e de gaveta posterior. A, Com instabilidade poste-
mesa de exame firm e com o joelho em extensão completa. Essa
rolateral, a tíbia gira posteriormente e latera lmente em torno do
posição elimina os efeitos rotacionais do quadril, permite que o
eixo em ligamento cruzado posterior intacto. B, Com instabilidade
joelho fique em uma posição valgo, e internamente gira a tíbia sobre
combinada posterior cruzada e posterolateral, a tíbia subluxa pos-
o fêmur. O polegar é colocado em cada lado do fêmur e tíbia da
teriorm ente e a articu lação do joelho mostra o aumento na sublu-
articulação posteriorm ente, e o dedo indicador é colocado em toda
xação posterolateral.
a articulação anteriormente. O joelho é, em seguida, empurrado
suavemente para a frente em flexão. Um resultado do teste é positivo
um deslocamento anterior. Se o ligamento cruzado posterior tiver se a redução ocorrer conforme o joelho passa a faixa de flexão de 25
sido rompido, a tíbia inclina na subluxação posterior e o ligamento a 45 graus. Isso pode ocorrer suavemente ou corno um reposiciona-
patelar é, em seguida, direcionado anteriormente. A contração do mento repentino palpável e ocasionalmente audível. Em nossa expe-
músculo do quadríceps em um joelho com uma deficiência do liga- riência, menores graus de instabilidade são detectados pelo método
mento cruzado posterior resulta em um deslo camento anterior da de Slocum, o qu al também geralmente não é tão doloroso.
tíbia de 2 mm ou mais. Teste de Gaveta de Flexão-Rotação. Noyes descreve u um teste de
gaveta de flexão e rotação que, na sua opin ião, é mais confiável qu e
1 TESTES ROTATIVOS o teste de gaveta anterio r em detectar a insuficiência do cruzado
Teste de Gaveta Anterior Rotativo de Slocum. Conforme descrito anterior. Ele testa a fun ção do cruzado anterior em dois planos, a
na discussão do teste de gaveta anterior, Slocum demonstrou qu e a rotação anteroposterior e femoral, e o resultado é positivo quando
variação da rotação da tíbia sobre o fêmur enquanto o teste de gaveta outros resu ltados do teste para fun ção do cruzado anter ior são nega-
anterior é feito é valioso em determin ar a instabilidade rotacional tivos (p. ex., pivot shift). Ele combina as características do teste de
do joelho. O grau do deslocamento anter ior da tíbia sobre o fêmur Lachman e o teste de deslocamento pivô de Hughston.
é observado e registrado conforme o teste é fe ito em 15 graus de O modo como o teste é reali zado é mostrado na Figura 45-58 .
rotação interna, 30 graus de rotação externa e rotação neutra (Fig. Com o paciente em decúbito dorsal e o joelho em Ograu (não hipe-
45-48) . Um teste positivo de gaveta anterior em rotação neutra da restendido ), uma perna é levantada para cima, possibilitando o
tíbia, acentuado quando o teste é repetido em 30 graus de rotação fêmur retroceder e girar externamente. Isso resulta em subluxação
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
NR
e D
ER
O@iht+i&I "Gaveta posterior" muitas vezes é confundida com a "gaveta anterior", porque a tíb ia inclina posteriormente e parece
se mover na distância anormal para a frente quando o examinador testa para o fenômeno da gaveta anterior. A, "Inclinação poste rior "
da tíbia direita é óbvia, em comparação com a silhueta normal da articulação saudável do joelho. B, Inclinação da tíbia na posi ção de
repouso. Se o paciente começar a levantar o pé a partir dessa posição, a tra ção do quadríceps, primeiro, desloca a tíbia anteriormente
para a posi ção neutra até o ligamento cruzado anterior estar tensionado (C) . Somente, então, o pé é levantado da mesa (D). ER, rotação
externa; IR, rotação interna; NR, rotação neutra. (A, C, e D de Müller W: The knee: form, function, and ligamentous reconstruction, New York,
1983, Springer-Verlag.)
mm:JI
lliliiAMtJ..íl' Teste de pivot shift lateral. A, Posição de paciente
para teste no joelho direito. Peso da menor extremidade direita é
suportado no calcanhar direito. 8, Mesma posição visualizada de
cima. O polegar direito do examinador é colocado atrás da
cabe ça da fíbula, e dedo indicador apalpa o aspecto anterior do
platô lateral su blu xado da tíbia. O polegar esquerdo é colocado
atrás do côndilo femoral lateral (ver texto). C, Com o joelho não
suportado em valgo e a tíbia internamente rodada sobre o
fêmur, o joe lho é flexionado empurrando anteriormente com
ambos os polegares. A tíb ia é reduzida a partir de sua posição
e anteriormente subluxa da por tensão de banda iliotibial con-
forme o joelho alcança 25 a 45 graus de flexão. A redução deve
ser facilmente palpável.
Sina l de pivot sh ift reverso (ver texto). (De Jakob RP, Hassler H, Staubli HU: Observations on rotatory instability of the lateral
compartment of the knee: experimental studies on the functional anatomy and the pathomechanism of the true and the reversed pivot shift sign,
Acta Orthop Scand Suppl 1911, 1981.)
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fl!m
para determinar as suas posições relativas co mparadas com os côn-
dil os do fêm ur. Isso dete rmina se a rotação externa é causada pelo
platô lateral da tíb ia que se move posteriormente (in stabilidade
posterolateral) ou pelo platô med ial que se move anteriormente
(instabi lidade anteromed ial). Uma diferen ça de 10 graus entre os
joelhos na qu antidade de rotação extern a é considerada patoló-
gica. Um aumento de mais de 10 graus em rotação externa compa-
rado com o lado co ntralateral em 30 graus de flexão do joelho, mas
não em 90 graus, indica lesão isolada para o canto posterolateral.
Um aumento na rotação externa de mais de 10 graus em comparação
com o lado contralateral tanto em 30 quanto em 90 graus de flexão
do joelho indica lesão tanto do ligamento cruzado posterior co mo
do canto posterolateral. Um estudo com cadáver descobriu que após
a transecção do ligamento colateral medial, os resultados do dial test
foram semelhantes aos da lesão isolada para o canto posterolateral;
os autores sugeriram que o dia/ test provavelmente não é confiável
caso haja instabilidade medial. Jung et ai. relataram que redu zir a
tíbia com uma fo rça anterior aum entou a capacidade do examin ador
para detectar a instabilid ade rotatória posterolateral combinada com
as lesões do ligamento cruzado posterior.
Teste de Gaveta Posterolateral. O teste de gaveta posterol ateral é
fe ito com o paciente em decúbito dorsal e o quadril fl exionado em
45 graus, o joelho flex ionado 80 graus e a tíbia em 15 graus de
rotação exte rn a. Com o pé fixa do, um teste de gaveta pos terior é
feito. O resultado do teste é positivo para instabilidade posterolateral
se o côndilo lateral da tíbia girar exte rnamente em relação ao
côndilo femoral lateral. A sensibilidade desse teste para detectar a
lesão isolada para as estruturas posterolaterais do joelho é ques ti o-
náve l. A qualidade do end point sentid o durante a rotação externa
em joelhos norm ais pode variar co nsideravelmente. Como a rotação
externa é acoplada com translação posterior, um resultado grossei-
ramente positivo do teste de gaveta posterolateral pode indicar a
lesão ao ligamento cruzado posterior e o canto posterolateral.
• EXAME RADIOGRÁFICO
As radiografias anteroposterior e latera l padrão, assim como urna
visão tangencial da patela como desc rito por Hughston, são de
rot in a. A visão tangencial é necessária por causa da freq uente asso-
ciação da instabilidade aguda da patela e quadríceps a perturbações
agudas ligamentares mediais. As visões do túnel através da incisura
intercondilar e sup orte de peso são desejáveis se o paciente for capaz
e de tolerar o posicionamento. Em crianças, as avulsões das porções
osteocartilaginosas das eminências intercondilares são mais comuns
que as lesões do ligamento cruzado. Em adultos, fragmen tos ósseos
h[dll;@rimt A-C, Teste de rotação externa de bruços. Aumento
ocasionalmente são avu lsionados do cô ndilo femoral ou da fíb ul a
da rotação externa a 30 graus que diminui em 90 graus indica
onde o ligamento colateral é inserido. As radiografias de rotina em
lesão iso lada do canto posterolateral; o aumento da rota çã o
um joelho adulto com trauma agud o são frequentemente normais,
externa em ambos 30 e 90 graus indica lesã o do ligamento
e raramente a eminência intercondi lar anterior avulsionada é encon-
cruzado posterior e ca nto posterol atera l.
trada de form a isolada. Algum as vezes, um fragmento posterior da
tíbi a pode ser visto em um a lesão do ligamento cru zado posterior.
Pequenos fra gmentos ao longo da tíbia medial ou linha lateral de
Teste de Rotação Externa da Tíbia (Dial). Quando um joelho lesio- articulação sugerem a avulsão do ligamento capsular nessa locali za-
nado é testado para instabilidade posterolateral, rotação externa da ção (sinal capsular lateral). As radiografias por estresse raramente
tíbia sobre o fêmu r é medida tanto em 30 graus quanto em 90 graus devem ser necessári as se os testes de esforço fo rem suavemente
de flexão do joelho. O teste pode ser fe ito co m o paciente em decú- rea li zados; as exceções são lesões em crianças antes do fechamento
bito dorsal ou de bruços (Fig. 45-6 1 A e B) . A borda medial do pé fisário e em fraturas no platô da tíbia, em que a instabilidade apa-
na sua posição neutra é utilizada como um ponto de referência rente pode ser causada pela lesão óssea em vez da ligarnentar. Corn o
p ara rotação externa. Na flexão escolhid a do âng ulo do joelho, regra, rad iografias com es tresse devem ser obtidas em todas as per-
o pé é extern amente girado com força. O grau de rotação extern a turbações ligamentares apare ntes do joelho em pacientes cujas fises
do pé é medido em relação ao eixo do fêmur e é comparado com a do fêmur distal e da tíbia proximal ainda estão abertas. Nesses
perna oposta. A rotação externa é medida, observando o ângulo do pac ientes, a instabilidade frequentemente é de uma lesão fisá ri a em
pé-coxa (Fig. 45-61 C). Além disso, os platôs da tíbia são apa lpados vez do rompimento ligamentar. As relações da espinha tibial com a
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
h!dlhfüE:JD Imagens de RM demonstrando camadas superficia l e profunda da banda ili otib ial (setas) . A, Camadas superficia l e
profunda (visão coronal, joelho direito). B, Lesão da camada superficial no tubérculo de Gerdy (visão coronal, joelho esquerdo). (De
LaPrade RF, Gilbert TJ, Bollom TS, et ai: The magnetic resonance im aging appearance of individual structures of the posterolateral knee: a prospective
study of normal knees and knees with surgically verified grade Ili injuries, Am J Sports Med 28: 191, 2000.)
incisura intercondilar d o fêmur devem ser o bservad as. Em radio- simplificação excessiva e não inclui instabilidades multiplanares, qu e
grafias por estresse d e abdução mostrando a abertura d a articulação comumen te ocorrem. O rompimento traumático dos ligamentos do
m ediaimen te, um deslocam ento late ral d a espi nha tibia l na incisu ra joelho muitas vezes resulta em instabilidades complexas e multipla-
in tercondilar sugere o rompimento do ligamento cruzado poster io r, nares; se essas instabilidades não forem corrigidas, a m ecânica norm al
e um deslocamento m edial suge re o rompimento d o li gam ento do joeU10 não po de ser restaurada. Há alguma confusão sobre a ter-
c ru zad o anterior. LaPrade et al. , em um estud o com cadáver, d eter- mino logia, patomecânica e a condição patológica principal responsá-
minaram qu e uma lesão isolada do ligamento colateral lateral deve vel para produzir cada tipo de instabil idade.
ser suspeitada se a abertura do compartimen to lateral com est resse O eixo vertical da ar ticulação do joelho geralmen te passa
em varo aumenta r em aproximadamente 2,7 mm e uma lesão de perto d o centro d a artic ul ação. O platô d a tíbia é dividido em
grau III do canto posterolate ra l é sugerida se os va lores aumen tarem quatro qu adrantes qu e servem como os p ontos de referência n a
em aproximadamente 4 mm. definição d a instabilidad e do joelho. Qua lquer rompim ento d o
Im age n s n o tavelm ente prec isas d os tecidos mol es po d em compl exo d e estruturas d e apoio em torno d o joelho p o de permitir
ser obtidas com RM; com o aum en to d a experiê ncia com esse um deslocamento n esse eixo vertical para longe do centro da tíbi a
método não invasivo, a lgu ns pesqu isadores defenderam o se u uso em um d os quadrantes laterais enquan to a tíbia desloca excessiva-
como altern ativa à artrosco pi a diagnó stica (F ig. 45-62). U m a lto mente e a n o rma lmente em relação ao fêmur. A classificação espe-
grau d e prec isão fo i relatado para d etecção das lesões do li ga- cífic a d e cad a instabilidade d epend e d o m ovimento da tíbia em
m ento c ru za do a nterior e pos ter io r (Cap. 2) . O curso do ligam ento relação ao fêmur durante os tes tes d e esfo rço (Fig. 45 -63) . Isso
c ruza d o posterior é m a is ver ti ca l e m a is n o plano da linh a média pode não se r completam ente prec iso e exato para as lesões agud as,
do que no li ga m ento cruzado anterior, torn an d o m a is fác il inclu ir a menos que o exam e seja feito co m o paciente so b anestesia geral.
to do o ligamento cru zado posterior no cor te de RM . Os co rtes A classificação provavelmente tem sua m aio r u tilidad e em instabi-
d e RM obt id os co m a tíbia roda d a externam ente a 15 graus lidad es crô nicas .
(cham ado de n ão ortogon al) geralme nte fo rn ecem uma imagem O Quadro 45-1 d escreve a classificação da instabilidade do
completa do ligam ento cr u zado ante ri or em pelo m en os um joelho prop osta pelo Co mitê d e Pesqu isa e Edu cação da American
quadro. A RM pode ser útil em lesões agudas d o li gamento cola- Orthopedic Society fo r Sports Medicine. Ela foi desenvolvida jun -
teral combinadas com as lesões do liga m ento cruzado anterior. tando recursos a part ir do s maiores ce nt ros d e joelh o em toda a
Algun s au tores sugerem o reparo cirúrgico ou reco nstru ção do Am ér ica do Norte. Essa class ificação tenta descrever a instabili-
li gamento cru zado anterior, combinado com um a incisão limitada, d ade pela direção do desloca mento da tíbia e, quando possível,
para expor a lesão d o li ga m ento colateral se es ti ve r claram ente por déficits estrutu rais . Refere-se à instabilid ade qu e oco rre a
localizado na RM pré-operatória. Acreditamo s qu e esses testes partir d o trau m a da a rtic ul ação o u p ara instabilidade aguda pro-
ad icion ais, que são caros, geralm ente devem se r utiliza dos quando gredin d o para um estado c rôni co, e ignora a instabilidad e congê-
indicados, mas não devem ser de rotina. nita e adquirida de o ut ras causas, como fr aturas do platô da tíbia
e hip erex tensão congên ita . Trata-se d e um a classificação an atô-
mica em que a instabilidade m ed ial unipl a nar significa qu e a tíbia
CLASSIFICAÇÃO DA INSTABILIDADE DO se m ove anormalmente para fo ra do fêmur no lado m edial e qu e
JOELHO a instabilidade rotatória anteromedial s ignifica que a tíbi a gira
anteriorm ente e extername nte e se move para longe do fêm ur n o
No passado, a instabilidade da lesão ligamentar fo i classificada como lado medial. É com pree nsível que a class ificação se torn e m ais
medial, lateral, posterior, anterior e rotatória com base na direção em com plexa con fo rm e as te ntativas são fe itas para inclui r os déficits
que a tíbia foi d eslocada. Embora seja útil, essa class ificação foi uma anatômico o u estrutural.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
Lateral /I
1
>
I \
1I \ 1
\ ' I
ligamento complexo arqueado (parcial ou completo), e o complexo
1 I 1 I 1 1 I
I
ligamentar oblíquo posterior (parcial ou completo).
\
, __ ,,,./
I \
- -/
I 1
, __ /
I \ I
A instabilidade unipl anar anterior es tá presente quando a
tíbia se move para a fren te sobre o fêmur durante o teste de gave ta
anterior em rotação neutra. Essa instabilidade é difícil de com -
h@ii;@Gml Demonstração do deslocamento no ei xo vertical preender tota lmente. Ela indica que as estrutu ras rompidas
com relação ao centro da tíbia conforme a tíbia se desloca exces- incluem o ligamento cruzado anter ior, o ligamento capsul ar
sivamente e anormalmente em relação ao fêmur. A posição do lateral (parcial ou completo) , e o liga mento capsul ar medial
fêmur é designada pela área sombreada . (parcial o u completo). O sinal de gaveta anterio r está presente
em rotação neutra quando o ligamento cruzado anterior é
rompido com alongamento imediato ou subsequente dos liga-
m entos caps ul ares medial e lateral. Embora os estudos laborato-
riais sugira m que a perda de apenas uma porção do ligamento
QUADRO 45 _1 da Instabilidade cruzado anter ior possa produzir um sinal de gaveta anterior, a
da Art1culaçao do Joelho
instabilidade sugere clinicamente perda da integridade funciona l
Resultante da Lesão do Ligamento
de todo o ligamento. Nesse tip o de instabilidade, o resultado do
Instabilidade Uniplanar (Simples ou Direta} teste se torna negativo conforme a tíbia é gira da internamente,
Uniplanar medial visto que o li gamento cru zado posterior se torna tenso nessa
Uniplanar lateral posição. Quando o teste de gaveta anterior com a tíbia em rotação
Unip lan ar posterior neutra mostra deslocamento igual de ambos os côndilos e esse
Uniplanar anterior deslocamento é elimin ado por rotação interna da tíbi a, a insta-
bilidade rota tória anteromedial e anterolateral pode estar pre-
Instabilidade Rotatória
sente. Isso pode ser confirmado pelo jerk test.
Anteromedial
Vários graus de instabilidade, isto é, grave instabilidade em
Anteromed ial
varo, valgo, anterior, ou posterior, são acompanhados por deficiên-
Flexão
cias ligamentares central ou periférica ad icionais e, portanto, a
Próxima da exten são
maioria é acompan hada por instabilidades rotacionais também.
Posterolatera 1
Posteromedi al
• INSTABILIDADE ROTATÓRIA
Instabilidade Combinada A instabilidade rotatória anteromedial é aparente, com testes de estresse,
Anterolateral-anteromedial rotatória quando o platô medial da tíbia gira anteriormente e externamente con-
Anterolateral -posterolateral rotatória forme a articulação abre no lado medial. Isso implica no rompimento
Anteromedial-posteromedial rotatória do ligamento capsular medial, o ligamento colateral medial, o ligamento
oblíquo posterior e o ligamento cruzado anterior.
lllEimD PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
A instabilidade rotatória anterolateral detectada em 90 graus posterior confo rm e o teste de recurvato-rotação externa é realizado,
de flexão tem pouca relação ao sinal de gaveta ante rior ou maior e há deslocamento anterior excessivo do platô lateral da tíbia sobre
deslocamento anteri or da tíbia. O platô latera l da tíbi a gira para a o fêm ur qua ndo os testes de instab ilidade rotatória anterolateral são
frente em relação ao fêmur em 90 graus de flexão com abertura rea li zados. A instabilidade lateral (varo) é maior com o rompimento
lateral excessiva da articulação. Existe, então, rotação interna exces- da maioria das estruturas na lateral do joelho, assim como o liga-
siva da tíbia sobre o fêmur com o joelho em flexão. Isso implica no mento cru zado anterior, e com estiramento ocasional do ligamento
rompimento do ligamento capsular lateral, o ligamento complexo cruzado posterior.
arqueado (parcial) e o ligamento cruzado anterior (parcial ou com- A instabilidade rotatória anteromedial e posteromedial com-
pleto). A instabilidade rotatória anterolateral detec tada como a binada é observada quand o as estruturas medial e posterom edi al são
exte nsão co mpleta do joelho aproximada é mais comum. Com um gravemente lesionadas. O joelho abre no lado medial, e a tíbi a pode
teste específico (je rk test, teste de instabilidade rotatória anterolateral gira r anteriormente quand o tes tada; além disso, com mais testes, a
de Slocum, ou teste de pivot shift lateral de Macintosh), o platô lateral tíb ia gira posteriormente, saindo no canto posteromedial da articu-
da tíbia subluxa para a frente sobre o fêmur conforme o joelho se lação. Todas as estruturas mediais, incluindo o complexo semimem -
aproxi ma da extensão. Isso significa lesão do ligamento cruzado branoso, são lesionadas em combinação com os ligamentos cruzados
anterior e possível envolvimento do liga mento capsular lateral. Cli - anterior e, mais provavelmente, o posterior.
ni camente, co nfo rm e o joelho estende com o suporte de peso, a
subluxação anterior do platô lateral da tíbia é dramática.
A instabilidade rotatória posterolateral é observada, com testes CONSIDERAÇÕES DO TRATAMENTO
de estresse, qu ando o platô lateral da tíbi a gira posteriormente em
relação ao fêmur, com abertura lateral da arti cul ação. Isso implica O tratamento da entorse de gra u 1 é inteiramente sintomático, e o
em rompimento do tendão poplíteo, complexo ligamentar arqu eado paciente ge ralmente pode retornar para a função normal e ativida-
(parcial ou completo) e ligam ento capsul ar lateral e, às vezes, estira- des dentro de alguns dias. Em geral, repo uso, gelo e uma bandagem
men to ou perda de integridade do ligame nto cruzado posterior. É de compressão são tudo o que é necessário. A entorse de grau 2
importante distinguir esse tipo de instabilidade da instabilidade requer proteção. Nessas lesões, parte do ligamento fo i lesionada, e
unipl anar posterior resultante da lesão do ligame nto cruzado poste- embora a porção remanescente não lesionada possa estabilizar o
ri or. Na instabilidade rotatória posterolatera l, o ca nto posterolateral joelho para testes de estresse de rotina, a resistência do ligamento
da tíbia cai de volta para o fêmur e a abertura lateral da articu lação foi significativamente afetada. Se esses pacientes forem permitidos
é detectada qu ando os tes tes de recurvato-rotação externa e pivot a retornar rapidamente para a atividade plena, especialmente em
shift reverso são realizados. esportes, o rompimento completo do ligame nto é uma possibilidade
A instabilidade rotatória posteromedial é observada, com os rea l. Esses pacientes têm melhor tratamento com uma órtese de
testes de estresse, quand o o platô medial da tíbia gira posteriormente movimento controlado, permitindo m ovim ento total e protegido
em referência ao fêmur, com abertura medi al da articulação. Isso por 4 a 6 seman as. A recuperação geralmente pode ser esperada sem
signifi ca o rompimento do ligamento colateral medial, o ligamento fro uxidão residual, uma vez que o programa de reabilitação fo r
capsular medial, o ligamento oblíquo posterior, o ligamento cruzado concl uído. A entorse de grau 3 pode exigir tratamento cirú rgico,
posterior e a porção medial da cápsula posterior, m ais o estiramento dependendo de alguns fa to res, com o idade, saúde ge ral, lesões asso-
ou lesão completa das inserções do semimem branoso. O ligamento ciadas e exigências da atividade.
cruzado anterior também pode esta r lesionado.
• TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO
• INSTABILIDADES COMBINADAS As entorses de grau 1 isoladas do ligamento colateral medial podem
As instabilidades uniplanar e rotatória geralmente são compreensíveis, se r tratadas co m sucesso por meios não cirúrgicos. A RM ou testes
embora alguns dos déficits estruturais implícitos ainda sejam discutí- de estresse com o paciente sob anestesia geral e um exame artros-
veis. As instabilidades combinadas, no entanto, raramente estão clara- cópico ge ralmente são necessários para excluir qualquer lesão asso-
mente definidas ou consensuais, e cada cirurgião ortopédico terá de ciada da superfície articular, men isco ou ligamento cruzado. O
satisfazer as suspeitas pessoais de quais esb·uturas estão especifican1ente tratamento não cirúrgico da entorse de grau 3 do ligamento colateral
lesionadas e seu relativo grau de envolvimento na instabilidade. Quando medial é mais previsível e bem-suced ido se a lesão estiver na inser-
uma instabilidade rotatória grave é observada em w11 quadrante, a ção proximal e não houver evidência de outros danos ligamentares.
instabilidade rotatória, varo ou valgo em outro quadrante deve ser pro- As lesões igualmente graves da extremidade distal do ligamento
curada. A maioria das instabilidades rotatórias graves é acompanhada colateral medial não cicatrizam tão bem como aquelas da extremi-
por algum grau de instabilidade varo ou valgo também. dade proximal. A extremidade distal do ligamento pode ser puxada
A instabilidade rotatória anterolateral e anteromedial co mbi- proximalmente e, ocasionalmente, é deslocada superficialmente
nada é a instabilidade combi nada m ais comum. O resultado do teste para a inse rção de pata de ganso; portanto, com o tratamento con-
de gaveta anterior com a tíbia em rotação neutra é marcadamente servador, a cicatrização na extremid ade distal não é tão previsível
positivo, com ambos os côndilos da tíbia send o deslocados anterior- como na extremidade proximal. Além disso, pacientes idosos que
mente. O deslocamento é aumentado quando a tíbia é rodada exter- não esperam retornar às atividades vigorosas ou com maiores exi-
namente e reduzida, mas geralmente não se torna negativo qu ando gências no joelho podem ser tratados adequadamente sem cirurgia,
o teste é fe ito com uma tíbia rodada intername nte. Os resultados do mas eles, muitas vezes, têm leve frouxidão residual.
teste para instabilidade rotatória anterolateral são positivos. Os O tratamento não cirúrgico é razoável para todas as entorses
testes de es tresse em varo e valgo, muitas vezes, mostram a instabi- de grau 2 e para algum as entorses do ligamento colateral de grau 3.
lidade de vários graus. As entorses de grau 3 de 2+ a 3+ de gravidade que ocorrem em
A instabilidade rotatória combinada anterolateral posterolate- conjunto com a lesão do menisco são m ais bem tratadas por repa ro
ral é obse rva da qu ando o platô latera l da tíb ia gira em uma direção cirúrgico. Depois que os testes de es tresse fora m rea li zados e o grau
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
e a gravidade da lesão foram determinados, a extremidade é colo- ligamento colateral medial profundo na origem femoral que causou
cada em uma órtese de joelho articulado por 4 a 6 semanas. Cami- sintomas persistentes após o tratamento conservador em atletas de
nhar com muletas é permitido com apoio dos dedos tão logo a perna alto nível. Após o reparo cirúrgico, todos os atletas voltaram para os
pode ser controlada. Após 2 semanas, conforme a inflamação seus esportes e permaneceram assintornáticos 1 ano mais tarde.
diminui e a cicatrização começa, a órtese é ajustada para possibilitar A reconstrução do ligamento cruzado anterior parece ser
a flexão total e o bloqueio de extensão é reduzido a 15 graus. A exten- importante para a cicatrização adequada do ligamento colateral
são total é obtida após 6 semanas. Inúmeros pesquisadores docu- med ial quando existem lesões combinadas. A avaliação biomecâ-
mentaram os efeitos deletérios da imobilização sobre os músculos, nica dos efeitos da deficiência do ligamento cruzado anterior sobre
ligamentos e superfícies articulares. a cicatrização do ligamento colateral medial lesionado em modelos
Uma vez que as propriedades biomecânica e bioquímica do de coelhos e cães demonstrou que os joelhos com lesões não tra-
ligamento em cicatrização falham em voltar ao normal, os pesqui- tadas combinadas com o ligamento colateral medial e cruzado
sadores estão explorando novas modalidades para melhorar a qua- ante rior mostraram aumento significativo na frouxidão em valgo
lidade dos tecidos de cicatrização e para acelerar a taxa de e redução na qualidade do tecido do ligamento colateral medial
cicatrização. A engenharia de tecidos com o uso de fatores de cicatrizado. Além disso, foi observada degeneração considerável
crescimento, a transferência genética e a terapia celular estão sendo da articulação.
estudadas. Os resultados com fatores de crescimento podem ser Vários estudos relataram bons resultados com o tratamento
espécie, dosagem e tratamento específicos, demonstrando a natu- não cirúrgico das lesões do ligamento colateral medial combinadas
reza complexa da cicatrização do ligamento. Os fatores de cresci - com a reconstrução do ligamento cruzado anterior. Um estudo con-
mento têm períodos de meia-vida de poucos dias in vivo, e o seu trolado randornizado comparando o tratamento não cirúrgico e
uso exigiria aplicações repetitivas para manter a potência, o que é cirúrgico das lesões do ligamento colateral medial em 47 pacientes
inconveniente e talvez inviável na prática clínica. A terapia gênica com lesões combinadas do ligamento cruzado anterior e grau III do
tem o potencial de superar esse problema, fornecendo a capaci- ligamento colateral medial não observou diferenças estatisticamente
dade de controlar a expressão e o regulamento de proteínas em sign ificativas en tre os dois grupos. Os resultados subjetivos e as
urna célula hospedeira. O transplante de tecidos geneticamente pontuações de Lysholm foram bons e a estabilidade anteroposterior
alterados através de um vetor retroviral res ulta na expressão do do joelho foi excelente em ambos.
gene marcador lacZ por até 6 semanas nos ligamentos cruzado O protocolo de reabilitação deve ser individualizado com
anterior e colateral m edial de animais. Os estudos de transferência base na idade do paciente, no grau de instabilidade e em outros
genética mostraram efeitos positivos no diâmetro e distribuição da fatores. Prescreve-se ao paciente um programa de exercícios iso-
fibrila do colágeno, assim como o aumento significativo nas pro- métricos do quadríceps e isquiotibiais e elevação da perna para os
priedades mecânicas. O tratamento celular envolve a implantação flexores do quadril e ab dutores do quadril, enquanto permanescern
de células geneticamente manipuladas para melhorar o reparo de naórtese. Quando a órtese é removida, é iniciado movimento no
ligamen tos enquanto as células se tornam constituintes do tecido joelho e um vigoroso programa de exercícios de reabilitação é
de cicatrização. Células nucleadas, incluindo células-tronco instituído. Um suporte elástico reforçado para o joelho geralmente
m esenquimais, da medula óssea foram transplantadas em uma é aplicado, e o paciente não tem permissão de voltar para as ativi-
bolsa em torno do ligamento colateral medi al transeccionado de dades normais, especialmente esportes, até que o arco de movi-
ratos; células do doador poderiam ser identificadas na substância mento seja normal e a força em todos os grupos musc ulares tenha
do ligamento após 7 dias, demonstrando o potencial para migração retornado a 90% da extremidade não lesionada. Quando o paciente
de células transplantadas. retorna para as atividades atléticas, o ligamento lesionado geral-
Muitos pesquisadores recomendam o tratamento não cirúr- mente é protegido por atadura adesiva ou uma órtese funcional
gico do ligamento colateral medial em lesões combinadas dos liga- por 3 ou 4 meses. Esse é o tempo mínimo necessário para orientação
mentos colateral medial e cruzado anterior. O lado medial é tratado da tensão das fibras de colágeno a serem obtidas no ligamento em
com urna órtese de controle de movimento por 2 a 3 semanas, cicatrização.
enquanto o movimento no joelho é recuperado. Uma vez que o A cicatrização do ligamento colateral lateral não foi tão bem
processo inflamatório diminuiu, o ligamento cruzado anterior é pesquisada como a do ligamento colateral medial, mas os relatórios
reconstruído artroscopicarnente. A espera possibilita o início do na literatura indicam que as lesões de grau I e II do ligamento cola-
processo de cicatrização no ligamento colateral medial, o qual teral lateral podem ser tratadas com sucesso de modo não cirúrgico,
também fecha a inserçao capsular e evita o extravasamento do enquanto bons resultados raramente são obtidos com o tratamento
fluido. Poucos problemas com artrofibrose pós-operatória ocorrem não cirúrgico das lesões de grau III.
quando o movimento é restaurado no pré-operatório. No entanto,
Nakamura et ai., em um estudo sobre o uso de RM em determinar • TRATAMENTO CIRÚRGICO
um regime de tratamento para as lesões agudas de grau III do liga- Embora a maioria dos autores recomende o tratamento não cirúr-
mento colateral medial associadas a lesões do ligamento cruzado gico das lesões isoladas do ligamento colateral medial, alguns prefe-
anterior, descobriram que a restauração da es tabilidade em valgo rem fazer o reparo do lado medial quando a lesão é associada a uma
estava significativamente correlacionada com a localização do dano lesão do ligamento cruzado anterior. Indelicato recomendou a
da fibra do ligamento colateral medial superfi cial. Quando o reconstrução do ligamento cruzado anterior e a reavaliação da frou-
dano foi evidente ao longo de todo o comprimento da camada xidão medial. Se o joelho continuar sendo instável em extensão
superficial e não restrito aos locais da inserção proximal ou distal, a completa ou leve flexão (grau II ou grau III), o ligamento colateral
imobilização pré-operatória não restaurou a estabilidade em valgo, medial e o ligamento oblíquo posterior são reparados.
e os pacientes precisaram de cirurgia para a lesão do ligamento Por definição, o reparo de ligamentos do joelho se refere ao
colateral medial ao longo da reconstrução do ligamento cruzado tratamento cirúrgico das lesões agudas, e a reconstrução geralmente
anterior. Narvani et al. identificaram um subgrupo de lesões do se refere ao tratamento cirúrgico da frouxidão ligamentar vários
Mj1ijH PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
O!§lhHD ) Reinserção dos ligamentos avulsionados com parafuso AO e arruela dentada. A, Fixação do ligamento avulsionado,
com ou sem fragmento ósseo. B, A arruela é confeccionada de modo que ela prenda o ligamento e o osso sobre uma ampla área com os
seus dentes d ispostos perifericamente, comprimindo e fixando-os dentro dos li mites entre cada dente. Pouca pressão é exercida no tec ido
próximo e entre os dentes. A microcirculação nessas áreas do ligamento é norma l; é comprometida apenas na área comprimida represen-
tada pelos trapezoides sólidos. (De Müller W: Th e knee: form, function, and ligamentous reconstruction, New York, 1983, Springer-Verlag.)
meses após a lesão. O reparo hábil ou a reconstrução dependem de de sangue para o ligamento. A dissecção deve ser limitada apenas
um conhecimento completo da anatomia. O melhor reparo possível o necessário para identificar e corrigir a condição patológica.
restaura a integridade anatômica e a tensão de um ligamento lesio- Os retalhos de pele des envolvidos durante a abordagem devem
nado, e deve ser feito sem atraso desnecessário. A dissecção e o se r profundos à fáscia, quando possível, para reduzir a lesão
reparo cirúrgicos ideais se tornam cada vez mais difíceis em 7 a 10 vascular e dos nervos cutâneos inerentes à dissecção subcutânea
dias após a lesão. superficial.
Não podem ser dadas regras absolutas sobre o momento em Sempre que possível, os ligamentos devem ser fixados no osso
que é muito tarde para reparar um ligamento. Além do tempo desde reavivado com suturas não absorvíveis, âncoras de sutura, parafusos
a lesão, é necessário considerar a gravidade da lesão, a localização com arruelas dentadas ou perfurantes (Fig. 45-64), ou grampos. Isso
da principal condição patológica e a idade do paciente e a atividade pode ser realizado passando as suturas através de múltiplos orifícios
necessária. Embora o reparo cirúrgico deva prosseguir o mais rápido perfurados no osso cortical no local da inserção ou preferivelmente
possível, as condições para cirurgia devem ser ideais. A cirurgia deve através de orifícios paralelos perfurados através do lado oposto do
prosseguir apenas depois que um diagnóstico definitivo tiver sido osso. Os grampos, de preferência com farpas para evitar a extrusão,
feito e formulado um plano específico do reparo. O tipo de reparo devem ser colocados em uma distância suficiente a partir da margem
selecionado deve depender da experiência e da habilidade do cirur- articular, de modo que mantenha a função da articulação intacta.
gião, da localização da lesão e da condição dos tecidos. A busca por As fixações da sutura, grampos e parafusos com arruelas dentadas
anormalidades adicionais deve ser diligente antes de o diagnóstico são destinadas para uso em locais de inserções ligamentares ao osso,
da lesão isolada ser aceito. e novamente em uma distância suficiente a partir da articulação
Lesões maiores indicam um importante deslocamento inicial para não interferir na fun ção da articulação ou ligamento. Nem
das superfícies da articulação e a probabilidade de lesão para as o parafuso com arruela dentada n em o grampo devem ser aper-
outras estruturas de apoio. As incisões devem ser planejadas ade- tados de forma excessiva ou rebaixados, em virtude da possibili -
quadamente, e a exposição geralmente deve ser extensa, muitas dade de necrose de pressão do tecido ligamentoso abaixo da coroa
vezes a partir da linha média do membro anteriormente à linha do grampo ou abaixo da arruela dentada. Os grampos, parafusos ou
média posteriormente, porque a condição patológica principal outras formas de fixação interna não devem ser utilizados nas áreas
geralmente está nos dois terços posteriores dos compartimentos em que o deslizamento normal do ligamento é necessário durante a
medial e lateral. Sem exposição suficiente para alcançar essas áreas, flexão e a extensão. Se eles são colocados nessas áreas, muito perto
é provável que o reparo seja incompleto. Os reparos sempre são da margem articular do côndilo femoral ou tibial medial, a excursão
realizados com o uso de um torniquete pneumático para hemosta- anteroposterior do ligamento colateral da tíbia será limitada durante
sia. O torniquete é removido antes do fechamento para controlar o os movimentos de flexão e extensão. Portanto, será difícil obter o
sangramento e para evitar grave hemartrose ou hematoma. A esta- movimento da articulação ou o ligamento terá de lacerar ou alongar
bilidade da articulação pode ser afetada por alguns milímetros de para permitir o movimento.
alongamento capsular a partir de uma hemartrose tensa. Se a inte- A fixação dos ligamentos abaixo de retalhos de osso é um
gridade anatômica do ligamento for restaurada sob tensão ade- método eficaz quando o local está longe o suficiente das margens
quada, o procedimento de reparo não deve destruir o fornecimento artic ulares, como na metáfise da proximal tíbia em que o ligamento
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO flim
colateral medial geralmente é inserido abaixo dos tendões de pata de e o extravasamento massivo do fluido de irrigação pode ocorrer em
ganso. As suturas não absorvíveis devem ser utilizadas para reforço tais casos. Uma vez que o exame artroscópico foi concluído, ou se esse
onde a tensão é maior. As suturas absorvíveis podem ser utilizadas exame não for realizado, a seguinte técnica aberta é utilizada.
onde a aproximação sem tensão apreciável é necessária. Suturas de
aproximação opondo as bordas dissecadas lesionadas do ligamento
devem ser reforçadas com suturas de tensão de material não absorví- REPARO DAS PERTURBAÇÕES DO
vel. Um padrão quadrangular ou retangular é utilizado na forma de COMPARTIMENTO MEDIAL
uma sutura de suporte para fixar as suturas de tensão. Essas suturas
restauram o comprimento normal do ligamento, protegendo a área de
TÉCNICA
reparo. O alinhamento cuidadoso das suturas de tensão ao longo do
curso das fibras do ligamento é necessário para que elas realizem a •Coloque o paciente em decúbito dorsal na mesa de ope-
sua função pretendida. As suturas de tensão podem ser testadas para ração com um torniquete pneumático inflado sobre a
sua função e isometria durante a flexão e extensão antes de serem coxa superior.
amarradas definitivamente. As suturas adequadamente colocadas não •Flexione o quadril aproximadamente a 45 graus, flexione
vão sair ou interferir no movimento normal da articulação. o joelho aproximadamente a 60 graus, e deixe a extrem i-
Os meniscos devem ser recuperados, se possível, e as lesões dade inferior em abdução no quadril com a gravidade
periféricas devem ser reparadas. As múltiplas lesões dentro da subs- •Para o posicionamento da extremidade, pode ser útil um
tância do menisco, no entanto, podem exigir que o menisco seja suporte especia l posterior para o meio da coxa que pos-
ressecado. Se for o caso, deve-se tentar deixar uma borda ou margem sibilite que o joelho flexione a 90 graus.
periférica do menisco. As áreas frágeis do reparo do ligamento
•Inicie uma incisão médio medial 2 cm proximal ao tubér-
devem ser reforçadas com fáscia ou outro tecido local ou suportadas
culo adutor, curvando-o suaveme nte e distalmente sobre
por uma unidade músculo-tendão.
o tubérculo adutor paralelo ao aspecto medial da patela
Após o reparo ligamentar, o joelho deve ser brevemente imo-
e tendão patelar e aproximada mente 3 cm medial a essas
bilizado inicialmente em uma órtese articulada em 30 graus de
estruturas. Leve-o distalmente ao longo do aspecto ante-
flexão. O tempo de imobilização, se houver, deve ser selecionado
romedial da t íbia para a extremidade 5 a 6 cm abaixo da
para cada paciente; ele depende da gravidade da lesão, das estruturas
linha articular.
lesionadas, da precisão do reparo, do método de fixação do ligamento,
•Faça a dissecção da pele, tecidos subcutâneos e fáscia
da idade do paciente e da saúde das superfícies articulares. Pelo
superficial como uma ún ica camada a partir da linha
menos, na teoria, o movimento precoce é viável se os locais de reparo
média ante riormente ao canto posteromedial. A ampla
e anexo ligamentares forem verdadeiramente isométricos. Sob tais
exposição é necessária para identificar e corrigir todas as
circunstâncias, o movimento normal não tensionado do joelho não
condições patológicas.
deve colocar tensão indevida nos pontos de fixação. A total extensão
•Tome cuidado durante a dissecção e retração para não
deve ser alcançada tão logo quanto possível para evitar o desenvol-
lesionar a veia safena magna, que está no tecido subcutâ-
vimento de contratura em flexão.
neo no aspecto posteromedial da dissecção.
O sucesso do reparo depende da análise adequada da instabili-
• Os ramos infrapatelares do nervo safeno não podem
dade por exame clínico; durante a cirurgia, ele depende da qualidade
do tecido envolvido diretamente pela lesão e qualidade do tecido sempre ser preservados com essa incisão, embora o ramo
disponível para reforçar a frouxidão ou estruturas rompidas, o desem- sartorial do nervo safeno deva ser identificado e prote-
penho exigente do procedimento cirúrgico, o cuidado pós-operatório, gido conforme ele sai entre o sartório e grácil, para dar
a motivação do paciente e o rigor da reabilitação. O prognóstico de a sensibilidade sob re todo o aspecto medial da perna ao
longo prazo para a função depende da gravidade da frouxidão inicial tornozelo.
e da existência de qualquer desarranjo interno associado ou artrite •Um hematoma na área posteromedial da dissecção pode
degenerativa pós-traumática. O objetivo do tratamento é obter a identificar o local principa l da lesão.
máxima função e minimizar ou evitar as alterações degenerativas •Teste o joelho novamente para instabilidade ligamentar e
dentro da articulação. patelar.
•Faça a incisão do retinácu lo extensor longitudinal medial
ao longo da borda anterior do sartório a partir da sua
REPARO DAS LESÕES DO inserção tibia l posteriorm ente para o canto posterome-
COMPARTIMENTO (COLATERAL) MEDIAL dial. Tome cuidado para não cortar a inserção tibial do
ligamento colateral tibial imediatamente abaixo.
• REPARO •Com o joelho na posição de flexão, retraia o sartório e
Se o reparo cirúrgico do apoio medial lesionado do joelho for plane- outros componentes da pata de ganso para possibilitar a
jado, o exame artroscópico do joelho para excluir outras condições inspeção da inserção tibial do ligamento colateral tibial,
patológicas intra-articulares é feito antes da exploração cirúrgica que é profunda e distal à borda anterior do sa rtório.
aberta (Cap. 51). O cirurgião deve estar ciente do rompimento •Uma alternativa à incisão do retináculo extensor longitu-
capsular que pode permitir o extravasamento significativo do fluido dinal ao longo da borda anterior do sartóri o é soltar a
de irrigação durante a artroscopia de um joelho agudamente instá- inserção óssea da pata de ganso a partir da tíbia e afasta r
vel. A membrana sinovial ou cápsula comumente vai cicatrizar sufi- esses tendões para cima. Isso revela o ligamento colateral
cientemente para evitar o extravasamento perigoso do fluido de medial, a área do li gamento oblíquo posterior e o com-
irrigação se o exame artroscópico for adiado por 5 a 7 dias e o plexo sem im embranoso no canto posteromedial do
cirurgião for habilidoso e fizer a avaliação rapidamente. Um exame joe lh o. A primeira etapa na identificação cirúrgica da )
demorado de um joelho agudamente lesionado não é justificado,
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
condição patológica deve ser a ava liação da integridade •Quando a lesão capsu lar não pode ser identificada facil-
dessa inserção tibial. Não liberamos o tendão da pata de mente, uma incisão vertical dividindo as fibras do liga-
ganso. mento colatera l medial muitas vezes vai revelar lesões em
•Faça uma incisão fascial parapatelar medial se esten - sua porção meniscofemoral. As lesões capsu lares mediais
dendo da borda do múscu lo vasto medial distalmente muitas vezes começam perto da origem condilar medial
para se unir à incisão ao longo da borda anterior da pata e seguem em um caminho em formato de L ou Z para o
de ganso. canto posteromedia l. As lesões na porção meniscofemo-
• Faça a dissecção desse retináculo patelar longitudinal ral do ligamento capsular profundo podem deixar a inser-
medial fo ra da cápsula anteromedia l e o ligamento cola - ção periférica do menisco medial íntegra , e o men isco
teral medial e afaste-o proximalmente e posteriormente medial pode ser mantido. As lesões da porção menisco-
para a margem do vasto med ial. Isso pode ser fe ito sem tibial mais fraca do ligamento capsu lar medial frequente-
muita dificuldade quando a cirurgia é realizada dentro de mente acompanham lesões do menisco ou sua inserção
poucos dias após a lesão. Isso expõe o ligamento colatera l periférica.
medial e as estruturas capsu lares mediais. •Repare todas as lesões na inserção periféri ca conforme o
•Aprofunde a incisão capsular parapatelar medial na arti- ligamento capsu lar é reparado; as lesões dentro de 25%
culação e inspecione-a. da parte externa do menisco devem ser reparadas.
•Se a artroscopia não tiver sido feita para aval iar as estru- •As lesões do ligamento capsu lar médio medial e da
turas intra-articulares, inspecione sistematicamente a porção design ada por Hughston como o ligamento
superfície da patela, as superfícies articulares do fêmur e oblíquo posterior, muitas vezes, se estendem para distân-
a tíbia, os meniscos medial e lateral, e os li gamentos cias va riáveis na cápsula posterior, e a extensão deve ser
cruzados anterior e posterior. determinada. A lesão capsular posteromedial muitas
•Com o joelho flexionado, coloque o calcanhar sobre o vezes se estende em torno do canto posteromedial e
joelho oposto e retraia a bolsa de gordura patelar para envolve a cápsu la posteri or e sua inserção tibial.
ver todo o menisco lateral através da incisão capsu lar •Se uma lesão importante não estiver presente nas estru-
parapatelar medial. tu ra s capsu la res posteromediais, faça a in cisão em linha
•Inspecione os ligamentos cruzados e apa lpe-os com o com as f ibras do li gamento ob líquo posterior, criando
dedo e com ganchos de ligamento. uma artrotom ia para ava li ação do corno posterior do
•Se os meniscos estiverem lesionados dentro da sua subs- menisco medial.
tância, resseque as áreas que não podem ser reparadas. •Não re mova um menisco medial não lesionado ou um
Tente preservar uma borda ou margem do menisco que possa ser repa rado para tornar a fixação da cápsula
mesmo se a maior parte do men isco for cortada. posterior mais fác il. Isso não é necessá ri o, e o sacrifício
•Quando um ligamento cruzado é lesionado, ele deve ser do menisco com sua f unção de proteção e estabilizadora
reconstruído (Técnicas 45-17 e 45-1 8). deve ser evitado.
•Novamente, faça o teste de estresse da articu lação pa ra •Comece os procedimentos de reparo com a anormalid ade
identificar melhor a área da lesão do ligamento medial. intra-articu lar - meniscectomia, sutura do menisco ou
Ao longo da dissecção, tome cu idado para não tornar a reconstru ção do ligam ento cruzado - como indi cado.
condição patológica ligamentar não identificável. •Coloque múltiplas suturas separadas no menisco se o
•Se o ligamento colateral medial for avulsionado a parti r reparo for necessário e passe-as para fora através dos
da tíbia abaixo da pata de ganso, afaste-o proximal- locais capsulares apropriados. Não amarre essas sutu ras
mente, expondo a porção média capsular subjacente do até que o reparo medial esteja completo. A manipulação
ligamento capsular medial. Um intervalo definido está do joelho durante o reparo medial pode soltar essas
presente entre o li gamento colateral med ial e a porção suturas se elas forem amarradas inicialmente.
média capsula r do ligamento capsular medial anterior- • Prossiga com o reparo de outros li gamentos como se
mente, de modo que a retração proximal do ligamento segue. Repare primeiro a cápsula posteromed ial se ela
co latera l medial é possível e as estruturas capsu lares ante- estiver lesionada, mantendo o joelho em 60 a 90 gra us
romedial, a méd ia medial e a posteromedial podem ser de flexão em todas as vezes. Se a cápsu la posterior esti ver
facilmente identificadas e inspecionadas. desinserida da tíb ia, puxe-a para baixo para a parte de
•Exponha a cápsula posterior, localizando o intervalo trás da tíbia (veja a segui r).
entre a cabeça medial do gastrocnêm io e o sem imem- •Se a cápsu la posteromedial tiver sido lesionada em sua
branoso e cortando a bainha do semimembranoso. Faça porção média, aproxime-a com múltiplas suturas não
a dissecção da cápsula posterior fora da cabeça med ial absorvíveis separadas, colocando os nós extra-a rti cu lar-
do músculo gastrocnêmio. Com o joelho mantido em mente conforme a cabeça medial do gastrocnêm io é
flexão, a cápsu la posterior pode ser faci lm ente exposta retraída e o joelho é mantido em 90 graus de flexão.
à li nha média. Retraia cuidadosamente os vasos poplí- •Se a cápsula posteromedial estiver lesionada a partir da sua
teos durante essa exposição. inserção femoral, perfure orifícios a partir da área antero-
•Exponha o ligamento capsular medial, utilizando um afas- medial epicondilar para sair posteriormente na área de
tador intra-articular profundo para o ligamento capsular inserção da cabeça media l do múscu lo gastrocnêmio.
medial. Isso pode revelar uma área nua sobre o côndi lo • Utilize suturas para trazer a borda superior da cápsu la pos-
femoral do qual o li gamento capsular e a sinóvia foram terior para a sua inserção normal, passe as suturas através
avu lsionados. do osso e prenda-as sobre o osso anteromedialmente.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO t'lm
Semimembranoso Passador
de sutura
/
I
I
I
I
I
I
A B
e D
O@lht+"l!ID A, Padrão de lesão comum, compartimento medial, ligamento superficial ou colatera l medial lesionado distalmente
perto da sua inserção na tíbia com lesão oblíqua no ligamento capsular mediomedial e posteromedial. B, Reparo do ligam ento profundo
mediomedial e posteromedial com suturas separadas de aproximação; suturas não absorvíveis de tensão inseridas para aliviar a tensão
na linha de sutura. C, Lig amento co lateral medial superficial grampeado na metáfise da tíbia com grampo . D, Se a lesão no ligamento
colateral medial superficial estiver perto ou aba ixo da linha articular, ela é reparada com suturas separadas, com sutura de tensiona-
mento margeando a lesão para aliviar a tensão ao longo da linha de sutura. VEJA A TÉCNICA 45-4.
Hughston recomendou colocar duas ou três suturas em • Se o braço capsular do ligamento ob líquo posterior tiver
)
U não absorvíveis bem presas distalmente no ligamento sido lesionado a partir da sua inserção femora l, ele produz
no canto posterior da tíbia (Fig . 45-68 A) e fixando-as uma dobra na parte posterior da cápsu la que é contínua
proximalmente na inserção do ligamento ao tubérculo com o lig amento poplíteo oblíquo. Se essa lesão for
adutor do fêmur (Fig. 45-68 A a C). encontrada, tracione a extremidade lesionada do braço )
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO f?!m
A B
(#
y ( )<
O<
()<
O@ihM l:lllEt Reparo dos ligamentos do compartimento medial do joelho. A, Suturas são inseridas no coto na inserção original do
ligamento oblíquo posterior e o periósteo no tubérculo adutor (AT) e através da cápsula (A) e partes ti biais (B) do ligamento oblíquo
posterior (ver texto) . B, Lig amento posterior oblíquo é pu xado para a frente e fi xado e amarrado tão firme quanto possível ao tubérculo
adutor com joelho em 60 graus de fle xão quando as suturas são amarradas (ver texto). C, Avan ço da extremidade tibial do ligamento
oblíquo posterior (POL), com sutura ao periósteo da tíbia e para o ligamento colateral tibial reparado (TCL) (ver texto) . D, Borda anterior
do ligamento oblíquo posterior avançado e suturado sobre a borda posterior do ligamento co lateral tibial. X e Y, Suturas fixando POL
para o ligamento colateral medial reparado . (Redesenhada de Hughston JC, Eilers AF: Th e role of the posteri or oblique ligament in repa irs of
acute medial [collateral] ligament tea rs of the knee, J Bane Joint Surg 55A:923, 1973 .) VEJA A TÉCNICA 45-4.
llllJlm> PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
capsu lar para a frente e suture-a para a porção do liga- grampo (Fig . 45-69 A e B) Âncoras de sutura também
)
mento ainda inserido ao tubércu lo adutor (Fig. 45-68 A podem ser util izadas para fixar o ligamento para uma
a D); quando a inserção do ligamento ao osso tiver sido superfície de osso rugosa.
avu lsionada, deixando uma superfície óssea nua, perfure •Quando essa porção posterior de ligamento oblíquo do
os orifícios no osso, eleve um pequeno retalho de osso complexo capsu lar med ial tiver sido fixada, uma suave
perto do tubérculo adutor e prenda o ligamento com abdução deve mostrar estabil idade medial.
suturas, um parafuso com uma arruela dentada ou um •Se o braço tibia l da porção posterior ob líqua do complexo
capsular med ial ti ver sido lesionado a partir da tíb ia e
permanecer um coto insuficiente do ligamento ou peri-
ósteo na tíbia para manter as suturas, perfure os orifícios
através da tíbia como mostrado na Figura 45-70 A e B.
Com um passador de sutura, passe longas suturas a partir
do ligamento através dos orifícios anteriormente direcio-
nados e amarre-os sobre o osso anteriormente para apro-
ximar o ligamento para o canto posteromedia l da tíbia.
Âncoras de sutura podem ser uti lizadas em vez disso.
Suturas adicionais para proteger o braço tibia l das cabeças
direta e profunda do semimembranoso fornecem o
reforço dessa importante estrutura.
•Quando a porção posterior oblíqua do comp lexo capsular
med ial for reinserida, repare o li gamento capsu lar med ial
anteriormente ao ponto já reparado. Reinsira o ligamento
avulsionado no osso ou aproxime as extrem idades do
li gamento lesionado com múltiplas suturas separadas e
não absorvíveis (Fig. 45-71 A e B). Isso deve completar o
reparo das estruturas capsulares mediais.
•Se o ligamento colateral med ial, a porção méd ia do liga-
A B mento capsu lar medial e a inserção femora l do ligamento
oblíquo posterior estiverem avu lsionados com um pedaço
H!ijii;tljnJD Reparo dos ligamentos do compartimento de osso do fêmur, uma ocorrência relativamente rara,
med ial do joe lho. A, Fi xação isométrica dos li gamentos mediais tudo pode ser reinserido em continuidade com um
presos com parafuso e arrue la. B, Ligamentos co latera l medial e grampo ou parafuso com a arruela dentada. Trata-se de
oblíquo posterior são reparados individualmente com parafusos um ótimo padrão de lesão para encontrar.
AO e arrue las. VEJA A TÉCNICA 45-4.
H@ii;!ijcml A, Reparo do ligamento ob líquo posterior lesionado da t íbia. B, Suturas amarradas e ligamento reinserido . A, Ponto
de inserção do ligamento origina l; B, li gamento lesionado; inserção do ligamento. (Redesenhada de Hughston JC, Eilers AF: The role of the
posterior oblique ligament in repairs of acute medial [collateral] ligament tears of the knee, J Bane Joint Surg 55A:923, 1973.) VEJA A TÉCNICA 45-4.
CAPÍTULO 45 LE SÕES NO JOELHO fmllll
•Repare qua isquer lesões vertica l ou ob líqua com múltiplas
suturas sepa radas (Fig. 45-72). Em seguida, repare a
porção superficial do ligamento colateral medial. Krackow
et ai. desnvolveram uma sutura ancorada, ideal para
prender estruturas planas como esse ligamento (Fig.
45-73) . Ele possibilita que a tensão seja apl icada ao liga-
mento sem ca usar esgarçamento.
•Se a inserção femoral tiver sido lesionada, reins ira-a na
área do tubércu lo adutor com um grampo, um parafuso
com uma arruela dent ada, âncoras de sutu ra, ou suturas
interrompidas.
•Se a porção média for lesionada, uti lize as suturas absor-
víveis e separadas para aproximar as extremidades. Com-
plemente o reparo com suturas não absorvíveis de tensão,
em "X" ou em "U".
)
Proximal Central Distal
/
1
1
I
11/
A B
O@ll;Mm:I A, Lesão horizontal no ligamento meniscotibial aproximada com múltiplas suturas separadas. Duas suturas de tensão
para aliviar a tensão na lesão aproximada são colocadas vertica lmente. B, Lesão horizontal no ligamento meniscotibial perto da sua
inserção na tíbia . Reparo é realizado por múltiplas suturas separadas através dos túnei s transósseos (inserção). VEJA A TÉCNICA 45·4.
• Se o ligamento apresentar avu lsão a partir da sua inserção através da borda capsular meniscotibial lesionada e teste a
)
tibial, reinsira-o distal à linha articular com suturas separadas sua resistência. Perfure múltiplos orifícios horizontalmente
através dos orifícios perfurados no osso, por um grampo ou em toda a tíbia. Exponha a saída da broca através da tíbia
ãncoras de sutura para o osso áspero, ou por elevação de lateral por meio de uma incisão lateral e limpe os tecidos
um retalh o de osso, colocando o ligamento abaixo dele e moles. Passe as suturas através dos t úneis transósseos com
segurando o retalho com um grampo. Em seguida, puxe a passadores de sutu ra para a lateral, começando com a
porção tibial do ligamento oblíquo posterior anteriorm ente sutura mais posterior. Amarre cada sutura, prosseguindo a
e suture-a ao periósteo da tíbia e o ligamento meniscotibial partir da mais posterior para a mais anterior. Tenh a cuidado
distalmente e para a borda posterior reparada do ligamento para não puxa r o menisco para baixo da borda articular
colateral medial proximalmente (Fig . 45-68 C). Ava nce toda medial. Âncoras de sutura que aceleram este reparo estão
a borda anterior do ligamento oblíquo posterior e sutu re-a agora disponíveis.
de um modo calça mais colete para a borda posterior do •Se as lesões foram extensas e, após o rep aro ter sido
ligamento colateral med ial (Fig. 45-68 D). concluído, o resultado é frágil, procedimentos especiais
•Se o li gamento capsular med ial tiver sido lesionado podem ser adicionados para fornecer reforço ou suporte
através da porção meniscotibial, a inserção do li gamento dinâmico. Por exemplo, sutu rar o tendão se mi membra-
coronário do menisco medial também pode estar lesio- noso para o canto posteromedial reforça o ligamento
nada. Se assim for, repare-o cuidadosamente. Nesses oblíquo posterior. Outros procedimentos incluem su t ura
padrões de lesão, a superfície do menisco é visível con - do sem imembranoso no aspect o posterior do ligamento
forme a lesão é retraída superiormente. Determ ine o colatera l medial, o avanço do sartório e grácil, uma plastia
método de reparo para esse tipo de lesão através do da pata de ganso e avanço do músculo vasto medial.
comprimento dos cotos meniscotibiais. Estes e outros procedimentos são descritos nas seções
•C aso a lesão seja na substância méd ia do ligam ento subsequentes deste capítulo.
meniscotibial, utilize múltiplas suturas não absorvíveis •Traga o retalho retina cu lar patelar medial long itudin al
sepa rad as de aproximação. Duas suturas em fo rm a de para a sua posição norm al e recoloque-o na borda ante-
caixa de tensão também são gera lmente inseridas (Fig. rior do sartório e feche a incisão capsular anteromedia l
45-74 A) com múltiplas su turas separadas.
• Se a inserção men iscotibial do complexo capsular medial •Li bere o torn iquete e faça a hemostasia .
tiver sido puxada para fora da tíbia perto da sua inserção •Feche a fer ida sobre os drenos de sucção.
óssea, preferimos recolocá-lo como mostrado na Figura •C oloque a perna em um gesso longo ou órtese articulada
45-74 B. Reavive a borda da tíbia perto da sua margem da virilh a para os dedos do pé com o joe lh o fl exionado
articular para osso esponjoso com uma broca ou osteótomo. 45 a 60 graus e a tíbia internamente girada, mas não
Insira múltiplas suturas separadas não absorvíveis de nº O forçosamente.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO flmlll
também deve ser levada em consideração. Para simplificação, no
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A extremidade é elevada
entanto, as reconstruções nas seguintes seções são descritas como
para reduzir o inchaço. O paciente é instruído em exercícios
reconstrução medial, reconstrução lateral, e assim por diante, mas
ativos do quadríceps e isquiotibiais começando no dia após
o leitor deve realizar essas combinações de procedimentos e, na
a cirurgia. Idealmente, esses exercícios são praticados antes
maioria das vezes, são necessárias modificações com frequência.
da cirurgia. Os exercícios isométricos do quadríceps e
Os princípios de reconstrução do lado medial são (1) reparo e
isquiotibiais são realizados em uma base regular a cada
retenção do menisco medial, se possível; (2) reconstrução das estru-
hora, e a perna levantada para reforço dos flexores e os
turas capsulares, especialmente a cápsula posterior; (3) restauração
abdutores do quadril são instituídos o mais rapidamente
da conexão meniscotibial do complexo semimembranoso; (4)
possível. Em pacientes selecionados, é possível utilizar a
reconstrução do ligamento oblíquo posterior no canto profundo
analgesia epidural e uma máquina de movimento passivo
posterior; (5) restabelecimento da influência da unidade semimem-
contínuo. Caminhar com muletas com suporte de peso é
branosa para o ligamento oblíquo posterior, menisco medial e
iniciado tão logo quanto possível. Os drenos são removidos
cápsula posterior; e (6) reconstrução do ligamento colateral medial.
em 12 a 24 horas. O paciente geralmente é liberado do
A frouxidão em valgo grave geralmente requer aperto do ligamento
hospital com muletas 1 dia após a cirurgia. O paciente é
colateral medial além da cápsula posterior, a área posterior oblíqua
encorajado a continuar com os exercícios para o quadrí-
da cápsula posteromedial e o ligamento capsular médio medial.
ceps e isquiotibiais em uma base regular, além da elevação
da perna. Estimulação transcutânea do músculo não foi
comprovada em reduzir a atrofia ou auxiliar na reabilitação.
Se uma órtese articulada for utilizada, o movimento entre
RECONSTRUÇÃO DO
30 e 90 graus é encorajado. As suturas são removidas em COMPARTIMENTO MEDIAL
2 semanas. Se um gesso for utilizado, ele é trocado em 2
semanas, mantendo a posição de flexão de 30 graus. O TÉCNICA
gesso (ou a órtese) de proteção é trocado a cada 2 semanas
e utilizado para um total de 4 a 6 semanas. Em geral, o (SLOCUM)
período máximo é de 4 semanas de imobilização completa.
Costuma ser utilizada uma órtese longa de movimento • Coloque o paciente na mesa de operação em decúbito
restrito ou uma imobilização femoral que possibilite a liber- dorsal, de modo que a extremidade inferior da mesa possa
dade de flexão, mas bloqueie a extensão, geralmente em ser removida para permitir a flexão do joelho além do
30 graus. A imobilização total costuma ser desnecessária ângulo reto. Um suporte pode ser utilizado para apoiar o
para reparos do ligamento colateral mediais, e a imobiliza- aspecto distal da coxa e para flexionar o joelho com a mesa
ção muitas vezes tem efeitos deletérios nas superfícies plana. A maior parte da exposição cirúrgica, exploração e
articulares, especialmente da articulação patelofemoral. A reconstrução é realizada com o joelho flexionado; o método
órtese flexível geralmente é utilizada até 6 a 8 semanas é escolha do cirurgião. Preferimos o suporte e o apoio do
após a cirurgia. Se a órtese tiver um mecanismo de blo- pé na mesa, mas ambos os métodos permitem flexionar o
queio ajustável na articulação do joelho, a quantidade de joelho em 90 graus e acessar para a articulação posterior.
extensão pode ser aumentada (p. ex., de 30 a 15 a O graus) •Prepare cuidadosamente a pele, estenda a extremidade e
durante 6 a 8 semanas após a cirurgia. infle um torniquete pneumático . Se o exame artroscópico
Na remoção do gesso ou outro aparelho, uma órtese imediatamente preceder a reconstrução planejada, ele
reforçada do joelho é aplicada. O suporte parcial de peso deve ser feito sem inflação do torniquete.
sobre muletas continua até que haja pelo menos 60 graus •Comece a incisão medial da pele 4 a 5 cm proximal ao
de movimento no joelho e o paciente esteja levantando epicôndilo femoral medial e curve-a para a frente e para
7 kg, 50 repetições, com o quadríceps. Agilidade e trei- baixo, em paralelo com as fibras inferiores do músculo
namento proprioceptivo são enfatizados como compo- vasto medial, para o ponto médio da borda medial da
nentes tardios do programa de reabilitação. A reabilitação patela.
procede similarmente ao prescrito após a meniscectomia, •Continue a incisão distal mente, em paralelo com o tendão
mas é mais intensa e prolongada. Além disso, a extensão patelar através da linha articular para o nível da borda
dentro de 5 graus da extremidade oposta deve estar inferior da pata de ganso, como a incisão padrão para-
presente antes que as muletas possam ser descontinua- patelar medial.
das. Com movimento precoce em uma órtese articulada, •Afaste a pele e o retalho de gordura subcutânea poste-
muitas vezes, o paciente tem extensão completa em 8 riormente para o espaço poplíteo medial para expor a
semanas, e o suporte de peso total pode ser permitido. fáscia profunda que cobre o compartimento medial e
O paciente deve entender que a força máxima e a função anteriormente para expor as estruturas musculotendino-
nos ligamentos reparados provavelmente não são recu- sas em torno do lado medial da patela, tendão patelar e
peradas por 12 meses após a cirurgia. tuberosidade da tíbia (Fig. 45-75)
•Com o retináculo extensor e a fáscia profunda que cobre
os ligamentos mediais e com o canto posteromedial do
joelho expostos, teste a estabilidade do joelho com
• RECONSTRUÇÃO
estresse em abdução e teste rotatório anteromedial de
A instabilidade do compartimento crônico medial é raramente uma
Slocum. Observe os pontos de maior frouxidão e lesão
frouxidão em valgo de um plano. A instabilidade medial suficiente
durante os testes para determinar o que vai exigir reforço
para justificar a reconstrução é, na maioria das vezes, combinada com
especial durante o reparo cirúrgico. )
outras instabilidades, como a insuficiência cruzada anterior, que
mJ) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Sartório
Semitendíneo
h(êill;Mm Exposição para o reparo da cáps ula posteromedial. A incisão medial da pele é representada pela linha verde. VEJA A
TÉCNICA 45-5.
•Verifique a estabilidade lateral da patela, tentando forçá- • Quando a reconstru ção das estruturas do compartimento
)
la lateralmente sobre o côndilo femora l lateral com o medial é necessária e a frouxidão parece ser principalmente
joelho em diferentes graus de flexã o. Quando a patela meniscofemoral em vez de meniscotibial, tensionamento
puder ser subluxada ou deslocada do sulco patelofemo- do ligamento capsular medial por avanço proximal com
ral, estão presentes a frouxidão do retináculo extensor uma porção meniscotibial intacta ou avanço medial e ante-
e a inserção do músculo vasto medial e exigem reparo. rior da cápsu la posterior suficiente para corrigir a frouxidão
A estabi li dade patelar deve ser testada nesse estág io, capsu lar posterior leve a moderada não vão perturbar sufi-
porque é extrema mente difícil de ava liar após as incisões cientemente um men isco medial intacto para justif icar a
da artrotom ia capsu lar serem feitas . sua excisão.
• Faça uma incisão parapatelar medial da artrotomia e explore •Se a porção do ligamento meniscotibial (coronário) da
a articulação em uma rotina definida, como se segue. cápsula estiver acentuadamente frouxa e a inserção peri-
• Inspecione lesões do menisco medial ou lesões da sua férica do menisco estiver intacta, o avanço dista l da
inserção. Se tanto o menisco media l quanto a sinóvia sobre cápsula posterior e media l pode ser mais difícil. Nesses
a inserção periférica estiverem intactos na superfície supe- casos, em vez de cortar o menisco, preferimos soltar a
rior e o menisco estiver firme ao fêmur pela porção menis- inserção posterior e posteromed ial do menisco ao longo
cofemora l da cápsula medial, enquanto o estresse por do seu anexo capsu lar, avançar a cápsu la distalmente e
abdução é ap licado, a porção meniscotibial do ligamento suturar o men isco à cápsula tensionada.
está relaxada; quando o menisco permanece fi xado à tíbia •Se a periferia posterior do menisco já estiver so lta, a
durante os testes de abdução de esforço, a porção menis- cápsu la é ava nçada distalmente, e a periferia do menisco
cofemora l da cápsu la é o principal loca l da frouxidão. é suturada.
Utilize um gancho de menisco ou um gancho de ligamento • Faça a incisão da fáscia profunda sobrejacente ao canto
para detectar as lesões periférica posteri or ou superfície posteromedial do joelho a partir do nível do vasto medial
inferi or não detectáveis pela inspeção a partir de cima. anteriormente ao sartório posteriormente para expor a
• Em seguida, inspecione o menisco lateral, colocando o pé no parte posterior da cápsu la medial e o tendão sem imem-
joelho oposto e possibilitando o joelho flexionado ser tensio- branoso (Fig. 45-76 A a C). Preferimos unir a incisão
nado em varo conforme o quadril f ica em rotação externa . parapatelar anterior e a incisão na fáscia profunda do
•Retraia o ligamento mucoso e a bolsa de gordura patelar canto posteromedia l com uma incisão ao longo da borda
para ver a ma ior parte do men isco lateral. anterior do sa rtóri o, afastando, portanto, o retalho pro-
•Inspecione as superf ícies articu lares da patela, os côndi los fundo fasc ial proximalmente à origem do vasto medial.
do fêmur e os platôs da tíbia para defeitos condra l ou Isso possibilita a inspeção da inserção t ibial do li gamento
osteocondral (trate-os apropriadamente por condroplas- colatera l media l além de defin ir me lhor as áreas de
tia ou excisão de fragmentos soltos). máxima frouxidão das estruturas de apoio mediais. A
•Teste a estabilidade dos ligamentos cruzados anterior e reflexão deste retalho profundo fascial proximalmente
posterior por inspeção, palpação e teste de tensão com pode ser difícil por causa de fibrose, mas, com cuidado,
um gancho de ligamento. geralmente é possível realizá-la.
•Se um ligamento cruzado parecer " frou xo " conforme é •Agora, entre na parte posterior da articu lação através da
tensionado com um dedo ou um gancho de ligamento, parte re lativamente fina da cápsula que se encontra entre
mas a sinóvia sobrejacente parecer intacta, corte cuida- os ligamentos capsulares med ial e posterior. Essa incisão
dosamente a sinóvia para determinar se uma ruptura capsular está posterior e paralela à forte banda ligamen-
intrassinovial do ligamento cruzado ocorreu. tar, formando a margem posterior da cápsula medial que
CAPÍTULO 45 LESÕ ES NO JOELHO Gmlll
Fáscia profunda exposta
cobrindo os ligamentos
e elementos muscu lotendíneos
A B
e
H!§ii;@Blllt A-C, Exposição profunda comp leta posteromed ial na articu lação . VEJA A TÉCNICA 45 -5.
se estende do epicônd ilo femora l medial à cápsu la pos- •Prenda os tendões conjuntos do semi membranoso com
terior e tendão do semimembranoso. uma pinça e tracione-os para a frente, para cima e
•Exponha o complexo semimembranoso no canto poste- mediaimente.
romedia l do joelho, cortando a ba inha do tendão a partir •Exponha o intervalo entre a cabeça med ial do gastrocnê-
da borda posterior do ligamento colatera l da tíbia em mio e o tendão semimembranoso com dissecção romba
direção a suas fibras muscu lares proxima lmente. posteriormente para o ponto em que o ligamento pop lí-
•Loca lize o interva lo entre a cápsu la posterior e a cabeça teo oblíquo é inserido de vo lta ao fêmur e à cápsu la
media l do músculo gastrocnêm io e retra ia o gastrocnêmio posterior do compartimento latera l do joe lh o .
para fora da cápsu la posterior sobre a linha média da tíbia.
•Apa lpe a inserção direta do semi membranoso no seu
•Como o tendão do semi membranoso é re laxado com o
anexo da tíbia.
joelho em flexão, libere-o da sua bainha e retraia-o dis-
• Proteja os vasos poplíteos, expondo a cápsula posterior.
ta lmente a partir do su lco na tíbia para fornecer acesso
•Os objetivos do reparo no canto posteromed ial do joelho
fáci l para o intervalo entre o semimembranoso e o aspecto
são reinserir a cápsu la posterior à tíbia, suturar o menisco,
posteromedial da articu lação em que as fibras da cápsula
posterior, as fibras oblíquas da cápsula posteromedial e a se possível, restaurar a tensão nas estruturas capsu lares
cabeça direta do semimembranoso e o ligamento poplí- posterior e med ial e restabelecer o comp lexo do tendão
teo oblíquo se misturam. semimembranoso, restaurando a sua influência dinâmica,
•Libere a banda ligamentar entre o semimembranoso e a especialmente no ligamento pop líteo oblíquo. Slocum
ba inha do tendão do gastrocnêmio para mobi lizar o com- rea lizou isso da seguinte manei ra.
plexo semimembranoso; no entanto, não corte o liga- •Se o menisco med ial tiver sido previamente removido e
mento poplíteo oblíquo do semimembranoso. quando há frouxidão sign ificativa, faça a dissecção da cápsu la
• Exponha a articulação posterior, resseque remanescentes posterior na parte de trás da tíbia para remover a f ibrose do
do menisco media l ou corpos livres e corrija outros distúr- tecido ligamentar. Util ize um osteótomo para renovar ou
bios da articulação, como um menisco lesionado, como tornar áspero o osso no aspecto posterior da tíbia para avanço
ind icado. distal da borda da cápsula posterior (Fig. 45-77). )
llll!D PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Cápsula medial
posterior
frouxa Lateral
1 y - - Tíbia
Cápsula posterior
Músculo
semimembranoso
Cabeça anterior
iâ@ii;himJa Reparo da cápsula posterior lesionada da tíbia posterior. VEJA A TÉCNICA 45-5.
• Perfure dois ou t rês orifícios a partir do aspecto anterior e aproximar as bordas, uma vez que as reconstru ções cap-
)
posterior da tíbia na nova área, coloque as suturas na borda su lares posteromedial e li gamento colateral medial foram
distal da cápsula posterior e passe-as através desses orifícios concluídas .
perfurantes para reinserir a cápsu la para a tíbia posterior a •Em seg uida, puxe a forte band a oblíqua da margem
partir da área intercondilar para a borda medial da inserção posterior da cápsula medial distalmente e posteriormente
da cabeça direta do sem imembranoso. O reparo capsular para re inse rir a cápsula posterior, a margem posterior da
também pode ser feito com âncoras de sutura. tíb ia, a cabeça direta do sem im embranoso e o ligamento
• Ao avança r a inserção da cápsu la posterior da tíbia, poplíteo oblíquo; enquanto, ao mesmo tempo, puxe a
coloque as sutu ra s na parte distal da cápsu la posterior, margem inferomedial da cápsu la posterior para a frente.
de modo qu e, quando as suturas são passadas anterior- • Finalmente, avance mediaimente e anteriormente a borda
mente através dos orifícios perfurantes paralel os, a anteromedial da cabeça direta do tendão semimembranoso.
cápsula posterior é puxada para baixo (Fig. 45-78).
•Est enda o joelho com a cápsula puxada para baixo antes
que as suturas sejam amarradas, para ter certeza de que
a extensão nâo esteja limitada. A articula ção deve
começar a se ntir " ten são" quando os últimos 15 ou 20
graus de extensão são atingidos. Isso restaura a tensão REPARO DO CANTO POSTEROMEDIAL
para a metade latera l da cápsula posterior. O avanço
capsular posterior obviamente não é necessário quando TÉCNICA
não tiver ocorrido a avulsão dessa porção da cápsula.
• Se o men isco medial não tiver sido removido previa- • A inserção da cabeça direta do tendão sem i membranoso
mente, ele deve ser mantido, se possível, conforme já no tu bércu lo posterior da t íbi a é o ponto de fixação mais
descrito. O método para sutura aberta do menisco é forte do tecido mole no canto posteromedial (Fig . 45-79).
descrito na Técnica 45-1 . Coloque uma sutura em "U" através do tend ão direto
• Agora, feche a incisão anteromed ial da artrotomia; não perto do osso para emerg ir na con flu ência do tend ão
fazer isso neste ponto pode resultar em dificuldade em direto, da cápsula posterior e da cápsu la medial. )
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO Gm
Primeira sutura
Fêmur
Anterior Anterior
ll
Tíbia
Posterior Posterior
A B
Braço tibial,
ligamento oblíquo
posterior
Braço tibial ,
A músculo semimembranoso
B e
Reparo do ligamento ob líquo posterior. A, Ligamento co latera l medial é suturado para o epicôndilo femoral medial;
o li gament o ob líquo posterior solto é puxado anteriormente e proxima lmente no fêmur, onde é suturado ao periósteo. B, Parte pro-
ximal do ligamento ob líquo posterior les ionado é suturada para o ligamento co latera l medial, e dois ligamentos são sutu rad os juntos
no modo ca lça e co lete. C, O braço capsular do tendão sem imembranoso é puxado anteriormente no local de reparo do lig amento
ob líq uo posterior e suturado na posição. VEJA A TÉCNICA 45-7.
instabilidade, após o paciente ter sido anestesiado; o exame artros- prefere-se técnica microscópica em um segundo momento,
cópico sistemático é geralmente realizado para avaliar e excluir mais ideal.
outras condições patológicas intra-articulares antes de prosseguir •Com graves lesões laterais, a inserção do bíceps femora l
com o reparo aberto do complexo lateral. Pesquisadores demonstra- na fíbula pode ser avulsionada com um pequeno pedaço
ram que a falha no reparo ou reconstrução do compartimento lateral de osso e a banda iliotibial também pode ser lesionada.
pode levar ao aumento de forças e subsequente falha dos ligamentos •Uma vez alcançada ampla exposição e inpecionados
cruzados anterior e posterior reconstruídos. Estudos biomecânicos banda iliotibial, bíceps femoral e nervo fibular comum,
mostraram uma tensão significativamente maior do enxerto durante reali ze testes de estresse do joelho para localização da
o estresse em varo em O e 30 graus de flexão do joelho após a tran- instabil idade ligamentar e capsular. Isso geralmente va i
secção do ligamento colateral lateral do que com as estruturas pos- corresponder com as áreas de hemorragia.
terolaterais intactas, levando às recomendações de que, em joelhos •Faça uma incisão capsu lar parapatelar anterol atera l e
com lesão posterolateral de grau III e evidência de instabilidade em explore o interior da articulação.
varo ou posterolateral associada, o reparo ou a reconstrução das •Se a artroscopia não tiver sido realizada, inspecione cui -
estruturas posterolaterais deve ser realizado no momento da recons- dadosamente e apa lpe o men isco latera l, os ligamentos
trução do ligamento cruzado posterior para diminuir a chance de cruzados e os dois terços anteriores do menisco medial.
falha tardia do enxerto. As lesões do canto posteromedial também A colocação do joelho na posição de número 4 (quadril
foram implicadas na instabilidade rotatória anteromedial e falha de flexion ado e externamente girado e o calcanhar no joelho
reconstruções do ligamento cruzado anterior. oposto) muitas vezes permite a abertura suficiente em
varo da articulação para possibilitar a comp leta visibi li-
dade do menisco lateral e compartimento lateral.
REPARO DAS LESÕES DO •Se o menisco latera l estiver rompido, resseque-o comple-
COMPARTIMENTO LATERAL tamente ou quase totalmente nesse momento. Mantenha
o máximo possível de sua borda periférica.
TÉCNICA •Se a periferia do menisco puder ser suturada, espere até
realizar maior exposição latera l e posterolateral.
•Coloque o paciente em decúbito dorsal com um coxim •Se o ligamento cruzado anterior estiver lesionado, ele
aba ixo do quadril ipsolateral para inclinar ligeiramente o deve ser reconstruído.
paciente pa ra o oposto lado . Um encosto aba ixo da coxa •Se o ligamento cruzado anterior for avulsionado da sua
para manter o joelho perto de 90 graus de f lexão pode inserção da tíbia e nenhuma anormalidade do comparti-
ser preferido. Apl ique um torniquete pneumático e infle- mento medial for observada, suturas podem ser colocadas
o. Mantenha o joelho flexionado para a incisão da pele, no ligamento através da incisão lateral da artrotomia.
abordagem cirúrg ica, exposição e reparo. •Trate quaisquer lesões do ligamento cruzado posteriores
•Comece a incisão mediolateral 2 cm proximal ao nível da de modo semelhante, geralmente por meio de uma abor-
patela, diretamente sobre e em linha com as fibras da dagem medial adicional.
banda iliotibial (Fig. 45-81 A), 3 cm latera l à patela e •Se a banda iliotibial e o bíceps femoral estiverem intactos,
tendão patelar e paralelo a essas estruturas. Prossiga com localize o interva lo entre a borda posterior da banda
a incisão distalmente sobre a região do tubérculo de iliotibial e a borda anterior do bíceps femoral (Fig. 45-81 B)
inserção da banda iliotibial (tubércu lo de Gerdy), termi- Separe-as precisamente e retraia a banda iliotibial ante-
nando em aproximadamente 4 cm distal à articulação. riormente e o bíceps com o nervo fibular comum poste-
• Faça uma dissecção da pele, tecido subcutâneo e fáscia riormente. Isso expõe as estruturas capsu lares mediolateral
superficial como uma única camada fora da fáscia pro- e posterolateral, assim como o lig amento colateral lateral
funda para expor todo o aspecto. lateral do joelho a partir (Fi g. 45-81 C).
do terço médio da patela, anteriormente ao canto •Muitas vezes, é impossível atingir a exposição adequada
posterolateral. da área das lesões através desse intervalo entre a borda
•Inspecione as estrutu ra s profundas para hematoma que anterior do bíceps e a borda posterior do trato iliotibial.
pode indicar o local de lesões significativas. •Se a exposição dessa camada mais profunda (camada li
•Identifique o nervo fibular comum profundamente ao na classificação de Warren e Marshall) do compartimento
tendão do bíceps e em torno do colo da fíbula e cuidado- lateral não for adequada, rebata a inserção do trato ilio-
samente proteja-o. Com graves lesões do compartimento tibial e sua expansão anterior a partir do tubérculo de
lateral, estiramento ou lesão do nervo fibular comum Gerdy com um fragmento de osso; seja cuidadoso para
podem ocorrer. O estado funciona l pré-operatório do não cortar a superfície articu lar da tíbia conforme realiza
nervo deve ter sido observado e registrado. Tow ne et ai. e a osteotomia. Afaste essa camada proximalmente no
Novich e Newa rk recomendaram exploração precoce de nível do epicônd ilo femora l lateral e no septo intermus-
um nervo fibular com déficit com reparo defin itivo, quando cu lar latera l.
indicado. Defendemos reparar as extrem idades do nervo •Se o terço posterior do trato iliotibial for liberado da sua
quando há rompimento completo, para torná-lo fácil de in serção no epicôndilo, ou se ele estiver lesionado con-
loca lizar para reparo posterior. forme é comumente encontrado, ele deve ser fixado
•O nervo ocasiona lmente apresenta um tipo de lesão por nesse loca l na conclu são do reparo quando a inserção
estiramento com rompime nto intrafascicu lar em inúmeros está fi xa da ao tubérculo de Gerdy. Essa refl exão proxi-
níveis e, portanto, não é suscetível a um reparo bem- mal do trato iliotibi al e do retináculo extensor patelar
suced ido. Mesmo assim, quando o reparo é indi cado, latera l recobre a camada mais profunda (ca mada Ili) do
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO GDllll
iliotibial
'/ Ligamento
lateral
colateral
Bíceps
femoral
A B e
Cápsula
posterior
D E
O@ll;fflmD Reparo da lesão aguda do compartimento lateral (l ig amento colateral). A, Incisão da pele (ver texto) . B, Entrando
entre a borda posterior da banda iliotibial e a borda anterior do bíceps femoral. C, Exposição das estruturas capsulares mediolateral e
posterolaterais e ligamento colateral lateral. D, Reinserção do ligamento colateral lateral e tendão poplíteo ao fêmur após o reparo
da cápsula lateral. E, Avançando a borda lateral da cápsula posterolateral anteriormente e suturando a cápsula mediolateral e a borda
posterior do ligamento colateral lateral. A borda lateral da cabeça lateral do músculo gastrocnêmio é suturada tão anteriormente
quanto possível ao longo do complexo ligamentar reconstruído . VEJA A TÉCNICA 45-8.
compartimento lateral e possibilita a cuidadosa identifi- •Se a lesão capsular não for grande o suficiente para permitir
cação das estruturas estabilizadoras importantes do canto a completa inspeção do corno posterior do menisco lateral
posterol ateral. A dissecção e a identificação dessas estru- e a inserção tibial do ligamento cruzado posterior, faça uma
turas são fundamentais para o reparo. incisão vertical na cápsula entre o ligamento colateral lateral
• O ca nto posterolateral, muitas vezes, apresenta a lesão e o tendão poplíteo. Tome cuidado para não cortar o tendão
mais grave nas lesões do compartimento lateral. O inte- poplíteo conforme ele se direciona a partir da sua origem
rior do compartimento posterior pode ser explorado posterior através do hiato capsular se insere profundo e
através de lesões da cápsula posterolateral, mas uma anteriormente ao ligamento colateral lateral.
artrotomia anterolateral é geralmente necessária para •Com o joelho flexionado em 90 graus para relaxar a
toda a exploração da articulação. cápsula posterior para afastamento, inspecione o corno )
lmD PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
A B e
IUdll;fflrlJD A, Reparo da avulsão da inserção femoral do ligamento co latera l lateral e tendão pop líteo com uso dos orifícios
t ransósseos perfu ra dos. B, Repa ro da lesão de média substância do t endão pop líteo co m sutura do t ipo Bunnel l. C, Reparo da avu lsão
m usculoten dinosa do pop lít eo por t enodese do t endão no aspecto post erior da tíb ia com suturas transósseas do t ipo Bunn ell. VEJA A
TÉCNICA 4 5-8.
do tipo Bunnel l (nº 2 Polydek) através dos orifícios perfu- •Em seguida, passe o enxerto sob o tendão restante do
rados para sair na superfície anterolateral da tíbia perto bíceps e da metade posterior da banda il iotibia l para a
do tubérculo de Gerdy (Fig . 45-83 C). Âncoras de sutura parte lateral do fêmur.
podem ser utilizadas em seu lugar. •Solte o nervo fibular a partir do tendão do bíceps para
•Se o reparo do poplíteo for tênue, ele pode ser aumen- evitar a tensão no nervo quando o enxerto é avançado.
tado com uma tira da banda iliotibial. Remova e tubulize •Determine o ponto isométrico para fixação femoral,
uma fai xa da banda iliotibial com 2 cm de largura, dei- perfurando com um fio de Kirschner perto da inserção
xando-o inserido ao tubérculo de Gerdy. Utilizando um femoral do ligamento colateral lateral. Traga o enxerto
guia de perfuração padrão do ligamento cruzado ante- sobre o fio de Kirschner e marque com azul de meti-
rior, crie um túnel do tamanho do enxerto de anterior a leno onde ele toca o fio. Mova o joelho através do
posterior na tíbia proxima l lateral, 2 cm aba ixo e para lelo arco de movimento e observe a re lação entre a marca
à linha de articulação e sa indo no tendão pop líteo através e o f io de Ki rschner. Repos icione o f io de Ki rsc hner
da tíbia. Passe o enxerto de anteri or a posterior através do até que haja mín imo movimento da marca com re lação
túnel e fixe-o ao tendão poplíteo a partir da tíbia para o ao fio.
fêmur com suturas. •Uma vez determinada a posição isométrica, fixe o enxerto
•Se o fascículo poplíteo fibular estiver lesionado, repare-o no fêmur com um parafuso esponjoso de 6,5 mm e arruela
com suturas. e para o tendão poplíteo com suturas separadas.
•Se o ligamento tiver sido avulsionado do estiloide fibular, •Agora, comece o reparo do ligamento colateral lateral.
suture o ligamento, passe através de orifícios perfurados A técnica escolhida depende do nível da lesão.
na fíbula de posterior a anterior, e amarre sobre uma •Prenda as avulsões das inserções ósseas femoral ou fibular
ponte óssea. com suturas do tipo Bunnel l não absorvíveis (Fig . 45-84A).
•Quando reforço é necessário para o fascícu lo pop líteo Raramente o ligamento colatera l lateral irá avulsionar
fibu lar, reti re um enxerto do terço centra l do tendão do com um fragmento ósseo suficiente para possibil itar a
bíceps, dissecando o tendão do seu ventre muscular. reinserção com um parafuso ou grampo.
• Deixe essa faixa do tendão inserida à fíbu la, estenda-a • Se ele for lesionado dentro da sua substância, aproxime as
proxima lmente 12 cm e faça a sua transecção. Como o extremidades com suturas não absorvíveis (Fig. 45-84 B).
tendão da inserção na fíbula é anterior à inserção poste- Reforce esse reparo tênue com uma fa ixa do tendão do
rior normal do fascícu lo poplíteo fibular, o enxerto deve bíceps (6 a 8 cm de comprimento), deixando a inserção
ser passado posterior e abaixo do terço posterior restante distal na fíbu la. Coloque essa fa ixa ao longo do ligamento
do tendão do bíceps. colateral lateral, suture-a ao ligamento e fixe-a na inser-
•Coloque o enxerto sob tensão e suture-o à fíbula poste- ção femoral do ligamento com mú ltiplas sutu ras não
rior para recriar a origem fibu lar do ligamento poplíteo absorvíveis ou um parafuso esponjoso de 6,5 mm e liga-
fibu lar. mento arruela. )
lllllm) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
•Se o ligamento capsular médio lateral tiver sido avulsio- através de orifícios perfurados no fêmur para o lado oposto,
)
nado, reinsira-o com suturas não absorvíveis tracionadas e amarrando-o sobre a ponte óssea. Como alternativa,
por orifícios perfurados através de platôs da tíbia e amar- ele pode ser reinserido com âncoras. A fa lh a em restaurar
radas sobre uma ponte óssea mediaimente ou com essa inserção epicondilar do trato iliotibial pode resultar
âncoras. em instabilidade varo e perm itir rotação interna excessiva,
•Agora dirija sua atenção aos complexos do ligamento especialmente se o ligamento cruzado anterior também
arqueado, popliteofibular e fabelofibular. for deficiente.
•Se eles foram lesionados a partir da sua inserção do esti- • Se a estabi lidade permanecer precária por causa da qua-
loide fibular, prenda-os com suturas não absorvíveis. lidade do tecido reparado ou da condição patológica,
• Se eles foram lesionados na extremidade superior, prenda-os transferências do tendão do bíceps, músculo gastrocnê-
ao periósteo abaixo da cabeça lateral do gastrocnêmio. mio e banda iliotibial podem ser feitas para reforçar o
•Se eles foram lesionados dentro da sua substância, apro- reparo . Esses procedimentos são descritos na seção sub-
xime-os sob tensão com múltiplas suturas não absorvíveis sequente de reconstrução .
e separadas. •Feche a incisão sobre drenas após o torniquete ter sido
•Aumente a tensão, avançando a sua margem lateral ante- esvaziado e após obter hemostasia.
riormente em torno do canto posterolateral e suturan-
do-a sobre a margem posterior da cápsula mediolateral e CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O reparo pode ser pro-
margem posterior do ligamento colateral lateral (Fig . tegido apl icando um gesso longo com o joelho flexionado
45-81 E). 30 graus, mas preferimos permitir o movimento prote-
•É necessário fixar o complexo ligamentar arqueado em gido imediato, colocando o joelho em uma órtese de
torno do canto posterolateral para restaurar a estabili- movimento controlado, que é inicialmente bloqueado em
dade do compartimento lateral. extensão completa. A perna é removida da órtese várias
•Em seguida, traga a borda latera l da cabeça lateral do vezes ao dia para exercícios de movimento.
gastrocnêmio o mais anteriormente possível e prenda-a
sobre o complexo ligamentar arqueado reconstruído.
• Feche o intervalo entre a borda posterior da banda il ioti-
bial e o bíceps femoral com suturas separadas. • RECONSTRUÇÃO DO COMPARTIMENTO LATERAL
• Se o trato ili otibia l e retináculo pate lar lateral tiverem A reconstrução das estruturas do compartimento lateral é menos com-
sido liberados do tubércu lo de Gerdy e afastados proxi- preendida e menos frequentemente necessária que a reconstrução
malmente, fixe o botão do osso de volta ao seu leito na das estruturas do compartimento medial. Assim como a recons-
tíbia anterolateral com um grampo ou um parafuso com trução do compartimento medial, a reconstrução lateral deve ser feita
arruela dentada. para corrigir as deficiências funcionais e não simplesmente para restau-
•Se o terço posterior do trato iliotibial tiver sido lesionado ração anatômica. As instabilidades laterais geralmente são complexas e
ou destacado a partir da área epicondilar lateral perto do incluem rotação, assim como os componentes varo e anteroposterior.
septo intermuscular lateral, fixe-o ao leito ósseo. Preferi- O primeiro requisito é uma classificação precisa da instabilidade. Esse
mos fazer isso com entrecruzamento, à moda de Bunnell, conhecimento possibilita uma técnica cirúrgica racional.
com uma grande sutura não absorvível nº 2, passando Os princípios cirúrgicos básicos são os mesmos que aqueles para
o lado medial: (1) restauração da tensão normal das estruturas
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOE LH O GIDlll
ligamentares capsulares e colaterais a partir do eixo mediolateral da externa, o aumento da rotação externa associado às lesões do liga-
tíbia para a linha média posteriormente, (2) reforço das estruturas por mento cruzado posterior indicam a instabilidade posterolateral.
sutura da fáscia quando a qualidade do tecido é ruim, (3) preservação Nesta instabilidade, a reconstrução isolada do ligamento cruzado
do menisco se ele puder ser reparado, (4) reforço dos tecidos recons- posterior, com persistência da rotação externa excessiva da tíbia,
truídos com transferências dinâmicas e (5) cuidado pós-operatório pode causar rotação medial da inserção tibial do enxerto do liga-
adequado e medidas de reabilitação. Os mesmos princípios gerais mento cruzado posterior e frouxidão do enxerto por causa da dis-
sobre os pontos de inserção isométricos e tensão adequada discutida tância encurtada para a sua inserção no côndilo femoral medial.
na seção sobre as reconstruções mediais se aplicam para as reconstru- Várias técnicas para reconstrução das estruturas posterolate-
ções laterais também. Em um estudo com cadáver, Kamath et ai. rais foram sugeridas, mas nenhuma teve sucesso universal. Em geral,
identificaram a origem do ligamento colateral lateral em 58% em toda tentamos corrigir essa difícil instabilidade através da reconstrução
a largura do côndilo e 2,3 mm distal à linha de Blumensaat, com combinada do ligamento cruzado posterior com reconstrução do
menos de 5 mm de variação da média em todas as amostras. canto posterolateral, tentando restabelecer os complexos .arqueado
A maioria das reconstruções do compartimento lateral é e poplíteo como descrito previamente neste capítulo (Técnica 45-8).
necessária para tratar as instabilidades rotatórias complexas combi- Embora Hughston e Jacobson tenham relatado excelentes resultados
nadas. Portanto, as técnicas descritas geralmente são combinadas com a sua técnica para instabilidade lateral e posterolateral, os crí-
com a reconstrução do cruzado anterior ou posterior. ticos argumentam que essa reconstrução não é isométrica e, conse-
Os tipos de instabilidade lateral mais comuns são instabilidade quentemente, afrouxa ao longo do tempo. Em nossa experiência,
rotatória anterolateral, instabilidade rotatória posterolateral e insta- essa técnica é adequada para instabilidade posterolateral leve a
bilidade rotatória anterolateral e anteromedial combinada. Obvia- moderada, mas não é suficiente para instabilidade grave associada à
mente, nem toda a instabilidade do compartimento lateral requer lesão do ligamento cruzado posterior. O procedimento não deve ser
todos os procedimentos descritos aqui. O cirurgião deve determinar realizado se os tecidos posterolaterais forem inadequados, finos ou
durante a operação qual é o procedimento necessário sozinho ou fibrosados (esses joelhos exigem a reconstrução com enxerto) ou em
qual combinação de procedimentos é necessária com base na loca- joelhos alinhados em varo. Neste caso, a reconstrução do ligamento
lização e no grau de frouxidão, da quantidade de fibrose e da quali- cruzado posterior (intra-articular) deve ser combinada com a
dad e do tecido disponível para reconstrução. reconstrução posterolateral pela técnica descrita por Müller, Clancy,
Durante a avaliação pré-operatória, o joeil10 deve ser inspecio- Warren ou Noyes (veja também, em inglês, o Vídeo 45-4). (tJ..ILJ
nado cuidadosamente para quaisquer sinais de alinhamento varo ósseo
e varo durante a ambulação. Noyes descreveu um joefüo triplo varo que
tem alinhamento em geno varo, instabilidade em varo ligamentar e
bocejo lateral ou em varo na fase de apoio da ambulação. As reconstru-
RECONSTRUÇÃO DAS ESTRUTURAS
ções de partes moles isoladas nesses joefüos vão falhar porque as forças POSTEROLATERAIS PARA
em varo vão estirar o reparo; osteotomia valgizante deve ser feita antes INSTABILIDADE POSTEROLATERAL
ou no momento da estabilização posterolateral. A correção do mau LEVE OU MODERADA
alinhamento ósseo vai proteger a reconstrução e pode eliminar os sin-
tomas de instabilidade sem reconstrução de partes moles. Um estudo TÉCNICA
com cadáver mostrou que a osteotomia proximal da tíbia em cunha de
abertura medial diminuiu a frouxidão em varo e a rotação externa nos (H UGHSTON E JACOBSON)
joefüos com deficiência do canto posterolateral, em parte devido ao
aperto do ligamento colateral medial superficial. As consequências de •Após a indução da anestesia geral, realize outro exame
longa duração do aumento da força sobre o ligamento colateral medial completo dos ligamentos do joelho e compare os achados
superficial são desconhecidas. com a avaliação pré-operatória.
A translação anterior e posterior da tíbia sobre o fêmur, assim •Após preparado o membro inferior, faça uma incisão ante-
como a instabilidade rotatória, pode ser controlada por procedimen- ro media l (descrita adiante) que possibilite o exame dos
tos extra-articulares, por uma substituição intra-articular do liga- meniscos, patela, ligamentos cruzados anterior e posterior,
mento cruzado anterior ou cruzado posterior, ou através de uma côndilos femurais, platôs tib iais e bolsa suprapatelar.
combinação de reconstrução intra-articular e extra-articular. A •Com a articu lação do joelho aberta, repita o exame dos
substituição intra-articular do cruzado é descrita nas seções de ligamentos; uti lize uma régua para med ir a quantidade
reconstrução do cruzado anterior e cruzado posterior. Os procedi- de deslocamento tibiofemoral.
mentos extra-articulares comuns utilizam a banda iliotibial, o bíceps •Flexione o joelho a 90 graus com o joelho na posição
e o gastrocnêrnio corno urna parte ou um reforço da reconstrução vertical e o pé apoiado na mesa de operação.
ligarnentar capsular e colateral. •Faça a incisão lateral de taco de hóquei começando sobre
o aspecto anterolatera l da perna em um ponto entre o
• INSTABILIDADE ROTATÓRIA POSTEROLATERAL tubérculo de Gerdy e a tuberosidade da tíbia. Estenda a
Os pacientes com deficiência isolada do ligamento cruzado poste- incisão proximalmente em cerca de 2 cm anterior e para-
rior frequentemente não têm sintomas importantes de instabilidade lela à margem posterior do trato il iotib ial por aproxima-
do joelho; no entanto, se a lesão do ligamento cruzado posterior damente 20 cm (Fig. 45-85 A).
estiver associada a outras deficiências, é comum haver instabilidade •Disseque um reta lho posterior entre os planos superficial
grave e incapacitante. Um dos tipos mais comuns e incapacitantes é e profundo da f áscia para manter o sangue e o nervo e
a instabilidade rotatória posterolateral. Além da translação posterior para minimizar a fibrose.
da tíbia, a tíbia apresenta rotação externa excessiva, causando um • Faça a incisão da fáscia profunda posterior ao tendão do
grave fenômeno de pivot shift reverso. Como o seccionamento sele- bíceps e identifique e mobilize os nervos fibular comum e )
tivo do ligamento cruzado posterior isolado não aumenta a rotação
PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
poplíteo
Li gamento
colateral
lateral
A B
h!ijll;hjrlJD A, Incisão inicia l para reconstru ção lateral. B, Retra ção da banda iliotibial revela a superfície superficia l do ligamento
capsu la r lateral, tend ão poplíteo e ligamento colateral late ral. (Redesenhada de Hughston JC, Jacobson KE: Chronic posterolateral rotatory
instabil ity of the knee, J Bane Joint Surg 67 A:351, 1985.) VEJA A TÉCNICA 45-9.
sural lateral a partir da sua fáscia circundante. Se o neNo exam ine o menisco lateral. Se ele estiver lesionado, remo-
)
f ibular comum não for mobilizado, ele pode se tornar deslo- va-o ou repare-o como descrito na Técnica 45-1.
cado em um curso tortuoso durante o avanço das unidades •Em seguida, incise a banda iliotibial na sua borda anterior
musculotendíneas e ligamentos durante a reconstrução. em linha com as fibras que a sepa ram da fáscia lata, libe-
• Em segu ida, identifique o tendão da cabeça lateral do gas- re-a dos tecidos sinoviais subjacentes e vasto latera l, e
trocnêmio distalmente e mobi lize-o proximalmente conforme retraia posteriormente para expor o cônd ilo femoral lateral.
ele passa profundo ao tendão do bíceps e trato iliotibial. •Na área de exposição posterolateral, faça uma incisão ao
•Em seg uida, incise lon gitud inalmente a banda ili oti bial em longo da borda latera l do tendão gastrocnêmio lateral
linha com suas fibras, aproximadamente 2 cm anteri or a através da parte posterior da cápsu la (fibras do ligame nto
sua borda posterior palpável, separando a banda ante- arqueado) distalmente ao nível do tendão poplíteo e sua
riormente a partir do trato posteriormente. aponeurose (Fig . 45-86 B, linh a AB).
•Estenda essa inc isão a partir do ponto médio do tubérculo •Em seg uida, com um osteótomo, contorne o ep icônd ilo
de Gerdy para aproximadamente 5 cm proximal ao femoral latera l anterior e proximal às in se rções do poplí-
cô ndilo femoral latera l. A retração dessa incisão da fáscia teo, do ligamento colateral lateral, e do tendão gastroc-
reve la a superfície superficial do li gamento capsu lar nêmio latera l e posterior à inserção do t endão gastrocnêmi o
latera l, com um relevo das estruturas profundas, o tendão para criar um retalho ósseo com essas estruturas inserid as
pop líteo, o ligamento co lat eral latera l e o tendão lateral (Fi g. 45 -86 B, linha BC) . O fragmento de osso deve ter
mobilizado do gastrocnêmio (Fig. 45-85 B) 0,6 a 0,9 cm de espessura e deve incorporar o osso
•Apalpe a origem do tendão poplíteo no sulco imediata- esponjoso subjacente.
mente anterior ao epicônd ilo lateral do fêmur e faça uma •Em segu ida, remova o ep icô ndilo com o osteótomo,
incisão caps ular latera l começando superiormente apro- conectando os cortes da osteotom ia na direção do eixo
ximadamente 2 mm anterior a esse tendão (Fig. 45-86 A). longitudina l do fêmur.
A incisão permanece anteri or ao ligamento colateral lateral • Retraia esse retalho de osso e inserção do complexo arqueado
e se estende distalmente ao nível do men isco lateral. Evite posteriormente, visualizando as intrassuperfícies articulares e
o recesso do poplíteo com essa incisão ob líqua e continue cursos das estruturas do complexo arqueado (Fig . 45-86 C).
a in cisão em uma direção vertica l dista lmente através da •Eleve o periósteo do côndilo f emoral lateral com um
porção meniscotibial da cápsu la. osteótomo e retraia -o anteriormente na borda do local
• Com os afastadores no loca l, realize um teste de gaveta da osteotom ia em preparação pa ra receber a porção
posterolat eral para confirmar e medir a quantidade de des- óssea do retalho do complexo arqueado .
locamento posterolateral, obseNando a rotação externa e •Antes de a restauração ser iniciada , no entanto, remova o
subluxação posterior do platô lateral da t íbia. Novamente, torniquete, assegure a hemostasia e irrigue a articu lação
CAPÍTULO 45 LE SÕES NO JOELHO Gim
A B e
h@mhimD A, Incisão capsular lateral imediatamente anterior ao ligamento colateral lateral e inserção do tendão pop líteo. B,
Linha AB é a incisão ao longo da borda lateral do tendã o gastrocnêmio lateral. Linha BC é a borda da área osteotomizada. Linha CD
é a incisão capsu lar lateral. C, Estruturas intra-a rt iculares expostas quando o comp lexo do ligamento arqueado é dobrado para trás.
Área preparada para receber a massa de osso também é mostrada . VEJA A TÉCNICA 45 -9.
do joelho. Feche as camadas profundas da incisão aproximando o ligamento arqueado em um ponto mais
anteromedial. proximal que a sua posição original. As suturas mais ante-
•Mantenha o quadri l em ap roxim adam ente 45 graus de riores fi xa m o ligamento arqueado e o tendão gastrocn ê-
flexão, fl exione o joelho aproximadamente 90 graus e mio lateral ao periósteo aproximadamente ao ponto de
mantenha o pé firmemente na mesa de operação. Peça inserção do septo intermuscular latera l (Fig . 45-87 A). O
para um assistente segurar a tíbia em leve rotação interna, avanço posterolateral e o fechamento do ligamento arque-
mantendo gentilmente uma tração anterior na tíbia para ado são necessários para obter e manter a estabilidade.
garantir uma postura redu zida e internamente rodada da •Avance o plugue ósseo com o complexo do lig amento
articu lação tibi ofemoral . arqu ea do inserido tão esticado quanto possível anterior-
• Ava nce o retalho do comp lexo arqueado e manten ha-o no mente e proxima lmente e fi xe-o à superfíci e anteriormente
ponto de sua fixação pretendida no côndi lo femoral lateral; preparada do côndilo femora l lateral com um grampo
coloque as suturas em "U" na incisão posterior ao longo (Fig. 45-87 B). Tenha certeza de que o grampo se encaixa
do tendão gastrocnêmio e da parte posterior da cápsula, nas inserções de tecido mole no plugue ósseo.
)
lllJID PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
•Agora real ize o teste de gaveta posterolateral novamente •Após obter a exposição lateral como anteriormente des-
)
para determinar se a instabilidade foi corrigida. Se o crito, determine cuidadosamente o estado do tendão
resultado do teste de gaveta ainda for positivo, retire a poplíteo. Em muitas instabilidades rotatórias posterolate-
reconstrução e corrija-a. A falta de correção geralmente rais, o tendão poplíteo estará lesionado e está afinado na
indica que o comp lexo arqueado foi insuficientemente área imediatamente abaixo de sua inserção femoral. Ins-
avançado, que a inserção distal não foi fixada, ou que as pecione o tendão a partir de sua inserção no côndilo
suturas foram incorretamente colocadas. Se o joelho tiver femora l no trajeto do hiato na cápsula latera l para a sua
sido estabilizado, amarre as suturas colocadas anterior- junção musculotendinosa.
mente no ligamento arqueado. •Se o tendão estiver adequado a partir do hiato distal-
•Em seguida, feche a incisão capsu lar anterolatera l. mente para a junção muscu lotendinosa, avance a sua
•Se a instabilidade anterolateral também estiver presente, inserção femoral com um pequeno bloco de osso como
avance o ligamento capsular lateral anteriormente e dis- se segue.
talmente e suture-o à tíbia. •Remova a inserção do poplíteo com um plugue ósseo de
•Sob tensão, suture o trato iliotibial no septo intermuscular 1 x 1 cm, e se houver frouxidão suficiente, envolva o
latera l. tendão em torno do bloco, rodando o bloco em 180
•O tendão do bíceps pode ou não ser avançado nas f ibras graus, puxando o tendão e, em seguida, reinserindo o
do trato iliotibial, quando uma reconstrução anterolatera l bloco em seu leito original com um grampo, um parafuso
extra-articu lar associada é realizada. com uma arruela dentada, ou suturas transósseas. Com
•Em seguida, feche as incisões na banda iliotibial e trato essa técnica, o tendão vai avançar de 1 a 1,5 cm .
iliotibial. • Se o tendão não estiver relaxado o suficiente para possi-
•Reexam ine o nervo fibular comum para ter certeza de que bilitar esta técnica, avance o plugue ósseo proximal mente
o tensionamento dos tecidos durante a reconstrução não e anteriormente para colocar o tendão poplíteo sob
o colocou sob tensão. tensão adequada e prenda-o a um leito ósseo de maneira
•Obtenha a hemostasia final, feche os tecidos subcutâneos seme lh ante. De acordo com Müller, é importante avançar
e a pele, e aplique um curativo de compressão. e ajustar a tensão no poplíteo e o ligamento colateral
•Originalmente, Hughston e Jacobson recomendaram lateral separadamente, uma vez que essas duas estruturas
imobilização gessada com o joelho flexionado em 45 muito importantes seguem em diferentes direções. Avan-
graus e a tíbia em li geira rotação interna. Mais recente- çá-las em conjunto altera esse arranjo anatômico normal.
mente, uma órtese de movimento controlada tem sido •Se o tendão poplíteo tiver sido alongado e afinado por
utilizada com o joelho em 45 graus de flexão. uma grave lesão inicial, crie uma substitu ição para o
tendão e sua fun ção. Isso pode ser realizado por várias
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O arco de movimento é técnicas.
permitido em flexão, mas a extensão é bloqueada em 45 •Se a lesão inicial tiver ocorrido na junção musculotendi-
graus. O movimento em flexão não vai alongar as estru- nosa e houver suficiente tendão dista l, fixe a junção mus-
turas latera l e posterolatera l reconstruídas se os locais culotendinosa na tíbia posterolateral por meio de uma
da inserção estiverem razoavelmente isométricos. Qual- sutura transóssea ou âncora, como anteriormente des-
quer movimento em flexão movimenta as superfícies crito em reparos do compartimento latera l.
articulares, especialmente a articu lação patelofemoral. •Se isso for impossível ou se o tendão estiver ausente, utilize
A falha em mover a articu lação pate lofemora l muitas uma faixa de tecido modelada a partir da banda iliotibial
vezes resulta em problemas de condromalacia sintomá- ou tendão do bíceps para substituí-lo adequadamente.
tica. A órtese é ajustada periodicamente para possibilitar •Se a banda iliotibi al for a doadora, modele uma faixa 1,0
o aumento da extensão começando pela terceira ou a 1,5 cm de largura a partir da porção média da banda
quarta semana. O suporte de peso parcial é permitido iliotibial, longa o suficiente para passar do tubérculo de
desde o início, objetivando o suporte de peso total Gerdy para o canto posterolateral do joelho e, em seguida,
quando a órtese é descontinuada após 8 semanas, desde
diagonalmente para trás da inserção anatômica do tendão
que a extensão esteja dentro de 5 graus.
poplíteo. Utilize um fio de sutura para estimar o comp ri-
mento desejado, que gera lmente é 16 a 20 cm. Deixe a
faixa da banda iliotibial inserida no tubérculo de Gerdy e
rebata-a dista lmente (Fig. 45-88 A).
RECO!'JSTRUÇÃO DO TENDÃO • Em seguida, faça um túnel através do platô lateral da tíbia
POPLITEO UTILIZANDO O TRATO de anterior a posterior com o uso de uma broca de perfu-
ILIOTIBIAL PARA INSTABILIDADE ração de 4,5 mm. O orifício posterior deve emerg ir ime-
diatamente abaixo da cartilagem articu lar do platô latera l
POSTEROLATERAL da tíbia adjacente ao su lco normal do tendão poplíteo.
TÉCNICA •Coloque uma sutura na ponta da faixa da banda iliotibial
e passe esta faixa através do túnel no platô lateral da tíbia
(MÜLLER) de anterior a posterior com um passador de sutura.
Puxe-a firmemente através da abertura no túnel no canto
• Müller afirmou que as estruturas-chave do canto poste- posterolateral do joelho.
ro lateral do joelho na instabilidade rotatória posterolate- •Em segu ida, incorpore-o na cápsula lateral, paralela ao
ral são o poplíteo e seu tendão. curso normal do tendão poplíteo e puxe-o anteriormente
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fJm
O@ii;f4imD Bypass poplíteo com uso de enxerto a partir da porção anterior do trat o iliotibial. O enxerto é passado através de
túnel transósseo a partir da área do tubérculo de Gerdy para o canto posterolateral do joelho (A), segurando as estruturas ligamentares
popliteofibular e, em segu ida, diagonalmente (B), replicando o curso do tendão poplíteo . Em seg uida, é inserido perto da inserção do
poplíteo no fêmur imediatamente anteri or à inserção do ligamento co lateral lateral . (De Müller W: The knee: form, function, and ligamen-
tous reconstruction, New York, 1983, Springer-Verlag.) VEJA A TÉCNICA 45-10.
e superiormente para a área de inserção do tendão poplí- •Fixe a extremidade da faixa de tendão ao fêmur com uma
teo sobre o fêmur. Aqui, com o joelho flexionado 90 sutura transóssea, âncora, um grampo, ou um parafuso
graus e a tíbia em rotação interna, fixe-o sob tensão com com uma arruela dentada (Fig. 45-89 B).
uma sutura transóssea, âncoras, um grampo ou um para- • Feche a incisão da artrotom ia posterior com mú ltiplas
fuso com uma arruela dentada (Fig. 45-88 B). A via de suturas absorvíveis.
passagem na cápsu la posterior e comp lexo arqueado é •Antes de terminar o fechamento, inspecione a cápsula
mais bem desenvo lvida com uma pin ça curva. posterior para ter certeza de que ela não está muito
•Para auxi liar na revascu larização e reco lagenização, cubra rela xada; se ela estiver, prenda a cápsu la posterior e a
a faixa transplantada com sinóvia ou outro tecido mole inserção do li gamento coronário do corno posterior do
ao longo do seu curso e não deixe que se comun ique menisco late ral em uma superfície óssea rugosa na parte
com as estruturas intra-articulares. posterior da tíb ia com suturas transósseas ou âncoras
•Se a banda iliotibial não for adequada como doadora, (Fig. 45-90). Se a cápsula mediolateral estiver relaxada
mobilize a faixa de tendão do bíceps deixada inserida à anterior ao ligamento co late ral latera l, puxe-a firme-
fíbula, com o seu comprimento determinado como des- mente para um leito ósseo renovado com suturas tran-
crito anteriormente (Fig . 45-89 A). A espessura da faixa sósseas ou âncoras.
deve ser aproximadamente um terço do tendão do bíceps. • Uma vez concluída a reconstrução do tendão poplíteo e
• Em seguida, crie um canal de pa rtes moles da cabeça da dos ligamentos coronários e capsulares, reconstrua o com -
fíbu la para o canto posterolatera l da tíbia na região do plexo li gamentar arqueado. Muitas vezes, é difícil loca liza r
sulco para o tendão pop líteo . o local de uma lesão antiga no complexo ligamentar arque-
• Feito isso, passe a fa ixa de tendão a partir da cabeça da ado por causa de extensa f ibrose posterolatera l.
fíbu la através dessa via de passagem na tíbia. • Se o complexo estiver desinserido da sua inserção poste-
•Em um local abaixo da carti lagem articu lar adjacente ao ro lateral na tíbia, reinsira-o para uma superfície óssea
sulco para o tendão poplíteo na parte de trás da tíbia, ren ovada por meio de suturas transósseas ou âncoras
renove o osso com um osteótomo . Fixe a fa ixa do tendão imediatamente abaixo da tíbia na cartilagem articular
do bíceps com uma sutura transóssea, âncora ou para- posterolateral (Fig. 45-91 ).
fuso com uma arruela dentada, de modo que sua porção •Se tiver sido solto a partir do f êmur superiormente, avan-
livre possa ser puxada anteriormente e superiormente ce-o por su turas tran sósseas ou âncoras para uma super-
através da cápsu la posterolateral até a sua inserção perto fície óssea na parte de trás do côndilo femoral lateral,
da inserção anatômica do tendão poplíteo . superior à margem articu lar lateral. )
lllllJD) PARTE XIII MEDICINA ESPORTI VA
O[§l!;f4mD A, Bypass poplíteo com uso de enxerto pediculado do tendão do bíceps. B, Isso tem efeito de restaurar parte da
inserção do ligamento arqueado, reinserindo o ligamento arqueado para trás da tíbia, simu ltaneamente fechando o recesso tibiome-
niscal anormal que se forma posterolateralmente. (De Mü ller W: The knee: form, function, and ligamentous reconstruction, New York, 1983,
Sprin ger-Verl ag.) VEJA A TÉCNICA 45-10.
1
1
I
I
I
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A e
colateral
colateral lateral
lateral
comum
do bíceps
D E
músculo do bíceps abaixo dessa porção inferior da banda cando-o proximalmente à parte larga do côndilo lateral
)
il1 ot1b1al , de modo que o tendão possa ser fixado ao epi- (Fig . 45-93 D)
côndilo femora l lateral. •Perfure um orifício de 3,2 mm na região imedi atamente
•Em seguida, libere o epicônd il o livre dos tecidos moles superior ao epicôndilo femora l lateral e ligeiramente pro-
circundantes, expondo as fibras de inserção superiores do ximal ao côndilo femoral medial, evitando o túnel para o
ligamento colateral fibular (Fig . 45-938 e C). enxerto do ligamento cruzado posterior no côndilo .
•Crie um a su perfície de 1.3 x 2,5 cm de comprimento •C oloque um parafuso de 6,5 mm com arruela denteada
na porção superior do epicôndilo femoral latera l, disse- no orifício.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO GE!ll
•Resseque as 2 polegadas distais do músculo bíceps longe •Perfure um túnel de 9 mm sobre este pino-guia, e alise
)
do tendão; de outro modo, a fixação do tendão no epi - os locais de entrada e saída com um raspador.
côndilo femoral latera l é impossível por causa da interpo- •Identifique as inserções femo rais do ligamento colateral
sição do múscu lo. lateral e do tendão poplíteo. Os pontos médios dessas
•Traga o tendão do bíceps com as suas inserções do li ga- duas estruturas foram re latados como tendo 18,5 mm
mento arqueado proximalmente, faça a volta sobre o entre si.
parafuso e fixe-o no local (Fig . 45-93 E e F) •Perfure dois fios-guia perfurados de latera l para antero-
•Mova o joelho através de um arco de movimento com- media l através do fêmur nesses locais de inserção. Uti lize
pleto e novamente teste a frouxidão e a rotação externa uma broca de 9 mm por uma profundidade de 20 mm
em varo. Se a estabi lidade estática for satisfatória, co loque para preparar os túneis femora is.
os drenos e feche a ferida. •Se houver qualquer processo patológico intra-articular a
ser tratado, remova os fios-guia e real ize qualquer proce-
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Se o ligamento cruzado dimento artroscópico intra-articular ou de reconstrução
posterior t iver sido reconstruído, o joelho é mantido em do ligam ento cruzado, conforme necessário.
extensão completa por aproximadamente 6 semanas. Se •Uma vez tratadas a carti lagem articu lar e as anorma li da-
nenhum outro procedimento tiver sido rea lizado ou se o des do menisco, passe os enxertos de ligamento cruzado
ligamento cruzado anterior tiver sido reconstruído, o em seus respectivos tún eis femorais e fi xe-os lá. A ordem
joelho é mantido em aproximadamente 30 graus de para fixação final do enxerto é (1) fi xa r o enxerto do
flexão por 6 semanas. ligamento cruzado posterior na tíb ia, (2) fixar os enxertos
posterolatera is pa ra a fíbu la e tíb ia, e (3) fixar o enxerto
do ligamento cruzado. anterior na tíbia.
• Prepare os enxertos a partir de um aloenxerto de tendão
Mais recentemente, LaPrade et ai. descreveram uma recons- de Aquiles, divida longitud ina lmente e prepare dois
trução posterolateral anatômica do joelho com base na anatomia plugues ósseos de 9 x 20 mm para os túneis do fêmur.
da inserção quantitativa do ligamento colateral lateral, do tendão Tubulize os tendões e dimensione-os para se ajustar aos
poplíteo e do fascículo poplíteo fibular. Eles relataram melhora nos túneis da tíbia e da fíbula.
resultados clínicos e estabilidade objetiva em 64 pacientes com •Coloque as sutu ras que passam nos plugues ósseos nos
instabilidade crônica posterolateral de grau III no seguimento de furos do f io-guia e puxe os plugues ósseos para os túneis
4 anos. Dezoito dos seus pacientes tiveram reconstrução isolada do fêmur. Fixe os plugues ósseos na parte superior dos
posterolateral do joelho, e 46 tiveram uma reconstrução multiliga- túneis do fêmu r com parafusos de interferência canula-
mentar em um único estágio que incluiu um ou ambos os ligamen- dos de 7 mm.
tos cruzados. •O enxerto f ixado no sulco poplíteo é utilizado para
reconstruir a função estática do tendão poplíteo. Passe-o
distalmente através do hiato poplíteo.
RECONSTRUÇÃO ANATÔMICA •O segundo enxe rto, fixado proximalmente e posterior-
..
POSTEROLATERAL DO JOELHO PARA mente ao epicônd ilo femoral latera l, é utili zado para
reconstrui r tanto o ligamento colateral latera l e o liga-
LESÃO POSTEROLATERAL DE GRAU Ili mento popliteofibu lar. Passe-o medial (profundo) à
TÉCNICA camada superficial da banda iliotibial e do braço anterior
da cabeça longa do bíceps femo ral, segu indo o caminho
(LAPRADE ET AL.) normal do ligamento colateral lateral. Em seguida, passe
o enxerto através do túnel da fíbula em uma direção
• Faça uma incisão em taco de hóquei para ter acesso às posteromedial.
estruturas posterolaterais do joelho. Identifique os locais •Fixe o enxerto posterolateral passado através do túnel da
da inserção do ligamento colatera l lateral no aspecto fíbula com um parafuso canulado de 7 mm com o joe lho
lateral da cabeça da fíbula e o ligamento poplíteo fibu lar em 30 graus de flexão, a tíbi a em rotação neutra e uma
na face posteromedial do esti loide da fíbu la. leve força em valgo para reduz ir qualquer potencial gap
•Com a ajuda de um guia de reconstrução canulado de no compartimento latera l.
ligamento cruzado, faça uma perfuração com f io-guia • Utilize a porção restante do enxerto, que agora está medial
através da inserção do ligamento colateral latera l em uma à fíbu la, para reconstruir o ligamento poplíteo fibular.
direção posteromedial em direção à inserção do liga- •Passe tanto o enxerto do ligamento poplíteo f ibu lar
mento poplíteo fibular. Perfure um túnel de 7 mm sobre quanto o enxerto do t endão poplíteo de posterior a ante-
o fio-guia. rior através do túnel da tíbia e tensione-os aplicando uma
• Identifique o sulco poplíteo na parte posterior da tíbia, força anterior com o joelho flexionado em 60 graus e a
que marca a loca lização da junção musculotendinosa do tíbia em rotação neutra.
músculo poplíteo, por pa lpação através do interva lo entre •Fixe os enxertos no túnel tibial com um parafuso de
a cabeça lateral do gastrocnêmio e o sóleo. interferência canulado de 9 mm (Fig . 45-94).
•Perfure um fio-guia transtibia l de anterior, no ponto plano
imediatamente dista l e med ial ao tubércu lo de Gerdy, a CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os pacientes são man-
posterior neste su lco. Utilize um grande afastador de tidos sem suporte de peso pelas primeiras 6 semanas após
Chand ler para proteger o feixe neurovascular. a cirurgia. Para as primeiras 2 sema nas, exercícios para o )
lllJI) PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
quadríceps e elevação da perna reta estend ida são reali- externa primária por causa do ligamento popliteofibular intacto rema-
)
zados em um imobilizador de joelho e exercícios de arco nescente. Portanto, tanto para as lesões posterolaterais agudas quanto
de movimento são f eitos sem imob il izador, com um obje- para as crônicas, reparo ou reconstrução do ligamento colateral
tivo de pelo menos 90 graus de flexão no final da segunda lateral, do tendão poplíteo, sua inserção para a tíbia e do ligamento
semana. Estes são continuados pelas próximas 4 semanas, popliteofibular são recomendados.
durante as quais o arco de movimento é aumentado Em pacientes com instabilidade posterolateral crônica, o ali-
co mo tolerado. O suporte de peso é permitido em 7 nhamento do membro deve ser avaliado antes de a reconstrução
sema nas, e as mu letas são descontinuadas quando o posterolateral ser considerada. Se o paciente tiver alinhamento do
paciente pode andar sem mancar ou outra anorma li dade joelho em varo e um bocejo lateral na fase de apoio da marcha,
su t il na marcha ou padrões de compensação. Bicicleta reconstruções isoladas dos tecidos moles posterolaterais fa lham por
estacionária é perm itida, uma vez que foi possível obter causa do alongamento crônico repetitivo. Uma osteotomia valgi-
105 a 11 O graus de flexão do joelho. Nenhum exercício zante da tíbia proximal deve ser realizada antes ou simultaneamente
ativo para isqu iotibiais isolados é permitido pe los primei - com a reconstrução para corrigir o alinhamento e para proteger o
ros 4 meses após a cirurg ia. Exercícios limitados de resis- reparo. Em alguns pacientes, a osteotomia isolada pode aliviar os
tência são iniciados com um quarto do peso do corpo e sintomas de instabilidade posterolateral.
progred in do para metade do peso do corpo como tole-
rado, mas os pacientes são instruídos para não exceder
70 graus de flexão, enquanto rea lizam este exercícios de
leg press o u mini agac hame nto. Outros exercícios de OSTEOTOMIA VALGIZANTE DA TÍBIA E
suporte de peso para restaurar a propriocepção da arti- RECONSTRUÇÃO POSTEROLATERAL
culação e equi líbrio também são iniciados. De 4 a 6 meses
no modo pós-operatório, os pacientes trabalham no TÉCNICA
aumento da resistência, força e prop riocepção. Aos 7
meses (ou 9 meses para reconstruções comb in adas), se OSTEOTOMIA VALGIZANTE DA TÍBIA
liberados pelo seu cirurgião, os pacientes são permitidos •Faça uma longa incisão lateral longitudinal entre o tubér-
a retorn ar às ativid ades competitivas e dinâmicas. culo tibial e a fíbula, estendendo-se proxima lmente para
15 a20cm.
•Disseque a banda iliotib ial ao longo das suas bordas ante-
rior e posterior para a sua inserção no tubérculo de Gerdy.
• INSTABILIDADE POSTEROLATERAL COM •Prepare um plugue ósseo de 2 cm para um parafuso
JOELHO VARO esponjoso de 6,5 mm.
Os estudos biomecânicos de secção seletiva demonstraram que o liga- •Com o uso de uma serra de osso, remova o plugue ósseo
mento colateral lateral e o tendão poplíteo são os principais restritores com a banda il iotibial inserida (Fig . 45-95 A e B).
para a instabilidade posterolateral. A atenção tem focado sobre a ana- •Diferentemente da osteotom ia tibial proxim al para osteo-
tomia do canto posterolateral, em que uma inserção consistentemente artrite, a osteotom ia fibular é rea lizada no meio da diáfise.
forte do tendão poplíteo na fíbula foi encontrada - o ligamento popli- A art icu lação tibiofibular proxima l não é li berada, porque
teofibular. Tal ligamento é um importante componente da unidade isso permitiria migração proximal da fíbu la, com subse-
musculotendínea do poplíteo, e sua orientação anatômica realiza uma quente encurtamento das estruturas posterolaterais e
função de estabilização estática para resistir aos momentos de varo e exacerbação da instabi lidade posterolateral.
de rotação externa e forças posteriores. Em estudos de secção, a seção •Realize a osteotomia valgizante proximal da tíbia e, uma
do ligamento colateral lateral e a inserção do poplíteo na tíbia resul- vez que ela foi fechada, prepa re um leito ósseo distal ao
taram no aumento limitado na rotação primária em varo e rotação
CAPÍTULO 45 LE SÕES NO JOELHO fim
O@l!;fflmlla Osteot om ia da tíb ia em valgo para instab ilida de posterolateral crônica e alin hamento em va ro . A e B, A banda il ioti bial
é remov ida com o b loco de osso e ava nçada através da osteotomia. C, Bloco de osso é fixa do co m o parafuso esponjoso dist al à oste-
otom ia. (De Veltri DM, Warren RF: Treatment of acute and chronic injuries to the posterolateral and lateral knee, Oper Tech Sports Med 4: 174,
1996.) VEJA A TÉCNICA 45-13.
loca l da osteoto mia pa ra receber o plug ue ósseo com sua para a sua inserção f ibul ar (li ga mento pop liteofi bular).
banda iliotibial inseri da. (Opções para tratamento da lesão crôn ica do pop líteo
• Prenda o plugue no loca l com um pa rafuso esponjoso de incluem aquelas discutidas na Técn ica 45-8.)
6,5 mm (Fig. 45-95 C). Incline o parafuso distalmente • Se um autoenxerto do tendão patelar ipsolat era l tiver sido
para evitar o local da osteotomia . O avanço da banda utilizado para a reconstrução do ligamento cruzado, um
iliotibial aumenta a tensão na face lateral do joelho e autoenxerto do tendão patelar contralateral ou um alo-
ajuda a estabilizar a osteotomia. Se necessário, a fixação enxerto pode ser utilizado para reconstrução do poplíteo.
adicional é alcançada com grampos. O comprimento de um enxerto do tendão patelar é uma
• Após a osteotomia, a reconstrução posterolateral pode consideração importante para reconstrução posterolate-
ser realizada simultaneamente ou adiada até que os resul- ral. O enxerto do tendão patelar raramente excede 5 cm
tados clínicos da osteot omia sejam determinados. e pode não ser longo o suficiente para passa r dos túneis
da tíbia ou fíbu la posterolateralmente ao fêm ur, especial-
RECONSTRUÇÃO POSTEROLATERAL (Fig . 45-96) mente em joel hos ma iores. Nessas ci rcunst ãncias, um
•Se o alinhamento ósseo fo r aceitável ou tiver sido corri - aloenxerto do tendão de Aqu iles pode ser necessário. Na
gido, a atenção pode ser voltada à condição patológ ica reconstrução de um tendão poplíteo, tanto as inserções
do canto posterolatera l. tib iais quanto as f ibu lares devem ser t rat adas com um
• Se houver deficiência crôn ica do ligamento cruzado, recons- tendão patelar dividido ou aloenxerto do ten dão de
trua o ligamento, de preferência por técnicas artroscopica- Aqu iles divid ido.
mente assistidas. •Reconstrua o componente tibial do pop líteo, criando um
•Através dessas mesmas incisões laterais da pele, libere as túnel da t íbia de anterior a posterior na tíb ia lateral pro-
aderências entre o tendão do bíceps e a banda iliotibial para xima l, uti lizando um gu ia de perfuração padrão do liga-
perm itir que a banda iliotibial seja afastada anteriormente. mento cruzado anterior.
• Divida a banda iliotibial anteriormente no nível do epicôndilo •Comece o t únel 2 cm dista l e para lelo à lin ha art icular,
femoral lateral para deixar uma faixa de 5 cm composta de saindo onde o tendão pop líteo cruza a t íbia. Ant es de
uma banda iliotibial posterior. Isso pode ser afastado con - criar a inserção tibia l, identifique o nervo fibular e libere-o
forme necessário para expor o canto posterolateral. do colo da fíbula.
•Em seguida, faça uma incisão vertical na cápsula posterior •Crie um túnel de tamanho apropriado de posterior a
ao ligamento colateral lateral, expondo o aspecto poste- anterior na fíbula, começando distal e posterior ao esti-
rior da articulação na área do tendão poplíteo . loide fibular.
•Examine o ligamento colateral lateral e o tendão poplíteo •O local do túnel femoral para reconstrução é determinado
para determinar o loca l da lesão e a qualidade dos tecidos. por um isômetro. Perfure com um fio de Kirschner através
•Siga o pop líteo a partir da sua inserção femo ral proximal - do centro de rotação sob re o joelho, que é um ponto
mente para a sua inserção tibial dista lmente, assim como proxima l e posterior à inserção femora l do pop líteo. Passe )
llllJID PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Otijil@IJl!I!I Para reconstrução do poplíteo, a colocação do túnel femoral é determinada com isômetro (A), e o enxerto é passado
através dos túneis femoral e tibial e fi xa do com suturas amarradas sobre botões de ligamento (B) ou com parafusos de interferência .
O enxerto do tendão patel ar utilizado para reconstrução do fascículo poplíteo fibular (C) pode ser dividido para reconstruir ambos os
componentes (D). E, Lig amento colateral lateral é reconstruído com t erço central do tendão do bíceps. (De Ve ltri DM, Warren RF: Treatment
of acute an d ch ron ic injuries to t he posterolateral and lateral knee, Oper Tech Sports M ed 4: 17 4, 1996.) VEJA A TÉCNICA 45-13.
um fio de sutura no fio de Kirschner e, em seguida, túneis com pa rafusos de interferência ou com suturas no
)
passe-o de posterior a anterior através do túnel da tíbia plugue ósseo amarradas sobre um botão no córtex oposto .
e do túnel da fíbula. Prenda a extremidade livre do f io de • Quando um aloenxerto dividido do tendão de Aqui les é
sutura em um isômetro e movimente o joelh o através de utilizado, o plugue ósseo é fixado no túnel femoral com
arco de movimento comp leto, observando a mudança no um parafuso de interferência ou suturas no plugue ósseo,
comprimento do f io de sutura. Ajuste o fio de Ki rschner amarradas sobre um botão no cônd ilo femoral medial.
até que ocorra a menor mudança no comprimento. Em A porção tibial do en xerto do tendão é fixada à tíbia
seguida, passe o fio de Kirschner de lateral a media l proximal com um parafuso esponjoso de 6,5 mm e
através do fêmur e alargu e-o com broca de tamanho arruela de ligamento. A porçã o fibular pode ser f ixada
apropriado para criar um túnel femoral. dentro do túnel da fíbu la com sutu ras ama rradas sobre
•Ao colocar um enxerto, f ixe-o primeiro na cabeça da um botão ou um parafuso esponjoso de 6,5 mm e arruela
fíbula, tensione uma parte segurando o enxerto no túnel do ligamento sobre a parte anterior da fíbula.
femora l e, em seguida, prenda o en xerto no túnel t ibia l • Se apenas um componente do poplíteo for reconstruído,
sob tensão com a tíbia em rota ção neutra. o ligamento popliteofibu lar deve ser restabelecido, porque
• Se um enxerto dividido do tendão patelar for utilizado, os este tem um maior braço de alavanca para evitar a insta-
plugues ósseos podem ser fixados nos seus respectivos bi lidade rotacional. Ao reconstruir apenas uma das inserções
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO -
distais, simplesmente esqueça o túnel desnecessário e não articulação; estenda-a dista lm ente para expor a cabeça
divida o enxerto. da fíbula e nervo fibu lar e proximalmente para expor a
• Instabilidade posterolateral crônica que ocorre secundária à inserção do lig amento colatera l posterior no fêmur.
deficiência do ligamento colateral lateral geralmente requer •Identifique a inserção da banda iliotibial e faça a incisão
reconstrução. O terço central do tendão do bíceps pode ser ao longo da borda anterior proximalmente. Preserve a
utilizado conforme anteriormente descrito nas técnicas de inserção da banda iliotibial no septo intermuscular lateral.
reforço para os ligamentos colaterais laterais. Em casos •Faça uma segunda incisão inferior para lela ao longo do
raros, o tendão do bíceps não estará disponível, e a recons- aspecto posterior da banda il iotibia l a das aderências
trução do ligamento colateral lateral deve ser realizada com anexas sobrejacentes do músculo bíceps. Isso cria uma
um autoenxerto do tendão patelar ou aloenxerto. O nervo porção central da banda iliotibial que pode ser afastada
fibular deve ter sido anteriormente isolado e protegido. anteriormente ou posteriormente para expor o aspecto
•Faça um túnel de fundo cego na cabeça da fíbula para posterolateral do joelho.
receber um plugue ósseo. •Se houver alongamento da banda iliotibial e abertura
•Perfure dois orifícios para a intersecção deste túnel para grosseira da parte latera l da articu lação, avance a banda
as suturas do plugue ósseo. iliotibial no tubércu lo de Gerdy distalmente.
•Uti lize um fio de Kirschner para determinar o ponto iso- •Identifique o nervo fibular proxima lmente e faça a dissec-
métrico para o túnel femoral e crie o túnel como ante- ção dista lmente em torno do colo da fíbula até sua
riormente descrito. entrada no compartimento do músculo tibia l anterior.
•Coloque o enxerto na fíbula e fixe-o amarrando as suturas Proteja o nervo em todo o procedimento, especia lmente
do bloco ósseo distalmente sobre a ponte óssea fibular. quando orifícios são perfurados através da junção colo-
• Coloque a extremidade proximal do enxerto no túnel femora l, cabeça da fíbu la para colocação do aloenxerto do liga-
tensione-a e fixe-a com um parafuso de interferência. mento colateral posterior.
•Exponha a região da cabeça e colo da fíbu la anterior-
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O paciente é colocado em mente e posteriormente por dissecção subperiostea l. Isso
uma órtese com movimento controlado e é permitido o deve necessitar de apenas 12 a 15 mm de exposição
movimento imediato do joel ho no pós-operatório. As forças proximal fibu lar.
posteriores em varo e os momentos de rotação externa que •Perfure um orifício de 6 mm de anterior a posterior na
acentuariam a reconstrução posterolateral são evitados. junção cabeça-colo no centro da fíbula. Aumente esse
O paciente é mantido com apoio de peso de toque dos orifício com uma cu reta. Não perturbe a arti cu lação tibio-
dedos por 6 semanas com a órtese travada em extensão . f ibular proximal.
Exercícios isométricos e para o quadríceps são rea lizados • Perfure dois orifícios de 6 mm, um anteri or e um posterior
imediatamente. Exercícios passivos e ativos assistidos de à inserção femoral do ligamento colatera l lateral. Os orifí-
f lexão do joelho e extensão passiva do joelho são enfatiza- cios devem ter 1O mm de profundidade e devem ser sepa-
dos. Bicicleta estacionária é iniciada 4 semanas após a rados por 8 mm de osso interven iente correspondente com
cirurgia. Em 6 semanas, um programa padrão de exercícios o loca l de inserção do ligamento colateral posterior. Utilize
de cadeia cinética fechada é in iciado. Corrida é permitida cuidadosamente uma cureta curvada para conecta r os dois
aos 4 meses. Os exercícios de extensão e flexão do joelho orifícios perfurados, estabelecendo um túnel ósseo abaixo
em cadeia cinética aberta não são rea lizados. Uma órtese do loca l de inserção do ligamento.
articu lada é utilizada por 6 meses. O retorno aos esportes • Prepare o aloenxerto do tendão de Aquiles. Em geral, o
geralmente é permitido em 6 a 9 meses após a cirurgia. aloenxerto mede 6 a 7 mm de diâmetro e 19 a 20 cm de
comprimento. Esse compriment o possibilita sob reposição
dos braços proxima l e dista l posteriores do enxerto, ad i-
cionando tecido ad iciona l ao aspecto posterolateral da
Noyes relatou seus resultados com o uso de aloenxerto para
articu lação. Coloque suturas nº 2 Dacron, t ravadas, anco-
reconstruir o ligamento colateral lateral em 21 pacientes. A taxa de
radas (bola de beisebol) em ambas as extrem idades do
sucesso para o procedimento cirúrgico foi de 76%, julgado pela
aloenxerto, e pretensione o aloenxerto por 1 5 minutos
avaliação da estabilidade e radiografias com estresse do joelho.
sob uma carga de 8-N ou 9-N .
O enxerto utilizado para a reconstrução do ligamento colateral
•Faça uma incisão vertica l na cápsu la posterolateral atrás
lateral incluiu uma porção tendinosa do tendão de Aqu iles, fáscia
do ligamento colatera l posterior e anteri or ao comp lexo
lata e osso-tendão patelar-osso.
arqueado.
• Inspecione os tecidos da cápsula posterolateral, comp lexo
ligamentar arqueado, tendão poplíteo e ligamento cola-
RECONSTRUÇÃO COM ALOENXERTO teral posterior.
DO LIGAMENTO COLATERAL LATERAL •Se as estruturas posterolaterais não estiverem excessiva -
mente redu ndantes, faça uma pl icatura da cápsu la pos-
TÉCNICA terolateral para o aloenxerto da reconstrução do ligamento
colateral posterior em um simples modo ca lça mais colete
(NOYES) (Fig. 45-97)
•Se, no entanto, as estruturas posterolatera is são marca-
•Faça uma incisão lateral reta de aproximadamente 15 cm damente redundantes, avance a cápsula posterolatera l
de comprimento centra lizada sobre a linha lateral de com metade do tendão gastrocnêmio proximalmente )
lllJE1I) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
fasc icul ares d entro de bandas fun cionais maiores. O ligamento é Além da fun ção como uma restrição mecânica para translação,
circundado pela sin óv ia, tornando-a extrassin ovial. O ligamento o ligamento cru zado anterior tem função proprioceptiva, conforme
cruzado anterior é inserido no platô tib ial, medial à inserção do eviden ciado p ela presença de receptores m ecânicos no ligamento.
corno anter ior do m en isco lateral em uma d epressão anterolateral à Essas terminações nervosas podem fornecer o arco aferente para
espinha tibi al anterior. O local de inserção tibial é m aior e mais firme mudanças posturais do joelh o através de deformações d entro do
que o lo cal de inse rção femoral O li gam en to tem 31 a 35 mm em ligam ento. As exatas contribui ções d os recepto res não foram clara-
comprimento e 31,3 mm 2 na seção cruzada. O fornecimento primá- m ente definidas.
rio d e sangue para o ligam ento provém da artéria genic ular média,
que perfura a cápsu la posteri or e entra n a in cisura intercondilar
p erto da inserção femoral. O fornecimento adicion al vem da bolsa HISTÓRIA E EXAME FÍSICO
d e gordura retropatelar através das a rtérias geniculares inferiores
m edial e lateral. Essa fonte desempenha papel mais importante A história clássica d e um a lesão d o li ga m ento cruzado anterior
qu ando o ligam ento é lesio nad o. As inse rções ósseas do ligam ento começa com uma d esaceleração sem contato, salto ou mudança de
cruzado anterior contribuem pouco com a sua vascularidad e. O direção. Obviamente, outros m eca nismo s da lesão incluem forças
nervo articular posterior, um ram o d o n ervo tibial, inerva o liga- externas apli cad as sobre o joelho. O paciente muitas vezes d escreve
m ento cruzado anterior. Estudos histoló gicos revelaram fibras ner- o joelho corno tendo sido hiperes tendido ou pulando para fora da
vosas de tamanh o m ais consistente co m transmissão de dor nos articu lação e, em seguida, red uzindo. Um estalo é frequentemente
espaços intrafasciculares. Receptores mecânicos tamb ém foram ouvido ou sentido. O paciente geralm ente caiu no chão e não é
identificados na superfície do ligam ento, principalmente nas inser- imediatamente capaz d e leva ntar. A retomada da atividade geral-
ções do li gam ento (especia lm ente femora l), bem abaixo da bainha mente não é possível, e andar é muitas vezes difícil. D entro de
sinovial externa. algum as horas, o joelho inch a, e a aspi ração d a articulação revela
h emartrose. Nesse ce nário, a probabilid ad e de uma lesão do liga-
mento cruzado anterior é m aior que 70%. Antes do dese nvolvi-
BIOMECÂNICA mento d e um a hemartrose, o exame físico é mais fácil e mais
revelador; de forma contrária, o exa m e é ma is difícil, uma vez que
O ligamento cruza do anterio r é o restritor primário p ara d esloca- a dor e a proteção mu sc ular apa recem. O teste d e Lachman é o
mento anterior da tíbia, representando aproxim adamente 85% da teste mais sensíve l pa ra d es locamento anterior da tíbia (95% sen-
resistência ao teste d e gaveta a nterior quando o joelho está em 90 sibilidad e). O aum ento da excursão em relação ao joelho oposto e
graus d e fl exão e rotação neutra. O seccion amento seletivo do liga- a ausê ncia d e um end point firme sugere m uma lesão ao ligamento
mento cruzado anterior mostrou qu e a ban d a anteromedial é tensa cruzado anterio r.
em flexão, fornece ndo a restrição primári a, enquanto o fei,xe poste- O teste d e pivo t shift requer um paciente relaxado e um
rolateral d esse ligam en to é tenso em exte nsão. O fe ixe posterolateral ligam ento colatera l m e di a l in tacto. Quando o res ultado é posi-
fornece a principal res istência para hip erextensão. A ten são no liga- tivo, este teste reprodu z o movim en to pato lógico em um joelho
mento cruzado anterior é a menor em 30 a 40 graus de flexão do com deficiência do li gam ento cru za d o anterior e é mais fácil para
joelho. O ligamento cruzado anterior também funcion a como uma obter em uma lesão c rô ni ca do li ga m ento cruzado anterior ou em
restrição secundária na rotação tibial e a ngulação varo-valgo em um pac ie nte anestesiado com um a lesão ag uda d o li gamento
extensão completa. cruzado a nterior.
ln vivo, é uma simplificação exagerad a limitar a d escrição d a Os artrômetros do li ga m ento do joelh o com o KT-1.000/2.000
fun ção do ligamento cruzad o anter ior à fun ção desses dois feixes podem aux iliar no diagnósti co, m as são m ais efica zes em avaliar
de fibra s. De fato, similar às fibra s em todo s os ligamento s, aquelas pacientes com lesão crôni ca do ligam ento cruzado anterior quando
no ligamento cru zado anterior são recrutadas difere ntem ente com a dor e a contração musc ular ssociadas estão ausentes. Esses dispo-
base em cada muda nça tridimens ion a l sutil na posição da articu- sitivos também são úteis para documentação dos resultados cirúr-
lação. O ligamento cruzado anter io r n o rmal suporta cargas em gicos tanto intraoperatori am e nte quanto no pós-operatório. Com
toda a faixa d e fl exão e exte nsão do joelh o. Consequentemente, o um deslocamento a nter ior manual m áximo, a diferen ça entre os
ligamento cruzado anterior pode fa lhar diferentemente em diver- joelhos esquerdo e direito é m enor d e 3 mm em 95% dos joelhos
sas cargas, depe ndendo da posição do s ossos e da direção em que normais. A diferen ça entre os joelhos es qu erdo e direito é 3 mm ou
as cargas são apli ca d as no mom ento d a lesão. A complexidade da mais em 90% dos joelh os com uma lesão aguda do ligamento
disposição das fibras do li ga m ento e sua resposta para carga tem cruzado anterior.
importantes implicações co m relação aos resultados dos testes de Os estudos radiográficos também são úteis para diagnosticar
tração. Os tes tes d e tração do ligamento cru za do anterior depen- as lesões a nteri o res do ligam ento cru za do. As radiografias simples
d em d a id ad e d a amostra, d o ângulo de fl exão do joelho, d a direção muitas vezes são norm ais; no entanto, a fra tura da eminência tibial
da carga d e tração com relação ao li gamento cruzado anterior e da indica um a avu lsão da inserção tibi al do ligam ento cruzado anterior.
taxa d a carga aplica da . Em outra s palavra s, a máxima força do A fratura d e Segond, o u fratura de avulsão d a cápsula lateral, é
ligam ento cru za do anterior n ão deve ser assum ida para ter um patognomônica de um a lesão do ligame nto cruzado anterior (Fig.
úni co valor fixado . 45-99) . Resson ância m ag nét ica é a técn ica radiográfic a mais útil
Apesar d essa observação, pesquisadores estudaram as proprie- para diagnóstico. A acurácia descrita para d etectar lesões do liga-
dades biomecânicas do ligame nto cru zad o ante rior. Um estudo bio - mento cruzad o anterior vario u de 70% a 100%. Uma vez que o
m ecâ ni ca abrangen te determ inou a carga máxima em 1. 725 ± 269 ligamento cruzado anter ior cruza a articulação do joelho em um
N; a rigidez, 182 ± 33 N / mm; e a energia absorvid a para fa lha, 12,8 ân gulo li ge iramente oblíqu o, o liga mento completo raramente é cap-
± 2,2 N- m . Em amostras mai s jovens, a carga fina l fo i encontrada turado em sua to talid ade por um a única RM no plano sagital
sendo 2. 160 ± 157 N e a rigidez 242 ± 28 N/mm . verd ad eiro.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO GEllll
n
1 desvio padrão abaixo da média. Shelbourne et ai. estudaram um
23 mm
grupo de pacientes em que foi realizada reconstrução do ligamento
cruzado anterior e observaram que as mulheres tiveram incisuras
estatisticamente significativas mais estreitas que os homens, mas a
incidência de lesão do autoenxerto fo i a mesma entre grupos presu-
mivelmente, porque intercondiloplastia foi realizada. Os dados do
National College Athletic Association Injury Surveillance System,
l . ! li 1
assim como vários estudos, mostraram significativamente maiores
taxas de lesão do ligamento cruzado anterior em jogadores de
futebol, basquete e rugby femininos do que em jogadores do sexo
masculino. Os possíveis fatores causadores para o aumento da inci-
dência em mulheres podem ser extrínsecos (movimento do corpo,
força muscular, interface calçado-superfície e nível de habilidade)
ou intrínsecos (frouxidão articular, influências hormonais, alinha-
mento do membro inferior, dimensão da incisura e tamanho do
ligamento). Os hormônios sexuais femininos (ou seja, estrogênio,
progesterona e relaxina) flutuam radicalmente durante o ciclo mens-
trual e considera-se que aumentam a fro uxidão ligamentar e dimi-
nuem o desempenho neuromuscular.
li[êji@S mI!D O índi ce da largura da incisura é a relação entre Hewett et ai. avaliaram prospectivamente 205 atletas do sexo
a largura da incisura intercondilar e a largura do fêmur distal no feminino em esportes de alto risco como futebol, basquete e vôlei
níve l do sulco poplíteo (seta). A régua deve estar paralela à linh a
com relação ao controle neuromuscular por cinemática tridimen-
de articulação . A porção mais estreita da in cisura no nível da sional (ângulos articulares) e para cargas articulares por cinética
régua deve ser medida . (De Souryal TO, Moore HA, Evans JP: Bilate-
(momentos da articulação) durante exercício de salto-aterrisagem.
rality in anterior cruciate ligament injuries: associated intercondylar
As nove atletas em que as lesões do ligamento cruzado anterior
notch stenosis, Am J Sports Med 16:449, 1998) ocorreram tiveram postura do joelho e carga significativamente
diferentes em comparação com as 196 que não tiveram uma lesão
do ligamento cruzado anterior. O ângulo de abdução do joelho na
para o desenvolvimento da osteoartrite. Dos 79 pacientes trata- aterrisagem foi 8 graus maior nas atletas com ligamento cruzado
dos nesse estudo, a osteoartrite tibiofemoral radiográfica esteve anterior lesionado do que nas atletas não lesionadas. Atletas com
presente em 13 (16%), todos dos quais tiveram meniscectomias lesão do ligamento cruzado anterior tiveram um momento de
para uma lesão grande do menisco. A frequência da osteoartrite abdução do joelho 2,5 vezes maior e força de reação do solo 20%
também foi maior nos pacientes que fizeram a reconstrução do maior, enquanto o tempo de apoio fo i 16% menor; portanto, o
ligamento cruzado anterior do que naqueles tratados de modo aumento do movimento, a força e os momentos ocorreram mais
não cirúrgico. rapidamente. O momento de abdução do joelho foi preditivo da
Muitas pesquisas atuais são focadas no ambiente bioquímico lesão do ligamento cruzado anterior com 73% de especificidade e
do joelho após a lesão do ligamento cruzado anterior. Cameron et 78% de sensibilidade; medidas de valgo dinâmico mostraram um
ai. observaram que, nos joelhos com deficiência crônica do liga- r' de 0,88. Em uma análise de cinemática tridimensional do joelho,
mento cruzado anterior, os níveis de citocinas pró-inflamatórias Koga et ai. sugeriram que o carregamento valgo associado à rotação
como interleucina-1 e fator-a da necrose do tumor estão bastante interna da tíbia é um fator que contribui para o mecanismo de
elevados, enquanto proteínas protetoras, anti- inflamatórias como a lesão do ligamento cruzado anterior em atletas do sexo feminino.
proteína antagonista do receptor de interleucina estão significativa- Um aumento da inclinação (slope) posterior da tíbia também foi
mente diminuídas. Lohmander et ai. relataram níveis elevados de identificado quanto a um possível fato r de risco para lesão do
estromelisina-1 e tecido inibidor de metaloproteinases-1 em amos- ligamento cruzado anterior em mulheres.
tras de fluido sinovial 6 meses a 18 anos após o trauma. Eles espe- A eficácia dos programas de prevenção de lesão para atletas do
cularam que o aumento da liberação pode estar associado ao sexo feminino permanece controversa. Pfeiffer et ai. relataram que
frequente desenvolvimento de osteoartrite pós-traumática. um programa de exercícios pliométricos de 20 minutos concentrado
Uma série de pesquisadores estudou a epidemiologia de na mecânica da aterrisagem de um salto e desaceleração durante a
joelhos com deficiência do ligamento cruzado anterior e implicou o corrida, rea lizado duas vezes por semana por toda a temporada, não
gênero e a largura da incisura intercondilar femoral como fatores reduziu a taxa de lesões sem contato do ligamento cruzado anterior
que contribuem para a lesão do ligamento cruzado anterior. Im'.ime- em atletas do sexo feminino do ensino médio. Em uma metanálise
ros pesquisadores relataram que os atletas com lesões do ligamento de seis estudos, Hewett et ai. observaram que quatro estudos relata-
cruzado anterior sem contato apresentam estenose da incisura inter- ram diminuição significativa no número de lesões do ligamento
condilar estatisticamente significativa. Souryal e Freeman formula- cruzado anterior após o treinamento, enquanto dois não relataram
ram o índice da largura da incisura, que é a relação entre a largura diferenças entre as atletas treinadas e não treinadas do sexo femi-
da incisura intercondilar com a largura do fêmur distal no nível do nino. Eles concluíram que o treinamento neuromuscular pode
sulco poplíteo medido em uma radiografia de túnel do joelho (Fig. reduzir a frequênc ia das lesões do ligamento cruzado anterior em
45 -101). O índice da incisura intercondilar normal foi de 0,231 ± atletas do sexo feminino se ( 1) exercícios de pliometria, equilíbrio e
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fJHM
resistência são incorporados em um protocolo de treinamento
abrangente, (2) as sessões de treinamento são realizadas mais de
um a vez por semana, e (3) a duração do programa de treinamento
é de no mínimo 6 semanas.
TRATAMENTO
PROCEDIMENTOS
1(
Septo
EXTRA-ARTICULARES
(TENODESE DA BANDA ILIOTIBIAL)
intermuscular
lateral TÉCNICA
(MACINTOSH, MODIFICADO POR LOSEE)
B e
H@i!ifJBm Modificação de Losee da técni ca de Macintosh para reconstrução lateral com banda iliot ib iaL A, Fai xa da fáscia
(18 cm de comprimento x 1,5 cm de largura) do trato iliotibia l inserido ao tubércu lo de Gerdy. B, Imbricação através da cabe ça lateral
do gastrocnêmio mais o canto posterolateral. C, Redirecionamento da fa ixa de f ásc ia profundamente ao ligamento colateral latera l,
com reinserção ao tubérculo de Gerdy. VEJA A TÉCNICA 45-18.
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
técnicas da seleção, posicionamento, tensão e fixação do enxerto, do tendão patelar com tendão isquiotibial, identificaram nove estudos
assim como da reabilitação pós-operatória, levo u à melhora dram á- que atenderam aos seus critérios. Leve aumento da frouxidão nos
ti ca dos resultados em comparação com as reconstruções intra-ar- testes com artrômetro foi relatado no grupo isquiotibial em três dos
ticul ares anteriores. Esses mesmos princípios podem ser aplicados sete estudos, a dor ao ajoelhar foi maior para o grupo do tendão
para reconstrução intra-articular aberta do ligamento cruzado ante- patelar em todos os quatro es tudos em que foi avaliado, e apenas um
rior através de artrotomias pequenas, que preservam a inserção do dos nove estudos mostrou o aumento da dor anterior no joelho no
músculo vas to medial oblíquo na patela, ou através do defeito do grupo do tendão patelar. A frequência de cirurgia ad icional pareceu
tend ão patelar quando o terço central é utilizado como uma fonte estar re lacionada com o método de fixação e não com o tipo de
de enxerto. As técnicas artroscópicas apresentam pequenas vanta- enxe rto. Ne nhum estudo relatou diferença significativa na fa lha
gens comparadas co m a miniartrotomia, principalmente resolução do enxe rto entre autoenxertos do tendão patelar e dos tendões
m ais rápida da dor pós-operatória. Com ambas as técnicas, preferi- isqui otibiais; taxas de falha do enxe rto para as populações combina-
mos adiar a reconstrução até o paciente ter se recuperado da lesão das dos nove es tudos foram de 3, 1% para os enxertos do tendão
ini cial ou (re)lesão. A resolução da infl amação em torno do joelho patelar e 4,1 % para enxertos isqui otibiais. Diferenças objetivas (arco
e o retorno do movimento completo reduzem a incidência de rigidez de movimento, força isocinética, testes de artrômetro) não foram
pós-operatória do joelho. detectadas entre grupos na maiori a dos estudos, sugerindo que sua
Seleção do Enxerto. Uma vez tom ada a decisão de reconstruir o sensibilidade em detectar resultados clínicos pode ser limitada.
ligamento cru zado anterior, o cirurgião deve selecionar um enxerto. A seleção de ambos os enxertos resulta em alguma morbidade
O autoenxerto é utilizado m ais comumente, mas os aloenxertos e residual para o paciente. Utilizando avaliação ultrassonográfica e
sintéticos também estão disponíve is e são discutidos adiante neste power Doppler, Jarvela et ai. estud aram as alterações morfológicas
capítulo. Os autoenxertos têm as vantagens de baixo risco de reação no tendão patelar de 31 pacientes 10 anos após a retirada de se u
inflamatór ia adversa e virtualmente nenhum risco de transmissão terço ce ntral e fechamento do defeito. Eles observaram calcificação
de do ença. Como um enxerto biológico, um autoenxerto sofre intratendinosa em nove pacientes, lesões hipo ecoicas em 20 pacien-
revascularização e recolageni zação, mas, inicialmente, uma perda da tes, um a lesão hiperecoica em um paciente, e alterações peritendi-
fo rça do enxe rto de 50% ocorre após a implan tação. Portanto, é nosas em um paciente. Apenas três dos 31 pacientes não tiveram
desejável começar com um enxerto mais fo rte que o tecido a se r alterações no tendão patelar. Na maioria dos pacientes, o tendão
substituído. Virtualmente, todas as estruturas do joelho foram utili- patelar era sig nificativamente mais espesso que o tendão contrala-
zadas como substitutas. As escolhas atuais mais co muns do enxerto teral. A retirada de enxerto dos tendões isquiotibiais levantou preo-
são enxe rto de osso-tendão patelar- osso e o enxerto do tendão cupações com relação à potencial fraqu eza da fl exão do joelho.
isquiotibial quádruplo. O enxerto osso-tendão patelar-osso geral- A maioria dos estudos não relatou diferença significativa no torque
mente mede de 8 a 11 mm de largura tirado do terço central do dos músculos isquiotibiais entre a extremidade operada e a extremi-
tendão patelar, com seus plugues ósseos adjacentes da pateta e tíbia. dade de controle 2 anos após a cirurgia, possivelmente por causa da
As características atrativas desse enxe rto incluem sua alta carga de rege neração desses tendões, como mostrado em estudos em RM por
tensão fin al (aproxim adamente 2.300 N), sua rigidez (aproximada- Rispoli et ai. No entanto, Tashiro et ai. relataram fraque za significa-
men te 620 N/mm) e a possibilidade de fixação rígida com suas tiva da força muscular isquiotibial com ambas as medidas isoci né-
extremidades ósseas anexadas. O uso de enxerto de tendões isquio- tica e isométrica quando o joelho dos indivíduos estava na posição
tibiais aumentou em anos rece ntes por causa da sua morbidade do de fl exão de 70 graus ou mais.
sítio doador relativamente baixa. Colocação do Enxerto. A próxima decisão importante é o posicio-
O uso de um único feixe do tend ão semitendinoso ou grácil é namento do enxerto. Extensa pesquisa tem sido dedicada à identi-
inadequad o porque o tendão semitendinoso tem apenas 75% e o fica ção da posição ideal para colocação do enxerto para reproduzir
tend ão grácil apenas 49% da força do ligamento cruzado anterior. a anatomia e a função de um ligamento cruzado anterior intacto.
Agora, os cirurgiões estão utili za ndo um enxerto do tendão semi- Numerosos autores mostraram que embora ambos os locais da
tendinoso triplo ou quádruplo ou um enxerto do tendão grácil - inserção tibial e femor al sejam importantes, erros no sítio femoral
semitendinoso quád ruplo com ambas as extremidades dobradas no são mais críticos por causa da proximidade ao centro do eixo de
meio e combinadas. Este último enxerto tem uma carga final de movimento do joelho. Um túnel femora l que estiver muito anterior
tensão tão alta como 4.1 08 N . Este enxe rto quád ruplo tamb ém vai resultar em alongamento da distância intra-articular entre túneis
fo rn ece um enxer to de subsituição de múltiplos feixes, que pode com flexão do joelho. As implicações práticas dess a localização ante-
aproxi mar melhor a função das duas bandas do ligamento cruzado rior são "captura" do joelho e perda de fl exão ou alongamento e,
anterior. As desvantagens desse enxerto de tecido mole incluem a tal vez, fa lha clínica do enxe rto conform e a flexão for alcançada.
preocupação sobre a cicatri zação do tendão dentro dos tún eis ósseos O posicionamento posterior do túnel femoral ou colocação do
e a fa lta de fixação óssea rígid a. enxerto sobre o topo do côndilo femora l lateral produz um enxerto
O enxe rto do tendão do quadríceps também atrai u o interesse tenso na extensão, mas qu e se afrouxa com a flexão. Essa localização
recentemente. Ele pode ser retirado com um a porção de osso patelar produz um resultado acei tável, um a vez que a instabilidade de uma
ou inteiramente como um enxerto de tecido mole. Os estudos bio- deficiência do ligamento cruzado anterior ocorre perto da extensão
mecânicos mostraram que a carga fin al de tensão deste enxerto é tão terminal. O exame clínico produz um resultado do teste de Lachman
elevada quanto 2.352 N. Esse enxe rto tornou-se um enxerto de nega tivo e 1+ gaveta posterior. Se essa localização for escolhida, o
substituição alternativo, especialmente para cirurgias de revisão do cirurgião deve fixar o enxerto com o joelho em extensão, pois fixar
ligamento cruzado anterior e para joelhos com lesões em múltiplos o enxer to locali zado posteriormente com o joelho em flexão pode
ligamentos. resu ltar em perda de extensão. Se uma posição over-the-top for
A maioria dos pesquisadores relatou resultados comparáveis escolhida, a rota pode ser apro fundade co m sulcos para se aproxi-
com o uso de enxerto de osso- tendão patelar-osso ou um enxerto m ar da posição femoral "isométrica''. A localização preferida tem
quádruplo de isquiotibiais. Spindler et ai., em uma revisão sistemática sido a posição isométrica do enxerto que limita as alterações no
de estudos randomi zados e controlados co mparando autoenxertos comprimento e tensão do enxerto durante a flexão e a extensão do
CAPÍTULO 45 LE SÕES NO JOELHO
lij!ijil;fumm!) A, Gu ia de perfuração da tíbia para o ligamento cruzado anterior com referência no ligamento cruzado posterior. B,
Gu ia femoral do ligamento cruzado anterior.
joelho, qu e possivelmente podem levar ao alongamento ou fa lha do Várias fe rramentas fora m desenvolvidas para ajudar o cirur-
enxerto. Agora, no entanto, o conceito de isometri a é considerado gião com o posicionamento dos túneis (Fig. 45- 108). Estas incluem
uma simplificação, pois os es tudos de ciência básica mostraram que dispositivos em que o principal ponto de referência é a posição
o ligamento cruzado anterior geralmente não é isométrico. Os fe ixes over-the-top, o teto da incisura intercondilar, ou a superfície anteri or
de fibra do ligamento cru zado anterior estão sob estresse vari ável do ligamento cru zado posteri or. Isômetros também foram propostos
du rante o movimento do joelho. A band a anteromedial sofre maior como um meio de confi rm ar a localização adequada dos túneis.
tensão duran te a flexão, e a banda posterolateral sofre maior estresse Embora úteis em locali za r as áreas anatômicas para inserção, os
durante a extensão. Tecnologia robótica tem sido utilizada para isôrnetros não provaram ser úteis para previsão rigorosa das relações
estudar as forças in situ no ligamento cruzado anterior em resposta entre a tensão e o comprimento do enxerto. As técnicas iniciais
a uma carga anterior na tíbia. A banda posterolateral mostra ten - muitas vezes incluí ram o alargamento do intercôndilo, incis uroplas-
dência similar ao ligamento cruzado an te ri or intacto, em que a força tia ou notchplastia para evitar o im pacto, que é mais provável com
in situ na banda anteromedial perm anece relativamente inalterada posicionamento anterio r do enxerto. A localização posterior na tíbia
em toda a faixa de movimento do joelho. requer uma mínima incisuroplastia, se houver necessidade, a menos
Após mais de 25 an os de experi ência com reconstru ção do que a defi ciência do ligamento cruzado anteri or seja crôni ca e o
liga mento cruzado anterior, a co ntrovérsia perman ece so bre a intercôndi lo se torne es tenótico com osteófit os. Às vezes, o cirurgião
localização dos sítios de in serção do enxe rto no fê mur e n a tíbia. encontra um intercô ndi lo estreito, que tem demonstrado contribuir
Alguns ci rurgiões defend eram a colocação do tún el da tíbi a em com a lesão do ligamento cru zado anterio r, e a incisuroplastia pro-
um local mais anatômico no cent ro do local de inserção da tíbia tegerá o enxerto. Em casos de rot ina, preferimos uma incisuroplastia
aceitando o fato de qu e ele não é isom étrico. Atualmente, a limitada que melhora a visualização no aspecto posterior do inter-
maioria dos ci rurgiões defe nd e a colocação do enxer to na po rção côndilo e ajuda no posicionam ento adequado do túnel fe moral. O
posterior da inserção tibial do liga mento cru zado anteri or perto aspecto anterior do intercôndilo é aprofundado em 2 a 3 mm,
da posição da band a posterolateral para melhor repro du ção da dependendo do tamanho do enxerto. A incisuroplastia é afu nilada
fu nção do ligamento cruzado an teri or intac to. Essa localização pos teriormente de modo que nenhum osso seja removido no local
também diminui o impac to do enxe rto co ntra o teto da in cisura de inserção fe moral. Uma crista óssea ("crista do residente") anterior
intercondilar com a extensão do joelho que pode ocorrer com a à inserção fe moral do ligamento cruzado anterior deve ser remo-
colocação mais anterior. vida, se presente, porqu e prejudica a identificação adequada do local
w;11i1 PARTE x111 MEDICINA ESPORTIVA
d e inserção femoral e também dificulta a colocação adequada dos por Bedi et ai. , a reco nst ru ção d e d upla banda fo i significativamente
guias over-the-top utilizados para perfurar o túnel femoral. Uma melhor em limitar a trans lação anterior do compartimento lateral
incisuroplastia excessiva pode mover o local de inserção femoral, durante uma manobra de pivot shift. Os autores sugeriram que a
criando uma cinemática anormal do joelho. Os resu ltados a longo técnica de dupla banda pode ser mais eficaz em restaurar a cinemá-
prazo de incisuroplastia permanecem desconhecidos. tica do joelho em joelhos de maior risco com lesões associadas do
Enquanto a pesquisa passada se concentrou na lo cali zação menisco ou pivot shift pré-operatório sig nificativo. Os testes biome-
anteropo ster io r d o tún el femora l n o intercôndilo, os estudo s mais câni cos demonstraram m elh or capacidade para restaurar a função
rece ntes investigaram a posição apro priad a do túne l ao longo da do ligamento cruzado an terior com reconstrução com dois túneis
parede latera l do côndilo femora l late ral. Essa localização fre- do fêmur, mas melhora n os resultados clínicos ainda não relatadas.
quentemente foi referida em termos de relógio. Uma posição de Uma comparação clínica de técnicas de uma banda e d upl a banda
túnel vertica l no alto do intercônd il o perto da posição 12 horas relatou maiores escores subj etivos e resultados significativamente
mostrou fornecer estabilidad e no plano anterop os ter io r, mas não m el hores dos testes m an ua is d e estabilidade d a articulação naqueles
resta ura a es tab il ida d e n a direção rotacional. Com essa posição com reconstruções de dupla banda. Deve-se ter cuidado antes de
do túnel , o resu ltado do teste de Lac hman é normal, mas o resu l- aderir a uma técn ica de dois túneis, porque a complexidade adicio-
tado do teste d e pivot shift é positivo. Consequentemen te, os nal pode eliminar as vantagens teóricas. Além disso, a presença de
cirurg iões estão começando a co locar o túnel femora l inferior- dois túneis do fêmur pode significat ivame nte complicar o procedi-
mente na parede lateral na posição de 1O o u 2 horas, o u até mento de revisão.
mesmo mais baixa, que reproduze mais precisamente o sítio de Tensão do Enxerto. A aplicação de te nsão no enxerto no
inse rç ão femoral do ligamento cr u zado anterior e fornece estabi- momento da fixação ini cial pode sign ificativa mente a lterar a
lidade rotacional. O uso dos sistemas de gui a fe moral transtibiais cinemática d a artic ulação e forças in situ no en xerto durante o
tende a colocar o túnel femoral em urna posição mais vertical. movim ento do joelh o. Teoricame nte, a tensão desejada n o
Com esforço, o cirurgião pode conseguir ap roxim ar o fio-guia enxer to deve ser sufi ciente para elimina r a instabil idade (teste de
para a posição d e 10 ou 2 horas. Dois estudo s com cadáve r apon- Lachman). Muita ten são pode "travar" a ar ticula ção, res ul tando
ta ram as limitações da técnica transtibial. Strauss et ai. encon tra- em dificuldade em recuperar o movim ento, o u pode levar à dege-
ram que as restrições impostas por um a técnica de perfuração neração art icul a r por alterar a cinemática da articulação. A tensão
acoplada resultou em túneis não anatômicos do fêm ur que eram no enxerto necessária para resta u rar a es tabi lid ade fo i demons-
sup eriores e posteriores à inserção femoral original, e Heming et trada se nd o específica para cada tecido e depende do compri-
a i. relataram que se os tún eis precisam ser centrali zados no lo cal mento e rigidez do enxer to; m enor ten são é necessári a para um
d e inserção do li game nto cru zado ante rior, um túnel tibial c urto enxer to de osso-tendão patelar-osso do que para um se mite ndi-
é necessário, o que pode comprometer a fixação e a incorporação noso, porque a porção do tendão do primeiro é mais curta e mais
do enxerto ou resultar em um mismatch en tre o comprim ento do rígida. Os resultados da ap li cação de tensão n o e nxerto também
tú nel/com primento do enxerto. O utro s estudos po r Piasecki et dependem d a posição do joelh o q uand o a tensão é apli ca d a,
ai. e Rue et a i. , no en tanto, sugeriram que os tún eis do fêmur e assi m como a direção da tensão. A força no en xerto pode dimi-
da tíbia podem se r posicionados de forma altam ente anatômica nuir em 30% após a fi xação do enxerto, a menos qu e o e nxerto
com a técnica transtibial, m as isso requer o posicionamento meti- tenha sido cicl icamente pré-tensionado. Nic ho las et ai. estud aram
culoso d o túnel da tíbia com pouca margem para erro e algum 49 pacientes que tiveram reconstrução do liga mento cruzado ante-
grau de mismatch entre o comprimento do túnel/comprimento rior com enxertos de osso-tendão patelar-osso e foram randomi-
do enxerto. zados em grupos d e alta tensão (90 N) ou ba ixa tensão (45 N) na
Alternativamente, o guia femoral pod e ser posicionado através fixação inicial. Em um a m éd ia de 20 m eses após a ciru rg ia, o
de um portal m ed ial baixo envolvend o o tendão patelar para alcan- de sloca m ento an teri o r da tíbia fo i significa ti vamente maior no s
çar um ponto inferior na parede latera l do côndilo femoral. Quando pacientes no grupo de baixa tensão pela medida com a rtrômetro
é utilizada a técnica de duas incisões, o guia femora l não é restrito KT- 1000 e força máxima manual.
no seu posicionamento pela anatom ia nativa do joelh o ou posição A tensão inicial do enxerto permanece controversa porque as
do túnel anterior e pode ser direcionado para a posição inferior na forças in situ no ligam ento cruzado anterior durante as ativ idad es
parede latera l. d iá ri as são desconhecidas. Além disso, a importância do comporta-
Embora os resultados clínicos relatados d e reconstru ção do m ento viscoelástico dos en xertos substitutos d o ligamento cr uzado
ligamento cruzado anterior sejam muito bons (90% a 95%, bom e anterior não foi totalmente caracterizad a. Até o momento, um pro-
excelente), os estudos biomecânicos revelaram persistentes deficiên- tocolo ideal para ap licar tensão ao enxerto não foi definido, mas o
cias em nossas tentativas de replicar a função do li gamento cru zado hipertensionamento deve ser evitado.
anterior. A técn ica de banda única tradicionalmente utilizada recria Fixação do Enxerto. Nas primeiras semanas após a cirurgia, os elos
o feixe anteromed ia! e ignora o feixe posterolateral. Considerando a m ais fracos na recons trução são os loca is da fixação, não o tecido
anatomia d e duas bandas d o ligamento cruzado anteri or nativo, do enxe rto em si. A fixação dos enxertos pode ser class ificada em
alguns pesquisadores estão experimen tando uma reconstrução de métodos direto e indireto. Os dispositivos de fixação direta incluem
dois túneis do li gamento cruzado anterior. A técnica geralmente parafusos de interferência, grampos, arruelas e pinos cruzados (Fig.
envolve fazer dois túneis no fêmur com um túnel na tíbia, mas 45-109) . Os dispositivos de fixação indireta incluem fita de poliéster/
a lgun s estão também utilizando dois túneis na tíbi a. Uma compara- botão de titânio e sutura em poste. Pesquisa significativa fo i reali -
ção biomecânica das técnicas de um túnel na tíbia e dois túneis na zada para d etermin ar a ri gid ez e a carga fina l de tensão desses d is-
tíbia determin ou que a reconstrução anatômica com dois túneis positivos, que variaram de 200 a 1.600 N. Cada uma das técnicas
tib iais pode produzir melhor resultado biomecânico, especialmente tem vantage ns e armadilhas. A fixação com parafuso de interferênc ia
perto da extensão. Embora as reconstruções com dupla banda e uma é o método de fixação mais popular para enxerto de osso- tendão
banda tenham sido igualmente eficazes em controlar a translação patelar-osso. As possíveis complicações da técnica de fixação com
anterior du rante os testes de Lach man em um es tudo co m cadáver parafuso de interferência incluem (1) avanço inadvertido do enxerto
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO Glllll
'--'
O!§ii;fijBII!D Fi xação com cross-pin.
Patelar Tibial
A B e D
A 2-3 cm 2-3cm
B C D
H@ll;fflm:JID lncisura intercondilar pode ser explorada através posterossuperior do intercôndilo representando a posição
do defeito no tendão patelar criado ao retirar o enxerto. VEJA A de 12 horas, esse orifício deve estar na posição de 11
TÉCNICA 45-20. horas em um joelho direito (Fig. 45-119 A) e na posição
de 1 hora em um joelho esquerdo (Fig. 45-119 B).
• Agora dê atenção à latera l do joelho.
•Faça uma incisão longitudinal mediolateral, começando 4
) •Remova os cotos femoral e tibial restantes do liga mento a 5 cm proximal à patela e terminando no epicôndilo
cruzado anterior rasg ado, cu idadosame nte protegendo o femoral lateral .
ligamento cruzado posterior. •Faça uma incisão da banda iliotibial longitudinalmente na
•Remova todo tecido mole da parede lateral do intercôn- sua junção de dois terços anterior/um terço posterior,
dilo em direção posterior para a cápsula posterolateral e estendendo-se do nível epicondilar lateral proximalmente
o local over-the-top. O posicionamento em número para 4 a 5 cm.
quatro do joelho (quadri l flexionado e rodado externo, • Retraia o vasto latera l anteriormente para expor o epicôn-
joelho flexionado e pé no joelho oposto) pode ser útil dilo femoral lateral e o córtex metafisário do fêmur distal.
nesta fase. Faça a in cisão do periósteo e ti re-o do fêmur posterior na
•Realize a incisuroplastia, se necessário, utilizando osteó- incisura intercond ilar posterior. Tome cuidado para não
tomos, curetas ou raspas artroscópicas motorizadas. soltar o septo intermuscular lateral ou o terço posterior
•Um a crista óssea anterior à posição over-the-top pode ser da banda iliotibial das suas importantes inserções no epi-
confundida com a loca lização over-the-top adequada côndilo femoral latera l.
(referida como "crista do residente"). Se esta crista for •O local de saída do túnel femora l é 3 a 4 cm proximal ao
utilizada como uma referência para colocação do túnel epicôndilo femoral lateral (Fig. 45-120).
femora l, a inserção femoral será muito anterior. •Passe a extremidade curvada e romba através do inter-
•Com um probe ou cu reta inclinada, exp lore os limites côndilo e perfure a cápsula posterolateral na localização
posteriores do intercôndilo para determinar precisamente over-the-top, imediatamente posterior ao orifício piloto
o ponto de inclin ação em que o instrumento passa para previamente moldado para o guia de entrada traseira.
trás do topo do cônd ilo femoral posterolateral (Fig. Mantenha o joelho flexionado durante a passagem para
45-1 18). Repita essa sondagem várias vezes para confir- minimizar o risco da lesão das estruturas poplíteas.
mar a localização posterior. Por observação do probe ou •Insira a ponta do dedo com luva dupla através da incisão
cureta conforme ele passa sobre a borda posterior do epicondilar lateral e apalpe a ponta do passador curvado .
côndi lo femoral, o sítio over-the-top pode ser palpado Mantenha a ponta do passador contra o osso em todas
com cureta ou probe . as vezes conforme ele é manipu lado pela ponta do dedo.
•Traga a ponta da cu reta curva de volta para o intercôndilo Traga a ponta do passador através do septo intermuscular
posterior e crie um orifício piloto para a ponta do guia lateral e para sua vista.
de entrada traseira 5 a 6 mm anterior ao ponto de incli- •Prenda o guia de entrada traseira apropriado (direito ou
nação sobre o topo do côndilo femoral. Com o ápice esquerdo) no passador (Fig. 45-121 ).
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
12 12
10 2
Com a ponta do guia enca ixado no local anatômico, o canhão do guia é posicionado de modo que dois de três dentes
pen etrem o córtex lateral , e o guia é bloqueado . VEJA A TÉCNICA 45-20.
• Direcione o fio de Kirschner em um ângu lo de aproximada- •Posicione a junção osso-tendão do enxerto na abertura
)
mente 30 graus com a tíbia, começando media l à tuberosi- interna do túnel femora l; marcar a junção osso-tendão
dade da tíbia e 25 a 30 mm abaixo da superfície da com uma sutura colorida ou caneta marcadora antes da
articulação. O fio-guia pode ser inserido por um sistema de inserção do enxerto torna possível o posicionamento
guia de perfuração comercia l ou com técn ica à mão livre. acurado. O plugue ósseo não deve ser colocado muito
•Avance o fio de Kirschner 2 a 3 mm no intercôndilo para dentro do túnel para evitar a exposição da parte tendi-
ter certeza de que não interfere no ligamento cruzado nosa do enxerto e potencia l atrito na borda do túnel (Fig .
posterior e não invada a borda lateral do intercôndilo. O 45-123); o encaixe de osso também não deve se sobres-
avanço do fio de Kirschner no intercôndi lo deve trazer a sa ir na abertura interna do túnel.
ponta do fio perto da ponta do fio-gu ia femoral, assegu- •Uma vez que o enxerto fo i adequadamente posicionado
rando um curso em linha reta do enxerto através de cada no túnel, insira um fio de Kirschner de tamanho apro-
túnel e através do intercônd ilo. priado dentro do túnel femora l paralelo ao plugue ósseo.
• Estenda o joelho totalmente e observe o fio-guia tibial para •Insira um parafu so de interferência canulado sobre o
garantir um espaço adequado entre o enxerto e o teto do fio-guia.
intercôndi lo. Redirecione o f io-gu ia tibial, se necessário. • Mantendo a tensão sobre as suturas na extremidade
•Remova os fi os-gu ia femoral e tibial, passe um f io ou forte dista l do enxerto, mova o joelho através de vá ri os arcos
sutura através dos orifícios de perfuração, fixe um isôme- de movimento.
tro ou tensiômetro, e leve o joelho através do arco de •Em seguida, prenda o plugue distal de osso no túnel da
movimento. A excursão ou a mudança de comprimento tíbia com um parafuso de interferência, enquanto o
de 2 mm ou menos indica locais isométricos aceitáveis joelho é mantido em extensão completa e tensão mode-
dos túneis femoral e tibial. Se o comprimento mudar mais rada é mantida no enxerto por meio das suturas coloca-
de 2 mm, ajuste os locais dos túneis, perfurando diferen- das anteriormente.
tes fios-guia no intercôndilo e faça novos testes. • Pa lpe cuidadosamente com um probe o enxerto fi xado
•Uma vez que os locais isométricos foram confirmados, para confirmar a tensão adequada e para garantir que
perfure túneis de 1O mm sobre os fios-guia. nenhum parafuso de interferência saia das aberturas
• Suavize cada abertura interna e externa do túnel com internas dos túneis e que fragmentos articulares do osso
raspadores. e carti lagem não foram puxados para a articulação .
•Passe um passador de sutura de proxima l a distal através •Lave cuidadosamente a articulação e feche as incisões de
do túnel femora l, intercôndilo e túnel da tíbia . forma padrão .
•Coloque as suturas através do componente patelar-osso • Outros preferiram uma posição over-the-top para a inser-
do enxerto e através do passador de sutura e puxe as ção femora l.
suturas e enxerto através do túnel da tíbia, intercôndilo e •Retire o enxerto como anteriormente descrito e afine o
túnel femora l. Se os túneis tiverem sido moldados em pedaço de osso patelar com uma broca dentária, de
uma linha reta, o enxerto deve passar facilmente. Amarrar modo que ele seja maleável.
firmemente a sutura proximal sobre um entalhe na extre- • Com osteótomos e raspadores curvados, modele um
midade que está à frente do plugue ósseo patelar orienta encaixe profundo na localização over-the-top e no inter-
o plugue diretamente no túnel femoral. côndi lo posterior.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO Gm
1 SUBSTITUIÇÃO DO LIGAMENTO COM ALOENXERTO preocupação para o potencial de reações do enxerto versus hospe-
O substituto ideal do ligamento deve estar fac ilmente disponível; ser deiro, que podem ser responsáveis pelo atraso relativo na incorpo-
de comprimento e diâmetro suficientes; ter propriedades biomecâ- ração de aloenxertos comparados com autoenxertos.
nicas similares ao ligamento que substitui; não deve perturbar as As vantagens citadas dos aloenxertos sobre autoenxertos -
estruturas normais e deve manter ou desenvolver um suprimento ausência de morbidade no local doador, tempos menores de cirur-
vascular. Embora os tecidos autógenos atualmente sejam os enxertos gia, menores incisões e maior disponibilidade - têm sido um pouco
mais comumente utilizados para reconstrução do ligamento cruzado, ofuscadas pelo risco de transmissão de doença, com relatos de infec-
essas transferências sacrificam uma estrutura musculotendinosa ções sérias associadas a aloenxertos aumentando essas preocupa-
normal em um joelho já deficiente, somando-se à alteração funcio- ções. De acordo com um relatório da Associação Americana de
nal. Exposição cirúrgica extensa, longo tempo de torniquete e rea- Bancos de Tecido (AATB) utilizando dados de 2003 e 2004, 192
bilitação prolongada são outras desvantagens dessas técnicas. suspeitas de infecções relacionadas com o aloenxerto foram relata-
Como os aloenxertos de tecido colágeno parecem capazes de das, 42% dos quais envolveram enxertos de tecidos moles e 37%
cumprir muitos dos requisitos para um substituto ideal de liga- envolvendo enxertos ósseos. Os procedimentos ortopédicos de
mento, os aloenxertos livres para reconstrução ligamentar recebe- medicina esportiva foram envolvidos em 59% destas infecções. A
ram atenção crescente durante os últimos 15 anos. Pesquisadores se maior preocupação no uso do transplante de aloenxerto para
concentraram na ciência básica dos aloenxertos e em resultados reconstrução ligamentar permanece a possibilidade de transmissão
clínicos iniciais. Tanto os autoenxertos como aloenxertos passam de hepatite ou síndrome de imunodeficiência adquirida. Lochemes
através de quatro fases após o transplante: necrose, revascularização, et ai. demonstraram a replicação vira! ativa em células infectadas
proliferação celular e remodelação. Após a incorporação, no entanto, com vírus da imunodeficiência humana 1 após exposição para 2,5
nem o auto enxerto nem o aloenxerto de tendões demonstraram Mrad de irradiação gama, a máxima dosagem que pode ser utilizada
retornar a sua força original. A maioria dos relatórios mostra 30% sem destruir a utilidade clínica do aloe nxerto. Mesmo que o doador
a 40% de forças de carga final. Por causa dessa consistente redução não demonstre anticorpos detectáveis a esses vírus, uma certa
na força, a maioria dos cirurgiões prefere utilizar os enxertos ou "janela de vulnerabilidade" existe entre o momento em que o
combinações de enxertos que começam com mais de 100% da força paciente pode ter contraído o vírus e a produção de anticorpos
do ligamento cruzado anterior, que deve resultar em força suficiente mensuráveis, que pode se r tão longa como vários meses. Patógenos
após a incorporação. emergentes, como vírus de West Nile, síndrome respiratória aguda
A especulação prévia de que os enxertos poderiam ser trans- grave (SARS), coronavírus e doença de príon, também se tornaram
plantados com células viáveis, permitindo a melhor incorporação uma preocupação do uso dos aloenxertos.
do enxerto, mostrou-se incorreta . Infelizmente, até mesmo a pre- Os riscos de transmissão de doença são pequenos; no enta nto,
servação de um pedículo vascul ar não parece fornecer qualquer quando o aloenxerto é obtido com técnica estéril, procedimen tos de
benefício clínico sobre os enxertos avasculares. Manter o forneci- desinfecção e esterilização secundária são realizados.
mento vascular para os autoenxertos do tendão patelar primata e O uso de óxido de etileno para esterilização foi questionado
humano não demonstrou res ultar em qualquer melhoria clinica- por causa do resíduo de etileno glicol remanescente nos tecidos
mente significativa. esterilizados, que foram citados como a causa de algum as efusões
Durante a remodelação, o autoenxerto e o aloenxerto de estéreis em falhas tardias. A liofilização do aloenxerto não parece
tendões sofrem a conversão das fibras de grande diâmetro para alterar significativame nte as propriedades mecânicas comparadas
fibras menores. Os estudos indicaram quadros de tempo variados com o congelamento profundo, mas os relatórios clínicos revelam
para esse processo de conversão; alguns indicam um período de frequentes falhas tardias de tecidos de aloenxerto liofilizados.
tempo semelhante para ambos os tecidos, e outros mostram um A irradiação gama dos aloenxertos com até 2 Mrad mostrou não
retardo nos aloenxertos. afetar significativamente as propriedades mecânicas iniciais do
Os relatórios sobre as propriedades imunogênicas dos aloen- tecido do aloenxerto, mas os efeitos são significativos após o uso de
xertos de colágeno foram contraditórios. Minami et al. estudaram 3 Mrad. A radiação por feixe de elétrons tem sido utilizada para
os aloenxertos de colágeno após vários regimes de tratamento tanto esterilização de enxertos de tecidos moles por causa da sua menor
in vivo como in vitro. Eles não encontraram evidência de citotoxici- penetrabilidade comparada com a ir radiação gama e maior veloci-
dade, nenhum sinal histológico de rejeição e nenhum a atividade dade de processamento - segundos, comparada com horas de irra-
com antissoro de aloenxertos de colágeno pré-tratado por congela- diação gama. Atualmente, o método mais comumente utilizado de
mento e descongelamento. Eles também mostraram que a imunor- esterilização provavelmen te é uma combinação de menores doses de
reatividade do aloenxerto depende excl usivamente do componente irradiação (1 a 3,5 Mrad) e outras técnicas de processamento, como
celular do enxerto; concluíram que o tratamento de congelamento imersões de antibióticos (Tabela 45-2). Várias empresas dispõem de
e descongelamento efetivamente neutralizou os antígenos imunoló- processos patenteados para aoterilização, em que cada um assegura
gicos, matando as células do tendão. As técnicas de esterilização e fo rn ecer um enxerto livre de doença.
preservação demonstraram afetar a resposta imunológica. A liofili- A superioridade do autoenxerto ou aloenxerto para reconstru-
zação red uz essa resposta mais que o congelamento, embora as téc- ção do ligamento cruzado anterior permanece um assunto co ntro-
nicas de criopreservação que preservam a celularidade ainda verso. Uma revisão sistemáti ca da literatura que incluía 31 estudos
evoquem uma resposta imunológica. Isso parece apoiar a hipótese observou que a porcentagem de pacientes recebendo uma pontua-
de que a resposta imune é direcionada para os componentes celula- ção fina l IKD C de "X' (joelho normal) foi estatisticamente maior
res dentro dos aloenxertos em vez dos antígenos do scajjàld de para aloenxertos (44%) do que para autoenxertos (28%); no entanto,
colágeno. a taxa de falha do enxerto foi de 8,2 por 100 reconstruções para
Outros pesquisadores demonstraram elevadas titulações de aloenxertos comparado com 4,7 para autoenxertos, com um a taxa
anticorpo predominantemente na articulação e não sistemicamente de complicação ligeiramente maior para aloenxertos. Os autores
após a reconstrução do ligamento cruzado anterior com um aloen- concluíram que, a partir dos dados atualmente disponíveis, a fon te
xerto do tendão patelar congelado a fresco. Este achado levanta a do enxerto tem um efei to mínimo sobre os resultados da
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO flBlll
protegendo o enxerto do ligamento. A reabilitação apropriada é
1: _ Processo de Aquisição, Esterilização fundamental para o sucesso da reconstrução do ligamento cruzado
45 2 e Armazenamento de Aloenxerto anterior. Algum estresse no enxerto é desejável para cicatrização e
SELEÇÃO DO Excluir por história de: remodelação, mas não deve ser excessivo e lesivo. Evidências atuais
DOADOR indicam que a reabilitação intensiva pode ajudar a prevenir a artro -
• Doença autoimune fibrose inicial e restaurar a força e a função precocemente. Talvez
• Ingestão ou exposi ção a substâncias a etapa mais importante seja a restauração inicial da extensão com-
tóxicas pleta. A imobilização do joelho em urna órtese em extensão completa
• Artrite reumatoide é iniciada imediatamente após a cirurgia para evitar o desenvolvi-
• Lúpus eritematoso sistêmico mento de contratura em flexão. Enfatizamos a extensão ativa e
• Poliarterite nodosa passiva do joelho com a cabeça elevada e o joelho suportado pos-
• Sarcoidose teriormente. Crioterapia com sacos de gelo é utilizada livremente,
• Doença óssea clinicamente significativa embora não tenha sido demonstrada a sua eficácia em diminuir o
O exame de sangue deve ser negativo tempo de internação hospitalar e inchaço do membro, assim como
para: no aumento no arco de movimento do joelho. Em virtude do custo,
• Anticorpos para HIV equipamentos comerciais de crioterapia raramente são utili zados.
• Teste de ácido nucleico (NAT) para Buscamos agressivamente um arco total de flexão do joelho, ativa-
HIV-1 mente e passivamente. As máquinas de movimento pass ivo contí-
• Antígeno de superfície de hepatite B nuo (CPM, do inglês continuous passive motion) não são utilizadas
• Total de anticorpos para antígeno rotineiramente, exceto em joelhos em tratamento para artrofi -
de hepatite B núcleo brose. A literatura não apoia qualquer benefício adicional com o
• Anticorpos para vírus da hepatite C uso dessas máquinas.
(HCV) Após a cirurgia, os músculos da coxa atrofiam rapidamente.
• NAT para HCV Estudos revelaram que a máxima atrofia da coxa foi registrada 6
• Anticorpos para vírus T-linfotrófico
semanas após a cirurgia. A diferença com relação à circunferência
humano
da coxa contralateral foi em média 4,2 cm. Um torniquete aplicado
• Sífilis
intraoperatoriamente para as reconstruções do ligamento cruzado
COLETA DE Dentro de 24 horas do óbito, se o anterior com enxerto autógeno osso-tendão patelar-osso reduziu a
TECIDO corpo resfriado
recuperação de força do quadríceps após 12 semanas da cirurgia.
Dentro de 15 horas do óbito, se o
No entanto, em 52 semanas, não houve diferença significativa na
corpo não resfriado
circunferência da coxa e rec up eração de força do quadríceps em
Técnica asséptica
Tecido cultivado antes do processamento comparação com um grupo de controle em que não foi utilizado
um torniquete.
DESINFECÇÃO: Compressas de antibiótico
REMOÇÃO DE Alguns pesquisadores sugeriram que a força de recuperação
CONTAMINANTES do quadríceps é menor para pacientes com enxertos do tendão
ESTERILIZAÇÃO Óxido de etileno, outros esterilizantes patelar em comparação com os enxertos isquiotibiais por causa do
SECUNDÁRIA: químicos dano ao mecanismo extensor. No entanto, Carter e Edinger com-
DESTRUIÇÃO DE Irradiação gama/feixe de elétrons pararam os resultados isocinéticos de isquiotibiais e qu adríceps
TODAS AS
Protocolos do proprietário (isto é, aos 6 meses de pós-operatório em 106 pacientes aleatoriamente
FORMAS DE
VIDA Allowash, BioClense, Clearant) alocados para reconstrução do ligamento cruzado anterior com
ARMAZENA- tendão patelar autógeno ou tendões isq uiotibiais. Eles não encon -
Aloenxerto fresco (uso dentro de 24 dias)
MENTO Congelamento fresco (3 a 5 anos) traram diferenças estatisticamente significativas na força de exten-
Criopreservação (até 1O anos) são ou de flexão do joelho ao avaliar as diferentes fontes de tecido.
Liofilização (3 a 5 anos em Além disso, a maioria dos pacientes não atingiu força adequada
temperatura ambiente) para participar de forma seg ura em atividades ilimitadas aos 6
meses de pós-operatório.
Estimulação elétrica muscular não diminui significativamente
reconstrução do ligamento cruzado anterior. Embora urn a série de a atrofia do músculo em pacientes após a cirurgia do ligamento
trabalhos tenha documentado bons res ultados com reconstruções cruzado anterior, nem teve qualquer efeito de fortalecimento de
com aloenxerto, piores res ultados foram relatados com o uso de longa duração. Utilizamos o estímulo elétrico com moderação para
aloenxertos de tendão tibial anterior em pacientes ativos e jovens. a reeducação muscular se o paciente apresentar fraqu eza do quadrí-
Singhal et al. relataram um a taxa geral de reoperação de 38% após ceps. A ênfase inicial de fortalecimento está nos isquiotibiais, que
a reconstrução primária do ligamento cruzado anterior com aloen- funcionam em conjunto com o ligamento cruzado anterior para
xertos de tendão tibial anterior em 125 pacientes jovens 25 anos evitar a translação anterior da tíbia. Além disso, o seu fortalecimento
de idade); a taxa de falha em pacientes com menos de 25 anos foi não causa tensão no enxerto. O fortalecimento inicial do quadríceps
de 55% em comparação com 24% naqueles com mais de 25 anos. se concentra nas contrações do quadríceps e elevação da perna
estendida. Alguns exercícios resistidos para o quadríceps são preo-
cupantes, porque eles colocam alguma tensão sobre o ligamento
• REABILITAÇÃO APÓS A RECONSTRUÇÃO DO
cruzado anterior, especialmente nos últimos graus de extensão do
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR joelho se o membro não estiver suportando peso, os chamados exer-
O objetivo da reabilitação após a cirurgia de ligamento cruzado cícios de cadeia aberta. Em um esforço para proteger o enxerto do
anterior é restaurar o movimento normal da arti culação e força, ligamento cruzado anterior durante os exercícios de quadríceps, foi
lllle) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
sugerido que o paciente permaneça em pé. A articulação do joelho com todas as avaliações de tratamento, os resultados do tratamento
é, portanto, carregada axialmente durante o movimento, e talvez os devem ser comparados com a história natural da doença e com
contornos da articulação ajudem a estabilizar o joelho e proteger o outros métodos de tratamento. Em bora a qualidade científica dos
enxerto, chamados exercícios de cadeia fechada . Em um estudo estudos relatando resultados de reconstrução do ligamento cruzado
prospectivo randomizado de exercícios de cadeia cinética aberta e anterior tenha melhorado, sérias deficiências permanecem . Como
fechada durante a reabilitação acelerada após a reconstrução do discutido anteriormente, a história natural completa de um joelho
ligamento cruzado anterior, o grupo da cadeia cinética fechada teve com ligamento cruzado anterior lesionado ainda é desconhecida.
menor diferença média com relação ao joelho contralateral medido Além disso, os estudos atuais são distorcidos por várias formas de
por artrômetro KT-1000 e menos dor patelofemoral. Além disso, os viés. Viés de detecção resulta a partir do uso de diferentes sistemas
pacientes geralmente estavam mais satisfeitos com o resultado final de pontuação para relatar resultados e de definições subjetivas de
e mais frequentemente consideraram que eles retornaram às ativi- sucesso. Estudos que incluem pacientes com diferentes lesões asso-
dades diárias normais e aos esportes mais cedo que o esperado. Não ciadas e, consequentemente, diferentes prognósticos criam um viés
se sabe se as deformações induzidas pelos exercícios de reabilitação de suscetibilidade. Os estudos que incluem diferentes cirurgiões,
sempre têm efeitos negativos nos enxertos, fazendo com que eles diferentes técnicas, e diferentes protocolos de reabilitação introdu-
alonguem, ou se alguma deformação realmente é necessária para zem viés de desempenho. Finalmente, o viés de transferência ocorre
estimular a remodelação do enxer to. quando subgrupos desconhecidos de pacientes perdem o segui-
Após a reconstrução isolada do ligamento cruzado anterior, o mento criando uma falsa impressão por concentrar-se apenas nos
suporte parcial do peso com muletas é permitido imediatamente. pacientes que estão disponíveis. Com essas limitações em mente, a
Uma órtese em extensão é utili zada para apoiar o quadríceps enfra- maioria dos estudos atuais relata uma taxa de sucesso de 90% a 95%
quecido. Certos tipos de reparos do menisco simultâneos ou proce- em restaurar a estabilidade conforme definido por uma diferença de
dimentos de cartilagem articular podem exigir um processo diferente KT-1000 lado a lado de 3 mm ou menos. Os resultados são equiva-
de suporte de peso. As muletas geralmente são descontinuadas após lentes para reconstruções de única incisão e duas incisões do liga-
3 a 4 semanas no pós-operatório. mento cruzado anterior com tendão patelar autógeno e com tendões
O treinamento proprioceptivo também é instituído nas pri- isquiotibiais. Além disso, os resultados relatados com uso do tendão
meiras 2 semanas. Risberg e Holm descobriram que os resultados patelar e tendões isquiotibiais são comparáveis. As comparações dos
de um programa de 6 meses de treinamento de exercício neuromus- resultados da reconstrução do ligamento cruzado anterior com
cular e um programa de treinamento de exercício físico tradicional autoenxerto quádruplo dos tendões isquiotibiais e autoenxerto do
não foram significativamente diferentes aos 2 anos após a recons- terço central do tendão patelar observaram que a estabilidade liga-
trução do ligamen to cruzado anterior; no entanto, a função do mentar, o arco de movimento e os sintomas gerais são basicamente
joelho e a redução da dor foram melhores naqueles com treinamento os mesmos em ambos os grupos.
neuromuscular, enquanto a força dos músculos isquiotibiais foi sig- Várias metanálises comparando a reconstrução do ligamento
nificativamente melhor naq ueles com treino de força, levando os cruzado anterior com autoenxerto dos tendões isquiotibiais e do
autores a recomendar um programa pós-operatório que combina tendão patelar mostraram que a frequência de instabilidade não é
treinamento neuromuscular e de força. O retorno à plena atividade significativamente diferente entre as duas técnicas. No entanto, o
requer 80% de retorno da força da coxa e a capacidade de realizar enxerto de osso-tendão patelar-osso demonstrou ser mais provável
tarefas de agilidade específicas dos esportes. Em geral, também para resultar em reco nstru ções com a pontuação normal de
adiamos o retorno aos esportes para pelo menos 6 meses após a Lachman, pivot shift normal, diferença lado a lado manual máxima
cirurgia para permitir a maturação do enxerto. Os estudos em com KT-1000 de menos de 3 mm e menor perda de flexão. Em
animais sugerem que o enxerto deve ser poupado de cargas signifi- contraste, os enxertos isquiotibiais tiveram incidência reduzida de
cativas por 6 a 12 meses. Uma órtese funcional de joelho após a crepitação patelofemoral, dor ao ajoelhar e perda de extensão. Os
cirurgia de ligamento cruzado anterior é às vezes utilizada para estudos mais recentes não observaram diferenças sign ificativas nos
esportes de colisão, embora nenhum dado suporte essa prática. O resultados relacionados com a escolha do enxerto. Holm et ai.
protocolo de reabilitação para reconstrução do ligamento cruzado descobriram que a escolha de um autoenxerto dos tendões isquio-
anterior está descrito no Capítulo 51. tibiais ou do tendão patelar teve mínimos efeitos na prevalência da
No atual clima econômico, o uso mais frequente de programas osteoartrite em 10 anos após a cirurgia. Em um estudo randomi-
de reabilitação domiciliar foi sugerido para minimizar os custos e zado comparando os autoenxertos dos tendões isquiotibiais e do
vários estudos relataram ser igualmente efi cazes. Em uma compara- tendão patelar, resu ltados objetivo, subjetivo e funcional foram
ção de tratamento domiciliar (quatro sessões de fisioterapia) e semelhantes 2 anos após a cirurgia. A escolha do enxerto deve ser
supervisionado por fisioterapia (17 sessões de fisioterapia), Grant e individuali zada, e o tipo de enxerto pode não ser o determinante
Mohtadi relataram que o grupo domiciliar teve uma pontuação primário para res ultados bem-s ucedidos após a cirurgia de liga-
média significativamente maior no questionário de qualidade de mento cruzado anterior.
vida do ligamento cruzado anterior (ACL QOL), sem diferenças A maioria desses estud os consiste em relatos de curto prazo e
significativas em medidas secundárias de resultados como arco de não é indicativo da históri a natural de reconstrução do ligamento
movimento e força. No entanto, todos esses pacientes eram atletas cruzado anterior. Os objetivos finais de reconstrução são permitir
recreacionais e não atletas competitivos de alto nível. ao paciente reto rnar a um estilo de vida ativo e evitar nova lesão e
desenvolvimento da artrite. Em um a coorte de 6.576 recrutas ativos
que foram hospitalizados devido a uma lesão do ligamento cruzado
• RESULTADOS DA RECONSTRUÇÃO DO anterior, a taxa de reoperação foi significativamente menor no
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR grupo em que foi feita a reconstrução do ligamento cruzado ante-
Os objetivos da cirurgia do ligamento consistem em restaurar o rior após 9 anos da cirurgia em co mparação com aqueles tratados
movimento normal da articulação, retornar o paciente para a função de modo não cirúrgico. As aná lises de regressão de risco propor-
completa e evitar lesões secundárias e artrose da articulação. Como cional ajustadas para a idade, sexo, raça, estado civil, educação e
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO GDll
nível de atividade física confirmaram que a reconstrução do liga-
mento cruzado anterior foi protetora contra a lesão do menisco e
cartilagem. Um estudo laboratorial controlado utilizando RM e
técnicas de imagem fluoroscópica ortogonal dupla determinou que
a lesão do ligamento cruzado anter ior causou um alongamento sig-
nificativo dos feixes de fibra do ligamento colateral medial superfi-
cial e profundo durante a flexão, enquanto os feixes de fibra do
ligamento colateral lateral foram encurtados. Essas alterações nos
ligamentos colaterais demonstram que a cinemática anormal da arti-
culação tibiofemoral após a lesão do ligamento cruzado anterior
interrompe a função normal da articulação.
Em uma das primeiras tentativas de examinar a história natural
de joelhos com ligamento cruzado anterior reconstruído, Daniel et
ai. observaram por 64 meses 292 pacientes que tiveram uma hemar-
trose traumática aguda. Os pacientes foram divididos em quatro
grupos: I, inicialmente estáveis, sem reconstrução; II, inicialmente
instáveis, sem reconstrução; III, reconstrução precoce; e IV, recons-
trução tardia. Todos os pacientes foram avaliados para artrose da
artic ulação por radiografias e cintilografia óssea. Os pacientes com
ligamentos reconstruídos tiveram maior nível de artrose, e Daniel et
ai. especularam que, embora o objetivo de estabilidade tenha sido
alcançado, a função do ligamento cruzado anterior não foi comple-
tame nte restaurada. Os pacientes receberam um joelho que era
estável o suficiente para retomar as atividades esportivas, mas talvez
não normais o suficiente para evitar a degeneração lenta e progres-
siva. Em essência, eles haviam recebido uma "licença para abusar do
joelho''. O seguimento de longo prazo (média de 14 anos) de 502 lj@li;!.!m:Jm Frequente causa de falha de reconstrução do
pacientes com reconstrução do ligamento cruzado anterior desco- ligamento cruzado anterior é a colocação incorreta de túneis para
briu que a perda de 3 a 5 graus de extensão do joelho, incluindo fixação do enxerto. Neste paciente, o túnel da tíbia fo i colocado
perda de hiperextensão, afetou de forma adversa os resultados sub- muito anterior, resultando em alongamento do enxerto e frouxi-
jetivos e objetivos, especialmente em pacientes com meniscectomia dão do joelh o.
ou danos à cartilagem articular. Kessler et ai. relataram um estudo
com 94 pacientes pareados comparando a função pós-operatória e
desenvolvimento da osteoartrite em pacientes com rupturas do liga- pré-operatórios para reconstrução bem-sucedida do ligamento
mento cruzado anterior isolado tratadas com cirurgia reconstrutiva cruzado anterior incluem mínimo ou nenhum inchaço, controle
(47) para aqueles tratados de forma conservadora (47). Nenhuma da perna e arco de movimento completo; incluindo total hiperex-
lesão adicional, extra-articular ou intra-articular, foi incluída no tensão. O tipo de enxerto escolhido e a fixação utilizada não
estudo. Em um acompanhamento médio de 11 ,4 anos, avaliações parecem ter influência significativa sobre a incidência de compli-
clínica e radiográfica e pontuações de Tegner e IKDC foram reali- cações. As incidências de complicações também não foram signi-
zadas; o grau de osteoartrite foi classificado pela escala de Kellgren ficativamente diferentes se tiver sido escolhida a técnica de uma
-Lawrence. Pontuações de IKDC pós-operatórias significativamente incisão ou de duas inci sões.
maiores foram encontradas no grupo reconstruído, mas 42% dos As complicações intrao peratórias incluem fratura da patela,
pacientes neste grupo desenvolveram osteoartrite (grau II ou maior) comprimento inadequado do enxerto, incompatibilidade (rnis -
em comparação com 25% no grupo de tratamento conservador. Um rnatch) entre o plugue ósseo e tamanhos de túnel, fratura do
estudo laboratorial controlado de sete joelhos com reconstrução do enxerto, laceração da sutura, violação do córtex femoral posterior
ligamento cruzado anterior mostrou que embora a frouxidão ante- e colocação incorreta do túnel femoral ou tibial (Fig. 45-126).
rior tivesse sido restaurada durante os testes de artrômetro KT-1000, Essas complicações e sua prevenção são discutidas em detalhes
a reconstrução não restaurou a cinemática normal do joelho sob as no Capítulo 51.
condições de carga de suporte de peso. As complicações pós-operatórias mais comu ns são déficits de
movimento (principalmente extensão) e dor persistente anterior no
joelho. A incidência dessas complicações é difícil de determinar a
• COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA DO LIGAMENTO partir da li teratura, com frequências relatadas de perda de movi-
CRUZADO ANTERIOR mento variando de 1% a 13% e de dor pós-operatória variando de
As complicações da cirurgia do ligamento cruzado anterior podem 0% a 34%.
ser causadas por fatores pré-operatório, intra-operatório e pós-ope- A perda de movimento após a reconstrução do ligamento
ratório. Os fatores pré-operatórios incluem momento apropriado de cruzado anterior pode resultar de fatores pré-operatório, intraope-
cirurgia, condicionamento e fortalecimento pré-operatório adequa- ratório ou pós-operatório. A efusão pré-operatória, o arco de movi-
dos e escolhas do enxerto e fi xação. Embora cada um destes tenha mento limitado e as lesões ligamentares concomitantes do joelho
sido debatido, a opinião atual geralmente sustenta que a recons- tornam a perda de movimento pós-operatório mais provável. Os
trução precoce é preferível para retorno precoce para as atividades fatores intraoperatórios associados aos déficits de movimento mais
esportivas, melhores resultados clínicos e dos testes de frouxidão, frequentemente são a posição incorreta do túnel e incisuroplastia
e redução do risco de alterações osteoartríticas tardias. Os critérios inadequada, podendo em tensionamento excessivo ou impacto do
PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
O!ijl!;HIJ!I!!) Tomografia computadorizada utili zada para determ inar a loca li zação e o tamanho dos túne is antes
da revisão do ligamento cruzado anter ior.
enxerto, levando à perda de extensão. Os fatores pós-operatórios enxerto. A falha tardia, geralmen te após 1 ano, é mais comumente
incluem imobilização prolongada e inadequada ou reabilitação causada por nova lesão.
inapropriada. A causa da fa lha da reconstrução do ligamento cruzado ante-
A dor no joelho anterior provavelmente é a complicação mais rior pode ser difícil de determinar, e mais de uma causa pode ser
comum e mais persistente após a reconstrução do ligamento cruzado responsável. A causa mais evitável e mais com um é a técnica cirúr-
anterior. Embora sua causa exata não tenha sido determinada, vários gica. Os erros em técnica ci rúrgica podem incluir colocação in ade-
estud os sugeriram um a relação entre a dor patelofemoral e contra- quada do tún el, incisuroplastia inadequada e erros na seleção do
tura em flexão persistente e fraqueza do quadriceps. enxerto, taman ho, fisiometria ou tensionamento. Tais erros relacio-
Em geral, os atuais protocolos pós-operatórios defendendo nados com a técnica são discutidos em detalhes no Capítulo 51.
ausência de imobilização ou imobili zação li mitada e reabilitação O principal objetivo em determinar por que uma reconstrução
ma is agressiva diminuíram a frequência da perda de movimento e do ligamento cruzado anterio r fa lhou é evitar a repetição da causa
dor anter ior no joelho. As preocupações iniciais sobre o possível se uma revisão for feita. As causas de fa lha muitas vezes não podem
alongamento e falha do enxerto não foram va lidadas. As análises ser determinadas. É importante uma história detalhada, incluindo
histológicas dos autoen,xertos do tendão patelar utilizadas para eventos circundantes da nova lesão, se presente. Os níveis de ativi-
reconstrução do ligamento cruzado anterior mostraram que os dade do paciente an tes e depois da reconstrução primária do liga-
enxe rtos sofrem "ligamenti zação" durante um período de meses a mento cru zado anterior devem se r obse rvados. É especialmente
anos, mas uma fase necrótica pode não oco rrer, e os enxertos podem im portante observa r se o paciente fo i capaz de retornar para o se u
se r viáveis logo em 3 sema nas após a cirurgia. nível anterior de atividade após a reconstru ção primária e se a ins-
tab ilidade (e não a dor) é a queixa primária.
Como com qualquer exame do joelho, é necessário documentar
CIRURGIA DE REVISÃO DO LIGAMENTO instabilidade, sinais meniscais, sensibilidade da linha articu lar,
CRUZADO ANTERIOR efusão, arco de movimento, comparações da circ un fe rência do qua-
dríceps e outros parâmetros. Uma comparação com a extremidade
Trabalhos recentes sugerem uma faixa de 10% a 25% de falhas de oposta, se não for lesionada, é úti l para determinar de forma obje tiva
reconstrução do ligamento cruzado anterior. Uma taxa de falha o exame do paciente. O ali nhamento da extremidade inferior deve
precisa é difícil de determinar, porque o significado de "falha" de ser observado. A presença de padrões de instabilidade combinada e
uma reconstrução do ligamento cruzado anterior não é totalmente as condições dos estabilizadores secundários também devem ser
definido. Um cri tério, instabilidade recorrente po r causa da falha do documentadas. A marcha deve ser observada, incluindo a avaliação
enxerto, é estim ado para ocorrer em 0,7% a 8% das reconstruções. de varo ou valgo. A instabilidade posterolateral é um padrão de
Os fatores potencialmente envolvidos na fal ha de uma reconstrução instabilidade comum ente não diagnosticado. A frouxidão ligamen-
do ligamento cruzado ante ri or incl uem técnica cirúrgica, seleção de tar subj acente de outras articulações também deve ser observada.
material do enxerto, problemas com incorporação do enxerto, inte- As incisões prévias devem ser documentadas para planejamento
grid ade dos restritores secundários, condição da cartilagem articu - pré-operatório. A infecção pode precisar ser excluída.
lar e meniscal, reabilitação pós-operatória e motivação e expectativas Os registros médicos do paciente, incluindo relatórios ope ra-
do paciente. A seleção dos pacientes e o tempo de cirurgia são tórios e fotografias intraoperatórias, podem ser úteis em determinar
aspectos fundamenta is do plano pré-operatório. A falha precoce, o porquê de o enxerto inicialmente ter falhado. O cirurgião deve
geralmente dentro dos primeiros 6 meses, mais frequentemente é o estar preparado para corrigir quaisquer problemas com fixação do
resultado de erros técnicos, reabilitação incorreta ou excessivamente enxerto, remoção do material de fixação ou deficiência do osso, que
ag ressiva, retorno precoce ao esporte ou fa lh a da incorporação do podem exigir um procedimento estagiado.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO flm
A avaliação radiográfica deve incluir as incidências lateral e consideravelmente baixo de transmissão de doença e um questionável
anteroposterior padrão, uma incidência posteroanterior de 45 graus potencial para rejeição, dependendo das técnicas de preparação do
com suporte de peso em flexão e uma incidência patelofemoral. As enxerto. As técnicas de esterilização demonstrarm ter um impacto
radiografias ortostáticas com apoio do membro inferior são úteis para significativo sobre as propriedades mecânicas do enxerto, resposta.
determinar o eixo mecânico e se há necessidade de uma osteotomia imune e incorporação do enxerto. A incorporação retardada do
concomitante ou osteotomia em fases. É preciso observar a posição enxerto foi demonstrada em um estudo com cabras. Os aloenxertos
do material de fixação, a posição dos túneis, defeitos ósseos, osteólise mais comuns para revisão da cirurgia do ligamento cruzado anterior
e alterações degenerativas. Tomografia computadorizada ou, de pre- são osso-tendão patelar-osso e tendão de Aquiles-osso. Os enxertos
ferência, RM são úteis em determinar se os túneis femoral e tibial da fásc ia lata e tendão tibial também foram utiliza.dos. Embora os
prévios são adequados para revisão ou se novos túneis são necessários, relatórios iniciais não tenham encontrado diferenças significativas
assim como em determinar a extensão de qualquer alargamento do funcionais ou objetivas entre a revisão de reconstrução do ligamento
túnel (Fig. 45-127). Ressonância magnética também fornece informa- cruzado anterior com autoenxertos e com aloenxertos, há contradição
ções sobre o enxerto, os meniscos e a condição da cartilagem articular. entre estudos mais recentes com animais e clínicos. É útil ter mais que
A cintilografia óssea pode identificar alterações precoces degenerativas. uma opção de enxerto disponível no momento da revisão; o cirurgião
deve obter o consentimento pré-operatório do paciente se um aloen-
• SELEÇÃO DO ENXERTO xerto ou autoenxerto do joelho contralateral pode ser utiliza.do.
Retirar novamente enxerto de osso-tendão patelar-osso geralmente
não é recomendado devido ao grande número de outras fontes de • CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
autoenxertos e aloenxertos disponíveis para revisão da reconstrução do A cirurgia de revisão em etapas deve ser considerada se houver um
ligamento cruzado anterior. Os estudos radiográficos, incluindo ultras- problema com movimento do joelho, especificamente uma falta de 5
sonografia e RM, mostraram que a nova coleta do tendão patelar pode graus de extensão ou 20 graus de flexão, quando a estabilidade não é
ser satisfatória por causa da evidência de regeneração do ligamento e o problema. Além disso, se grandes defeitos ósseos estiverem presen-
remodelação, como demonstrado no acompan hamento progressivo tes, não podendo ser adequadamente tratados no momento da cirur-
com intervalos de até 18 meses. No entanto, os estudos com animais gia de revisão, procedimentos em estágios devem ser considerados.
envolvendo modelos caninos e caprinos relataram propriedades biome- Harner et al. recomendaram enxerto ósseo em etapas para um túnel
cânicas inferiores após a nova coleta do tendão. Um enxerto contrala- com mais de 15 mm de largura. Os fatores a serem considerados
tera.l osso-tendão patelar-osso também pode ser uma possibilidade, mas incluem a disponibilidade de autoenxerto e se o paciente consente em
tem a desvantagem de morbidade potencial do joelho normal. utilizar um aloenxerto para o tratan1ento de defeitos ósseos.
Os enxertos semitendíneo duplo, triplo ou quádruplo e semiten- As incisões prévias devem ser utilizadas ou estendidas, se pos-
díneo e grácil quádruplo também são opções para revisão cirúrgica. sível. Pontes de pele de menos de 7 cm de largura devem ser evitadas
No entanto, esses enxertos são menores em diâmetro do que o típico para prevenir problemas com cicatrização da ferida. Lesões menis-
osso-tendão patelar-osso, possivelmente causando incompatibilidade cais e de cartilagem articular devem ser tratadas no momento da
entre o enxerto e o túnel, que poderia resultar em problemas com cirurgi a de revisão. A posição do enxerto original do ligamento
fixação do enxerto e com efeito "limpador de para-brisas" do enxerto. cruzado anterior deve ser observada e desbridada.
As vantagens dos a.loenxertos incluem ausência de morbidade O material de fixação deve ser removido apenas se necessário
no local doador, menores incisões, tempo de torniquete e tempos (Fig. 45-128). A remoção desnecessária cria defeitos que exigem tra-
cirúrgicos mais curtos e ausência de limitações de tamanho. No tamento. Em geral, o material de fixação femoral é o mais difícil de
entanto, o custo é considerável. O seu uso também envolve um risco remover, especialmente se o parafuso estiver enterrado. É importante
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
E
ª
·---------- Nivel do
tubérculo
adutor
E
r 92
Ol
5mm
A B
O!iji!;f!irllB)Estrutura e inserções do li gamento cruzado posterior. A, Superfície lateral do cõndi lo medial do fêmur mostrando
medidas médias e relações da inserção femoral do ligamento cruzado posterior (área sombreada). B, Mudança no formato e tensão
dos componentes do ligamento cruzado posterior em extensão e fle xão . Com flexão, há tensionamento do volume do li gamento (BB'),
mas menor tensão na banda menor (A/!\). CC', Ligamento de Humphry inserido ao menisco lateral.
ter certeza de que o ângulo e a posição da chave de parafuso são primária, e os pacientes devem ser adequadamente aconselhados
precisos. Se um parafuso esteve no local por algum tempo, o metal sobre as suas expectativas. A taxa de sucesso para reconstruções
pode ter amolecido e um giro de uma chave de fenda que não está primárias é geralm ente relatada em 90% a 95% em comparação com
posicionada adequadamente pode espanar a cabeça do parafuso e 65% a 75% para revisões. Em uma série de 63 pacientes com revisões
dificultar a recuperação do parafuso. Se o parafuso for canulado, é útil da reconstrução do li gamento cruzado anterior relatadas por Batta-
colocar um fio-guia através do parafuso para evitar este problema. A glia et al., aproximadamente 60% foram capazes de retornar aos
remoção do material de fixação da tíbia geralmente não é tão difícil, esportes, a maioria em menores níveis do que antes da revisão.
e o uso de intensificador de imagem intraoperatório pode ajudar a A progressão significativa da osteoartrite, apesar da estabilidade e
locali zar um parafuso que foi enterrado ou coberto por osso. Um função satisfatórias, foi relatada por Diamantopoulos et ai. no acom-
parafuso bioabsorvível pode ainda estar presente 2 anos ou mais após panhamento a médio prazo de 148 pacientes com revisões da
a cirurgia, porque o ácido polilático utilizado para fazer os parafusos reconstruções do ligamento cruzado anterior. O motivo mais fre-
não é facilmente absorvível dentro deste curto período. Tentativas de quentemente citado para falha da reconstrução primária do liga-
remover um parafuso bioabsorvível podem causar fragmentação. É mento cruzado anterior é o posicionamento in apropriado do túnel.
melhor deixá-lo intacto, se possível, ou passar a broca através de parte
ou de todo o parafuso se não for facilmente removível. Os ligamentos
protéticos devem ser removidos em bloco para evitar a fragmentação LIGAMENTO CRUZADO
dos enxertos sintéticos. POSTERIOR
O material de fixação femoral ou tibial de uma técnica anterior
de duas incisões e, ocasionalmente, de uma técnica endoscópica
ANATOMIA
pode ser deixado intacto, dependendo da sua loca lização.
A remoção do parafuso e enxerto pode causar grandes defeitos O ligamento cruzado posterior é composto de duas partes principais,
ósseos, que podem exigir enxerto ósseo em etapas ou simultâneo. Um um a grande porção anterior que forma o maior volume do ligamento
enxerto em formato cilíndrico pode ser tirado da tíbia com uma trefina. e uma menor porção posterior que corre obliquamente para trás da
Além disso, os defeitos ósseos podem ser preenchidos com parafusos de tíbia. O ligamento cruzado posterior se fixa proximalmente à parte
interferência hiperdimensionados absorvíveis ou de metal, que podem posterior da superfície lateral do côndilo medial (F ig. 45-129) e, assim
ser posicionados adjacentes w1s aos outros para preencher tun defeito. como o ligamento cruzado anterior, ele forma um segmento de um
Harner et al. descreveram o uso de wn grande aloenxerto de bloco ósseo. círcu lo. A inserção tibial está em uma depressão atrás e abaixo da
Para tuna deficiência da parede posterior, pode ser necessário converter porção intra-articular da tíbia, com um a parte geralmente se fundindo
para wna técnica over-the-top ou utilizar w11 EndoButton. com o corno posterior do menisco lateral. A maioria dos pesquisado-
Uma generosa incisuroplastia de revisão pode ser indicada. res acred ita que é maior e mais forte que o ligamento cruzado anterior.
A adequação da incisuroplastia deve ser ava li ada após a colo cação Harner et a l. mediram a forma transversal e área do ligamento cruzado
do enxerto. anterior, do ligamento cruzado posterior e dos ligamentos menisco-
Os resultados clín icos da revisão de reconstrução do ligamento femorais em oito cadáveres. A área transversal do ligamento cruzado
cruzado anterior não são tão bons quanto aqueles da reconstrução posterior aume ntou da tibia para o fêmur e foi aproximadamente 50%
CAPÍTULO 45 LE SÕES NO JOELHO
e 20% maior que o ligamento cruzado anterior no fêmur e tíbia, res- Se um estudo de RM revelar lesão meniscal associada (que é muito
pectivamente. Os ligamentos meniscofemorais tiveram média de menos comum que com lesões anteriores do ligamento cruzado) ou
aproximadamente 22% de toda a área transversal do ligamento outras lesões, indica-se o tratamento cirúrgico dessas lesões e con-
cruzado posterior. Os locais da inserção foram 300% a 500% maiores sidera-se o tratamento cirúrgico do ligamento cruzado posterior.
que a seção transversal da substância do ligamento.
HISTÓRIA NATURAL
BIOMECÂNICA
A história natural do ligamento cruzado posterior rompido ainda é
Pesquisadores avaliando as propriedades biomecânicas dos ligamen- debatida, com alguns pesquisadores descrevendo os pacientes não tra-
tos descobriram que o componente anterolateral do ligamento tados com mínimos sintomas muitos anos depois. Outros relataram
cruzado posterior tinha rigidez linear significativamente maior e alterações osteoartríticas significativas em joeU1os com uma deficiência
carga fina l maior que o componente posteromedial e ligamento do ligamento cruzado posterior em urna porcentagem excepcional-
meniscofemoral somados. mente alta (80%) de pacientes quando o reparo ou a reconstrução foi
O ligamento cruzado posterior é orientado mais verticalmente adiado além de 4 anos. A história natural do joellio com deficiência
que obliquamente e é o eixo em torno do qual a rotação do joelho isolada do ligamento cruzado posterior varia consideravelmente.
ocorre. Ele parece orientar o mecanismo de "parafusamento" na Embora tendências para deterioração moderada das superfícies articu-
rotação interna do fêmur durante a extensão final do joelh o. O corte lares, leve diminui ção na função do joellio e aumento moderado nos
seletivo do cruzado posterior mostra que é importante em flexão; sintomas tenham sido observados em pacientes com deficiência do
quando ele é perdido, deslocamento da gaveta posterior é aum en- ligan1ento cruzado posterior, alguns pacientes têm essencialmente
tado sem alteração no sinal da gaveta anterior. A estabilidade rota- joellios normais e alguns têm sinais e sintomas de degeneração signifi-
cional é inalterada em extensão, mas alterada em flexão após secção cativa. A maioria dos trabalhos sobre a insuficiência do ligamento
do cruzado posterior. O ligamento cruzado posterior representa cruzado posterior considera o problema de instabilidade funcional, e
89% da resistência à translação posterior da tíbia sobre o fêmur e alguns enfatizam o potencial para artrite degenerativa precoce. No
atua como uma verificação da hiperextensão apenas após o liga- entanto, a instabilidade funcional pode não ser o principal sintoma de
mento cruzado anterior ter sido rompido. uma insuficiência isolada do ligamento cruzado posterior. Incômodo,
dor aos esforços, e efusão podem ser o resultado da degeneração da
cartilagem articular, que muitas vezes começa vários anos antes de as
EXAME FÍSICO alterações radiográficas ficarem evidentes.
Tal como acontece com o ligamento cruzado anterior, as lesões
No exame físico, o resultado do teste de gaveta posterior é positivo "isoladas" do li game nto cruzado posterior são relativamente raras;
com uma lesão do ligamento cruzado posterior; no entanto, a como regra, as rupturas deste ligamento são associadas às lesões do
verdadeira direção da translação da tíbia muitas vezes é con fun- compartimento medial ou lateral, especialmente o último. Clinica-
dida. O examinador frequentemente não percebe que a tíbia está mente, no entanto, as lesões isoladas do ligamento cruzado posterior
começando em uma posição posteriormente subluxada. A tensão podem ser causadas por uma falha sobre o joelho flexionado ou
posterior adicional na tíbia não produz qualquer aumento da trans- colisão da tíbia flexionada no painel em um acidente de veículo a
lação, sugerindo um resultado de teste negativo de gaveta posterior. motor. Esse mecanismo (a parte superior da tíbia posteriorizada
Uma gaveta anterior resulta em translação anterior, e o diagnóstico com o joelho flexionado) pode produzir o rompimento do liga-
de uma lesão do ligamento cruzado anterior é feito incorre tamente. mento cruzado posterior corno a única instabilidade clinicamente
O examinador não percebe que a tíbia está simplesmente se movendo detectável. Essas lesões isoladas do li gamento cruzado posterior
de uma posição posteriormente subluxada para neutra em vez de podem ser difíceis de diagnosticar agudamente, a menos que um
neutra para anteriormente subluxada. A confusão pode ser evitada, fragmento de osso seja avulsionado a partir da sua inserção tibial
colocando ambos os joelhos na posição de gaveta (quadril flexio- posterior e seja observado nas radiografias.
nado a 45 graus e joelhos flexionados a 90 graus), com os polegares
do examinador sendo colocados na linha articular anteromedial de
cada joelho (Fig. 45-52). Em geral, deve haver 5 a 10 mm de com- TRATAMENTO
pensação anterior da tíbia relativa ao côndilo femoral medial. Com
uma lesão do ligamento cruzado posterior, esta compensação ante- O tratamento de uma lesão do ligamento cruzado posterior é talvez
rior é perdida e a tíbia parece alinhada com o côndilo femoral. o tópico atual mais controverso em cirurgia do joelho, principalmente
Radiografias com estresse ajudam no diagnóstico das lesões do porque a história natural desta lesão é desconhecida. A maioria dos
ligamento cruzado posterior. Hewett et ai. realizaram a radiografia trabalhos na literatura teve seguimento relativamente curto e inclui
por estresse em 21 pacientes com lesões isoladas unilaterais do liga- uma mistura de lesões agudas e crônicas, assim corno lesões ligamen-
mento cru zado posterior, 10 completos e 11 parciais. Uma carga tares isoladas e complexas. O tratamento de uma lesão do ligamento
posterior de 89-N foi aplicada à tíbia proximal e um a radiografia cruzado posterior deve ter como base um entendimento da história
lateral tirada de cada joelho em 70 graus de flexão. As radiografias natural dessa lesão, assim como em um entendimento preciso dos
por estresse foram comparadas com as medições do artrômetro resultados a longo prazo das várias alternativas de tratamento.
KT-1000 e resultados do teste de gaveta posterior. A radiografia por
estresse demonstrou ser superior a ambas. O aumento da translação • TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO
posterior de 8 mm ou mais em radiografias por estresse é indicativo Tradicionalmente, a maioria dos autores recomendou o tratamento
de ruptura completa. Os estudos de RM são mais confiáveis para não cirúrgico das lesões isoladas do ligamento cruzado posterior. Os
diagnóstico das lesões do ligamento cruzado posterior do que para métodos comprovados para reconstrução desse ligamento são
lesões do ligamento cruzado anterior e são rotineiramente obtidos. poucos; a maioria dos cirurgiões teve experiência limitada com esses
Em\) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
procedimentos, e os resultados muitas vezes são imprevisíveis. Alguns ruptura isolada do ligamento cruzado posterior em um joelho e um
pacientes permanecem livres de sintomas apesar da falta de um liga- joelho normal contralateral. Eles observaram que a ruptura do liga-
mento cruzado posterior, muitas vezes sem correlação direta entre a mento cruzado posterior levou a um aumento na frouxidão sagital
quantidade de instabilidade ligamentar e a gravidade de quaisquer passiva no compartimento medial do joelho. Nas imagens com
sintomas. A verdadeira incidência da lesão do ligamento cruzado suporte de peso, a ruptura do ligamento cruzado posterior alterou a
posterior não é conhecida, mas foi estimada sendo entre 3% e 20% de cinemática do joelho, com persistente subluxação posterior da tíbia
todas as lesões ligamentares do joelho. Muitas lesões isoladas passam medial, de modo que o côndilo femora l sobe sobre a inclinação ante-
despercebidas ou se tornam clinicamente silenciosas. Uma revisão da rior do platô medial da tíbia. Essa subluxação constante foi observada
literatura pode ser um pouco confusa, com estudos obtendo conclu- em todo o arco de extensão-flexão e fo i estatisticamente significativa
sões contraditórias. Historicamente, a maioria dos estudos indica que em todos os ângulos de flexão. A cinemática do compartimento lateral
as lesões de grau I ou grau II respondem bem ao tratamento não não foi alterada pela lesão do ligamento.
cirúrgico, pelo menos no curto prazo. Apesar de dividir os seus 38 pacientes em três grupos com base
A RM pode ser utilizada para avaliar as condições patológicas no momento da lesão, Boynton e Tietjens não puderam identificar
do menisco ou cartilagem e para determinar se uma lesão é uma variáveis de prognóstico. Eles encontraram indivíduos em todos os
lesão intersticial ou parcial. Os estudos mostram que estes tipos grupos que tiveram joelhos essencialmente normais e indivíduos
de lesão cicatrizam em um período de 6 meses, com uma redução que tiveram sinais e sintomas de degeneração significativa, levando
na frouxidão posterior de uma gaveta posterior 2+ para uma 1 + ou os autores a concluir que o prognóstico varia para joelhos com uma
até mesmo uma instabilidade residual. Os critérios comumente ruptura isolada do ligamento cruzado posterior.
citados para o tratamento não cirúrgico incluem (1) a gaveta poste- Além da "história natural" confusa da ruptura isolada do liga-
rior de menos de 10 mm (grau II) com a tíbia em rotação neutra mento cruzado posterior, os resultados das opções atuais de trata-
(excursão da gaveta posterior diminui com rotação interna da mento têm sido imprevisíveis, e a capacidade de qualquer uma de
tíbia sobre o fêmur), (2) menos de 5 graus de frouxidão rotatória evitar, reduzir ou interromper alterações degenerativas não está
anormal (especificamente, rotação externa anormal da tíbia com provada. Apesar disso, os pacientes tratados de modo não cirúrgico
o joelho flexionado 30 graus, indicando a instabilidade posterolate- devem ser observados de perto para sintomas de alterações degene-
ral), e (3) nenhuma frouxidão valgo-varo anormal significativa rativas ou deterioração funcional.
(nenhuma lesão ligamentar significativa associada). Após a extensiva experiência com ambos os tratamentos cirúr-
Estudos indicaram que a instabilidade funcional de curto gico e não cirúrgico das lesões do ligamento cruzado posterior,
prazo é mínima e que a função geralmente não está correlacionada Shelbourne recomendou o tratamento não cirúrgico da maioria das
com estabilidade objetiva. Vários estudos relataram um retorno às lesões agudas de grau II e todas as lesões de grau I isoladas do liga-
atividades esportivas em aproximadamente 85% dos pacientes com mento cruzado posterior. Em um atleta de alta demanda com frou-
lesões do ligamento cruzado posterior isolado, tratadas de modo não xidão posterior isolada de grau II ou mais, é possível indicar
cirúrgico, independentemente do grau de frouxidão. Apesar desses reconstrução ou reparo agudo do ligamento cruzado posterior. Em
relatórios encorajadores de tratamento não cirúrgico, é evidente que uma lesão crônica do ligamento cruzado posterior isolado com resi-
nem todos os joelhos com uma lesão isolada do ligamento cruzado dual frouxidão de grau II ou maior, que é sintomática, outras lesões
posterior funcionam bem. Estudos recentes de longo prazo mostra- associadas, como o dano ao menisco ou cartilagem, devem ser iden-
ram que a função do joelho tende a se deteriorar ao longo do tempo tificadas e podem ser responsáveis pelos sintomas. Se a a frouxidão
e que a maioria dos pacientes eventualmente é afetada por algum posterior for considerada a causa ou contribuir com os sintomas,
grau de incapacidade: dor ao caminhar longas distâncias, ficar em urna órtese para ligamento cruzado posterior é utilizada para avaliar
pé, subir e agachar; rigidez do joelho; falseio. Dejour et ai. sugeriram os potenciais resultados de um procedimento de estabilização. Se os
que a história natural da ruptura isolada do ligamento cruzado pos- sintomas diminuem ou desaparecem, a reconstrução do ligamento
terior poderia ser descrita em três fases: ( 1) adaptação funcional cruzado posterior é recomendada. No entanto, o sucesso da recons-
durando de 3 a 18 meses, (2) tolerância funcional continuando por trução cirúrgica em termos de estabilização variou e está longe de
15 a 20 anos, e (3) degeneração osteoartrítica que não se torna ser previsível. Os resultados de longo prazo após a reconstrução do
incapacitante até após 25 anos. ligamento cruzado posterior com um enxerto autógeno osso-tendão
O agravamento dos sintomas e o desenvolvimento da osteoar- patelar-osso mostraram a diminuição da frouxidão posterior para
trite provavelmente são causados por forças anormais que afetam de um grau aproximado de 1,0 a 1,5, mas a frouxidão posterior não foi
forma adversa as superfícies articulares de todos os compartimentos consistente ou previsivelmente eliminada em todos os pacientes.
no joelho. Em um estudo biomecânico in vivo, Castle et ai. sugeriram Clancy também recomendou o tratamento não cirúrgico das lesões
que a ruptura do ligamento cruzado posterior resulta em subluxação agudas isoladas do ligamento cruzado posterior por causa da incer-
posterior da tíbia. Durante as atividades que exigem mais flexão do teza da história natural desta lesão e da dificuldade de obter consis-
joelho (p. ex., subir e descer escadas), a patela e o ligamento patelar tentemente a estabilidade biomecânica. Além disso, não há estudos
são forçados a assumir um papel proeminente na resistência à trans- que comprovaram que a reconstrução do ligamento cruzado poste-
lação posterior da tíbia. No entanto, a retração tibial anormal poste- rior evita o desenvolvimento da degeneração da cartilagem articular.
rior produz um braço de alavanca encurtado para o grupo muscular Gill et ai. mediram as pressões de contato da articulação patelofe-
do quadríceps, resultando em urna diminuição da vantagem mecâ- moral após a deficiência do ligamento cruzado posterior e após a
nica. Os estudos de seccionamento sequencial de cadáver observaram reconstrução em oito joelhos de cadáver. As pressões de contato
pressões patelofemoral e cargas do quadríceps muito elevadas e pres- foram medidas em 30 graus, 60 graus, 90 graus e 120 graus de flexão
sões no compartimento medial significativamente aumentadas após o sob cargas musculares simuladas. A deficiência do ligamento
seccionamento do ligamento cruzado posterior e o complexo poste- cruzado posterior significativamente aumentou os picos de pressão
rolateral. Logan et ai. avaliaram o movimento tibiofemoral por RM de de contato medidas na articulação patelofemoral relativa ao joelho
campo aberto com o paciente em suporte de peso com agachamento, intacto tanto sob uma carga isolada do quadríceps de 400 N quanto
através do arco de flexão de O a 90 graus, em seis pacientes com sob uma carga combinada quadríceps-isquiotibial de 400 N-200 N.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO GLillll
Avulsões LCP agudas •Afaste a pele e o tecido subcutâneo anteriormen te à
borda medial da patela e tendão patelar e posteriormente
para o canto posteromedia l.
• Fa ça uma in cisão capsular anteromed ial e explore a
Fragmento grande Fragmento pequeno
articu lação.
• Se o ligamento cruzado posterior estiver avulsionado da tíbia
e o reparo precisar ser feito através de uma abordagem
Redução aberta Translação Translação medial, faça a dissecção da pele posterior e tecido subcutâneo
e fixação interna posterior da posterior da como uma única camada para o canto posteromedial e, com
tíbia< 10 mm tíbia > 1O a 15 cm o joelho flexionado a 90 graus, retraia a cabeça medial do
gastrocnêmio e as estruturas do poplíteo posteriormente para
Reabilitação Reconstrução expor adequadamente a inserção tibial do ligamento.
do quadríceps de LCP •Na ausência de uma lesão importante do compartimento
medial, uma incisão capsu lar posteromedial permite
exposi ção adequada da inserção tibial. A porção mais
O@i@11:E1Ei) Algoritmo de tratamento para fratura por
medial do corno posterior intacto do menisco medial
avulsão do ligamento cruzado posterior (LCP). (De Veltri DM,
pode torn ar a exposição e a colocação da sutura na
Warren RF: lsolated and combined posterior cruci ate ligament injuries,
extremidade distal do ligamento difícil, mas a excisão do
J Am Acad Orthop Surg 1:67, 1993.)
menisco medial intacto não é necessária.
• Coloque suturas não absorvíveis através da inserção tibial
A reconstrução não reduziu significativamente o aumento das pres- avulsionada do ligamento e perfure orifícios paralelos a partir
sões de contato observadas no joelho ligamento-deficiente. do aspecto anteromedial da tíbia proximal com o objetivo de
sair posteriormente perto da inserção tibial normal do liga-
• TRATAMENTO CIRÚRGICO mento cruzado posterior. Esses orifícios devem sair no aspecto
Em geral, retardamos a reconstrução em 1 a 2 semanas após a lesão posterior da tíbia aproximadamente 5 mm abaixo da margem
para permitir a diminuição da reação intra-articular dolorosa e para articular posterior. Conforme a broca penetra no córtex tibial
permitir ao paciente recuperar o movimento completo e alguma posterior, tome cuidado para proteger os vasos poplíteos com
força. As lesões agudas "clinicamente isoladas" do ligamento cruzado um afastador metálico largo. Os guias de perfuração comer-
posterior são reparadas se o ligamento for avu lsionado com um ciais podem auxiliar na colocação dos orifícios.
fragmento de osso (Fig. 45-130). • Passe as suturas anteriormente colocadas no fragmento
Com luxações do joelho, o ligamento cruzado posterior oca- avulsionado através dos orifícios de perfuração paralelos
sionalmente será "arrancado" da sua inserção femoral, e o reparo com passadores de sutu ra e amarre-as anteriormente sobre
cirúrgico produz bons resultados. O reparo das lesões em outros a ponte óssea para reinserir o ligamento na sua inserção
locais é mais controverso, com alguns autores concluindo que a normal e para restaurar a tensão do ligamento. Se este for
sutura sozinha não pode restaurar o ligamento cruzado posterior e o único reparo principal necessário, use suturas separadas
não é forte o suficiente para suportar as forças aplicadas no joelho para fech ar a incisão capsular anteromedia l utilizada para
e nem o reparo do ligamento cruzado posterior sozinho nem o explorar a articulação e a incisão capsu lar posteromedial.
reforço com semitendíneo a partir do terço proximal ou da substân- • Se a lesão isolada do ligamento cruzado posterior for
cia fornecem estabilização adequada. caracterizada por avu lsão de um grande fragmento ósseo
Tal como acontece com os reparos ou reconstruções do liga- do aspecto posterior da tíbia e uma abordagem posterior
mento cruzado anterior, geralmente examinamos o joelho artrosco- for planejada, o joelho deve ser examinado artroscopica-
picamente antes de qualquer procedimento cirúrgico aberto para mente para exclu ir outras lesões ortopéd icas antes de fazer
melhor avaliar a condição patológica intra-articular. Algumas técni- a abordagem. Essa abordagem não permite a exploração
cas de reconstrução do ligamento cruzado posterior podem ser do joelho ou correção de qualquer outro distúrbio.
artroscopicamente auxiliadas como para o posicionamento do túnel •Coloque o fragmento de osso cuidadosamente na cratera
e direcionamento do enxerto (veja a seção sobre reconstrução e prenda-o com um parafuso esponjoso se o fragmento
artroscopicamente auxiliada do ligamento no Cap. 51). As seguintes for grande o suficiente (Fig. 45-131) ou com uma sutura
técnicas são descritas apenas para técnicas abertas. não abso rvíve l passada através de orifícios de perfuração
paralelos em direção ao aspecto anterior da tíbia.
•Repare a lesão frequentemente encontrada na cápsula
REPARO DA AVULSÃO ÓSSEA posterior com suturas separadas.
9
cado; as estruturas m ediais podem se r reparadas em joelhos com Alinhamento
grave instabilidade, o u o joelho pode ser im obilizado em pacientes norm a l
com frouxidão leve a moderada. Harner et al. , em um estudo bio -
mecânico, demonstraram que a reconstrução do ligamento cruzado
Cons ide re Incidênc ias o rtos táticas AP Contínua
posterior é in eficaz e pode ser sobrecarregada se as estruturas pos- osteotomia em exte nsão completa e PA reabilitação
terolaterais associadas não fore m reparadas. Torg et al. d escobriram tibial valgizante co m 45 graus de flexão
qu e a variável preditiva mais significat iva com relação ao estado
fun cional é a prese nça de instab ilidade unidireciona l em vez d e
multidirec io nal n o momento d a lesão. Eles estabeleceram uma cor- In stabilida de pos terior Alterações
relação direta entre a instabilidade mu ltidirecional combinada e a a in da s intomática degenerativas
graves
ocorrência de problemas associados de condromalacia d a patela,
d esa rranj o do m eni sco, atrofia do quadríceps e alterações degenera-
tivas. A presen ça de uma lesão d e gaveta posterior grau III (mais de Aumento
Nenhuma ou Rea bilitação progressivo
10 mm de frouxidão posterior) é uma indi cação relativa para recons- leve a lte ração do quadríceps da atividade
trução ci rúrgica (F ig. 45-134) . degenerativa ou os teotomia com
N umerosas técnicas e tecidos foram defe ndidos para recons- nas radiografi as cintilografias
truir o joel ho com um a d eficiência do ligamento cruzado posterior. ósseas
Desde que Hey-Groves relato u a recon strução do ligamento cruzado bianuais
Considere a reconstrução
posterior com o tendão semitendíneo, outros autores sugeriram pro- do LCP
cedimentos extra-artic ul ares, assim como a reconstrução intra-arti-
cular com uso do menisco lateral, gastrocnêmio m edial, tendões o@•l;Mm!D Algoritmo de tratam ento pa ra lesões crônicas
semitendíneo e grácil, e auto enxertos de osso-tendão patelar-osso do lig amento cruzado posterior (LCP). AP, anteroposterior; PA,
com técnicas artroscópicas o u abertas. Não utilizamos o m en isco ou posteroanterior. (De Veltri DM, Warre n RF: lsolated and combined
a cabeça medial do gastrocn êmico para reconstrução do ligamento posterior cruciate ligament injuries, J Am Acad Orthop Surg 1 :67, 1993.)
cruzado poste rior e não temos expe ri ência com o uso dos tendões
sem itendíneo e grác il, mas duvidamos que eles sejam longos ou
fort es o suficie nte para serem utili zados como um substituto d o
ligamento cruzado posterior. Observam os qu e um enxerto livre do subdivisão em qu atro regiões d e fibra (a nterior, central, posterior
tendão patelar produ z os res ultados mais previsíveis e satisfatórios lo n gitudin al e posterior oblíqua) fo i propos ta d e acordo com a
para insuficiência crôn ica do ligamento cruzado posterior. Se o orientação d as fibras, o comportamento m ecâni co durante o movi-
paciente aceitar um aloe nxerto para reconstrução d o ligamento mento da articulação e os loca is ósseos de inserção (F ig. 45-1 35).
cruza do posterior, excelentes resultados podem ser obtidos com o Todos os estudos conco rdam qu e a porção an teri or tem o maior
uso de um enxerto con gelado osso-tendão patelar-osso (1 5 a 20 mm tamanho tra nsversal, ten sion a com a flexão do joelh o e relaxa com
de largura) o u um enxerto do tendão d e Aq uil es com osso em uma a extensão. O grupo d e fibra posterior foi estimado em constituir
extremidade. Esses aloenxertos são mai s lon gos e mais fortes que os entre 5% e 15 % da massa do ligam ento, é frouxo com a flexão e
en xe rtos coletados a partir de tecidos d o próprio paciente. ten so com a extensão. A quantidade de força gera da no li gamento
A controvérsia so bre o tratamento das ru pturas do ligamento cru zado posterior durante o teste de gaveta posterior foi mostrada
cru zado posterior também se este nde para a técnica d e reconstru- a dep ender d o ângulo de flexão em que o teste é realizado; quando
ção. A m aio ria do s p esq ui sdores concorda que a anatomia do o ângul o está perto d e 90 g raus d e flexão, toda a força aplicada
li gamento cruzado posterior deve se r rec ri ada para fornecer a posterior para a tíbia é transmitida para o li gamento.
melhor oportunidade para um joelh o es tável, mas o consenso O sítio de inserção do li gamento cruzado posterior n o côndilo
termina aqui , e d escr ições d a an atomia desse li gamento variam femoral medial é um amplo semicírculo com uma largura média d e
entre os autores. Tra di cionalm ente, o ligam ento cruzado posterior 32 mm. O sítio de inse rção tibia l se encon tra em uma depressão
tem sido d esc rito como consistindo em d uas partes, a banda ante- (fóvea) 1 cm abaixo da superfície articular m edial da tíbia. O liga-
r ior, ou anterolatera l e a band a posterio r, o u posteromedial. mento é orientado ve rticalm ente no plano front al e inclina para a
Estudos anatô mi cos subsequentes descreveram esses feixes (ante- frente 30 a 45 graus no plano sagital, dependendo da quantidade de
rior, meio e poster ior) com base na loca li zação d a sua inserção fl exão do joelh o. Galloway et ai. descobriram que a restauração d a
sobre o fêmur. Es tudo s d e an atomia macroscópica e funcional estabilidade do joelho em fl exão d ependi a em grande parte da loca-
adicionaram mais complexid ade caracterizando o ligamento como lização da inse rção femoral. Um a inserção femoral que não era iso-
um co ntínuo d e fibras se m separações verdadeiras d e bandas ou métrica por medida intraoperatória, mas dentro da área de inserção
feixes . Com base no s cri tér ios funcionai s e morfológicos, uma an atômica d o li gamento cruzado poster ior, repro duziu mais d e
lllJl!) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Quatro regiões de fibras do ligamento cruzado posterior e seus locais ósseos de inserção no côndilo femoral medial
e parte posterior da tíbia . (De Covey CD, Sapega AA: Injuries of the posterior cruciate ligament, J Bane Joint Surg 75A: 1376, 1993.)
perto os limites posteriores dos joelhos intactos. As variações na 45-136). O posicionamento posterior cria um enxerto que é orien-
inserção tibial produziram apenas menores alterações nos limites tado muito mais verticalmente que o ligamento cruzado posterior
de movimento posterior. Grood et al. concluíram que nenhum normal. Obviamente, a função e a posição isométricas são difíceis
ponto absolutamente isom étrico existe dentro da zona de inser- de reproduzir, em virtude da anatomia macroscópica do volume do
ção femoral. ligamento. Os pesquisadores discordam se é melhor colocar o
A maioria dos cirurgiões escolheu colocar o tún el femoral na enxerto do ligamento cruzado posterior em uma posição em que ele
porção anterior do footprint femoral, substituindo as fibras anteriores vai funcion ar isometricamente ou substituir o maior e mais forte
e tensionando o enxerto perto de 90 graus de flexão do joelho (Fig. volume anterior do ligamento, que é não isométrico. Cada opção
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
tem se us proponentes, e há evidência conflitante em apo iar a tensão restaurava a cinemática do joelho mais próximo do normal do que
do enxer to em extensão completa, 90 graus de flexão, e posições um a posição posterior. Stannard et al. re lataram os resultados de
intermediárias. reconstrução do ligamento cru zado posterior inlay na tíbia com-
Sistemas de testes robóticos delinearam vários conceitos binada e técnica femoral de dois túneis em 29 pacientes com 30
importantes sobre a tensão do enxerto : reconstrução do ligamento rupturas do ligamento cruzado posterior. Vinte e três joelhos não
cruzado posterior com fixação do enxerto em extensão completa tiveram frou xidão, e sete tiveram uma froux idão !+. Os dados do
sem tensão resulta em um joelho hiperconstrito com diminuição artrômetro KT-2000 documentaram menos de 0,5 mm de dife-
significativa da translação total anteroposterior, enquanto a recons- ren ça lado a lado para deslocam ento posterior e deslocamento
trução do ligamento cruzado posterior com fixação do enxerto em total anteroposterior tanto a 30 graus quanto a 70 graus de flexão
90 graus de flexão resulta em cinemática similar àquela do joelho do joelho.
intacto, e fixação do enxerto em extensão completa pode restringir Tal como acontece com os reparos ou reconstruções do liga-
o joelho e elevar as forças in situ do enxerto. mento cruzado anterior, geralmente examinamos o joelho artrosco-
A controvérsia sobre a reconstrução do ligamento cruzado picamente antes de qualquer procedimento cirúrgico aberto, a fim
posterior continua a crescer. Alguns autores recomendaram de avaliar melhor a condição patológica intra-articular. Algumas
reconstruir ambas as porções do ligamento. Até o momento, a técnicas de reconstrução do ligamento cruzado posterior podem ser
maioria dos estudos consiste em avaliações biomecânicas, utili- artroscopicamente auxiliadas como para posicionamento do túnel e
za ndo modelos de cadáver. Há poucos trabalhos clínicos publica- direcionamento do enxerto (veja a seção na reconstrução artrosco-
dos, e o que está disponível é limitado por acompanhamento de picamente auxi liada do ligamento no Cap. 51). As seguintes técnicas
curto prazo. Embora a eficácia de uma reconstrução de feixe duplo es tão descritas apenas para técnicas abertas.
do ligamento cruzado posterior ainda precise ser provada, pesqui-
sas sugerem que ela oferece a possibilidade de melhorar os resul-
tados da reconstrução.
Os estudos biomecânicos em cadáve r mostraram que a
técnica de dupla banda restaura os níve is de instabilidade poste-
rior para mais próximo do normal do qu e a técnica de banda RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO
úni ca; no entanto, um estudo semelhante desco briu que a adição
de um segundo enxerto posteromedial redu zia a frouxidão, mas
CRUZADO POSTERIOR COM ENXERTO
às custas de forças maiores que o normal no enxerto posterome- DO TENDÃO PATELAR
dial. Estudos mais recentes, biomecânico e em cadáver, chegaram A seg uinte técnica para reconstrução do ligamento cru zado
a co nclusões diferentes. Em vista das forças do enxerto relativa- e
posterior foi descrita por lancy em 1983' É possível utilizar
mente altas em extensão completa que poderiam fazer com qu e qualquer um dos sistemas ou gu ias de perfuração comerciais
o enxerto alongasse permanentemente com o tempo, Markolf et para determinar as localizações dos túneis. A fixação com
al. questi onaram a necessidade de um enxer to posteromedial, parafuso de interferência dos plugues ósseos nos túneis
enqu anto Whiddon et ai. compararam as técn icas de banda única femoral e tibial é preferida pela maioria dos cirurgiões,
e banda dupla em um modelo de cadáver e concluíram que a embora possa ser mais difícil do que com as reconstruções do
reconstrução em dupla banda oferece benefícios mensuráveis em ligamento cruzado anterior. O comprimento, especialmente
termos de estabilidade rotacional e translação posterior na pre- do túnel da tíbia, para reconstrução do ligamento cruzado
sença de uma lesão não tratada do canto posterolateral. Com o posterior é maior do que para a reconstrução do ligamento
canto posterolateral intacto, no entanto, ele forneceu mais restri- cruzado anterior; portanto, o plugue ósseo distal pode ser
ção rotacional, mas não reduziu a translação posterior. Ne nhuma mais difícil de ver dentro do túnel para fi xação com parafuso
diferença na translação entre um enxerto de dupla banda e um de interferência. Um maior plugue ósseo da tuberosidade da
enxerto de banda única em reconstruções inlay do ligamento tíbia é aconselhado. No entanto, um grande fragmento
cruzado posterior foi encontrada em oito joelhos de cadáveres ósseo na extremidade proximal do enxerto pode dificultar a
subm etidos a seis ciclos a partir de um ponto de referência 40-N sua entrada no túnel femoral. Um ponto de início anterola-
anterior para uma força de translação posterior de 100-N em 10 teral do túnel tibial em vez de anteromedial foi recomendado
graus, 30 graus, 60 graus e 90 graus de flexão, levando os autores para evitar o "ângulo assassino", ou killer tum, conforme o
a co ncluir que o uso de um enxerto de dupla banda pode não enxerto emerge da tíbia . Essa posição foi demonstrada como
oferecer qualquer vantagem sobre um enxerto de banda única sendo associada a resultados melhores, mas os resultados
para reconstruções inlay na tíbia do liga mento cruzado posterior. clínicos não estavam significativamente correlacionados com
Apsingi et ai. chegaram a conclusões semelhantes após comparar uma posição específica do enxerto.
a reconstrução de banda única e dupla em modelos de cadáver Os locais isométricos da in serção tibial e femoral são
de lesões combinadas do ligamento cruzado posterior e canto tão importantes na reconstru çã o ou reforço do liga-
posterolateral, observando que a complexidade adicionada da mento cruzado posterior como na reconstrução do ligamento
reconstrução de dupla banda não parece ser justificada pelos seus cruzado anterior. Assim como o li gamento cruzado ante-
resultados. Wiley et ai. determinaram, em um modelo de cadáver, rior, o sítio de inserção tibial do ligamento cruzado posterior
qu e, ao perfurar dois túneis e rem over osso adicional do côndilo não é tão fundamental para isometria quanto o sítio
femoral medial, a técnica de dupla band a aumenta o risco de femoral. Este sítio de inserção tibial muitas vezes é
fratura do côndilo femora l medial. Os testes com um sistema robó- difícil de expor para visão direta . Como o padrão de
tico determinaram que uma posição anterior dos túneis ósseos n a comprimento é relati va mente insensível à localização )
reco nstrução de dupla banda do ligamento cruzado posterior
PARTE XIII MEDICINA ESPORTI VA
_ ____
reconstruçôes de lesões agudas, o coto remanescente do posterolateral ao centro anat ômico da inserção do liga-
ligamento cruzado posterior aju da a loca li za r o loca l ade- mento cru zado posterior na tíbia (Fi g. 45-138 A).
quado da inserção femoral. •Coloque a parte anterior do gu ia de perfuração ou um
fio de Kirschner dista l e media l à inserção tibial do tendão
TÉCNICA patelar (Fig. 45-1 38 B).
•Perfure um túnel de dista l a proximal através da t íbia
(CLANCY) em um ângu lo de aproximadamente 45 graus (F ig.
45-138 C)
•Prepare e coloque os campos ci rúrgi cos na perna na •Coloque o fio de Kirschner, com ou sem gu ia de perfu-
forma padrão e infle o torn iquete. ração, no local anterior, de modo que ele saia posterola-
•Faça uma incisão parapatelar medial padrão, cu rvada tera lmente ao centro anatômico da inserção do ligamento
posteriormente no aspecto superior em linh a com o cruzado posterior (Fig . 45- 138 A). Em seguida, perfure o
ep icôndilo femoral medial, mas aproximadamente dois fio de Kirschner com uma broca de 1O mm. )
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO Gm
Centro anatômico
P"tecim\
do ligamento
crnwdo
I'
1' I
I
I
Fio de I
I
Kirschner I
t LI.<';º ,/
A B e '-:::. /
Centro anatômico do
ligamento cruzado
posterior
Enxerto livre
'r
de osso patelar,
tendão patelar,
osso da tíbia
Fio de Kirschner
D E F
H@l!;tjml:E) A-1, Técnica para reconstrução do ligamento cruzado posterior com enxerto do tendão patelar. VEJA A TÉCNICA 45-23.
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
'\
'
A B
O[riii;t.)mci) Reconstru ção do li gamento cruzado posterior. A, Incisão posteromedial sobre soft spot abai xo e posterior ao epicôndilo
femoral medial. B, Incisão lateral é fe ita em linh a com a banda ili otib ial. VEJA A TÉCNICA 45-24.
Flexionar o joelho em 90 graus fornece a melhor exposição da Protej a o ramo infrapatelar do nervo safena no aspecto
incisura intercondilar, de modo que a linha de visão do cirurgião é inferior da fer ida.
paralela ao teto intercondilar. O uso de um foco de cabeça pode • Retraia os tendões da pata de ganso posteriormente,
melhorar a visibilidade. expondo o ligamento colateral medial e o ligamento
ob líquo posterior.
• Faça uma artrotom ia vertical entre o ligamento oblíquo
RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO posterior e a cabeça med ial do tend ão gastrocnêm io.
• Faça uma dissecção aguda liberando a cápsula das suas
CRUZADO POSTERIOR COM ENXERTO inserções na tíbia, deixando o ligamento meniscotibial
DO TENDÃO PATELAR intacto . Nas lesões crôn icas, este plano pode ser oculto
por cicatrização da cápsula posterior sob re o ligamento
, TÉCNICA cru zado posterior. Para evitar lesão às estrut uras poplí-
(SALLAY E MCCARROLL) teas, mobilize cuidadosamente o tecido de cicatrização
por dissecção romba para afastar a cápsula fora da inser-
• Identifique cuidadosamente o plano entre o ligamento ção tibial do ligamento cruzado posterior.
cruzado posterior lesionado e o ligamento cruzado ante- •Agora identifique o su lco posterior tibial por apa lpação e
rior para evitar danos ao ligamento cruzado anterior, observação.
corta ndo o resta nte do ligamento cruzado posterior. Pre- •Se houver uma lesão associada do canto posterolateral,
serve uma mínima quantidade de tecido no local de inser- um a abordagem latera l é preferida (Fig. 45-140 B). Faça
ção femoral para identificar o footprint anatômico. uma incisão curta e ob líqua, com 6 cm de com primento,
•Faça uma segunda incisão para identificar a inserção tibial posterior ao ligamento colateral lateral.
do li gamento cruzado posterior para perfurar de forma •Faça a incisão da banda iliotibial (camada 1) em linha com
segura o túnel tibial e para facilitar a passagem do suas fibras.
enxerto. Muitos cirurgiões escolhem fazer uma pequena •O ligamento colateral lateral se encontra abaixo da lâmina
incisão posteromedial, idêntica à exposição para um superficial (ca mada li). Divi da essa camada posterior ao
reparo media l do menisco, independentemente da técnica ligamento colateral lateral, expondo a lâmina capsu lar
básica escolh ida para reconstrução do li gamento cruzado profunda (camada Ili)
posterior (incluind o artroscóp ica), para prot eger as estru- •Divida a cápsu la em linha com o aspecto posterior do
turas neurovasculares e fac ilitar a passagem do enxerto. ligamento co latera l late ral, expondo o espaço posterola-
Sa llay e McCarrol l basea ram o loca l de sua incisão de teral da articulação. Proteja o tendão poplíteo no aspecto
acordo com a necessidade de trata r lesão associada inferior da ferida .
medial ou lateral. Na ausência da lesão lateral, a aborda- •Libere a cápsula e sua aderência para o poplíteo e o
gem padrão foi uma incisão posteromedial de 4 cm . ligamento meniscotibial como descrito para a abordagem
• Comece a porção proxima l da incisão abaixo e posterior medial. Em pacientes com lesão aguda do ligamento
ao epicôndilo femoral medial, estendendo-a vertical- cruzado posterior e o canto posterolateral, grande parte
mente para baixo, paralela às linhas de clivagem da pele da exposição e dissecção foi feita pelo rompimento .
(Fig . 45- 140 A). • Para criar o túnel da tíbia , faça um reta lho periosteal em
•Faça a incisão na fás cia (camada 1) em linh a com a formato de L, 1 cm medial à porção dista l da tuberosidade
incisão da pele superior à borda do músculo sartório. tibial imed iatamente proximal à inserção da pata de ganso. )
PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
mm
• Faça uma incisão vertica l em li nha com o tendão semi-
TÉCNICA tendíneo palpável. Vire a incisão latera lmente na dobra
poplítea e estenda-a distalmente sobre a pantu rrilha pos-
(BERG) terior (Fig. 45-143 B) .
•Exponha a fáscia profunda sobrejacente do músculo gas-
•Antes de começar a operação, determ ine o tamanho do trocnêm io e faça a incisão vertica lmente.
tendão patelar autógeno; se ele for mu ito grande, a porção • Identif ique e proteja o nervo sura l entre as duas cabeças
óssea do enxerto de tendão será aprofundada proxima l- do músculo gastrocnêmio.
mente dentro do túnel femoral, que pode sujeitar o tendão • Desenvolva o plano entre a cabeça med ial do gastrocnê-
à abrasão. Dimensione o tendão patelar autógeno em uma mio e o tendão semimembranoso. Flexionar levemente o
radiografia ca li brada latera l de joelho com flexão de 30 joelho melhora a exposição e perm ite o alívio da tensão
graus com 3 mm ou menos de perfeita sobreposição nos vasos popl íteos.
femora l cond ilar posterior. Utilize um ilu minador de alta •Faça a incisão da cabeça medial do gastrocnêmio perto
densidade para discernir o exato local da inserção na tube- da sua inserção e retra ia-a latera lmente, protegendo o
rosidade tibial do tendão patelar imediatamente anterior à seu ramo motor do nervo tibial.
densidade da bolsa de gordura. A força do ligamento • Identifique e ligue a veia e artéria genicular medial infe-
cruzado posterior é aumentada a partir da margem ante- rior, que se sobrepõe na cápsu la posterior da articu lação
rior da linha intercondilar para um ponto 1 cm abaixo da na margem superior do poplíteo.
tíbia posterior. Se o tendão patelar autógeno for ma ior que •Faça a incisão vertica l através do ligamento poplíteo
o comprimento do ligamento cruzado posterior med ido ob líquo e cápsu la posterior.
em ma is de 1,5 cm, considere uti lizar um aloenxerto de • Identifique o ligamento cruzado posterior e exponha o
tendão de comprimento especificado. platô posterior da tíbia subperiostea lmente.
• Coloque o paciente na posição de decúbito com a perna •Avance as sutu ras de tração do enxerto do tendão com o
a ser operada para cima. fio retrogradamente no túnel do côndilo femora l medial.
•Prepare circunferencialmente o membro da coxa proxima l •Utilize um parafuso de interferência canulado de 7 ou 9
até o meio da panturrilha. mm de diâmetro pa ra a fixação do enxerto ósseo no túnel
•Abduza e gire externamente o quadril 45 graus e flexione femora l. Idea lmente, a porção óssea do enxerto não deve
o joelho 90 graus; a parte anterior do joelho virada para ser aprofundada dentro do túnel condilar, mas deve ficar
o cirurgião (Fig. 45-1 43 A). na interface da margem do túnel para evitar a abrasão
•Retire um autoenxerto de 1 cm de largura do terço central do tendão na parede do túnel.
do osso-tendão patelar-osso. • Evitando o recurvato, posicione o joelho em extensão com-
•Perfure e macheie o osso do tubérculo tibia l para aceitar pleta, o que reduz a subluxação posterior tibial através da
um parafuso esponjoso de 6,5 cm e arruela denteada. congruência geométrica do cônd ilo femoral e platô da tíbia.
•Utilize os porta is artroscóp icos anteriores e uma incisão • Tensione levemente manua lmente o enxerto do tendão
através do defeito do tendão patelar e bolsa de gordura patelar para determinar o loca l de fixação posterior tibial.
ou uma artrotom ia media l parapatelar para examinar as •Utilize um osteótomo para criar uma janela unicortica l na
estruturas intra-articulares e realizar procedimentos no tíbia posterior de igua l tamanho à porção óssea do
men isco, conforme necessário. enxerto do tendão patelar.
•Coloque um guia femora l na origem femoral anterossu- •Coloque o enxerto do tendão patelar incrustado (inlay) e
perior do ligamento cruzado posterior, 4 mm a partir da prenda-o com um parafuso de titânio de 6,5 mm e arruela
margem articular anterior do cônd ilo femora l medial. denteada para osso esponjoso da tíbia (Fig. 45-143 C).
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
Posição 1
r 1- -
Tendão semitendíneo
B Posição 2 e
H@ii;@mD A, Posição de decúbito com a coxa abduzida e joelho e quadril fle xionados possibilita o acesso à parte anterior do
joelho para técnica artroscópica e aberta padrão. B, Na segunda posição, quadril e joelho são estendidos e a mesa é inclinada para a
posição de bruços para permitir acesso à fossa poplítea, em que a incisão vertica l é feita em linha com o tendão semitendíneo (desta-
que). C, Bloco de osso do tendão patelar é colocado dentro da janela tibial e fixado ao osso esponjoso com parafuso e arruela denteada .
VEJA A TÉCNICA 45-25.
• COMPLICAÇÕES DA RECONSTRUÇÃO DO
LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR
Além das complicações pós-operatórias habituais, o problema mais
comum associado à reconstrução do ligamento cruzado posterior é
a perda de movimento. A perda de flexão é mais comum que a perda
I
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de extensão. Muitos estudos relatam entre 10 e 20 graus de perda de
flexão, causados mais provavelmente pela colocação inadequada do
enxerto ou reabilitação inadequada. A posição do túnel femoral é
mais crítica que a do túnel tibial. As inserções femorais anterior e
distal para a região mais isométrica resultam no aumento da tensão
Medial Lateral
do enxerto, com a perda de flexão resultando de um aumento na
distância entre os locais de inserção femoral e tibial. A perda de
extensão ou uma contratura em flexão é mais provavelmente causada
0!§1@1BIJD Abordagem posterior para reconstrução do liga-
por imobilização prolongada em flexão.
mento cruzado posterior. VEJA A TÉCNICA 45-26.
A falha em obter estabilidade objetiva é outra complicação
comum. Seleção ruim do enxerto foi implicada na falha das
) flexão do joelho e um membro sobrejacente vertical no reconstruções que utilizaram a banda iliotibial, a cabeça medial do
aspecto medial do músculo gastrocnêmio. gastrocnêmio, ou os tendões isquiotibiais. Esses tecidos podem ter
•Realize a dissecção para a camada da fáscia profunda e força insuficiente para evitar o deslocamento posterior e gaveta.
faça a incisão verticalmente sobre a cabeça medial do A colocação inadequada do túnel pode resultar em abrasão do
gastrocnêmio. enxerto e subsequente falha . A colocação do túnel femoral poste-
•Proteja o nervo cutâneo sural medial (nervo cutâneo pos- rior e proximal à região mais isométrica resulta em diminuição da
terior da panturrilha), que geralmente perfura a fáscia tensão do enxerto em flexão secundária a uma diminuição na
profunda distal para o membro horizontal da incisão. distância entre os locais de inserção femoral e tibial. Isso resulta
•Identifique a borda medial do gastrocnêmio media l e em frouxidão do enxerto com uma incapacidade para evitar o
desenvolva o intervalo entre ele e o tendão semi membra- deslocamento posterior e gaveta.
noso, exponha a cápsu la posterior da articulação (Fig. A falha da reconstrução pode ser o resultado das lesões liga-
45-144). A artéria genicu lar média pode ser encontrada mentares associadas não tratadas, como a do canto posterolateral,
perto da cápsu la média posterior e pode ser ligada, se que permite que forças excessivas sejam aplicadas ao enxerto.
necessário. Por retração latera l na cabeça medial do gas- Lesões neurológicas podem resultar do tempo excessivo do
trocnêmio, nenhuma tensão é diretamente aplicada para torniquete e se manifestar como neurapraxia. A lesão direta do
o ramo motor para a cabeça med ial do gastrocnêmio, o nervo tibial pode resultar da penetração pelo fio-guia tibial ou broca
ún ico ramo motor do nervo tibial na fossa poplítea que e pode ser evitada garantindo a exposição direta da ponta do pino
atravessa mediaimente. O ventre muscular espesso protege e broca durante a preparação do túnel da tíbia.
as estruturas neurovasculares conforme a cápsu la é exposta. As complicações vasculares incluem laceração, trombose e
A dissecção neste lado medial protegido da fossa poplítea lesão íntima da artéria poplítea. Visualizar a ponta do fio-guia e
é, portanto, relativamente segura. da broca em todos os momentos pode evitar essa lesão. A osteo -
•Exponha o aspecto posterior da tíbia proximal e margens necrose do côndilo femora l medial foi relatada. Ela pode ocorrer
posteriores do côndi lo femoral. meses a anos após a cirurgia. Acredita-se que a causa seja o
•Se for necessária exposição lateral adicional, so lte uma trauma local ao fornecimento de sangue do osso subcondral pela
porção da origem tendinosa da cabeça media l do gas- dissecção do tecido mole e perfuração do côndilo. Essa compli-
trocnêmio a partir do fêmur distal e da cápsula articular. cação foi tratada com sucesso com curetagem e enxerto ósseo
Leve flexão do joelho vai auxiliar a exposição, e o seccio- autógeno do defeito.
namento comp leto da cabeça medial do gastrocnêmio
raramente é necessário.
•Faça uma incisão vertica l através da cápsula posterior para LUXAÇÕES TRAUMÁTICAS
expor o conteúdo do intercôndilo posterior e a inserção
da tíbia do ligamento cruzado posterior. Em comparação com as outras lesões do joelho, as luxações são
•Prossiga como descrito por Berg (Técnica 45-25). relativamente incomuns; no entanto, algumas luxações do joelho
•Suture a incisão capsular, deixe o gastrocnêmio retornar provavelmente nunca são reconhecidas por causa da redução espon-
à posição, aproxime as camadas subcutâneas e feche a tânea antes da avaliação médica. Em um joelho agudamente luxado,
pele de forma rotineira. o diagnóstico geralmente é óbvio por causa da deformidade, dor e
inchaço. O diagnóstico pode ser mais difícil em pacientes obesos,
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO fim
naqueles com redução espontânea, e em pacientes com múltiplos reconstruções ligamentares, especialmente o reparo do canto poste-
traumas. A falha em diagnosticar corretamente uma luxação do rolateral, tiveram melhores resultados subjetivos e objetivos em
joelho diminui a probabilidade de reconhecer a lesão da artéria comparação com aqueles sem reconstruções ligamentares. Em
poplítea, que pode resultar em complicações devastadoras. pacientes com esqueleto imaturo, as radiografias com estresse devem
As luxações do joelho foram historicamente descritas como ser obtidas para excluir a lesão fisária (Cap. 36).
lesões de alta velocidade ou baixa velocidade. As luxações de alta
velocidade, na maioria das vezes, ocorrem em acidentes de veículo
a motor, queda de altura ou graves lesões de esmagamento, enquanto CLASSIFICAÇÃO
a maior parte das luxações de baixa velocidade ocorre durante as
atividades esportivas. Os relatórios de luxações do joelho de baixa Várias classificações para luxações do joelho foram propostas,
velocidade se concentraram principalmente nas luxações que incluindo aberta ou fechada; alta velocidade, baixa velocidade ou
ocorrem durante os esportes. Identificamos um subgrupo de pacien- ultrabaixa velocidade; e redutível ou irredutível. As luxações
tes obesos mórbidos com o que denominamos luxações do joelho também foram classificadas de acordo com a posição da tíbia rela-
de velocidade ultrabaixa que ocorreram durante as atividades da tiva ao fêmur (anterior, posterior, medial, lateral ou rotatória). As
vida diária, como pisar em um meio-fio ou escada ou simplesmente luxações anteriores são mais comuns, seguidas por luxações poste-
cair ao andar (Fig. 45-145) . A média de idade dos 17 pacientes (11 riores; combinações medial, lateral e rotatória são menos frequentes.
mulheres e seis homens) foi de 28,6 anos, e todos os 17 pacientes Mais recentemente, a classificação das luxações do joelho se concen-
eram clinicamente obesos, com uma média de índice de massa cor- trou em identificar quais estruturas são lesionadas e a gravidade da
poral (IMC) de 48 (um IMC de 30 ou mais é considerado obesidade lesão de estruturas específicas (Tabela 45-3). Essa classificação ajuda
clínica). As lesões da artéria poplítea ocorreram em sete dos 17 no planejamento pré-operatório, porque a necessidade e o tempo de
pacientes, e sete tiveram lesões neurológicas. Dois pacientes com reparo ou reconstrução de ligamentos específicos podem ser deter-
reparos vasculares requereram amputações acima do joelho por minados; é, contudo, limitada pela dificuldade em obter um exame
causa da isquemia tecidual. Encontramos uma correlação entre o preciso. Ressonância magnética e exame sob anestesia são úteis para
IMC e a gravidade da lesão: dos pacientes com lesões no nervo, a confirmar o diagnóstico e para identificar as estruturas lesionadas.
média de IMC foi de 48,26; daqueles com lesões vasculares, 56,28; Os ligamentos cruzados anterior e posterior geralmente estão ambos
e daqueles com ambas as lesões do nervo e vasculares, 60,29. Apenas lesionados com uma luxação do joelho. Além disso, um ou os dois
seis pacientes não tiveram lesão vascular ou do nervo; a sua média ligamentos colaterais e as estruturas do canto posterolateral
de IMC foi de 39,58. Independentemente de IMC, os pacientes com também podem ser lesionados. O padrão mais comum de lesão é
lllJD PARTE XIII MEDICIN A ESPORTI VA
l§@l!;fdBm A e B, Radiografias de
luxação do joelho.
•
O exame físico de pacientes com luxações do joelho nem
Classificação das Luxações do sempre é confiável por causa da dor e proteção, redução espontânea
<· ·'.";!. Joelho (Schneck) ou fraturas ipsilaterais. Uma vez que o estado neurovascular é deter-
minado, os testes habituais para frouxid ão ligamentar devem ser, no
GRAU DESCRIÇÃO entanto, cuidadosamente tentados. O mecanismo extensor deve ser
KD-1 Luxação do joelho com LCP intacto, avaliado, e o membro deve ser examinado para sinais de síndrome
geralmente LCA e LCL rompidos; também compartimentai.
inclui luxação do joelho com LCA intacto A avaliação radiográfica inicial se co ncentra em determinar a
com completa lesão LCP direção do deslocamento e a presença de quaisquer lesões ósseas
KD-11 LCA e LCP rompidos, ligamento colateral co ncomitantes (Fig. 45- 146). As incidências anteroposterior,
intacto lateral e oblíqua devem ser obtidas antes e após a redução. A RM
KD-lllM LCA, LCP, e LCM-canto rompido, lateral permite melhor avaliação das lesões dos tecidos moles, como local
intacto específico da lesão do ligamento cruzado e colateral, distúrbios ou
KD-lllL LCA, LCP, e LCL-canto rompido, lado lesões do menisco, e o estado do tend ão poplíteo quando a lesão
medial intacto do canto posterolateral é sugerida (veja a seção anterior sobre insta-
KD-IV Todos os quatro ligamentos rompidos (LCA, bilidade posterolateral ). A maioria das lesões do ligamento cruzado
LCP, LCM, LCL) anterior associada às luxações do joelho consiste em lesões do corpo
do ligamento (45%), seguidas por avulsões do fêmur (34%) e avul-
sões da tíbia (2 1%). A lesão do ligamento cruzado posterior é mais
o das lesões de amb os os ligamentos cru zados com uma lesão frequentemente uma avulsão femoral (76%), seguida por lesão do
associada do LCM ou do LCL, dependendo da direção da força de corpo do ligamento (17%) e avulsão da tíbia (7%). Ocasionalmente,
deformação (KD-III). imagens por TC podem ser úteis no planejamento do tratamen to se
a lesões ósseas estiverem presentes.
• DANO AO NERVO
camada íntimo e possível subsequente oclusão vascu lar. A incidência Os danos ao nervo foram relatados para ocorrer em 10% a 40% das
de lesão da artéria poplítea foi relatada na li teratura como luxações do joelho. Em geral, o nervo fibular é lesionado, e
variando entre 5% a 60%; no entanto, os est udos mais recentes aproximadame nte metad e dessas lesões do nervo resultou em défic it
citam uma faixa de 7% a 25%. As lesões vascu lares são mais neurológico permanente. Embora sejam mais com uns com luxação
comuns com lesões de alta velocidade do que com lesões de baixa posterolateral, as lesões do nervo tibial posterior ou fibular foram
velocidade, e descob rim os que são mais comuns co m lesões de relatadas com todos os tipos de luxações. Nas luxações com rompi-
ult raba ixa ve locidade. mento do ligamento cruzado posterior e do canto posterolateral, a
Quando o paciente é visto pela primeira vez, se a circulação frequ ência da lesão do nervo fibular fo i relatada se ndo tão alta
periférica na extremidade for deficiente, a lu xação deve ser redu- quanto 45%. Ne urapraxias transitórias ou permanentes do nervo
zida tão rapidamente quanto possível e o estado circulatório do fibular foram relatadas em aproximadamente metade dos pacientes
memb ro novamente avaliado de forma cuid adosa. Vários autores com luxações do joelho com lesões arteriais.
sugeriram que, mesmo se os pulsos estiverem presentes, o índice
tornozelo-braqu ial (ITB) deve ser calculado e verificado nova-
mente várias vezes. O ITB é a pressão sistóli ca no tornozelo divi- OUTRAS LESÕES ASSOCIADAS
dido pela pressão sistólica no braço. De acordo com os proponentes
deste método, se o ITB for maior que 0,85 a 0,9, a observação As em inências intercondilares são frequentemente fraturadas, e
atenta é sufic icente; e se o ITB for menor que 0,85, arte riografia é outras frat uras osteoco ndrais e lesões do menisco foram relatadas.
indi cada. Em um est udo prospectivo, a sensibilidade, a especifici- As fraturas do fêmur distal ou tíbi a proximal estão presentes em
dade e o va lor preditivo positivo de um ITB menor que 0,9 foram aproximadame nte 16% das luxações do joelho. Embora as luxações
de 100% e o va lor preditivo negativo de um ITB que alcançou 0,9 do joelho provavelmente não possam ocorrer sem rompimento de
ou mais foi 100%. ambos os ligamentos cruzados, em luxações unidirecionais anterio-
A arter iografia femoral é indicada para qualquer paciente com res ou posteriores, alguma estabilidade pode ser mantida , porque
circulação questionável ou pulso periférico ausente antes ou após a os côndilos do fêmur são avulsionados das inserções dos liga-
redução de um joelho luxado (Fig. 45- 147) . A arteriografia femoral mentos caps ul ares e colaterais e deslizados de volta para eles
deve ser feita em urna extremidade que originalmente não tem quando a luxação é reduzida . Na ocasião, com fratura s por
pulso, mesmo se os pulsos satisfatórios forem restaurados após a avulsão dos ligamentos cru zados, os ligamen tos podem ser repa-
redução, porque as lesões íntimas podem esta r presentes mesmo qu e rados em vez de reconstruídos. As lesões da substância do liga-
a patência da artéria poplítea seja suficiente para circulação satisfa- mento cru zado anterior ocorre m em aproximadamente 50% das
tória. Algum tempo depois, a lesão pode dissecar e se soltar, resul- lu xações do joelho, seg uid o em frequência por lesão da inserção
tand o em trombose atrás do jlap da camada íntima e oclusão da femora l e da in se rção tibial. O ligamento cru zado poste rior é
EID PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Luxação do joelho
conhecida ou
suspeita
Reduza o joelho
Exame físico ,
incluindo pulsos
elPTB
lesionado da sua inserção femoral em aproximadamente 75% das luxa- mais estável; 30 a 45 graus d e fl exão do joelho são o desejável se o
ções do joelho, seguido por lesões da substância e avu lsões da tíbia. joelho estiver estável n essa posição, porque isso aproxima as estru-
turas posterior capsular e posteromedial e canto posterolateral, e
removem a tensão sob re os vasos poplíteos. Um gesso circun feren-
TRATAMENTO cial deve se r evitado para permitir cuidad oso monitoramento do
es tad o neurocirculatório. Ma is recen temente, a fixação extern a fo i
O tratamento das luxações do joelho p or redução fechada e imobi- utili zada para manter a redução se a imobilização for inad equada. É
li zação gessada em preferência à redução aberta fo i h istoricamente necessá rio evitar fixação tran sarticu lar ou olecranização d a pateta.
recom endado, porque o da no ligamentar foi exte nso e o reparo Fo i bem documentado n a literatura e esta mos convencidos d e
adequado não er a considerado co m o sendo possível. Atualmente, que os melhores resultados e os joelhos m ais estáveis podem se r
a m aioria recom enda o reparo ou a reconstrução precoce d o liga- obtidos co m reparo ou reconstrução de todos os li gamentos rompi-
m ento e a reab ilitação agressiva, especialm en te em pacientes d os quando as circunstân cias são id eais para a cirurgia. Uma m eta-
jovens e ativos. As luxações anterior ou posterior - estáveis para ná lise de estudos de luxações do joelh o publicada em 2001 concluiu
estresse em varo e valgo após a redução fechad a - são mais pro- que, em geral, a reconstrução dos ligamentos produ ziu melhores
váve is de ter bons re sul tados após a redução fechada e imobilização resultados e um risco significativam ente m enor d e rigidez d o joelh o
com gesso. Outros tipos d e luxações tendem a se r mais instáveis d o qu e o tratamento não cirúrgico. Uma revisão mais recente com
após a red ução e, para estas, geralmente preferim os o reparo ou a base na evidência da literatura a partir dos últimos anos (201 1), que
recon strução cirúrgica de todas as estruturas les ionadas, especial- incluiu 35 estudos envolvendo 926 d eslocam entos do joelho, deter-
mente em pacientes jovens. minou que todos os dados relacionados com o resultado funcion al,
A instabilidade deve se r determinada quando o joelho é redu- instabilidade, contratura e retorno à atividade favo receram o trata-
zid o, e a inspeção cuidadosa das radiografias pós-redução é neces- m ento cirúrgico. Isto ta mbém fo i verd ad eiro em nosso grupo de
sária para determinar que a redução é anatômica. Algumas vezes, a pacientes com deslocam entos de velo cidad e ultrabaixa do joelho.
cápsul a m edi al e estruturas ligamentares colatera is med iais são apri- Mes m o qu e a sua mobilid ad e fosse limitada antes da lesão, aqueles
sio nadas d entro da ar tic ulação quando uma luxação posterolateral co m reconstrução cirúrgica do ligam en to tiveram m elhor função
é reduzida. Isso é indicado por um a redução li geiramente n ão qu e aq ueles tratados d e modo não cirúrgico. Outros fatores a serem
an atôm ica nas radiografias e muitas vezes um enrugamento, fran zi- cons id erados incluem lesões relac io nadas, o utros danos dentro do
mento o u sulco ao longo d a lin ha de artic ulação m edial; a redução joelho e tecidos circundantes, estado circulatório, idade do paciente
aberta imediata pode ser necessária. Outras indicações para cirurgia e futuras demandas sobre o joelho. Uma pessoa idosa com um estilo
imedi ata incluem lesões a rteria is, lesões abertas e síndrome compar- de vid a sedentário e poucas demandas fís icas sobre a extremidade
timentai da perna. pode ter um resultado satisfatório com medidas conservadoras
Quando a redução fechada an atômica é alcançada, o joelho é fec hadas, mas uma pessoa jovem qu e deseja uma fun ção m axi m a-
imobilizado em uma tala d e gesso posterior ou cinta em sua posição m ente estável vai beneficiar-se do reparo ou reconstrução precoce
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
li@mf4mE,!) Protocolo de reabilita ção após reconstrução múltipla ligamentar. (De Harner CD, Wa ltrip RL, Bennett CH, et ai: Surgical
management of knee dislocations, J Bane Joint Surg 86A:262, 2004. )
Patela Abertura
(virada - - --1---Hf-- para a bolsa
para cima) suprapatelar
Ligamento
cruzado
anterior
Plica
infrapatelar
-..,'--i----i'--- - Tíbia
patelar (Merchant) da extremidade envolvida, assim como incidên- O tratamento cirúrgico geralmente é indicado se os métodos
cias anteroposteriores bilaterais do quadril-joelho-tornozelo em pé. não cirú rgicos fa lham em aliviar a dor e sintomas mecânicos. As
A suspeita clínica de urn a lesão na cartilagem articular deve levar a opções de tratamento incluem desbridamento, estímulo medular,
um a avaliação com RM sensível à cartilagem para determinar a transplante para preencher o defeito, terapia celular e o uso de
localização, o tamanho e o grau da lesão. Vários sistem as de classi- fatores de crescimento ou agentes farmacológicos (Tabela 45-6). A
ficação foram desenvolvidos para indicar a gravidade e o tipo de escolha do procedimento baseia-se principalmente no tamanho da
lesões na cartilagem articular (Tabelas 45-4 e 45-5). A avaliação lesão (Tabela 45-7) e nas exigências de atividade do paciente.
artroscópica geralmente é necessária para classificação definitiva, Para pacientes com mínimos sintomas e pequenas lesões ( <
mas os avanços nas técnicas de RM sensíveis à cartilagem tornaram 2cm) em áreas de suporte de peso limitado, o desbridamento artros-
esse método eficaz em fornecer informação va liosa sobre o taman ho cópico para remover corpos livres ou margens descoladas de carti-
e o grau da lesão antes da cirurgia. lagem que colidem na articulação pode fornece r alívio de curto
As lesões na cartilagem articular são, muitas vezes, acompa- prazo (Cap. 51). O objetivo do desbridamento artroscóp ico e
nhadas por hemartrose significativa, ass im corno rnicrofraturas lavagem é reduzir a inflamação e a irritação mecânica dentro da
trabeculares sub condrais ocultas (contusões ósseas, bolhas ósseas) . articulação. O desbridamento pode incluir suavização da superfície
As contus ões oc ultas do osso subcond ral foram encontradas em articular fibrilada, regulari zação do menisco, aparame nto dos oste-
até 80% dos pacientes com ruptu ras com pletas do ligamento ófitos e remoção da sinóvia inflamada. Acredita-se que a lavagem da
cru zado anterior.
TRATAMENTO
desbridament o
artroscóp ico
IN DICAÇÕES
Mínimos sintomas
RESULTADO
Paliativo
músculos em toda a articulação podem aj udar a absorver algum a Estím ulo da Lesões menores, Reparativo
carga. As órteses ou braces também são benéficas, assim como medi- medula paciente de baixa
cações analgésicas e anti-inflamatórias. demanda
Autoen xerto Menores lesões, Restaurativo
osteocondral pacientes de baixa o u
alta demanda
Aloenxerto Maiores lesões com Restaurativo
Classificação das Lesões
osteocondral perda óssea, pacientes
iTABELA Articulares por Configuração
de baixa ou alta
... · (Bauer e Jackson)
demanda
Implante Pequenas e grandes Restaurativo
TIPO CONFIGURAÇÃO
autólogo de lesões com e sem
Linear perda óssea , pacientes
condrócitos
li Estelar de alta demanda
Ili Retalho Engenharia lnvesti gacio nal Restaurativo
IV Cratera genética
V Fibrilação De Garrick JG, editor: Orthopaedic knowledge update: sports medicine, ed
VI Degradação 3, Rosemont, IL, 2004, American Academy of Orthopaedic Surgeons.
O@ii;HmED Aloenxerto para lesão osteocondral. A e B, Preparação do leito receptor. C, Remoção do enxerto do osso doador. D,
Enxerto no local. (De Canale ST, Azar FM: Osteochondritis dissecans. ln Jackson DW: Master techniques in orthopaedic surgery: reconstructive
knee surgery, ed 3, Filadélfia, 2007, Lippincott Wi lliams & Wilkins.)
condral com a camada de câmbio de frente para o defeito, cola de fibrina biorreator que continuamente aplicava pressão hidroestática para o sca-
é utilizada para vedação, e condrócitos são injetados entre as membra- ffold. Urna empresa belga (ChondroCelect, Tigenix, Inc., Leuven,
nas. Uma variação dessa técnica de sand uíche utiliza uma membrana Bélgica) identificou e desenvolveu um mecanismo de cultura seletiva de
de porco do tipo I a tipo III em vez do periósteo, e outra técnica de condrócitoss mais potentes para implantação. Para eliminar a necessi-
implantação de condrócitos antólogos matriz-i nduzida utiliza urna dade de um procedimento em dois estágios, a cartilagem triturada do
bicamada de colágeno de porco semeada com condrócitos e fixada doador fo i colocada em Lm1 scajfold bioabsorvível, que é, em seguida,
diretamente à base de um defeito condral com cola de fibrina. fixado no defeito condral. As vantagens sugeridas deste sistema (CAIS,
Por causa da frequência da hipertrofia periosteal e da dificul - DePuy-Mitek, Norwood, MA) são evitar múltiplas cirurgias para coleta
dade de coletar o periósteo e costurá-lo no local, membranas de colá- da biópsia de cartilagem e implantação do condrócito, simplificar a
geno bioabsorvível foram desenvolvidas como uma alternativa técnica cirúrgica por fixação por grampos em vez de sutura do periósteo,
(im plante autólogo de condrócitos de segunda geração ). A implan- e reduzir os altos custos associados às complexidades mecânicas e logís-
tação dos condróci tos cultivados em suspensão, conforme é feito ticas dos métodos atuais de implantação de condrócitos autólogos.
com ambas as membranas de periósteo e de colágeno, levantou Atualmente, todas essas técnicas são investigativas, mas podem melhorar
preocupações sobre a distribuição desigual dos co ndrócitos no os resultados do implante antólogo de condrócitos no futuro.
defeito e a possibilidade de vazamento celul ar. Para evitar esses pro- Independentemente da técnica específica utilizada, w1ia desvanta-
blem as, os condrócitos foram semeados diretamente em suportes gem do implante antólogo de condrócitos é a reabilitação pós-operatória
(scaffolds) biodegradáveis à base de co lágeno (p. ex., MACI, Genzyme prolongada que requer rigorosa conformidade do paciente com suporte
Biosurgery, Cambridge, MA) ou à base de hialuronano (p. ex., Hya- de peso e restrições da atividade. Um estudo, no entanto, descobriu que
lograft-C, An ika Therapeutics, Bedford, MA; BioCart II, ProChon os níveis de atividade em pacientes com implante antólogo de conclrócitos
Biotech, Woburn, MA; Cartilix, polymer hydrogel, Biomet, Warsaw, foram comparáveis com aqueles pacientes com microfratura em 2 anos
IN; Cartipatch, agarose-alginate matrix, TBF Tissue Engineering, após a cirurgia; em ambos os grupos, wna falta de atividades de baixa
M ions, França). Como esses scaffolds de membrana são naturalmente carga após a cirurgia afetou adversamente os resultados funcionais.
"pegajosos:' eles podem ser colocados no defeito artroscopicamente O utra estratégia atua lm ente sendo desenvolvida é a manipula-
sem fixação ou cobertura adicional. ção do processo de reparo nos níveis celulares e moleculares pela
Na literatura europeia, foram relatados resultados comparáveis transferênc ia de nova inform ação genética para as células que co n-
com aqueles obtidos com implantação padrão de condrócitos autólogos. t ribu em para o processo de cicatrização (" terap ia gêni ca"). Pesqui -
O utros pesquisadores (NeoCart, Histogenics, Northampton, MA) sas estão focadas em encontra r o vetor mais eficiente para entregar
cultivaram um scaffold semeado com condróci tos autólogos em um essa informação genética e os genes ca ndidatos m ais prováve is para
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO Gim
Osteocondrite dissecante. A, Osteocondrite dissecante envo lvendo área de suporte de peso do cônd ilo femoral latera l
em um menino de 15 anos de idade. B e C, Fragmento internamente fi xado com múltiplos fios de Kirschner.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO Gm
ETIOLOGIA além da incidência do tún el. Radiografias comparativas devem ser
obtidas em pacientes jovens e adolescentes, porque uma lesão de osteo-
A etiologia da osteocondrite dissecante é controve rsa e permanece condrite dissecan te pode ser conftmdida com centros de ossificação
incerta. As teorias incluem isquemia, microtrauma repetitivo, predis- anômalos bilaterais, que podem causar sintomas transitórios, mas geral-
posição familiar, desequilíbrio endócrino, anormalidades epifisá rias, mente resolvem espontaneam ente dentro de 6 a 12 meses. A osteocon-
centros acessórios de ossificação, distúrbios de crescimento, fratura drite dissecante é bilateral em aproximadamente 30% dos pacientes.
osteocondral, microtrauma repetitivo com subsequente in terrupção As cin ti lografias ósseas com tecnécio-99m foram recomendadas
do fo rnecimento interósseo de sangue para a área subcondral da pa ra acompan har a atividade de cicatrização das lesões e para ajudar
epífise, variações anatômicas no joelho e osso subcondral congen ita- a prever os resultados do tratamento. Além disso, as anom alias ossi-
mente anormal. Os fa tores mecânicos foram implicados no desenvol- ficantes negativas na cintilografia podem ser distinguidas das lesões
vim ento da osteocondrite dissecante pelos achados de uma associação de osteocondrite dissecante não cicatrizadas positivas na cintilografia.
entre as lesões condilares mediais e um eixo mecânico em varo da As varreduras por TC por emissão sequencial de fóton único (SPECT)
perna e entre as lesões condilares laterais e um eixo em valgo. obtidas em intervalos de 8 semanas podem ser úteis. Se a TC fo r
realizada, ela deve ser feita no plano coronal. A RM é útil em avaliar
a inserção e a viabilidade do fragme nto. As características comuns de
ACHADOS RADIOGRÁFICOS E CLÍNICOS RM incluem uma linha de hipersinal ou área cística abaixo da lesão,
um a linha de hipersinal através da cartilagem articular, e um defeito
A osteocondrite dissecante do joelho oco rre duas vezes mais freq uen- foca l na cartilagem articul ar em spin-eco ponderada em T2 e imagens
temente em homens do que em muLI1eres. Ela é rara em pacientes com de recuperação de inversão com ta u curto. Atualmente, uma sequên-
menos de 10 anos de idade ou com mais de 50 anos. Há dois quadros cia eco-grad iente utilizando supressão de gordura e aquisição tridi-
clínicos distintan1ente diferentes, um em uma criança ou adolescente mensional é considerada a técn ica ideal para avaliar lesões na
jovem, com 5 a 15 anos de idade, com fises abertas, e outro em um cartilagem articular. O flui do em torno do fragmento e áreas císticas
adolescente mais velho ou adulto. O sin toma mais comw11 é descon- focais abaixo do fragme nto são os meLI10res indicadores de instabili-
forto vago, doloroso no joelho, frequentemente de vários meses de dade; a ausênc ia de uma zona de hipersinal na interface do fragmento
duração. Aproxim adamente 80% dos pacientes jovens têm sintomas por e do osso é um si nal confiável de estabilidade da lesão. A RM também
wna média de 14 meses antes da apresen tação inicial. Uma história de é útil pa ra identificar as lesões meniscais e ligamentares associadas.
trauma no joelho é dada por 40% a 60% dos pacientes. O exame Os fatores primá ri os de prognóstico, além da idade do paciente,
também pode revelar derram e articular, dor na linha articular ou dor in cl uem progressão, tamanh o, estabilidade, quantid ade de osso sub -
sobre a lesão, lin1itação de movimento, prese nça do sinal de McMurray co nd ra l prese nte, e localização da lesão, especialm ente no que se
e atrofia do quadríceps. O paciente pode andar com uma marcha em refere ao suporte de peso.
rotação externa para evitar contato do côndilo femoral medial com a Vár ios esquemas de classificação para osteocondrite dissecante
espinha tibial medial (sinal de Wilson ). História e exam e fís ico comple- foram propostos (Tabela 45-8). Di paola et ai. classificaram as lesões
tos são necessários para excluir outras causas de doença do joelho. de aco rdo com a sua aparência na RM e achados específi cos asso-
Embora o joelho possa estar inchado, ra ramente tem um ciados ao potencial para desco lam ento do fragm ento e correlacio-
derram e significativo. O travamento e o estalo podem ser sintomas naram com achados artroscópicos e ra diográficos (Tabela 45 -9) .
proemin entes, quando a lesão se torn a separada ou parcialmente
separada. Esses sintom as podem imitar aqueles do desarranjo do
menisco. Um a vez que a separação co mpleta ocorreu, o pacie nte TRATAMENTO
pode ser capaz de apalpar um corpo livre dentro da ar ticulação.
O exam e radiográfico é diagnóstico. Corno a lesão está mais O tratamento da osteocondri te di ssecante depende da idade do
comumente no aspecto interno do côndilo fe moral medial, as incidên- pacien te e do grau de envo lvimento. As lesões muitas vezes curam
cias do túnel ou da incisura intercondilar podem ser as mais revelado- com tratam ento conservador em pacientes jovens com fises abertas.
ras. As radiografias de rotina anteroposterior e lateral devem ser feitas, Embora o tratamento não cirú rgico tenha um papel limitado em
pacientes com lesões osteocondra is sintom áti cas, múltiplas fo rmas
de trata mento não cirú rg ico foram descritas, incluindo períod os de
CI.ass1"f"1caçao
- d a Osteocon d rite imo bili zação, mo di ficação da ativid ad e e não suport e d e p eso.
Dissecante na A imob ili zação prol ongada deve se r evitada, porque o movimento
...,... ,. Cintilografia Ossea da articul ação afeta o atrito da cartil agem articular.
Em adolescentes e adu ltos mais velhos, o prognóstico é menos
ESTÁGIO ACHADO satisfa tóri o do que em pac ientes mais jovens, independentemente
o A pa rê n cia radi ográfica e cintil ográfica do tratame nto. Mui tas fo rm as de tratamento cirúrgico foram des-
no rm al cri tas na literatura, incluindo perfuração ou excisão do fragmento,
Le são v isível nas radiografias simp les, desb rid ame nto ou mi crofratu ra da cratera, e diferentes fo rmas de
cint ilografia óssea n ormal fixação e enxerto. Parece não haver d iscussão de que o obj etivo do
tratamen to é pro mover a cicatri zação da lesão antes do fechamento
li A um ento da capt ação na área da lesão
na cint ilografi a óssea
da fise e concomi tantemente evita r o descolam ento da lesão. A ava-
liação cuidadosa do paciente e da lesão é obrigatória, e a correlação
Il i Au m ent o da capta ção isotópica em todo
do tama nh o e da localização da lesão com a idade e os sintomas do
o cô nd ilo femora l
paciente é impor tante.
IV Captação no p latô tibia l oposto à lesã o
A determinação da topografia da superfície por RM, TC ou
Com base nos dados de Cahill BR: Osteochondritis dissecans of the knee: art roscop ia é esse ncial. A artroscop ia é út il não apenas porque o
treatment of juveni le and adult forms, JAm Acad Orthop Surg 3:237, 1995. d iagnós tico pode ser estabelecido, mas tamb ém porque a lesão pode
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
ser perfurada, curetad a ou fixada através do artroscópio, e corpos promover a cicatrização vasc ular. A perfuração retrógrada, pinagem
livres podem se r removidos com mínima morbidade. As va ntagens ou enxerto ósseo não devem cru zar a fise.
sugeridas da artroscopia no tratame nto da osteocondrite dissecante
incluem realizar avaliação imediata da topografia da superfície, • EXCISÃO DE CORPOS LIVRES
diminuir o tempo total de reabilitação, evitar a cirurgia aberta e o As indicações para remoção de corpos livres incluem pequ enos frag-
risco de infecção, diminuir a morbidade, prevenir as cicatrizes físic as mentos (< 2 cm), múltiplos fragm entos, fragmentos com estoque de
e psicológicas da cirurgia do joelho e reduzir a duração e o custo de osso inadequado (geralmente puramente cartilaginosos), e fragmen-
hospitali zação. As indicações para o tratamento cirúrgico incluem tos que não podem ser fixados com fixação interna. A maioria dos
um joelho sintomático em um pac iente co m id ade esquelética m aior corpos livres atualmente é removida por técnicas artroscópicas (Cap.
de 12 anos, uma lesão maior qu e 1 cm em diâm etro, e envolvimento 51). Na busca e na remoção de corpos livres, é importante lembrar
da sup erfície de suporte de peso. As lesões co m ca rtilagem articular que alguns podem ser compostos totalmente de cartilagem e, por-
intacta são simplesmente perfurad as. Aqu elas co m separação recente tanto, podem não ser visíveis nas radiografias. Se uma artrotomia for
são perfuradas e ocasionalmente fixas no local. Uma vez que o des- utili zada para redução e fixação de um fragmento solto ou para
colamento parcial leva a uma ruptura na borda ca rtilaginosa e pro- remoção de corpos livres, é importante lembrar que os corpos livres
trusão do tecido fibroso, remoção do tecido fibroso para sangramento muitas vezes se movem livremente de um compartimento para outro
do osso é recomendada antes da fixação do fragmento no local. As quando a articulação é movida ou manipulada. Portanto, as radiogra-
crateras são trefinadas e perfuradas, e co rpos li vres rece ntes são fias devem ser feitas na sala de cirurgia, depois que o torniquete tiver
recolocados e presos. Enxertos esponjosos são utilizados em lesões sido aplicado, mas antes da incisão se r feita. O co rpo livre ou corpos
selecionadas para restaurar a congruência da sup erfície. O cirurgião livres podem ter se movido para outra parte da articulação, uma vez
deve ser extremamente proficiente em técnicas ci rúrgicas artroscó- que as radiografias foram feitas, e qualquer plano para a abordagem
picas para fi xa r e enxe rtar tais lesões. O tratamento de lesões maiores cirúrgica pode precisar ser alterado (Fig. 45- 161).
é muito parecido com o discutid o na seção anterior de lesões osteo-
condrais e pode incluir autoe nxe rto os teocondral (Cap. 51) ou
aloenxerto e técnicas de implante autólogo de co ndrócitos.
Embora utili zemos técn icas artroscópicas para tratar a maioria
dos pacientes com lesões de osteocondrite dissecante que precisam
de ci ru rg ia, as técnicas de artrotomia aberta podem ser feitas através
de uma mini-incisão se a artroscopia não permitir a fixação ideal.
Além disso, as lesões envolvendo áreas inacessíveis por técnicas
artroscópicas podem ser tratadas por proced imentos abertos.
As técnicas abertas mais comumente utilizadas são: remoção
de corpos livres ou fragmentos soltos, curetagem e perfuração da
base das crateras, e recolocação e fixação de fragmentos. Uma artro-
tomia benfeita é preferível a um procedim ento artroscópico feito de
forma inco rreta . A artrotom ia também é indicada para lesões
maiores qu e 3 cm, para a qu al mais de um enxerto é necessário, a
remodelagem de um grande co rpo li vre é necessária para recoloca-
ção e múltiplos fragmentos soltos e recuperáveis es tão presentes.
Quando a artroscopia é reali zada, a inj eção de azu l de metileno
pode definir melhor a lesão. O joelho deve ser fl exionado totalmente H@l!;fflmr!D A e B, Grande corpo livre na porção lateral da
para visualizar toda a lesão ou loca li zar lesões posteriores. A fluo - bolsa suprapatelar; corpo menor no compartimento posterolate-
roscopia pode ser necessá ria para locali za r um a lesão qu e está ral. Pequeno fragmento ósseo na superfíci e oposta posterior do
intacta co m pouca ou nenhuma alteração arti cular. Os orifícios côndilo lateral do fêmur é um osso sesamoide na cabeça lateral
devem se r perfurados com uma profundidade de 1,0 a 1,5 cm para do músculo gastrocnêmio, não corpo livre.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO Gim
Bons resultados foram relatados co m a fixação de fragmentos DISTÚRBIOS DA PATELA
liv res com parafusos sem cabeça, parafusos canulados, e pinos e
parafusos biodegradáveis. Impl antes biodegradáveis são atualm ente OSTEOCONDRITE DISSECANTE DA PATELA
o m étod o d e fixação preferido; no entanto, um estudo de 21 joelhos
fixados com fixação bioabsorvível encontrou baixa taxa de cicatri- A osteocondrite di sseca nte da patela é menos frequente que a dos
zação clínica e alta taxa de comp licações co m es te método. Seja qual côndilos do fêmur e ge ralm ente tem pior prognóstico. Ela geral-
for o implante utilizado, ele precisa fornecer co mpressão aprop riad a mente ocorre na segunda e terceira décadas e é mais frequentem ente
através d o ponto de fixação. loca li zada na metade inferior da patela. O envolvimento é bilatera l
Não tivemos nenhum a experiência co m o uso de pin os de osso em até um terço dos pacien tes e deve ser distinguido dos defe itos
para fixação ou enxerto ósseo dos defeitos d e osteocondrite dorsais da patela . A osteocond rite dissecante da patela é vista d e
dissecante. Com essa técnica, pequenos pa litos de enxerto são mol- mod o melhor em um a radiogra fi a lateral ligeiramente superexposta.
dados, o le ito d a cratera é curetado para o osso esponjoso, e o Uma visão radiográfica axial (skyline) d etermin a se a lesão é na
fragm ento é cuidadosam ente recolocado; com a broca d e tamanho faceta m ed ial ou latera l.
apropriad o, o fragmento é perfurado para receber dois, três o u O tratamento é essencialm ente o mesmo como descrito para
quatro palitos d e enxerto qu e são colocados através dos ori fíc ios e osteocondrite dissecante do fêmur d istal; no entanto, na pateta, ele
no osso esponjoso subja cente. Esses enxertos podem ser utili zados geralmente está associado à condromalacia que se estende considera-
sozinhos para fixação o u podem ser complementados com fi os d e velmente além das margens periféricas do osso avascul ar. A incapaci-
Kirschner. d ade residual após o tratamento geralmente é proporcional ao
Para descrições de remoção d e corpo liv re aberto e pinagem e tamanho d a área de co ndromalacia. Raramente a condromalacia é tão
perfuração aberta, veja as edições anteriores d este texto. extensiva que exige patelectomia; a patela deve quase sempre ser pre-
se rvada (posteriormente, ela pod e ser ressecada se muita incapaci-
dade persisti r). Excisão de uma lesão seguida por curetagem e
• RESULTADOS DO TRATAMENTO DA perfuração d a lesão, fixação artroscópi ca com parafuso (metálico o u
OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO JOELHO bioabsorvível) e implante autólogo de condrócitos foram descritas
O prognóstico após a cirurgia varia com o tamanho e a lo ca lização para osteocondrite dissecante da patela.
da lesão e com o tratamento. Os resultados relatados do tratam ento
cirúrgico variam consideravelmente entre as técnicas e e ntre os
au tores, com bons resultados relatados em 65% a 95% dos pacie ntes. DEFEITO DORSAL DA PATELA
A ava liação d e seguimento d e 48 joelhos cirurgicamente tratados
pa ra osteocondrite dissecante com uma va riedade de m étod os (des- O defeito dorsal da patela é uma lesão circular, bem circunscrita,
bridamento, perfuração, remoção do corpo livre, redução artroscó- radi o lucente, beni gna de aprox imadamente 1 cm, vizinho à cartil a-
pica e fixação interna, mi crofratura, aloenxerto osteocondral, ge m art icular e inva ri avelm ente está no aspecto superolatera l da
implantação do condrócito autólogo) observou melhora sign ifica- patela. Em m etad e dos pacientes a lesão é ass intom ática. O diagnós-
tiva em tod as as avaliações de resultado, incluindo a função e o alívio tico diferencial inclui a osteocondrite dissecante, abscesso d e Brodie,
dos sintomas, no acompanhamento de 4 an os. Um estudo de acom- granuloma eos in ofíl ico, encond roma, osteoma osteoide e, em in di-
panh am e nto de 6 anos observo u que, ind ependentemente d o tipo víduos m ais velhos, doença m etas táti ca.
de reparo da cartilagem, a função do joelho melhorou em 5 a 8 anos Em bora a causa seja d esco nh ecida, a maioria dos autores acre-
após a cirurg ia, mas permaneceu significativa mente m enor que o dita que o defeito dorsa l da patela é um a variante de ossificação. Fo i
joelho contralateral. atribuíd a a uma lesão de tração na inse rção do músc ulo vasto latera l
durante a ossificação da patela; anom alias de ossificação, como
d epressões e perfurações d a ca rtil agem patelar, sup ortam esta hipó -
COMPLICAÇÕES tese. Alguns propuseram que o de feito dorsal da patela pode ser um
defeito fibroso co rti ca l ou fibroma não ossificante d a patela.
As complicações, além das típicas complicações pós-ope ratórias A lesão gera lmente é autolimitada e se cura es pontaneamente.
no joelho co m o infecção e hem artrose, incluem d anos iatrogênicos Em pac ientes com defeitos sintom áticos, o tratamento d eve se r con-
à ca rtilage m, afrouxamento do material d e fixação e abrasão da se r vado r, co m redu ção da atividade física e acompanham e nto.
cartilage m articular pelo material de fi xação. A perfuração agres - O tratamento cirúrgico raram ente é necessá rio, mas curetagem e
s iva d e um a lesão intacta pode causar fragmentação da lesão. Os enxerto ósseo foram relatados para acelerar a cicatrização. O aspecto
parafu sos m e tá li cos qu e são proemin e ntes o u que se tornam pro e- ma is importante dos defeitos d orsa is da patela é diferenciá -los da
minentes co nforme a cartilagem articu lar circund ante se desgasta osteocondrite dissecante, d e m o do qu e a cirurgia desnecessária não
podem d a nificar a cartilagem arti cular adjacente; a remoção geral- seja feita em um a co ndi ção autolimitada.
mente é reco mendada. O s di spositivos absorvíveis d e fi xação
foram relatad os a causa r reações de corpo estranho em algun s
casos. Os danos à cartilagem artic ular adja cente foram atribuídos PATELA BIPARTIDA
ao afrouxamento e à falha de parafusos bioabsorvíveis que se sol-
taram , e cabeças do para fus o não abs o rvid as foram en contradas A patela bipartida geralmente é assintom ática e é observada incidental-
como corpos li vres intra-artic ulares. A hip e rtrofia da fibrocartila- mente em uma radiografia tangencial anteroposterior ou túnel. Quando
gem fo i relatad a em locais doad ores d e autoenxerto osteocondral, presente, ocorre bilateralmente em aproximadamente 40%. O sistem a
causando dor no joelho e ocasional trava m e n to qu e exigi u ressec- de classificação m ais comumente utilizado identifica três tipos de patela
ção artroscópica da fibrocartilagem. A união tardia ou não uni ão bipartida. Tipo I, que representa 5%, ocorre no polo in ferior e pode
d e uma lesão internamente fixada pode exig ir um procedimento estar associada à síndrome de Sinding-Larsen-Johansson. Tipo II, que
ad icion al se for sintomáti ca. represe nta 20%, ocorre ao longo de toda a borda lateral da patela e pode
PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
-Lateral Medial-
'--
Tipo superolateral Tipo
Tipo superolate ral Ti po lateral e la teral superolateral
bipartido bipartido tripartida tripartida
estar associada a uma não união de fratura da patela. Tipo III, o m ais
comw11, ocorre em uma área elíptica na porção superolateral da patela
e representa 75% dos casos. O esquema de classificação mais recente
considera a localização (superolateral ou lateral) e o número de frag-
mentos (bipartida, tripartida, multipartida) (Fig. 45- 162). No seu
estudo de 139 joelhos, os autores encontraram que a maioria (83%) foi e
superolateral bipartida, 12% lateral bipartida, 4% superolateral e lateral
tripartida, e 1% superolateral tripartida. O!§l@H]ll'iD Técnica de Ogata para patela bipartida . A,
A dor é incomum na patela bipartida; quando presente, ela é Incisão ob líqua da pe le é feita sobre a porção distal do t e nd ão
causada por sob reca rga. Um teste de d iagnóst ico radiográfico para vasto lateral, estend e ndo-se imediatamente di stal à porção média
determinar se a dor é causada por um a n ão união no local da da á rea separada da patela. B, Tendão vasto lateral é dividido ao
bipartida utiliza uma incidência skyline seguida por uma in cidên- lo ngo das suas fibras médias, e a inse rção do fragmento dol o roso
cia skyline tirada com o paciente agachado com suporte de peso. da patela é descolado subperiostealmente. Continuidade do com-
O resultado do teste é considerado positivo se a separação for maior p lexo do tendão-peri ósteo para a porção principal da pate la é
na posição do suporte de peso do que na in cidência skyline normal. preservada. C, Fragmento é liberado da tração muscular sem
A RM geralm ente não é necessária para diagnóstico, mas demons - causar desequilíbrio mediolateral que afetaria o alinhamento
trou identificar o edema na medula óssea d entro do fragmento patelofemoral. Deve-se tomar cuidado para não lesionar a cápsula
bipartido em cerca da metade dos pacientes. Captação anormal- sinovial para preservar algum fornecimento de sangue para o
mente alta na cintilografia foi encontrada sendo frequente em ambas fragmento. VEJA A TÉCNICA 45-27.
as patelas bipartidas sintomáticas e assintomáticas, e as decisões do
tratamento não devem ser baseadas nas cinti lografias.
Se a dor ocorre com uma patela bipartida, tivemos sucesso limi-
tando e restringindo a atividade, corrigindo a atividade que está cau- LIBERAÇÃO SUBPERIQSTEAL DO
sando urna sobrecarga e prescrevendo agentes anti-inflamatórios não MECANISMO QUADRICEPS LATERAL
esteroidais e um programa d e exercício de arco curto. A imobilização
por 3 semanas ou mais alivia os sintomas de microtrauma repetitivo TÉCNICA
da sincondrose. O tratamento cirúrgico raramente é necessário.
A fratura e a separação traumática da patela bipartida foram (OGATA)
descritas na literatura, mas são ocorrências raras. Tivemos sucesso
com a excisão do fragmento bipartido, especialmente no quadrante •Após exame artroscóp ico do joelho, faça uma incisão
superolateral. A excisão artroscópica de um fragmento de patela ob líqua na pele sobre a porção dista l do tendão vasto
bipartida doloroso resulta em menos morbidade do que a excisão latera l, estendendo-se imediatamente dista l à porção
aberta. A excisão de grandes fragmentos com uma superfíci e arti- média da área separada da patela (Fig. 45-163 A).
cular, no entanto, pode produzir incongruência patelofemoral; •Divida o tendão, que gera lmente está espessado, ao
fixação interna de fragmentos separado s fo i relatada, mas tem longo das suas fibras médias, e solte a sua inserção para
suporte limitado na literatura. Liberação retinacular lateral e desco- o fragmento patelar doloroso subperiostealmente, pre-
lamento da inserção do mú sculo vasto late ral foram relatados para servando a continuidade da sua expansão para a massa
produzir bom alívio da dor e união dos fragmentos por reduzir a principal.
força de tração do vasto lateral no fragmento so lto. •Faça a dissecção do complexo tendão-periósteo, consis-
Ogata descreve u uma liberação subperiosteal do mecanismo tindo na expansão tendinosa e nos tecidos periostea is, e
lateral do quadríceps que se insere na porção bipartida da patela. A desnude com o bisturi o fragmento por comp leto (Fi g.
continuidade do complexo do tendão e periósteo para a principal 45-163 B e C)
porção da patela é preservada. O fragm ento é, portanto, aliviado da •Observe a área de separação da menor porçã o da patela
tração muscular sem causar desequilíbrio mediolatera l que afetaria depois que ela foi exposta, enquanto tensão para curvar
o alinhamento patelofemoral.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
o fragmento é aplicada, segurando e tentando movê-lo A condromalacia é atribuída a. uma diminuição nos mucopo-
com o polegar e o dedo. Em geral, um su lco na área de lissacarídeos sulfatados na matriz cartilaginosa. Isso pode ser
separação aumenta com a tensão da curvatura se o frag- demonstrado pela perda de basofilia em preparações de hematoxi-
mento patelar for instável. lina e eosina. As alterações ocorrem mais comumente em um de dois
• Ogata recomendou remover o fragmento se ele demons- locais na camada profunda da cartilagem. A primeira é uma área de
trar ser grosseiramente móvel, mas deixar o fragmento in cerca de 1 cm em diâmetro sobre a crista que separa a faceta lateral
situ se ele mostrar pouca mobilidade sob tensão. da faceta medial; a segunda área atravessada na parte inferior da
•Repare a in cisão longitudinal no vasto lateral com suturas crista central que separa as facetas medial e lateral. Essas áreas estão
absorvíveis no O e feche a incisão da pele. próximas e algumas vezes são confluentes (Fig. 45-164). Se essas
áreas sem contato nunca foram submetidas aos estresses mecânicos
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O tratamento pós-ope-
da articulação, a condromalacia nesses locais pode ser de pouca
ratório é o mesmo, independentemente se o fragmento
importância. No entanto, quando partes dessas áreas se articulam,
patelar tiver sido removido. O paciente é imediatamente
geralmente em alguma faixa extrema de movimento, a cartilagem
amaciada é mecanicamente inadequada para suportar a estrutura de
liberado para andar com total suporte de peso e progredir
com exercícios de arco de movimento. A atividade espor-
colágeno. Sua estrutura complexa começa a quebrar, e a próxima fase
da degeneração, a fibrilação, ocorre. Essas alterações podem apro-
tiva é gradualmente permitida em 2 a 4 semanas, se o
fundar progressivamente até que as camadas de cartilagem sejam
paciente estiver assintomático.
afetadas até o osso subcondral. Sugere-se que a dor resulta da desor-
ganização da estrutura fi brasa da zona intermediária das fibras de
colágeno, que suj eita às placas de osso subjacentes a variações de
CONDROMALACIA DA PATELA
pressão das quais elas normalmente são protegidas pela função de
O termo condromalacia da patela foi introduzido na literatura em 1928 absorção de energia dessa zona de cartilagem (Fig. 45-165), que
por Aleman, que descreveu a degeneração da cartilagem articular da pode atuar como um estímulo doloroso nas terminações nervosas
patela. Infelizmente, o termo condromalacia se tornou sinônimo de dor da placa de osso subcondral. Alguns autores destacaram a tendência
patelofemoral. Inúmeros termos foram propostos para descrever a sín- em outras articulações da cartilagem articular que geralmente está
drome, como síndrome patelofemoral, artralgia patelofemoral, displasia
do mecanismo extensor, síndrome de dor anterior no joelho, e outros,
Superior
mas estes não refletem precisamente a condição patológica presente na
condromalacia. Alguns pacientes com mínimas alterações na superfície
articular apresentam sintomas na articulação patelofemoral e, de forma
contrária, alguns pacientes com nenhuma dor na articulação patelofe-
moral apresentam alterações importantes na superfície articular da
Lateral Medial
patela. A condromalacia da patela deve descrever uma condição pato-
lógica da cartilagem e não uma síndrome clínica.
A lesão patológica básica na condromalacia da patela não é a
mesma que na. artrite traumática. Na condromalacia da patela, a.
lesão inicial é uma alteração na matriz e nas fibras de colágeno nos
níveis profundos da cartilagem. É um distúrbio das camadas pro-
fundas da cartilagem que envolve a camada superficial apenas no Inferior
final do seu desenvolvimento. Essa alteração é tangível, mas não
visível, e a superfície é suave e intacta. Em contraste, na osteoartrite, h@lh@mr!D As áreas escuras representam as áreas mais
as alterações inicia.is ocorrem na superfície da cartilagem, com perda comuns de condroma lacia patelar a partir dos mapas de 105
de continuidade das fibras transversais seguida por fibrilação, o que patelas. Esta va mais grave na zona central, mas estendida igual-
geralmente se torna grosseiramente visível. mente nas facetas medial e lateral.
Normal
/ j
Fasciculação
- "Bolha" Fasciculação miji!;f49m Estágios da lesão da degenera-
em 1º estágio em 2º estágio ção basal da cartilagem articu lar da patela.
@Jijnl PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
até o osso subco ndral, o que aprese nta um a imagem artroscóp ica
Fatores Etiológicos na
clássica frequentemente descrita como "aparência de carne de caran-
45-3 Condromalacia da Patela
guejo". As alterações de grau IV são aquelas em que a cartilagem
arti cular desapa receu, permitindo a exposição e a erosão do osso
Causas Biomédicas
subcondra l. Os fatores etiológicos podem ser divididos em du as
Aguda
• Lu xação da patela com uma fratura condral ou categori as principais: ca usas biomecânicas e causas bioquímicas
osteocondral (Quadro 45-3) .
•Trauma direto (p. ex., queda ou pancada na patela)
• Fratura da patela, resultando em superfícies incongruentes • ACHADOS CLÍNICOS
Os sinais e sintomas de co ndroma lacia da patela não são específicos;
Crônica não há sintoma patognomônico. A maioria dos pacientes com con-
• Sub luxação recorrente ou luxação da patela (secundária dromalacia descreve um desconforto ou do lorimento no joelho que
à displasia femoral, patela pequena, patela alta, antever- é bem localizado na parte anterior do joelho e que é mais proemi-
são femoral, torçã o externa da tíbia ou até mesmo insu- nen te após ficar sentado em um a posição por um longo tempo. Isso
ficiência do ligamento cruzado anterior) foi chamado de "sinal do cinema" ou "sinal do teatro''. A crepitação
•Aumento do ângu lo do quadríceps na artic ul ação patelofemoral também varia. O paciente pode descre-
• Desequilíbrio do músculo quadríceps, seja fraqueza ou ver uma se nsação de travamento ou fa lseio com a atividade; a dor e
inserção anorma l do vasto medial o fa lseio tendem a ser muito mais proeminentes ao desce r escadas.
• Pate la alta É possível obse rvar edema ou inchaço, dependendo do grau de
• Mau alin hamento pós-traumático após a fratura da sinovite prese nte.
di áfise femoral A cartilagem articular é desprovida de terminações nervosas e,
•Síndrome de hiperpressão lateral portanto, não pode ser a fonte direta de dor. A sinóvia e o osso sub -
• Lesão do menisco com altera ção do padrão síncrono do condral provavelmente são as duas áreas que produzem dor na con-
movimento patelar e perda de estabilidade dromalacia da patela. Os restos de cartilagem articular que são
• Distrofia simpaticorreflexa
derramados na articulação com cond romalacia da patela podem pro-
•Crista condi lar f emoral medial
duzir uma irritação química da sinóvia, resultando em inchaço e dor.
Causas Bioquímicas A dor na síndrome patelofemoral, com ou sem co ndromalacia, fo i
Doença sugerida para se originar do osso subcondral. Uma hipótese é que a
•Artrite reumatoide fa lha biomecâni ca da ca rtilagem articular na condromalacia da patela
• Hemartrose recorrente resulta em uma alteração da transferência de carga para o osso sub-
• Alcaptonúria condral; outra é que o mau alinhamento do mecanismo extensor, em
• Sinovite periférica vez das alterações articul ares em si, é responsável pela dor.
• Sepse e adesões O exame artroscópico de 56 adu ltos jovens com dor anterior
/atrogênica no joelho confirmou a cond romalacia na patela em 45% e plica
• Injeções de corticosteroide intra-articular repetitivas sinovial em 45%. Nenh uma associação fo i enco ntrada entre a gravi-
• Imobilização prolongada dade da condromalacia patelar vista na artroscopia e os sintomas
clínicos de síndrom e de dor an terior no joelho, sugerindo que os
Degenerativa sintomas de síndrome de dor anterior no joelho não devem se r
• Osteoartrite primária utili zados como uma indicação para artroscopia do joelho.
• TRATAMENTO
fora do contato com outra carti lagem articular para form ar a fibri- O tratamento da cond romalacia da patela depend e da ca usa sub-
lação da superfície. Essas alterações são dependentes da idade, não jace nte das alterações na superfí cie arti cular e deve se r direcio nado
progressivas, alterações de superfície; elas não progridem para uma para a causa em vez dos resultados. Mais frequ entemente, isso
perda de cartilagem avançada de espessura total. envo lve medidas não cirúrgicas, como medi cações anti-inflam ató-
Na maioria dos joelhos de humanos, um a crista de altura vari - rias, exercícios para quadríceps e alongamento de isqui otibiais,
ável cru za o côndilo femoral medial na sua junção osteocondral, e imobili zação, enfai..xamento e órtese. Além disso, a modificação da
o atrito da face ta medial na cartilagem conforme a patela desli za atividade é encorajada para evitar avanços do qu adríceps, agac ha-
sobre esta crista durante o movime nto normal do joelho foi pro- mentos, e leg press além de 90 graus; nenhum treinamento é per-
posto como uma causa da condrom alacia da patela. mitido em ter renos irreg ul ares.
O tratamen to cirúrgico é dividido em duas fases: (1) tratamento
• CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA direcionado ao mau alinhame nto e outras anorm alidades do meca-
Vários autores tentaram cl assificar as alterações patológicas macros- nismo extensor e articulação patelofemoral e (2) tratamento da carti -
cópicas e microscópicas. Alguns basearam a sua class ificação nas lagem doente. A cirurgia pode ser indicada para dor patelofemoral
alterações da cartilagem; outros, no tamanho da lesão. Em geral, as crônica depois que todas as tentativas no tratamento não cirúrgico
alterações de grau I incluem mínimas alterações na cartilagem arti- fo ram esgotadas. Novamente, a cirurgia deve ser direcionada para a
cular. A cartilagem pode ter amaciamento locali zado com mínima causa, e um diagnóstico específico deve ser estabelecido.
ou nen hum a ruptura na superfíc ie. Um instrumento pressionado A artroscopia comprovou ser extremamente confiável no diag-
sobre a supe rfície pode afund ar a carti lagem, e a cartilagem pode nóstico de condrom alacia da patela. Os graus de fibrila ção e frag-
parece r ligeiramente descolorada e mole. As alteraçõ es de grau II mentação da superfície podem ser palpados co m o probe sob visão
incluem uma área de fibrilação ou fissuras e uma sup erfície irregular. direta, e as áreas de am olecimento anorma l podem ser identificadas
As alteraçõ es de grau III tê m fibr ilação com fi ss uras se estendendo por palpação cuidadosa com o probe.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
ANQUILOSE EXTRA-ARTICULAR EM
PATELECTOMIA EXTENSÃO
Em vez da patelap lastia, West e Soto- Hall e outros reco-
Após fraturas do fêmur ou extensas lesões de partes moles do aspecto
mendaram a patelectomia. Atualmente, a patelectomia é
anterior da coxa, cicatrização ou fibrose de todo ou uma parte do
utilizada ra ramente e apenas como um procedimento de
mecanismo do quadríceps pode resultar em anquilose extra-articular
sa lvação por causa dos resu ltados ruin s e difícil reabilita ção
do joelho em extensão. Essa deformidade pode ser causada por um
após o procedimento.
ou mais de um dos seguintes: (1) fibrose do músculo vasto intermédio
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO EJ@iM
da cicatrização com aderências do reto femoral para o fêmur na bolsa Corno alternativa para minimizar os danos ao mecanismo do
suprapatelar e proximalrnente, (2) aderências entre a patela e os côn- quadríceps, uma liberação sequencial e proximal das estruturas intrín-
dilos do fêmur, (3) fibrose e encurtamento das expansões laterais do seca e extrínseca que limitam a flexão do joelho foi desenvolvida, e
vasto e sua aderência aos côndilos do fêmur, e (4) encurtamento real várias modificações para a sua técn ica foram desenvolvidas. As três
do músculo reto femoral. Q uadricepsplastia foi aconselhada para cor- fases descritas por Judet foram (1) liberação do retináculo medial e
rigir a deformidade; o seu sucesso depende (1) se o músculo reto lateral e liberação das aderências na bolsa suprapatelar e entre a patela
femoral escapou da lesão, (2) quão bem este músculo pode ser isolado e côndilos do fêmur através de mna incisão longitudinal ou medial (ou
das partes cicatrizadas do mecanismo do quadríceps e (3) quão bem ambas) parapatelar; (2) liberação do vasto intermédio através de uma
o músc ulo pode ser desenvolvido por uso ativo. longa incisão posterolateral estendendo-se do polo superior da patela
para o trocânter maior; (3) desinserção do reto femoral a partir da sua
inserção na espinha ilíaca anterior inferior através de uma extensão
QUADRICEPSPLASTIA DE THOMPSON proximal anterolateral da incisão posterolateral. A fase final foi utilizada
apenas se a flexão ainda tiver sido limitada após a manipulação subse-
TÉCNICA
quente para as primeiras duas fases. A maioria dos relatos deste proce-
dimento é pequena, com seguimento relativamente curto. Resultados
(THOMPSON)
bons e excelentes foram relatados em aproximadamente 81 % dos
pacientes e resultados regulares em 19%.
•Utilize um eletroca utério durante toda a operação.
•Faça uma incisão longitud inal anterior através da pele e
fásc ia superficia l a partir do terço proxim al da coxa ao QUADRICEPSPLASTIA MINI-INVASIVA
polo distal da patela, a localização exata da incisão
Técnicas percutâneas auxiliadas endoscop icamente e artros-
dependendo da posição de qualquer cicatriz.
copicamente foram descritas pa ra quad ri cepsplastia, mas os
• Divida a fáscia profunda ao longo de cada lado do
relatórios de acompa nhamento são poucos, e essas técnicas
múscu lo reto femora l a partir da extrem idade proximal da
não são bem estabelecidas. Wang, Zhao e He descreveram
incisão da pele em direção à patela e separe este músculo
uma quadricepsp lastia extra-articular " mini-invasiva"
do vasto medial e lateral.
segu ida por lise artroscópica intra-articu lar das aderências.
• Em seguida, divida a parte anterior da cápsula do joelho,
O seu procedimento é feito em cinco estágios; o grau de
incluindo as expansões laterais do vasto em ambos os lados
flexão é medido após cada estágio de liberação, e o proce-
da patela, longe o suficiente para superar a sua contratura.
dimento é terminado quando o grau desejado de flexão
• Resseque completamente o vasto intermédio, que geralmente
(idea lmente 120 graus) é obt ido . Atualmente, o único relat o
é uma banda cicatrizada conectando as superfícies posteriores
dos resultados desta técnica é o dos próprios desenvolvedo-
do reto femoral e patela ao fêmur, mas deixe uma cobertura
res; eles relataram 16 resultados excelentes, cinco bons
f ibrosa ou periosteal na superfície anterior do fêmur.
resultados, e um resultado regu lar em 22 pacientes com
•Se o tendão do reto tiver sido destruído pela lesão, crie
joelhos gravemente artrofi bróti cos observados por uma
um novo, fazendo incisões longitudinais através do tecido
média de 44 meses. A flexão máxima média aumentou de
cicatrizado no terço distal da coxa.
15 graus no pré-operatório para 115 graus no acompanha-
•Neste ponto, lentamente, flexione o joelho a 11 O graus
mento ma is recente; apenas um paciente teve um déficit
pa ra libera r as adesões intra-articulares remanescentes.
persistente de 15 graus na extensão. Não t ivemos experiên-
• Se o vasto media l e o lateral est iverem mal cicatri zados,
cia com esta técnica, mas ela parece se r uma al t ernativa
interponha o tecido subcutâneo e a gordura entre eles e
razoável para quadricepsplastia aberta e, certamente, pro-
o reto. Se esses múscu los forem re lativamente norma is,
duziria um resultado estético mais agradável.
______.....
suture-os ao reto tão longe distalmente como o terço dista l
da coxa. Se um torniquete t iver sido utilizado, remova-o e
obt enha hemostasia completa antes de fechar a ferida. TÉCNICA ;,...__
desses espaços (Fig. 45- 167 B*). O interva lo anterior é a ma is de 120 graus. Com grave artrofibrose, o quinto
)
reg ião do joelho posterior à bolsa de gordura infrapatelar estág io (a longamen t o do quadríceps) gera lm ente é
e anterior ao aspecto anterossuperior do platô tibial. necessário para obter mais de 90 graus de flexão. Após
•Separe o tecido tendíneo do vasto intermédio do tecido a quadricepsplastia inici al mini-invasiva, o arco primário
do reto femoral e da superfície anterior do fêmur (Fig. de flexão do joe lh o deve ating ir 90 graus e a bolsa
45-167 C*) suprapatelar, compartimento pate lofemoral, interva lo
anterior, recesso late ral e recesso media l são restabele-
ESTÁGIO 3 cidos. Co m esses espaços restaurad os, a cirurgi a artros-
•Com uma técnica percutânea de dentro para fora, libere cóp ica pode se r seguramente feita para lise de quaisquer
o retináculo patelar media l através da bolsa suprapatelar, adesões remanescentes (Cap. 51 ).
compa rtim ento patelofemoral e interva lo anterior que
foram restabelecidos no segundo estág io. Tome cuidado CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Um enfaixament o com-
para delinear a margem da artrotom ia media l, que pressivo com uma bandagem elástica é ap licado a partir
começa a partir do epicônd ilo medial do fêmur e se dos dedos do pé pa ra a coxa para diminuir o inchaço .
inclin a latera lmente para o tubérculo da tíbia, para evitar A fisioterapia é iniciada no dia após a cirurgia. Quando o
o descolamento do vasto medial da sua inserção no canto t endão do quadríceps é alongado, o prot ocolo de reabi-
superomed ial da patela (Fi g. 45-167 D*) litação é modificado para proteger o reparo durante as
•Solte o retináculo medial do cônd ilo femora l medial, e primei ras 3 semanas. Uma máquina de movimento
libere o vasto medial do terço dista l do fêmur pa ra res- passivo contínuo (CPM) é utilizada conforme tolerado; o
taurar o recesso medial. grau e a velocidade de movimento são aumentados gra-
ESTÁGIO 4 dualmente se m exceder 90 graus de flexão durante as
• Faça a transecção do vasto intermédio previamente mobi- primeiras 3 semanas após a ciru rgia. A flexão ativa (com
li zado em um nível próximo da sua junção musculotend i- a mesma restrição de 90 graus de fl exão) e os exercícios
nosa (Fig. 45- 167 E* ) de mobi lidade patelar são in iciados no primeiro dia pós
-operatório. A flexão adicio na l e os exercícios de forta le-
ESTÁGIO 5 cimento do quadríceps, inclu indo a elevação da perna em
•O quinto estág io consiste no alongamento do tendão do extensão, exercícios isométricos do quadríceps, exercícios
quadríceps. de resistência e bicicleta estacionária, são aguardados até
•Faça a transecção do reto femoral em um nível mais distal 4 a 6 semanas após a cirurgia. Se o tendão do quadríceps
que o vasto intermédio, adjacente à sua inserção patelar não tiver sido alongado, o programa de reabi litação é
(Fig. 45-167 E), e leve as extremidades tendíneas livres do mais agressivo , sem restrição do arco de movimento. A
vasto intermédio e reto femoral através da ferida (Fi g. manipulação é necessária se, em 6 semanas após a cirur-
45-167 F*). gia , for possível rea lizar menos de 90 graus de flexão.
• Manipule suavemente o joelho em flexão repetidamente
até que a máxima flexão seja alcançada.
• Em seguida, sobreponha a extrem idade tendinosa proxi-
mal do vasto intermédio e a porção dista l do tendão reto
femoral e suture-as com uma sutura Ethibond nº 2 não
ANQUILOSE EXTRA-ARTICULAR EM
absorvível com o joelho mantido em 90 graus de flexão
(Fig. 45-167 G e H*) FLEXÃO
•Teste o arco de movimento passivo após o reparo do
te ndão do quad ríceps para garantir que o tendão alon- A contratura em flexão do joelho é muito mais co mum que a co n-
gado esteja sob tensão substancial, mas permaneça com - tratura em extensão. Ela, muitas vezes, é complicada por subluxação
petente em 90 graus de flexão. e rotação externa da tíbia sobre o fêmur porque os músculos isquio-
•Se o joelho pode ser fac ilmente flexionado além de 90 tibiais puxam a tíbia posteriormente e o músculo bíceps femoral e
graus, aumente a sobreposição dos tendões por avanço banda iliotibial giram a tíbia externamente. Todos os tec idos moles
mais proximal do tendão vasto intermédio para reduz ir o no espaço poplíteo estão contraídos.
risco de criar um déficit na extensão. As con traturas em flexão geralmente podem ser pelo menos
•Se a flexão for restrita, diminua a sobreposição por uma parcialmente cor ri gidas de forma conservado ra; a qu antidade de
fixação mais distal do tendão vasto intermédio. correção possível depende da gravidade e da duração da deformi-
•Dura nte todo o procedimento, manipule o joelho em dade. Tração com suspensão balanceada, extensão de Buck e talas
flexão para liberar aderências intra-articu lares, para aval iar estáticas ou dinâmicas, gessos ou órteses projetadas para estender
o arco de fl exão do joelho e para determinar se existem o joelho gradu almente são de valor. Essas med idas podem ser
aderências intra-articu lares remanescentes. Uma vez que utilizadas antes da cirurgia para tornar a operação menos extensa,
a flexão de mais de 120 graus fo i alcançada, a porção e após a cirurgia para aumentar a correção. Independ entemente de
extra-articular do procedimento é terminada, drenas de como a contratura é corrigida, sempre deve ser lembrado que o
sucção fec hados são colocados e a pele é fechada. Em nervo fibu lar é mais suscetível à lesão por alongame nto do que a
joelhos com artrofibrose moderada , os primeiros quatro artéria poplítea e seus ramos, e extremo cuid ado é indicado quando
estágios muitas vezes permitem a flexão do joelho de os sin ais de irritação se desenvolvem ao longo de se u curso. Caso
contrário, uma paralisia prolongada ou permanente pode resu ltar
depois que um a contratura de flexão for corrigida tão pouco
*Disponível, em inglês, em www.expertconsult. com. qu anto 20 graus.
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO
H[§l!;f4mml) Algoritmo para tratamento das lesões por arma de fogo. * Diretrizes para exploração: exploração é apropriada a menos
que a lesão envolva apenas um único vaso abai xo da trifurcação da artéria poplítea ou distal ao antebraço médio (esta lesão não
costuma ser explorada, a menos que haja um diagnóstico de síndrome compartimentai, fístula arteriovenosa ou pseudoaneurisma).
tAs lesões próximas são aquelas em que um trajeto de projétil pa ssa cerca de 2,5 cm de um grande vaso. :t:No caso de sinais "suaves"
de lesão vascular, pode-se considerar Doppler duplex em primeiro lugar. (De Ba rtlett CS, Helfet DL, Hausman MR, Strauss E: Bal listics and
gunshot wounds: effects on musculoskeletal tissues, J Am Acad Orthop Surg 8:2 1, 2000.)
CAPÍTULO 45 LESÕES NO JOELHO flllm
Em pacientes com lesões por arma de fogo do joelho, a avaliação Os adultos com envenenamento por chumbo podem ser assintomá-
do estad o neurovascular é de fundamental importância (Fig. 45-169). ti cos ou podem ter náusea, diarreia, dor abdominal e fraqueza.
Uma vez que as lesões neurovasculares foram identificadas e tratadas, O envenenamento por chumbo deve ser considerado em um paciente
se necessário, as lesões do esqueleto podem ser avaliadas. As radio- com um a história de uma ferida intra-articul ar por ar ma de fogo
grafias anterop osteriores e laterais são cuidadosamente examinadas e anemia microcítica. O tratamento imediato, incluindo quelação e
para fraturas, ar no espaço articular, fragmentos de bala e fragmentos remoção dos fragmentos de bala, é essencial.
osteocondrais. A TC também pode fornecer informações valiosas
sob re a extensão e complexidade do padrão da fratura. Se as fraturas
intra-articulares não são evidentes, a aspiração da articulação do
joelho pode ajudar a determinar se a articulação foi penetrada; um
aspirado sanguíneo indica a necessidade de irrigação da articulação.
O tratamento de fraturas abertas causadas por armas de fogo
é discutido em detalhes no Capítulo 53.
Se a redução da fratura exposta não for necessári a, a irrigação e
o desbridamento podem ser feitos artroscopicamente, o qu e resulta
em uma internação hospitalar pós-operatória mais curta, menos dor
pós-operatória e resultados estéticos superiores, e podem ajudar a
identificar as lesões intra-articulares. O tratamento da fratura depende
da estabilidade do padrão da fratura e pode incluir imobilização ou
órtese, redução aberta e fixação interna, ou fixação externa. Fragmen -
tos osteocondrais grandes podem ser reinseridos e fixados com téc-
nicas artroscópicas (Cap. 51). A cobertura de tecidos moles pode
exigir enxertos ou retalhos (Cap. 63). As estruturas ligamentaresou
musculotendinosas danificadas devem ser reparadas ou reconstruídas
o mais rapidamente possível para restaurar a fun ção da articulação.
Uma rara complicação tardia das lesões intra-articulares por
arma de fogo, incluindo aquelas do joelho, é o envenenamento por
chumbo, que foi relatado de 2 dias a 52 anos após a lesão. Os frag-
mentos de chumbo nos tecidos moles geralmente se tornam encap-
sulados pelo tecido fibroso e são efetivamente inertes; no entanto,
os fragm entos intra-articulares de bala em contato com o fluid o
sinovial podem causa reações de corpo estranho, dano mecânico à O@ii;H rllrm) Visão anteroposter ior do fêmur distal direito de
cartilagem articular, sinovite proliferativa e artrite destrutiva. uma mulher de 18 anos de id ade com ferida de alta velocidade por
O chumbo pode ser absorvido na circulação sistêmica através rifle. Observe o padrão "tempestade de neve de chumbo" e grave
da membrana sinovial inflamada. A fragm entação da bala e a área de cominui ção. Arteriografia não revelou dano arterial . (De Bartlett CS,
superfície do chumbo exposta ao fluido sinovial se co rrelacionam Helfet DL, Hausman MR, Strauss E: Ballistics and gunshot wou nds: effects
com o aumento dos níveis de chumbo no sangue (Fig. 45 -170) . on musculoskeletal tissues, J Am Acad Orthop Surg 8: 21, 2000.)
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LESÕES DO OMBRO 2207 Teste da Compressão ARTROPATIA DO MANGUITO
ANATOMIA E BIOMECÂNICA 2207 Abdominal 2212 ROTADOR 2228
APRESENTAÇÃO CLÍNICA Teste da Força de Rotação CAPSULITE ADESIVA 2229
E EXAMES FÍSICO 2208 Lateral 2213 Ombro Congelado Primário 2229
Manobra e Teste do Impacto Si nal Lag em Rotação Lateral 2214 TENDINITE CALCÁRIA 2230
de Neer 2209 Sinal da Queda (Drop Sign) 2214 Evolução Cronológica 2231
Teste de Hawkins-Kennedy 2209 Si nal Lag em Rotação Interna 2214 Tratamento Cirúrg ico 2231
Teste de Jobe 2209 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 2214 SÍNDROME DO ESPAÇO
Teste de Força para Rotação SÍNDROME DO IMPACTO 2215 QUADRANGULAR 2232
Interna 2209 Impacto Subcoracoide 2216 COMPRESSÃO DO NERVO
Teste do Impacto Impacto Intern o 2216 SUPRAESCAPULAR 2233
Subcoracoide de Gerber 2209 Complicações 2218 LESÕES DO COTOVELO 2235
Teste de Apreensão- RUPTURA DO MANGUITO TENOPATIAS DO COTOVELO 2235
Relocação de Jobe 2209 ROTADOR 2219 Epicondi lite Latera l 2235
Teste de Speed 2212 Rupturas Parciais e Tota is 2219 Epicondilite Medial 2239
Teste de Yergason 2212 Rupturas Extensas e Irreparáveis 2221 RIGIDEZ DO COTOVELO 2240
Teste de Lift-Off 22 12 Comp licações 2228 OSSIFICAÇÃO HETEROTÓPICA 2241
2207
E!P PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Os músculos agem de várias formas proporcionando estabilidade. que se mesclam com o ligamento coracoumeral nos limites mais
Primeiro, eles mantém dinamicamente a relação escápula-glenoide anteriores do supraespinal. A camada cinco (2 mm de espessura)
em contato com a cabeça umeral nas diversas posições. Rowe com- representa a cápsula do ombro e inclui uma placa de colágeno
parou a relação da "foca equilibrando a bola com seu nariz". Con- mesclada que se estende do labrum glenoidal até o úmero.
forme a bola (úmero) se movimenta, a foca (escápula e glenoide) se A área de inserção do tendão do manguito rotador no tubér-
movem para manter a relação. Assim, enquanto os ligamentos tra- culo maior geralmente é definida como "pegada" (jootprint). Dugas
balham de modo estático a estabilidade é reforçada pela atividade et ai. examinaram 20 amostras normais de manguitos rotadores de
concomitante dos músculos. O manguito rotador e bíceps ajudam a cadáveres e mapearam o footprint usando um digitalizador tridi-
cápsula prevenindo a luxação glenoumera l. Por último, os músculos mensional. A largura na inserção de medial para lateral dos tendões
intrínsecos e extrínsecos auxiliam na movimentação e força agindo do supraespinal, infraespinaJ, redondo menor e subescapular foram
como dupla. O par de forças controla e direciona a força pela arti- 12,7 mm, 13,4 mm, 11,4 mm e 17,9 mm, respectivamente. A largura
culação, contribuindo para a estabilidade. mínima na inserção de todo manguito rotador ocorreu na porção
Os tendões do manguito rotador, a cápsula articular, o liga- central do supraespinal e foi de 14,7 mm. A distância da superfície
mento coracoumera] e o complexo ligamentar glenoumeral se mis- articular à inserção do tendão foi menor que 1 mm ao longo da
turam em uma folha confluente antes da inserção nos tubérculos do inserção anterior de 2,1 cm do supraespinal e infraespinal. Essa
úmero. Os tendões infraespinal e supraespinal se ligam aproxima- distância progressivamente aumenta para distância média de 13,9
damente 15 mm proximal a sua interseção e não podem ser separa- mm no aspecto mais inferior da inserção do redondo menor. As
dos pela dissecção romba. O infraespina] e redondo menor se distâncias anteroposteriores médias das inserções supraespinal,
juntam próximo à junção musculotendinosa. O supraespinal e infraesp inal, redondo menor e subescapular foram de 1,63 cm, 1,64
subescapular se juntam como uma bainha envolvendo o tendão do cm, 2,07 cm e 2,43 cm, respectivamente.
bíceps na entrada do sulco bicipital. O teto dessa bainha consiste de O intervalo rotador é definido como a área triangular ante-
uma parte do supraespinal e o assoalho por uma placa do subes- rior e superior do ombro onde não estão presentes os tendões do
capu]ar. Essa relação é relevante pois na ruptura do tendão subes- manguito rotador. Desta maneira, o intervalo é interligado pelo
capular é frequente a associação com lesões na cabeça longa do supraespinal superiormente, o subescap ular inferiormente e o
bíceps. O ligamento coracoumeral é urna banda espessa de tecido coracóide mediaimente. O vértice do triângulo é marcado late-
fibroso que se estende do processo coracóide juntamente com a ralmente pelo ligamento transverso do úmero. O ligamento cora-
superfície da cápsula até os tubérculos, entre o supraespinal e coumeral, os tendões do bíceps e o ligamento glenoumeral
subescapular. O ligamento fica profundo na inserção tendinosa e se superior estão no intervalo do rotador. O intervalo rotador está
mistura com a cápsula e o tendão supraespinal, fazendo parte do alterado em casos patológicos ficando encurtado em pacientes
teto na bainha do bíceps. Um tecido fibroso de 1 cm de espessura com capsulite adesiva, ou alongado e frouxo em indivíduos com
se estende posteriormente da origem do ligamento coracoumeral no instabilidade do ombro.
coracoide até a margem posterior do infraespinal. Essa banda é uma O arco coracoacromial fica acima da articulação glenoumeral
extensão do ligamento coracoumeral e passa entre a cápsula e os e é composto pelo coracóide e acrômio anterior unidos pelo liga-
tendões do manguito. Urna placa de tecido fibroso da origem do mento coracoacromial. A clavícula distal também é considerada
ligamento coracoumera] também se estende posterior e lateral- parte do arco. Os tendões do manguito rotador, bursa subacromial,
mente, formando urna placa sobre as inserções superficiais dos tendão do bíceps e úmero proximal passam sob esse arco. Qual-
tendões infra e supraespinais. quer processo congênito ou adqu irido que diminua este espaço
Estudos histológicos dos tendões infraespinal e supraespi - pode causar impacto mecânico. O arco coracoacromial também
nal identificaram cinco camadas distintas. A camada mais super- serve como limitador da migração umeral proximal ou superior, e
ficia l (camada um) contém várias arteríolas e compreende fibras sua ruptura é considerada etapa final na cascata de eventos que
do ligamento coracourneral. Essa camada tem 1 mm de espes- culmina no "escape" anterossuperior nos distúrbios avançados
sura e contém fibras que são orientadas de forma inclinada ao degenerativos do ombro associados a ruptura extensa do manguito
longo eixo do ventre muscular. A camada dois tem entre 3 e 5 rotador. Neste "escape': a cabeça umeral se desloca anteriormente
mm de espessura e representa a inserção tendinosa direta dentro e superiormente quando há tentativa da elevação do ombro. Como
dos tubérculos. Feixes largos (1 a 2 mm de diâmetro) de fibras resultado a cabeça umeral repousa em uma posição palpável e
tendinosas paralelas e densamente comprimidas compõem a visível na região subcutânea.
camada dois. A inserção tendinosa sub escapular exibe uma
estrutura similar, com feixes de fibras de colágeno paralelos ao
eixo longo do músculo, alargando-se antes da inserção. Um APRESENTAÇÃO CLÍNICA E EXAMES FÍSICO
grupo de feixe do subescap ular se articula com fibras do supra-
espinal servindo como assoalho da bainha do bíceps e o teto da A avaliação do ombro doloroso é desafiador por muitas razões .
bolsa do bíceps é formada pelas fibras da camada dois do supra- Condições clínicas diferentes como síndrome do impacto, ruptura
espinal. A camada três tem aproximadamente 3 mm de espessura do manguito rotador (parcial e completa), tendinite calcária,
e compreende um feixe menor de colágeno com orientação capsulite adesiva e síndromes de compressão nervosa têm histó-
menos uniforme que na camada dois. As fibras nestas camadas rias, padrões de dores e exames fís icos similares. Essas condições
percorrem ângulos de 45 graus de uma para outra, formando podem causar dor, fraqueza e perda de movimento na extremi-
uma rede de malhas adequada que contribui com a fusão da dade afetada. A dor geralmente é desencadeada por atividades
inserção do tendão do manguito. A camada quatro compreende acima da cabeça, piorando com movimentos ativos e não passi-
quatro tecidos de conexão soltos e bandas de colágeno espessas vos, e podem acordar o paciente durante a noite. Pode também
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO fl?m
irradiar-se até área de inserção do deltoide. No exame físico em 25% dos pacientes com lesões de Bankart, 46% dos pacientes
geralmente é impossível definir com precisão a causa da dor pela com lesões do labrum anterior e posterior, e 69% dos pacientes com
proximidade anatômica destas estruturas. Vários testes são sen- artr ite acromioclavicular.
síveis para detecção das patologias no ombro, mas nenhum é
específico. A mesma manobra irritativa pode apresentar dor por • TESTE DE HAWKINS-KENNEDY
várias condições. A palpação tem benefício limitado, especial- Hawkins e Kennedy descreveram seu teste em 1980 como alternativa
mente em pacientes musculosos ou obesos. É impossível palpar para a manobra de Neer, mas não acreditaram que ele era confiável
o labrum ou a cápsula. Embora alguns autores descrevem ser (Fig. 46-lB) . O teste é realizado com elevação anterior do ombro em
possível a palpação da ruptura do manguito rotador, não é essa 90 graus forçando-o em rotação interna. Esse movimento produz
nossa experiência. Estalidos e crepitações n ão são específicos em atrito do tubérculo maior contra o ligamento coracoacromial, pro-
nenhuma condição patológica e sua localização geralmente duzindo dor. Sensibilidade de 92% na bursite e 88% nas alterações
duvidosa. do manguito foram demonstradas em 85 pacientes , com especifici-
Embora o exame físico seja geralmente inconclusivos é essen- dade de 44% e 43%. Os valores preditivos positivos foram 39% e
cial para avaliação do paciente com ombro doloroso e ajuda a 37%, e valores preditivos negativos de 93,l % e 90%. O teste foi
descartar outras causas potenciais de dor como distúrbios da positivo, contudo, em 31 % dos pacientes com lesões de Bankart,
coluna cervical (hérnia de disco, espondilose, patologias do plexo 69% dos pacientes com lesões do labrum anterior e posterior, e 94%
braquial), do tórax (tumor de Pancoast, pneumonia do lobo supe- dos pacientes com artr ite acromioclavicular.
rior), região axilar e abdome (irritação no diafragma, disfunção da
vesícula biliar). • TESTE DE JOBE
O exame físico começam com a inspeção. O paciente deve Jobe descreveu o "teste do supraespin al" em 1983 (Fig. 46- l C).
estar sem roupa da cintura para cima. As mulheres podem vestir É realizado colocando-se o ombro em 90 graus de abdução, 30
avental. A exposição completa dos ombros permite observação graus de flexão e rotação interna, de forma que o polegar do
anterior e posterior do ombro. A comparação dos lados demons- paciente fique apontando para o chão. O teste do músculo
trar atrofias, tumorações ou deformidades. Hematoma ou equi- contra resistência mostra que a fraqueza ou insuficiência do
mose pode sugerir contusões ou rupturas de estrutura como do supraespinal devem-se a ruptur a ou dor associada ao impacto
manguito rotador ou cabeça longa do tendão do bíceps. A palpa- do manguito rotador.
ção das estruturas ósseas superficiais pode identificar dores nas
articulações acromioclavicular, esternoclavicular, na clavícula ou • TESTE DE FORÇA PARA ROTAÇÃO INTERNA
acrômio. A palpação ao redor do ombro pode sugerir outras Zaslav descreveu o teste para diferenciar impacto interno do
causas de dor, mas como citado anteriormente, não é confiável. externo clássico (Fig. 46-lD). O teste é realizado com paciente
Articulações acima e aba ixo da área dolorosa devem ser exami- sentado e o examinador em pé, atrás do mesmo. O braço do
nadas; no caso do ombro, a coluna cervical sempre deve ser paciente é posicionado em 90 graus de abdução no plano coronal
avaliada. O exame neurovascular de ambas extrem idades supe- e aproximadamente 80 graus de rotação lateral. Um teste manual
riores deve ser realizado, juntamente com avaliação da força isométrico do músculo é realizado na rotação lateral e é compa-
motora. A amplitude dos movimentos é determinada de forma rado com um teste da rotação interna na mesma posição. Se o
ativa e passiva, percebendo arcos dolorosos e tendências em subs- paciente com sinal positivo para impacto tiver boa força de
tituir a função muscular. rotação lateral e perda de força em rotação interna, o teste é
Vários testes são conhecidos para detectar tendinite e ruptura positivo. O resultado positivo do teste de força para rotação
do manguito rotador. Os testes a seguir foram desenvolvidos para interna sugere impacto interno, e o resultado negativo (menos
reproduzir sintomas ou dor, sugerindo impacto do manguito rotador força na rotação lateral) sugere impacto externo clássico. Zaslav
ou tendinite. relatou sensibilidade de 88%, especificidade de 96%, valor predi-
tivo positivo de 88%, e valor negativo preditivo de 94%. Todos os
• MANOBRA E TESTE DO IMPACTO DE NEER pacientes testados foram selecionados, porém, pelo fato de terem
Neer foi o primeiro a descrever a manobra de impacto em 1972 res ultado positivo na manobra de impacto de Neer, resultando
(Fig. 46- l A). Com o paciente sentado, o examinador movi- em população de "impactos" ao invés de população com anor-
menta o braço afetado em elevação enquanto estabiliza a mailidades não confirmadas no ombro.
escápula, fa ze ndo com que o tubérculo maior faça atrito no
acrômio provocando dor quando houver lesão tipo impacto em • TESTE DO IMPACTO SUBCORACOIDE DE GERBER
qualquer estágio. A manobra também produz dor em outras Este teste foi descrito por Gerber para identificar impacto entre
condições como capsu lite adesiva, osteoartrite, tendinite calcá- o manguito rotador e o processo coracóide (Fig. 46-lE). É reali-
ria e lesões ósseas. Neer também descreveu o teste de impacto zado de forma similar ao teste de imp acto de Hawkins-Kennedy.
com injeção subacromial de 10 mi de lidocaína 1%. A dor O braço é posicionado em 90 graus de fle xão anterior e aduzido
causada pelo impacto geralmente diminui ou desaparece com- em 10 ou 20 graus em direção ao corpo para traze r o tubérculo
pletamente após injeção mas a dor causada por outras condições menor em contato com o coracóide. Dor nesta manobra sugere
(com possível exceção da tendinite calcária) não alivia. Um impacto coracoide.
estudo demonstrou sensibilidade de 75% para bursite e 88%
para alterações no manguito, com especificidade de 48% e 51 %. • TESTE DE APREENSÃO-RELOCAÇÃO DE JOBE
Os valores preditivos positivos foram 36% e 40%, e os valores Jobe descreveu um teste combinado em 1989 para distinguir impacto
preditivos negativos de 83% e 89%. O teste foi positivo, contudo, primário de impacto secundário à instabilidade anterior (Fig. 46-lF).
H@IJ;@E'19 Testes de impacto para reproduz ir si ntomas ou dor (ver texto). A, Manobra do impacto de Neer. B, Teste de Hawk in s
-Kennedy. C, Teste de Jobe. D, Teste de força para rotação Interna . E, Teste do im pacto subcoracóide de Gerber.
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO
Com paciente em posição supina, o braço é abduzido a 90 graus e impactos secundários, que toleram rotação externa máxima com a
rotado lateralmente, o que produz dor por impacto. Aplicando-se cabeça umeral mantida em posição reduzida. A avaliação deste teste
força na cabeça umeral em direção posterior, recentralizando-a na demonstrou que a dor na posição de 90 graus de abdução e rotação
cavidade glanoidal não altera dor nos pacientes com impacto pri- lateral pode ser causada por várias alterações e deve diminuir pela
mário, mas alivia em pacientes com instabilidade (subluxação) e força direcionada posteriormente.
E» PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
• TESTE
46
Manobra de Neer
Teste de Hawkins-
_1 Testes
(%)
68
para Impacto Subacromial (Independente da Gravidade da Doença do
Manguito Rotador)
SENSIBILIDADE
71 .5
ESPECIFICAÇÃO
(%)
68.7
66.3
VALOR PREDITIVO
POSITIVO (%)
80.4
79 .7
VALOR PREDITIVO
NEGATIVO(%)
53 .2
55 .7
ACURÁCIA GERAL (%)
68.3
69 .7
Kennedy
Teste do arco 73.5 81.1 88 .2 61.5 76.1
dol oroso
Teste do músculo 44.1 89 .5 88 .4 46.8 60.2
Supraespina l
(Jobe)
Teste de Spe ed 38.3 83.3 80.5 42.9 54.4
Teste de adução 38.3 83.3 80.5 42.9 54.4
cruzada
Sinal da queda 26 .9 88.4 81 39.7 48 .6
("Drop sign")
Teste do músculo 41.6 90.1 90.6 45 .8 58.7
infraespinal
De Park HB, Yokota A, Gill HS, et ai: Diagnostic accuracy of clinicai tests for the different degrees of subacromial impingement syndrome, J Bane Joint Surg
87A:1446, 2005.
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO fDElll
Testes para avaliar a integridade do manguito rotador (ver texto). A, Teste de lift-off. B, Teste da compressão abdominal.
C, Teste de força para rota ção lateral. D, Sinal "/ag" em rotação lateral. E, Sinal da Queda ("Drop Sign") F, Sinal "/ag" em rotação interna.
• TESTE DA FORÇA DE ROTAÇÃO LATERAL rodados lateralmente em 45 ou 60 graus. O examinador aplica força
O teste da força de rotação lateral tem o objetivo de avaliar a inte- contra resistência no dorso das mãos do paciente no sentido de
gridade dos rotadores extern os do ombro, especificamente o infra- ro dar os omb ros internamente retornando na posição neutra. Dor
espinal e redondo menor (Fig. 46-2C) . Co m os braços do paciente e força diminuíd as sugerem inflamação ou ruptura do infraespinal,
ao lado do corpo em flexão e abdução neut ras, os omb ros são redondo menor ou amb os.
- PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Ili 46
_1 Evolutivos da
Smdrome do Impacto
li Ili
lj[rili;bH!ll• Três tipos morfológicos do acrômio definidos por Morrison e Bigliani . O tipo1 plano é o que menos compromete o
túnel do supraespinal e o tipo Ili "ganchoso" teve a maior associação com patologia do manguito rotador.
como consequência. O envelhecimento dos fibroblastros do tendão usada para avaliar pacientes com impacto coracoide. O alívio da
resultando no desarranjo da arquitetura tendinosa é um achado dor sugere o diagnóstico, mas a proximidade com múltiplas
comum em manguitos com mais idade. Alterações degenerativas estruturas na região subcoracoidal, incluindo a articulação gle-
relacionadas à idade incluem a diminuição da composição celular, noumeral, coloca em dúvida a precisão destas injeções. A tomo-
afinamento e rupturas fasciculares, acúmulo de tecido de granulação grafia computadorizada (TC) pode ser usada no diagnóstico do
e calcificação distrófica, todas foram descritas como sendo irre- impacto coracoide; a distância de 6,8 mm entre o ápice do cora-
versíveis. Uma zona de relativa hipovascularidade também está coide e a porção cortical mais próxima ao úmero proximal sugere
presente na superfície articular do manguito rotador. Forças de cisa- haver impacto. Nos casos suspeitos a coracoidoplastia por via
lhamento diferentes dentro das camadas do tendão também foram artroscópica ou aberta é recomendada. Não temos experiência
descritas como causa de rupturas nas fibras do tendão. Outros com esse procedimento.
autores sugerem que os tendões podem enfraquecer como resultado
da repetição de arremessos de bolas de beisebol ou outros esportes • IMPACTO INTERNO
acima da cabeça. Degeneração intrínseca leva ao desequilíbrio e Nesta condição o contato articular do manguito rotador ocorre
perda de força progressivamente, levando à ascensão ou translação com o aspecto posterossuperior da glenoide quando o ombro está
superior da cabeça umeral e ao impacto. Como suporte para teoria em abdução, extensão e rotação lateral como na posição de arre-
do impacto como fenômeno secundário, autores citam a melhora messo. Esse contato provavelmente é um fenômeno normal, mas
dos sintomas após reabilitação (alongamento capsular e fortaleci- se torna patológico em alguns pacientes. Geralmente ocorre em
mento do manguito rotador). Recomendam acromioplastia conser- arremessadores que perdem amplitude na rotação interna do
vadora ou não fazê-la nos casos da cirurgia para reparo do manguito ombro fazendo com que o centro de rotação da cabeça umeral é
rotador e preservação do ligamento coracoacromial em vez de sua desviado proximalmente aumentando o contato entre o manguito
ressecção. Esta ressecção tem sido abandonada para evitar possível rotador e a inserção do tendão do bíceps. Achados artroscópicos
"escape" anterior e superior da cabeça umeral sob o acrômio quando incluem ruptura parcial do manguito rotador, ruptura do labrum
a ruptura do manguito falha posteriomente ou é irreparável. superior e posterior e frouxidão capsular anterior. No início do
processo, fisioterapia agressiva principalmente para recuperação
• IMPACTO SUBCORACOIDE da rotação interna e fortalecimento do manguito rotador geral-
Goldthwait, em 1909, foi o primeiro a descrever dor no ombro mente são bem sucedidas. O tratamento antroscópico deste pro-
causado pelo contato entre o manguito rotador e o processo blema está apresentado no Capítulo 52.
coracóide. Gerber et ai. sugeriram que esse contato doloroso O tratamento inicial dos pacientes com tendinopatia causada
pode ser causado pelo coracoide proeminente, o qual pode por impacto extrínseco primário clássico é conservador bem orien-
ocorrer por várias condições idiopáticas e iatrogênicos . A forma tado e planejado, incluindo medicamentos anti-inflamatórios, uma
iatrogênica foi a mais comum nas séries sendo, observada em ou até duas injeções subacromiais de cortisona e um programa de
pacientes que se submeteram à osteotomia do coracóide tipo fisioterapia enfatizando ganho de mobilidade em todo ombro com
Trillat para tratamento da instabilidade anterior. Esse tipo de alongamentos além do fortalecimento do manguito rotador. Se o
impacto não foi estudado de forma extensiva e permanece como paciente não responde bem após 3 a 4 meses com tratamento con-
diagnóstico de exclusão. Manobras clíncas atribuíram a essa con- servador, a cirúrgica pode ser indicada sendo direcionada para a
dição, incluindo a sensibilidade sobre o coracóide e o teste do lesão específica.
impacto coracóide positivo (Fig. 46-lE). Injeção de lidocaína na Acromioplastia artroscópica ou aberta, quando indicada, é o
região subcoracoide similar ao teste de Neer (Fig. 46-lA) foi tratamento preferido para a síndrome do impacto. Resultados da
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO EDii
acromioplastia anterior aberta variam muito. Em mais de 20
grandes séries da acromioplastia aberta, a média de sucesso foi de
aproximadamente 85%. Falhas foram relatadas em diagnóstico
incorreto, técnica inadequada e outras complicações. Para o
sucesso da acromioplastia o impacto deve ser a causa da dor com
história clínica e exame físico adequados. Artrose acromioclavic u-
lar ou glenoumeral, instabilidade sutil em atletas arremessadores,
capsulite adesiva inicial e fibromialgia podem ser de difícil diag-
nóstico. Espondilose cervical com irritação de raíz nervosa ou
lesão do nervo supraescapular também podem simular sintomas
da síndrome do impacto.
Técnica inadequada tem sido descrita como causa de falhas na
acromioplastia. Osso adequado deve ser removido para aliviar a
estenose subacromial. Ressecção óssea inadequada parece ocorrer
com maior frequência na artroscopia comparada à acrom ioplastia
aberta. Além do rebordo anterior, a porção do acrômio anterior à
cortical anterior da clavícula deve ser removida para obtenção do
melhor resultado. Na descrição original da técnica recomenda-se
ressecção e remoção de parte do ligamento coracoacromial, evi-
tando que o mesmo cicatrize novamente no acrômio. Nossa prática
atual é liberar o ligamento. Acreditamos que o ligamento pode ser O!iji!@E19 Acromioplastia anterior. A incisão cutânea é
parte do processo patológico e que ao cicatrizar novamente no feita acompanhando a linha imaginária que passa pelo bordo
acrômio, restaura o arco coracoacromial evitando subluxação ante- anterior do acrômio. O acrômio é exposto pela incisão entre as
rossuperior da cabeça umeral. porções do deltoide anterior e lateral. VEJA A TÉCNICA 46-1.
Usamos a artroscopia e ocasionalmente a cirurgia aberta.
Acreditamos que tan to a acromioplastia aberta quanto artroscópica
sejam satisfatórias se os princípios da técnica original descrita por acrômio (evitar lesão do nervo axilar) em direção ao
Neer, forem seguidos como a seguir: acrômio anterolatera l (Fig. 46-6A).
• Liberação (não ressecção) do ligamento coracoacromial •O deltoide pode permanecer inserido ou ser liberado do
• Ressecção do rebordo anterior e lateral do acrômio acrômio anterolateral, dependendo da preferência do
• Ressecção do acrômio anterior à cortical anterior da clavícula cirurgião. Inicialmente preferimos deixar o deltoide inse-
• Ressecção de 1 a 1,5 cm da clavícula distal se houver alterações rido, liberando-o posteriormente se for necessário.
degenerativas significativas •Para esse passo libere o deltoide com seu periósteo junto
com o periósteo do trapézio aproximadamente 2 cm
sobre o acrômia l superior (Fig. 46-68).
ACROMIOPLASTIA ANTERIOR ABERTA •Libere o folheto deltoide-periósteo med iaimente até
próximo da articulação acromioclavicular (sua cápsula
TÉCNICA anterior geralmente faz parte do folheto) e 1 cm late-
ralmente ao acrômio latera l. Ocasionalmente, o periós-
• Posicionar o paciente na posição sem i-vertical, com a teo fica frágil depois da desinserção, e o deltoide deve
cabeça elevada em 30 a 35 graus (posição em "cadeira ser separado, para depois ser reinserido no acrômio
de praia"). Coloque um coxim ou uma bolsa intravenosa através de orifícios ósseos. Observamos que a desinser-
medial à escápula para estabilizá-la. Esse grau de eleva- ção com eletrocautério geralmente produz folhetos mais
ção da cabeça geralmente posiciona a superfície superior espessos.
do acrômio perpendicular ao solo, permitindo que a oste- •A importância da desinserção cuidadosa do deltoide não
otomia acromia l seja rea lizada de modo perpendicu lar ao pode menosprezada. Por segurança o tecido deve ser
solo. O preparo incluindo todo membro superior é impor- mantido com reparo para se identificar e corrigir eventu-
tante para permitir manipulação livre do ombro. ais falhas, proporcionando reinserção correta no acrômio.
•Identifique e desenhe os contornos ósseos do ombro, Sem a reinserção segura do deltoide os resultados da
incluindo o acrômio lateral, coracóide e articulação acromioplastia podem ser comprometidos pela perda da
acromioclavicular. função do mesmo.
•Marque a incisão na pele segu indo as linhas de Langer •Após desinserção completa do fo lheto anterior ressecar
de 4 a 6 cm de comprimento e infiltre -a com epinefrina o ligamento coracoacrom ial. Usamos eletrocautério neste
em dilu ição de 1Oml / 1:500,000 para minimizar o passo pois o ramo acromial da artéria coracoacromial fica
sangramento. junto ao ligamento, e o uso do mesmo favorece exposi-
•Faça a incisão da porção lateral do acrômio anterior em ção completa do espaço subacromial.
direção ao coracó ide lateralmente a ele (Fig . 46-5). •Com espaço subacrom ial exposto, resseque a bursa e
•Após mobilização do tecido subcutâneo, identifique a qualquer aderência ou tecido da superfície inferior acro-
rafe muscular entre o deltoide anterior e médio e sepa- mial. A bursa pode ser bem espessa e faci lmente confun-
re-a distalmente até 5 cm ou menos do bordo lateral do dida com o tendão do manguito rotador. A bursa pode )
lllllDD PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
H@IJ;tljCI19 A, Incisão centrada no bordo anterolateral do acrômio, evitando o nervo axilar, estendendo-se mediaimente sobre
superfície superior do acrômio. B, Origem do deltoide desinserida do acrôm io em continuidade com o periósteo do acrômio e a inserção
do trapézio. C, Proeminência anterior do acrômio a ser removida. VEJA A TÉCNICA 46-1.
ser identificada por sua continuidade com a superfície frequente de ruptura. A palpação ajuda identificar áreas
)
inferior acromial e sua aparência uni laminar diferente da de afinamento do manguito e pode indicar rupturas
aparência multilaminar do manguito rotador. Clark e Har- parcia l da superfície articular.
ryman descreveram cinco camadas distintas com várias •Se as imagens pré-operatórias demonstram degeneração
interdigitações nos tendões do manguito. acentuada sem rupturas, excisão da porção tendinosa
•Após ressecção da bursa, use uma serra osci latória ou doente com reparo direto ou reinserção no osso devem
pinça tipo "saca-bocado" para remover a porção de ser considerados (Técnica 46-2)
acrômio que se projeta anteriormente à borda anterior da •Faça rotação interna e lateral do ombro para inspeção
clavícula (Fig. 46-6C). Isso remove a porção acromial que completa da superfície bursal do manguito.
causa o impacto e faci lita a conclusão da acromioplastia •Irrigue cuidadosamente a área removendo qualquer tecido
com serra ou osteótomo. Preferimos a serra neste passo ou fragmento do espaço subacromia l.
pois oferece maior controle que o osteótomo, prevenindo •Suture o periósteo do deltoide em toda extensão
fratura no acrômio posterior. desinserida e se necessário use perfurações no acrômio
•Comece a osteotomia na porção anterossuperior do com suturas não absorvíveis garantindo reinserção segura.
acrômio extendendo-se até a jun ção dos terços méd io e O reparo do deltoide com orifícios ósseos no acrômio é
anterior do acrômio, incluindo todo acrômio anterior de o método preferido.
medial para lateral. •Feche a ferida em planos como de rotina.
•Use um afastador curvo tipo Hohmann ou lâmina male-
ável para deprimir a cabeça do úmero e proteger o man- CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O braço é mantido em
guito durante esse passo. tipoia simp les. Exercícios pendulares são iniciados no dia
•Regularize a superfície inferior do acrômio com uma segu inte à cirurgia. Exercícios passivos de abdução,
raspa. rotação interna e latera l são iniciados ao final de uma
•Palpe a parte inferior da articulação acrômioclavicular e semana. Após três semanas iniciam-se exercícios ativos.
remova qualquer sa li ência ou esporão ósseo. A tipoia é descartada assim que o paciente se sentir
•Se houver alterações degenerativas importantes, resseque confortável.
1,0 a 1,5 cm da clavícula distal. Radiografias pré-opera-
tórias e sintomas devem indicar a necessidade deste pro-
ced imento ad iciona l não devendo ser feito de rotina.
• Se a clavícula foi ressecada, preserve a cápsula acrômiocla-
vicu lar para facilitar o posterior reparo do deltoide nessa • COMPLICAÇÕES
área . Não estenda a ressecção clavicu lar além de 1,5 cm
Complicações após acromioplastia incluem, mas não se limitam a,
mediaimente para evitar lesão dos ligamentos coracoclavi-
infecções, formação de seroma, hematomas, fístula sinovial, ruptura
cu lares, o que causa instbi lidade da clavícu la distal.
do bíceps, embolia pulmonar, fratura acromial e síndrome da dor
•Inspecione cuidadosamente qualquer ruptura do man-
regional complexa. Falta de motivação pelo paciente, não cumpri-
guito rotador em toda superfície antes do fechamento. A
mento da reabilitação ou programa inadequado da mesma também
área proximal à inserção do supraespina l é o local mais
podem levar a falhas por dor contínua ou rigidez.
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO
um estudo de cadáveres dem onstra qu e rup turas intrate ndín eas na maioria dos casos, embora a in cidência da rerruptura ocorra
são m ais comuns que articulares ou bursais. Outro estud o em 20% a 65%. Quatro séries grandes (Hawkins et ai. , Neer et ai. ,
clínico, porém, demonstrou que rupturas artic ulares constitu- Ellman et ai., e Cofield et ai.) que incluem 476 pacientes apresentam
íam 91 % de todas as rupturas parciais numa população de taxas de sucesso que variam entre 78% a 86%, sendo encontrados
atletas jovens. Esta discrepância entre es tud os cadavéri cos e resultados bons ou excelentes em 383 (80%) do total. Uma série com
clínicos pode ocorrer p elo fato das ruptur as intratendíneas vá rias revisões de reparos do manguito rotador, o alívio geral da dor
serem de difícil di agnóstico com artroscopia, RM ou ultrasso- fo i obtido em 87% dos pacientes, com 77% classificados como satis-
nografia comparadas às ar ticulares ou bursais. A prevalência fatór ios. Nossos resultados fora m similares, alcançando controle da
real das rupturas parciais provavelmente é maior qu e a docu- dor e retorno às fun ções em aproximadamente 80% dos pacientes.
mentada na literatura. Os resultados geralmente são melhores em pacientes com menos de
A evolução natural das rupturas parciais não é completamente 60 anos de idade, embora resultados clínicos sejam geralmente bons
conhecida. Imagens e estudos clínicos sugerem que as mesmas pro- independente dos resultados ruins das imagens.
gridam em pelo menos 80% dos casos. Vários autores compararam a descompressão com e sem
Nas rupturas parciais, o programa de tratamento inicial reparo e encontraram resultados bem melhores com o reparo. Resul-
conservador apropriado inclui mudança de háb itos nas ativida- tados satisfatórios após descompressão variaram entre 8% a 59%, e
des, exercícios de fortalecimento e medicamentos anti -inflama- os mesmos deterioraram com o tempo. Antes do reparo do man-
tórios. Cirurgia é indicada quando há falha no tratame nto gui to rotador, recomendamos artroscopia diagnóstica. A ruptura e
conservador. A avaliação artroscópica é necessária para determi- o tamanho podem ser confirmados, e outras patologias articulares
nar a extensão da lesão e a descompressão sub acro mi al está indi- podem ser tratadas. Pode-se optar pelo reparo artroscópico ou por
cada quando houver sinais de impacto. As causas da lesão devem incisão mínima ("mini-incisão") assitida pela artroscopia ou conver-
ser tratadas no ato cirúrgico. Debridamento ou reparo da lesão ter para procedimento aberto. Atualmente acreditamos que o reparo
parcial depende do seu grau, do nível de atividade e idade do artroscópico ou artroscópico assistido seja apropriado para lesões
paciente. Atualmente, realizamos o debridamento artroscópico parciais e completas pequenas, médias e algumas grandes. As van-
da lesão parcial quando são encontra das em inspeções durante tagens descritas do reparo artroscópico incluem a inspeção glenou-
as acromioplastias artroscópicas . Se a lesão envolve menos que meral e tratamento de lesões intra-articulares, preservação evitando
50% da espessura do mangui to, a acrom ioplast ia e o debrida- desinserção do deltoide, menos dissecção de partes moles e incisões
m ento são suficientes. Se for de maior grau, a excisão elíptica e menores. As técnicas artroscópicas permitem avaliação com segu-
reparo do tendão são indicados. rança do tamanho da lesão, qualidade e mobilidade do tendão, e
Os resultados do tratam ento conservador das rupturas par- visão do ponto correto para inserção das âncoras ósseas para sutura.
ciais são desconhecidos pois não existe na li teratura nenhum Para técnicas do reparo ar troscópico, consulte o Capítulo 52.
estudo de acompanhamento por longo prazo utilizando-se proto- A técnica artroscópica associada à cirurgia aberta foi descrita
colo de tratamento padronizado em populações de pacientes uni- para rupturas combinadas do tendão subescapular, supraespinal e
formes e bem definidas. Resultados bons e excelentes após infraespinal. O reparo do manguito rotador posterossuperior é rea-
debridame nto artroscópico foram re latados em 80% a 90% dos lizada artroscopicamente seguida pelo reparo aberto do subescapu-
pac ientes, com melhora da dor, função, elevação anterior ativa e lar. As vantagens deste método incluem a possibilidade do tratamento
força. Estud os também relatam não haver diferença significativa das patologias associadas com reparo relativamente mais fácil com
nos resultados entre rupturas completas ou parciais ou entre fixação segura e confiável.
pacientes com rupturas parciais menores que 50% da espess ura Reparos abertos do manguito rotador também podem ser
e pacientes sem rupturas. feitos por artrotomia mínima apenas divulsionando-se as fibras do
O objetivo principal do tratamento cirúrgico é o alívio da dor deltoide (deltoid-split) (Técnica 1-81).
que é geralmente previsível. A melhora na fun ção é objetivo secun-
dário, porém importante. Esta não é tão previsível como o alívio da
dor e depende da idade do paciente, do tempo e tamanho da ruptura
(reflete a qualidade e condição do tendão e músculo) e reabilitação
pós-operatória. Pacientes idosos ou com pouca atividade inicial-
mente são tratados conservadoramente (de 8 a 12 semanas). Se REPARO ABERTO DA RUPTURA DO
houver melhora o mesmo deve ser mantido, caso contrário indica- MANGUITO ROTADOR
mos cirurgia para evitar maior atrofia na musculatura do manguito
rotador. Cirurgia é recomendada nas lesões agudas em pacientes TÉCNICA
jovens ou idosos (60 a 70 anos) bem definidas que subitamente
geram perda de força de rotação lateral contra resistência. De acordo •Proceda a acromioplastia anteroinferior conforme des-
com nossa experiência esses pacientes ge ralmente recuperam de crito na Técnica 46-1. Esse passo é importante na cirurgia
modo excelente a força e função. A cirurgia é contraindicada em do manguito rotador e os resultados do reparo sem a
pacientes com rigidez articular concomitante (secundária à capsulite descompressão não são tão bons quanto os resultados
adesiva). Qualquer rigidez pré-operatória significante deve ser cor- do procedimento combinado.
rigida antes do reparo do manguito para evitar rigidez pós-operató- • Após acromioplastia padrão avalie cu idadosamente a
ria. É fundamental que a mobilidade seja ampla antes da cirurgia lesão do mangu ito rotador.
para evitar rigidez pós-operatória grave. • Gera lmente começam na região da inserção do supraes-
Resultados clínicos do reparo do manguito rotador em pacientes pinal ficando o coto retraído sob a região da articulação
sintomáticos acompanhados por dez anos variam de bom à excelente
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO f.m:llll
acromioclavicu lar. A maioria das ru pturas além de trans- especializado (Concept, Largo, FL) (Fig. 46-7F). Cuidado
versa is têm um componente longitudin al com formatos para não fraturar o osso cortical geralmente frágil nesta
ovais ou triangulares. Todas as rupturas, exceto as menores, área pe la osteoporose. Deixe um espaço de pelo menos
precisam ser avançadas anteriormente e lateralmente, 5 mm (de preferênc ia 1 cm) entre os orifíc ios na corti ca l
não apenas lateralmente, para restaurar a posição anatô- lateral umeral para melhor resistência sobre o qual os
mica e o comprimento correto da unidade tendão-mús- nós serão apertados.
culo. Rupturas menores que 2 ou 3 cm geralmente envolvem •Dê o nó dos fios das âncoras sob o coto do tendão com
o tendão infraespinal. quatro ou cinco nós para evitar impacto dos mesmos.
•Após identificar a falha e o tamanho da lesão, o passo O uso de pontos de reparo nos tendões para sua mani-
segu inte é o reparo . Geralmente é necessária li beração pulação são prefeíveis que pinças tipo Kõcher ou hemos-
para mobi lização do tendão. táticas pois evitam esmagamento ou esgarçamento dos
•Inicie a liberação posteriormente ao infraespinal usando mesmos. Ocasiona lmente fazemos incisões longitudinais
descolador rombo os dedos para soltar a aderência das nas extremidades do coto tendinoso permitindo adap-
faces interna e externa das articulação (Fig. 46-7A e B). tação do tendão na cana leta, que podem ser suturados
Não disseque distalmente ao redondo menor evitando antes do fechamento.
lesões no nervo auxi li ar no espaço quad rangular ou do • Em segu ida ama rre as suturas das âncoras mediais sobre
nervo supraescapu lar na área da incisura espinoglenoida l o tendão, terminando o reparo em dupla fileira.
próximo à superfície inferior do supraespina l. •Se a cortica l umeral lateral fraturar durante o fechamento
•Continue a liberação anterior do supraespinal. Se neces- dos pontos ou na perfuração dos túnei s ósseos, âncoras
sário pode-se conseguir exposição melhor ressecando-se podem ser usadas como correção. As âncoras parecem
1,0 ou 1,5 cm distal da clavícula, mas isso deve ser feito ter resistência adequada nos osso esponjoso e oferecem
quando existe artrose acromioclavicular associada. A li be- boa alternativa situações de maior dificuldade. Use essas
suturas para reforço adicional durante a sutura latera l, e
ração do li gamento coracoumera l nesta área permite
amarre-as na extrem idade do tendão com quatro nós,
mobilização lateral do supraespinal.
evitando impacto dos nós.
•Se os tendões supra e infraespinais estiverem bem retra-
• Feche a ferida como orientado para acromioplastia aberta.
ídos impedindo a mobi lização, libere a cápsula articular
na inserção dela junto ao /abrum glenoida l (Fig. 46-7C
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Depois do reparo, deve-se
e D). Se for necessária proceda a liberação das oito horas
usar tipoia simples ou funcional com travesseiro de
até as quatro horas posteriormente.
abdução ou imobili zador de ombros por 6 se manas.
•Uma segunda incisão posterior acima da espinha escapu-
Deve ser removida para exe rcícios assistidos de eleva-
lar para melhorar a mobilização tem sido descrita mas
ção e rotação lateral com objetivo de se evitar aderên-
não temos experiência com essa técnica.
cias, atrofia por desuso e falha no reparo. O reparo é
• Debride a extremidade do tendão liberado para obter um
mais fraco nas prime iras três semanas e a resistência
coto cruento cuidando para não confundir o tendão com
na sutura diminu i até os prim eiros três meses compa-
a bursa. O objetivo da liberação é obter um tendão resis-
rada ao momento da cirurg ia. Empiricamente, inicia-
tente o suficiente para reinserção anatômica adequada mos exercíc ios isométricos de rotação lateral com seis
sem danificar inervação ou comprometer a função do semanas e mobilização at iva após 12 semanas. Pac ien-
deltoide, além da descompressão subacromial evitando tes são advertidos que esforço exagerado com membro
impacto mecânico futuro sobre o manguito reparado operado pode romper a sutura entre 6 a 12 meses,
Após realizados estes passos, o reparo deve ser realizado. dependendo do tamanho da lesão e qualidade do tecido
Acred itamos que os melhores resultados são obtidos com e do reparo.
a sutura tipo dupla fi leira reinse rindo-se o tendão em uma
canaleta lateral em combinação com f ixação por âncoras
ósseas. Isso reduz a tensão no primeiro reparo e aumenta
a área de cicatrização entre o tendão e o osso.
• Com fio não absorvível nº 2 faça um ponto em U de supe-
rior para inferior e inferior para superior de modo horizon-
tal. Isso ajuda a aproximar o tendão dentro da canaleta. • RUPTURAS EXTENSAS E IRREPARÁVEIS
•Use um saca-bocado ou broca para criar a canaleta e Cordasco e Bigliani descreveram cinco fatores que melhoraram o
cruentizar a área óssea exposta do tubérculo maior (Fig. resultado do tratamento cirúrgico das rupturas grandes e extensas
46-7E) para reinserção dos tendões supra e infraesp inal. do manguito:
Regularize a extremidade proximal com broca ou raspa. 1. Descompressão subacromial adequada
•Insira duas ou três âncoras ósseas mediaimente à cana leta 2. Manter a integridade do deltoide
latera l em um ângulo de 45 graus, passando as suturas 3. Mobilizar os tendões e liberar o intervalo quando indicado
através do tendão 3 a 5 mm media is às suturas laterais 4. Reparo do tendão no osso
(Fig . 46-7G) 5. Reabilitação pós-operatória sob supervisão cuidadosa e em
•Perfure o tubércu lo maior 2 a 3 cm lateral à cana leta estágios progressivos
com agulha Mayo nº 5,pinça Backhaus o u in strumento Quando o reparo for adequado o braço pode ser levado para
baixo ao lado do paciente sem tensão na sutura. Ocasionalmente,
lllm) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
O@ihtgil?m Reparo do manguito rotador. A e B, Liberação e mobilização. Os músculos supraesp inal e subescapular têm inserções
fasciais na base do coracó ide através do ligamento coracoumeral. Mobilização lateral do manguito retraído é obtida pela liberação
destas inserções. C e D, Avanço lateral do manguito pode ser obtido com a liberação da cápsula da glenoide seccionando-se a inserção
da cápsula sob o /abrum gleno idal. E, Osteótomo é usado para criar uma "canaleta" óssea . F, Orifícios para suturas transósseas são
confeccionados de 2 a 3 cm distais à "cana leta". G, Âncoras ósseas são inseridas proximal mente à margem da "canaleta", com suas
suturas passando no tendão proximalmente às suturas da "canaleta" . VEJA A TÉCNICA 46-2.
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO fl!!lll
apesar das tentativas de mobilização do tendão o mesmo permanece número, tipo e local de fixação; pré-tensionamento no momento do
tenso após o reparo. Neste casos mais difíceis há poucas opções. Se reparo). Um estudo recente usando modelo analítico de reparo do
o tendão puder ser aproximado até a canaleta óssea com braço em manguito rotador determinou que 70% a 80% da carga é distribuída
abdução, o reparo é realizado e o ombro é imobilizado em órtese no tendão após o reparo, com 20% a 30% da carga exercida no tecido
mantendo abdução por 6 semanas para proteger e promover a cica- de reforço. A resposta do hospedeiro e o remodelamento das estru-
tri zação do tendão no osso. Há muitos problemas com essa técnica turas biológicas também são afe tadas pelas espécies e tecidos de
mas ainda acreditamos que seja uma boa opção. origem e método de processamento e esterilização usados na prepa-
Tensão excessiva no reparo resultando corte do tendão pelas ração. Pela fa lta de dados clínicos para o embasamento das indica-
suturas tem sido citada como mecanismo mais comum de falha no ções do uso de scaffods biológicos, Derwin et ai. desenvolveram um
reparo do manguito rotador. A escolha do tipo e técnica de sutura sistema de classificação que correlaciona o tamanho da ruptura,
podem melhorar a resistência, além da proteção com a diminuição geometria e possibilidade de reparo com uso apropriado do scaffold
do nível de atividade pós-operatória. A segunda opção depende, tipo ECM (Tabela 46-3). Temos experiência limitada no uso deste
porém, da colaboração do paciente. E difícil manter o uso da imo- método.
bilização com abdução por 6 semanas por dificuldades com higiene, Estudos moleculares e celulares tiveram como alvo as inter-
conforto e dirigir. Sem mobilizacão precoce, há a possibilidade do faces entre tendão e osso, pesquisando o uso de fatores de cresci-
desenvolvimento de capsulite adesiva podendo haver mau res ultado mento e scaffolds revestidos de células para melhorar a cicatrização.
comparado a antes da cirurgia ou falta de resistência do colágeno O preparo de fator- b3 de crescimento com matriz de fosfato de
causada pela imobilização. Os resultados gerais são consistentes com cálcio demonstrou melhora na cicatrização em modelos com ratos,
alívio da dor e função; contudo, diminuição no arco de movimentos enquanto outros estud os com ratos demonstraram que o uso de
e força pode persistir. células tronco mesênquimais modificadas geneticamente para ove-
Na tentativa de diminuir a tensão e aumentar a resistência e rexpress BMP-13 não melhorou a cicatrização, mas células tronco
portanto melhorando a qualidade da cicatrização biológica no reparo modificadas para superexpress gene de desenvolvimento MTl-MMP
do manguito rotador, vários métodos de reforço foram desenvolvidos, produzi u mais fibrocartilagem na interface e melhorou a resistên-
incluindo autoenxertos (bíceps, subescapular, redondo menor, grande cia biomecânica.
dorsal, ligamento coracoacromial) , aloenxerto (tendão, ligamento, Plasma ri co em plaquetas (PRP), usado de forma bem suce-
enxerto liofilizado do manguito rotador), xenoenxerto e enxerto dida por muitos anos em outras especialidades médicas, se tornou
sintético. Os métodos mais usados para reforço são dispositivos popular no tratamento de várias condições ortopédicas, incluindo
estruturais (scaffolds) , desenvolvidos em ácido polilático, poli (lác- lesões agudas de partes moles e tendinopatias crônicas. O PRP é
tideo-co-ácido glicolídio ), e politetrafluoretileno; matriz extracelular definido como "volume de plasma que tem contagem de plaquetas
(ECM) de humanos, suínos, bovinos e equinos (Tabela 46-2); quitina acima da média do sangue"; contudo, as preparações de PRP podem
e quitosana hialurônico. A maioria dos estudos publicados descreve variar bastante conforme a quantia de sangue usado e na eficiência
pesquisas biomecânicas ou animais envolvendo ECM com número da recuperação das plaquetas, presença ou ausência de glóbulos
limitado de estudos com acompanhamento em pacientes humanos; brancos ou vermelhos, ativação de plaquetas com trombina e o nível
esses estudos têm demonstrado resultados cirúrgicos e taxas de de produção de fibrina. O efeito do PRP na cicatrização também
complicações variados. Alguns fatores influenciam o quanto os sca- varia de acordo com as estruturas muscoesqueléticas diferentes, difi-
ffolds podem melhorar as propriedades mecânicas do reparo do cultando a confirmação da sua eficácia. Há pouca informação sobre
tendão, incluindo as propriedades mecânicas e de retenção de sutura o uso de PRP em reparos do manguito rotador. Um estudo prospec-
e os métodos cirúrgicos usados na aplicação do scaffold (p. ex, o tivo com 14 pacientes apresentou melhora na pontuação das escalas
•
-
Dispositivos Estruturais de Matriz Extracelular Atualmente Aprovados pelo FDA para
46 - 2 Reparo do Manguito Rotador
Ili _
46 3
Graus da patologia do manguito rotador com indicações de uso de matriz extracelular
no reparo
CARACTERÍSTICAS DA
GRAU RUPTURA TRATAMENTO(S) ATUAL(IS) RESULTADOS INDICAÇÃO
VI Ruptura extensa, retraída Artroplastia total reversa Função adequada, mas Não indicada
irreparável com patologia do ombro (agressiva) limitada
intra-articular
V Ruptura grande, extensa (3-5 Tentativa de reparo aberto Alta taxa de falha (2'. 50% de lnterposicição em
cm, 2-3 tendões); irreparável ou artroscópico, transferên- re-ruptura e/ou pontuação pacientes
(não pode ser reinserida no eia muscu la r, debridamento baixa nos escores) selecionados
tubérculo maior sem tensão) e/ou reparo parcial
IV Ruptura grande, extensa (3-5 Reparo aberto ou Ta xa de falha moderada Reforço para
cm, 2-3 tendões); reparável artroscóp ico (2'. 30 % de re-ruptura, 85% aumentar
livre da dor, mas com comprim ento
redução de função) ("Augmentation")
Ili Ruptura méd ia e pequena Reparo artroscópico Taxa de falha moderada (taxa Reforço para
(< 3 cm, 1 tendão) de re-ruptura de 5%-10%; aumentar
85 % livre da dor mas> 50 % comprimento
com redução da função) ("Augmentation")
li Ruptura parcial (>50% da Descompressão 40% de falhas dentro de 5 Não indicado
superfície articular ou bursal) artroscópica / anos quando é realizado
debridamento ou reparo apenas o debridamento, 95%
com acromioplastia curado quando reparado
Ruptura parcial (<50% da Descompressão artroscó- 95% curado quando Não indicado
superfície articular ou bursall) pica / debridamento ou reparado
reparo com acromioplastia
De Derwin KA, Badylak SF, Steinmann SP, lannotti JP: Extracellular matrix scaffold devices for rotator cuff repair, J Shou/der Elbow Surg 19:467, 201 O.
Ligamento
glenoumeral inferior
A B Posterior Anterior
e
H(ijll;fum!19 Transposição subescapular de Cofield. A, Incisão necessária para transposição superior do tendão subescapu lar. B, Linha
de incisão na cápsula articu lar. Os ligamentos glenoumerais médio e inferior e o tendão subescapular são separados da cápsula .
C, Reparo tendão-osso e tendão-tendão do subescapular transposto. (A e C de Cofield RH: Subscapular muscle transposition for repa ir of
chronic rotator cuff tea rs, Surg Gynecol Obstet 154:3, 1982; B de Cofield RH: Subscapu laris tendon transposition for large rotator cuff tears, Tech
Orthop 3:58, 1989).
das rupturas irreparáveis do manguito rotador podem envolver Para rupturas anteroposteriores envolvendo subescapular e
transferência do próprio manguito ou outras unidades músculo- supraespinal a transferência do peitoral maior tem sido descrita. O
tendinosas. Cofield descreveu a transposição tendão subescapular arco coracoacromial deve estar intacto. A técnica consiste na libera-
para preencher lacunas da inserção supraespinal (Fig. 46-9). O ção da porção esternocostal do peitoral maior da sua inserção
segmento de tendão para transferência é obtido com a separação comum no úmero separando-a da porção clavicular mais sup erfi-
da porção bursal do subescapular da porção interna capsular. Após cial. Deve-se tomar cuidado para não lesionar as terminações ner-
desinserção do tubérculo menor, o segmento tendinoso é mobili- vosas. A cabeça esterno costal é passada por baixo da porção
zado superiormente para "cobrir" a cabeça umeral. Outros cirur- clavicular e sob o tendão conjunto até o tub érculo menor. O nervo
giões preferem usar a metade proximal do tendão subescapular musculocutâneo deve ser identificado e protegido; o tendão é
transferindo-o proximalmente após separá-lo da cápsula anterior. passado superficialmente ao nervo. A passagem do tendão sob o
Essa tipo de reparo resulta em aumento na tensão durante abdução tendão conjunto melhora os vetores posterior e inferior do tendão
e rotação externa e diminui a força do subescapular, diminuindo transferido. Resch et al. demonstraram resultados em 12 pacientes
o equilíbrio de forças anterior e posterior podendo prejudicar a com ruptura subescapular isolada irreparável; quatro tinham sin-
função do ombro. tomas de instabilidade e todos tivera m resultado positivo para o
PARTE XIII MEDICINA ESPORTI VA
teste da compressão abdominal. Seis dos 12 pacientes tinham a não permitem o reparo direto, prossiga com a transferên-
manobra negativa no pós-operatório, e os quatro pacientes com cia do grande dorsal.
instabilidade não tinham mais sintomas. Essa transferência também •Faça uma incisão de 12 a 15 cm na pele seguindo a borda
é indicada para tratamento de deficiência anterior de partes moles lateral do grande dorsal (Fig . 46-1 OA).
e instabilidade após artroplastia do ombro. •Identifique o múscul o e libere-o da diáfise umeral (Fig.
Para rupturas posterossuperiores envolvendo o supra e infra- 46-1 OB), protegendo o nervo axilar imediatamente adja-
espinais a transferência do grande dorsal tem sido usada. Apesar cente ao bordo proximal do tendão, e o nervo radial
de resultados clínicos menores, mas estatisticamente significativos, circunda a diáfise imediatamente distal ao tendão.
espera-se melhora quanto a mobilidade e força. Fatores associados •Identifique o feixe neurovascular do grande dorsal e libere
à melhora clínica incluem melhor da elevação anterior e rotação o grande dorsal distalmente.
lateral em relação ao pré-operatório, demonstrada com eletromio- •Passe duas suturas de poliéster nº 3 pelo tendão nas
grafia em que a contração do grande dorsal ocorre simultânea- bordas lateral e medial e, com uma pinça de reparo longa,
mente; resultados ruins têm sido relacionados à perda de força transfira o tendão pelo plano entre o redondo menor-
muscular ao redor do ombro e função ruins. Resultados insatisfa- infraespinal e o deltoide (Fig. 46-1 OC)
tórios após este procedimento podem ocorrer comprados à situa- •Inserir o tendão transferido em uma canaleta óssea criada
ção pré-operatória. na superfície superior e lateral da cabeça umeral, saindo
A transferência subcoracoide do peitoral maior nos casos de com as suturas pelos tubérculos maior e menor onde são
ruptura extensa do manguito com subluxação anterossuperior tem amarradas (Fig. 46-1 OD) .
sido descrita, com aproximadamente 80% de resultados satisfató- •Quando possível unir o manguito rotador remanes-
rios. Outros músculos menos frequentemente usados para transfe- cente ao tendão transferido por sutu ra s. Se não for
rência incluem o redondo menor, deltoide e trapézio, mas estão possível apenas debride o manguito e reinsira o deltoide
associados à casos com função comprometida. Não temos experiên- com suturas transóssea s no acrômio. Feche a fáscia
cias com essa técnica. deltopeitoral.
Outros autores descrevem o uso de enxertos livres (autólogos
ou autógenos), como a porção intrínseca do bíceps, ligamento CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O braço é imobilizado
coracoacromial ou fáscia lata, ou sintéticos, para preencher ou com 45 graus de abdução e 30 a 45 graus de rotação
substituir a deficiência do manguito rotador. Com algumas publi- lateral mantida em período integral por seis semanas.
cações a respeito, os resultados da maioria não são encorajadoras. Exercícios passivos sem a imobilização começam no
Contudo há um estudo relatando sucesso com reforço do man- primeiro dia pós-operatório. Após se is semanas, a
guito rotador em 14 fa lhas extensas relatados como "retalho de imobilização é descontinuada e exercícios ativos de
tendão" derivados da cabeça longa do tendão do bíceps (Patch). abdução e rotação externa são iniciados . Fortaleci-
A desvantagem dos materias sintéticos é a possibilidade de reação mento é permitido três meses sendo mantidos por seis
tipo "corpo estranho" ou rejeição ao tecido. Esses materiais não a nove meses.
substituem a musculatura atrofiada e fraca do manguito rotador
presente nas rupturas extensas crônicas.
A B
Redondo menor
D O@ihf4mlr!) Transferência do grande
Redondo maior dorsal. A, Incisão posterior na pele. B,
Grande Desinserção do músculo da diáfise umeral.
C, Suturas confeccionadas na ext remidade
do t endão. D, Tendão transferido e reinse-
rido na "ca naleta" óssea criada na cabeça
e umeral. VEJA A TÉCNICA 46-3.
•Reinserir o deltoide e o ligamento coracoacromiail f irme- a mesma superiormente exercendo forças de cisalhamento pela cavi-
) dade glenoidal. A cartilagem articular tem pouca resistência às forças
mente no acrômio com suturas transósseas com fios não
reabsorvíveis nº2. do cisalhamento, levando a degeneração progressiva. Nee r também
•Feche a ferida por planos da maneira usual. definiu que fatores nutricionais contribuem para o processo degene-
rativo pela diminuição na pressão articular e redução da qualid ade do
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O braço é imobi lizado líquido sinovial levando à atrofia da cartilagem e osso. Achados radio-
em tipoia. Bloqueio interescalênico em dose ún ica ou por gráficos incluem o "sinal da sobrancelha" (Fig. 46-11) (e rosão da
três dias pode ser usadda controle da dor além de crio- superfície acromial inferior com a cabeça umeral se "articulando" com
terapia. O objetivo inicial é manter a amplitude normal o mesmo), osteófitos na cabeça umeral inferior e perda do espaço
de elevação anterior e rotações passivamente enquanto glenourneral (Fig 46- 12) .
o músculo deltoide cicatriza. Após recuperação da mobi-
lid ade, o fortalecimento do deltoide (especialmente
porção anterior), do manguito rotador remanescente e
estabi lizadores escapulares é o próximo objetivo na rea-
bilitação. Retorno às atividades normais geralmente leva
de 4 a 6 meses.
• COMPLICAÇÕES
Complicações após reparo do manguito rotador ocor rem em qual-
quer tamanho de lesão, mas principalmente nas grandes e extensas.
Tecidos friáve is e retraídos são difíceis de reparo, podendo ficar frágil.
Deve ser usado fio de sutura não absorvível para reparo do deltoide e
manguito rotador. As âncoras ósseas parecem ter resistência compa-
rada às suturas transósseas. Embora as novas gerações de âncoras
apresentarem qualidades favo ráveis, geralmente não as usamos isola-
Mdii;f4mlJI Radiografia demonstrando esclerose subacro-
mial, também cham ado de "sina l da so brancelha" (seta), pelo
damente mas em combinação com pontos transósseos.
contato crônico da superfície inferior do acrômio no processo do
Como o nervo supraescapulare está em média a 1,8 cm do
impacto . (De Matsen FA Ili, Arntz CT: Subacromial impingement. ln
labrum glenoidal posterossuperior, a profundidade da liberação não
Rockwood CA Jr, Matsen FA Ili, editors: The shoulder, Filadélfia, 1990,
deve exceder esta medida. Se mais mobilização for necessária, libe-
Saunders).
ração capsular deve ser associada.
Transposição da porção superior do tendão subescapular pode
resultar em instabilidade anterior e perda de força em rotação interna.
O redondo menor e a transposição do infraespinal pode resultar em
perda de fo rça em rotação lateral. Enxertos livres têm sido usados
com pouco sucesso e não são recomendados.
Apesar de resultados tecnicamente excelentes, alguns pacientes
não voltam ao mesmo nível de atividade prévia. Alguns pacientes
desenvolvem rigidez pós-operatória por imobilização ou tiveram
dor noturna persistente. Embora a seleção cuidadosa dos pacientes
possa diminuir a frequência destes problemas, apenas 80% dos
pacientes tiveram alívio completo da dor e retorno das funções
próximas do normal. No grupo especial de pacientes envolvidos
com benefícios trabalhistas geralmente se espera taxa de sucesso em
torno de apenas 40% a 50%.
A complicação que ocorre na deficiência do arco coracoacro-
mial com ruptura extensa do manguito resultando na subluxação
an terior e sup erior da cabeça umeral normalmente não tem trata-
mento eficaz. A preservação do arco coracoacromial é o melhor
método para prevenção dessa complicação.
'i@IJ;f4C19 A, Rad iografia pré-operatória demonstrando depósitos de cá lcio. B, Rad iografia obtida 2 semanas após a cirurgia .
BD PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
necessária. A remoção do depósito de cálcio é feita com shaver do corpo. A compressão parece ocorre por bandas fibrosas oblíquas
mecânico (aparelho para debridamente artroscópico) . Alguns quando ombro fica nesta posição. Essas bandas podem ser liberadas
autores descreveram o uso de ultrassom no intraoperatório com ou seccionadas ciru rgicamente com acesso posterior com bons
sucesso para identificar os depósitos que não são achados com visão resultados. Ocasionalmente a compressão do nervo pode ser causada
artroscópica. Acromioplastia é realizada nos pacientes com evidên- por um cisto na região do labrum posterior.
cias pré-operatórias de estenose subacromial. Vários autores publi- Tratamentos conservador incluindo modificação das ativida-
caram bons resultados em aproximadamente 90% dos pacientes des, antinflamatórios não hormonais, inj eções de corticoides e
submetidos à remoção artroscópica dos depósitos de cálcio; a fisioterapia com forta lecimento dos músculos do manguito rotador
importância da acromioplastia e a presenta de calcificações residuais são indicadas inicialmente para todos os pacientes. Se os sintomas
nas radiografias pós-operatórias permanece confusa. Para detalhes persistirem após três a seis meses, tratamento cirúrgico com acesso
cirúrgicos da técnica artroscópica, cons ulte o Capítulo 52. posterior e liberação da comp ressão geralmente resu lta no alívio
dos sintomas.
A síndrome do espaço quadra ngualr é causada pela compressão do ACESSO POSTERIOR PARA
nervo axilar e artéria circunflexa umeral posterior no espaço qua- LIBERAÇÃO DA SÍNDROME
drangular delimitado pelos músculos redondos maior e menor,
diáfise umeral e cabeça longa do tríceps (Fig. 46-14).
DO ESPAÇO QUADRANGULAR
A síndrome geralmente afeta o lado dominante em adultos
jovens, particularmente atletas envolvidos em esportes que usam TÉCNICA
braço acima da cabeça, entre 20 e 35 anos, caracterizada por dor
discreta localizada na região lateral e anterior do ombro e um ponto (CAHILL E PALMER)
sensível sobre a região do espaço quadrangular próximo da inserção
do redondo menor. Os sintomas são reproduzidos mantendo-se o •Faça uma incisão paralela e inferior à espinha da escápu la,
braço em abdução e rotação lateral por 1 minuto. Perda de força e cu rvando-a inferiormente sobre o úmero posterior para
atrofia são difíceis de detectar a menos que o envolvimento do permiti r dissecção lateral inferior (Fig. 46-1 SA). Crie dois
deltoide seja importantes. Atrofia seletiva do músculo redondo fo lhetos de pele e subcutâneo.
m enor, que é inervado pelo nervo ax ilar pode ser observada na •Controlar o sangramento que pode ser im portante com
RM e sugere a síndrome do espaço quadrangular. Arteriografia demons- uso do eletrocautério; caso contrário, quando a fáscia
tra oclusão da artéria circunflexa umeral posterior com o braço em profunda for aberta, o sangramento se espalha para
abdução e rotação lateral, mas parecem normais com o braço ao lado dentro do plano areolar e atrapalha a visual ização do
fei xe neurovascular. A hemostasia é necessária antes da
abertura da fásc ia profunda.
•D isseq ue a fáscia da borda inferior do deltoide (Fig.
46-1 SB), começando inferolateralmente, prosseg uindo
Músculo deltoide (cortado) superiormente e media imente.
• Desinserir o deltoide da espinha escapular com eletroca u-
Músculo infraespinal
tério deixando uma porção de tendão remanescente para
Músculo redondo menor reparo no final.
• Liberar o redondo menor da sua inserção no manguito
rotador refletindo-o mediaimente, deixando uma pequena
abertura na cápsula glenoumeral posterior. Perda de força
em rota çã o latera l não tem sido descrita no pós-operató-
rio se o redondo menor não for reinserido.
• Faça a descompressão do espaço quadrangular com dis-
secção romba e cortante (Fig . 46-1 SC). O dedo inserido
no espaço em direção anterior localiza a resistência antes
da libe ração da banda fibrosa que cruza o espaço.
• Siga o feixe neurovascular em direção anterior até a sua
origem no vaso principal. Evite lesão das veias tributárias
radial que tendem a se romper e sa ngrar.
..._____ Artéria • Após liberação completa (Fig . 46-150), palpe a artéria
braquial circunflexa posterior. Abduza o braço e teste o pulso para
Cabeça lateral confirmar a liberação adequada.
--do músculo
•Não precisa reinserir o redond o menor à cá psul a, aproxi-
tríceps
mando apenas o deltoide.
Cabeça longa
do músculo
tríceps CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Tipoia é mantida ape nas
para conforto do paciente . En corajamos movimentação
O@i@Hml Desenho da visão posterior do espaço precoce para evitar capsulite adesiva .
quadrangular.
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO fmllll
;e Incisão
----
A B
-----
nesta região pelo ligamento transverso da escápula que fica sobre o SUPRAESCAPULAR
mesmo. Incisura estreita ou calcificação do ligamento têm sido des-
critos como associados ao maior risco de compressão. Lipomas e TÉCNICA
cistos ganglionares têm sido descritos comprimindo o ramo infe-
rior do nervo supraescap ular levando a atrofia isolada d o supraes- (POST E MAYER)
pinal. Geralmente são encontrados na incisura espinoglenoidal
podendo ser observado s na RM (Fig. 46- 16). O cisto ganglionar é • Posicione o paciente em decúbito lateral com o braço
gealmente resultado de patologia intra-artic ular como a ruptura livre.
do labrum posterior. O nervo pode ser comprimido pelo ligamento • Faça uma incisão paralela e levemente proximal à espinha
espinoglenoidal, também conhecido como ligamento transverso da escápu la de 1O a 12 cm de comprimento (Fig . 46-17 A).
infer ior da escápula, que se estende da porção lateral da raíz da Desinserir o trapézio da espinha escapu lar usando eletro-
espi nha da escápula até o rebordo da glenoide com fibras se esten- ca utério para controlar o sangramento. )
dendo até a cápsula glenoumeral posterior. Esse ligamen to fica
WJJll PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
----Músculo trapézio
A B
O@ihfüCllfl Acesso cirúrgico posterior. A, Incisão na pe le . B, Músculo supraespinal afastado para baixo expondo o nervo e a artéria
supraescapular. C, Artéria supraescapular e o ligamento transverso da escápula são identificados, permitindo a secção e ressecção segura
do ligamento. VEJA A TÉCNICA 46-7.
labrum posterior e o tratamento artroscópico da lesão e a descom- carpo. Achados microscópicos demonstram tecido de reparação
pressão do cisto têm sido realizados com sucesso. Essa técnica está imaturo semelhante à hiperplasia angiofibroblástica. O processo
descrita no Capítulo 52. patológico envolve principalmente a origem do extensor radial curto
do carpo, mas pode envo lver tendões do extensor radial longo do
carpo e o extensor comum dos dedos.
LESÕES DO COTOVELO O diagnóstico do cotovelo do tenista é feito localizando-se o
desconforto na origem do extensor radial do carpo. O local sensível
geralmente está localizado no epicôndilo lateral proximadamente 5
TENOPATIAS DO COTOVELO
mm distal e anterior ao ponto médio do côndilo. A dor geralmente
aumenta pela resistência à dorsiflexão do pulso e supinação do ante-
• EPICONDILITE LATERAL braço, havendo dor também ao segurar objetos. Radiografias geral-
A epicondilite lateral ("cotovelo do tenista") é um termo fami liar mente são normais podendo às vezes haver presença de tendinite
usado para descrever uma variedade de sintomas na região latera l calcificada. A RM demonstra espessamento do tendão com aumento
do cotovelo, ocorrendo mais frequentemente em não atletas que de sinal em Tl e T2. Um estudo demonstrou correlação entre resul-
atletas, com pico de incidência próximo aos 50 anos e com inci- tados cirúrgicos excelentes com a presença de aumento de sinal nas
dência semelhante entre sexo. Pode ocorrer devido a diversas ati- imagens T2 do extensor radia l curto do carpo.
vidades que necessitam repetição de supinação e pronação do Outras situações que podem produzir dor na região incluem
antebraço com cotovelo em extensão quase completa. Runge fo i o osteocondrite dissecante do capítulo, artrose do compartimento
primeiro a descrever esta situação clínica em 1873, e desde então latera l, instabilidade em varo e talvez, mais corn umente, a sín-
quase 30 condições diferentes foram propostas como causas. drome do túnel radial. A síndrome do túnel radial é uma neuro-
Embora originalmente descrito corno processo inflamatório, é patia comp ressiva do nervo interósseo posterior causada por
consenso atual de que a epicondilite lateral se origina como micro- quatro possibil idades de estruturas anatômicas no tún el radial,
rupturas, mais cornumente na origem do extensor radial curto do incluindo a banda fibrosa na região anterior da cabeça radial, uma
ED PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
guia vascular da artéria radial atual, o bordo distal do tendão exten- inclui repouso, gelo local, injeções e fisioterapia com ultrassom,
sor radial curto do carpo ou o bordo do supinador na arcada de iontoforese, estimulação elétrica, manipulação, mobilização das
Frohse. A dor da síndrome to túnel radial está localizada 3 a 4 cm partes moles, massagem por fricção, exercícios de alongamento e
distais do epicôndilo lateral e pode ser reproduzida com a extensão fortalecimento ou órteses.
do dedo médio contra a resistência. Esta manobra clínica é incon- Em alguns pacientes uma ou duas injeções locais de corti-
sistente assim como alterações na eletromiografia. A epicondilite coide na área de maior sensibilidade pode aj udar. No momento
lateral verdadeira e a síndrome do túnel radial podem estar associa- da injeção após efeito anestésico local, pode-se manipular o
das em 5% dos casos. tendão com hiperflexão do punho na tentativa de "completar a
lesão" para estimular a cascata inflamatória induzindo a cicatri-
1TRATAMENTO zação. Estudos iniciais foram promissores com terapia extracor-
Independente da etiologia, o tratamento conservador é satisfatório pórea com ondas de choques (TOC) , mas os mais recentes têm
em 95% dos pacientes com cotovelo do tenista. O tratamento inicial demonstrado resultados conflitantes. Um estudo não encontrou
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO
e
O@ll;fu&D Técnica cirúrgica para correção do cotovelo do tenista. A, Incisão na pele. B, As origens do extensor radial longo do
carpo e extensor comum dos dedos são ident ificadas. C, Afastamento do t endão extensor conjunto. D, Decorticação com osteótomo .
VEJA A TÉCNICA 46-9.
intermuscular
medial
A Músculo flexor
Músculo ulnar do carpo
palmar longo
Ressecção do
tendão flexor
comum
degenerado
e D E
O@m@ EE!J Técnica de Nirschl para epicondilite medial. A, Incisão na pele . B, Exposição long itudina l do tecido na origem do tendão
flexopronador. C, Ressecção do tecido patológico. D, Tecido norma l intacto na origem do pronador. E, Fechamento do defeito na origem
do tendão flexopronador com sutura absorvível. (Redesenhado de Dlabach JA, Baker CL: Lateral and medial epicondylitis in lhe overhead
athlete, Oper Tech Orthop 1146, 2001 ). VEJA A TÉCNICA 46-10.
Liberação percutânea lateral tem sido descrita com eficácia A epicondilite medial frequentemente ocorre devido à repeti-
semelhante à liberação aberta. Não temos experiência com essa técnica ção de movimentos acima da cabeça afetando atletas de esportes
que não remove o tendão doente, mas pode desencadear a cascata com raquetes e outros que participam de atividades que forças o
inflamatória levando à resolução dos sintomas. cotovelo em valgo. O exame físico geralmente demonstra dor na
Liberação artroscópica tem demonstrado resultados iguais aos região medial do cotovelo que aumenta com resistência á pronação
abertos com várias vantagens. A lesão pode ser tratada sem sacrificar do antebraço ou flexão do punho. A área de maior sensibilidade fica
a origem do extensor comum. A artroscopia promove o exame intra aproximadamente 5 mm distal e anterior ao ponto médio do epicôn-
-articular descartando-se outras alterações patológicas e permitem dilo medial. Perda no arco de movimento e contratura em flexão
período de reabilitação pós-operatório menor com retorno anteci- podem estar presentes. A radiografia geralmente é normal, mas pode
pado ao trabalho. Três padrões diferentes de alterações patológicas demonstrar reações ósseas de tração ulnar medial tipo "esporões" ou
foram identificados na cápsula lateral e superfície interna do extensor calcificações no ligamento colateral medial sugerindo lesão crônica
radial curto do carpo. Lesões do tipo I artroscopicamente demonstra do ligamento colateral ulnar.
cápsula intacta; tipo II com rupturas lineares na superfície interna O tratamento conservador geralmente é o recomendado.
da cápsula e lesões tipo III com rupturas completas da cápsula asso- Medicações anti-inflamatórias, imobilização e injeções de corticoi-
ciada a avulsão parcial ou completa do tendão do extensor radial des proporcionam alívio prolongado para a maioria dos pacientes.
curto do carpo. Para a técnica artroscópica, consulte o Capítulo 52. Se o tratamento conservador falhar, a ressecção da área doente do
tendão na sua origem com reinserção do mesmo é bem sucedida.
• EPICONDILITE MEDIAL As técnicas variam de liberações percutâneas até debridamento
Epicondilite medial é similar à lateral, embora muito menos comum com ou sem liberação na origem do tendão flexopronador. Vangs-
e mais difícil de ser tratada. A origem do flexor radial do carpo e ness e Jobe descreveram a liberação da origem do tendão flexopro-
pronador redondo (massa flexopronadora) geralmente estão envol- nador, ressecção do tecido patológico e reinserção no osso cruento.
vidas sendo menos comum envolvimento dos músculos flexor Nirschl preferiu ressecar o tecido patológico da origem do fle-
superficial dos dedos e flexor ulnar do carpo. Essa patologia deve xopronador sem desinserí-lo deixando tecido normal intacto,
ser diferenciada da neuropatia do nervo ulnar e instabilidade do reparando o defeito subsequente (Fig. 46-20). O nervo ulnar deve
ligamento colateral medial. ser liberado e transportado em pacientes que têm sintomas do
lll!II!> PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
mesmo antes da operação. Epicondilectomia também pode ser espasticidade, cicatrizes pós-operatórias e imobilização prolongada.
feita, mas não se deve ressecar mais de 20% a 25% do epicôndilo. De todos o único que pode ser efetivamente prevenido é o último.
Em geral os resultados não são tão satisfatórios comparados aos Acreditamos que a rigidez pode se tratada inicialmente sem
procedimentos do epicôndilo lateral. cirurgia, podendo alcançar bons resultados com fisioterapia e uso
de órteses. Ulrich et ai. descreveram a órtese estática para alonga-
mento progressivo usando princípios de "relaxamento do stress"
resultando em melhora média de 26 graus na flexão. Nosso objetivo
é restaurar o arco de movimento funcional (30 a 130 graus). Cirurgia
CORREÇÃO CIRÚRGICA DA deve ser considerada para pacientes com arco inferior a 100 graus
EPICONDILITE MEDIAL depois do tratamento conservador, especialmente nas contraturas
em flexão maiores que 45 graus.
TÉCNICA As causas da rigidez são classificadas como intrínsecas ou
extrínsecas. As causas extrínsecas incluem contratura dos ligamen-
(NIRSCHL) tos colaterais capsulares, consolidação viciosa extra-articulares e
ossificação heterotópica. Causas intrínsecas incluem sequelas de
•Faça uma incisão de 5 cm levemente curva começando fraturas intra-articulares, como lesões de cartilagem, incongruência
aproximadamente 1 cm proximal e posterior ao epicôn-
articular ou aderências. Rigidez de causas extrínsecas primárias
dilo medial (Fig. 46-20A). A localização posterior da
pode ser tratada com a liberação das estruturas contraídas. Por outro
incisão evita os ramos sensitivos do nervo cutâneo medial lado, rigidez de causas intrínsecas podem causar alteração na ana-
do antebraço, anterior e distal ao epicôndilo. tomia articular. Causas extrínsecas (contratura capsular) estão quase
•Afaste o tecido subcutâneo e a pele sobre o epicôndilo
sempre associadas às causas intrínsecas primárias.
medial para expor a origem do flexor comum. História clínica e exame físico, radiografias simples, RM e TC
•Faça uma incisão longitudinal na ori gem do tendão, com reconstrução tridimensional podem ser usados na determina-
começando na ponta do epicôndi lo medial, ampliando ção do tipo da rigidez. Se a sup erfície articular estiver normal e a
distalmente por 3 a 4 cm para expor o tecido patológico rigidez é secundária por problemas capsulares, liberação artroscó-
(Fig. 46-20B).
pica ou aberta é indicada. Se a há alteração ou destruição articular
•Remova o tecido patológico de maneira elíptica, incluindo ou se houver grande quantidade de aderências, artroplastia por dis-
a cápsula articu lar se necessário, enquanto deixa o tecido tração com ou sem interposição de fáscia é a indicação. Essas técni-
normal inserido no epicôndi lo medial intacto (Fig . 46-20( cas estão explicadas detalhadamente no Capítulo 12.
e D). Embora a manipulação do cotovelo sob anestesia tem sido
•Feche o defeito elíptico com sutura absorvível (Fig. 46-20E) descrita com sucesso no ganho de movimento, não a recomendamos
•Transponha o nervo ulnar em pacientes com sintomas ou em pacientes com rigidez de longa data pela predisposição a fratura,
anatomia patológica encontrada durante a cirurgia. formação de hematoma, cicatrizes e ossificações heterotópicas.
•Feche o tecido subcutâneo com sutura absorvível e a pele Apesar disto manipulação após liberações cirúrgicas tem sido des-
com sutura intradérmica contínua. crita como boa associação.
•Aplique o curativo e imob il ize com tala posterior man- Várias técnicas de liberação cirúrgica foram descritas para o
tendo cotovelo a 90 graus. tratamento da rigidez do cotovelo. Liberação anterior sem alonga-
mento do bíceps funciona bem em pacientes com contraturas em
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A tala é removida uma flexão, mas é improvável que melhore a função nos pacientes com
semana após a cirurgia, e exercícios de mobilização do alterações articulares associadas. Candidatos a esse tratamento devem
cotovelo são iniciados. Fortalecimento começa quando a estar com a articulação ulnoumeral relativamente preservada e nenhum
amplitude de mobilidade for completa, gera lmente três ou poucos osteófitos na fossa do olécrano. Liberações anterior e
semanas após da cirurgia . Atividades com esforço podem posterior combinadas, além das abordagens lateral e medial combi-
ser iniciadas quando o paciente tiver força normal sem nadas, também foram descritas. Além de melhorar o movimento do
dor, o que geralmente acontece três meses após a cirur- cotovelo, essas liberações melhoraram as medidas de saúde geral,
gia. Período mais longo de imobi lização e reabilitação embora a pontuação não necessariamente esteja relacionada ao
mais lenta são indicados para pacientes que fizeram ganho de movimento.
transposição do nervo ulnar. Abordagem lateral modificada foi descrita para liberação de
rigidez pós-traumática do cotovelo. A técnica é uma modificação no
procedimento de Nirsch usada na liberação e reparo da epicondilite
lateral permitindo exposição da articulação anterior do cotovelo sem
violar a origem do extensor comum ou dos ligamentos colaterais.
RIGIDEZ DO COTOVELO Quando indicado o acesso posterior através do tendão do tríceps
(triceps-splitting) é usado para expor a fossa do olécrano. Outra incisão
O arco de movimentos normal do cotovelo é de Oa 150 graus. Algumas descrita para rigidez extrínseca pós-traumática permite a exposição
perdas no movimento estão associadas à maioria das lesões do coto- capsular anterior lateralmente pelo intervalo entre o braquiorradial e
velo com exceção das mais simples, mas precisamos de amplitude extensor radial longo do carpo.
completa para quase todas as atividades diárias. A amplitude consi- Acreditamos que o acesso lateral (chamado de procedimento
derada funcional vai de 30 a 130 graus, um arco de 100 graus. da "coluna") tem várias vantagens quando comparado ao acesso
Contratura em flexão maior que 45 graus impede a habilidade de anterior. Capsulectomia anterior e posterior podem ser realizadas,
posicionar a mão no espaço. Rigidez do cotovelo ocorre por de várias com possibilidade de extensão adicional para debridamento da
causas incluindo traumas, ossificação heterotópica, queimaduras, foss do olécrano. Do mesmo modo a flexão pode ser liberada pela
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO fJDllll
tenólise posterior do tríceps. Problemas de pele são menos comuns
se mobilização passiva contínua for usada. Relatos de melhora no ijl!l11+N•l41J.>J1]Qâi?+iielijt1i Aplicação de máquina de
arco de movimento médio de 40 e 50 graus, com resultados similares mobi lização contínua passiva (C PM) pode ser usada 12
nas lesões pós-traumáticas e em população de adolescentes. horas por dia durante um semana, mas este método atu-
Fixação externa articulada pode ser associada após liberação almente é motivo de controvérsia pelo estudo recente
da rigidez principalmente se o complexo ligamentar lateral estiver que sugere não haver diferença em usar ou não CPM
lesado. Porém como o arco de movimento não melhora significati- após liberação. Após esta fase, exercícios de mobilização
vamente e as complicações são frequentes, além do alto custo, reser- ativa e passiva são feitos a cada hora, com cotovelo man-
vamos fixação externa quando há comprometimento na estabilidade tendo-se imobilizado entre as sessões de exercícios e à
sem o uso do mesmo. noite. Fisioterapia supervisionada continuam por 6 meses,
Geralmente fazemos a liberação da rigidez pela técnica artros- duas a três vezes por semana. Após 6 semanas, a imobili-
cópica como primeira opção (Cap. 52). As técnicas abertas são des- zação é retirada embora deva ser mantida durante a noite
critas aqui para as situações que não podem ser tratadas por via por mais 6 semanas.
artroscópica. Abordamos a liberação aberta usando os métodos
descritos por Morrey.
OSSIFICAÇÃO HETEROTÓPICA
LIBERAÇÃO ANTERIOR E POSTERIOR Ossificação heterotópica (OH) no cotovelo continua sendo um pro-
DA RIGIDEZ NO COTOVELO blema desafiador com etiologia desconhecida. Embora ocorra mais
comumente em associação com trauma, queimaduras e lesões crania-
TÉCNICA nas (Quadro 46-4), o mecanismo exato a nível histológico ainda precisa
se elucidado. Além disso, o aspecto e a localização da OH varia de
(MORREY) acordo com a patologia associada (Quadro 46-5), fazendo com que
padrão característico geral da patologia é difícil de se definir. Apesar
• Posicione o paciente em decúbito dorsal na mesa cirúr- disso, a maioria dos autores concorda que se o osso ectópico ao redor
gica com um coxim sob o ombro ipsilteral. Prepare a
extremidade livre e posicione o anteb raço transversal ao
abdome.
•Estenda o acesso de Kõcher fazendo uma incisão na pele Fatores de Risco para
(15 cm) proximal à crista supracondil iana; continue a QUADRO 46-4 Desenvolvimento de Ossificação
incisão distalmente para o epicôndilo lateral, terminando Heterotópica no Cotovelo
sobre a borda subcu tânea da ulna (Fig . 46-21 A).
•Aprofunde a dissecção proximal até a crista supracondi- Trauma
liana. • Luxação exposta do cotovelo exigindo debridamentos
•Afaste cuidadosamente o braquial da cápsula articular extensos ou múltipl os
anterior (Fig. 46-21 B e C). • Luxação do cotovelo associado a fraturas que exigem
•Coloque afastadores profundamente ao braquiorradial e redu ção aberta e fixação interna (RAFI)
braquial para expor a cápsula articular anterior (Fig . • Fraturas da cabeça do rádio tratadas com cirurgia > 24
46-21 D). horas após a lesão
•Faça a capsulectomia de lateral para medial (Fig . 46-21 E).
Cirurgia
Cuidado para preservar o ligamento colateral lateral e se
• Reparo do tendão do bíceps distal
mantenha antes da sua origem.
• Procedimentos repetidos com exposição imprópri a nas
•A segu ir descole o tríceps da face posterior do úmero
primeiras duas semanas
mantendo-se posterior à origem do ligamento colateral
• Lesão do sistema nervoso central
lateral.
• Lesão traumática do cérebro
•Afaste o tríceps para expor a cápsula posterior.
•Trauma no cotovelo em pacientes com lesão traumática
•Para liberar a flexão, proceda a capsulectomia posterior
do cérebro
de lateral para medial. Não liberar muito medial evitando
lesão do nervo ulnar. Queimaduras
• Extender completamente o cotovelo. Se estiver incom- • Queimaduras de terceiro grau envolvendo mais que 20%
pleta, debridar a fossa e ápice do olécrano observando da área total do corpo
para qualquer osteofitose em suas bordas. Se a flexão de • Queimaduras de terceiro grau no cotovelo
135 graus não for possível, procure alguma possibilidade • Longos períodos de confinação à cama
de impacto anterior. Se for necessário remova qualquer Conditições Genéticas
tecido cicatricial ou osteófito na fossa coronóide ou ao • Fibrod isplasia ossificante progressiva
redor da mesma. • Histórico prévia de desenvolvimento de óssea heterotópica
•Examine o cotovelo conferindo se o arco de movimento
funcional foi obtido. Modificado de Morrey BF, Harter GD: Ectopic ossification about the elbow.
•Repare cuidadosamente a fáscia lateral. Mantenha uma ln Morrey BF, Sanchez-Soteia J, editors: The e/bow and its disorders, ed 4,
tala com cotovelo em extensão competa. Philadelphia, 2009, Elsevier.
llllDD PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
1
Crista
supracondiliana
avascular
A
Plano de
Margem lateral
do tríceps
e
O[§ii;f4!tlJI Acesso lateral (Morrey). A, Incisão na pele extendida de Kócher. B, A fásci a profunda é aberta seguindo-se a margem
lateral do tríceps proxima mente e no intervalo entre o acôneo e extensor ulnar do carpo distal mente. C, Para preservar a continuidade
periostal, o tendão do tríceps é refletido subperiosta lm ente da ponta do olécrano. D, O meca nismo extensor do cotove lo é afastado
mediaimente, a ponta do o/écrano é removida (detalhe) e a origem comum dos extensores do antebraço é liberada do epicôndilo
lateral e das estruturas adjacentes . Os músculos extensores são afastados para expor a parte anterior da cápsu la do cotove lo no inter-
valo entre o braquial e a cápsula. E, O ligamento colateral lateral é identificado e liberado mantendo uma base inserida distalmente
para ser reinserido posteriormente no local anatômico do úmero. Com o ligamento colateral lateral cuidadosamente afastado, a parte
anterior da cápsula pode ser exposta e ressecada no sentido medial. (Redesenhado de Morrey BF: Post-traumatic contracture of the elbow:
operative treatment, including distraction arthroplasty, J Bane Joint Surg 72A:601, 1990.) VEJA A TÉCNICA 46-11.
CAPÍTULO 46 LESÕES DO OMBRO E COTOVELO tfjf@
Localização da Ossificação RESSECÇÃO POSTEROLATERAL
QUADRO 46-5 Heterotópica Relacionada ao •Para ressecção posterolateral, afaste o tríceps mediai-
Processo Patológico Associado mente sem violar sua inserção e exponha o osso ectóp ico
subperiostal. Resseque a porção central da ponte óssea.
Traumático • Flexione o cotovelo e remova osso ectópico em contato
• Geralmente posterolaterais do cotovelo com úmero e olécrano. A libera ção capsular anterior não
• Ponte óssea entre o côndilo umeral latera l e olécrano é necessária.
posterolateral •Ressecar todo osso ectópico da fossa do olécrano para
• Osso pode preencher a fossa do olécrano reduzir o impacto do olécrano.
• Compartimento anterolateral é o segundo local mais
comum RESSECÇÃO MEDIAL
• O osso pode se estender do úmero distal para o rád io •Quando o osso ectópico posterior se estende para região
e a ulna ao nível da tuberosidade bicipital medial do cotovelo, a transposição no nervo ulnar é
• Coronóide geralmente aumentado, bloqueando a necessária.
flexão do cotovelo •Identifique o nervo ulna que pode estar completamente
envolvido por osso.
Relacionados a Queimaduras •Exponha a expansão do tríceps liberando-a distalmente à
• Geralmente posteromedial sua inserção.
•Túnel cubital geralmente obliterado •Exponha o osso ectópico subperiostal, ressecando-o em
• Nervo ulnar pode estar completamente envolvido por osso segu ida.
Neurogênico •Se o osso ectópico interferir na função do nervo ulnar,
• Geralmente anterior nos músculos flexores ou posterior descompressão do mesmo ou transposição anterior é
nos extensores necessária.
•A ossificação tende a envolver o músculo e segue um
RESSECÇÃO ANTERIOR
único plano
•Se for necessária ressecção anterior, libere as origens do
• O antebraço e a articulação radioulnar proximal também
músculo braquiorradial e braquial da crista supracondi-
podem estar envolvidas
liana lateral para expor o osso ectópico.
•Identifique o nervo radial e afaste-o lateralmente.
Modificado de Morrey BF, Harter GD: Ectopic ossification about the elbow.
•Ressecar o osso subperiostal.
ln Morrey BF, Sanchez-Soteia J, editors: The e/bow and its disorders, ed 4,
Philadelphia, 2009, Elsevier. FECHAMENTO
•Retire o torniquete e confira hemostasia antes do fecha-
mento de rotina por planos deixando dreno de sucção.
Não é necessário fechamento da cápsula. Manter curativo
do cotovelo estiver causando ou contribuindo para perda funcional dos macio que permita mobilização pós-operatório imediata.
movimentos, o procedimento cirúrgico garante a ressecção óssea e a
liberação da cápsula articular. Esse princípio se aplica sempre quando CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Se a OH envolve fibras
há limitação parcial ou completa (anquilose) dos movimentos. musculares, associa-se aplicação de baixas doses de radia-
Embora o momento ideal para ressecção da OH seja contro- ção (700cGy) na região operada. Caso contrário, usa-se
verso, a tendência atual é a ressecção cirúrgica precoce. Estudos têm 75mg de indometacina por 3 a 6 sema nas após da cirurgia.
demonstrado não haver evidência de taxas maiores de recorrência nas O arco de movimento deve recuperar com uso de CPM e
ressecções precoces. Critérios sugeridos para ressecção precoce (três órtese progressiva. Se a mobilidade desejada não for atin-
a seis meses após lesão) incluem a consolidação de todas fraturas, gida, manipulação sob anestesia pode ser realizada geral-
cicatrização das feridas iniciais e regressão da inflamação. A ressecção mente com 6 semanas após a cirurgia.
da OH geralmente é feita com pelo acesso estendido de Kócher uma
técnica com múltiplas incisões também foi descrita para os casos de
lesões por queimadura, em que a preservação das partes moles é
fundamental para prevenção de infecções ou sofrimento de pele. I REFERENCIAS
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PATELA 2249 OMBRO 2265 Tensionamento Capsular com
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ASPECTOS RADIOGRÁFICOS 2251 ANATOMIA PATOLÓGICA 2267 Adjacente à Glenoide 2282
TRATAMENTO CONSERVADOR 2253 CLASSIFICAÇÃO 2268 INSTABILIDADE POSTERIOR
Luxação ou Subluxação 2269 DO OMBRO 2283
HISTÓRICO
Aguda da Patela 2253 Tratamento Conservador 2283
EXAME FÍSICO 2270
Desalinhamento Femoropatelar e Tratamento Cirúrgico 2283
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA 2272
Subluxação Recidivante da Patela 2254 CIRURGIA ARTROSCÓPICA 2290
EXAME SOB ANESTESIA E
TRATAMENTO CIRÚRGICO 2255 ARTROSCOPIA 2273 COTOVELO 2290
Luxação Aguda da Patela 2255 INSTABILIDADE ANTERIOR ANATOMIA 2290
Desa linhamento Femoropatelar e DO OMBRO 2274 FISIOPATOLOGIA 2290
Subluxação Recidivante da Patela 22 55 Tratamento Cirúrgico 2274 EXAME FÍSICO 2291
INSTABILIDADE PATELAR MEDIAL Reparos Cirúrgicos TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO 2292
IATROGÊNICA 2264 Malsucedidos para ARTROSCOPIA 2293
QUADRIL 2264 Instabilidade Anterior 22 80 TRATAMENTO CIRÚRGICO 2293
ARTICULAÇÃO INSTABILIDADE MULTIDIRECIONAL RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO
ESTERNOCLAVICULAR 2264 DO OMBRO 2280 COLATERAL ULNAR 2294
Luxações recidivantes de uma articulação podem resultar de uma ou comprimento adeq uado e uma cápsula m edial geralmente te n-
mais luxações traumáticas, quando a cicatrização subsequente das sionada, reforça da pelos ligam entos femorop atelar e patelotibial.
estruturas de sustentação da articulação é deficiente. Os fatores pre- O principal fa tor que resulta em luxação recidivante é a incompe-
disponentes a seguir também podem estar presentes no membro ou tência do ligamento fe moropatelar medial (LFPM). O LFPM é um
articulação: um contorno ou alinhamento anormal da própria articu- ligamento extrassinovial, assim como o ligamento colateral medial.
lação (congênita ou traumática), relaxamento congênito das partes Sua lesão pode res ultar em danos mínimos a longo prazo, com
moles de suporte da articulação e desequilíbrio muscular. retorno completo da fun ção, frouxidão leve a moderada, ou
incompetência por avulsão ou fa lha interligamentar com instabi-
lidade res ultante. A RM é indicada na instabilidade para avaliar o
PATELA local e a extensão da lesão.
As fo rças estáticas e din âmicas tendem a luxar a patela late-
A luxação recidivante da patela pode surgir após uma luxação inicial ralmente. Brattstrõm descreveu pela primeira vez o ângulo Q
violenta, mas ocorre mais frequentemente nos joelhos, com uma ou como um ângul o fo rmado pela linha de tração do m ecanismo do
mais anormalidades anatômicas subjacentes, que predispõem a pateta quadríceps e a do tendão patelar, à medida que elas se cru zam no
à luxação ou subluxação. Nesses joelhos, um pequeno trauma é neces- centro da patela. Clinicamente, esse ângulo é representado pela
sário para que a luxação inicial ocorra. A causa patológica subjacente intersecção de uma linha traçada a partir da espinha ilíaca ante-
provoca uma excursão anormal do mecanismo extensor sobre os côn- rossup eri or ao centro da patela com uma segunda linha traçada a
dilos femorais. Vários fatores anatômicos devem ser considerados ao partir do cent ro da tub erosidade da tíbia ao centro da patela (Fig.
avaliar um paciente com luxação recidivante da pateta. 47-1 ). Para qu e essa medição seja exata, a patela deve estar cen-
Estudos an atômicos mostraram as contribuições das vári as trada na tróclea, flexionando-se o joelho a 30 graus. Nos homens,
porções do músculo quadríceps para a extensão do joelho. O vasto o ângulo Q geralmente deve ser de 8 a 10 graus; nas mulheres, o
lateral traciona lateralmente ao plano frontal do fêmur a um ângulo ângul o norm al é de 15 graus± 5 graus. Esse ângulo valgo dá um
de 7 a 10 graus. O vasto medial é dividido em duas partes - o vasto vetor de força lateral à articulação fem oropatelar confor me o
medial longo (com suas fib ras musculares tracionando a 15 a 18 graus joelho é estendi do. Os fatores que podem aumentar esse ângulo
medialmente) e o vasto medial oblíquo (com suas fibras musculares Q são geno valgo, anteversão femo ral aumentada, torção tibial
tracionando de maneira relativamente horizontal a 50 a 55 graus externa, tub erosidade da tíbia posicionada lateralmente e um reti-
mediaimente). A fun ção primária do músculo vasto medial oblíquo é n áculo lateral ten so. O ângulo Q também pode ser aumentado de
estabilizar a patela contra a força lateral do vasto lateral, fazendo com modo dinâmico por rotação interna do fê mur sobre uma tíbia fixa,
que o vasto medial oblíquo seja o estabilizador dinâmico da patela. como em uma manobra de mudança de dire ção. Qualquer um
Fatores estáticos, os estabilizadores primários da patela, desses fato res qu e aumentam o ângulo Q p ode ser um fa tor que
incluem o formato da patela, o sulco femoral, um tendão patelar de contribui para a luxação recidivante da patela.
2249
M!Ji•I PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Ângulo O
Para a
espinha ilíaca
anterossuperior - --,..-- - -- \
1- - - - - +- Centro
da patela
Tuberosidade
anterior da tíbia--- - - -1
devem ser avaliadas para hiperfrouxidão. A hiperextensão dos Em uma revisão de 114 radiografias do perfil de joelhos normais,
joelhos ou cotovelos além de 10 graus, a capacidade de tocar passi- Insall e Salvati descobriram que o comprimento do tendão patelar
vamente o polegar no antebraço, a hiperextensão da articulação (LT) e o comprimen to diagonal da patela (LP) tinham uma proporção
metacarpofalangeana do dedo indicador, e a frouxidão multidirecio- de 1,0 (Fig. 47-4}, com uma variação inferior a 20%. Eles concluíram
nal da articulação do ombro são todos indicativos de frouxidão que é provável que a patela alta esteja presente se LT exceder LP por
ligamentar generalizada. Verificou-se que os pacientes com frouxi- mais de 20% (razão de 2'. 1,2). Dejour utilizou uma radiografia em
dão ligamentar generalizada têm menos lesões articulares associadas perfil verdadeiro com o joelho em 20 graus de flexão para avaliar a
a luxações em comparação com pacientes sem frouxidão ligamentar. insuficiência troclear. A profundidade troclear medida a 1 cm do
O ângulo coxa-pé é medido com o paciente em decúbito ventral e
o joelho fletido a 90 graus. Um ângul o de mais de 30 graus indica
deformidade de rotação significativa no membro inferior. A parte
final do exame é feita com o paciente em pé e consiste na observação
de desalinhamento (ou seja, anteversão femoral, geno valgo, torção
tibial externa e pé plano).
,.. -- -- - ......
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e
O@il;M! D Técnicas radiográficas para avaliação da articulação femoropatelar. A, Incidência infrapatelar. B, Incidência axial.
C, Incidência Skyline .
TRATAMENTO CONSERVADOR
• LUXAÇÃO OU SUBLUXAÇÃO
AGUDA DA PATELA
Depois de uma luxação ou subluxação aguda da patela, o joelho é
imobilizado em um imobilizador comercial com um curativo com-
pressivo tipo fones, e muletas são usadas para deambulação. Se
hemartrose estiver presente, causando dor significativa e compres-
são, a aspiração sob condições estéreis é indicada antes de o membro
ser imobilizado.
Exercícios de contração isométrica do quadríceps e três séries
de 15 a 20 elevações da perna estendida são feitos quatro ou cinco
O@i@)lil• Inclinação lateral da patela na incidência axial. vezes por dia durante o período agudo. Gelo é aplicado durante 20
minutos, a cada 2 a 3 horas, para reduzir o edema. O imobilizador
entre a tuberosidade anterior da tíbia e o sulco troclear (TA-GT) de joelho e o curativo de compressão são interrompidos em 3 a 5
igual ou superior a 15 mm indica desalinhamento. Para instabilidade dias, após a reação aguda ter sido resolvida. As muletas são inter-
recidivante, o realinhamento distal é indicado (Fig. 47-11) para uma rompidas quando o paciente for capaz de fazer a elevação da perna
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
-O+
l
1
TRATAMENTO CIRÚRGICO
REPARO ABERTO DO
LIGAMENTO FEMOROPATELAR
H@IJ;f4D19 Proced imento três em um . (A) Liberaçã o lateral.
MEDIAL E MÚSCULO VASTO (B) Avanço do músculo vasto medial. (C) Transf erência do terço
MEDIAL OBLÍQUO medial do tendão patelar ao ligamento colateral medial, sutu-
rado com duas âncoras de metal.
TÉCNICA
•Após uma avaliação artroscópica aprofundada para iden-
tificar e corrig ir qualquer patolog ia intra-articular, um
reparo aberto é rea lizado.
fragmentos osteocondrais livres, condromalácia da patela e lesões e
• Faça uma incisão oblíqua de 4 cm sobre o tubérculo adutor
degeneração meniscais, tudo contribui para a deterioração progres-
em linha com o plano de clivagem da pele. Incise a fáscia em
siva da articulação do joelho. Com a luxação recidivante da patela, as
linha com a incisão da pele, evitando lesionar o ramo do
superfícies articulares se degeneram, não tanto pelo fato de a patela,
nervo safena.
às vezes ou frequentemente, estar luxada, mas porque as excursões da
• Identifique o ventre distal do múscu lo vasto med ial oblíquo,
patela são anormais durante qualquer movimento do joelho.
e afaste-o superiormente e anteriormente para ajudar a
Mais de 100 procedimentos cirúrgicos foram descritos para o
expor o LFPM.
tratamento de instabilidade femoropatelar. A chave para a interven-
•Se um fragmento de tecido mole residual estiver ligado
ção cirúrgica bem-sucedida é identificar e tratar corretamente a
ao tubérculo adutor, faça um reparo direto do ligamento
anatomia patológica que gera a instabilidade. Os exames físicos e de
com suturas não absorvíveis. Se o ligamento estiver avul-
imagem devem fornecer ampla informação para determinar as áreas
sionado do tubérculo, use âncoras de sutura para fixação
que necessitam de tratamento cirúrgico (Tabela 47-2). A complexi-
do ligamento. A inserção anatômica é ao longo do aspecto
dade do procedimento escolhido deve ser apropriada para o pro-
anterior do terço proximal do tubércu lo.
blema identificado, com foco em um procedimento reproduzível, de
baixo risco e alto benefício, com um histórico de elevada taxa de
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Um programa de reabili-
sucesso (Tabela 47-3; Fig. 47-12).
tação acelerada é iniciado com movimentação pós-ope-
Procedimentos que envolvem o transplante da tuberosidade da
ratória imediata. Carga é perm it ida quando tolerada, e
tíbia são contraindicados até que a fise tibial proximal tenha fechado.
forta lecimento e movimentação precoce são permitidos
O fechamento prematuro da parte anterior desta fise pode levar a
conforme tolerado. Exercícios de cadeia fechada são enfati-
um genu recurvatum, exigindo osteotornia corretiva.
zados, assim como para o tratamento conservador das
Durante todos os procedimentos operatórios para luxação
luxações patelares.
recidivante ou subluxação da patela, é importante uma ínspeção
artroscópica aprofundada das superfícies articulares e estruturas
intra-articulares. Alterações condrais sintomáticas inferiormente e
• DESALINHAMENTO FEMOROPATELAR E lateralmente podem ser melhoradas por anteromedialização da
SUBLUXAÇÃO RECIDIVANTE DA PATELA tuberosidade, transferindo a carga para proximal e medial. Altera-
Se a luxação da patela persistir apesar do tratamento não operatório ções condrais sintomáticas da faceta medial são exacerbadas pelo
adequado, a cirurgia é indicada. Caso contrário, o paciente pode se tensionamento excessivo mediaimente.
tornar apreensivo e com medo de usar o joelho e, com a recorrência Nenhuma operação é universalmente bem-sucedida na corre-
contínua, a articulação pode ser gravemente danificada. Uma articu- ção da luxação e subluxação recidivantes. A operação deve ser esco-
lação femoropatelar anormal, uma tração anormal do quadríceps, lhida conforme o possível de acordo com as necessidades individuais
ifü@!!' Tratamento da Instabilidade Femoropatelar
----=----
dos procedimentos de liberação lateral agora é feita artroscopica-
mente. Isso possibilita a exploração completa da articulação do ARTROSCOPICA
joelho, o que é importante em qualquer operação de subluxação ou
luxação patelar. A técnica de liberação lateral artroscópica é descrita
TÉCNICA
no Capítulo 51.
(NAM E KARZEL)
Avanço Liberação
medial lateral
h!ijii#499 A, Ligamento femoropatelar media l desinserido do epicôndilo femora l med ial após luxação aguda da pat ela. B, Li ga-
mento femoropatelar med ial com borda firme do múscu lo vasto med ial oblíquo reinse ri do ao periósteo do epicônd ilo f emoral med ial e
o t endão do magno adutor seccionado. C, Tendão do adutor magno fixado perto da borda med ial da pat ela, e o retin áculo duplicado.
•Disseque subcutaneamente para expor o retináculo medial de flexão e leve frouxidão acima de 70 graus. Se a
proxima l em sua inserção na porção proximal da patela. Faça tensão aumentar com a flexão, o loca l do túnel f emora l
uma incisão de 1,5 cm no retináculo. está muito proximal (ma is comumente) ou possive l-
•Faça uma dissecção romba para separar as camadas 2 e mente muito anterior. Se as sutu ras aperta rem excessi-
3 (entre o LFPM e a cápsula), mantendo-se no plano extras- vamente em extensão, o túnel está muito distal ou
sinovial e criando o plano com um Kelly curvo direcionado muito posterior. Se necessário, corrija a posição do f io-
ao epicôndi lo media l, dissecando entre as camadas para guia e repita a ava li ação.
criar um túnel de partes moles. •Meça pelo menos 16 cm do semitend íneo ext raído e
•Se duas incisões forem util izadas, faça a segunda incisão remova qualquer excesso de comprimento; sutu re um
de 3 cm na área da ponta do Kel ly, que está na área entre reforço em cada ponta do enxerto (Fig. 47-15C)
o tubérculo adutor e o epicôndilo medial. • Com o laço do enxerto posicionado na ca lha patelar, f ixe
•Use um saca-bocados para fazer uma calha superficia l ao o enxerto à pate la com uma das sut uras pa readas em
longo do aspecto medial da patela em sua metade pro- cada uma das âncoras na parte superior da pate la. Deixe
xima l. Centralize a calha entre a cortical e a superfície o segundo conjunto de suturas pa ra reparação do retiná -
articular (Fig. 47-15A). culo sobre o enxerto, posteriormente .
• osicione duas âncoras de sutura dupla na calha, com o •No local selecionado para o túnel femo ral, faça um túnel
joelho fletido a 45 graus para aj uda r a estabil izar a patela de 22 mm, o diâmetro do tendão dobrado .
durante a inserção. Posicione uma âncora imediatamente •Passe as pontas dos enxertos através do tú nel de pa rtes
proximal ao terço médio da patela e outra dista l à ponta moles até o túnel femora l. Puxe o enxerto tensionado e
superior da patela, certificando-se de que ambos estão rebata a patela de modo a possibilitar o deslizamento
posicionados de forma que eles entrem em osso espon- lateral passivo de um a dois quadrantes. Quando a quan-
joso firme. t idade f isiológ ica de tensão sobre o enxerto for determ i-
•Selecione o loca l para o túnel femora l aproximadamente nada, faça uma marca sobre o enxerto, o que corres-
1 cm dista l e 5 mm posterior ao tubércu lo adutor, lige i- ponderá à abertura do túnel femo ral (Fig. 47- 15D)
ramente proximal ao epicôndilo. Confirme a posição •Corte o enxerto 20 mm distal a essa marca pa ra possibi-
correta com imagem (Figs . 47- 158 e 47- 16). litar que o enxerto seja posicionado 17 a 20 mm de ntro
•Posicione um fio-gu ia de 4 furos no loca l escolh ido e do túnel.
passe dois fios de sutura através do túnel de partes moles, •Passe as suturas absorvíveis nas pont as do enxerto, posi-
da âncora até a área do fio. Marque as suturas de modo cione-os na ponta de um f io-gu ia e os tracione para fora
que a pistonagem das suturas possa ser identificada com lateralmente .
a amplitude de movimento do joelho. •Antes da fixação com um parafuso absorvível, mobil ize o
• Faça o arco de movimento do joelho e observe as suturas, joelho, ma is uma vez, certif ica ndo-se de que os tendões
que devem ter movimento mínimo entre O e 70 graus não se tornem tensos em flexão e que o compri mento )
lll!1m> PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
) do tendão é adequado para permitir que 1 a 2 quad ran - CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A articulação do joelho é
tes deslizem passivamente em 30 graus de flexão, de imobilizada em extensão, com uma órtese simples por 3
modo a não limitar muito a pate la. dias após a ciru rgia . Exercícios de ga nho de amplitude de
•M antenha esse comprimento do enxerto enquanto ele é movimento e marcha com mu letas são iniciados e gradual-
fi xado com um parafuso absorvível 1 mm menor que o mente progredidos. A carga é permitida, conforme tolerada,
tam anho do túnel escolhido . Mais uma vez , mobilize imediatamente após a cirurgia . Deambulação com carga
o joelho para se certificar de que a amplitude de movi- total costuma ser possível em 2 ou 3 semanas após a cirurgia.
mento não é restrita. A extensão durante a deambulação é mantida com uma
•Repare o retin áculo sobre o ligamento femoropate lar órtese durante 6 semanas. É incentivado alcançar pelo
reconstruíd o com o segundo conjunto de pontos de cada menos 90 graus de flexão do joelho até o f inal da terceira
âncora. Suture o tecido subcutâneo com Vicryl 2-0® e a semana pós-operatória. Corridas leves são permitidas após 3
pele com Monocryl® (Fig. 47 -1 SE). Aplique um curativo meses, e a participação na atividade esportiva original é
pós-operatório e uma órtese de joelho. permitida 6 meses após a cirurgia, dependendo do paciente.
CAPÍTULO 47 LUXAÇÕ ES RECIDIVANTES
A B
H@iht.)9!1 Osteotomia oblíqua da tuberosidade tibial (Brown et ai.). A-C, A vista axial da tíbia mostra que a osteotomia oblíqua
pode elevar (C) ou baixar (B) a origem da tuberosidade da tíbia; enquanto a osteotomia transversal (A) não faz nenhum dos dois.
1 OSTEOTOMIA OBLÍQUA DA TUBEROSIDADE ângulo Q seja corrigido para 1O a 15 graus. Isso geralmente
Em geral, preferimos uma osteotomia ligeiramente oblíqua da tube- requer transferir a tuberosidade anteriormente de 8 a 1O mm.
rosidade (Fig. 47-1 7), tal corno a descrita por Fulkerson e por Brown •Fixe a tuberosidade transferida posicionando uma broca
et ai., que transfere a tuberosidade anteriormente e mediaimente. Esse proximalmente através da tuberosidade e da tíbia com o
procedimento é indicado quando há condromalácia grau 3 ou 4 asso- joelho em 90 graus de flexão para diminuir o risco das
ciada a luxações recidivantes. Fulkerson et ai. usaram fios de Steinmann estruturas neurovasculares.
passados através de um guia para cortar uma superfície de osteotomia •Mobilize o joe lho em sua amplitude de movimento e
plana que angula de anteromedial imediatamente posterior à crista avalie a excursão patelar.
anterior da tíbia em direção posterolateral (Fig. 47-l 7C) . Eles também •Se a excursão for satisfatória, fixe a tuberosidade com
fizeram esse corte mais profundo que o descrito para possibilitar uma dois parafusos esponjosos de baixo perfil e cabeça acha-
transferência mais anterior da tuberosidade; no entanto, o corte mais tada (Fig. 47-18).
superficial evita um efeito de aumento de estresse e reduz o risco de •Feche o retin ácu lo medial tipo jaquetão, plicando o lado
fraturas subsequentes através da osteotomia. medial. Não feche o retináculo lateral.
Embora seja descrito que essa técnica produza 86% de resulta-
dos bons a excelentes, as complicações incluíram aumento de estresse CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Carga é permitida, con-
e fraturas por estresse através da área alguns meses após a cura forme tolerada, após a cirurgia. A imobilização é mantida
clínica e radiográfica estarem presentes. Testes mecânicos mostraram por 4 a 6 semanas, momento em que são instituídos exer-
que a osteotomia plana (Elrnslie-Trillat) tinha taxas médias significa- cícios para ganho de amplitude de movimento e fortaleci-
tivamente maiores de carga e total de energia para que ocorresse falha mento. Retorno ao esporte geralmente é permitido em 6
em comparação com a técnica de osteotomia oblíqua. Em geral, a 9 meses após a cirurgia. Em nossa opinião, há algum
esse procedimento não é indicado para atletas e deve ser reservado risco a longo prazo de fratura após esse procedimento.
para pacientes com alterações degenerativas femoropatelares graves.
Para luxação recidivante e patela alta significativa com wn índice
de Insall de mais de 1.2, é indicada a transferência medial e distal da
tuberosidade. As radiografias pré-operatórias são utilizadas para deter- OSTEOTOMIA TIBIAL DERROTATIVA
minar a quantidade de transferência distal necessária e para garantir ALTA
que o polo inferior da patela não seja posicionado distalmente à linha
Para pacientes esqueleticamente maduros com instabilidade
de Blumensaat, criando uma patela baixa. A tuberosidade é separada associada à deformidade rotacional grave, descobriu-se que
distalrnente, e 5 a 10 mm do osso são ressecados a partir da ponta uma osteotomia tibial derrotativa alta produz melhores resul-
distal da tuberosidade para possibilitar a transferência distal antes da tados funcionais e padrões de marcha mais normais que os
fixação segura. procedimentos de realinhamento proximal ou distal. Indica-
ções sugeridas para a osteotomia alta da tíbia incluem um
OSTEOTOMIA DE FULKERSON ângulo coxa-pé de mais de 30 graus e um ângulo tuberosi-
dade-sulco de mais de 1O graus, medido com o joelho flexio-
TÉCNICA nado a 90 graus e pendurado fora da mesa de exame.
h@li;MrJIEI Procedimento de Fulkerson. A, Radiografia em perfil pré-operatória. B, Radiografia em perfil pós-operatória. C, Radio-
grafia anteroposterior. VEJA A TÉCNICA 47-6.
articulação e se funde para se tornar indistinguível do labrum só, oferece pouca resistência ou estabilidade. Anteriormente, a
glenoide posterior. Matsen et ai. sugeriram que o labrum pode cápsula é reforçada por três espessamentos capsulares ou ligamen-
servir como um "calço" para evitar excesso de rolamento da cabeça tos que são intimamente fundidos com a fixação do labrum ao
do úmero. A cápsula articular do ombro é frouxa e fina e, por si rebordo da glenoide.
O ligamento glenoumeral superior se insere na borda glenoi -
dal perto do ápice do labrum conjugado com a cabeça longa do
bíceps (Fig. 47-23). No úmero, está inserido no aspecto anterior
do colo anatômico do úmero (Fig. 47-24). O ligamento glenoumeral
sup erior é o restritor primário à subluxação umeral inferior em O
grau de abdução, e é o estabilizador primário ao estresse anterior e
posterior a Ograu de abdução. O estreitamento do intervalo rotador
(que inclui o ligamento glenoumeral superior) diminui a translação
posterior e inferior; a rotação externa também pode ser diminuída.
O ligamento glenoumeral médio tem uma ampla inserção que se
estende do ligamento glenoumeral superior, ao longo da margem
anterior da glenoide até a junção dos terços médio e inferior da
borda glenoide. No úmero, também está ligado ao aspecto anterior
do colo anatômico. O ligamento glenoumeral médio limita a rotação
externa quando o braço está nas amplitudes mais baixas e médias
de abdução, mas tem pouco efeito quando o braço está em 90 graus de
abdução. O ligamento glenoumeral inferior se insere à margem gle-
noide nas posições correspondentes a 2 a 3 horas anteriormente e a
8 a 9 horas posteriormente. A inserção no úmero está distal ao nível
da fise orientada horizontalmente no aspecto inferior do colo ana-
tômico e cirúrgico do úmero. A borda anterossuperior desse liga-
mento geralmente é bastante espessa. Há um espessamento posterior
menos distinto, um modelo tipo rede que consiste em bandas
Glenoide normal Glenoide com lesão óssea anteriores e posteriores espessadas e uma redundância axilar mais
fina. Com a rotação externa, essa rede desliza anterior e superior-
Perda óssea glenoidal encurta o "arco de segu- mente. A banda anterior é tensionada, e as bandas posteriores
rança" através do qual a glenoide pode resistir às forças axiais. <1> 2 relaxam. Ocorre o oposto com a rotação interna. O complexo liga-
(condição com lesão óssea) é menor que <1> 1 • mentar glenoumeral anteroinferior é o principal estabilizador para
Ligamento
coracoacromial
Processo
glenoumeral
superior
Ligamento glenoumeral
médio
Banda posterior do
ligamento
Redondo
menor----""
- - Banda superior
Inserção do \ /
subescapular do ligamento
glenoumeral axilar
Sulco
intertubercular
À inferior
A B
h@ihf4EI Parte superior do úmero esquerdo mostrando as inserções do ligamento glenoumera l nos aspectos anterior (A) e
medial (B) do co lo cirúrgico e anatômico.
estresse anterior e posterior quando o ombro está abduzido a 45 A discinesia escap ular é uma alteração da posição ou do
graus ou mais. O ligamento fornece uma restrição nos extremos da movimento normal da escáp ula durante os movimentos pareados
amplitude de movimento e auxilia no rolamento da cabeça do úmero escapuloumerais e pode ocorrer após uso excessivo e lesões repe-
na glenoide. tidas da articulação do ombro. Uma síndrome específica de fadiga
Os músculos da região do ombro também contribuem signifi- muscular por uso excessivo foi designada "escápula SICK": mau
cativamente para a sua estabilidade. A ação do deltoide (o principal posicionamento escapular, proeminência da borda medial inferior,
músculo extrínseco) produz forças de contenção a estresses prima- dor e mau posicionamento do coracoide, e discinesia do movi-
riamente verticais, tendendo a transladar. a cabeça do úmero supe- mento escapular (do inglês, scapular malposition, inferior medial
riormente. As forças musculares intrínsecas do manguito rotador border prominence, coracoid pain and malposition, and dyskinesis
fornecem forças de compressão ou de estabilização. A compressão of scapular movement).
da concavidade é produzida pela estabilização muscular dinâmica A demonstração de órgãos terminais de Ruffini e de corpús-
do manguito rotador da cabeça do úmero, quando a concavidade do culos de Pacini na cápsula do ombro ajuda a solidificar o conceito
complexo !abra! e glenoidal está intacta. A perda do /abrum pode do treinamento neuromuscular proprioceptivo como uma parte
reduzir esse efeito estabilizador em 20%. Na concavidade do com- importante da estabilização do ombro. Outra força que tem menor
plexo glenoide-labral, a desaceleração excêntrica sincronizada e a efeito sobre a estabilidade glenoumeral é a versão glenoidal. Esta
contração concêntrica do manguito rotador e tendão do bíceps são provavelmente não é um fator significativo para a instabilidade,
necessárias para a estabilidade do úmero durante amplitudes médias exceto em um ombro gravemente deformado. A coesão produzida
de movimento do úmero. A fadiga assíncrona do manguito rotador pelo fluido das articulações e o efeito de vácuo produzido pela
por excesso de uso ou suporte ligamentar incompetente pode resul- pressão intra-articular negativa em ombros normais desempenham
tar em mais danos aos suportes estáticos e dinâmicos. Exames de papéis menores na estabilidade articular.
RM mostraram infiltração gordurosa e afinamento do tendão subes-
cap ular na instabilidade anterior recidivante.
Vários autores têm notado a importância da mobilidade sin- ANATOMIA PATOLÓGICA
cronizada da escápula e da glenoide para a estabilidade do ombro
e enfatizado a importância desse equilíbrio dinâmico para posicio- Nenhuma lesão patológica essencial é responsável por todas as
namento adequado da superfície articular da glenoide para que a subluxações ou luxações recidivantes do ombro. Em 1906, Perthes
força de reação articular produzida seja uma compressão em vez considerou a desinserção do labrum da borda anterior da cavidade
de um cisalhamento. Com a função sincronizada normal dos esta- glenoidal como a lesão "essencial" em luxações recidivantes e des-
bilizadores escapulares, a escápula e as estruturas artic ulares da creveu uma operação para corrigir isso. Em 1938, Bankart publicou
glenoide são mantidas na posição funcional mais estável. A reabi- seu trabalho clássico, em que ele reconheceu dois tipos de luxações
litação com fortalecimento dos estabilizadores escapulares (serrátil agudas. No primeiro tipo, a cabeça do úmero é forçada através da
anterior, trapézio, grande dorsal, romboides e elevador da escápula) cápsula na qual é mais fraca, geralmente anterior e inferiormente ao
é especialmente importante em pacientes que participam de espor- intervalo entre a borda inferior do subescapular e a cabeça longa do
tes que envolvem, predominantemente, os membros sup eriores. músculo tríceps. No segundo tipo, a cabeça do úmero é forçada
Embora a glenoide seja pequena, esta tem a mobilidade para per- anteriormente para fora da cavidade da glenoide e rompe não só o
manecer na posição mais estável em relação à cabeça do úmero, com labrum fibrocartilaginoso de quase toda a metade anterior da borda
movimento. Rowe comparou isso com uma foca equilibrando uma da cavidade da glenoide, mas também a cápsula e o periósteo da
bola em seu nariz. A glenoide também tem a capacidade de "recuar'; superfície anterior do colo da escápula. Essa desinserção traumática
quando uma força súbita é aplicada à articulação do ombro, tal como do labrum da glenoide é chamada de lesão de Bankart. A maioria
em uma queda sobre a mão estendida. Essa capacidade de "recuar" dos autores concorda que a lesão de Bankart é a lesão patológica
diminui o impacto sobre o ombro, enquanto a escápula desliza ao mais comumente observada em subluxações ou luxações recidivan-
longo da parede torácica. tes do ombro, mas não é a lesão "essencial''.
111!1) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Ili 4 7-4
Distribuição dos Diagnósticos entre 168 Pacientes de Acordo com os Sistemas de
Classificação Existentes
Nº DE PORCENTUAL (INTERVALO DE
PACIEN- CONFIANÇA DE 95%) COM SIGNIFICÂNCIA
ESTUDO GRUPO NA CLASSIFICAÇÃO TES INSTABILIDADE MULTIDIRECIONAL DA DIFERENÇA*
Neer e Instabilidade multidirecional 2 1,2 (0,3-4,2) p = 0,004
Fostert p = 0,001
Matsen TUBS 80
et ai. AMBRll 7 4,2 (2,0-8,3)
Não se encaixa em nenhum dos tipos 81
anteriores
Allen Instabilidade anterior 108
Instabilidade posterior 10
Instabilidade multidirecional 13
Tipo 1 (global) 8
Tipo li (instabilidade anteroinferior com 5 7,7 (4,6-12,2) p = 0,004
hiperfrouxidão subjacente)
Tipo Ili (instabilidade posteroinferior O
com hiperfrouxidão subjacente)
Tipo IV (instabilidade anteroinferior) O
Não se encaixa em qualquer tamanho 37
Gerber Lu xação crônica com bloqueio o
Instabilidade unidirecional sem 113
hiperfrouxidão
Instabilidade unidirecional com 10
hiperfrouxidão multidirecional
Instabilidade multidirecional 14
Instabilidade multidirecional sem 10 8,3 (5,0-13,5) p = 0.001
hiperfrouxidão
Instabilidade multid irecional com 4
hiperfrouxidão
Instabilidade voluntária 2
Não se encaixa em nenhum dos tipos 29
anteriores
De McFarland EG, Kim TK, Park HB, et ai: The effect of variation in definition on the diagnosis of multidirectional instability of the shoulder, J Bane Joint
Sura 85A:2138. 2003.
*A significância das diferenças na proporção de pacientes diagnosticados com instabilidade multidirecional como resultado da reclassificação foi deter-
minada pelo método de análise de proporções em dois grupos independentes. As diferenças entre o sistema de classificação de Neer e Foster e a classi-
ficação de Allen e entre o sistema de classificação de Neer e Foster e a classificação da Gerber foram significativas (P = 0,004 e P= 0,001, respectivamente).
As diferenças entre os outros sistemas de classificação não foram significativas (P > 0,05).
1
No sistema de classificação proposto por Neer, a instabilidade multidirecional não foi definida como um grupo separado; apenas os fatores etiológicos
foram util izados como critério de definição para o sistema de classificação de três categorias: atraumática, traumática e adquirida. Nesta tabela, o número
de pacientes com um diagnóstico de instabi lidade multidirecional foi calculado com o uso dos critérios definidores descritos no seu artigo original.
AMBRll, atraumática, multidirecional, bilateral, reabilitação, tensionamento capsular inferior, intervalo rotador; TUBS, traumática, unilateral, lesão de
Bankart, cirurgia.
iTABELA _ de Hiperfrouxidão de
. . . . . 47 5 Be1ghton
CARACTERÍSTICA PONTUAÇÃO *
Dorsiflexão passiva do 1 ponto para cada mão
quinto quirodáctilo além de
90 graus
Aposição passiva do polegar ponto para cada mão
ao antebraço ipsilateral
Hiperextensão ativa do ponto para cada
cotovelo além de 1O graus cotovelo
Hiperextensão aguda do 1 ponto para cada
joelho além de 1O graus joelho
Flexão do tronco com os 1 ponto
joelhos completamente
estendidos para que as
palmas das mãos repousem
0!§11;f4G.111 Técnica radiográfica de Garth et ai. para a inci-
dência apical oblíqua do ombro. Com o paciente sentado e ombro
apoiadas no chão lesionado adjacente ao cassete vertical, o peito é rodado para uma
*Uma pontuação 4 pontos, em uma escala de 9 pontos, é diagnóstico posição oblíqua a 45 graus. O feixe é direcionado 45 graus caudal-
de hiperfrouxidão. me nte, passando longitudinalmente através da escápula, que fi ca
em um ângulo de 45 graus no tórax, e nquanto o membro está
aduzido. A origem do coracoide, centrada entre as margens ante-
rior e posterior da glenoide, auxilia na orientação na radiografia.
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
menor. Esse teste é particul arm ente útil para mostrar os defeitos de na visualização e tornar desnecessária a artro-RM. Esta é útil na avalia-
partes moles e !abrais. ção de lesões de HAG L; no entanto, ocasionalmente, pode mostrar uma
A RM com gadolínio forn ece a melhor visualização minima- ruptura, mas, na verdade, encobre os detalhes do local exato da ruptura
mente invasiva de lesões capsulares ou !abrais e é útil na detecção (Fig. 47-32). A consulta com um radiologista é recomendada para pro-
de lesões por avulsão umeral do ligamento glenoumeral inferior tocolos, incluindo incidências com abdução e rotação externa.
(HAGL) que exigem reparação. Relatórios rece ntes, compa rando a
RM e o exame artroscópico, têm demonstrado que a sensibilidade
da RM na detecção de defeitos !abrais é meno r que o relatado nos EXAME SOB ANESTESIA E ARTROSCOPIA
artigos publicados anteri ormente.
A TC, particularmente a tridimensional, é o teste mais se nsível O exame com o paciente sob anestesia pode auxiliar o diagnóstico
para detectar e mensurar a deficiência óssea ou retroversão da gle- clínico ou, às vezes, mostrar planos de instabilidade não suspeitados,
noide ou do úmero. TC é indicada quando há apagamento do con- especialmente em padrões de instabilidade multidirecional. Para ins-
torno cortical glenoidal ou um defeito ósseo evidente em radiografias tabilidade anterior, o braço é abduzido. O estresse anterior e posterior
simples. TC tamb ém é indicada para avaliar as recidivas que ocorrem é exercido com a escápula estabilizada. Uma mínima translação ante-
com traumas triviais, instabilidade em baixas amplitudes e procedi - rior da ca beça do úmero oco rre, a men os que haja instabilidade.
mentos cirúrgicos ineficazes (Fig. 47-3 1'). Os achados mais im portantes de instabilidade são demonstráveis a 40
A RM ou artro-RM é útil na avaliação de lesões de partes moles e 80 graus de rotação externa. A tran slação de dois graus a mais que
associadas à instabilidade. A RM obtida logo após alguns dias da o lado oposto não lesado res ultou em 93% de sensibilidade e 100% de
luxação geralmente evidencia sangue na articulação, o que pode auxiliar especific idade para a instabilidade. Para instabilidade posteri or, o
braço é empurrado posteriormente. Ombros normais podem permitir
o deslocamento posterior de 50% do diâmetro da glenoide sem ins-
*Disponível, em inglês, em www.expertconsult. com. tabilidade patológica.
A artroscopia pode ser combinada com exame sob anestesia e recidivante inclua os seguintes fatores: (1) tenha baixa taxa de
é uma excelente técnica para confirmar a presença de instabilidades recorrência, (2) tenha baixa taxa de complicação, (3) tenha baixa
do ombro. O examinador deve graduar a instabilidade em todos os taxa de reoperação, (4) não seja prej udicial (artrite), (5) mantenha
planos, conforme descrito anteriormente, lembrando que esse o movimento, (6) seja aplicável na maioria dos casos, (7) possibilite
exame sob anestesia é utilizado para auxiliar o histórico clínico e o a observação da articulação (8), corrija a patologia e (9) não seja
exame com o paciente acordado. Alguns autores usam fluoros copia muito difícil.
para avaliar a quantidade e a direção do deslocamento, mas não Os procedimentos cirúrgicos podem ser feitos aberto ou artros-
entendemos que a fluoro scopia seja necessária. A artroscopia deve copicamente com resultados comparáveis. Quando o procedi-
ser realizada para identificar todas as patologias intra-articulares, de mento adequado é realizado para restaurar a anatomia, os resultados
modo que o tratamento possa ser feito adequadam ente. Portais dos reparos de Bankart são afetados por aquilo que Balg e Boileau
artroscópicos e o tempo da artroscopia devem ser limitados para descreveram como Índice de Pontuação para Instabilidade Grave
reduzir o extravasamento nas partes moles, o que pode tornar mais (ISIS; Tabela 47-6). Atualmente, nossos procedimentos cirúrgicos
difícil a exposição cirúrgica. preferidos são os procedimentos artroscópicos de Bankart o u pli-
catura capsul ar conforme indicado. Q uando um procedim ento
aberto for desejado, preferimos a reconstrução capsulolabral de
INSTABILIDADE ANTERIOR DO OMBRO Jobe ou o tensionamento capsular de Neer para a instabilidade
anterior e um tensionamento com base na glenoide para a insta-
• TRATAMENTO CIRÚRGICO bilidade posterior. Para defeitos ósseos da glenoide que não podem
Mais de 150 operações e m uitas modificações foram criadas para
tratar a instabilidade anterior traumática do ombro recidivante. Não
há um único melhor procedime nto isolado. Fatores que têm sido
•
destacados como importan tes na obtenção de um bom resultado são
a exposição adequada e a técnica cirúrgica precisa. A patologia deve
ser definida e um procedimento deve corrigir essa condição mais
anatomicamente. O ideal é que o procedimento para a instabilidade Bankart traumático Reconstru çã o
capsulolabral de Jobe
Bankart ósseo agudo Fi xaçã o com parafuso ou
âncora
. Índice de Pontuação para
iTABELA 47 -6 Instabilidade Grave com Base em + Hiperfrouxidão Fechamento do intervalo
rotador
Questionário, Exame Clínico e
HAGL Reparo com âncora
Radiografias Pré-operatórios
Multidirecional Reparo de lesões de
FATORES PROGNÓSTICOS PONTOS Bankart/Kim
Idade na cirurgia (anos) Predominante posterior Tensionamento capsular
- lado glenoidal de Neer do lado umeral
< 20 2
Predominante posterior Tensionamento no lado
> 20 o - lado glenoidal glenoidal
Grau de participação esportiva (pré-operatório)
Perda óssea - glenoide
Competitiva 2
Perda óssea erosional > 25% Procedimento de Latarjet
Recreativa ou nenhuma o Perda óssea erosional > 40% Procedimento de
Tipo de esporte (pré-operatório) Eden-Hybinette
Contato ou força acima da cabeça Perda óssea - cabeça umeral
Outro o 20 % + defeito da Reconstru çã o capsular de
Hiperfrouxidão do ombro gleno ide ou Jobe
Hiperfrouxidão do ombro (anterior ou inferior) hiperfrouxidão + tensionamento
Frouxidão normal o capsular + fechamento
Lesão Hill-Sachs na radiografia do intervalo para
anteroposterior reduzir rotação ou
plicatura
Visível em rotação externa 2
25% (6 mm de Plicatura
Não visível em rota ção externa o profundidade)
Perda do contorno glenoidal em
40% Laterjet para aumentar o
radiografias anteroposteriores
arco rotacional da
Perda do contorno 2 glenoide
Sem lesão o Perda óssea - cabeça
Total (pontos) 10 umeral anterior
De Balg F, Boileau P: The instability severity index score: a simple preope- >30% Mclaughlin
rative score to select patients for arthroscopic or open shoulder stabili sa- Incompetência capsular Reforço capsular com
tion, J Bane Joint Surg 89B:1470, 2007 . aloenxerto de Aquiles
CAPÍTULO 47 LUXAÇÕES RECIDIVANTES
ser reparados, reconstruímos os defeitos anteriores com um proce- através da abrasão do colo escapular, (2) restabelecer a concavidade
dimento de Latarjet e usamos um autoenxerto ósseo extracapsular da glenoide, (3) garantir a fixação capsular anatômica na borda da
de crista ilíaca posteriormente. Defeitos da cabeça do úmero de superfície art icular da glenoide (4), recriar a tensão fisio lógica cap-
tamanho moderado (25%) são tratados com um procedimento sular pelo avanço e imbricação capsular superior e inferior, e (5)
artroscópico de plicatura e reparo de Bankart, e defeitos maiores (de realizar reabilitação supervisionada orientada ao objetivo.
35% a 45%) são tratados indiretamente pelo aumento do arco gle-
noidal utilizando um procedimento de Latarjet (Tabela 47-7).
1 OPERAÇÃO DE BANKART
Na operação de Bankart original, o subescapular e a cápsula do REPARO DE BANKART MODIFICADO
ombro são abertos verticalmente. O retalho lateral da cápsula é
reconectada à borda anterior da glenoide. Um retalho medial da TÉCNICA
cápsula é imbricado, e o subescapular é aproximado. A operação de
Bankart é indicada quando o labrum e a cápsula estiverem destaca- (MONTGOMERY EJOBE)
dos da borda da glenoide ou se a cápsula for fina. A vantagem deste
•Faça uma incisão ao longo das linhas de Langer, come-
procedimento é que ele corrige o defeito !abra! e imbrica a cápsula
çando 2 cm dista l e latera l ao processo coracoide e indo
sem a necessidade de qualquer dispositivo metálico de fixação interna.
inferiormente à prega axi lar anterior.
A principal desvantagem do procedimento original é a sua dificul-
• Faça o intervalo deltopeitora l, afastando o deltoide e a
dade técnica.
veia cefá li ca lateralmente e o músculo peitoral maior
Desde a descrição original do procedimento de Bankart, as
mediaimente. Deixe o tendão conjunto intacto, e afaste-o
modificações permitiram que o procedimento fosse feito com mais
mediaimente.
fac ilidade e menos trauma cirúrgico. O procedimento pode ser feito
•Divida o tendão subescapular transversalmente de acordo
através de uma divisão no subescapular ou, em indivíduos maiores
com as suas fibras na junção dos dois terços superiores e
e mais musculosos, a divisão do subescapular pode ser estendida
o terço inferior do tendão, e cuidadosamente disseque-o
superiormente em torno de 1 cm medial ao tendão do bíceps,
da cápsula anterior subjacente. Mantenha o intervalo do
liberando o músculo subescapular em formato de L. Essa liberação tendão subescapular com um afastador de Gelpi modifi-
do tipo L oferece excelente exposição do intervalo rotador, e o cado (Anspach, lnc, Lake Park, FL), e posicione um afas-
terço inferior do músculo subescapular pode ser afastado inferior-
tador tridentado mediaimente no colo da glenoide.
mente para expor a cápsula inferior, ao mesmo tempo em que
•Faça uma capsu lotomia anteri or horizontal de acordo
protege o nervo axilar. A abordagem através do subescapular pre- com a divisão no tendão subescapular, da inserção umeral
serva a função neuromuscular e minimiza a possibilidade de desin- lateralmente ao colo da glenoide anterior mediaimente
serção do tendão no pós-operatório. Tivemos sucesso utilizando (Fig . 47-34A). Passe suturas nos retalhos capsulares supe-
tanto a divisão do subescapular quanto a divisão em L, depen- riores e inferiores na margem da glenoide.
dendo do paciente, e com o procedimento de Bankart modificado •Insira um afastador estreito na cabeça do úmero, e afaste
(Fig. 47-33). Usamos um procedimento semelhante ao descrito por a cabeça lateralmente. Eleve a cápsula no colo anterior
Montgomery e Jobe por mais de uma década para luxações trau- subperiostea lmente. Deixe o labrum intacto se ele ainda
máticas recidivantes e subluxações microtraumáticas recidivantes estiver inserido. Decortique a região do colo anterior até
com instabilidade anterior e inferior. Não achamos necessário que haja sangramento do osso com uma rugina.
osteotomizar o coracoide para obter a exposição. As chaves para o •Perfure orifícios perto da borda glenoide aproximada-
sucesso deste procedimento são: (1) maximizar o potencial de cura mente nas posições de 3, 4 e 5:30 h, mantendo a broca
paralela à superfície da glenoide (Fig. 47-34B).
•Posicione âncoras de sutura em cada orifício e garanta a
firmeza das âncoras (Fig . 47-34C). Durante essa parte do
processo, mantenha o ombro em aproximadamente 90
graus de abdução e 60 graus de rotação externa para
atletas arremessadores. Mantenha o ombro em 60 graus
de abdução e 30 a 45 graus de rotação externa em atletas
que não sâo arremessadores e outros pacientes .
•Amarre o retalho inferior com sutura de colchoeiro, tra-
zendo a cápsu la superiormente mas não mediaimente
(Fig. 47-34D). As suturas ajudam a prevenir medialização
da cápsula . Traga o retalho superior inferiormente, sobre-
pondo e reforçando o retalho inferior (Fig. 47-34E).
A B •Feche frouxamente o espaço restante na cápsu la (Fig.
47-34F). A reconstrução tem duas camadas de cápsula
O@ii;H El!I Divisão do tendão do músculo subescapular. A, reforçada fora da articu lação.
O quarto inferior do tendão subescapular é deixado intacto para
proteger a artéria circunflexa anterior do úmero e o nervo axilar. CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A reabilitação pós-ope-
B, O músculo subescapular é dividido hori zonta lmente e afastado ratória é realizada conforme descrito no Quadro 47-1 .
superiormente e inferiormente para expor a cápsula subjacente.
lllDD PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
A B
e D
E F
H@ii;f.SE I Técnica de Montgomery e Jobe . A, Incisão capsu lar fe ita no centro (posição de 3 horas) da g lenoide . A incisão é esten-
dida med iaimente sobre o co lo da g lenoide. Uma sutura é passada na cápsula para marcar o loca l de inserção na gleno ide. B, Orifícios
para âncoras são iniciados no co lo escapular adjacente à superfície articular da glenoide e dirig idos mediaimente distanciando-se da
superfície articular. Para a exposição do colo, um afastador de Hohmann é pos icionado ao longo do colo superior e inferior para a
retração capsu lar (não retratado) . C, Âncoras são posicionadas em cada orifício preparado. As suturas são puxadas para ajustar a âncora.
Cada sutura é trac ionada para assegurar o deslizamento da sutura na âncora. D, Aproximação da cápsula ao co lo renovado . Duas ou
três âncoras são usadas para f ixar a cápsula inferior firmemente ao colo escapular. Uma pinça de Allis é usada pe lo assistente para
avançar a cápsu la super iormente contra o colo enquanto as suturas são pos icionadas . E, Âncoras méd ias e super iores são usadas
para f ixar e avançar o retal ho superior inferiormente . F, A imbricação f inal da cápsu la é feita com suturas não absorvíveis indivi-
duais. A extremidade é mantida em 45 graus de abdução e 45 gra us de rotação externa durante o fec hamento pa ra evitar uma limitação
excess iva. Observação técnica: As âncoras devem estar na borda da superfície articular glenoidal e miradas media imente 20 graus.
VEJA A TÉCNICA 47-8.
CAPÍTULO 47 LUXAÇÕES RECIDIVANTES flm
QUADRO 47 _1 Pro_grama de o proced imento Laterjet isoladamente costuma ser ade-
apos Reconstruçao quado para o tratamento dessa deficiência óssea combi-
Capsulolabral Anterior nada. O enxerto ósseo corrige a deficiência na glenoide de
modo que possa resistir às forças axia is através de um diâ-
Pós-Operatório (O a 3 semanas) metro expandido da glenoide. O enxerto também prolonga
Travesseiro de abdução o arco articular da glenoide para evitar que a lesão de Hill-
ADM passiva/ativa: abdução (90 graus), flexão (90 graus) e Sachs se engate e é utilizado quando uma grande (35 a
rotação externa (45 graus); sem extensão 45%) lesão da cabeça do úmero está presente (Fig. 47-35).
Abdução, adução horizontal e rotação externa isométricas
ADM do cotovelo TÉCNICA
Compressão manual de bola fisioterápica
Gelo (WALCH E BOILEAU)
Fase 1 (3 a 6 semanas)
Ti rar órtese/travesseiro •Com o paciente em uma posição de cadeira de praia e
Modalidades conform e necessário após a indução da anestesia endotraq ueal geral, posicione
A DM passiva e ativa progressiva, protegendo a cápsu la um travesseiro pequeno atrás da escápula para posicionar
anterior a superfície da glenoide perpendicular à mesa operatória.
Rotação interna ativa (completa) e rotação externa (neutra) Esterilize e isole com campos estéreis o pescoço, tórax, axila
usando cabos e pesos livres e o braço inteiro.
Extensão pronada (não posterior ao tronco) •Faça uma incisão de 4 a 7 cm na pele, começando sob a
Elevação de ombros aduzidos e abdução ativa ponta do processo do coracoide (Fi g. 47-36A) Abra o
Fortalecimento do supraespinal intervalo deltopeitoral e afaste a veia cef álica lateralmente
Gelo com o deltoide. Posicione um afastador com t rava no inter-
valo deltopeitoral e um afastador de Hohmann no topo do
Fase li (6 semanas a 3 meses) processo coracoide.
Continuar a ADM, aument ando gradua lmente a rotação
externa (o objetivo é ADM total em 2 meses) COLETA E PREPARO DO BLOCO ÓSSEO
Continuar a ADM, aumentando gradualmente a rotação • Posicione o braço do paciente em 90 graus de abdução
externa (o objetivo é ADM total em 2 meses) e rotação extern a e secc io ne o ligame nto coracoacrom ial
Adicionar flexão do ombro e exercícios de adução horizontal a 1 cm do coracoide.
Mobilização da articu lação •Aduza e gire internamente o braço para liberar a inserção
Inici ar ergometria do tronco e membros superiores para do peitoral menor do coracoide, e exponha a base do
endurance com ba ixa resistência coracoide com um descolador de pa rtes moles para pos-
Gelo sibilitar a visual ização do "joelho" do processo coracoide.
Fase Ili (3 a 6 meses) Use um osteótomo ou uma serra pequena angulada para
Continuar o alongamento capsu lar, o fortalecimento e a osteotom izar o processo coracoide de medial para
ergometria late ral na junção das pa rte s horizontais com as verticais
Pode-se inclu ir exercícios de fo rtalecimento e res istência (Fig. 47-36B)
isocinéticos para rotação interna e externa • Deixe o braço em abdução e rotação externa e libere o
Adiciona r flexões de braço (começa r com flexões contra a ligamento coracoumera l a parti r da parte latera l do
parede, com o corpo sempre posterior aos cotove los) coracoide.
Iniciar flexões de braço na barra em 4 a 5 meses •Segure firmemente o enxerto ósseo com uma pinça e
Condicionamento total do corpo libere-o cuidadosamente de suas inserções profundas. Dis-
Avançar para o programa de arremesso ou treinamento seque a parte lateral do tendão conjunto, evitando o aspecto
específico para a habilidade, conforme tolerado medial e potencial dano ao nervo musculocutâneo.
Gelo • Everta o enxerto ósseo e decortique sua superfície pro-
funda com uma rug ina cortante ou uma serra.
ADM, amplitude de movimento.d •Com uma broca de 3,2 mm, faça dois orifícios paralelos
De Montgomery WH, Jobe FW: Functional outcomes in athletes after modified na superfície profunda do enxe rto ósseo.
anterior capsulolabral reconstruction, Am J Sports Med 22:352, 1994. • Meça a espessu ra do enxerto ósseo com um calibrador e
posicione o enxerto sob o músculo peitoral maior para uti-
lização subsequente; mantenha-o no lugar com o afastador
com trava, que mantém o interva lo deltopeitoral aberto.
DIVISÃO DO SUBESCAPULAR,
ESTABIJ.IZAÇÃO ANTERIOR COM CAPSULOTOMIA E APRESENTAÇÃO
DEFICIENCIA ASSOCIADA DA •Com o membro superior em rotação externa máxima,
GLENOIDE (PROCEDIMENTO DE identif ique as margens inferior e superior do tendão do
subescapu lar. Use o bisturi elétri co e, então, a tesou ra de
LATERJET} Mayo para divid ir o múscu lo nos dois terços superiores ou
Em pacientes com uma glenoide em formato de pera inver- no terço inferior da junção, em linha com as suas fibras,
tida e uma lesão de Hill-Sachs que engate, verificou-se que obtendo cu idadosamente a hemostasia em cada etapa. )
EJZ!) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
iâ@ih§i tfla A, RM sagital pré-operatória do ombro com múltiplos corpos livres . B, Corpos livres e perda de 35% da superfície
articular glenoidal. C, Incid ência de West Point mostrando restaura ção da superfície glenoidal anterior após o procedimento de Laterjet.
D, Incidênc ia anteroposterior do procedime nto de Laterjet com fixação de parafusos paralelos. VEJA A TÉCNICA 47-9.
•Cuidadosamente. faça a divisão até a cápsula branca, e •Afaste os dois terços superi ores do subesca pular superior-
)
depois a estenda med iaimente através da inserção de uma mente com um fio de Ste inmann impactado na parte
esponja de 1O x 1O cm no plano de clivagem, expondo superior do colo escapu lar; afaste para baixo a parte infe-
assim a fossa subescapu lar. Estenda a divisão lateralmente rior com um afastador de Hohmann posicionado sob o
até a tuberosidade menor. Posicione um afastador de colo da escápu la entre a cápsula e o subescapular.
Hohmann na fossa subescapular. •Com a borda anteroinferior da escápu la expost a, inspe-
• Posicione o membro superior em rotação neutra para cione o !abrum, a cartilagem e o local de inserção dos
proporcionar uma exposição total da cápsula e faça uma ligamentos glenoumerais. Resseque o retalho capsular
capsulotomia vertical de 1,5 cm na altura da margem medial juntamente com partes danificadas do labrum ou
anteroinferior glenoidal. fragmentos ósseos .
•Mova o braço em rotação interna máxima para permitir a •Utilize um bisturi para expor a margem anteroinferior
inserção de um afastador para a cabeça do úmero, na glenoidal e a decortique com uma curet a ou osteótom o
margem posterior da glenoide. (Fig. 47-36C)
CAPÍTULO 47 LUXAÇÕES RECI DIVANTE S tjjp@
A B
Procedimento de Laterj et -Brist ow (Walch e Boil eau) . A, Incisão ve rt ical sob a po nta do processo co racoide . B, Co leta
do bl oco ósseo correspondente à parte ho ri zontal do processo coracoid e, mante ndo tend ão coracobra quial e ligamento co racoac romial
co njuntos. C, Di visã o do subescapular hori zontalmente. Borda gl eno idal ant ero inferior é decorti cad a. D, Fi xação bicorti cal do bloco
ósseo. O retalho capsular externo é suturad o ao rest ante do ligamento coracoacro mial. VEJA A TÉCNICA 47-9.
FIXAÇÃO DO BLOCO ÓSSEO articu lar e direcione a broca para lela mente a esse plano .
• Insira o bloco ósseo através das pa rtes moles e posicio- Apoie tempora riamente o bloco ósseo para permit ir a
ne-o rente à margem anteroinferior da glenoide. Verifi- med ição da profu nd idade de perfuração com um med idor.
que a posição do bloco ósseo, com o braço em rotação •Posicione um parafuso maleolar AO na corti ca l posterior
interna, tendo o cuidado de evitar qua lquer lateral ização; para prender o bloco ósseo à glenoide. Aperte esse pa ra-
uma discreta media lização (não mais que 1 a 2 mm) é fuso frouxamente para possibi litar fácil rotação e posicio-
aceitável. Nunca aceite uma lateralização do coracoide na namento adequado da parte superior do bloco ósseo.
articulação; isso pode levar a doenças degenerativas pre- Quando o posicionamento estiver correto, insira um
coces da articulação. segundo parafuso maleolar AO através do orifício supe-
• Insira uma broca de 3,2 mm pelo orifício inferior no enxerto rior no bloco ósseo e aperte ambos os parafusos firme- )
ósseo e perfure o colo glenoida l em uma direção antero- mente (Fig. 47-360). Para evitar im pacto com a cabeça
posterior e superi or. Verifiqu e a orientação da superfície do úmero, não use arru elas com os pa rafu sos.
@!J:(1) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
1
Músculo
subescapular
A B
O@ll;f!imi,I Técn ica de Neer de ten-
sion amento capsular inferior para insta-
bilidade do ombro. A, Reforço dos retalhos
capsulares; cerca de metade da espessura
do tendão subescapular é dei xada inse-
rida para reforçar cápsula. B, Incisão cap-
sular. e, Preparação dos retalhos e do leito.
O braço é rodado externamente conforme
o reta lho inferior é desinserido. D, Reloca-
ção dos retalhos com o bra ço em discreta
fle xão e 1O graus de rota çã o externa . O
retalho inferior (b) é reinserido em primeiro
lugar e é tracionado para a frente e para
e D cima. O retal ho superior (a) é tracionado
pa ra bai xo, sobre o retalho inferior. VEJA
A TÉCNICA 47-11 .
O princípio do procedimento consiste em desinserir a cápsula do maior instabilidade . Sob anestesia gera l, a instabil idade
colo do úmero e transferir para o lado oposto do calcar (porção inferior do ombro é avaliada novamente. A instabi lidade anterior
do colo do úmero), não apenas para obliterar a redundância inferior e é testada com o braço em rotação externa e extensão
a redundância capsular no lado da via cirúrgica, mas também para em vários níveis de abdução. A instabilidade inferior é
reduzir a frouxidão do lado oposto. Para reduzir a frouxidão inferior testada com o braço em O grau e 45 graus de abdução.
com o braço em O grau de abdução, o fechamento do intervalo
A instabi lidade posterior é testada com o braço em rota ção
rotador é indicado. O fechamento interno também fo i demonstrado interna em vários níveis de flexão. Se esse exame e a
como eficaz em diminuir a translação posterior. A via pode ser ava liação pré-operatória se correlacionam com instabili-
anterior ou posterior, dependendo da direção de maior instabilidade. dade anteroinferior, use uma abordagem anterior.
Caso os achados clínicos evidenciem um sinal do sulco 3+ e sintomas
•Coloque o paciente em uma posição inclinada com as
relacionados com instabilidade inferior, associada à instabilidade
faces anterior e posterior do ombro expostas. Isole o braço
anterior ou posterior, um tens ionamento capsular anterior e fecha-
com campos estéreis. Conecte uma mesa de braço ao lado
mento do intervalo rotador permitem melhor correção da frouxidão
da mesa cirúrgica.
inferior. Se os achados forem instabilidade posterior com um sinal do
•Faça uma incisão de 9 cm nas dobras cutâneas da borda
sulco 1+ a 2+ e sintomas inferiores apenas leves, um procedimento
anterior da axi la ao processo coracoide.
capsular posterior é indicado.
•Progrida a via deltopeitoral medial à veia cef ál ica e
afaste latera lmente o deltoide. Divida a fáscia clavipe i-
toral e afaste os múscu los inseridos ao processo cora-
TENSIONAMENTO CAPSULAR coide mediaimente.
•Com o braço em rotação externa, divida a metade super-
TÉCNICA ficial da espessu ra do tendão subescapu lar transversal -
mente, 1 cm medial ao su lco do bíceps (Fig. 47-37A).
(NEER E FOSTER) Deixe a metade profunda do tendão subescapu lar inse-
rida para reforçar o aspecto anterior da cápsula, e prepare
• O paciente é cuidadosamente examinado e questionado a metade superficial do tendão com suturas e afaste-a
no pré-operatório para determinar a direção provável da mediaimente. É importante que essa parte superficial do )
WiJ:O PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
tendão com suturas e afaste-a media imente. É impor- a 140 graus. Após 4 a 6 semanas, os exercícios resistivos
)
tante que essa parte superficial do tendão subescapular são iniciados e a rotação externa é aumentada para 40
esteja livre para que a ação do músculo subescapular graus e a flexão a 160 graus. Em 6 semanas, a rotação
não esteja bloqueada. externa é aumentada para 50 graus e a flexão a 180
•Feche o espaço entre os ligamentos glenoumeral médio graus. Aos 3 meses, a rotação externa pode ser pro-
e superior com suturas não absorvíveis. gredida . No ombro dominante de arremessadores, a
•Faça uma incisão em formato de T por entre os ligamen- rotação externa deve ser progredida mais rapidamente;
tos glenoumeral médio e inferior (Fig. 47-37B). no entanto, a progressão que é muito rápid a pode levar
• Com um afastador plano para proteger o nervo axilar e à instabilidade recidivante, especialmente em pacientes
com o braço em rotação externa, faça um retalho capsular na adolescência tardia.
desinserindo a parte reforçada da cápsula contendo o liga- Os rotadores internos e externos contêm o desloca-
mento glenoumeral inferior do aspecto inferior do colo do mento anterior e posterior, e o supraespina l e a porção
úmero em torno do aspecto posterior do colo do úmero média do deltoide con têm o des locamento inferior.
(Fig. 47-37C). A recuperação completa dos músculos provavelmente é
•Inspecione o interior da articulação, e remova quaisquer necessária para proteger o reparo porque a cápsula e os
fragmentos osteocondrais ou labrais. ligamentos f uncionam normalmente apenas como uma
•Avalie a instabilidade posterior com e sem tração anterior sustentação. Levantar mais de 9 kg e participar de esportes
no reta lh o capsu lar inferior para estimar o novo local para são proib idos por 9 meses e até a força muscu lar ser
o retalho. normal em testes manuais comparados com o lado con -
•Usando curetas e uma pequena goiva, faça uma cana leta tralateral. A cura do ligamento é mais madura em 1 ano,
superficial no osso, no sulco anterior e inferior do colo e os pacientes são aconselhados a não nadar o nado de
do úmero, conforme mostrado na Figura 47-37C. Suture costas ou borboleta, não utilizar muito o braço envolvido
o retalho capsu lar ao coto do tendão subescapu lar e à acima da cabeça e não participar deesportes de contato
parte da cápsu la que permanece no úmero, de modo que durante o primeiro ano após a cirurgia .
o retalho da cápsula esteja em contato com a canaleta
de osso cruentado. Âncoras podem ser utilizadas para
fixar a cápsula e, em geral, são preferidas.
•A tensão sobre o retalho da cápsula que é selecionada
deve el imin ar a redundância inferior e reduzir a redun-
dância da cápsu la posterior (Fig. 47-370). Suture o retalho • TENSIONAMENTO CAPSULAR COM INCISÃO
inferior primeiro, traga o retalho superior sobre este e
suture-o, de modo a fazer com que o ligamento glenou- ADJACENTE À GLENOIDE
meral médio reforce a cápsula anteriormente e aja como O'Brien, Warren e Schwartz descreveram uma técnica para um pro-
uma contenção à sub luxação inferior. cedimento de tensionamento capsular em que a parte em T da incisão
•Segure o braço em discreta flexão e cerca de 1O graus de é feita adjacente à glenoide. Essa técnica permite um reparo muito
rotação externa na mesa de mão, enquanto a porção mais fáci l de um labrum glenoidal desinserido se este estiver pre-
anterior da cápsula é reinserida com suturas não absorví- sente. Se a instabilidade for principalmente uma instabilidade infe-
veis. Big liani et ai. recomendaram reparar a cápsula com o rior sem ruptura do labrum da glenoide, no entanto, e for necessário
braço em aproximadamente 25 graus de rotação externa apertar bem ao redor da face posterior do úmero, entendemos que
e 20 graus de abdução. Para arremessadores, eles reco- a técnica de Neer possibilita um aperto posterior maior. Com a
mendaram relativamente mais abdução e rotação externa, técnica de Neer, a porção posterior do T pode ser mais estendida
para garantir a amplitude completa do movimento. conforme o úmero é rodado externamente.
•Traga o tendão subescapu la r sobre a parte anterior rein- Lesões de Hill-Sachs grandes com envolvimento de 20% a 30%
serida, e reinsira o tendão na sua localização normal. da cabeça do úmero podem ser tratadas por desimpactação e enxerto
•Após o fechamento do interva lo deltopeitoral com suturas ósseo na fase aguda. A transferência do tendão infraespinal é útil na
absorvíveis e após o fechamento da pele, mantenha o lesão crônica. Wolf descreveu um procedimento artroscópico para
braço em flexo-extensão neutra e em cerca de 20 graus suturar o tendão infraespinal na lesão e relatou bons resultados.
de rotação interna com talas plásticas leves. Lesões maiores de 30% a 40% podem ser tratadas indiretamente
com um procedimento de Latarjet, estendendo para a articulação da
glenoide; isso impede o engate do defeito de Hill-Sachs. Essa é a
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO No pós-operatório, o nossa técnica preferida. O defeito da cabeça do úmero também pode
membro é apoiado em um imobilizador de ombro com ser abordado diretamente e preenchido para evitar o engate. Uma
o ombro em 30 a 40 graus de abdução e leve rotação pequena série de reconstru ções com aloenxertos mostrou resultados
externa. Exercícios para ganho de amplitude de movi- satisfatórios; contudo, alguns pacientes tiveram de remover os para-
mento para o cotovelo, punho e mão são iniciados fusos em uma data posterior. A utilização de um implante de metal
imedi atamente, com exercícios de Codman para o ombro para preencher o defeito também pode ser uma opção. Alguns
sendo ad icionados no terceiro dia de pós-operatório. A centros têm alguma experiência precoce com o dispositivo HemiCap.
rotação externa de 1O graus, flexão a 90 graus, e exer- Resultados de bons a excelentes foram re latados em 90% dos 207
cícios isométricos são iniciados após 1O dias. Por 2 a 4 pacientes submetidos a uma osteotomia de rotação do úmero e a
semanas, o fortalecimento isométrico é continuado e a imbricação da cápsula anterior e do tendão subescapular para o
rotação externa é aumentada para 30 graus e a flexão tratamento de lesões de Hill -Sachs grandes (4 cm). Lesões maiores
que 45% devem ser tratadas por substituição protética.
CAPÍTULO 47 LU XAÇ ÕES RECIDI VA NTES
INSTABILIDADE POSTERIOR DO OMBRO Os pacientes com luxações traum áticas são menos propensos
a serem ajudados por um programa de exercícios. As luxações trau-
máti cas são mais co muns em atletas que têm fo rças rep etitivas dire-
A luxação posterior e a instabi lidade posterior recid iva nte do ombro cionadas posteriormente no ombro, com o jogadores da linha
co nt abil iza m ape nas 2% a 4% de todas as lu xações d o ombro. ofensiva de futebo l ameri cano, jogadores de hóquei e os saltadores
O s eventos traumáticos que resultam em luxação posterior muitas de plataformas. Se ao me nos 4 a 6 meses de um program a de reabi-
vezes estão associados a alterações da consciência, co mo as que li tação adequado ti ve rem fa lhado, se a luxação habitual fo r descar-
oco rrem em convulsões, choques elétri cos e intoxicação. A luxação tada e se o paciente estive r emocionalmente estável, a cirurgia pode
posterior também pode ser ca usada po r um trauma direto anterior ser indicada se a dor e a instabilidade impedirem a fun ção adequada
no ombro ou por uma queda sobre o memb ro fl etido. do ombro envolv ido.
A subluxação posterior recidivante, atraumática ou adqu irida
como resultado de microtraumas repetitivos, é muito mais comum que • TRATAMENTO CIRÚRGICO
a recorrência após uma luxação posterior traumática. Esses pad rões de Através dos anos, vários tipos de procedim entos foram propostos
instabilidade devem ser avaliados com cuidado e categorizados como para corrigir a instabilidade posteri or, incluindo os procedimentos
unidirecional, bidirecional ou multidirecional, e a direção das luxações de tecidos mo les, ta is co mo proced imentos de Bankart "reverso" e
e subluxações sintomáticas deve ser determinada. O uso repetitivo Putti-Platt, transferências musculares e capsulorrafias, blocos ósseos
excessivo e lesões microtraumáticas que resultam em instabilidade e osteotomias da glenoide. Os resul tados do tratamento cirúrgico da
posterior incluem esportes que exigem movimento do braço acima da instabilidade posteri or do ombro têm sido tão variados quanto as
cabeça, tais como arremesso no beisebol, tênis e natação (especial- técnicas concebidas para corrigi-la. Em geral, os melhores resultados
mente costas e peito), levantamento de peso (especialmente supino) e com qualquer procedim ento reali zado para corrigir a instabilidade
bloqueios por jogadores da linha ofensiva de fu tebol americano, todos pos terior são obtidos em pacientes com luxação posteri or traum á-
os quais causam trall!11a repetitivo na cápsul a posterior. Andrews e tica recidi va nte, não co m as sí nd romes de instabilidade posterior
Phillips descreveram instabilidade poste rior recidivante do ombro ma is comu ns.
dominante em rebatedores de beisebol. Isso oco rre mais comumente Não recomendamos a ciru rg ia em pacientes com esse tip o de
com um giro contido do bastão (check swing) ou buscando co m o instabilidade atraum ática posterior, a menos qu e tenh am incapaci-
bastão uma bola lançada longe da base, que altera a mecânica normal dade frequente e signi ficat iva e o tratamento conservador tenh a
de giro do bastão síncrona e all!11enta as forças de arranque direciona- fa lhado. A luxação não deve ser habitual, e o paciente deve ser
das posteriormente no ombro. emocionalmente estável.
Muitos pacientes com instabilidade de ori gem microt raumá- Em qua lquer paciente que tenha persistência de instabilidade,
ti ca ou atraumática aprendem a subluxar seu omb ro volu ntaria- um teste Jerk positivo, um a mud ança positiva no teste de carga e
mente com adução horizontal e rotação interna; no entanto, isso não de qualquer patologia do labrum, co nforme ind icado pelo teste do
signi fi ca que há um componente psicológico. Um paciente que tem "golpe" anter ior ou posterior, um es tudo aprofu ndado é indicado.
um tipo brando de afe to e que é capaz de subluxa r se u ombro com Isso incl ui uma RM ax ial ponderada em T2 co m contras te para
a contração muscular por si só é mais propenso a ter algum compo- avaliar a lesão capsu lar e a perda de contenção !abra! condral,
nente psicológico e ganh o sec undário. Com o ombro em posição de como descrito po r Kim et ai. e Antoni ou e Harryman (Fig. 47-38).
abdução, tais pacientes utili za m seletivamente os rotadores internos Ambos os autores encontraram lesões na cavidade condrol abral
para subluxar o ombro posteriormente. Esses pacien tes raramente em mais de 80% dos pac ientes com erosão, fiss ura ou desinserção
(ou nu nca) devem ser tratados cirurgicamente. parcial posterior e infe rio rm ente (o u seja, a lesão de Kim no
No passado, a versão da glenoide fo i implicada na instabilidade /abrum). Essas lesões devem ser avaliadas conform e observado
posterior; no entanto, acreditamos qu e a versão da glenoide some nte com a RM, m as, mais importan te ainda, artros copicamente, no
contribui signifi cativamente pa ra a instabilidade posterior em momento da estabilização. Se uma técnica aberta precisa ser feita, o
pacientes com displasia congê nita grave ou quebra traum ática da exame artroscóp ico dessas lesões é ind icado na maioria dos casos,
arquitetura óssea. Fuchs, Jos t e Gerb er afi rm aram qu e a osteotomia para avaliar o interva lo ro tado r anterio rm ente. Com um intervalo
da glenoide é indi cada quando houver m ais de 10 graus de retrover- rotador gra nde, um espaço m aior que 1 cm entre os ligamentos
são. Devido aos elevados índices de complicações, osteotom ias têm gleno umera l superior e médi o na borda da gleno ide, o fechamento
ent rado em desuso. do interva lo rotador deve ser feito artroscopicamente. Se um pro -
ced imento aberto precisa ser fe ito posteriorm ente, pode ser reali -
• TRATAMENTO CONSERVADOR zado após a concl usão do exame artroscópico e fechamento do
O tratamento inicial da instabilidade posterio r do ombro deve ser intervalo anteriormente. Também deve ser avaliada por RM a retro -
co nservador. O tratamento incl ui fa ze r o pac iente evita r at ividades versão grave da glenoide, que é bastante incomum, com o descrito
provoca tivas e ensinar o paciente a evitar manobras voluntárias anteriormente, ou, mais co mume nte, a perda óssea da borda da
específi cas qu e podem ca usa r a sublu xação pos terior. Um pro- glenoide. No caso de um a fr atura que envolva a borda, um a fixação
gram a de exercícios de for talecimento voltado para rotadores artroscópica ou uma fixação aberta está indicada. Para um a fra tura
ex ternos e a delto ide pos terior é reali zado. O movi mento normal ma ior, um proced imento aberto é indicado.
tamb ém deve se r obtido. O trata mento da instabilidade posterior é abordado da mesma
A m aioria dos pacientes com instabilidade poste rior responde manei ra que a ins tab ilidade anteri or, restabelece ndo a anatomi a e
a um programa de exercícios ag ressivo, especialmente pacientes com te nsionando a cáps ul a de mo do adequad a. Se a cirurgia fo rneces-
frouxidão ligamentar generali zada e instabilidade que ocorre como sária pa ra uma su bluxação poster ior incapacitante ou se o plano
resultado de m icrotraum as repetitivos. Em atletas qu e usam movi- mais signi ficat ivo em um a sínd ro me de instabilidade multidire-
mento do braço acima da cabeça, a obse rvação e a instrução por um cional for o pos teri or, o procedim ento qu e acreditamos se r o m ais
treinador experi ente podem gera r pequenas alte rações na mecânica bem-sucedido é o de tens ioname nto caps ula r inferi o r por via
que podem redu zir os episódi os de insta bilidade. pos terior.
BD PARTE XIII MEDICIN A ESPORTI VA
Músculo
infraespinal
b V
ao canto posterolateral do acrômio e estendendo distal- •Destaque o redondo menor da cápsula, e deixe-o intacto.
mente 5 a 6 cm (Fig . 47-39B). Para proteger o nervo •Distraia a articu lação (com a ad ministração de relaxantes
axila r, o músculo deltoide não deve ser dividido distal- musculares, se necessário) para que o labrum gleno id al
mente além do red ondo menor. Em um ind ivíduo mus- possa ser inspecionado anteriormente. Se a porção anterior
cu loso, o músculo deltoide pode ser afastado da espinha do labrum glenoidal estiver desinserida, faça uma segunda
da escápula ou do acrômio. via anteriormente através da qua l o labrum é suturado ao
• Exponha os músculos redondo menor e infraespina l, e osso da glenoide (reparo de Bankart). Se a parte anterior
progrida o intervalo entre esses músculos (Fig. 47-39C). do labrum estiver intacta, leve a parte posterior da cápsula
• Desinsira o infraespinal obliq uamente para que a parte para trás, para eliminar a redundância inferior e reduzir a
superficial do tendão possa ser usada mais tarde para flacidez capsular anterior (Fig. 47-41 B).
reforça r a parte posterior da cápsula (Fig. 47-40) . •Com cu retas e uma pequena goiva, faça uma ca lha super-
•Faça uma abertura em formato de T na redundância ficia l no sulco do colo do úmero de modo que o retalho
posterior da cápsula (Fig . 47-41 A) da cápsu la seja aproxi mado ao osso cruentado. Segure o
•Faça um reta lho capsular superior, desinserindo 1, 5 cm braço em discreta extensão e rotação externa moderada
de cápsula acima da incisão capsular long itu dinal inicial. conforme a cápsula é re inserida (Fi g. 47-41 B).
•Use um afastador plano para proteger o nervo axilar e, com • Durante o tensionamento dos retalhos, Bigliani sugeriu
o braço em rotação interna progressiva, faça o retalho cap- manter a extremidade em 5 a 1O graus de rotação externa,
su lar inferior separand o a cápsu la do colo do úmero em 1O a 15 graus de abdução e flexão e extensão neutras.
torno da porção anterior do calcar. Reinsira o reta lho superior primeiro, enquanto o puxa para
baixo para elim inar a redundância posterior. Em seguida,
traga o reta lho mais inferior sob re ele, e dobre a parte
excedente da cápsula para reforço posterior. Utilize a porção
superficial do infraespinal para refo rça r ainda mais a parte
Músculo posterior da cápsula (Fig. 47-41 C).
infraespinal
•Reinsira a parte profunda do infraespinal superfici almente
1 para preservar a rotação externa ativa e cu idadosamente
reinsira o deltoide, se tiver sido desinserido.
•Feche a incisão e imobilize o braço ao lado do corpo em
flexoextensão neutra e 1O graus de rotação externa por
meio de uma tala gessada que se prolonga do punho até
a parte média do braço e em torno da cintura, com o
cotovelo fletido 90 graus. É necessária uma imob ilização
externa ríg ida para garantir que 1O graus de rotação externa
O@ll;@&I!I Tensionamento capsular inferior de Neer e Foster
sejam mantidos. )
por via posterior. Desinserção do tendão infra esp inal . VEJA A
TÉCNICA 47-12.
Labrum
A e
iê@il;tj9!1 Capsulorrafia posterior de Tibone e Bradley para sublu xação posterior do ombro. A, Criação do intervalo entre os
músculos redondo menor e infraespinal para expor a cápsu la . B, In cisão capsular de latera l para medial, até o /abrum da glenoide. C,
Incisão capsular vertical paralela ao /abrum da glenoide. D, Avanço medial e superior do retalho capsular inferior e inserção ao labrum .
Detalhe, sutura do retalho ao /abrum . E, Sutura do retalho capsu lar superior sobre o retalho inferior. VEJA A TÉCNICA 47-13 .
•Em um ponto 2,5 cm med ial ao canto posterior do acrômio, for mais media l que isso, uma lesão ao nervo supraescapu-
divida o deltoide dista lmente 1O cm de acordo com as suas lar é possível, uma vez que este passa em torno da base
fibras (Fig. 47-43B) . Afaste o deltoide mediaimente e late- da espinha da escápu la para inervar o múscu lo infraespi-
ralmente para expor os músculos infraespinal e redondo nal. Cada vez que o osteótomo é progredido, alavanque
menor subjacentes. para abrir o loca l da osteotomia; isso aju da a criar uma
•Afaste o tendão do redondo menor inferiormente até o deformação plástica lateral da glenoide posterior.
nível da cápsula articu lar inferior, e divida o tendão infra- •A incisão para a osteotomia não deve sair anteriormente,
espinal. Afaste-o med ial e lateralmente, evitando lesão mas deve parar imediatamente antes do córtex anterior
do nervo supraescapular (Fig. 47-43C). da escápu la (Fig. 47-43 F). O córtex anterior, o periósteo
•Faça uma incisão vertica l na cápsu la posterior para exp lo- e as partes moles intactas agem como uma dobradiça,
rar a articu lação. Faça a incisão entre o úmero e as inser- que possibil ita que o enxerto esteja fixado na osteotomia,
ções na glen oide para que um fechamento em duas sem a necessidade de uma fixação interna.
camadas possa ser fe ito (Fig. 47 -430). O músculo redondo • Retire um enxerto ósseo de aproximadamente 8 mm x 30
menor deve ser suficientemente afastado para inferior de mm do acrômio. Use osteótomos para abrir o local da oste-
modo que o corte vertica l na cápsula percorra todo o otomia, e posicione o enxerto ósseo na posição (Fig. 47-43G).
caminho até o recesso mais inferior da cápsula. •Posicione suturas não absorvíveis na borda da cápsu la
•Passe um instrumento reto e rombo na articu lação gle- media l.
noumeral, de modo que ele se apoie nas bordas anterior • Mantenha o braço em rotação neutra, e suture a cápsu la
e posterior da glenoide (Fig. 47 -43E). Posicione um oste- medial lateralmente e superiormente sob a cápsu la lateral
ótomo intracapsularmente, e direcione-o paralelo ao ins- (Fig. 47-43H). Suture a cápsula lateral med iaimente e supe-
trumento rombo. Isso é feito para reduzir o risco do corte riormente sobre a cápsu la medial (Fig. 47-431). Repare o
da osteotomia entrar na articu lação . tendão infraespinal com o braço em rotação neutra. Se
•O loca l da osteotomia não é mais que 0,6 cm medial à o tendão for frouxo, suture-o em duas camadas (Fig. 47-43J).
superfície articu lar da glenoide. Se o local da osteotomia • Feche as incisões em camadas. )
lliEm) PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Articulação
glenoumeral
posterior
\
A e D
ósseo
posicionado
E G
H J
H@!laj&9 Técnica de Neer de reconstrução do ombro posterior. A, Incisão. B, Separação do deltoide em linha com suas fibras. C
e D, Incisão capsular no ponto médio entre o úmero e as inserções da glenoide. E, Determinação do ângulo de inclinação da glenoide.
F, Osteotomia da glenoide. G, Enxerto ósseo posicionado. H, Sutura da cápsula medial. 1, Sutura da cápsula lateral J, Sutura do tendão
para reduzir frouxidão. VEJA A TÉCNICA 47-14.
t ' t1 '1 Durante as primeiras 24 a 15 graus de abdução e rotação neutra. O gesso é mantido
horas, o braço é mantido em posição neutra e apoiado durante 6 a 8 semanas. Após a remoção do gesso, o
por tração da pele. Quando o paciente puder ficar con- paciente é autorizado a usar o braço por 4 a 6 semanas
fortavelmente em pé, um imobilizador modificado de gesso para as atividades do cotidiano. Um programa de rea-
é aplicado ao ombro, anexando um gesso axilopalmar a bilitação é iniciado, incluindo exercícios pendulares, exer-
uma faixa na barriga que fica em torno do abdome e cícios isométricos e alongamento do ombro com o uso
da crista ilíaca. O braço é conectado a essa faixa da de uma polia acima da cabeça. Depois disso, exercícios
barriga através de suportes para manter o braço em 1O resistidos são gradualmente aumentados.
CAPÍTULO 47 LUXAÇÕES RECIDIVANTES
PROCEDIMENTO DE MCLAUGHLIN
Para a luxação posterior recidivante associada a uma
grande lesão de Hill-Sachs anteromedial, Mclaughlin des-
creveu a transferência do tendão subescapular para o
defeito. Subsequentemente, Neer e Foster descreveram a
transferência do subescapular com a tuberosidade menor
no defeito e fixando-a com um parafuso ósseo. Em uma
rara lesão de Hill-Sachs reverso com o envolvimento de
20% a 25% da superfície articular, mostrou-se que a trans-
ferência do subescapular com a tuberosidade fixada no A Normal
defeito produziu resultados satisfatórios em defeitos de
tamanho moderado; além disso, enxertos em casos envol-
vendo lesões maiores têm apresentado bons resultados.
TÉCNICA
(MCLAUGHLIN)
CIRURGIA ARTROSCÓPICA colateral lateral contribui com apenas 14% da estabilidade em varo
do cotovelo, com a articulação em extensão completa e apenas 9%
O reparo artroscópico da instabilidade do ombro é uma área de da articulação em 90 graus de flexão. O restante da estabilidade é
crescente interesse e evolução contínua. Conforme a experiência dado pelas superfícies articulares ósseas e a cápsula anterior, com as
aumenta com essas técnicas, os resultados operatórios têm melho- superfícies ósseas fornecendo a maior parte da estabilidade.
rado e podem ser comparados e, em alguns casos, ultrapassar os O ligamento colateral medial do cotovelo é um ligamento
resultados obtidos com as técnicas abertas mais convencionais. A bem desenvolvido que pode ser descrito como três porções distin-
cirurgia artroscópica do ombro é discutida no Capítulo 52. tas (Fig. 47-47). Em contraste com o ligamento colateral lateral, o
ligamento colateral medial desempenha função importante na estabi-
lidade em valgo. A estabilidade em valgo é dividida igualmente entre
COTOVELO o ligamento colateral medial, a cápsula anterior e a articulação óssea
com o cotovelo em extensão completa. Em 90 graus de flexão, o liga-
A luxação aguda do cotovelo ocorre com relativa frequência, repre- mento colateral medial proporciona 55% da estabilidade ao estresse
sentando 28% de todas as lesões no cotovelo. A luxação do cotovelo em valgo, com o feixe anterior sendo o estabilizador primário.
geralmente é um episódio de alta energia com lesões graves de
partes moles, e a perda de movimento residual é comum. No
entanto, a luxação recidivante do cotovelo é relativamente rara e, FISIOPATOLOGIA
em geral, é posterior. Linscheid e Wheeler, em uma série de 110
luxações de cotovelo, encontraram apenas dois casos recidivantes. A instabilidade do cotovelo pode ser congênita, traumática ou de
A persistência da instabilidade posterolateral ou medial é mais atrito. Os estabilizadores primários do cotovelo são a banda anterior
comum e, quando sintomática, deve ser corrigida cirurgicamente do ligamento colateral ulnar medial e o complexo do ligamento cola-
em pacientes apropriados. teral lateral, que consiste no ligamento colateral lateral, ligamento
anular e o ligamento colateral ulnar lateral. Estabilizadores secundá-
rios consistem na cápsula, articulações ulnoumeral e radiocapitelar e
ANATOMIA estabilizadores dinâmicos, que consistem em todas as unidades mús-
culo-tendão que cruzam a articulação do cotovelo (ou seja, bíceps,
O ligamento colateral lateral do cotovelo surge a partir do epicôndilo braquial, tríceps, flexores do punho e extensores do punho). A insu-
e se insere no ligamento anular (Fig. 47-46). Uma banda separada do ficiência de um ou mais dos estabilizadores pode resultar em um
complexo ligamentar lateral, o ligamento colateral ulnar lateral, surge espectro de instabilidade desde uma instabilidade sutil em valgo ou
no epicôndilo lateral e se mistura com fibras do ligamento anular antes rotatória posterolateral até uma luxação recidivante.
de se inserir no tubérculo na crista do supinador na ulna. Essa banda Em um estudo de acompanhamento a longo prazo sobre luxa-
tem sido descrita como a principal estabilizadora lateral, tensa em ções simples do cotovelo, Anakwe et ai. descobriram que 60% dos
flexão e extensão, com a ruptura dessa parte do complexo lateral pacientes apresentavam rigidez residual com perda de extensão e
resultando em instabilidade rotatória posterolateral. O ligamento dor residual. Apenas 8% tiveram instabilidade funcional. Quando
fraturas estão associadas com a luxação, resultando na perda da
estabilidade óssea fornecida pelas articulações úmero-ulnar e radio-
capitelar, maior instabilidade e incapacidade podem ser previstas.
O'Driscoll et ai. descreveram o padrão típico de lesão para a
luxação traumática do cotovelo, com o indivíduo caindo com o
membro superior discretamente flexionado e uma força de rotação
interna em valgo do t'.unero em uma posição pronada fixa do antebraço.
!
O@lhfl m?!I Estruturas laterais das partes moles do cotovelo,
incluindo as partes radial e ulnar do ligamento colateral lateral, m§i!ihiDli,I Ligamentos do cotovelo medial. 1, oblíquo ante-
ligamento anular e a cápsula. rior; 2, oblíquo posterior; 3, oblíquo transverso.
CAPÍTULO 47 LUXAÇÕ ES RECIDIVANTES
o 1 2 3
Reduzido PLRI Subluxado Luxado
Padrão de lesão para lu xa çã o traumáti ca do cotovelo descrito por O'Driscoll et ai. A, Três estágios de instabilidade do
cotovelo, de subluxação a luxa ção: estágio 1, a ruptura da parte ulnar do ligamento colateral lateral; estágio 2, a ruptura das outras
estruturas ligamentares laterais e cápsula poste rior; estágio 3A, ruptura parcia l do ligamento colateral ulnar medial e do ligamento cola-
teral ulnar med ial posterior isolados; e estágio 38, ruptura completa do ligamento colateral ulnar medial e do ligamento colateral ulnar
medial posterior. B, Lesões das partes moles progridem em um círcul o de late ral para medial, correlacionando com o evidenciado em A.
ARTROSCOPIA
A artroscopia do cotovelo pode ser usada para confirmar a presença
de instabilidade medial ou de corpos livres e para remover osteófitos
posteromediais. A instabilidade med ial pode ser associada à condro-
malácia da articulação radiocapitelar, sinovite da cápsula medial ou
formação de osteófitos no olécrano posteromedial. Andrews et ai.
descreveram um teste de estresse em valgo feito artroscopicamente
com o paciente sob anestesia geral. Usando o portal anterolateral
para visualizar o compartimento medial, o estresse em valgo é apli-
cado ao cotovelo, que está flexionado de 70 a 90 graus, e a abertura
entre a ulna e tróclea é medida. Uma abertura de mais de 1 a 2 mm
indica instabilidade medial. Uma descrição mais completa da artros-
copia do cotovelo é dada no Capítulo 52.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
A cirurgia geralmente não é indicada para luxações simples do coto- H@ii#4ml Reconstru ção do ligame nto colate ral ulnar de
velo, a menos que a luxação seja recidivante, apesar da imobilização. Jobe . Aspecto medial do cotovelo direito antes da reconstrução,
Nesses casos, o exame e a avaliação da RM são usados para delinear mostrando o coto do ligame nto co latera l ulnar e o posiciona-
mento adequado dos túneis ósseos na ulna e no cônd ilo medial
as partes moles e a anatomia óssea para identificar todas as estrutu-
ras danificadas. A intervenção cirúrgica é voltada para o lado de do úmero. Os orifícios são feitos na ulna a 5 mm da articulação.
maior instabilidade, geralmente o lado lateral ou, no caso de insta- O túnel ulnar e o túnel com fundo cego no epicôndilo medial
bilidade global, ambos os lados mediais e laterais podem precisar de estão centrados sobre as inserções ósseas do ligamento . Altchek
tratamento. O reparo da cápsula, a reconstrução ligamentar primá- et a i. usam a mesma configuração de túneis, exceto os túneis
ria e a reinserção da origem do tendão normalme nte são necessários umerais anter iores que são feitos com broca pequena para a
para obter articulação estável. Fraturas significativas que resultem passagem de sutura. VEJA AS TÉCNICAS 47-16 E 47-17.
em instabilidade articular devem sempre ser reparadas.
A reconstrução cirúrgica da ruptura ligamentar por atrito é muito
mais comw11 que a reconstrução primária por luxações.
Indicações sugeridas para reconstrução do ligamento colate-
ral uln ar são : (1) uma ruptura completa aguda em um atleta de
arremesso competitivo que deseja permanecer ativo e (2) dor ou partes moles é fixado a si mesmo e ao ligamento colateral imbri-
instabilidade crônica sem melhora após pelo menos 4 a 6 semanas cado. O nervo ulnar é transferido anteriormente, onde é mantido
de tratamento conservador sup ervisionado. O tratamento conser- por suportes fasciais. Cain avaliou 743 atletas que passaram por
vador consiste em repouso relativo com exercícios de fortaleci- reconstrução do ligamento colateral ulnar com um mínimo de 2
mento do antebraço e do ombro. Fortalecimento do core e anos de acompanh amento. Oitenta e três por cento retornaram ao
exercícios cardiovasculares e para membros inferiores são manti- mesmo nível ou um nível maior de competição em menos de 1 ano
dos. Medicamentos e agentes anti-inflamatórios são prescritos da estabilização cirúrgica.
rotineiramente. Um programa de arre messo curto é iniciado em A ausência do tendão palmar longo ocorre em 15% a 20% dos
4 a 6 semanas e progredido conforme o atleta tolerar. A recorrência indivíduos. Quando o tendão palmar longo está presente em apenas
de dor medial com o arremesso, que impede a progressão hábil um lado, muitas vezes, ele tem músculo que se estende distal-
do programa de arremesso monitorado do atleta, é indicativo de mente, sendo geralmente um tendão deficiente curto. É preciso
incompetência ligamentar. estar consciente e preparado para eventual necessidade de um
Jobe descreveu originalmente a técnica de reconstrução do enxerto de flexores femorais com o paciente sendo informado
ligamento colateral ulnar em 1986. Desde então, um a série de modi- dessa possibilidade.
ficações da técnica foi criada. Na técnica original, a massa flexora A reconstrução do ligamento colateral medial feita através de
fo i liberada a partir do epicôndilo, e túneis eram criados na ulna e uma abordagem com divisão do músculo e utili zação de um único
no côndilo medial do úmero (Fig. 47-5 1). Um enxerto de palmar túnel com fundo cego do úmero foi reportada como permitindo que
longo era usado para reconstruir o ligamento, e o nervo uln ar era 39 dos 40 atletas voltassem ao se u nível anterior de competição.
transferido anteriormente sob a massa muscular flexora. Posterior- Os benefícios deste "procedimento de ancoragem" incluem ( 1)
mente, Jobe modificou a técnica para envolver a divisão da massa reconstruir através de uma divisão no músc ulo em uma zona segura,
flexora comum para expor a ruptura do ligamento colateral ulnar, (2) evitar a transferência obrigatória do nervo, (3) realizar a passa-
usand o um túnel com fundo cego no epicôndilo medial, e trans- gem de enxertos de tendão em túneis ósseos, (4) reduzir o número
ferir o nervo ulnar apenas se houver muito tecido cicatricial ao de túneis do úmero e (5) simplificar o tensionamento do enxerto
redor do nervo ou se alterações crônicas estiverem presentes no (o procedimento é descrito adiante no texto) . Houve interesse na
nervo ulnar. Andrews et ai. descreveram a dissecção do ventre fixação do enxerto com parafusos de interferência. Estudos de arran-
muscular do flexor ulnar do carpo, afastando o músc ulo anterior- camento têm mostrado que a utili zação de um "procedimento de
mente para expor o ligamento colateral ulnar. Eles não desinseri- ancoragem" é superi or ao uso de parafusos. Com o potencial de rea-
ram o músculo do epicôndilo e usaram túneis vazados. O enxerto bsorção óssea ao redor de parafusos absorvíveis, no momento, não
é suturado com seg uran ça ao epicôndilo posterior, e o enxerto de defendemos o uso do parafuso de interferência.
Mft@I PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
• RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO COLATERAL •D ivida o músculo, mas não o afaste para baixo, e incise
ULNAR o ligamento colateral ulnar para aval iar a qualidade do
ligamento e articulação.
TÉCNICA DE JOBE • Afaste levemente o nervo ulnar até que esteja afastado
do osso para permitir a perfuração dos orifícios. Não
Pontos técnicos importantes para se lembrar quando exe- transfira o nervo.
cutar este procedimento são (1) a calcificação deve ser •U sando uma broca de 3,2 mm em baixa ve locidade com
removida do li gamento (Fig. 47-52 ); (2) orifícios perfurados um protetor de partes moles, faça orifícios anteriores e
devem corresponder aos locais de inserção do ligamento posteriores na ulna proximal. Deixando uma ponte óssea
colatera l ulnar; (3) o enxerto não deve atritar com o epi- de 1 cm, perfure o túnel ao nível do tubércu lo coronoide
côndilo ou a ulna, e as extremidades do en xerto devem ser (Fi g. 47-51 ). No epicôndi lo medial, faça um orifício ante-
enterradas nos túneis; (4) um enxerto com configuração de rior comum na origem do ligamento colateral ulnar por
figura em oito garante força e se aproxima da biomecânica 1 cm, usando uma broca de 4 mm, e, em seguida, com
do ligamento colateral ulnar; e (5) é essencial a manipula- uma broca de 3,2 mm, faça túneis divergentes (" Y"
ção meticulosa dos nervos cutâneos e ulnar do antebraço relaxado) saindo 0,5 cm anterior ao septo intermuscular
medial, seus ramos e a sua vascu larização. (Fig. 47-51).
•Col ete um enxerto de 15 cm de comprimento do tendão
TÉCNICA palmar longo, tendão plantar ou tendão de Aquiles. Passe
um fio não absorvível 1-0 através de cada extremidade
•Posicione um garrote pneumático. Posicione o braço em do enxerto, e passe-o através dos túneis em um padrão
uma mesa de mão com o cotovelo estendido e posicione em formato de oito.
uma toalha enrolada embaixo dele . Se for o caso, prepare •Remova a toalha enrolada debaixo do cotovelo, e ten-
o braço contralateral e perna ipsilateral para a coleta do sione e suture o enxerto com o cotovelo em posição
enxerto . neutra (varo-valgo) e 45 graus de flexão. Avalie a ampli-
•Faça uma incisão de 1O cm sobre o epicôndilo medial. tude de movimento. Suture o enxerto ao coto residual do
•Proteja o nervo cutâneo medial do antebraço, e incise a ligamento colateral ulnar.
massa flexora e pronadora comum no terço posterior •Se houver sintomas de lesão do nervo ulnar e de fibrose
para expor o ligamento co lateral ulnar. cicatricial, a tran sposi ção do nervo ulnar pode ser neces-
sária. Eleve a musculatura flexora e pronadora, deixando
um ane l de partes moles no epicônd ilo medial. Fa ça
a descompressão do nervo proxima lmente à arcada de
Struthers e distalmente ao fina l do septo intermuscu-
lar, evitando a desvasc ul arização. Tra nsfi ra o nervo
anteriormente ao epicôndilo e reinsira a massa fle xora
e pronadora ao epicôndilo supe rficialmente ao nervo
transferido.
•Libere o garrote e faça a hemostasia. Banhe o nervo com
so lu ção de dexametasona (Decad ron ), e faça o fecha-
mento do subcutâneo e da pele. Posicione um a tala
posterior aco lchoada com o cotovelo em 90 graus de
flexão e rotação neutra, deixando o punho e a mão
livres.
• Posicione o braço em 30 graus de flexão com um estresse do pulso distal. Em vez de fazer múltiplas incisões, use um
)
em varo aplicado no cotovelo para permitir o tensiona- tendon stripper feito especialmente para essa finalidade.
mento ideal do enxerto. •Faça uma sutura trançada não absorvível nº 1 usando uma
•Fixe o enxerto com sutura não absorvível 2-0 sobre o agulha Ethibond Excel OS-2 nº 1 (Ethicon, lnc, Johnson &
epicôndilo medial, e suture o ligamento remanescente ao Johnson, Westwood, MA) no padrão de Krackow em uma
enxerto para adicionar maior estabilidade. Não faça mais das extremidades do tendão. Após a coleta, apoie o
suturas que o necessário, porque elas podem se tornar tendão em uma esponja úmida sobre a mesa cirúrgica.
sintomáticas sobre o epicôndilo medial. •Para expor o ligamento colateral medial, use um gar-
•Feche frouxamente a divisão no flexor ulnar do carpo, e rote para exsanguinar o braço.
evite a constrição do nervo ulnar. •Faça uma incisão no terço distal do septo intermuscular
•Transponha o nervo ulnar anteriormente ao epicôndilo, em todo o epicôndilo medial a um ponto 2 cm além da
fazendo um retalho na fáscia flexora e pronadora, dei- tuberosidade da ulna. Durante a exposição da fáscia fle-
xando inserções prox imalmente ao epicôndilo medial. xora-pronadora, identifique e preserve o ramo cutâneo
O retalho é de aproximadamente 3 cm de comprimento antebraquial do nervo mediano, que muitas vezes atra-
x 1 cm de largura. Disseque o tecido muscular sem deixar vessa o campo operatório .
um retalho fascial fino. •Incise a fáscia do músculo flexor ulnar do carpo longitu-
•Feche o defeito na fáscia para evitar herniação, e transfira dinalmente, e divida o ligamento subjacente (Fig. 47-54A).
o nervo subcutaneamente e anteriormente para ficar sob • Posicione um afastador com trava profundo e rombo para
o retalho fascial. manter a exposição. Incise o feixe anterior do ligamento cola-
•Frouxamente, reinsira o retalho distalmente sobre o nervo teral medial longitudinalmente, expondo a articulação. Neste
ulnar com sut uras não absorvíveis 3-0 para fornecer apoio ponto, a frouxidão do ligamento colateral medial pode ser
para manter o nervo na posição sem comprimi-lo. confirmada pela observação de 2 mm ou mais de separa-
•Posicione um dreno subcutaneamente, e feche a pele ção das superfícies articu lares com o estresse em valgo
com suturas absorvíveis 3-0 subcuticulares. (Fig. 47-54B).
•Aplique uma tala posterior com o cotovelo em 90 graus •Exponha as posições do túnel para a ulna . Para o túnel
de flexão. posterior, exponha subperiostealmente a ulna posterior
em todos os momentos e proteja meticulosamente o
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A tala é usada por 1 nervo. Se o nervo subluxar anteriormente, de modo que
semana; quando esta for removida, uma órtese funcional ele não possa ser protegido, transponha-o.
fixada em 30 a 100 graus é aplicada. Exercícios de aperto •Usando uma broca nº 3, faça túneis anterior e posterior-
para o punho são iniciados durante a primeira semana, e mente à tuberosidade, de forma que exista uma ponte de
exercícios de flexão e extensão isométricas do cotovelo são 2 cm entre eles. Conecte os túneis usando uma pequena
iniciados durante a segunda semana. A órtese é progredida cureta curvada. Não viole a ponte óssea. Faça uma volta
para 15 a 11 Ograus na semana 3. Exercícios isotônicos leves com sutura 2-0 com uma agulha Ethibond Excel OS-2 nº 1.
são iniciados na quarta semana, e a mobilização total deve •A posição do túnel do úmero está localizada na metade
ser recuperada em 6 a 8 semanas. A partir das semanas 9 anterior do epicôndilo medial na posição anterior do liga-
a 13, exercícios de fortalecimento avançados são iniciados, mento colateral medial existente. Usando uma broca nº
com exercícios excêntricos do cotovelo e exercícios isométri- 4, crie um túnel longitudinal até o eixo do epicôndilo a
cos e isotônicos. Um programa de arremesso intervalado é uma profundidade de 15 mm. Exponha a borda superior
iniciado durante a semana 14, e o retorno ao arremesso
do epicôndilo, imediatamente anterior ao septo intermus-
competitivo é permitido em 22 a 26 semanas.
cular. Crie dois pequenos túneis separados por 5 mm a
1 cm com uma broca odontológica. Isso possibilita a pas-
sagem de sutura do túnel principal do úmero (Fig. 47-54C)
DE UCL - Utilize um passador de sutura de cada um dos dois túneis
TECNICA DE ALTCHEK ET AL superiores do úmero para passar uma volta de sutura para
a passagem do enxerto posteriormente.
TÉCNICA •Com o cotovelo reduzido, repare a incisão longitudinal no
ligamento colateral medial com uma sutura absorvível 2-0
•Posicione o paciente em posição supina sobre a mesa, e •Passe o enxerto através do túnel ulnar de anterior para
prepare e isole o braço com campos estéreis. Para auxiliar no posterior (Fig. 47-54D). Passe o trecho do enxerto que já
exame artroscópico, utilize um suporte de braço McConnell tem suturas posicionadas no túnel do úmero, saindo em
para manter o antebraço contra o peito. um dos pequenos túneis superiores do úmero.
•Examine o cotovelo artroscopicamente para frouxidão liga- • Com o primeiro trecho do enxerto ancorado com segurança
mentar colateral ulnar, aplicando estresse em valgo com ao úmero, reduza o cotovelo com supinação do antebraço
o cotovelo em 90 graus de flexão. Remova corpos livres e estresse em varo suave. Mantenha a tensão sobre o
e osteófitos posteromediais conforme necessário. enxerto enquanto estiver flexionando e estendendo o coto-
•Após a artroscopia ser concluída, solte o braço do suporte velo, para evitar potencial movimentação dentro do enxerto.
de braço e o apoie na mesa de mão abai xo. •Meça o comprimento final do enxerto através do posicio-
•Se uma reconstrução estiver planejada, colete o enxerto namento do trecho livre do enxerto adjacente ao túnel
neste momento. Em geral, o palmar longo ipsilateral é do úmero, estimando visualmente o comprimento do en-
coletado por uma incisão de 5 mm a 1 cm situada na dobra xerto que pode ser ten sionado dentro do túnel do úmero. )
CAPÍTULO 47 LUXAÇÕ ES RECIDIVANTES tmlll
A B
e D
O!§ii;Hm l Reconstrução do ligamento colateral medial de Altchek et ai . com a via com divisão muscular e usando um único túnel
do úmero com fundo cego. A, incisão através do flexor ulnar do carpo. B, Exposição submuscu lar do ligamento colateral medial. C,
Túnel ulnar e túnel único umeral e orifícios de saída para dois grupos de suturas. D, Passagem do enxerto pelo túnel ulnar de anterior
para posterior. E, Parte posterior do enxerto é fixado no túnel do úmero. O cotovelo é reduzido com o estresse em varo; e depois do
tensionamento final do enxerto, um ponto de Krackow é passado na parte anterior do enxerto usando uma agulha Ethibond Exce l
OS-2 nº1. VEJA A TÉCNICA 47-18.
l&D PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Cápsula anterior
plicada
): ''
A colateral ulnar
B e
H@il;1j1!fm Técnica de Nestor et ai. A, Imbricação e avanço da banda ulnar do ligamento colatera l radial e a parte radial do liga-
mento colateral radial com a técnica de sutura de Bunnell, realizada passando suturas através de orifícios na origem anatômica do
ligamento no úmero . B, Túnel ulnar posicionado no tubérculo na cr ista do sup inador e orientada para ter um ótimo al inhamento com
o ponto isométrico. C, Passagem do enxerto no túnel ulnar e criação do ponto de isometria. D, Tensionamento do enxerto após intro-
dução em túneis do úmero. E, Túnel é feito no úmero e expandido em direçã o posterossuperior para emergir posterior e superior ao
ponto de isometria. Segundo túnel do úmero sai posterior e inferior ao local de entrada comum . O tendão palmar longo é tracionado
através dos túneis ulnar e umeral, e é amarrado a si mesmo depois de recruzar a articulação. VEJA A TÉCNICA 47-19 .
PARTE XIII MEDIC INA ESPORTIVA
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SÍNDROME Ruptura Crônica 2322 RUPTURA DO MÚSCULO
COMPARTIMENTAL 2305 Complicações 2328 ADUTOR LONGO 2339
ANATOMIA E RUPTURA DO MÚSCULO RUPTURA DOS TENDÕES DO
FISIOPATOLOGIA 2305 GASTROCNÊMIO 2328 GLÚTEO MÉDIO E M(NIMO 2340
Sf NDROME COMPARTI MENTAL TENDINITE DO MECANISMO RUPTURA DOS TENDÕES DO
AGUDA 2306 EXTENSOR DO JOELHO BÍCEPS BRAQUIAL 2340
Avaliação Clínica 2306 (JOELHO DO SALTADOR) 2329 Ruptura Proxima l do Tendão do
Tratamento 2306 Tendinite Patelar Crônica 2330 Bíceps 2340
Síndrome Compartimentai Fratura por Estresse ao Ruptura Distal do Tendão do Bíceps
Aguda da Coxa 2307 Longo da Patela 2330 2343
Síndrome Compartimentai RUPTURA DO MECANISMO RUPTURA DO MÚSCULO
Aguda da Perna 2309 EXTENSOR DO JOELHO 2330 PEITORAL MAIOR 2345
SÍNDROME COMPARTIMENTAL Anatomia e Fis iopatologia 233 1 RUPTURA OU AVULSÃO
CRÔNICA 2311 Avaliação Clínica 2331 DO TENDÃO DO TRÍCEPS 2345
Avaliação Clínica 2312 Tratamento da Ruptura Aguda do LUXAÇÃO DOS TENDÕES 2346
Tratamento 2312 Tendão Patelar 2331 TENDÕES FIBULARES 2346
RUPTURA DOS MÚSCULOS Tratamento da Ruptura Crônica do Classificação 2346
E TENDÕES 2315 Tendão Patelar 2334 Avaliação Clínica e Radiográfica 2347
RUPTURA DO TENDÃO DE AQUILES 2315 RUPTURA DO TENDÃO Tratamento 2347
Anatomia e Fisiopatologia 2315 QUADRÍCEPS FEMORAL 2338 Complicações 2349
Avaliação Clínica 2316 Ruptura Aguda 2338 TENDÃO DO BÍCEPS BRAQUIAL 2349
Tratamento 2316 Ruptura Crônica 2339 Avaliação Clínica 2350
Ruptura Aguda 2316 Complicações 2339 Tratamento 2350
2305
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Compartimento
posterior
Compartimento superficial
anterior----.f#-
Compartimento
lateral
Compartimento
posterior
profundo
aprese ntaram uma hérnia fasc ial, apesar de, muitas vezes, aprese ntar da fáscia causado pela expansão do volume do compartimento mus-
exame fís ico normal. cular, o que está relacionado com mudanças na pressão intramuscular.
Embora este método não tenha sido comprovado em estudos clíni-
cos, em um modelo de síndrome compartimentai nas pernas de
SÍNDROME COMPARTIMENTAL AGUDA indivíduos saudáveis, tal técnica apresentou sensibilidade diagnós-
tica de 77% e especificidade de 93%. Imagens infravermelhas
• AVALIAÇÃO CLÍNICA também são utilizadas em pacientes com trauma para determinar as
Os si nai s fís icos da síndrome compartim enta] incluem aumento da diferenças de temperatura entre a sup erfí cie da pele proximal e
tensão do compar timento envolvido, dor a mobilização passiva dos distal, com a finalidade de aj udar a fazer o diagnóstico de síndrome
músculos que passam através do compar timento e fraqueza mus- compartimentai. Atualmente, nenhum desses métodos mostrou ser
cular. O sinal mais importante é a dor desproporcional à esperada tão preciso ou facilmente disponível como os métodos invasivos.
com a lesão. Hipes tesia ou parestesia devem ser avaliadas por meio
de testes com a ponta de uma agulha, to que leve e discriminação de • TRATAMENTO
dois pontos. O di agnóstico de sínd ro me compartimentai agud a Há controvérsias a respeito de pressões compartimentais precisas
pode ser tardio em pacientes com múltiplas lesões ou consciência para realizar fasciotomias. Em nossa instituição, se as pressões com-
alterada e em crianças, nas quais as achados físicos não podem ser parti mentais forem maiores qu e 30 mmHg na presença de sinais
do cumentados com precisão. Devido à variabilidade dos sinais e clínicos, a fasciotomia imedi ata é indicada. Leituras equivocadas
sintomas clínicos da síndrome comp artimenta!, a sensibilidade exigem um monitoramento contínuo e exames clínicos em série. Em
e o valor preditivo positivo das descobertas clínicas são baixos; no pacientes com grandes perturbações da circulação arterial persis-
entanto, a especificidade e o va lor preditivo negativo são altos. tindo por mais de 4 horas ou queimaduras circunferenciais de espes-
A ausência de sinais clínicos associados à síndrome compartimen- sura total, a fasciotomia deve ser realizada no momento da cirurgia
ta[ é mais útil para excluir o diagnóstico do que a presença des tes inicial. Um algoritmo para pacientes com fraturas de tíbia vêm
é para confirmá- lo. sendo desenvolvido para determinar o papel da medição da pressão
Se houver suspeita de síndrome compartimentai e um exame tecidual e das descobertas clínicas (Fig. 48-4).
adequado não puder ser realizado, os níveis de pressão devem ser Em traumatismos em membros isolados, a divisão do gesso e
medidos. O monitoramento da pressão do compartimento também o preenchimento subjacente podem diminuir a pressão do compar-
é útil em pacientes com funçã o neurológica alterada causada por timento de 50 a 85%. Quaisq uer ataduras co nstritivas circul ares
lesões vasculares, anestesia peridural contínua, lesão do nervo peri- também devem ser liberadas. O posicionamento do membro é
férico ou paralisia do torniquete. importante; colocar o membro no nível do coração produz um gra-
Uma var iedade de dispositivos invasivos está disponível para diente arteriove noso mais elevado. Por outro lado, a elevação do
medição da pressão do compartimento, incluindo um monitor de membro diminui o influxo arterial sem aum entar significativamente
pressão disponível comercialmente (Fig. 48-2 ), um m anômetro o re torno ve noso, aumentando assim a isquemia local. Se os sinto-
de linha arterial, um equipo de três vias (método de Whitesides) mas não desaparecem em 30 a 60 minutos após o tratamento ade-
(Fig. 48-3A) e um monitor (Fig. 48-3B). No entanto, estudos têm quado, a medição da pressão deve ser repetida e, se os resultados
mostrado que as medi ções de pressão são errôneas em até 30% dos fore m duvidosos, a fasciotomia é indi cada.
pacientes e não devem ser utilizadas corno o principal determinante Síndrome compartimenta! associada a um a fratura da extremi-
a favo r ou co ntra a fasciotomia. Métodos mais recentes não invas ivos dade inferior deve ser tratada no momento da estabilização da fratura.
de avaliação da pressão do compartimento incluem o uso de ultras- A fixação intramedular não fresada é preferível para estabilização de
sonografia para medir o deslocamento subrnicrométrico da parede fraturas, pois estudos com an imais demonstraram maior propensão
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS fEm
300
250
200
-Manômetro
150
de mercúrio
100
50
Ar
1
Tubo extensor IV -Fechado
Equipo de três vias aberto para a
A seringa e para os dois tubos extensores
O@ihHB9 Técnica de Whitesides et ai. para determinação da pressão do tecido A, A pressão do tecido é medida através da
determinação da quantidade de pressão dentro do sistema fechado, necessária para superar a pressão intracompartimental e injetar
uma pequena quantidade de solução salina. B, Utilização de cateter para o monitoramento da pressão do compartimento.
para o desenvolvimento da síndrome compartimentai quando a tendão do quadríceps e contusão ou tensão, estiramentos muscu-
fixação tibial fresada é utilizada. No tratamento de fraturas tibiais lares na coxa e ossificação heterotópica. A síndrome compartimen-
com síndrome compartimentai incipiente, as pressões devem ser tai da coxa "idiopática" também tem sido descrita.
cuidadosamente monitoradas. Os compartimentos miofasciais da coxa apresentam volume e
Se a fasciotomia for realizada em 25 a 30 horas após o início potencial capacidade consideravelmente maiores que os da perna ou
do tratamento, o prognóstico será bom. Pode-se esperar pouco ou do antebraço, levando à infrequência relativa da síndrome do com-
nenhum retorno da função, caso o diagnóstico e o tratamento forem partimento da coxa. A coxa está dividida em três compartimentos
atrasados. Nenhum benefício de fasciotomia foi relatado após o distintos (anterior, medial e posterior) por extensões fasciais inter-
terceiro ou quarto dia. Infecções severas na musculatura necrótica musculares (Fig. 48-5.); coletivamente, os compartimentos são reves-
têm sido descritas em muitos pacientes que realizam a fasciotomia tidos pela fáscia lata. Dentro do compartimento anterior estão o grupo
tardiamente. muscular do quadríceps e o músculo sartório, o nervo femoral e seu
ramo sensorial, o nervo e a artéria safenos e a veia femoral. O com-
• SÍNDROME COMPARTIMENTAL AGUDA DA COXA partimento medial contém o grupo muscular adutor e seu suprimento
A síndrome compartimentai da coxa é bem menos frequente que a neurovascular, a artéria femoral profunda e artérias obturadoras e o
do antebraço ou a da perna; no entanto, ela está associada a um alto nervo obturador. No compartimento posterior, estão o bíceps femoral,
nível de morbidade. Em um estudo com 23 pacientes com síndrome os músculos semimembranáceo e semitendíneo, os ramos da artéria
compartimentai aguda da coxa, quatro pacientes (17%) precisaram femoral profunda e o nervo ciático. As síndromes compartimentais
de amputações; enquanto, em outro estudo com 18 pacientes, mais mais relatadas da coxa envolvem o compartimento anterior, pois é
da metade não recuperou a força muscular da coxa por completo e cercado pelas paredes mais rígidas lateral e mediaimente (fáscia lata
apresentou déficits funcionais a longo prazo. Fatores associados a e trato iliotibial) e é o mais vulnerável ao trauma.
uma maior probabilidade de déficits funcionais foram altas pontu- O diagnóstico de síndrome compartimentai aguda da coxa
ações de gravidade da lesão, fratura de fêmur ipsilateral, intervalos baseia-se nos critérios descritos anteriormente para a síndrome
prolongados à descompressão, presença de mionecrose no momento compartimentai aguda. Os sinais mais comuns da síndrome com-
da fasciotomia e idade superior a 30 anos. partimentai da coxa são dor e aumento da circunferência da coxa
As causas mais comuns da síndrome compartimentai da coxa são em comparação com o lado oposto. Fraqueza dos músculos da
o trauma fechado (com ou sem fratura) e a lesão vascular; outras causas coxa envolvidos e déficits sensoriais ou motores na distribuição
citadas da síndrome compartimental aguda da coxa incluem politrau- anatômica dos nervos contidos em compartimentos específicos
matismo, isquemia arterial, queimaduras, compressão do membro podem ajudar a determinar quais compartimentos estão envolvi-
secundária ao uso abusivo de drogas, uso de torniquete para cirurgia dos (Tabela 48-1).
de perna, uso de calça antichoque militar, uso excessivo do músculo Embora o tratamento conservador tenha sido defendido para
(overuse), ferimentos penetrantes por arma de fogo, ruptura do pacientes jovens com síndrome compartimentai anterior isolada
lllE!P PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
Suspeita de
síndrome
compartimentai
Medição da pressão
compartimentai
>30 mm Hg
Monitoramento contínuo
da pressão compartimentai
e avaliação clínica
em série O[dii;tfimD Três compartimentos da coxa: anterior, medial e
posterior.
<30
mm Hg
sugerindo que o nível de pressão afeta a janela de tempo em que
ocorre dano neuromuscular irreversível. Alguns estudiosos têm
sugerido que a fasciotomia não deve ser realizada quando a cirur-
gia é ad iada por mais de 12 horas por causa do risco de infecção
no tecido muscular isquêmico, recomendando que os pacientes
Fasciotomia sejam tratados clinicamente (reanimação rápida com fluid o) em
um cenário de terapia intensiva para administrar a rabdomiólise e
H@il;f;.im:D Algoritmo para diagnóstico e tratamento de sín- evitar fa lha renal aguda. Quando a condição dos músculos envol-
drome compartimentai aguda da pena após fratura tibial. (De vidos for desconhecida, uma pequena incisão é recomendada para
Bourne RB, Rorabeck CH: Compartment syndromes of the lower leg. possibilitar o acesso para o teste de viabilidade muscular antes da
Clin Orthop Relat Res 240:97, 1989.) incisão extensa para a fasciotomia ser realizada.
FASCIOTOMIA PARA
da coxa, a descompressão cirúrgica é, mais frequentemente, indi - SÍNDROME COMPARTIMENTAL
cada nesses casos. Uma revisão retrospectiva de 29 pacientes com AGUDA DA COXA
síndromes compartimentais da coxa revelou a frequência de com-
plicações correlacionadas com o tempo da fasc iotomia: um atraso TÉCNICA
de mais de 12 ho ras foi associado a um resultado ruim em um
estudo, e em outros pacientes do estudo que tiveram a descom- (TARLOW ET AL.)
pressão dentro de 8 horas apresentaram resultados significativa-
mente melhores que aque les com a cirurgia mais tardia. Altas • Prepare a coxa de forma estéril e a estenda, expondo o
pressões nos compartimentos da coxa causam déficits funcionais membro da crista ilíaca até a articulação do joelho.
de longo prazo, mesmo com curtos períodos de pressão elevada,
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS
Compartimento
medial
Compartimento
e posterior
H(ri1!;?+1ml!J!t Descompressão dos compartimentos da coxa. A, Incisão da linha intertrocantérica até o epicôndilo lateral. B, Compar-
timento _anterior é aber_to incisão na fáscia lata, e o vasto lateral é retraído mediaimente para expor o septo intermuscular lateral,
que entao receb_e uma 1nc1sao para descomprimir o compartimento posterior. C, Desenho dos compartimentos da coxa e incisão apro-
priada . VEJA A TECNICA 48-1.
•Faça uma incisão lateral começando distalmente à linh a mais comum é o trauma fechado de partes moles. Durante um
período de 10 anos em um grande centro de trauma, 288 (2,8%) de
intertrocantérica, estendendo-a até o epicôndilo lateral
(Fig. 48-6A). 10.315 pacientes com trauma de extremidade precisaram de fascio-
tomia para a síndrome compartime ntai. A necessidade de fascioto-
•Disseque o tecido subcutâneo para expor a banda ilioti-
bial; em seguida, faça uma incisão reta em linha com a mia variou muito de acordo com o mecanismo de lesão (< 1% após
incisão da pele através do trato iliotibia l (Fig . 48-68) acidentes de trânsito para quase 9% após feridas de arma de fogo) e
•Rebata cuidadosamente o vasto lateral para fora do septo por tipo de lesão (2% com fratura fechada para 42% com lesão
intermuscular lateral, certificando-se de coagular todos os vascular combinada). Sexo masculino e idade menor que 55 anos
vasos perfurantes que forem sendo encont rados. estavam dentre os preditores independentes identificados. Um fator
•Faça uma incisão de 1,5 cm no septo intermuscular e, com de risco cada vez mais comum para o desenvolvimento da síndrome
o auxílio de uma tesoura de Metzenbaum, estenda o com- compartimentai é o uso de terapia de anticoagulação em pacientes
primento da incisão proximal e distalmente (Fig. 48-6C). idosos com trauma. Tal como acontece com todas as síndromes
•Após os compartimentos anterior e posterior serem libe- compartimentais, o diagnóstico precoce e o tratamento são essen-
rados, meça a pressão do compartimento medial. Se a ciais para um bom resultado. Uma análise dos resultados da fascio-
pressão estiver elevada, faça uma incisão medial separada tomia revelou que 68% dos pacientes tratados dentro de 12 horas do
para liberar o compartimento adutor. início dos sintomas apresentavam função normal, em comparação
•Cubra a ferida aberta e aplique um curativo grande e com apenas 8% naqueles tratados mais de 12 horas após o início dos
volumoso . sintomas. Mesmo com a fasciotomia realizada dentro do intervalo
de tempo oportuno, muitos pacientes apresentam sequelas a longo
Ver também, em inglês, o Vídeo 48-1. prazo, incluindo sensibilidade alterada, edema, dor, déficits funcio-
nais e preocupações estéticas.
CUIDADO
. PÓS-OPERATÓRIO Em 48 a 72 horas, o pa-
Duas técnicas para a liberação dos compartimentos da perna
ciente é levado à sa la de cirurgia para desbridamento de
são comumente utilizadas: fasciotomia perifibular com incisão
todo o material necrosado. Fluoresceína intravenosa e uma
simples e fasciotomia com incisão dupla. A incisão simples pode
luz Wood podem ser úteis para avaliar a viabilidade muscular.
ser útil se as partes moles do membro não apresentarem grandes
Se não houver evidência de necrose muscular, a pele é fechada
deformidades. Como isso raramente acontece, a técnica de incisão
frouxamente. Alternativamente, um curativo a vácuo pode ser
dupla é mais segura e eficaz, e geralmente deve ser a técnica utili-
utilizado. Se o fechamento não for possível, o desbridamento
zada. O papel das liberações compartimentais seletivas permanece
é repetido após outro intervalo de 48 a 72 horas, após o qual
obscuro. Trinta e oito pacientes com síndromes compartimentais
é possível realizar fechamento da pele ou enxerto de pele.
associadas à fratura da tíbia for am tratados de acordo com um
algo ritmo no qual liberações anteriores e laterais-padrão foram
realizadas por meio de uma incisão lateral ao longo de toda a
• SÍNDROME COMPARTIMENTAL AGUDA DA PERNA extensão da perna e, em seguida, as pressões do compartimento
A maioria das síndromes compartimentais agudas da perna (apro- posterior superficial e profundo foram medidas. Se a dife rença
XImadamente 36%) está associada à fratura da tíbia; a segunda causa entre a pressão do compartimento e a pressão sanguínea diastólica
PARTE XIII MEDICINA ESPORTI VA
iê[ril!;fr'mlm Técnica de Davey, Rorabeck, e Fowler para descompressão dos compartimentos da perna. A, Incisão lateral na pele a
partir do colo fibular estendendo-se até 3 a 4 cm proximalmente ao maléolo lateral. B, A pele é descolada anteriormente e a fasciotomia
dos compartimentos anterior e lateral é realizada. C, A pele é descolada posteriormente e a fasciotomia do compartimento posterior
superficial é realizada. D, O intervalo entre os compartimentos posterior e lateral é desenvolvido. O músculo fle xor longo do hálu x é
dissecado subperiostealmente da fíbula e rebatido posteromedialmente. A fi xação fascial do músculo tibial posterior na fíbula recebe
uma incisão para descomprimir o músculo. VEJA A TÉCNICA 48-2.
pré-operatória fosse maior ou igual a 30 mmHg, os compartimen- •Identifique o intervalo entre os compa rtimentos superfi-
tos posteriores não seriam liberados.
cial e lateral distalmente e desenvolva est e intervalo pro-
Residentes de ortopedia verificaram os pacientes a cada 2 horas ximalmente, soltando o sóleo da fíbula.
e realizaram medições repetidas da pressão do compartimento caso a •Disseque o extensor longo do hálux subperi ostea lmente
sintomatologia alterasse ou o paciente estivesse obnubilado. Embora
da fíbula.
este protocolo de administração pareça seguro e eficaz (apenas 8% dos •Retraia o múscu lo e os vasos fibulares posteriormente.
pacientes precisaram de liberação posterior e nenhum paciente sem •Identifique a fixação fascial do músculo tibial posterior na
liberação posterior desenvolveu sequelas de uma síndrome compar-
fíbula, e faça uma incisão nessa fásc ia long itudin almente
timentai negligenciada), os recursos para acompanhar de perto os (Fig . 48-7D).
pacientes e permitir um rápido retorno à sala de cirurgia, se necessá- •Feche apenas a pele sobre um dreno de sucção ou um
rio, podem não estar disponíveis para a maioria das práticas. A libe- dispositivo de ferida por pressão negativa.
ração de todos os quatro compartimentos parece ser uma abordagem
mais segura para a maioria dos pacientes.
Fasciotomia +.
anterior-,
1
+
1
Fasciotomia
.
posterior
.._
.._ 'I'
"' F . t .
i- - - asc10 om1a
1 1 : posterior
Septo 1 1
1 , 1 profunda
intermuscu lar
Nervo '\
Tíbia
lateral
O!§l!;f.)m1!9 Fecham ento pnmano tardio após fasciotomia
com t écnica " laço de sapato". VEJA A TÉCNICA 48-3.
A B
H@ii;ffl Dl!I Fasciotomia com mini-incisão dupla de Mouhsine et ai. para síndrome compartimentai anterior. A, Duas incisões ver-
ti cais de 2 cm. B, Realização de um retalho subcutâneo com disseca çã o romba. C, Afastamento da pele para permitir a fasciotomia sob
visão di reta . D, Após o fechamento da ferida. VEJA A TÉCNICA 48-4.
proxima lmente ao ma léolo lateral). Afaste a pele anterior e •Identifique o nervo e o septo int ermuscu lar, e faça uma
posteriormente, pa ra possibilitar a fasciotomia anterior e/ou fasc iotom ia no compa rti mento anterior em linha com o
latera l sob visão direta (Fig. 48- 1OC). Se necessário, util ize músculo ti bial anterior (Fig. 48- 11 D).
o dedo para comp letar a li beração . •No comparti mento latera l, rea lize a fasc iot omia posterior
•Feche as duas incisões com monofi lamento 3 e fitas ade- ao nervo fibular em linha com a diáfise f ibular (Fig.
sivas estére is (Fig. 48- 1OD) e aplique uma ba ndagem 48-11 E).
firm e do med iopé at é o joelho. •Não repare hérni as musculares.
•Feche a pele de fo rm a usual e aplique uma compressa
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O membro deve fi ca r estéril.
elevado por 24 a 48 horas e é apl icado gelo na região.
Então iniciam-se os exercícios de ampl itude de movi -
ment o ativo e sustentação prog ressiva do peso. A maioria
dos pacientes precisa uti liza r mulet as por at é 1O dias. As FASCIOTOMIA COM INCISÃO DUPLA
atividades esportivas são gradua lmente retomadas de 3
a 4 semanas após a cirurg ia.
PARA SÍNDROME COMPARTIMENTAL
CRÔNICA DO COMPARTIMENTO
POSTERIOR
FASCIOJOMIA COM INCISÃO SIMPLES TÉCNICA
PARA SINDROME COMPARTIMENTAL
ANTERIOR E LATERAL (RORABECK)
Fasciotomia
anterior - -1
-f..
/
1 /
1 /
Septo
intermuscular
anterolateral ----'f----i'"!lt
Nervo cutâneo
dorsal intermediário
A B
1
Septo
intermuscular
anterolateral
Nervo
t;
2 1
1
fibular 1
superficial 1
1
1
1
,,.,
1
,,,,
,,
1
D E
H@li;h)EIJI Fasciotomia com incisão simples de Fronek et ai. A, Incisão entre a crista da tíbia e o ei xo fibular, sobre o septo intra-
muscular anterolateral, quando não houver uma hérnia fascial. B, Na presença de uma hérnia fascial , a incisão deve ser reali zada
diretamente sobre o defeito fascial. C, O defeito é aumentado através do septo intra muscular (1 ). D e E, Libera ção longitudinal completa
do compartimento anterior (2 e 3) e compartimento lateral (4 e 5) . VEJA A TÉCNICA 48-5.
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS flJlll
• 48 - 2
Fatores de Risco para Ruptura
do Tendão de Aquiles
• TRATAMENTO
A decisão de tratar as rupturas agudas do tendão de Aquiles de modo
conservador ou cirúrgico é um pouco controversa, com evidência
apo iando qualquer tipo de tratamento. Apesar do grande número de
artigos na literatura médica sobre a ruptura do tendão de Aquiles,
ainda não há consenso quanto ao melhor tratamento e poucos estudos
de alto nível apoiam várias recomendações. As recomendações da
Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (Q uadro 48-3) são
principalmente um consenso ou têm base em evidências fracas ou
inconclusivas. As considerações importantes incluem retorno ao
esporte e às atividades diárias (dor, amplitude de movimento, força),
taxa de reincidência de ruptura e riscos associados à cirurgia.
O tratamento conservador atual de rupturas do tendão de
Aqui les envolve órtese funcional e um protocolo de reabilitação
agressiva que torna possível mobilidade precoce (Tabela 48-2). As
sugestões de critérios com base em ultrassom para a escolha do
tratamento conservador incluem: (1) distância de menos de 5 mm
com flexão plantar máxima, (2) distância de menos de 10 mm com
o pé em posição neutra, e (3) mais de 75% de aposição do tendão
com o pé em 20 graus de flexão plantar.
Historicamente, o tratamento cirúrgico tem demonstrado
apresentar urna taxa de reincidência de ruptura significativamente
menor que o tratamento não cirúrgico, mas também está associado
0@11;@&1 Teste de Matles para ruptura do tendão de
a urna maior taxa de complicação.
Aquiles. Se o pé cair em neutro ou em leve dorsiflexão com esta
Comparações mais recentes, no entanto, mostram menor dife-
manobra, é bem provável que o tendão de Aquiles esteja rompido.
rença nas taxas de reincidência de ruptura, nas taxas de outras
complicações e resultados funcionais, talvez pelo aperfeiçoamento
das técnicas cirúrgicas que diminuíram a frequência de complica-
cruzada de colágeno resultam no aumento da rigidez e na perda ções pós-operatórias e do uso de órtese funcional e reabilitação
de viscoelasticidade, predispondo a lesões. Microtraumas de repe- agressiva que melhoraram as taxas e a função de reincidência de
tição nessa área podem tornar impossível a manutenção do ritmo ruptura após o tratamento conservador. Urna revisão da literatura
do processo reparador, e um desgaste degenerativo poderia ser res- publicada até 2004 determinou urna taxa de reincidência de ruptura
ponsável por muitas rupturas do tendão de Aquiles. Outra teoria de 2,4% com órtese funcional e urna taxa de reincidência de ruptura de
para a causa da ruptura do tendão de Aqu iles é a incapacidade de 3,5% com tratamento cirúrgico.
inibir mecanismos na unidade rnusculotendinosa corno resultado Independentemente do tratamento, de 30% a 50% dos pacientes
da fadiga, com sobrecarga excêntrica resultante. A ca usa da ruptura relatam limitações funcionais, incluindo dor, força reduzida e diminui-
do tendão de Aquil es provavelmente é urna combinação de uma ção da amplitude de movin1ento, de 1 a 5 anos após a lesão. Um estudo
área relativamente hipovascular e microtraurnas repetitivos que de 31 jogadores da Liga de Futebol Norte-Americano (NFL) que tinham
provocam um processo reparador inflamatório incapa z de manter- uma ruptura aguda do tendão de Aquiles descobriu que apenas 21 deles
se com as tensões devido à diminuição da vascu larização. A sobre- (64%) voltaram a jogar em urna média de 11 meses após a lesão, e todos
carga mecânica completa a ruptura. os 21 apresentaram reduções significativas no número de partidas
jogadas e em sua potência em comparação com as três temporadas
• AVALIAÇÃO CLÍNICA anteriores à lesão. Apesar da persistência de déficits funcionais e níveis
O diagnóstico de ruptura do tendão de Aquiles é feito de maneira de atividade mais baixos, na maioria das populações de pacientes, os
con fiável através de um defeito palpável no tendão, da incapacidade resultados relatados por eles são relativamente bons, sugerindo que eles
de elevar-se na p onta do pé no lado afetado, e do teste de Thompson, aprendem a se adaptar a quaisquer deficiências.
que é realizado fazendo uma compressão do músculo da panturrilha As contraindicações para a correção cirúrgica de rupturas do
distalmente à sua circunferência máxima enquanto o paciente está tendão Aquiles incluem insuficiência arte ri al, má qualidade da pele e
propenso a provocar a flexão plantar da articulação do tornozelo. O dos tecidos moles, comorbidades médicas mal controladas (p. ex.,
teste é positivo para ruptura completa quando não houver nenhuma diabetes) e urna incapacidade de respeitar os protocolos de reabilita-
flexão plantar do tornozelo. Outro teste que pode ser benéfico é o ção pós-operatória. A idade avançada por si só não é uma contrain-
teste descrito por Matles. O paciente é colocado em decúbito ventral dicação para correção cirúrgica; bons resultados foram relatados com
com as pernas estendendo-se para fora da carna, e é solicitado a técnicas de reparo aberto e percutân eo em pacientes mais velhos.
flexionar os joelhos ativamente a 90 graus. A flexão ativa do joelho
deve fazer com que o gastrocnêrnio encurte, causando a flexão • RUPTURA AGUDA
plantar do pé. Se o pé cair em neutro ou com leve dorsiflexão, é Uma variedade de técnicas e modificações foi descrita para a repa-
bem provável que o tendão de Aquiles seja rompido (Fig. 48- 13). ração de rupturas agudas do tendão de Aquiles, incluindo reparação
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTI COS
•
de Bunnell, Kessler e Krackow (Locking Loop) e várias outras modi-
_ fl_uoroquinolonas,
48 3 ficações dessas técnicas. Embora os proponentes sugiram benefícios
cort1costero1des
para modificações variadas, n enhuma deles tem provado com efici-
Força da Recomendação: Consenso ência ser superior. Um estudo recente em cadáveres não encontrou
• O exame físico deve incluir dois ou mais dos seg uintes nenhuma diferença de fo rça entre as suturas de Krackow, Bunnell e
testes para estabelecer o diagnóstico da ruptura aguda Kessler quando todas foram realizadas com uma técnica de sutura
do tendão de Aqu iles : dupla. Um estudo de acompanhamento de longo prazo (12 anos)
•Teste de Thompson (teste de aperto de Simmonds) relatou que a cola de fibrina produziu resultados funcionais iguais
• Diminui ção da força de flexão plantar do tornozelo aos obtidos com suturas, com menos complicações.
• Presença de um defeito palpável (GAP, perda do con- Os reparos de rupturas agudas do tendão de Aquiles têm sido
torno) reforçados com retalho invertido da fáscia, tendões plantar delgado
•Aumento da dorsiflexão passiva com manipu lação suave e fibular curto e moldes biológicos ou sintéticos. Dois grandes
• O tratamento cirúrg ico deve se r abordado com mais estudos não descobriram n enhum benefício dos retalhos invertidos
cautela em pacientes com diabetes, neuropatia, imuno- em relação à reparação de uma extremidade à o utra, observando
comprometidos, idade superior a 65 anos, uso de tabaco, que o reforço precisava de uma incisão e um tempo de operação
sedentarismo, obesidade (índice de massa corporal > 30), maiores. Há relatos de que xe noenxertos de matriz extracelular
doença vascu lar periférica ou doenças dermato lógicas diminuem as alterações repentinas e aumentam a carga de falha
loca is/sistémi cas. imed iatamente após a cirurgia em modelos cadavéricos de ruptura
do tendão de Aquiles, bem como em estudos em animais; no entanto,
Força da Recomendação: Moderada esses benefícios n ão foram clinicamente comprovados.
• Sustentação de peso (inclusive limitando a dorsiflexão) Outra abordagem de tratamento "biológica" envolve o uso de
protegida no pós-operatório precoce (s 2 semanas) para plasma r ico em plaquetas (PRP) injetado na área de ruptura do
pacientes com ruptura do t end ão de Aqui les que foram tendão para rec rutar, teoricamente, fa tores de crescim ento das pla-
tratados cirurgicament e quetas e promover um a rápida cicatrização do tendão. Estudos em
• Uso de um dispositivo de proteção que permita a mobi- an imais mostraram que a aplicação local de PRP estimula a repa-
lização de 2 a 4 semanas de pós-operatóri o ração do tendão, e estudos de cultura celular têm demonstrado que
Força da Recomendação: Fraca o PRP pode estimular processos associados à cicatrização do tendão.
•Trat amento conserva dor como uma opção para pacientes No entanto, dois estudos clínicos sobre o uso de PRP na reparação
com ruptura aguda do tendão de Aqui les aberta de lesões agudas do tend ão de Aquiles chegaram a conclu-
•Técnicas abertas, minimamente invasivas e percutâneas sões opostas - um relatan do uma recuperação mais rápid a do
como opções para o tratamento de pacientes com ruptura movimento e um retorno mais rápido aos esportes com PRP e o
ag ud a do tendão de Aqui les outro n ão relatando nenhum efeito sobre a função e sugerindo que
• Em pacientes que participam de esportes a opção de voltar o PRP pode realmente ter um efeito n egativo sobre a cicatrização
à prática esportiva dentro de 3 a 6 meses após o trata- do tendão. Até os m étodos de preparação e entrega, bem como a
mento cirúrg ico para ruptura aguda do tendão de Aqu iles seleção dos pacientes, são mais padronizados, e é difícil determinar
o efeito do PRP na cicatri zação do tendão.
Força de Recomendação: Inconclusiva
• Uso rotineiro de RM, ultrassom e radiografia para confir-
mar o diagnóstico de rupt ura aguda do tendão de Aqu iles ABERTA DA RUPTURA
• Uso de órtese fun ciona l imediata como tratamento con- DO TENDAO DE AQUILES
servador para pacientes com ruptura aguda do tendão de
A reparação aberta de rupturas agudas do tendão de Aqui les
Aquiles
contin ua a ser o "padrão de ou ro " do tratamento cirúrgico,
• Imobi lização pré-operatóri a ou sustentação restrita de
especialmente pa ra indivíduos atléticos, devido à histórica
peso antes do tratamento cirúrgico da ruptura aguda do
ba ixa taxa de reincidência de rupturas, alta taxa de retorno
t endão de Aqui les
ao esporte e diminuição da taxa de complicação com técn i-
• O uso de aloenxerto, autoenxerto, xenoen xerto, tecidos
cas mais recentes. Os defensores da reparação aberta argu-
sintéticos ou adjuntos biológicos em rupturas ag udas do
mentam que as lesões do tendão de Aquiles mu itas vezes
tendão de Aqu iles que são tratadas cirurgicamente
resultam em rasgos orientados obliq uamente complexos
• Uso de tratamento antitrombótico para pacientes com
que não podem ser adequadamente apostos e reparados
ruptu ra ag uda do tendão de Aqui les
com técn icas percutâneas ou minimamente invasivas.
• Fisioterapia pós-opera tóri a para pacientes com ruptura
aguda do tendão de Aq uiles
TÉCNICA
Modificado de Ch ido CP, Glazebrook M, Bluman EM, et ai: American Academy
• Com o paciente em decúbito dorsal, faça uma incisão longi-
of Orthopaed ic Surgeons clinicai practice guide line on treatment of Achilles
tudinal posteromedial de 1O a 15 cm de comprimento;
tendon rupture, J Bane Joint Surg 92A:2466, 201O.
faça-a 1 cm medial à borda medial do tendão e termine-a
distalmente onde a quina do sapato encontra o calcanhar. A
aberta, com ou sem reforço (transferência do tendão, abertura da incisão na pele deve ser fora do centro para evitar a irritação
membran a fibrosa, aloenxertos), e reparação percutân ea ou mini- pelos sapatos diretamente sobre o tendão na linha média.
mamente invasiva, com o u sem o uso de um dispositivo ou endos- •Continue com a incisão através da pele, pelo tecido sub-
copia. Além disso, vários materiais de sutura e configurações têm cutâneo e da bainha do t endão. )
sido utili zados para a reparação, incluindo técnicas simples e duplas
lllDD PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
... 48
:i it Pro_tocolo
apos Reparaçao Clrurg1ca
Conservador da Ruptura do Tendão de Aquiles e Reabilitação
0-2 semanas Tala posterior; sem sustentação de peso com muletas (no pós-operatório imediato ou após a lesão)
2-4 semanas Bota imobilizadora para deambula ção com eleva ção do calcanhar de 2 cm *
Sustentação de peso protegia com muletas
Flexão plantar ativa e dorsiflexão até a posição neutra, inversão/eversão abai xo da posição neutra
Recursos para controlar o edema
Modalidades de mobilização da incisãot (p. ex., terapia manual, ultrassom, alongamento)
Exercícios de joelho/quadril sem envolvimento do tornozelo (p. ex., elevações da perna da posição
sentada, decúbito dorsal ou decúbito lateral)
Exercícios de aeróbicos/cardiovasculares sem sustentação de peso (p. ex.: andar de bicicleta com uma
perna, correr em águas profundas)
Hidroterapia (com limitações do movimento e de sustentação de peso)
4-6 semanas Sustentação de peso conforme tolerado *
Continuar as atividades conforme mencionado
6-8 semanas Remover a palmilha para elevação do calcanhar da bota
Sustentação de peso conforme tolerado *
Alongamento em dorsiflexão, lentamente
Exercícios de resistência graduais (cadeia cinética aberta e fechada, atividades funcionais)
Treinamento de marcha e propriocepção
Modalidades, incluindo gelo, calor e ultrassom, conforme indicado
Mobilização de incisãot
Exercícios aeróbicos/cardiovasculares, incluindo sustentação de peso conforme tolerado (p. ex., andar
de bicicleta , transport, andar e/ou correr em esteira elétrica, stairs)
Hidroterapia
8-12 semanas Retirar a bota
Retornar ao uso de muletas e/ou bengala, conforme necessário e interromper seu uso gradativamente
Progressão contínua da amplitude de movimento, força, propriocepção
> 12 semanas Progressão contínua da amplitude de movimento, força, propriocepção
Retreinar a força, potência, resistência
Aumentar o exercício dinâmico de sustentação de peso, incluir o treinamento pliométrico
Treinamento específico de esportes
*Os pacientes são orientados a usar a bota enquanto dormem; ela pode ser removida para tomar banho e se vestir, mas restrições de sustentação de peso
devem ser observadas.
' Se considerado necessário pelo fisioterapeuta (cicatriz aderida ou não se movendo bem)
(Modificado de Willits K, Amendola A, Bryant D, et ai: Operative versus nonoperative treatment of acute Achilles tendon ruptures: a multicenter randomi-
zed triai using accelerated functional rehabilitation, J Bane Joint Surg 92A:2767, 201 O.)
ABERTA DA RUPTURA
DO TENDAO DE AQUILES -
KRACKOW ET AL.
TÉCNICA
•Com o paciente em decúbito dorsal, faça uma incisão
posteromedia l de aproximadamente 1O cm de compri -
mento distante 1 cm medial ao tendão, e termine-a dis-
talmente onde a borda do sapato encontra o ca lcanhar.
•Continue com a dissecção através da pele, do tecido
subcutâneo e da ba inha do tendão .
•Rebata a bainha do tendão com o tecido subcutâneo,
minimizando a dissecção subcutânea.
•Aproxime as extremidades ro mpidas do tendão com uma
sutura não absorvível 2-0 (Fig. 48-1 5)
•Verifique a estabi li dade do reparo após as suturas serem
amarradas. mma· . . Técn ica de Li nd ho lm para o reparo de rupturas
• Feche o peritendão e os tecidos subcutâneos com suturas do t endão de Aqui les. VEJA A TÉCNICA 48-9.
absorvíveis 4-0.
•Feche a pele e aplique um curat ivo estéril e uma ta la bota
ou uma bota gessada com o pé em equino gravitacional.
• Faça uma incisão na li nha média do peritendão, e exponha
a ruptura do tendão.
•Regu larize as bordas esgarçadas do tendão, e aponha os
REPAl!AÇÃO ABERTA DA RUPTURA DO cotos com uma sutura de co lchoeiro (matress suture) de
TENDAO DE AQUILES - LINDHOLM materia l não absorvível ou arame; utilize também suturas
finas interromp idas (Fig. 48-16).
TÉCNICA •Forme dois retalhos do tendão proxima l e da aponeurose
do gastrocnêm io, cada um com ap roximadame nte 1 cm
•Com o paciente em decúbito dorsa l, faça uma incisão de largura e de 7 a 8 cm de comprimento. Deixe os
posterior curvi línea que se pro longa do meio da pantur- reta lhos fixados em um ponto a 3 cm proximalmente do
ri lha até o calcâneo. local da ruptura. )
Em> PARTE XIII MEDI CINA ESPORTIVA
ABERTA DA RUPTURA
DO TENDAO DE AQUILES - LYNN
Lynn descreveu um método de repara ção de ruptu ras do
t endão de Aqu il es em que o tendão plantar delgado é
aberto para fora para faze r um a membrana de 2,5 cm ou
mais ampl a para reforça r a reparação . O método é úti l pa ra A
as lesões com me nos de 1O dias; depois, o te ndão plantar
delgado f ica incorporado no tecido cicatricial e não pode
ser faci lment e identificado.
TÉCNICA
• Faça uma incisão de 12, 5 a 17,5 cm de comprimento
para lela à borda med ial do tendão de Aqui les .
• Abra a ba inha do t endão na li nha média e, com o pé f ixo
em 20 graus de fl exão planta r e sem retira r as bord as
irreg ulares, suture as extremidades do te ndão de Aquiles
junta mente com sutu ras absorvíveis 2-0 .
• Se o tendão plant ar estiver intacto (Fi g. 48- 17 A), divida
sua inserção no ca lcâ neo; em segu ida, utili zando uma
pinça e começando dist almente, abra o tendão para
forma r uma membrana .
• Coloque esta membrana sobre a reparação do tendão de
Aquiles e suture-a no local com suturas interrompidas
(Fig . 48-178). Quando possível , cubra o tendão de Aqui les B
2,5 cm t anto proximal quanto distalmente ao reparo .
• Se o te ndão planta r delgado também fo r romp id o, disse- iâ[riil;t!imlf.I Técnica Lynn para o reparo de ruptura aguda do
qu e-o do tendão de Aquiles por vários ce ntímet ros e tendão de Aqu iles. A, Tendão de Aquiles rompido foi suturado,
libere-o proxim amente, utili za ndo um extrato r de tend ão e o tendão plantar de lgado fo i dividido distalmente e é espa-
(tendon striper). lhado para fora para formar membrana . B, O tend ão plantar
•E m seg uida, puxe o tendão distalmente na incisão, espa-
espalhado é colocado sobre o reparo do tendão de Aqui les e
lhe-o como um enxerto livre e cubra o reparo conforme
suturado no local. VEJA A TÉCN ICA 48-10.
já descrito.
•Feche a bainha do tendão de Aqu iles estendendo-se o
mais dist al mente possível sem tensão e, em segu ida,
feche a feri da.
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os cuidados no pós-ope- • Solte o tendão f ibular cu rto da sua inserção através de
rató ri o são os mesmos utilizados após o t rata mento da uma peq uena in cisão na base do quinto metat arso .
rupt ura aguda do tendão de Aqu iles (Técnica 48-11 ). •Libere o septo aponeu rótico, separando os compartimen-
t os lat eral e poste rio r, e pu xe o fi bular curto li berado para
prime ira in cisão .
•Disseque a t uberosidade do ca lcâ neo, e fa ça um f uro
ABERTA DA RUPTURA largo o bastante pa ra a passagem do ten dão através do
DO TENDAO DE AQUILES - TEUFFER diâmetro transversa l do osso.
•Passe o tendão fibular curto através deste furo e volte
, TÉCNICA lmlm___ proximalmente ao lado do tendão de Aquiles, reforçando
o loca l da ruptura e suture-o no própri o t endão fibular
•Expo nha o tendão de Aquiles e a t uberosidade do calcâ - curto, produzindo um circui to dinâm ico (Fig . 48-1 8).
neo at ravés de uma incisão longitud inal posterolatera l. Tu rco e Sp inella descreveram uma modificaçã o na qual
•I de ntifique e prot eja o nervo sura l na pa rte proximal da o tendão f ibular curto é passado através de uma fenda
f erid a. no cot o dista l do te ndão de Aqu iles. O enxerto é sut urado
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS
Tend ão de \
Tendão de Tendão
Aquiles---
fibular
curto
O@ii;J.!ElJEI Sutura em laça da dinâmica do t endão fibul ar O!ijll;MDD Modificação de Turco e Spinella . O tendão fibular
curto sobre si mesmo, quando a sutura terminoterminal não é curto é passado através da f enda do plano médio coronal, no coto
possível. VEJA A TÉCNICA 48-11 . distal do tendão de Aquiles, e é suturado ao coto e ao tendão.
VEJA A TÉCNICA 48-11.
• RUPTURA CRÔNICA
A definição de uma ruptura "crônica" tem variado entre aqueles que
tiveram as lesões diagnosticadas e tratadas após mais de 48 horas e
aqueles que foram tratados até 2 meses após a lesão. Parece haver certo
consenso de que uma ruptura diagnosticada entre 4 a 6 semanas após
Equino ..Y- a lesão deverá ser considerada urna ruptura crônica, e que estas são
7 8 9
mais difíceis de tratar que as lesões agudas. Após uma semana da
ruptura do tendão de Aquiles, qualquer espaço entre as extremidades
do tendão é preenchido com tecido cicatricial. Se não for tratada, o
tendão é cicatrizado de forma alongada, deixando o paciente com
limitação da realização do movimento de flexão plantar contra resis-
) •Utilize uma pequena pin ça hemost ática para soltar a tência no lado afetado. Atividades como correr, saltar e subir ou descer
bainha do tendão subjacente do tecido subcutâneo; escadas ficam gravemente comprometidas. A atrofia da panturrilha
passe uma sutura não absorvível nº O ou nº 1 em uma geralmente está presente, o tendão de Aquiles frequentemente perde
agu lha de forma direta, a partir da lesão da incisão aberta o seu contorno normal e um defeito visível no tendão também pode
lateral através do corpo do tendão, e sa indo na lesão da estar presente. A RM pode ser útil para estimar a distância entre as
incisão media l (Fig. 48-20, Passo 1) extremidades rompidas do tendão (Fig. 48-21 ). As rupturas crôni cas
•Com uma ag ulh a reta passada em ca da uma das extre- aparecem como uma área de sinal de baixa intensidade em imagens
midades da sutura , cruze as agulhas no interior do corpo ponderadas em Tl e com alteração de sinal em T2.
do tend ão e perfure a pele imediatamente dista l ao local Se houver dor local, edema ou limitação funcional, indica-se a
da ruptura do tendão; amplie os locais de sa ída da agulha realização de urna reconstrução ou reparação posterior. Em ad ultos
com um bisturi (Fig. 48-20, Passo 2), e puxe a sutura mais ativos, é preferível realizar a reparação, mas geralmente isso não
tota lmente através da in cisão; fixe a sutura dentro da é possível. Para rupturas que ocorreram há mais de 3 meses, o trata-
porção proximal do tendão rompido. mento dep ende dos seguintes fato res: idade, nível de atividade e grau
•Com a sutura latera l já inserida em uma ag ulha curva, de comprometimento funcional. Várias técnicas têm sido descritas
passe a sutura de volta, através da lesão da última incisão, para a reconstrução de um a ruptura do tendão de Aquiles negligen-
para sair quase na posição central do coto distal do ciada (Q uadro 48-4). Se o rompimento for inferior a 3 cm após o
tendão rompido na face latera l (Fi g. 48-20, Passo 3). desbridamento e a lesão tiver ocorrido a menos de 3 meses, a repara-
Amplie o furo com um bisturi antes de puxar a sutura. ção direta muitas vezes é possível. Se, no entanto, a ruptura do tendão
•Util ize uma pinça hemostática para soltar o tecido sub- for superior a 3 cm (casos mais comuns), devem ser utilizadas técnicas
cutâneo da ba inha do tendão subjacente (Fig . 48-20, adicionais, tais como a transferência de tecido local, o reforço com
Passo 4). outras estruturas, tecidos si ntéticos e aloenxertos.
•Utili zando uma agu lha reta, passe a sutura latera l através A plastia em V-Y (Técnica 48- 17) e a fáscia do tríceps sural
do corpo do coto distal do tendão; amp lie a lesão na qual inferior (Técnica 48- 16) podem ser utilizadas para reforço e trans-
ferências locais de tendão (flexor longo do hálux, flexor longo dos
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS
descri tas para transfe rências de tendão, mas há poucos relatos sobre
QUADRO 48 _4 Técnicas par? de os seus resulta dos em longo prazo. Maffulli et ai. descreveram uma
Rupturas Cronicas do Tendao de técnica "menos invasiva" para a transferência do tendão fibu lar curto
Aquiles através de duas incisões em linha paramediana e recomendaram esta
técnica para os espaços do tendão com menos de 6 cm.
• Reparo primário (raro)
• Reforço
• Enxerto livre do tendão e fáscia TRANSFERÊNCIA DO TENDÃO FIBULAR
Fáscia lata CURTO PARA RUPTURAS _
Doação de tendões (tendão semitendíneo, fibular, NEGLIGENCIADAS DO TENDAO DE
grácil e tendão patelar) AQUILES
•Avanço da fáscia
Plastia em V-Y TÉCNICA
Rotação de enxerto da fásc ia do gastrocnêmio-sóleo
inferiormente (MAFFULLI ET AL.)
• Transferência loca l do tendão
Flexor longo do há lux •Faça uma incisão proxima l longitudinal de 5 cm e 2 cm
Flexor longo dos dedos mediaimente à extremidade pa lpável do coto proximal.
Tendão fibular cu rto • Faça uma segunda incisão long itudina l de 3 cm de com -
Tendão fibular longo primento distalmente à lesão, a 2 cm lateral à margem
Plantar delgado lateral do coto distal (Fig. 48-22A). Tenha cu idado para
Tibial posterior evitar lesões no nervo sural. Para isso, faça a incisão o mais
próximo possível do aspecto anterior da borda latera l do
• Reforço sintético ou por aloenxerto
tendão de Aquiles (posteriormente ao nervo sural).
• Filamentos de poliglicol
•Faça uma incisão long itudina l de 2 cm na base da quinta
• Tela de Marlex
metata rsa 1.
• Enxerto vascu lar de Dacron
• Mobilize o coto do tendão de Aqu iles dista l, liberando
• Fibra de carbono
todas as aderências peritendíneas, especialmente em seu
• Aloenxerto tendíneo
aspecto lateral. Resseque a extremidade do tendão rompido
Modificado de Coughlin MJ, Schon LC: Disorders of tendons. ln Coughlin MJ, até atingir o tendão saudável e aplique uma sutura para
Mann RA, Saltzman CL, editors: Surgery of the foot and ank/e, ed 8, Philadel- bloquear (Vicryl nº 1) ao longo da borda livre do tendão e,
phia, 2007, Elsevier. por consequência, imped ir a separação dos feixes.
• Mobilize o coto do tendão proximal através da incisão proxi-
mal, libere quaisquer aderências e solte os tecidos moles da
dedos, tendão fibular curto e longo, e plantar delgado) podem ser região anterior ao tríceps sural, para possibilitar a excursão
uti lizados para preencher defeitos maiores (Tabela 48-3). Técnicas máxima e minimizar a distância entre os cotos do tendão. )
m inimamente invasivas e endoscopicamente assistidas têm sido
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
• TENDÃO
48 - 3
Fibular curto
Comparação dos Tendões para a Transferência Tendinosa no Tratamento de Ruptura
Crônica do Tendão de Aquiles
FORÇA
COMPARADA
AO CSG
18 vezes
VANTAGENS
Em fase com o CSG durante marcha
PROBLEMAS
Perda de força de eversão
mais fraco normal A transposição de lateral para medial do
Compartilhou o papel como extensor enxerto não reproduz a inversão normal
plantar do tornozelo realizada pelo tendão de Aquiles
Relativamente próximo ao tendão de Lesão do nervo sural durante a retirada
Aquiles, mas em um compartimento do enxerto
muscular separado
Flexor longo dos 27 vezes Em fase com o CSG em marcha normal Déficit de flexão dos dedos do pé
dedos mais fraco Compartilha o papel como extensor Deformidades menores dos dedos
plantar do tornozelo Lesão do nervo ou artéria durante a
Relativamente próximo ao tendão de retirada do enxerto
Aquiles
Flexor longo do 13 vezes Em fase com o CSG em marcha Perda de força durante a fase de
hálux mais fraco Participa da flexão plantar do tornozelo desprendimento da marcha
Mais próximo do tendão de Aquiles Deformidade em garra do hálux
Metatarsalgia de transferência
Lesão do nervo ou artéria durante a
retirada do en xerto
GSC: complexo sóleo-gastrocnêmio.
I
da frente do gesso é removida após 6 semanas de fisiote-
rapia. Os pacientes gera lmente retomam a estabi lidade do
tornozelo durante as próximas 2 a 3 semanas.
Aquiles
\
d e - --, f
•Faça uma incisão curvilínea e posteromedial, estendendo
proxima lmente o necessário para a mobilização do tendão.
• Solte os músculos gastrocnêmio e sóleo individualmente na
reg ião proximal da perna, com combinações de dissecção e
raspagem para fornecer uma mobi lização adicional.
•Resseque a ma ior parte do tecido cicatricial, e faça o
reparo conforme descrito para as rupturas agudas, através A
de suturas de tensão e de reforço com o tendão plantar.
•Mantenha o joelho flexionado e o pé em posição equina h@IJ;Mml!'I Técnica para a ruptura crônica do tend ão de
durante a reparação, para alivia r a tensão. Aq uil es. A, Exposição do tendão de A quiles e da tuberosidade
através de uma incisão posterolateral. O tendão fibular curto é
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O cu idado no pós- ope- passado através de um túnel na tuberosidade e é suturado ao
ratório é o mesmo descrito para a pós-reparação de uma tendão de Aqu il es. B, O tend ão plantar delgado é passado através
ruptura aguda do tendão de Aqu il es (Técnica 48-11 ). das extremidades rompidas do tend ão. VEJA A TÉCNICA 48-15.
• Rebata a tira dista lmente, passe-a transversalmente através • Identifique e proteja o nervo sural.
)
do tendão proxima l (Fig. 48-24A), e insira-a no local com •Faça uma incisão na fáscia profunda. Ela deverá estar
sutura absorvível. ali nhada com a incisão na pele.
•Passe a t ira dist almente e tra nsversa lmente através da •Resseq ue o te cido cicatricial das extremida des do t endão.
extrem idade dista l do tendão; passe-a novamente através • Meça o co mpri mento da lesão do tendão com o joelho
desta extrem idade, da parte anterior para a posterior. em 30 graus de flexão e com o tornozelo em 20 graus
• Enquanto segura o joelho a 90 graus e o tornozelo em de flexão plantar.
flexão plantar, passe a tira de fáscia de forma justa pelo • Faça uma incisão em V invertido através da aponeurose
coto priximal e sut ure-a com Catgut cromado. com o ápice ao longo de sua parte central. Deixe os
• Traga a tira proxi mal mente e passe-a transversalmente braços da incisão pelo menos 1,5 vez mais longos que a
através da extrem idade proxima l do tendão; leve-a dista l- lesão do tendão, para que uma configuração em Y seja
mente e sutu re-a em si mesma (Fig . 48-248 e C). possível (Fig. 48-258).
• Feche a lesão e apl ique um gesso longo para a perna, • Puxe o reta lho distalmente e aproxime as extremidades do
deixando o joelho em fl exão e o pé em fl exão plantar. tendão rompido com suturas não absorvíveis interrompidas.
•Feche a parte proxima l da incisão em um a co nfi guração
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O cui da do no pós- ope- em Y (Fi g. 48-25C).
rat óri o é o mesmo descrito para a pós-reparação de uma • Suture o peritendão com suturas não absorvíveis inter-
ruptura ag uda do t endão de Aquiles (Técnica 48-7). rompidas.
• Feche a fáscia profunda e o tecido subcutâneo da forma
rotineira, e aplique um gesso cruropodálico com o joelho
em 30 graus de flexão e o tornozelo em 20 graus de
flexão plant ar.
REPARO DIRETO DE RUPTURAS
NEGLIGENCIADAS - ABRAHAM E CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Entre a sexta e a oitava
PANKOVICH semana, o gesso longo será removido e um mais curto será
Abra ham e Pankovich descreveram um retalho ten di noso aplicado e utilizado por 1 mês. A sustentação de peso é
em V-Y pa ra a reparação de rupturas crônicas do tendão de perm iti da. Após a remoção do gesso, um salto de 3 a 5 cm
Aqu iles. O ava nço em V-Y pode ser necessário, caso ma is de elevação é utilizado por 1 mês, e exercícios de alonga-
de 80 % do tendão esteja envolvido. Ele t ambém é útil mento progressivo são imediatamente iniciados.
quando de 1 a 3 cm de tendão devem ser ressecados.
A 8 e
h[êjil;f4E!m Reparação da ruptura do tendão de Aquiles com o flexor longo do hálux. A, Duas incisões são feitas. Incisão mediana
medial no médio pé é utilizada para liberar o tendão do flexor. Incisão posteromedial anterior ao tendão de Aquiles é utilizada para
expor o tendão. B, O túnel é feito profundamente à inserção calcânea do tendão e é direcionada plantarmente. O segundo túnel é
realizado de medial para lateral, para cruzar com metade do primeiro túnel, através do corpo posterior do calcâneo. C, O flexor longo
do hálu x é entrelaçado através da parte restante do tendão de Aquiles, com o objetivo de garantir a fixa ção e a suplementação de
tendão. VEJA A TÉCNICA 48-18.
•Faça uma incisão direta através da pele, dos tecidos sub- QUADRO 48 _5 de Complicações
)
cutâneos e da bainha do tendão, minimizando a dissec- apos o Reparo Aberto da
ção subcutânea. Inspecione a substância do tendão. Ruptura do Tendão de Aquiles
•Direcione a dissecção profunda ao paratendão, criando
retalhos de espessura total para evitar necrose na pele. A classificação de Wong et ai.
•Faça uma incisão na fásc ia profunda longitudinalmente leve
sobre o compartimento posterior, e exponha o extensor • Ferida operatória
longo do hálux. Puxe o tendão do flexor longo do hálux • Infecção superficial
do mediopé até a ferida operatória. • Hematomas na ferida
•Faça um túnel transversal imediatamente dista l à inserção • Atraso na cicatrização da lesão
do tendão de Aquiles, a meio caminho, da medial para a • Aderência da cicatriz
lateral (Fig. 48-26B). • Granuloma na sutura
•Faça um segundo túnel verticalm ente, profundamente à • Necrose na pele
inserção do tendão de Aqui les, para que ele seja unido •G era l
ao primeiro túnel. Ampli e o túnel com um grande grampo •Dor
de fechamento temporário. • Alterações de sensibilidade
•Puxe a sutura de marcação através do túnel , a partir da • Ruptura da sutura
posição proxima l até a distal, utilizando um passador de Grave
sutura. • Ferida operatória
•Passe o tendão do flexor longo do hálux através do túnel • Infecção profunda
e comece a tecer a partir da posição distal até a proximal, • Fístula crônica
através do tendão de Aquiles, utilizando instrumento • Geral
para tecer o tendão até que o comprimento total do •Trombose venosa profunda
tendão retirado tenha sido usado (Fig . 48-26C). •Alongamento do tendão
•Prenda o trançado com diversas suturas de Dracon 1-0. • Morte
• Se desejar, o reparo poderá ser reforçado usando o
tendão plantar delgado ou uma tira central do tendão de A classificação de Kocher et ai.
Aqu il es, conforme previamente descrito. Grave
•Feche o pa ratendão utilizando suturas absorvíveis. Fech e •Morte
os tecidos subcutâneos e a pele de ambas as incisões. • Embolia pulmonar
•Aplique compressas estéreis e coloque a perna em um •Trombose venosa profunda
gesso posterior, sem sustentação de peso, com a f lexão •Pneumonia
plantar em 15°. • Necrose na pele
• Formação sinusal
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O gesso é trocado em 4 • Fístu la
semanas para um que possibilite que o paciente ande, ou • Alongamento do tendão
uma prótese removível com o tornozelo em posição neutra; • Segunda cirurg ia
este deverá ser utilizado por mais 4 semanas. Um programa Moderado
de reabilitação é in iciado com o forta lecimento e exercí- • Atraso na cicatrização
cios de amplitude de movimento na oitava semana. O •Granuloma
paciente permanecerá com a prótese removível até que seja • Infecção clínica
obtido um grau de força entre 4 e 5 e 1O graus de dorsifle- • Lesão neurológica
xão. Atividades esportivas são restritas por 6 meses.
leve
•Aderência
• COMPLICAÇÕES
Wong et al. e Kocher et al. classificaram as complicações após a mesmo com a lesão no tendão e tiveram um atraso prolongado do
reparação aberta de rupturas do tendão de Aqui les como leves, tratamento. Deiscências graves de sutura, perda de pele e necrose do
moderadas ou graves (Quadro 48-5). A complicação mais comum tendão podem exigir procedimentos reconstrutivos complexos,
parece se r a ruptura recorrente. Taxas de rupturas relatadas após incluindo retalhos do pedículo local e retalhos livres.
o tratamento cirúrgico são de 3%, com as mais altas relatadas
após tratamentos feitos sem cirurgia. A RM é útil para delinear o
comprimento do defeito do tendão, avaliar a morfologia de suas RUPTURA DO MÚSCULO GASTROCNÊMIO
extremidades e identificar quaisquer processos patológicos. Lesões
no nervo sural foram relatadas em 3 a 40% de reparações percutâ- A ruptura musculotendinosa do músculo gastrocnêmio geralmente
neas e de O a 20% de reparações abertas. Problemas de cicatrização ocorre na inserção da cabeça medial na aponeurose do sóleo. É mais
da ferida operatória podem ocorrer após a cirurgia para rupturas do comum em atletas do sexo masculino e de meia-idade, durante a sobre-
tendão de Aquiles, variando de aderências a infecções profundas carga excêntrica com o joelho estendido e o tornozelo em dorsiflexão,
associadas à deiscência de sutura e necrose do tendão. Os pacientes como ao jogar tênis ou correr. Embora seja raramente confundida com
com infecção profunda geralmente são mais velhos, com história de a ruptura do tendão de Aquiles, esta condi ção pode ser confundid a
uso crônico de corticosteroides que mantêm as atividades diárias co m a ruptura do tendão plantar delgado ou, o que é mais importante,
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS
fase 4 geralmente precisam realizar tratamento cirúrgico. Vários forta lecimento isométrico. A cadeia cinética f echada é
estudos indicaram que os atrasos no tratamento cirúrgico resultam iniciada na fase 2, quando o edema e a dor já não estão
em resultados piores, enquanto outros não encontraram tal correla- presentes. A fase 3 deverá ser composta de exercícios
ção. A partir de 2 semanas, mas mais comumente entre 4 a 8 semanas específicos, evitando a sobrecarga excêntrica. O retorno
após a ruptura do tendão do quadríceps, a retração do músculo de até total às atividades pode ser fe ito quando 85% a 90% da
5 cm pode ocorrer, o que faz necessário o procedimento de alonga- força e amp litude de movi mento total são alca nçados.
mento do quadríceps, transferência musc ul ar ou tendinosa, ou um a
combinação de todas essas técnicas. Para ruptu ras do mecanismo
extensor na fase final (fase quatro), a reparação ocorre conforme
descrito para a ruptura aguda do quadríceps (Técnica 48-26) ou do • FRATURA POR ESTRESSE AO LONGO DA
tendão da patela (Técnicas 48-21 ou 48-22). PATELA
A mesma carga sendo suportada rep etidamente pode causar tendi-
• TENDINITE PATELAR CRÔNICA nite patelar ou até mesmo a ruptura do tendão patelar pode resultar
Alternativas sugeridas para abrir a tenotomia patelar de um joelho em uma fra tu ra por estresse da pateta, geralmente em atletas jovens.
de saltador crôn ico incluem o exercício excêntrico, inj eções de escle- Inicialmente, uma reação por estresse pode desenvolver sintomas de
rosantes na área dos neovasos e nervos na lateral dorsal do tendão baixo grau, que, se recon hecidos e tratados com restrição de ativi-
patelar, injeções de PRP (plasma), raspage m artroscópica na mesma dades, poderão ser eliminados. Caso as atividades sejam mantidas,
área e terapia extracorpórea realizada através de ondas de choque. uma fratura por estresse pode se desenvolver. O local mais comum
Estudos sobre a eficácia do treinamento excêntrico tiveram resultados para a ocorrência da fra tura por estresse é na junção dos terços
conflitantes, com um deles relatando um estudo controlado e rando- médio e distal da pateta, onde as fibras do distais do tendão quadri-
mizado que pode ser comparável à cirurgia, e outro relatando que não ciptal e as proximais do tendão patelar fund em-se e se inserem .
houve nenhum efeito em um programa de treinamento excêntrico de
12 semanas. Um estudo controlado e randomizado comparando inj e-
ções de polidocanol esclerosante e o desbridamento astroscópico TÉCNICA ......
descobri u que pacientes tratados com o desbridamento sentiram
menos dor, estavam mais satisfeitos com os seus resultados e retor- • Para fratura por estresse ao longo do polo inferior da
naram mais rap idamente para a prática de esportes. O uso do PRP patela (Fig . 48-28), faça uma incisão longitudinal na linha
fo i descrito em um pequeno estudo com 15 atletas com joelho de média do joelho ou uma incisão transversa l cu rvi línea
saltador crônico, e fo i relatado que eles obtiveram melhoras, estatis- pa ra expor a fratura .
ticamente significativas, na dor e função. Um estudo randomizado • Se a fratura tiver ocorrido há várias semanas, curete as
e controlado comparando a injeção guiada por ultrassom de células superfícies fraturarias para reavivá-las e insira parafusos
autólogas do tendão derivadas da pele e a injeção de plasma autólogo esponjosos verticais (4,0) paralelos ao longo do polo infe-
só obteve um a resposta mais rápida e mais melhorias na dor e rior. Se necessário, pode-se fazer um reforço com suturas
função com a terapia celular. Resultados satisfatórios foram obtidos não absorvíveis passadas circunferencialmente através
em 74% dos 83 joelhos tratados com a terapia extracorpórea por dos furos do parafuso.
ondas de choque, com atletas retornando à atividade esportiva em • Como uma etapa opcional, utilize uma serra osci lante
uma média de 6 semanas. pa ra levar um bloco de enxerto de 1O mm de la rgura x
15 mm de comprimento e deslize-o distalmente ao longo
do local da fratura.
• Feche a lesão normalm ente e aplique um gesso circu lar.
....- ,..
- Enxerto
defe nda
sistêmico, diabetes, gota, hiperparatireoidismo, urem ia e obesidade, histórico de atividades com salto ou agachamentos. Por vezes, um
têm sido associadas ao rompimento do meca nismo do quadríceps. estalo pode ser ouvido no momento da lesão. O exame físico geral-
A relação entre a inj eção prévia de esteroides, bem como o uso de mente revela um defeito (gap) palpável no tend ão do quadríceps e a
corticosteroides ou antibióticos da classe fluoroquinolona com a patela pode ser infe ri ormente deslocada. Edema e equimose podem
ruptura do tendão, tem sido documentada. ocorrer. A dific uldade ou a incapacidade de elevação da perna com o
joelho estendido (straight-leg raising) está presente. Isso pode ser
• ANATOMIA E FISIOPATOLOGIA menos evidente com um meca nismo extensor intacto. A ruptura do
Muitos estud os têm indicado que a tendin opatia degenerativa está tendão patelar provoca resultados semelhantes, mas tem como adicio-
presente antes da ruptura do tendão; no entanto, uma análise histo- nal urna patela deslocada superiormente. Uma radiografia lateral pode
lógica mais recente de 22 ten dões do quadríce ps rompidos descobri u revelar uma patela deslocada superiormente, especialmente se o
alterações degenerativas em apenas 64%, com a frequência de ta is joeU10 estiver flexio nado. Se houver dúvidas em relação ao di agnós-
alterações aumentando com a idade. Vár ios autores documentaram tico, a RM ou ultrasso m podem ser úteis.
um histórico de dor antes da ruptu ra. Ocasionalmente, com o no
caso de um atleta, nenhum históri co de dor é relatado. Isso é com -
patível com um processo subclíni co. Alterações degenerativas ("sinal
• TRATAMENTO DA RUPTURA AGUDA DO
do dente"), como a observada em uma visão tangencial da patela, TENDÃO PATELAR
podem indicar desarranj os significativos no m ecanismo do qu ad rí- A ruptura do tendão patelar geralmente ocorre no polo infe rior da
ceps (Fig. 48-29) . patela; a pateta é parte do segm ento proximal do tendão e pode ser
retraída de 3 a 5 cm proximalmente em relação à sua posição normal
• AVALIAÇÃO CLÍNICA devido ao do encurtamento do músculo do qu adríceps (Fig. 48-30).
O diagnóstico da ruptura do mecanismo extensor pode ser difíc il e Rupturas recen tes deve m se r reparadas caso as condições da pele
frequentemente é atrasado, especialmente em pacientes com membros estejam adequadas para o procedimento. É importante ficar atento
infe riores grandes. A ruptura do mecanismo extensor deverá ser sus- à posição da patela no pl ano sagital, para evitar uma patela alta
peitada em pacientes de m eia-idade ou idosos que apresentem edema, demais ou baixa demais. É recomendado o tensionam ento da sutura
dor e limitação funcional do joelho, principalmente se houver um pa ra permitir entre 90 e 100 graus de flexão passiva.
E» PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
li@ll;t!im:lm A ltera ções degenerativas (sinal do dente) na vista tangencial da patela indicando alterações significativas no meca-
nismo do extensor.
Í[I
\
A B
li!ijii;@mllI!) Radiografias laterais e anteroposteriores da O@i@HIIJI Técn ica de reparo de uma ruptura aguda do
ruptura do tendão patelar. tendão patelar. VEJA A TÉCNICA 48-21.
O!§l@HJ:l!I Reparo do tendão com laço Mersilene. A, Trajeto iUffi);tjmEI Técnica de reparo de uma ruptura aguda do
dos túneis ósseos. B, Sutura do tendão rompido. VEJA A TÉCNICA tendão patelar. As suturas entrelaçadas são presas através de
48-21. furos vertica is paralelos feitos na patela, e de um furo transversa l
fe ito na tuberosidade tibia l. VEJA A TÉCNICA 48-21 .
longo do coto do tendão patelar, e passe-as através dos
furos na patela, puxando o tendão de forma segura para
o polo inferior da patela. Este procedimento pode ser CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Aplica -se um gesso cilín-
realizado com um passador de sutura ou pino "Beath". drico com o joelho em extensão ou uma órtese articulada
•Flexione o joelho a 45 graus e coloque uma pinça hemos- travada na extensão, e a sustentação de peso é permitida
tática em paralelo ao teto da fossa intercondi lar, para de acordo com a tolerância do paciente. Exercícios de
garantir que não haja patela baixa demais. O polo inferior elevação da perna reta são iniciados em 3 semanas. Após
da patela deverá estar no mesmo nível ou ligeiramente 6 semanas, o gesso é removido e uma órtese para controle
acima da pinça hemostática. de movimento com uma amplitude de movimento entre O
•Sepulte os nós da sutura não absorvíveis superiormente a 45 graus é uti lizada . O movimento aumenta entre 1O a
à patela profundamente ao tendão do quadríceps e os 15 graus a cada semana . Mu letas são utilizadas para a
mantenha no local até o fechamento dos dois acessos locomoção com a órtese até que a força e movimento
verticais no quadríceps com suturas absorvíveis nº O. suficientes tenham sido recuperados. Caso um fio de
• O tendão deverá ser reparado de forma adjacente à tensão tenha sido utilizado para proteção, ele poderá ser
superfície articu lar e não na superfície anterior da patela. removido entre 1O e 12 semanas, com anestesia local.
Caso isso não seja feito, a patela poderá ser inclinada e
haverá aumento nas forças femoropatelares .
• Identifique a extensão total da lesão retinacular e repare-o REPARAÇÃO COM ÂNCORAS DE
com suturas absorvíveis nº O ou suturas absorvíveis nº 2.
•Se o tendão patelar estiver muito esgarçado, duas suturas
SUTURA
não absorvíveis nº 5 entrelaçadas podem ser uti lizadas TÉCNICA
para proteger o tendão, conforme será descrito posterior-
mente. Utilize um objeto para retirar a sutura ou um pino (DEBERARDINO E OWEN S)
Beath para passar as suturas através de túneis de 3 mm,
um deles horizonta lmente, na tuberosidade tibial, e dois •Através de uma incisão longitudina l na linha média sobre
verticalmente, na patela (Fig . 48-32) . Caso não seja pos- o tendão patelar, faça a incisão do peritendão longitudi-
sível obter a fixação segura através deste método, reforce nalmente e disseque-o para longe do tendão subjacente.
a área de reparo com o tendão semitendíneo ou do grácil. •Rea lize o desbridamento ou resseque qualquer tecido do
•As rupturas através da substância do tendão podem ser tendão que seja grosseiramente patológico.
reparadas com suturas entrelaçadas contínuas inseridas •Para rupturas na substância média do tendão, exponha
nos feixes de base dista l e proxima l e podem ser presas toda a extensão do tendão e insira dois pontos em
através de furos verticais para lelos na patela e um furo Krackow em cada coto do tendão, uti lizando sutura não
transversal feito na tuberosidade tibia l (Fig . 48-33) absorvível nº 2 ou nº 5. Faça a reparação do retináculo
Repare os feixes individuais lado a lado, depois que o com suturas absorvíveis. Com o joelho tota lmente esten-
comprimento adequado do tendão for determinado. dido, una os quatro fios proximais com os distais.
• Se necessário, após a conclusão do reparo, coloque uma •Para a avu lsão proximal do tendão patelar, exponha o
sutura de tensão circunferencial com fio não absorvível nº 5. polo patelar inferior e insira três âncoras de sutura de )
W.Jill PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
de forma equidistante ao longo do sítio anatômico de inser- joelho envolvido durante a cirurgia para determinar o comprimento
) adequado do tendão.
ção do tendão. Puxe a sutura através do orifício de ancora-
gem pa ra produzir braços de sutura longos e cu rtos. Passe Diversos métodos de reconstrução do tendão patelar têm sido
o braço de sutura longo para baixo e atrás do coto do tendão descr itos. Se uma parte suficiente do tendão patelar estiver presente
de acordo com o procedimento de Krackow, e utilize o braço para o reparo, um reforço com o tendão semitendíneo ou grácil pode
curto para reduzir o tendão até a patela (Fig. 48-34A). ser indicado. Se a ruptura tiver ocorrido há vários meses, um alo -
Amarre firmem ente cada sutura de reparação. enxerto pode ser utilizado, e o aloenxerto do tendão de Aquiles tem
•Para a avulsão distal do tendão, o mesmo procedimento é sido usado com sucesso nesses casos.
utilizado, mas as âncoras de sutura são inseridas na tube-
rosidade da t íbi a e o tendão é reparado neste (Fig. 48-34B) . ALOENXERTO DO TENDÃO DE
• Flexione o joel ho para verifi car se há formação de espaços. AQUILES
Feche o peritendão com sutura s absorvíveis.
TÉCNICA
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A sustentação de peso é
•Faça uma incisão longitudin al começa ndo entre 3 a 4 cm
permitida com o joelh o imobilizado totalmente estendido.
acima do po lo superior da patela estendendo-se distal-
A esta bilidade da reparação do tendão determina o quanto
mente à tuberosidade tibial.
de fl exão pode ser permitido no início, com uma amp litude
•Através de uma dissecção subcutânea romba, exponha o
de movimento ativa assistida. O movimento progride de
mecanismo extensor media l e lateralmente através do
acordo com a tolerância do paciente, com o objetivo de
plano da bolsa pré-patelar. Proteja med iaimente o ramo
atingir uma fl exão de 90 graus entre 4 a 6 semanas, e o
infrapatelar do nervo safena, se possível.
movimento pleno entre 1O a 12 semanas. As contrações
•Faça uma incisão lo ngitudinal através da bainha do
isométricas do quadríceps podem ser realizadas imediata-
tendão e do tecido cicatricial na parte central do tendão
mente após a cirurgia, evoluindo para a elevação da perna
patelar e exponha o resta nte do tendão. Se um a quanti-
reta na 6ª semana. O pleno retorno às atividades não é
dade suficiente de tecido estiver presente para ad icionar
permitido por 6 meses.
força estrutura l à reparação, reavive as extremidades do
tendão pa ra que elas possam ser uti lizadas posterior-
mente, conform e descrito pa ra o procedimento de reforço
• TRATAMENTO DA RUPTURA CRÔNICA DO do tendão.
TENDÃO PATELAR •Li bere o retin áculo lateral e faça uma dissecção romba
Quando uma ruptura do tendão patelar tiver ocorrido há mais de 6 para libera r as goteiras lateral e medial no recesso supra-
semanas, a patela será retraída proximalmente e poderá exigir uma patelar.
liberação cirúrgica extensa para mobilizá-la distalmente ao nível • Caso seja necessária maior mobilização, utili ze uma ele-
adequado. Mesmo que a tração pré-operatória através de um fio de vação periostea l para li bera r o músculo vasto intermédio
Kirschner inserido transversalmente na patela tenha sido recomen- do fêmur. Raramente uma liberação medial será necessá-
dada, acreditamos agora que melhores resultados podem ser obtidos ria para completar o quadricepsp lastia conforme descrito
com a liberação proximal do tecido cicatricial e urn a quadriceps- por Th ompson, e isso deve ser evitado, se possível, para
plastia de Thompson modificada (Cap. 45), se necessário. Antes da dimin uir a probabilidade de alterações avascu lares na
cirurgia, radiografias laterais da extre midade não envolvida deverão patela. A incisão latera l possibilita a in speção das estru-
ser obtidas com o joelho flexionado a 45 graus, para que a altura da turas intra -articu lares e da arti culação femoropatel ar.
patela seja avaliada; elas são comparadas com as radiografias do
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS flllll
1
Contorno
do osso
para
A a calha B e
O@ll;@Ba Técn ica de reconstrução de uma ruptura crônica do tendão patelar utilizando aloen xerto do tendão de Aquiles. A,
Leito medindo 3 cm de comprimento, 2 m de largura e 1,5 cm de profundidade é realizado na tuberosidade; o enxerto é modelado
para encaixar corretamente. B, O braço centra l do enxerto é inserido através de um túnel longitudinal de 9 mm e, em seguida, através
da abertura vertical no tendão do quadríceps. O túnel é central mente inserido para evitar a penetração da cart ilagem articular. C, O
enxerto é preso com múltiplas sutura s. VEJA A TÉCNICA 48-23.
•Caso um aloenxerto seja necessário, tivemos bons resul - moles do polo inferior da patela e nas extremidades do
tados utilizando o tendão de Aq uiles, assim como os tendão do quadríceps, imediatamente acima do polo
tib iais e dos t endões dos isquiotibiais. Insi ra o aloenxerto superior da patela (Fig. 48-35C ).
sobre a tuberosidade tibial a uma distância de 4 cm dista l •O comprimento adequado do enxerto é determinado ao
à linh a da articular para estimar o comprimento ade- certificar-se de que o joe lho seja flexionado a 90 graus,
quado da cana leta a ser feita nessa área. ava li ando o índice lnsa ll , e medindo o al inhamento do
•Utilize uma serra oscilante para fazer a canaleta entre 2,5 polo inferior da patela, além de garanti r que ele fique
e 3,0 cm de comprimento, 1,5 e 2,0 cm de largura e 1,5 para lelo ao teto do intercôndi lo com o joelho a 45 graus.
cm de profundidade. Com o joelho estendido, deverá haver uma fo lga, em
•Modele o osso corticoesponjoso ligado ao tendão de torno de 1,5 cm no tendão patelar. Obtenha uma radio-
Aqui les para que ele seja bem enca ixado na calha (Fig . grafia em perfil para confirmar a altura patelar correta
48-35A). Após garantir o alinhamento adequado, pren- comparada com a extrem id ade não envolvida.
da-o nessa posição com dois parafusos esponjosos de 4 •Quando a altura adequada da patela fo r determinada,
mm, uti lizando uma técn ica de parafuso interfragmentar utili ze várias suturas interrompid as para prender o coto
ou dois parafusos esponjosos de 6,5 mm de rosca parcia l. do tendão patelar ao enxerto, o qua l passou através da
• Identifique a inserção do tendão patelar na área centra l fenda da linha média do coto patelar.
do polo inferior da patela e insi ra um fio de Kirschner • Feche a liberação lateral com o joelho flexionado a 30
através do loca l, sa indo superiorm ente 3 mm posterior à graus e verifique cu idadosamente a excursão pate lar e o
parte central do tendão do quadríceps. ângu lo quadricipta l.
•Passe uma broca de 8 ou 9 mm sobre o f io de Kirschner •Pre nda os feixes medial e lateral do enxerto ao retinácu lo
e utilize uma lima para dar contorno às bordas do túnel. med ial e lateral através de suturas não absorvíveis nº O.
•D ivida o tendão de Aquiles em três fe ixes, com o terço •Feche a bainha do tendão com suturas interrompidas
central apresentando metade da espessura dos outros 2-0, feche o tecido subcutâneo com suturas absorvíveis 2-0
dois terços do tendão. Esse feixe centra l deve ter entre e feche a pele normalmente.
8 e 9 mm de diâmetro e deve ser li berado dista lmente •Alternativamente, insira as âncoras de sutura no polo
o suficiente para permitir que o enxerto seja mobilizado distal da patel a e do córtex anterior da patela e utilize-as
até o po lo infer ior da patela sem alterar os dois ramos para segurar o tendão na patela. Estenda o tendão sobre
laterais. o tendão do quadríceps e a fáscia muscu lar e prenda-o
• Insira um chuleio não absorvível nº 2 na ramificação com suturas não absorvíveis.
central e passe-o da parte inferior para a superior, através •Se o reforço do reparo for necessário, utilize uma sutura
do túnel na patela, sa indo por uma f enda no tendão não absorvíve l nº 5, colocada através dos furos feitos na
quadríceps, imediatamente superior a sua inserção patelar patela e no tubércu lo da tíbia. Também é possível utilizar
(Fig. 48-35B). Um passador de ligamentos pode ser útil. um f io de aço ou cabos de cerclagem.
• Prenda o tendão no local com mú lti plas suturas não •Ap li que um gesso ci líndrico ou imobilizador de joelho
absorvíveis interrompidas através do enxerto nas partes com o mesmo estend ido. )
llll!ID PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
A B
H@ii;Mmlit Técnica para a reconstrução tardia em um tempo do tendão patelar. A, O pino Steinmann através do furo transversal
na patela é utilizado para a tração distal. B, Tendões semitendíneos e do grácil proximalmente divididos são inseridos através de túneis
e o fio de fixação também é inserido. C, Com a patela na posição normal, o fio de fixação fica preso e os tendões semitendíneos e do
grácil são suturados entre si . VEJA A TÉCNICA 48-24.
Tendão patelar
vascularizado,
atenuado e
cicatrizado
A B
-' -Tendão do
)
1
músculo grácil
-Tendão do O@ii;f4mli) Técnica de reconstrução de
músculo rupturas negligenciadas do tendão patelar.
semitendíneo A, Encurtamento em Z do tendão patelar e
alongamento em Z do tendão do quadríceps.
B, As suturas presas são inseridas nos tendões.
C, Os tendões do semitendíneo e grácil são
retirados com os instrumentos e suturados
juntos. D, Tendões são passados através do
furo transversal na patela e suturados juntos
com a técnica de Krackow. E, Tendões são
presos ao tendão patelar subjacente. VEJA A
e D E TÉCNICA 48-25.
um novo gesso cilíndrico ou órtese é aplicado. Em 6 •Suture o tendão (Fig 48-378.) e obtenha uma radiografia
semanas, são instituídos vigorosos exercícios de elevação anteroposterior; compare-a com a imagem obtida antes
da perna reta com pesos e flexão ativa. da cirurgia da extremidade não envolvida para determinar
a altura patelar adequada.
•Quando uma posição satisfatória for obtida, coloque múl-
tiplas suturas absorvíveis nos tendões do quadríceps e
REFORÇO COM AUTOENXERTO DE patelar, para fi xar o reparo.
FLEXORES - MANDELBAUM, •Exponha a inserção distal da pata de ganso e retire os
BARTOLOZZI E CARNEY tendões do semitendíneo e grácil com o auxilio de um
extrator de tendão (Fig. 48-37C).
TÉCNICA •Una os tendões com múltiplas suturas absorvíveis inter-
rompidas.
•Faça uma abordagem na linha média para o tendão •Passe os tendões através de um túnel transversal na parte
patelar. Faça uma artrotomia medial para a inspeção da média da patela e através de um túnel transversal na
articulação e lise de aderências, se necessário. tuberosidade da tíbia, formando a figura de um oito.
•Faça uma incisão de alongamento em Z no tendão do • Utilize suturas entrelaçadas, conforme descrito por Krackow,
quadríceps e uma incisão de encurtamento em Z através Thomas e Jones, para realizar a sutura do tendão em si
do tendão patelar, utilizando uma dissecção cuidadosa mesmo (Fig . 48-370).
para preservar o pedículo vascular nos retalhos proximal •Fixe os enxertos ao tendão patelar subjacente (Fig. 48-37E),
e distal (Fig. 48-37A). e feche a lesão normalmente. )
PARTE XIII MEDICINA ESPORTIVA
1• 11 •1 O cuidado no pós-ope-
ratório é o mesmo descrito após a reconstru ção de uma
ruptura negligenci ada do tendão patelar (Técnica 48-23).
• RUPTURA AGUDA
Rupturas agudas do tend ão do quadríceps geralmente resultam da patela
de uma contração excê ntrica do mecanismo exten sor contra uma
descarga súbita de peso corporal com o pé fixo no solo e o joelho
fl etido. O tendão do quadríceps geralmente se ro mp e transver-
salmente na junção osteotendínea em pacientes mais velhos e na
substância do tendão ou na junção miotendínea em pacientes
mais jovens. Um estudo com cadáveres identificou uma zona
hipovascular no tend ão do quadríceps situada de 1 a 2 cm do A
polo sup erior da p atela, o que corresponde ao local de ruptura
es pontânea relatado n a literatura. A ruptura frequentemente se 'i[ijl!;fflml!EI Técnica de reparo de uma ruptura aguda do
estende através do tendão do vasto intermédio, ligeiramente pro- quadríceps femoral. A, Duas suturas paralelas bloqueadas são
ximal à ruptura do tendão do reto fe moral. Rupturas incompletas inseridas no tendão do quadríceps. Uma pequena calha é feita
geralmente podem ser tratadas conservadoramente, dependendo no aspecto anterior do polo superior da patela. Suturas de col-
da extensão da lesão e da ocu pação ou at ivid ade esportiva do choeiro horizontais são posicionadas no coto vasto intermédio. B,
paciente, com a imobilização do joelho em extensão total durante Suturas no vasto intermédio são puxadas anteriormente através
6 semanas, seguid o por exercícios protegidos de fortalecimento do reto e amarradas enquanto o tendão é mantido na posição
e amplitude de movimento. Quando o b om controle do quadrí- anatômica, através de suturas posicionadas distalmente através
ceps é recuperado e o paciente pode realizar a elevação da perna de túneis; em seguida, as suturas são distal mente amarradas. VEJA
sem sentir desconforto a imobilização será progressivamente A TÉCNICA 48-26.
descontinuada.
Para rupturas completas, a correção cirúrgica deve ser reali-
zada o mais cedo possível. Atrasos na correção cirúrgica podem •Se quantidade suficiente de tendão for deixada dist al-
complicar o processo de reparação e levar a resu ltados insatisfató- mente, faça um reparo t erminoterminal utiliza ndo diver-
rios. Sem a sua inserção distal tendinosa intacta, o quadríceps sas suturas de colchoeiro não absorvíveis nº 2 ou nº 5 e
começa a retrair nos primeiros dias após a lesão. Após 72 horas, a suturas absorvíveis nº O para a reparação do retináculo.
retração pode fa zer com que a aposição das extremidades do tendão Alinhe cuidadosamente o tendão, e avalie a excursão e o
lesionado seja difícil e pode aumentar a tensão na linha de sutura. posicionamento patelar. Utilize um fio ou sutura circun -
Embora várias técnicas tenham sido descritas para a repara- ferencial para proteger a repara çã o.
ção de rupturas do tendão do quadríceps, nenhuma fo i comprova- • Em ruptura s na junção osteotendinosa, um coto de 8 a
damente a mais eficaz e confiável. A maioria das técn icas envolve 1O mm do vasto intermédio muitas vezes fica aderido à
a reparação do tendão com suturas passadas através de túneis patela. Coloque suturas nº O não absorvíveis através do
perfurados na patela, embora âncoras de sutu ra tenham sido coto, e deixe-as de lado para uso posterior.
usadas em seu lugar. Se uma técnica de retalho local for utilizada • Com uma rugin a, faça uma pequena cana leta no polo
para o reforço, o tendão proximal à ruptura deve ser avaliado superior da patela.
cuidadosamente para evitar a formação de mais uma área enfra- •Perfure três túneis longitudina is a cerca de 1 cm de dis-
quecida. A reparação pode ser protegida por um fio circunferen- t ância entre si e centrados sobre a área prevista de fi xação
cial, suturas fortes não absorvíveis ou por uma técnica de Bunnell do tendão do quadríceps.
através do retináculo medial e lateral. • Passe uma sutura não absorvível nº 5 proximalmente
através do tendão do quadríceps, utilizando uma su tu ra
entrelaça da de bloqueio para uma distância de 2,5 cm, até
que a aparência normal do tendão seja alcançada. Passe a
sutura distalmente de modo semelhante, terminando bem
REPARO DA RUPTURA AGUDA lat eralmente à linha centra l do tendão rompido .
DO TENDÃO DO QUADRÍCEPS • Passe suturas semelhantes ao longo do lado medial do
FEMORAL tendão e distalmente, como descrito anteriormente.
•Passe a sutura distalmente com um instrumento para
TÉCNICA resgatar suturas ou um pino Beath e segure-a com uma
pi nça hemostática.
•Faça uma incisão lon gitudin al na linha médi a de 15 a 20 •Rea li ze movimentos de fl exo-extensão, dentro do arco de
cm de comprimento para expor a ruptura. movimento normal, para ava liar o posicionamento e
•Irrigue o hematoma e revive as extremidades do tendão. excursão patelar.
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS
A B e
H@ihf4m'D Alongamento do tendão de Codivilla e reparo do tendão do
quadríceps.
A B
r;tamlmI!I Tenodese subpeitoral do bíceps (ver texto). A, Incisão da pele. B, Afastamento do múscu lo peitoral. C, Tend ão do
bíceps puxado para a ferida operatória. D, Suturas de Krackow entrelaçadas ao tendão proximal. E, Fio-guia inserido no sulco bicipital
para a criação do túnel. F, Inserindo o parafu so de interferência . (Reformulado de Mazzocca AD, Rios CG, Romeo AA, Arciero RA: Subpectora l
biceps te nodesis with interference screw fixation, Arthroscopy 2 1:896, 2005.) VEJA A TÉCNICA 48-28.
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOSTRAUMÁTICOS -
Tendão rr> \ 1
A subluxação e luxação dos tendões fibulares são incomuns e frequen-
temente são causas negligenciadas de dor lateral no tornozelo. Devido
do tríceps 1
ao fato de que a lesão aguda pode mimetizar a entorse lateral do
Epicôndi lo ) tornozelo e que ela pode ocorrer ao mesmo tempo de urn a lesão
medial ',' Ep1cônd1lo do ligamentar lateral do tornozelo, o diagnóstico pode ser difícil. Em
lateral um estudo, apenas 60% dos distúrbios dos tendões fibulares foram
Sutura diagnosticados com precisão na primeira avaliação clínica. Essas
- -----Olécrano lesões são mais frequentes em indivíduos atletas e jovens que partici-
A B pam de esportes corno esqui, futebol, basquete, rúgbi, patinação no
gelo, tênis, futebol americano e ginástica; a subluxação crônica foi
h@lhf4ml19 Reparo da av ulsão ou ruptura do tendão do relatada sem qualquer histórico de um evento traumático específico.
tríceps. A, Um pedaço da sutura Mersilene é passado através do furo O retináculo fibular superior é um restritor primário à insta-
no olécrano. B, Este pedaço é enroscado através de um a grande bilidade dos tendões fibulares no maléolo fibular. Ele estende-se a
agu lha e um laço é feito ao longo do tendão; em seg uid a, a agulha uma distância proximal de 3,5 cm a partir da ponta do maléolo
passa transversalmente através do tendão e outro laço é feito. lateral e fica posterolateralmente fixo no calcâneo e na fáscia pro-
funda adjacente ao tendão de Aquiles. Os tendões fibulares podem
ser deslocados dentro das bainhas dos tendões, mas são mais comu-
mente deslocados para fora delas e para fora do sulco do tendão.
A musculatura fibular é contraída e vence a resistência dos tecidos
moles. Os tendões deslocam-se anteriormente a partir da parte pos-
terior da fíbu la distal. Uma forte contração dos fibulares com o pé
em dorsiflexão pode causar fa lha do retináculo fibular superior,
resultando em subluxação ou deslocamento dos tendões. Uma
inversão com o pé em flexão plantar também pode estirar ou avul-
sionar essa estrutura.
Fatores anatômicos que podem predispor o deslo camento
recorrente incluem a insuficiência do retináculo superior, um sulco
raso ou uma superfície posterior convexa da fíbula distal. Deformi-
dades congênitas, como o tálus vertical congênito e pé plano-va lgo
também têm sido descritos como fatores de risco para a instabili-
dade do tendão fibular.
• CLASSIFICAÇÃO
Lesões do tendão fibular foram classificadas primeiramente pela
localização. Em um sistema de classificação (Shawen e Anderson),
as lesões da zona I envolvem o sulco fibu lar e geralmente o tendão
fibular curto; as lesões de zona II estão locali zadas no tún el do
h!riiJ'iTl!mJm " Reparação anatômica do sítio de inserção (foot cuboide e envolvem principalmente o tendão fibular longo. Na
print) do tendão do tríceps" utilizando âncoras de sutura para modificação do Oden em relação à classificação de Eckert e Davis
fornecer uma área mais amp la para o contato entre o tendão e (Fig. 48-46.), as lesões são divididas em quatro categorias. Para
o osso. (Reformulado de Yeh PC, Dodds SD, Smart LR, et ai: Distal lesões de grau l , o padrão mais comum(> 50%), o retináculo fib ul ar
tri ceps rupture, J Am Acad Orthop Surg 18:31, 2010.) superior é elevado para fora da fíbula com os tendões fib ulares
situando-se entre o osso e o periósteo. Para lesões de grau 2, a pro-
eminência fibrocart ilaginosa atrás da inserção lateral do retináculo
delgado autólogo está entrelaçado com o coto proximal e distal do fibular sup erior é avulsionada, juntamente com o retináculo e os
tecido do tríceps, para aum entar a resistência do reparo. tendões, que são deslocados por baixo dessa crista. Para lesões de
Mú ltiplos procedimentos têm sido descritos para o tratamento
de rupturas crônicas, incluindo a rotação de retalho do ancôneo ou *Disponível , em inglês, em www.expertconsu lt.com.
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS
TÉCNICA
(ZOELLNER E CLANCY)
A e
O@ii;f4mll!!I Técnica para o deslocamento recorrente do tend ão fibular. A, Com os tendões afastados, o retalho cort ica l osteope-
riosteal é elevado ao longo do aspecto posterolateral da fíbul a distal, deixando intacta a margem posteromedial em forma de
dobradi ça . B, O retalho é posteriormente dobrado, e o osso esponj oso é re movido do aspecto posterior da fíbula para o su lco aprofundado.
C, O retalho periostea l é posteriormente girado sobre os tendões no sulco . VEJA A TÉCNICA 48-32.
CAPÍTULO 48 DISTÚRBIOS TRAUMÁTICOS Gim
APROFUNDAMENTO
INDIRETO {IMPACTAÇÃO)
DO SULCO FIBULAR
TÉCNICA
(SHAWEN EANDERSON)
• TRATAMENTO
QUADRO 148 _7 da
lnstab1hdade do Tendao do
A cirurgia é indicada para um ombro persistentemente sintomático.
Com base na classificação artroscópica da instabilidade do bíceps, a
Bíceps
tenodese do bíceps foi recomendada para todas as luxações anterio-
Direção da instabilidade res, caso não sejam redutíveis de forma confiável.
•Anterior A tenodese do bíceps ao úmero pode ser realizada juntamente
• Posterior com a excisão do tendão intra-articular proximal, através do intervalo
• Anteroposterior do manguito rotador e o reparo da lesão do manguito, conforme
Grau da instabilidade indicado. Para lesão aguda envolvendo a fratura da tuberosidade
•Nenhuma menor, a fixação da tuberosidade e o reparo do ligamento transverso
• Subluxação do úmero devem ser realizados. Os sintomas crônicos de fratura do
•Luxação aspecto medial do sulco intertubercular deverão ser tratados com
Grau de lesão tenodese, seguido da excisão do tendão intra-articular através de uma
•O (normal) pequena incisão no intervalo do rotador.
• 1(lesão pequena)
• li (lesão maior) TRATAMENTO DO DESLOCAMENTO
Lesão/rompimento do manguito rotador
• A (intacto) DO TENDÃO BRAQUIAL DO BÍCEPS
• B (espessura parcial)
•e (espessura total)
TÉCNICA
• Em casos raros quando nenhuma condição patológica
De Lafosse L, Rei land Y, Baier GP, et ai: Anterior and posterior instability of the
existir no manguito rotador, utilize uma abordagem ante-
long head of the biceps tendon in rotator cuff tears: a new classification based
rior através do su lco deltopeitoral. Identifique a cabeça
on arthroscopic observations, Arthroscopy 23:73, 2007. longa do tendão do bíceps, depois faça uma incisão pelo
ligamento transverso do úmero, estendendo-a abaixo
através do terço proxima l do tendão do peitoral maior.
Raramente, o tendão do bíceps pode ser colocado de
volta no sulco e o ligamento transverso do úmero pode
ser reparado com sutu ras interrompidas. Mais comu-
acreditam que ela seja mais comum que a subluxação anterior do mente, a tenodese deve ser rea lizada.
ombro e que seja frequentemente diagnosticada de forma incorreta, •Se um processo patológico do manguito rotador estiver
enquanto outros acreditam que ela seja extremamente rara. A sín- presente com o tendão do bíceps luxado, uti lize uma
drome do bíceps é mais frequentemente associada a uma grande abordagem anterossuperior, começando a incisão latera l
lesão do manguito rotador ou a uma fratura da tuberosidade menor, à articulação acromioclavicular e estendendo-a dista l-
resultando em uma incompetência do complexo sulco intertubercu- mente alinhada com as fibras do deltoide.
lar - ligamento transverso do úmero que resulta no deslocamento •Com uma dissecção subcutânea ampla, exponha o del-
medial do tendão. Um estudo com 200 pacientes com lesões do to ide e sua inserção.
manguito rotador identificou a instabilidade do tendão do bíceps em •Divida o deltoide, começando latera l à articulação acro-
45% - destes, 80% foram subltu:ações. A instabilidade posterior era mioclavicu lar e continuando 5 cm dista lmente na crista
a mais comum (53%), seguida pela instabilidade anteroposterior do deltoide. Não resseque o ramo acromial da artéria
(27%) e anterior (20%). As subluxações eram anteriores ou poste- toracoacromia l na dissecção proximal.
riores, enquanto as luxações eram apenas anteriores. Com base na •Disseque cuidadosamente o deltoide do acrômio, ante-
sua análise artroscópica desses pacientes, os autores desenvolveram riormente, uti lizando o eletrocautério; em seguida, realize
uma classificação artroscópica da instabilidade do tendão do bíceps, uma acromioplastia e, então, resseque o ligamento
de acordo com a direção e a extensão da instabilidade em relação ao coracoacrom ial.
sulco bicipital (subluxação ou luxação) (Quadro 48-7). • Fl exione o ombro, identifique a cabeça longa do tendão
do bíceps e faça uma tenodese deste no úmero, com
auxíl io de parafusos de interferência ou de tenodese ou
• AVALIAÇÃO CLÍNICA
âncoras de sutura.
O diagnóstico baseia-se no histórico de dor anterior e estalidos no
• Resseque a porção intra-articular do tendão e repare o
ombro anterior e com o estresse do tendão do bíceps. Testes pro- manguito rotador.
vocativos, como o teste de Yergason e a palpação do sulco bicipital • Feche a ferida de modo usual.
com o ombro abduzido a 90 graus, fazendo movimentos de rotação •Como alternativa, libere a fixa ção do tendão do bíceps
e interna e externamente contra resistência moderada, podem proximal por via astroscópica (Cap. 52) e, em seguida,
ajudar a fechar o diagnóstico. O teste de O'Brien e o "Speed Test" realize o procedimento de tenodese . Uma técnica subpei-
não são confiáveis para detectar a instabilidade braquial do bíceps. tora l (Técnica 48-28) também pode ser uti lizada .
Uma radiografia do sulco bicipital pode mostrar um sulco raso,
um ângulo de parede medial de menos de 45 graus, formação de CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Um imobilizador de ombro
osteófitos ou uma fratura consolidada da pequena tuberosidade. A deve ser utilizado por 2 semanas. Uma tipoia deve ser uti li-
IRM ou artrografia é útil para confirmar o diagnóstico. A ruptura zada por mais 2 semanas, e então deve-se dar início ao uso
do manguito rotador frequentemente é identificada, e a luxação ativo do ombro e aos exercícios. Se o manguito rotador for
medial do tendão pode ser notada na vista do sulco bicipital em reparado, a reabilitação depende do tamanho da lesão.
rotação externa.
CAPÍTULO 48 DISTÚRB IOS TRAUMÁTICOS GDlllll
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PARTE
1
INSTRUMENTOS E SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO 2362 LESÃO DOS MENISCOS E DO COX IM
EQUIPAMENTO 23 58 TORNIQUETE 2363 ADIPOSO 2366
ARTROSCÓPIO 23 58 SUPORTES PARA PERNAS LESÃO NOS LIGAMENTOS
CÂMERAS DE TELEVISÃO 2359 (LEG HOLDERS) 2363 CRUZADOS 2367
INSTRUMENTOS ACESSÓRIOS 2359 ANESTESIA 2364 LESÃO DAS ESTRUTURAS
Probe 23 59 EXTRA-ARTICULARES 2367
DOCUMENTAÇÃO 23 64 2367
Tesoura 2360 Vasos Sa nguíneos
Pinça Tipo Basket 2360 VANTAGENS 2364 Síndromes Compartimenta is 2367
Pinça de Grasper (Tração) 2361 DESVANTAGENS 2365 Nervos 2367
Lâminas de Bisturi 236 1 INDICAÇÕES E Ligamentos e Tendões 2368
Shaver (Sistemas de Raspagem CONTRAINDICAÇÕES 2365 HEMARTROSE 2368
Motorizados) 236 1 TÉCNICAS ARTROSCÓPICAS TROMBOFLEBITE 2368
1nstrumentos Eletroci rú rgicos, BÁSICAS 2365 INFECÇÃO 2368
a Laser e de Radiofrequência 236 1 TÉCNICA DE TRIANGULAÇÃO 2365 PARESIA CAUSADA PELO USO DE
Implantes 236 1 COMPLICAÇÕES 2366 TORNIQUETE 2369
Equipamentos Diversos 2362 LESÃO DAS ESTRUTURAS HERNIAÇÃO SINOVIAL E
CUIDADOS E ESTERILIZAÇÃO INTRA-ARTICULARES 2366 FÍSTULAS 23 69
DE INSTRUMENTOS 2362 QUEBRA DE INSTRUMENTOS 2369
Durante as últimas cinco décadas, a artroscopia mudou radicalmente projetado pelo professor Hopkins, de Reading, Inglaterra, e (3)
a abordagem do cirurgião ortopédico no diagnóstico e tratamento de sistema de lentes de índice graduado (GRIN). A tecnologia de fibra
diversas doenças articulares. Um alto grau de precisão clínica, com- óptica, o uso de lentes de aumento e os mo nitores digitais possibi-
binado com a baixa morbidade, encorajou o uso de artroscopia para litaram avanços na construção do artroscópio. Os novos artroscó-
auxiliar o diagnóstico, determinar o prognóstico e, frequentemente, pios oferecem maior campo de visão com diâmetros de escopo
proporcionar o tratamento. Os procedimentos artroscópicos devem menores, melhor profundidade de campo com óptica aperfe içoada
servir como adjuvantes e não como substitutos de avaliação clínica; a e melhor fluxo através da bainha.
artroscopia não substitui as habilidades clínicas. Certos aspe cto s determinam as carac terísticas ópticas de
Aperfeiçoam entos progressivos n os sistemas de lentes dos um artroscópio. Os m ais importantes são o di âm etro, o ângulo
artroscópios e de fi bra óptica, na miniaturização e nos instru- de inclinação e o campo de visão. O ângul o de inclinação,
mentos cirúrg icos acessórios possibilitaram o avanço das técni- for m ado pelo eixo do art roscóp io e uma linha perp endicular à
cas artroscópicas para praticam ente todas as ar ti culações do superfície das lentes, varia de O a 120 gra us. Os artroscó pios
corp o, in cluin do o joelho, omb ro, quadril, tornozelo, cotovelo, de 25 e 30 graus são os m ais usados. Os de 70 e 90 graus são
pé, punho e mão. Até os procedimentos da coluna são cada vez úteis para ve r ao redor de cantos, com o os compartimentos
mais realizados com técn icas endoscópicas. Embora muitos pro - posteriores do joelho através da fo ssa intercondilar, mas apre-
cedimentos artroscópicos ten ham se mostrado superi ores às téc- sentam a desvantage m de torn ar a orientação mais difíc il para
nicas abertas precedentes, os resultados cir úrgicos não devem ser o obser vador.
sacrificados para que sejam expandi das as indicações dos proce- O campo de visão refere-se ao ângul o de visão circund ado
dimentos artroscóp icos. pelas lentes e varia de acordo com o tipo de artroscópio. O alcance
de 1,9 mm tem um campo visual de 65 graus; o alcance de 2,7 mm ,
um campo de 90 graus; e o alcance de 4 mm, um campo de 11 5
INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTO graus. Os ângulos de visão mais amplos torn am a orientação muito
mais fác il ao observador. A rotação dos art roscópios de visão
ARTROSCÓPIO oblíqua anterógrada (25 e 30 graus) permite uma área muito maior
da articulação a ser observada (Fig. 49 -1 ). A rotação dos artroscó -
O artroscópio é um instru mento óptico. Três sistemas ópticos pios de 70 gra us produz um campo de visão extremamente amplo,
básicos têm sido usados nos artroscópios rígidos: (1) o clássico mas pode criar um ponto cego central diretamente na fre nte do
sistema de lentes finas, (2) o sistema de lentes em bastonetes escopo (Fig. 49-2).
2358
CAPÍTULO 49 PRINC [PIOS GERAIS DA ARTROSCOPIA
i'à
manguito rotador (Fig. 49-3) .
• PROBE
O probe é, talvez, o instrumento de diagnóstico mais usado e impor-
tante, depois do artroscópio. O probe se torn ou conhecido ao longo
. . .............................. . dos anos como "a extensão do dedo do artroscopista''. Ele é usado
na artroscopia diagnóstica e operatória e é o instrumento mais
O@ii;t!iml19 Rota ção do artroscópio com ângu lo de 30 graus seguro qu e se pode utilizar no apre ndi zado de técnicas de triangu-
de inclinação causa um efe ito de varredura, aumentando o campo lação (Fig. 49-4). O probe é essencial para a palpação das estruturas
de visão em cerca de três vezes . O círculo pontilhado mostra o intra-ar ticulares e no planejamento da abordagem de um procedi-
campo visual e é comparado abai xo à esquerda com o círculo mento cirú rgico. Desenvolve-se rapidamente uma sensibilidade tátil
menor, que mostra o campo vi sua l do artroscópio de O grau . em relação ao que é normal e o que é anormal. É melhor "ver e
li!!§il;ME!m Rota ção do artroscópio com ângu lo de incl inaçã o de 70 graus. Esse instrumento faz varred ura de um grande cí rcu lo,
mas cria uma área cega diretamente a sua frente onde nada pode ser visto .
E?m) PARTE XIV ARTROSCOPIA
sentir" do que apenas "ver". O probe pode ser utilizado para sentir a • PINÇA TIPO BASKET
consistência de uma estrutura, como a cartilage m articular; deter- A pinça basket ou d e biopsia por punção é um do s instrum entos
min ar a profundidade de áreas de condromalácia; identificar e cirúrgicos artro scópicos mais utilizados (Fig. 49-5) . A pinça tipo
palpar as estruturas soltas dentro da articulação, como as lesões dos basket padrão tem uma base aberta que permite que cada p unção
meniscos; manobrar os corpos livres até posições de tração mais ou fragmen to de tecido se desprenda dentro da articulação e não
acessíveis; palpar o ligamento cruzado anteri or e determinar a requer que o instrumento seja removido e limpo a cada corte. Tais
tensão nas estrutu ras ligamentares e sinoviais dentro da articulação; fragmentos podem ser removidos posteriormente por irrigação ou
retrair as estruturas dentro da articulação para a exposição; elevar sucção. Esse instrumento está disponível em tamanhos de 3 a 5
um menisco de modo que a sua superfície inferior possa ser vis ua- mm , com um eixo reto ou curvo. É útil para aparar a borda peri-
lizada; e avaliar as fossas e recessos, tais como o hiato poplíteo férica dos meniscos, ou pode ser utili zado no lugar de uma tesoura
dent ro da articulação. A maioria dos probes possui ângulo reto, com para co rtar através do tecido meniscal ou outro tecido. As pi nças
um a ponta de 3 a 4 mm, e esse tamanho conhecido de gancho pode basket largas e rasas são excelentes para a abo rdagem do menisco.
ser usado para medir as lesões intra-articulares. A ampliação ocorre A co nfiguração das mandíbulas da pinça basket pode ser reta ou
com o artroscópio, e quanto mais próxi mo o ar troscópio, maior a do tipo gancho. Novamente, a configuração prefe rida é a do tipo
ampliação. Deve-se tomar cuidado ao utilizar a ponta do probe, e a gancho. As pinças basket estão disponíveis em uma variedade de
maior parte da palpação dentro da art iculação é fe ita, na verdade, ângulos, incluindo de 30, 45 e 90 graus, qu e são úteis principal-
com o can to (cotovelo) do probe, em vez de com a ponta ou o pé do mente para aparar as porções anteriores do menisco. Também
instrumento. podem ser obtidas em curvas de 15 graus para ressecção de mate-
ri al para baixo ou para cima, o que faci lita contornar o côndilo
• TESOURA femoral durante a ressecção do co rno posterior do menisco. Assim
As tesouras artroscópicas têm de 3 a 4 mm de diâmetro e estão como acontece com outro s instrum entos artroscópicos, a técnica
disponíveis em tamanhos pequenos e grandes. As mandíbulas da adequada consiste em fazer peq uenos cortes para evitar a pressão
tesoura podem ser retas ou do tipo gancho (Fig. 49-5). A tesoura excessiva nas arti culações e nos pinos do instrumento e para evitar
em forma de gancho é a preferida porque a co nfiguração das a ruptura frequente.
CAPÍTULO 49 PRINCÍPIOS GERAIS DA ARTROSCOPIA fm:llll
Existem pulsionadores articulados e com mandíbulas para pontas têm tamanhos variáveis para permitir o acesso às articula-
sucção que servem para cortar de forma limpa pequenos fragmentos ções menores ou mais compactas. Lâminas especiais foram projeta-
do menisco ou outros tecidos e aspirá-los da articulação da articu- das para o corte ou a regularização meniscal, para a ressecção
lação através de um canal na haste do pulsionador. Isso evita que os sinovial e para a regularização da cartilagem articular. Brocas espe-
fragmentos de tecido flutuem na articulação e bloqueiem a visão, ciais e esmeris foram projetados para a acromioplastia artroscópica
garantindo a remoção de todos os fragmentos livres. Esse instru- e reconstruções do ligamento cruzado anterior. A maioria dos siste-
mento, porém, geralmente é muito grande para alcançar as áreas mas usa um pedal para controlar o motor e permitir velocidade e
posteriores de difícil acesso. direção variáveis. Inverter a rotação da lâmina de corte de forma
intermitente, em geral, melhora a eficiência do corte e minimiza o
• PINÇA DE GRASPER (TRAÇÃO) entupimento com detritos. Os shavers têm sido desenvolvidos para
As pinças de grasper (Fig. 49-5) são úteis para recuperar materiais as articulações pequenas, com um aparador de 2 mm e broca.
da articulação, como corpos livres ou sinóvia, ou para colocar frag- Durante o uso do shaver, o efluxo proveniente do artroscópio
mentos meniscais e outros tecidos sob tensão durante o corte com deve ser fechado, não apenas para reduzir a possibilidade de sucção
um segundo instrumento. A maioria das pinças de grasper possuem excessiva, mas também para evitar que ocorra uma sucção acidental
algum tipo de travamento em seu cabo para prender o tecido dentro de líquidos de irrigação potencialmente contaminados de volta à
das mandíbulas. As mandíbulas da pinça de tração podem ser de articulação. Por fim, a ponta de corte deve estar sempre dentro do
ação individual e dupla, e podem ter dentes interdigitados serrilha- campo de visão e a posição da abertura deve estar localizada antes
dos regulares ou um ou dois dentes afiados para prender melhor o de o movimento de rotação da lâmina ser ativado.
tecido. A pinça de grasper de ação dupla, em que as duas mandíbulas
se abrem, são as preferidas principalmente para segurar um corpo • INSTRUMENTOS ELETROCIRÚRGICOS, A LASER
livre osteocartilaginoso, porque os tipos de ação individual frequen- E DE RADIOFREQUÊNCIA
temente permitem que ele deslize por entre as mandíbulas.
O eletrocautério tem sido utilizado como uma ferramenta artroscó-
• LÂMINAS DE BISTURI pica para o corte e a hemostasia com mais frequência após a sino-
A maioria das lâminas artroscópicas usadas atualmente são instru- vectomia artroscópica e descompressão subacromial. Também tem
mentos descartáveis e de uso único. Há vários modelos de lâminas sido utilizado para o corte e a hemostasia na liberação do retináculo
descartáveis: do tipo gancho ou retrógradas; lâminas regulares de lateral para o mau alinhamento da patela.
corte para baixo (retas e curvas); e lâminas de corte terminal do tipo Com um custo muito mais baixo, os sistemas de radiofre-
Smillie. As propriedades magnéticas também são úteis para recupe- quência produzem energia térmica semelhante a de lasers, que
rar a lâmina, se for quebrada inadvertidamente dentro da articula- caíram em desuso. Os dois tipos disponíveis são o monopolar
ção. Essas lâminas devem ser inseridas através dos revestimentos da e o bipolar. Os dispositivos monopolares usam uma proteção de
cânula ou envoltos dentro de um mecanismo de revestimento retrá- aterramente e extraem energia através do corpo. Nos dispositi-
til, de modo que a porção de corte da lâmina fique exposta apenas vos bipolares, a energia é transferida entre os eletrodos no local
quando entrar no campo de visão artroscópica, não quando entrar de tratamento. As discussões atuais incluem a profundidade de
através do portal de entrada. penetração do tecido, a quantidade de morte celular e a capa-
cidade dos dispositivos de monitorar e controlar a temperatura.
• SHAVER (SISTEMAS DE RASPAGEM As complicações relatadas da ablação do menisco por radiofre-
MOTORIZADOS) quência incluem lesões na cartilagem articular, osteonecrose e
lesão no tecido causado pelo irrigante.
Os sistemas motorizados de raspagem (shaver) têm, basicamente,
modelo semelhante, que consiste de uma bainha externa, oca e uma • IMPLANTES
cânula interna, oca e giratória, com aberturas correspondentes (Fig. Vários implantes, de metal e biodegradáveis, têm sido desenvolvidos
49-6). A abertura da bainha interna funciona como uma lâmina de para o uso em procedimentos artroscópicos, incluindo âncoras, dis-
dois gumes, cilíndrica, que gira dentro do tubo oco externo. A positivos de reparo do menisco e dispositivos para a fixação do
sucção através do cilindro traz os fragmentos do tecido mole para a tendão e do ligamento e reparo da cartilagem articular.
abertura, e, durante a rotação da lâmina, os fragmentos são cortados, As âncoras são utilizadas para fixar os ligamentos e tendões ao
aspirados e recolhidos num coletor de sucção. Várias pontas de corte osso, sem a necessidade de criar um túnel ósseo para a passagem de
têm sido desenvolvidas para situações e funções específicas. O diâ- suturas. Em vez disso, as suturas são passadas por um orifício exis-
metro da ponta de corte geralmente é de 3 a 5,5 mm, e muitas das tente na âncora, inserida no osso.
CUIDADOS E ESTERILIZAÇÃO DE
INSTRUMENTOS
O equipamento de artroscopia que é resistente ao aquecimento pode ser
esterilizado em autoclave. O equipamento sensível ao calor e à umidade
pode ser esterilizado com gás plasma de peróxido de hidrogênio de baixa Gravidade com sistema VAC de água. A gravi-
temperatura. Um processo de esterilização de baixa temperatura, a este- dade ou a bomba artroscópica podem ser usadas para fornecer o
rilização a gás, e o glutaraldeído ativado têm se demonstrado menos líquido . O influ xo pode ser por meio de bainha artroscópica ou
eficazes e têm mais possibilidade de efeitos colaterais. bainha de influ xo separado.
CAPÍTULO 49 PRINC ÍPIOS GERAIS DA ARTROSCOPIA fI!llll
influxo de pressão é utilizado, as pressões de distensão articular no SUPORTES PARA PERNAS (LEG HOLDERS)
joelho geralmente devem ser de 60 a 80 rnmHg. A visão e a hernos-
tasia do ombro geralmente são melhores quando a pressão de dis- A maior vantagem de um suporte para pernas é que ele permite a
tensão é mantida em aproximadamente 30 mmHg abaixo da pressão aplicação de estresse principalmente para abrir o compartimento
sanguínea sistólica. Em pacientes saudáveis, a anestesia hipotensora posteromediaJ para urna melhor visualização, manipulação do
pode ser utilizada para reduzir a pressão sistólica para aproximada- menisco e cirurgia meniscal do corno posterior, especialmente em
mente 100 mmHg, em que a pressão da bomba de nível de 70 a 80 joelhos estreitos. Como a coxa é firmemente presa pelo suporte
mm Hg normalmente oferece distensão segura e visão clara. Ols- para pernas, o número de posições diferentes nas quais a perna
zewski et a!, em um estudo prospectivo, duplo-cego e randomizado, pode ser colocada é um pouco limitado. Uma alternativa de
descobriram que a adição de epinefrina (1 mg por litro de solução suporte para pernas abrangente é uma barra lateral fixada à grade
salina) aumentou significativamente a visibilidade e reduziu a neces- ao lado da mesa de operações (Fig. 49-8). A face lateral da coxa
sidade de inflar o torniquete em 50%, em comparação com os distal pode ser alavancada contra essa barra para a abertura do
pacientes do grupo placebo que não tinham recebido epinefrina. Em compartimento posteromedial. A barra não restringe ou impede
pacientes com hipertensão ou problemas cardíacos, deixamos de que o joelho seja posicionado em um número quase ilimitado de
usar a epinefrina. Karaoglu et ai também descobriram que a adição posições, incluindo a fle xão e a posição do número quatro, por-
de uma pequena quantidade de epinefrina (50 mg/ 10 mL) na tanto, tem muitas vantagens sobre muitos dos dispositivos de
mistura de anestésico local pouco antes da injeção no local do portal suporte para pernas comerciais caros. É usada na maioria dos
melhorou a visualização artroscópica. procedimentos reconstrutores de joelho.
Devido ao aumento da probabilidade de extravasamento, as Além disso, o uso rotineiro de um suporte para pernas, principal-
pressões de distensão no cotovelo e no tornozelo devem ser manti- mente um que incorpore um torniquete dentro dos limites do suporte,
das em aproximadamente 40 a 60 mmHg com o uso de influxo por pode apresentar outras dificuldades. Em tal disposição, podem ocorrer
gravidade. O cirurgião deve estar ciente das variações individuais de grandes variações nas pressões do torniquete quando o estresse for
diferentes mecanismos de fluxo de bomba e sensores. Não usamos aplicado na perna. No entanto, não tivemos complicações específicas
bombas para a distensão em articulações pequenas. relacionadas a isso. Ademais, o dispositivo de sustentação da perna
pode fixar o fêmur distal de maneira tão firme que a o estresse aplicado
pode resultar em fraturas ao redor do joelho ou lesão nas estruturas
TORNIQUETE ligamentares. Tais ocorrências têm sido relatadas.
Assim, se a avaliação clínica sugerir doença do menisco no com -
Durante os procedimentos artroscópicos de joelho, tornozelo, coto- partimento medial, um suporte para pernas pode ser um auxílio signi-
velo e outras articulações distais, um torniquete quase sempre é ficativo. Por outro lado, se um problema na articulação patelofemoral
aplicado e inflado, conforme necessário. As contraindicações para a ou no compartimento lateral for previsto, urna barra de estresse em
utilização de torniquete incluem um histórico de tromboflebite e valgo pode ser escolhida para tornar a visualização desses comparti-
doença vascular periférica significativa. As vantagens do uso de mentos mais fácil. Para o reparo endoscópico do ligamento cruzado
torniquete são o aumento da visibilidade e o aumento não significa- anterior, deve-se usar uma barra lateral ou a parte final da mesa deve
tivo de morbidade pós-operatória, com tempo de torniquete menor ser dobrada para permitir a flexão completa e livre do joelho.
do que 90 a 120 minutos. As desvantagens do uso rotineiro do
torniquete incluem a descoloração da membrana sinovial, o que
dificulta a diferenciação e o diagnóstico de várias desordens sino-
viais, e a possibilidade de lesões isquêrnicas no tecido muscular e
nervoso com tempo de uso de torniquete prolongado, acima de 90
a 120 minutos. Muitos dos suportes para pernas comerciais utili za-
dos na artroscopia do joelho exigem que o torniquete seja colocado
dentro dele. Esses suportes podem funcionar de forma satisfatória
com o torniquete inflado ou não.
Kirkley et ai, num ensaio clínico prospectivo e randomi-
zado, não encontraram diferenças significativas entre os pacien-
tes nos quais se utilizou um torniquete e aqueles nos quais não
se usou. Houve uma tendência de menos dor pós-operatória no
início e avaliação da força isocinética ligeiramente melhor em
duas semanas naqueles nos quais não houve o uso de torniquete,
mas a visibilidade foi avaliada pelos cirurgiões como três vezes
melhor com o seu uso. Esses autores concluíram que o uso de
um torniquete a 300 rnmHg não afetou significativamente o
resultado funcional global. No seu ensaio prospectivo e
randomizado, incluindo 109 pacientes que se submeteram à
cirurgia artroscópica de joelho, com ou sem torniquete, Johnson
et ai não encontraram diferenças significativas entre os dois
grupos no que se refere à visão operatória, duração da operação,
intensidade de dor, necessidade de analgésicos ou complicações.
Como o uso de torniquete não pareceu melhorar a visão
operatória, esses autores não recomendaram o seu uso rotineiro O@il;@mJt Barra latera l fixada na grade latera l da mesa de
para a cirurgia artroscópica do joelho. operação.
lll!ll PARTE XIV ARTROSCOPIA
(por exemplo, do mecanismo extensor do joelho) são eliminados artroscópico. O influxo por gravidade deve ser usado, e a saída deve
por meio de técnicas artroscópicas; ser mantida para ajudar a evitar o aumento de pressões de líquido
• Redução do tempo de hospitalização. A maioria dos procedimen- compartimentai.
tos artroscópicos é realizado em regime de ambulatório;
• Redução da porcentagem de complicações. Complicações em pro-
cedimentos artroscópicos são relatadas apenas esporadicamente; TÉCNICAS ARTROSCÓPICAS
• Melhor avaliação no acompanhamento. A mínima morbidade
associada à artroscopia permite que os efeitos de um procedimento
BÁSICAS
cirúrgico anterior, como o reparo do menisco, sejam reavaliados,
caso a persistência dos sintomas justifique uma reavaliação. Esses A proficiência nas técnicas artroscópicas exige uma grande dose de
procedimentos de reinspeção são muitas vezes designados como paciência e persistência.
"relook" ou "second-look" ("segunda olhadela"); As técnicas são mais bem aprendidas quando se auxilia e
• Possibilidade de realizar os procedimentos cirúrgicos de difícil ou realiza os procedimentos cirúrgicos com um artroscopista expe-
impossível realização através de artrotomia clássica. Uma série de riente durante a residência, fellowship ou na prática. As fontes de
procedimentos cirúrgicos é realizada com mais facilidade com aprendizagem prática da American Academy of Orthopaedic Sur-
técnicas artroscópicas do que por meio de incisões de artrotomia geons e de sociedades da especialidade são excelentes maneiras de
aberta. Muitos meniscos que podem ser reparados são acessíveis aprender novos procedimentos. Os vídeos cirúrgicos da internet
apenas com técnicas artroscópicas e não podem ser visualizados também estão disponíveis em muitos sites de fornecedores.
de forma satisfatória por meio da artrotomia. As expectativas dos pacientes sobre o uso de técnicas artros-
cópicas têm criado enormes demandas sobre os cirurgiões
ortopédicos em prática. Um cirurgião não deve ceder a essas pressões
DESVANTAGENS para realizar um procedimento artroscópico difícil, para o qual
ainda não tenha adquirido habilidade suficiente. Se um procedi-
As desvantagens da artroscopia são poucas, mas podem ser signi- mento artroscópico não está progredindo como o esperado, talvez
ficativas para o cirurgião. Nem todo cirurgião tem o temperamento seja prudente interrompê-lo e retornar a um método aberto que deu
necessário para realizar a cirurgia artroscópica, pois ela exige que bons resultados no passado. Como as técnicas artroscópicas torna-
o traba lho seja feito por meio de pequenos portais, com instru- ram-se bem estabelecidas e os resultados continuam a melhorar, o
mentos delicados e frágeis. A necessidade de manobrar os instru- seu número está aumentando de forma constante. Há uma grande
mentos no interior de estreitos limites do espaço intra-articular curva de aprendizado para a conclusão bem-sucedida de procedi-
pode produzir desgastes e cortes consideráveis nas superfícies arti- mentos complicados, como a estabilização do ombro e o reparo do
culares, principalmente por um cirurgião inexperiente. Os proce- manguito rotador. O cirurgião praticante deve estar atualizado com
dimentos podem ser extremamente demorados no início da a literatura, participar de seminários e observar esses procedimentos
experiência com a artroscopia. Além disso, o equipamento espe- realizados por artroscopistas altamente qualificados. Os cirurgiões
cializado necessário é extenso e caro. ortopédicos devem realizar procedimentos de acordo com o seu
Embora essas desvantagens possam ser consideráveis, as van- nível de habilidade e ter em mente que um procedimento realizado
tagens para os pacientes geralmente as superam em grande medida. de forma hábil por meio de uma artrotomia aberta é preferível a um
procedimento artroscópico deficiente.
INDICAÇÕES E _
CONTRAINDICAÇOES TÉCNICA DE TRIANGULAÇÃO
Condições patológicas intra-articulares ou periarticulares podem A triangulação envolve o uso de um ou mais instrumentos inseridos
ser examinadas e tratadas por via artroscópica. No entanto, a expe- através de portais separados e conduzidos ao campo óptico do
riência anterior e as habilidades do cirurgião devem determinar se artroscópio; a ponta do instrumento e o artroscópio formam o
é uma técnica artroscópica ou aberta que irá assegurar o melhor vértice de um triângulo. O princípio da triangulação é a base para
tratamento possível para o paciente. As contraindicações são poucas. a artroscopia operatória. A triangulação distancia o artroscópio do
A artroscopia não deve ser usada numa articulação minimamente instrumento cirúrgico, permitindo a visualização seja ampliada e
comprometida, que responderá aos métodos habituais de trata- aumente o campo de visão. O ângulo de inclinação pode ser alte-
mento conservador. Além disso, o cirurgião não deve considerar a rado, a fim de proporcionar melhor acesso visual a mais áreas da
artroscopia antes de concluir um processo cuidadoso de histórico, articulação. A separação entre os instrumentos e o artroscópio
exame físico completo e diagnóstico não invasivo padrão. A artros- melhora a percepção da profundidade e, talvez a vantagem mais
copia é contraindicada quando houver o risco de sepse articular em significativa, permite o movimento independente do artroscópio e
decorrência de um problema cutâneo local, ou quando uma infecção do instrumento cirúrgico, o que é essencial para a artroscopia
indireta puder se espalhar no campo operatório. Uma anquilose operatória.
parcial ou completa ao redor da articulação é uma contraindicação Para iniciar a triangulação, o artroscópio deve estar a uma
relativa, embora o uso da artroscopia para a lise de aderências na distância da área a ser sondada para oferecer um campo de visão
região do joelho, ombro, cotovelo e tornozelo possa ser benéfico. amplo. Quando o instrumento estiver posicionado, o escopo e o
Importantes rupturas capsulares ou de ligamento colateral na instrumento avançam juntos em direção à área pretendida, redu-
articulação, que permitem excessivo extravasamento de líquidos zindo o campo de visão enquanto aumenta a ampliação. Um erro
para os tecidos moles, são contraindicações relativas para artros- cometido com frequência por artroscopistas iniciantes é colocar o
copia . Nessa situação, deve-se permitir que a cápsula "cicatrize", escopo muito perto dos objetos, perdendo, assim, o maior campo de
ou seja reparada, principalmente antes de qualquer procedimento visão necessário para manter a orientação visual constante.
@;til$ PARTE XIV ARTROSCOPIA
Aqui não
que é mais familiar. A lesão neurovascular é o maior risco da artros- antes da cirurgia. Os autores encontraram uma tendência para o
copia de cotovelo: os portais anteriores colocam os nervos radial e desenvolvimento de trombose venosa profunda quando havia
interósseo posterior em risco na parte lateral, e o nervo mediano em diversos fatores de risco pré-operatórios. Não houve correlação
risco no lado medial; os portais posteromediais colocam o nervo com o tempo de cirurgia, uso de torniquete ou anestésico. Demers
ulnar em risco. No entanto, a paralisia de nervos após a artroscopia et ai estudaram 184 pacientes por ultrassonografia uma semana
de cotovelo geralmente é temporária e resulta da anestesia local, do após a artroscopia, sem emprego de profilaxia. Trinta e três pacien-
uso de torniquete ou de ferimento contuso. Kelly et al relataram 12 tes (17,9%) foram diagnosticados com trombose venosa profunda;
paralisias nervosas temporárias em 473 artroscopias de cotovelo e 20 eram sintomáticas, e a maioria era proximal ou extensa. A trom-
identificaram a artrite reumatoide e as contraturas como fatores de bose venosa profunda aumentou consideravelmente com o tempo
risco significativos para o desenvolvimento de uma neuropraxia. de uso de torniquete de mais de 60 minutos. Numa meta-análise
Independentemente do local do procedimento artroscópico, uma de pacientes que não receberam medicação antitrombótica profi-
compreensão completa da anatomia local e a marcação precisa dos lática, Ilahi et ai encontraram uma taxa global de trombose venosa
tendões e estruturas neurovasculares são essenciais. A colocação profunda de 9,9% e de trombose venosa profunda proximal de
exata do portal e a distensão adequada antes da entrada na articulação 2,1 % após a artroscopia de joelho.
diminuem a vulnerabilidade do nervo. O uso cuidadoso de shavers Alguns relatórios sugerem que o uso de torniquete reduz a
menos agressivos é importante no trabalho próximo a estruturas incidência de tromboflebite, enquanto outros sugerem que a inci-
neurovasculares. dência é aumentada pelo seu uso associado a um suporte para
pernas. Poulsen et ai associaram o maior risco de trombose venosa
• LIGAMENTOS E TENDÕES profunda ao tempo de uso de torniquete superior a 60 minutos,
O ligamento colateral medial pode ser lesionado por portais mediais idade acima de 50 anos e histórico anterior de trombose venosa
acessórios na região do joelho ou por excesso de estresse em valgo profunda. Reigstad e Grimsgaard descobriram que a duração da
na tentativa de abrir o compartimento medial. Essa é uma possibi- cirurgia foi o único fator de prognóstico para as complicações pós
lidade real, se um suporte para pernas rígido for utilizado e um forte -operatórias; o uso de torniquete não aumentou a morbidade ou taxa
estresse em valgo for aplicado. Small relatou 160 lesões ligamentares de complicações nos seus 876 procedimentos. A trombose venosa
de joelho em 1986, dos quais 143 envolviam um suporte para pernas profunda do membro superior é rara. Randelli et ai, numa pesquisa
(leg holder). Três fraturas femorais foram relatadas, mas, surpreen- na Internet, da Sociedade Italiana de Cirurgia de Joelho, Artroscopia
dentemente, nenhuma envolvia o uso de um dispositivo de suporte e Traumatologia do Esporte, encontraram seis de 9.385 pacientes
para pernas. Em 1988, a frequência dessa complicação havia dimi- relatados. No entanto, usamos dispositivos de compressão de
nuído de forma drástica. membro inferior ao realizar uma cirurgia extensa de ombro nos
pacientes de risco. Minimizar o tempo de operação e de uso de
torniquete, evitar a imobilização pós-operatória e usar a trombopro-
HEMARTROSE filaxia (heparina de baixo peso molecular no pós-operatório) podem
ser medidas benéficas em pacientes suscetíveis a complicações
A hemartrose é a complicação pós-operatória mais comum, ocor- tromboembólicas.
rendo com mais frequência após as liberações do retináculo lateral
e as sinovectomias. Os vasos geniculares laterais superiores geral-
mente são seccionados em liberações do retináculo lateral e os vasos INFECÇÃO
geniculares laterais inferiores podem ser lacerados em um local
imediatamente anterior ao hiato poplíteo durante a meniscectomia Apesar dos antigos receios de infecção, o seu número efetivo rela-
lateral e a sinovectomia. Em 1988, Small relatou uma incidência de tado permaneceu extremamente baixo. Inúmeros pesquisadores
hemartrose pouco superior a 1%. A incidência aumentou para 4,6% publicaram grandes séries, todas com porcentagens de infecção infe-
durante os "releases" retinaculares laterais. Hemartrose persistente riores a 0,2%. Essa baixa incidência é, sem dúvida, resultado de
e inexplicável justifica estudos vasculares e de coagulação hemato- vários fatores, incluindo incisões limitadas, pacientes jovens e sau-
lógica para adoção do tratamento adequado. dáveis, tempo de operação curto e efeitos de irrigação e da ação
diluente das soluções de irrigação. Babcock et ai observaram, no
entanto, que quando tais infecções ocorrem, podem causar morbi-
TROMBOFLEBITE dade considerável. Eles mencionaram como fatores de risco o uso
de corticosteróides intra-articulares, o tempo de uso de torniquete
A tromboflebite é potencialmente a complicação pós-operatória prolongado, a idade do paciente de mais de 50 anos, a falta de novo
mais perigosa. Felizmente, não é comum após procedimentos preparo do local da cirurgia quando convertido para artrotomia, a
artroscóp icos de rotina. A incidência foi de 0,17% na avaliação de complexidade do procedimento e o histórico de procedimentos
complicações descritas em 1986 por Small, e 0,13 % em 1988, em anteriores. Os autores observaram que surtos de infecção relatados
todos os procedimentos artroscópicos nos membros inferiores. após artroscopia estavam relacionados a falhas no controle de infec-
Stringer et ai relataram trombose venosa profunda em 4,2% dos 48 ção ou a instrumentos contaminados.
pacientes avaliados com venografia após a artroscopia de joelho; O uso de antibióticos profiláticos ainda é controverso. Ao men-
nenhum teve embolia pulmonar. Em um artigo publicado em 1998, cionar o desenvolvimento de artrite séptica em nove pacientes após
Schippinger et al, usando ultrassonografia, flebografia e cintilogra- a artroscopia de joelho, D'Angelo e Ogilvie-Harris sugeriram que o
fia pulmonar no pré-operatório e cinco semanas de pós-operatório uso de antibióticos profiláticos pode ser economicamente vantajoso,
em 101 pacientes, revelaram oito casos de trombose venosa pro- considerando a imprevisibilidade dessa complicação e as suas graves
funda (4 silenciosas e 4 sintomáticas). Nove êmbolos foram detec- consequências. No entanto, Bert et ai reava liaram 3.231 cirurgias
tados, dos quais oito eram silenciosos. Todos os pacientes haviam artroscópicas de joelho e encontraram taxas de infecção de 0,15%
recebido 5.000 UI de heparina debaixo peso molecular 12 horas em pacientes que foram tratados com antibióticos e 0,16% naqueles
CAPÍTULO 49 PRINC[PIOS GERAIS DA ARTROSCOPIA fl1m
que não o foram. Esses autores concluíram que não havia utilidade dez dias, para permitir que a fístu la se feche espontaneamente. O
na administração de antibióticos antes da cirurgia artroscópica de fechamento cirúrgico raramente é necessário.
joelho rotineira. Kurzweil observo u que os antibióticos profiláticos
podem ser apropriados para reduzir o risco de infecção em pacien -
tes de "alto risco", como aqueles com diabetes, problemas imuno- QUEBRA DE INSTRUMENTOS
lógicos e doenças de pele. Judd et al relataram uma taxa de infecção
de 0,68% em 1.615 reconstru ções artroscópicas de ligamento Os instrumentos artroscópicos, ocasionalmente, podem se quebrar
cruzado anterior em pacientes com cirurgias prévias de joelho , dentro da articulação. Em uma pesquisa com mais de 9.000 casos,
principalmente, a reconstrução de ligamento cruzado anterior e a Mulhollan relatou uma incidência de 0,03% de instrumentos que-
fixaç ão de enxerto tibial com uma barra, com um aumento no risco brados; 0,01 % precisaram de artrotomia para a remoção da parte
de infecção. O uso rotineiro de esteroides intra-articulares no pós quebrada. Small relatou incidências de 0,1 % em 1986 e 0,05% em
-operatório tem sido associado a uma maior incidência de infecção 1988. As pinças basket podem se quebrar se o cirurgião tenta o corte
pós-operatória. de um fragmento excessivamente grande de menisco ou de outro
As taxas de infecção após a artroscopia de outras articulações tecido. O pino de fixação da extremidade cortante da pinça pode se
são igualmente baixas. Clarke et ai relataram apenas um caso de quebrar ou se soltar, fazendo com que a peça se solte dentro da
artrite séptica em 1.054 artroscopias de quadril consecutivas e as articulação. Urna quebra semelhante pode ocorrer com a tesoura.
infecções foram relatadas com ocorrência menos de 1% dos pacien- Os instrumentos de corte com lâminas descartáveis, especialmente
tes após a artroscopia de ombro e a artroscopia de tornozelo. Kelly os bisturis, não só podem se quebrar, mas podem se soltar do cabo
et ai relataram uma taxa de infecção de 0,8% em 473 artroscopias e cair dentro da articulação. Os instrumentos mais modernos estão
de cotovelo consecutivas. providos de pinos de tensão calibrada no interior do mecanismo de
Recomendamos que os locais de cirurgia sejam limpos e o uso corte, que se partem antes que o próprio instrumento se quebre.
máquinas de cortar numa área pré-operatória para a remoção de Se um instrumento se quebrar, o cirurgião deve fechar imedia-
pelos. Os antibióticos são administrados conforme as recomenda- tamente a cânula de efluxi, mas manter o influxo aberto para que a
ções da American Academy of Orthopaedic Surgeons para o total articulação permaneça distendida. A interrupção do efluxo reduz a
de articulações em que o paciente recebe 1 g de cefazolina por via turbulência, e a articulação imóvel ajuda a evitar que o fragmento
intravenosa dentro de 1 hora da incisão na pele. Pacien tes com mais desapareça do campo de visão, indo para outra parte da articulação.
de 80 anos recebem 2 g. Pacientes alérgicos a cefalosporinas recebem Se o instrumento quebrado estiver dentro do campo de visão,
profilaxia antibiótica alternativa. deve-se prestar total atenção para mantê-lo à vista para sua remoção.
Instrumentos quebrados tendem a gravitar dentro nas goteiras
medial e lateral do joelho, ocultam-se por baixo dos m eniscos ou
PARESIA CAUSADA PELO USO DE depositam-se, por gravidade, na parte posterior ou mais baixa da
TORNIQUETE articu lação. Se o fragmento não puder ser localizado por meio de
exame e sondagem da articulação, uma radiografia desta deve ser
A paresia temporária no membro tem sido observada após o uso de feit a. Se a parte quebrada for localizada, um aparelho de sucção ou
torniquete para controle de sangramento tanto em artroscopia diag- um ímã podem ser introduzidos através de um portal supl ementar
nóstica quanto operatória, geralmente após os procedimentos pro- para estabilizar e remover o pequeno fragmento quebrado, ou um
longados. Se for necessário o uso de torniquete, ele deve ser instrumento ad icional de captura pode ser inserido através de um
despressurizado depois de 90 a 120 minutos. Monitorar cuidadosa- terceiro portal para prender e extrair o fragmento.
mente a pressão e testar a precisão dos manômetros do torniquete
minimizam esses problemas. Felizmente, na maioria dos casos, a
paresia por torniquete é leve, desaparecendo dentro de poucos dias.
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ARTROSCOPIA DE Síndrome dos Impactos Anterior e OUTRAS INDICAÇÕES 2380
TORNOZELO 2373 Posterior 237 9 Artrite Séptica 2380
COMPLICAÇÕES 2376 LESÕES OSTEOCONDRAIS Artrofibrose 2380
SÍNDROMES DO IMPACTO DO TÁLUS 23 79 ARTROSCOPIA DA
NO TORNOZELO 2376 FRATURAS DO TORNOZELO 2379 METATARSOFALANGEANA
Síndrome do Impacto Anterior 2376 ARTRODESE DO TORNOZELO 2379 DO HÁLUX 2382
Síndrome do Impacto Posterior 237 6 INSTABILIDADE DO TORNOZELO 2379 TENDOSCOPIA 2383
IU§i!@E!19 Estabelecimento do portal anteromedial com a O@il;ftim!19 Portal anterolateral feito com instrumento rombo
utilização de agulha de calibre 18. VEJA TÉCNICA 50-1 . seguido de inserção de shaver artroscópico. VEJA TÉCNICA 50-1.
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os pacientes são coloca- O@l!;tijE'!IJI Teste de fle xão plantar forçada para o diagnós-
dos em uma bota su ropodá lica e podem aguentar peso tico de impacto posterior no tornoze lo .
conforme o suportado, mas devem ser advertidos contra a
atividade excessiva, que pode levar a um processo inflama-
tório no tornozelo. A fisioterapia deve ser iniciada quando condrócitos. No entanto, são todos estudos in vitro e não há nenhum
as feridas cicatriza rem e a dor pós-operatória for mínima. que comprove os efeitos no ambiente clínico.
Se os si ntomas persistirem apesar da modificação de atividade
e da imobilização, o desbridamento artroscópico pode ser útil no
alívio dos sintomas. As taxas de sucesso relatadas para esse proce-
dimento va riam de 73% a 96% em estudos de nível II. Os pacientes
COMPLICAÇÕES
com pior prognóstico são aqueles sem um diagnóstico claro e
As taxas de complicações variam de 9% a 17%, com a lesão neuro- aqueles com artrose no tornozelo avançada. Os osteófitos podem
lógica sendo a complicação mais comum. Outras complicações são reaparecer, mas geralmente não são sintom áticos. Atualmente, há
lesão vascular, fístula artic ul ar, infecção, síndrome dolorosa regional um grau de recomendação B (evidência razoável) para o uso da
crônica, quebra de instrumento, dano na superfície articul ar, trom- artroscopia de tornozelo para o impacto no tornozelo, de acordo
bose venosa profunda e síndrome compartimentai. com um a revisão sistemática de 2009.
neutra em relação à dorsiflexão/flexão plantar e varo/valgo •Para remover o os trigonum, desinsira parcialmente o
é a posição mais segura para evitar lesão neurovascular. ligamento talofibular posterior e o lig amento t alocalcâ-
•Faça o porta l posterolateral lateral à borda do tendão do neo posterior e libere o retináculo flexor para expor o osso
calcâneo um pouco acima de uma linha que va i da ponta a ser removido (Fi g. 50-1 OG).
do maléolo lateral ao tendão do ca lcâneo (Fig. 50-1 OB). •Se houver necessidade de distensão, pode-se utilizar uma
Insira uma pinça hemostática através de uma pequena tração esquelética transca lcânea com um pino inserido
incisão na pele em direção ao primeiro espaço interdigital no calcâneo.
até ating ir o osso (Fig. 50-1 OC).
•Faça o portal posteromedial no mesmo nível, justamedial
ao tendão de Aqui les, e insira uma pinça hemostática
pela incisão da pele, direcionando-a para o contato com Com esse procedimento, há relatos de res ultados bons e
o artroscópio em um ângu lo de 90 graus (Fig. 50-1 OD). excelentes de 91 % a 100% dos pacientes. O desbridamento pos-
Quando a pinça hemostática conta tar o artroscóp io, terior permitiu que todos os 27 jogadores de futebol profissionais
mova-a para baixo, junto do artroscóp io, até que atinja de eli te voltassem a treinar numa média de 5 semanas, e com
o osso e possa ser vista pela câmera. Se desejar, use a alívio significativo da dor. Os resultados após a artroscopia e o des-
fluoroscopia para confirmar a local ização adequada. bridamento posterior aberto são semelhantes, mas o retorno mais
•Coloque o shaver neste portal e remova a cápsula subta- rápido ao esporte é possível com o tratamento por via artroscópica.
lar posterior (Fig . 5-1 OE). Tome cuidado para ficar latera l As taxas de complicações variam de 4% a 20%. As complicações
ao tendão flexor longo do hálux para evitar danos ao incluem sintomas neurológicos dos nervos tibial e sural, infecção,
f eixe neurovascular (Fig. 5-1 OF). síndrome de dor regional crônica, rigidez do tendão de Aquiles e
problemas de feridas.
H[riil;fijBI!) Desbridamento para impacto posterior no torn oze lo. A, Po sicio namento do paciente . B, Portal
posterolateral.
lllll!iD PARTE XIV ARTROSCOPIA
e D e A
Articulação
do tornozelo
TÉCNICA
A artroscopia subtalar, quando feita para fins terapêuticos e
• A configuração para a artroscopia subtalar é semelhante não de diagnóstico, alcança resultados bons ou excelentes em 86% a
à artroscop ia de tornozelo, com o membro a ser operado 94% dos pacientes, e 97% del es estão satisfeitos com o procedimento.
O desbridamento ar troscópico pode ser úti l para os sintomas após
CAPÍTULO 50 ARTROSCOPIA DE PÉ ETORNOZELO
O[ijll;f4E!ID Os portais da articulação subtal ar devem ser feitos com cuidado para evitar a lesão neurovascular. A, Portal anterola-
teral. B, Porta l central. C, Porta l posterol atera l. VEJA TÉCNICA 50-3,
H@ll@ B!ID Desbrid amento da subta lar anterior. VEJA TÉCNICA 50-3.
O!§ilm.iE!ID A, Sinovite na face lateral da faceta posterior. B, Após o desbridamento. VEJA TÉCNICA 50-3.
WJ!:f) PARTE XIV ARTROSCOPIA
fibular
A profundo
B
O@i!ifJEI!lla A, Distensão da articulação metatarsofalangeana do hálu x com malha chinesa (finger trap) estéril. B, Colocação dos
portais dorsal medial e dorsal lateral. VEJA TÉCNICA 50-4.
CAPÍTULO 50 ARTROSCO PIA DE PÉ ETORNOZELO fjf:i@
OC§ii;tJ.iE!IEI Tendoscopia fibular. A, Colocação de portal a a proximadamente 4 cm de distância. B, Tendão fibular curto (a) medial
e profundo ao tendão fibular longo (b) como visto do portal proximal à fíbula. (De Ferkel RD, Hommen JP: Arthroscopy of the ankle and
foot. ln Coughlin MJ, Mann RA, Saltzman CL, editors: Surgery of the foot and ank/e, ed 8, Philadelphia, 2007, Elsevier.)
ARTROSCOPIA DA ,
METATARSOFALANGEANA DO HALUX
TÉCNICA
•Coloque o paciente em posição supina, e coloque uma
malha chinesa (finger trap) no hálux para a distensão;
suspenda o pé com uma torre de tra ção, como aquelas
uti lizadas para a artroscopia de punho (Fig. 50-17 A) li@ll;tJ.im!ID Tendoscopia do tendão do tibial posterior. O
•Faça porta is em ambos os lados do tendão extensor longo artroscópio está no portal distal, e o shaver está no portal proxi-
do hálux na linha da articulação (Fig. 50- 17B). mal, no tornozelo direito. (De Ferkel RD, Homme n JP: Arthroscopy
•U se um artroscópio de 1,9 mm e shaver de 2 mm, con- of the ank le and foot. ln Coughlin MJ, Mann RA, Sa ltzman CL, editors :
forme necessário. Surgery of the foot and ankle, ed 8, Philadelphia, 2007, Elsevier.)
Veia
safena
Esporão ósseo
A B
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JOELHO 2387 Cisto Meniscal 2401 Artroscopia em Fraturas em
TÉCNICAS BÁSICAS DE Reparo Artroscópico do Menisco Torno do Joelho 2442
DIAGNÓSTICO 2387 Lesionado 2401 Artrofibrose 2442
Princípios Gerais 2387 Lesões Radiais e Lesões das Desbridamento da Osteoartrose e
Posicionamento do Paciente 2388 Raizes Meniscais 2407 Artroplastia por Abrasão 2443
Posição do Portal 2389 Transplante de Menisco 2408 COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS
Inserção do Artroscópio 2391 CIRURGIA ARTROSCÓPICA PARA AARTROSCOPIA DO JOELHO 2443
EXAME ARTROSCÓPICO OUTRAS DOENÇAS 2410 QUADRIL 2444
DO JOELHO 2391 Corpos Soltos na Articulação INDICAÇÕES 2444
CIRURGIA ARTROSCÓPICA do Joelho 2410 CONFIGURAÇÃO GERAL 2444
DO MENISCO 2391 Plica Sinovial do Joelho 2412 PORTAIS 2445
Classificação das Lesões Osteocondrite Dissecante dos MANEJO ARTROSCÓPICO
Meniscais 2391 Côndilos Femorais e Patela 2413 DE LESÕES LABRAIS 2450
Tipos de Ressecções Meniscais 2394 Reconstrução do Ligamento Classificação das Lesões Labrais 2450
Princípios Gerais 2394 Cruzado 2418 IMPACTO
Cirurgia para Lesões Meniscais Condromalacia da Síndrome FEMOROACETABULAR 2451
Específicas 2395 Femoropatelar 2438 COMPLICAÇÕES DA
Menisco Discoide Lateral 2400 OUTRAS APLICAÇÕES DA ARTROSCOPIA DO QUADRIL 2455
ARTROSCOPIA DO JOELHO 2442
JOELHO local for usada, para inj eção do portal, é preferível sedação intrave-
nosa com lidocaína a 1% e um bólus intra-articular de 30 mL de
O joelho é a articulação em que a artroscopia tem a sua maior apli- bupivacaína e 15 mL de lidocaína 20 minutos antes de iniciar o
cação cirúrgica intra-ar ticular e diagnóstica. A utilidade das técnicas procedimento. A artroscopia diagnóstica antes da artrotomia ou
de artroscopia no diagnóstico e tratamento da doença intra-articular cirurgia intra -articular de grande porte geralmente é mais bem fe ita
é bem documentada. com o paciente sob anestesia geral, a menos que este tipo de anes-
A artroscopia deve ser considerada wn auxiliar de diagnóstico tesia seja contra indicado.
utilizado em conjunto com wn bom histórico, exame físico completo e O procedimento é realizado em centro cirúrgico sob estritas
radiografias adequadas. Ela deve servir como wn adjuvante, não como condições estéreis. A seriedade deste procedimento cirúrgico não
um substituto de wna avaliação clínica completa. Com o awnento da deve ser m inimizada. Embora as complicações como infecção sejam
experiência no exame dos membros inferiores e testes adjuvantes mais raras (<l %), a fa lta de cuidado na lavagem cirúrgica, preparação ou
precisos, tais como a ressonância magnética, nós raramente, ou nunca, colocação de campos, manuseio in adequ ado de soluções de irri-
realizamos "artroscopia diagnósticà'. alternativas cirúrgicas simples são gação, artroscóp ios e instrumentos pode res ultar em infecções
discutidas exaustivamente com o paciente antes do procedimento, e o intra-arti culares tão devastadoras quanto aquelas após a artro tomia.
procedimento cirúrgico definitivo é realizado no momento de um A esterilização dos equipamentos de artroscopia e o uso de aventais
exame artroscópico completo. Os princípios gerais, a instrumentação, e campos impermeáveis de artroscopia são essenciais. A selagem da
as indicações, as contraindicações e as complicações da artroscopia são extremidade proximal e distal ao local da artroscopia e o uso de uma
discutidos no Capítulo 49. degermante de pele durável (DuraPrep) e um campo impregnado
de iodo no local cirúrgico podem ajudar a minimizar as infecções.
O instrumentador usa uma grande mesa para instrumentos.
TÉCNICAS BÁSICAS DE DIAGNÓSTICO Esta é posicionada para a sua conveniência, geralmente no mesmo
lado qu e a ci ru rgia do joelho. Uma mesa de Mayo é colocada sobre
• PRINCÍPIOS GERAIS a mesa de operações na parte superi or das coxas do paciente e os
A artroscopia do joelho pode ser feita como o passo inicial essencial instrumentos mais utilizados são colocados sobre ela. Os cabos de
antes de prosseguir para a artroscopia operatória ou antes de uma energia e os cabos de luz ligados às fo ntes apropriadas são coloca-
artrotomia aberta. A anestesia pode ser local, de bloqueio regional, dos em uma mesa lateral. Sacos de irrigação ficam suspensos em
ou geral. Se o procedimento for simples e de curta duração, ele pode um suporte de solução intravenosa na cabeceira da mesa e são
ser feito sob anestesia local em pacientes cooperativos, especial- levantados de 90 cm a 120 cm acima do nível do paciente. A uti-
mente se o cirurgião for experiente em artroscopia. Se a anestesia lização de uma bomba artroscó pi ca para influxo através da camisa
2387
WJJ:!:t PARTE XIV ARTROSCOPIA
• POSICIONAMENTO DO PACIENTE
Quando o paciente é anestesiado e um suporte de perna e um tor-
niquete são aplicados, a parte do tornozelo para o torniquete é
completamente esfregada e preparada cirurgicamente como se fosse
para uma artrotomia aberta. Encontram-se disponíveis excelentes
sistemas comerciais de artroscopia e cobertura que isolam o pé da
perna e da coxa distal logo abaixo do suporte de perna e do torni -
quete (Fig. 51-1). Aventais impermeáveis também são fundamentais
para o ciru rgião e para o assistente para evitar a contaminação. O!ijll;ffll1a Técnica da posi ção da mesa pl ana. O cirurgião e
O paciente pode ser colocado em decúbito dorsal com o o assistente ficam ao lado da mesa .
membro preparado e envolto em ângulo para fora do aspecto
lateral da mesa. O uso de um suporte de perna ou um poste lateral
permite que o cirurgião permaneça no interior da perna abduzida, plana pode ser usada, com o cirurg ião e o assistente em pé ao lado
colocando o pé e o torno zelo do paciente na área do quadril e da da mesa (Fig. 51-2).
crista ilíaca do cirurgião. Colocar os pés para fora sobre uma O paciente também pode ser colocado em decúbito dorsal em
pequena plataforma geralmente ajuda a manter o pé do paciente uma mesa de operação-padrão, com a articulação do joelho posi -
na posição correta. Esta posição libera as duas mãos do cirurgião, cionada ligeiramente à frente do ponto de quebra distal da mesa.
e este pode pressionar a perna em valgo simplesmente encostando O fim da mesa é removido de modo que ambos os membros dobrem
a perna no suporte. Essa manobra abre o compartimento medi al 90 graus. O membro oposto deve ser bem acolchoado para evitar
para exame e inspeção. Quando o paciente está em decúbito dorsal, possíveis problemas de pressão. Abaixando o meio da mesa e colo-
o exa me do compartimento lateral requer que o assistente segure cando um reforço acolchoado, também se flexiona os quadris e tira
a perna na posição em forma do número quatro. A posição de mesa a tensão do nervo femoral, simultaneamente de ixando plana a
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES flllll
• POSIÇÃO DO PORTAL
Para o sucesso da artroscop ia, são importantes iluminação, disten- ou superolateralmente com entrada do soro através do artroscópio. Isso
são adequada da articulação, e a localização precisa dos portais de geralmente é necessário para os grandes procedimentos, como a recons-
entrada para o artroscópio e instrumentos acessórios. Sem ilumina- trução do ligamento cruzado anterior, quando a hemartrose está pre-
ção adequada, uma visão clara é impossível; sem a distensão ade- sente. Para os procedimentos menores, como uma meniscectomia, uma
quad a da arti culação, o coxim de go rdura, a sinóvia e outros câ.nula de saída pode não ser sempre necessária. Evitar passar pelo vasto
tecidos moles obliteram a visão; e sem uma localização precisa dos medial oblíquo pode aj udar a acelerar a reabilitação, como foi demons-
portais de ent ra da, seria incapaz de ver adequadamente ou mano- trado por Stetson e Templin. Em seu estudo, a reabilitação de pacientes
brar dentro de todas as partes da articulação. As tentativas para com três portais levou aproximadam ente o dobro do tempo da de
forçar um ar troscópio ou um instrum ento mal colocado podem pacientes com dois porta.is nos quais se evitou passar pelo vasto medial
resultar em raspagem articular, danos no instrumento e outros pro- oblíquo.
blemas. A iluminação adequada é assegurada pelo bom cuid ado A irrigação por meio do artroscópio parece dar uma visão
para com o artroscópio e os cabos de fibra óptica de luz, mudand o melhor para o manuseio do fluido no local da visualização. No sistema
a fo nte de luz das lâmpadas quando necessário, limpando freq uen- de dois portais, a saída é realizada pelo raspador para a.rtroscopia.
temente as lentes do artroscópio ou o filme dos produtos de desin-
fecção, e mantendo um meio de irrigação hialino. Qualquer dano à 1 PORTAIS-PADRÃO
ponta do artroscópio, seja por instrumentação motorizada ou Os porta.is-padrão para artroscopia diagnóstica são o a.nterolateral,
manuseio descuidado, pode resultar em uma perda da regulação e anteromedia.l, posteromedia.l e superolateral (Fig. 51-4).
incapacidade de focar o artroscópio corretamente. A localização Portal Anterola.teral. Se for permitida apenas uma abordagem para
precisa do portal de entrada pode ser mais bem assegurada dese- artroscopia diagnóstica da articul ação do joelho, a maioria dos
nhando cuidadosamente as linhas da articulação e proeminências cirurgiões de artroscopia escolhe o portal a.nterolateral. Com o uso
ósseas e de tecidos moles com um a caneta de marcação de pele antes de wn a.rtroscópio de 4 mm de diâmetro e lentes dianteiras oblíquas de
da distensão articular. Todos os portais principais e opcionais são 30 graus através do portal a.nterolateral, quase todas as estruturas
marcados. Normalmente, os contornos da patela e do tendão patelar dentro da articulação do joelho podem ser vistas. Entretanto, através
são desenh ados, as linhas de articulação medial e lateral são apalpa- desse portal, o ligamento cru zado posterior, a parte anterior do
das com a ponta do dedo e desenhadas, e os contornos posteriores menisco lateral, e, em joelhos estreitos, a periferia do corno poste-
dos côndilos medial e lateral do fêmur são marcados. O cirurgião rior do menisco medial podem não ser vistos de forma adequada.
deve reavaliar estes contornos após a distensão para assegurar o Este portal está localizado cerca de 1 cm acima da linha da arti-
posicionamento adequado. cul ação lateral e aproxi madam ente 1 cm lateral ao tendão patelar.
Quando os portais são cuidadosamente marcados, uma câ.nula de A palpação do polo inferior da patela ajuda a assegurar que os porta.is
saída do tipo agulha para drenar pode ser colocada superomedialmente anteriores n ão sejam colocados muito alto; o portal deve estar
EJm) PARTE XIV ARTROSCOPIA
H@il;f!illm A, Bolsa suprapatelar com visão da superfície inferior do genu articular. B, Visão tangencial da articulação patelofe-
moral. C, Plica parapatelar medial normal. D, Compartimento posteromedial visto passando-se o artroscópio através da fossa intercon-
dilar após a exibição do compartimento medial. E, Compartimento posteromedial visto através de portal posteromedial, que é feito
após a conclusão do exame de rotina se a visão completa posteromedial for insatisfatória. F, Menisco medial e compartimento medial.
G, Ligamentos cruzados com sinóvia gorda cobrindo o ligamento cruzado posterior. H, Visão do menisco lateral e compartimento lateral.
1, Visão do corno posterior do menisco lateral e tendão poplíteo através do hiato . J, Visão posterolateral do joelho com artroscopia no
portal anterolateral mostrando inserção do tendão poplíteo no fêmur em hiato poplíteo.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES
A B
O@il;§il!IID A, Lesão em alça de ba lde do menisco medial que viro u na fossa intercondilar; nesta posição, o menisco pode causar
sintomas intermitentes. B, Lesão do menisco medial em alça de balde travada.
A B e
h!§ll;§i Lllrll A, Lesão instável periférica do menisco de 2 cm . O menisco está sendo reparado com sutura empilhada no leito vertica l.
B, Lesão incompleta abaixo da superfície do menisco medial; esta pode ser tratada com abrasão para estimular a cicatrização loca l
seg uida da co locação de um a ou duas suturas. C, Lesão completa de 2 cm na zona avascular do menisco; este tipo de lesão normalmente é
tratado com excisão; mas, se o reparo for tentado, a utilização de coágu los de fibrina e outros estímulos locais devem se r considerados.
também acred itamos qu e um tratamento agress ivo deve ser usado redução do fragmento. A técnica para a ressecção de uma lesão em
para as lesões meniscais med iais. alça de balde luxada e a técnica para a ressecção de uma lesão ver-
Quando for tomada a decisão de realizar uma meniscectomia tical não luxada, curta e longitudinal são essencialmente as mesmas.
parcial, a escolha deve ser feita quanto à possibilidade de utiliza r Em cada situação, o probe deve ser introduzido e as lesões devem
uma técnica de dois ou três portais. Se o fragmento do menisco ser exam inadas com o probe para determinar as extensões anterior
deslocou-se para dentro da fossa, ele deverá ser reduzido utilizando- e posterior O probe também pode ser usado para planejar os cortes
se um probe ou um trocater sem corte. Se o fragmento de menisco subsequentes. No geral, este exame é mais fac ilmente realizado com
for grande ou crônico, o compartimento medial pode ter de ser o artroscópio no portal contralateral an terior à lesão e o probe no
aberto com uma flexão e uma tensão em valgo para permitir a portal ipsilateral.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES em
graus através da fossa intercondilar ou um artroscópio
RESSECÇÃO DE LESÃO EM oblíquo inserid o a 30 graus através do portal posterior
ALÇA DE BALDE correspondente.
A B
e D
0@1);§'1119 Técnica de dois portais para lesões em al ça de balde do menisco lateral . A, Lesão em alça de balde do menisco lateral
deslocada com probe . B, Após a redução da lesão em alça de balde luxada, a inserção posterior é parcialmente liberada com uma
tesoura artroscópica. C, A inserção anterior é liberada com uma tesoura artroscópica . D, A restante inserção posterior tênue é avulsada
com pinça e extraída. VEJA A TÉCNICA 51-1.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES
O!ijll;HEJIEI Técnica para lesões intrameniscais longitudinais incompletas. A, Inspeção da superfície inferior da lesão intrameni sca l
longitudina l incompleta . B, O fragmento é removido pouco a pouco com um basket. C, O rebordo é suavizado e contornado com
ajustador motorizado. VEJA A TÉCNICA 51-2.
1 LESÕES HORIZONTAIS, OBLÍQUAS, RADIAIS E do leito horizontal da parte periférica do menisco é indicada, pois
COMPLEXAS a ressecção iria res ultar na perda do mecanismo de proteção fun-
Nas avaliações das lesões horizontais, oblíquas, radiais e complexas, é cional do men isco. Isso é discutido mais adiante na seção so bre
necessário avaliar e remover o tecido danificado apenas mantendo o reparos meniscais.
tecido meniscal funcional saudável. Nas lesões horizontais de longa
duração, um cisto meniscal pode estar presente. Isso geralmente é
evidente na RM pré-operatória e deve ser procmado durante o exame
artroscópico. Na maioria dos casos, as folhas inferior e superior TRATAMENTO DAS LESÕES
são ressecadas de volta para o tecido es tável relativamente normal. MENISCAIS PARCIAIS PROFUNDAS
A fissura deve ser inspecionada e, se existir um cisto meniscal, uma
pequena cureta curvada pode ser colocada através da fissura e voltada TÉCNICA
para a mão do cirurgião sobre a extensão externa do cisto meniscal.
Este pode ser aberto com uma pequena cureta e o cisto pode ser •Exa mine a lesões através do portal contralatera l e palpe
drenado para o joelho. Um raspador ou aspiração sem raspador com um probe através do porta l ipsilateral.
também pode ser utilizado para abrir e descomprimir o cisto. A loca- • Ava lie a extensão da lesão.
lização também pode ser auxiliada com a utilização de uma agulh a •Uti lize um basket ou uma tesoura artroscóp ica para res-
espinhal colocada exteriormente ao entrar no cisto. secar a lesão e parte degenerativa do menisco.
Ao avaliar lesões com abas ou flaps, deve-se inspecionar o •Palpe a borda do menisco estável para garantir que não
menisco no local da lesão cuidadosamente. Muitas vezes, um jlap haja flap adiciona l que esteja invertido sob o menisco ou
pode estar enrolado por baixo da parte normal do menisco, e o seu invertido por trás do cônd ilo. Lesões do tipo horizontal
tamanho e contorno não são aparentes. Da mes ma forma, o retalho devem se r ressecadas de volta ao rebordo estável .
pode estar posterior ao côndilo femora l, e um exame cuidadoso dos • Se um cisto meniscal foi observado na ressonância mag-
compartimentos posteriores é necessário para avaliar totalmente nética antes da cirurgia, abra esta área com uma pequen a
essas lesões meniscais. No caso de um a lesão em aba ou jlap ou uma cureta curvada passada do portal contra latera l, dilate a
lesão complexa, a ressecção jlap é, geralmente, realizada com um basket abertura, e descompacte o cisto. A loca lização pode ser
para morcelizar a lesão, e é feita palpação cuidadosa para garantir rea lizada com uma ag ulh a espi nh al
qu e o tecido meniscal remanescente tenha contorno relativamente • Contorne o fragmento meniscal com um raspador após
normal com uma trans ição suave nas suas bordas. a ressecção e remova pequen os fragmentos menisca is
As lesões radiais podem ser di vididas em parciais e comple- morcelizados.
tas . A lesão parcial profunda do m eni sco é tratada com sauceri-
zação, balanceamento e contorno das ex tremidad es (Fig. 51-19). CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O pós-operatório é o
As lesões radiais completas qu e vão para a junção meniscossinovial mesmo que o descrito para a Técnica de 51- 1.
são problemas difíceis. Alguns autores con sideram que o reparo
MJM1I PARTE XIV ARTROSCOPIA
A B e
O!ijil;@EllD Equil ibrando a ressecção do menisco. A, Com lesão radial. B, Com lesão longi t udina l. C, Com
lesão com aba .
h!§'h@ IE!) Técnica para menisco discoide lateral. A, A parte anterior do menisco discoide lateral é retirada com um basket rota-
tivo. B, Contorno mais adiante do rebordo anterior com fórceps de basket rotativo de 90 graus. C, O fragmento discoide posterior é
retirado com um basket. VEJA A TÉCNICA 51-4.
- para dentro
'51-1.
Suturas de fora
Técnicas de Reparo e Indicações
Lesões do corno anterior, lesões do
terço médio, lesões radiais, lesões
complexas, redução de lesões em alça
de ba lde
•
L-LOCALIZAÇÃO
A PARTIR DA
CÁPSULA
.
_
51 2
-
Reparo
Ressecçao*
<2 mm
2-3 mm
4-5 mm
versus
o
2
Suturas de dentro Lesões do corno posterior, lesões do A-IDADE <20 o
para fora terço médio, lesões em alça de balde 20-40 yr
luxadas, lesões capsulares periféricas, >40 yr 2
aloenxertos meniscais 5-TAMANHO 1-2 cm o
Implantes dos Lesões do corno posterior, lesões com 2-3 cm
dispositivos > 2 mm a 3 mm de largura do >4 cm 2
rebordo, lesões verticais/ T--QUALIDADE Excelente o
longitudinais, lesões do terço médio, DO TECIDO Bom
lesões radiais Razoável 2
Modificado de Sgaglione NA: lnstructional course 206. The biological QUALIFICADORES Instável 2
treatment of focal articular cartilage lesions in the knee: future trends? Mal alinhamento
Arthroscopy 19:154, 2003. Grau de condromalácia Ili 1
Lesão radial 2
Reconstru ção do LCA ou -1
absorvíve is. A técnica se torna segura com o uso de um a incisão para coágulo de fibrina
a exposição da cápsula e posicionamento dos afastadores para a recu- *As pontuações mais elevadas estão associadas a maior risco de falha .
peração segura das agulhas de sutura. A técnica de fora para dentro, LCA, ligamento cruzado anterior
como descrita por Morgan e Casscells e Johnson, é a mais adequada
para o reparo do meio e dos terços anteriores do menisco.
As técnicas de reparo all-inside foram simplificadas pelo desen- Em pacientes jovens, ativos e com dano mínimo ao corpo meniscal,
volvimento de suturas de fixação, que têm nós pré-atados. Esses o reparo de sutura em associação com o estímulo à cicatrização é mais
dispositivos proporcionam uma fixação segura e diminuem o poten- viável quando a reconstrução do ligamento cruzado anterior é reali-
cial de lesão condral presente nos dispositivos anteriores. Eles são zada concomitantemente. Se a raspagem produzir sangramento, o
mais bem utili zados no sup orte de lesões que se situam 2 mm a 4 potencial de cicatrização pode ser considerado. Os canais de acesso
mm afastadas da inserção periférica do menisco. As indicações para vascular, alcançados por meio da trepanação ou perfuração do
as diferentes técnicas de reparo estão listadas na Tabela 51-1. menisco utilizando-se uma agulha espinhal de calibre 18 para pene-
Independentemente da técnica ar troscópica preferida pelo trar da periferia do menisco para a sinóvia, podem estimular o san-
cirurgião, os reparos artroscópicos do menisco consistem em três gramento. Quando as lesões isoladas forem reparadas, deve ser
passos importantes: (1) seleção do paciente apropriado - o paciente considerada a adição do coágulo de fibrina (Técnica 51 -9). A ressec-
deve ter uma lesão meniscal documentada que é capaz de cicatrizar, ção é necessária para um menisco com várias lesões, para lesões
na maioria das vezes um a única lesão longitudin al ver tical no terço envolvendo danos ou deformação do corpo, e para as lesões que estão
externo; (2) desbridamento da lesão e abrasão sinovial local, menis- definitivamente em uma área avascular (branco-branco) (Fig. 5 l- 16C).
cal e capsular para estimular uma resposta de cicatrização fibroblás- Embora as lesões radiais completas sejam raras, elas representam pro-
tica proliferativa; e (3) a colocação de sutura para reduzir e estabilizar blemas particularmente complexos. Quando dentro do corpo menis-
o menisco. cal, essas lesões rompem todas as fibras circunfere nciais. Emb ora as
As lesões podem ser classificadas em (1) lesões que podem ser lesões radiais perto da origem do corno posterior do menisco lateral
raspadas e deixadas sozinhas, (2) lesões que definitivamente podem tenham se mostrado que podem ser tratadas, a funcionalidade bio-
ser reparadas, (3) lesões que podem ser reparadas em determinadas mecânica destes reparos é duvidosa. No entanto, os resultados a longo
circunstâncias, e (4) lesões que dever iam ser ressecadas. Weiss et al. prazo do reparo podem ser melhores do que os de uma meniscecto-
mostraram que as lesões periféricas de 7 mm ou menos cicatrizam mia subtotal, especialmente em pacientes jovens (Tabela 51-2).
sem estabilização com sutura. Tais lesões deveriam ser inspeciona- Muitas vezes, nós combinamos duas ou três técnicas básicas
das para se assegurar de que haja menos de 3 mm de deslocamento, de artroscopia (fixação do menisco por sutura, técnica de dentro
e a lesão e a sinóvia do menisco devem ser raspadas para promover para fo ra e técnica de agulha de fora para dentro) . Se um a gra nd e
a cicatri zação. lesão em alça de balde do menisco medial for apropriada para a
As lesões que definitivamente podem ser reparadas são as lesões reparação, um a sutura inicial estabilizadora do leito hori zontal pode
verticais únicas na parte vascular periférica do menisco, na zona ver- ser feita com um a técn ica de cânula única ou cânula dupla no ponto
melha-vermelha na junção meniscosinovial, ou na zona vermelha médio da lesão perto do canto posteromedial. Suturas adicionais
-branca 3 mm dentro da junção. Estas lesões são deslocáveis, têm mais podem ser colocadas posteriormente utilizando-se a técnica de
do que 1 cm de comprimento, e causam danos mínimos para o corpo cânula de dentro para fora ou com um dispositivo de fixação baseado
do menisco. Geralmente, o reparo deverá ser limitado aos pacientes em sutura. A parte anterior da lesão, especialmente se ela se estende
com até 40 anos. A resposta em termos de cicatrização é estimulada para dentro da metade anterior do menisco, é muitas vezes mais bem
pela raspagem da lesão e do tecido perissinovial. As lesões que podem abordada com uma técnica de fora para dentro.
ser reparadas em determinadas circ unstâncias são aquelas afastadas 3 Se um pacien te tem um joelho instável causado por uma defi-
mm a 5 mm da junção meniscossinovial. Estas lesões, semelhante- ciência do ligamento cruzado anterior e uma lesão meniscal que
mente a todas as lesões que podem ser reparadas, devem ser avaliadas pode ser reparada, em geral, um a reconstrução do ligam ento e um
com o torniquete desinsufl ado para se determinar a vascularização. reparo meniscal devem ser feitos ao mesmo tempo.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES fmlll
TÉCNICA DE DENTRO PARA FORA
TÉCNICA
•Realize uma artroscopia diagnóstica sistemática e com-
pleta.
•Se uma lesão meniscal que pode ser reparada for obser-
vada após inspeção minuciosa para assegurar que nenhum
dano meniscal adicional está presente, exsanguine a extre-
midade e infle o torniquete.
•Tenha um suporte de perna no lugar para tensionar o
joelho. Isto abre o compartimento para tornar possível a
visualização da periferia do menisco.
• Para o reparo do menisco medial, insira o artroscópio de
30 graus de inclinação através do portal anterolateral e
palpe a extensão da lesão.
• Se a lesão for aguda e no interior da zona vermelha vas-
cu lar da periferia do menisco, prepare o rebordo gentil-
mente antes da sutura. Se a lesão está claramente dentro
da zona vermelha vascular, não resseque a parte periférica
da lesão. A ressecção deste material descomprime o
menisco do lado periférico e tem um efeito semelhante ao
da meniscectomia parcial pelo estreitamento do menisco. lj[ê\ll;ffl'1Bt Prepara ção de lesão meniscocapsular do me-
• Se a lesão for crônica, reavive e desbride as superfícies ni sco medial através do portal posteromedial acessório . VEJA A
lesionadas, especialmente na periferia. Limite a excisão a TÉCNICA 51-5.
não mais do que 0,5 mm de tecido do menisco, se pos-
sível. Este desbridamento e o preparo das superfícies lesio-
nadas podem ser feitos com um basket, um raspador, facas
meniscais curvadas, ou grosas pequenas anguladas intro- Tendão grácil
duzidas através do portal anteromedial, medial acessório
ou posteromedial, enquanto que a lesão é vista com o
artroscópio pelo portal anterolateral. Uma pequena ras-
pagem é indicada para escoriar e desgastar as superfícies
do menisco (Fig . 51-21 ) e as sinóvias parameniscais supe-
rior e inferior.
• Cânulas específicas são feitas para permitir a melhor abor-
dagem a lesões meniscais com base na sua localização.
Coloque a cânula em uma posição que faça com que o
ângulo da agulha fique longe das estruturas da linha média
posterior e coloque a agulha perpendicular ao local da lesão.
•Se uma lesão periférica está além do canto posterome- Lateral
dial do joelho, utilize um dispositivo de fixação a/1-inside
do menisco a/1-inside ou repare o menisco utilizando a
técnica de dentro para fora .
•Para a técnica de dentro para fora, primeiro faça uma
incisão de 5 cm a 7 cm sobre o aspecto posteromedial
do joelho dissecando através do tecido subcutâneo até o
canto posteromedial do joelho.
•Identifique o intervalo entre a cabeça med ial do gastroc-
nêmio e a cápsula posterior da articulação e retraia a H@il;fijBla Visão de cima da articulação com o artroscópio,
cabeça medial do gastrocnêmio posteriormente para fora a cânula da agulha e o afastador poplíteo no local para o reparo
da cápsu la posterior. do menisco medial. VEJA A TÉCNICA 51-5.
•Coloque um afastador poplíteo neste intervalo para pro-
teger os vasos poplíteos e para auxiliar a captura das agu lhas
(Fig. 51-22).
•Passe a cânula da instrumentação de sutura através do •Passe a agulha através da cânu la para entrar no menisco
portal anterolateral e coloque a sua ponta próxima do li mite a 3 mm a 4 mm da borda, apontando a agulha para uma
posterior da lesão. direção ligeiramente vertica l de modo a sa ir acima ou no
•Remova o suporte da agulha e tenha um assistente para centro da borda lesionada. Observe a agu lha à medida
passar a primeira agu lha. que ela é avançada através da parte externa da lesão . )
EI!J) PARTE XIV ARTROSCOPIA
H@ll;hHlll!I A, A maioria das suturas posteriores é colocada com a cânula no portal ipsilateral. B, Suturas anterolateral e medio-
medial são inseridas com a cânula através do portal contralateral. Empilhadas vertical ou obliquamente, as suturas no leito proporcio-
nam uma melhor força de suporte do que as suturas no leito horizontal retratadas. VEJA A TÉCNICA 51·5.
lateralmente. Com o joelho em cerca de 90 graus de flexão por Shelbourne et ai. As lesões instáveis das raízes do corno posterior
ou na posição em quatro, as suturas posterior e poste- do menisco medial podem ser reparadas em um leito ósseo posterior
rolateral oferecem pouco risco de lesão ao nervo f ibu lar cruentado usando-se uma guia de ligamento cruzado anterior para
se as agulhas entrarem e saírem da cápsula superior ao perfurar da tíbia anterolateral até a origem da raiz. Um dispositivo é
tendão femoral do bíceps pa lpável. usado para passar as suturas pelo leito do menisco e depois para fora
•As suturas podem ser colocadas de dentro para fora ou através do túnel do osso; as suturas são, então, amarradas anterior-
de fora para dentro com uma configuração de leito ver- mente. O reparo pode também ser conseguido utilizando-se uma
tical empilhado. Coloque as suturas a aproximadamente sutura de ancoragem 4,5 colocada através de um portal posteromedial
3 mm da borda e dê espaços a cada 4 mm a 5 mm. elevado, conforme descrito por Koenig e Ranawat.
•Se forem alcançadas aproximação e estabilidade, amarre
as suturas uma à outra por cima de pontes apropriadas
da cápsula posterolatera l. Amarre as suturas com o joelho REPARO DE LESÃO RADIAL OU DA
em extensão comp leta . RAIZ MENISCAL
•Imobilize o joelho em um imobi lizador de joelho comer-
cial com o joelho em extensão.
TÉCNICA
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO No pós-operatório, a •Três portais são util izados: anteromedial, anterolateral e
carga parcial com mu letas é mantida durante 4 a 6 posteromedial elevado. Os portais med iais são porta is com
semanas, dependendo da estabi lidade da lesão e da dis- utilização de cânulas .
tânncia da lesão do fornecimento de sangue periférico . •Após preparar o leito de inserção, insira uma âncora pelo
portal posteromedial elevado e recupere as suturas por
fora do portal anteromedial. (Uma inserção angu lada e
uma broca flexível faci litam a colocação de uma âncora.)
• LESÕES RADIAIS E LESÕES DAS RAIZES •Penetre o menisco em 3 mm a 4 mm da borda com um
dispositivo passador de sutura .
MENISCAIS
•Recupere o passador através do portal anteromedial e
As lesões radiais que se estendem até a cápsula podem ser reparadas
conduza uma das suturas através do menisco para sa ir na
nos pacientes jovens com men iscos saudáveis. A raspagem sinovial
sua superfície superior. Da mesma forma, recupere a
seguida do reparo longitudinal e composta por duas suturas lon-
segunda sutura para originar uma sutura no leito, a qual
gitudinais, uma na superfície superior e uma na superfície inferior,
é conduzida através do porta l posteromedial. Uma âncora
é indicada aos pacientes jovens dispostos a seguir um protocolo
carregada duplamente pode ser uti lizada para produzir
pós-operatório rigoroso (Fig. 51-28).
duas suturas no leito para uma maior segurança.
As lesões das raízes meniscais laterais podem ser benfeitas ras-
pando e permitindo-lhes a cicatrização in situ, conforme descrito
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O pós-operatório é o
mesmo que o descrito para a Técn ica de 51-5.
1TÉCNICA ALL-INSIDE
Existem numerosos dispositivos de sutura no mercado neste momento.
A força de tensão e o acompanhamento de curto prazo da taxa de
cicatrização utilizando estes dispositivos aproximam-se da fixação
de sutura de dentro para fora. Nós usamos esses dispositivos para
corrigir pequenas lesões quando dois ou apenas um dispositivo é
suficiente para reparos posteriores seguidos pelo uso de suturas para
reparar as partes exterior e anterior da lesão. As vantagens destes
dispositivos é a facilidade de utilização e eliminação de incisões
cirúrgicas acessórias. As desvantagens são os danos ao menisco a
partir da implantação do dispositivo, a dificuldade na obtenção de
um reparo vertical e o custo.
Os mesmos princípios se aplicam ao uso de dispositivos all-inside
e às técnicas de dentro para fora. São necessários uma seleção adequada
e o preparo das lesões meniscais, assim como a prevenção de danos
vasculares orientando as agulhas para longe das estruturas neurovascu-
lares e estabelecendo a parada das agulhas em 14 mm ou 16 mm.
lp!Ciii;tijBIIt Reparo de lesão radia l comp leta do menisco lateral.
Observe que a primeira sutura no leito vertical reaproxima os frag-
mentos meniscais. Mais tarde, mais suturas no leito vertica l são adi-
PREPARAÇÃO DO COÁGULO DE FIBRINA
cionadas para sut urar o aspecto posterior da cápsu la. No míni mo, são Embora o papel exato do coágulo de f ibrina ou plasma
co locadas duas suturas no leito vertica l, e muitas vezes uma te rce ira rico em plaquetas no reparo meniscal esteja desconhecido, )
sutu ra "emp il hada" no leito vertica l é necessária.
llllJI!D PARTE XIV ARTROSCOPIA
e D
O!§ii;bill:m Técnica de duplo tarugo ósseo. A e B, Preparação do enxerto. C, Inserção de enxerto, incluindo redução de sutura. D,
Aparência e finalização. VEJA A TÉCNICA 51-10.
inserção meniscal, passagem e fixação em túneis ósseos extra-articular sobre a parte contra latera l da metáfi se
(Fig. 51-29B). t ibial na altu ra da cabeça fibular, na metade entre a
•Demarque a interface menisco-osso com uma caneta de borda da tuberosidade da tíbia e a borda posteromed ial
marcação estéril para uma ava liação precisa do comp leto ou posterolatera l da tíbia . A vantagem de perfurar túneis
posicionamento do enxerto ao nível da junção do túnel a partir da metáfise contra lateral é que as divergências
ósseo com o menisco. do túnel se ri am maiores, proporcionando uma ponte
óssea maior entre os dois túne is (ou seja, menos chance
POSICIONAMENTO DO TÚNEL de o túnel "estourar").
• Coloque o artroscópio e o guia artroscópico nos portais • Faça uma incisão longitudinal de 3 cm na pele e eleve a
anterolateral e anteromedial para proporcionar melhor membrana do periósteo. Uma exposição suficiente é
exposição e posicionamento do túnel para ambos os locais necessária para o posicionamento paralelo de dois túneis
de inserção óssea do menisco lateral. Os loca is de inserção ósseos de 7 mm com uma ponte óssea de 1 cm entre eles.
dos cornos anterior e posterior do menisco medial são mais •Perfure os túneis tibiais sob orientação artroscópica.
bem visualizados com o artroscópio nos porta is anterome- •Insira um gu ia de perfuração tibial através do portal ante-
dia l e posteromedial. É idea l a colocação do guia artroscó- rior apropriado e encaixe-o na " marca " do local da inser-
pico no portal anterior contra lateral para cada loca l de ção óssea do corno menisca l.
inserção do corno meniscal medial. •Perfure com um fio guia através do gu ia tibial.
•Após determ inar que o posicionamento intra-articu lar •Remova o guia e confirme a posição do f io gu ia antes de
do guia artroscóp ico está adequado, coloque a saída criar o túnel tib ial. )
Em> PARTE XIV ARTROSCOPIA
•Perfure o fio guia tibial com uma broca canulada de 7 mm. • Observe atentamente as cinemáticas meniscais enquanto
)
• Desbride o túnel tibial de todo o tecido mole, chanfre, e faz a inspeção para avaliar a estabilidade e a redução .
alise com um raspador artroscópico para facilitar a inser- Amarre as suturas periféricas na cápsu la.
ção do tarugo ósseo e prevenir a abrasão do enxerto na • Amarre as suturas ancorando os tarugos ósseos da tíbia
interface túnel-planalto tibial. sobre a ponte óssea que separa os túneis (Fig . 51-290).
•Realize um fechamento em camadas padrão para cada
INSERÇÃO DO ENXERTO incisão .
•Faça uma incisão acessória de 3 cm no canto posterola-
teral ou latera l, assim como seria feito se realizasse um CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A extremidade opera-
reparo meniscal de dentro para fora. da é colocada em um imobilizador de joelho articulado de
•Com uma dissecção cuidadosa, exponha latera lmente a perna inteira. A amplitude de movimento de O a 90 graus
borda posterior do ligamento colateral latera l ou a junção é iniciada imediatamente após a ci rurgia. Nas primeiras 6
da borda posterior do ligamento colateral medial e o semanas, o paciente é autorizado a suportar peso com
ligamento ob líquo posterior mediaimente. parcial apoio assistido com um imobilizador trancado em
•Faça uma artrotomia de 1,5 cm na borda posterior do extensão total. Após 6 semanas, a cinta é removida e o
ligamento colatera l lateral e do li gamento colateral medial paciente progride para o suporte do peso total. Exercícios
para a inserção do aloenxerto meniscal. de cadeia fechada são enfatizados e flexão em altos graus
•Uti lizando o artroscópio, passe uma alça de fio maleável é evitada durante os primeiros 6 meses. Ciclismo, natação
retrógrado de calibre 18 através do túnel tibia l posterior e correr à meia velocidade são permitidos em 3 a 6 meses.
para fora do joelho através da incisão capsular vertical Corrida mais intensa, manobras de agilidade e agacha-
localizada na borda posterolateromedial. mento completo estão proibidos até 6 meses. Esportes
• Puxe as sutu ras que foram colocadas no corno posterior competitivos são proibidos em até 9 a 12 meses de
e o tarugo ósseo do aloenxerto do menisco através do pós-operatório.
túnel tibial posterior com o uso do fio em laço.
•Aplique tensão através dessas suturas para encaixar o
tarugo ósseo posterior dos aloenxertos meniscais medial
e lateral.
•Para evitar uma potencial fratura do tarugo ósseo ante-
CIRURGIA ARTROSCÓPICA PARA OUTRAS
rior, um processo de dois passos é utilizado para in se rção
e redução do corno anterior.
DOENÇAS
•Introduza o f io em alça de ca libre 18 através do porta l
anterior ipsilateral e traga-o para fora do joelho através
• CORPOS SOLTOS NA ARTICULAÇÃO DO JOELHO
da incisão da cápsu la posterior (Fig. 51-29C) A remoção de corpos soltos da articulação do joelho é especialmente
•Puxe as suturas que ancoram a porção anterior do enxerto adequada para as técnicas de artroscopia. Um corpo solto pode ser
para fora do portal anterior ipsilateral, guiando o tarugo um problema singular isolado ou vários corpos soltos podem indicar
ósseo anterior na metade da frente do joelho através da a presença de um processo patológico mais complexo, tal como con-
calha medial ou lateral. dromatose sinovial. Todos os esforços devem ser feitos para identificar
• Passe cuidadosamente o bloco ósseo anterior ao longo da o processo subjacente para gerir a condição corretamente.
ca lha e tome cuidado para evita r fraturar o tarugo ósseo. Os corpos soltos podem ser classificados nos seguintes tipos:
•Passe o fio maleável retrógrado através do túnel tibia l 1. Osteocartilaginosos. Estes corpos soltos são compostos de osso
anterior dentro do joelho e traga-o para fora do portal e cartilagem, e são detectáveis radiograficamente. Os corpos
anterior ipsilatera l para acompanhar as suturas ancoradas soltos osteocartilaginosos podem ser provenientes de diversas
ao tarugo ósseo anterior. fontes, sendo as m ais comuns osteocondrite dissecante, frat u-
•Passe as suturas através do fio em laço e as guie através ras osteocondrais, osteófitos e osteocondromatose sinovial.
do túnel tibial anterior para a frente do joelho. 2. Cartilaginosos. Estes corpos soltos radiolucentes geralmente
•Reduza o tarugo ósseo anterior no respectivo túnel ósseo são traumáticos e provenientes de superfícies articulares da
sob artroscopia. Isso assenta o enxerto meniscal na sua patela ou do côndilo femoral ou tibial.
posição anatômica com os tarugos ósseos anterior e pos- 3. Fibrosos. Estes corpos soltos rad iol ucentes ocorrem com
terior em seus respectivos túneis ósseos. menor frequência e resultam de reações hialinizadas originá-
rias, geralmente, da sinóvia secundária a um trauma ou, mais
FIXAÇÃO DO ENXERTO comumente, de condições inflamatóri as crônicas. As vilosida-
• Coloque suturas não absorvíveis Ethibond 2-0 (Ethicon, des sinoviais tornam-se mais espessas e fibrosas, podem tor-
lnc., Somerville, NJ) no leito de forma vertical ou hori- nar-se pedunculadas, e podem soltar-se e cair na articulação
zontal. como corpos soltos. Inflamações crôn icas, como a tuberc ulose,
•Insira as suturas a partir das superfícies superior e inferior podem produzir vários corpos soltos fibrinosos conhecidos
do menisco para aproximar completamente o menisco e como "corpos de arroz."
a cápsula. 4. Outros. Tumores intra-articulares, como lipomas e sinovite
•Depois de todas as suturas terem sido passadas, mas nodular localizada, podem ser pedunculados e, por palpação,
antes de amarrar, aplique tensão na raiz meniscal perifé- serem sentidos como corpos livres ou, em casos raros, caírem
rica e na f ixação do tarugo ósseo das suturas enquanto livremente na articulação. Balas, agulhas e instrumentos de
move o joe lho por uma gama completa de movimento. artroscopia qu ebrados também podem aparece r como corpos
soltos externos dentro do joelho.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES GDll
REMOÇÃO DOS CORPOS SOLTOS
TÉCNICA
•Duas técnicas são geralmente utilizadas com base no
problema enfrentado pelo cirurgião: (1) os pequenos
corpos soltos são removidos a partir da articulação do
joelho por sucção e lavagem da articulação, e (2) os
corpos soltos maiores são retirados utilizando-se técnicas
de triangulação.
•Insira o artroscópio de visualização em 30 graus através
do portal anterolateral. Raramente, o sangramento é um
problema na remoção do corpo solto; inflar o torniquete
é, geralmente, desnecessário.
•Realize uma artroscopia diagnóstica sistemática completa
movendo sequencialmente e sistematicamente através da
articulação. Se o corpo solto for grande e radiopaco,
radiografias pré-operatórias dão uma indicação da sua
localização; no entanto, pode ter se movido antes que a
radiografia foi feita.
• Pesquise a articulação sistematicamente em busca de
corpos livres adicionais, incluindo a bolsa suprapatelar, as O!ijii;frjlll!I Remoção de corpos soltos. O corpo solto é
calhas medial e lateral, os compartimentos medial e empalado com agulha e a pinça é inserida através de portal
lateral, o hiato poplíteo, a fossa intercondilar e os com- superolateral. VEJA A TÉCNICA 51-11.
partimentos posteriores.
• Se o corpo solto estiver na bolsa suprapatelar, ele pode
flutuar para longe do artroscópio ou agarrar o instru-
mento. Além disso, uma pequena turbulência nos fluidos
de irrigação ou um mínimo toque com a pinça frequente-
mente fazem ele mover-se para longe. Isso pode ser dedu-
zido desligando o fluxo de irrigação de solução e inserindo
uma pequena ponta de sucção. Frequentemente, o corpo
solto é atraído para a ponta de sucção, onde isto pode ser
segurado até que um terceiro instrumento seja trazido para
o joelho para agarrá-lo.
•O corpo solto também pode ser preso ou estabilizado por
meio da triangulação de uma agulha espinhal para ele,
perfurando-o com a agulha e segurando-o no lugar até
que uma pinça é inserida, geralmente através de um
portal superolateral ou superomedial (Fig. 51-30)
•Quando estiver dentro das maxilas da pinça, retire lenta-
mente o corpo solto para o portal de entrada.
•Se necessário, aumente a entrada de modo que o corpo
solto possa ser extraído . É melhor ampliar o portal do que
haver deslizamento do corpo solto da pinça e tornar-se ij!§IJ;f4m:IJI Corpo solto em compartimento posteromedial.
livre de novo dentro da articulação. A artroscopia completa do joelho deve sempre incluir o exame
• Se vários corpos soltos estão presentes, remova os menores do compartimento posteromedial. VEJA A TÉCNICA 51-11.
primeiro. A remoção dos maiores pode requerer alarga-
mento do portal e pode resultar em vazamentos significa-
tivos de soluções de irrigação a partir da articulação.
• Quando todos os corpos soltos que podem ser vistos forem
removidos, aspire a articulação, especialmente os compar- um portal central utilizando um artroscópio oblíquo de
timentos posteriores e a fossa intercondilar. Ocasionalmente, visualização de 70 graus (Fig. 51-31).
isso puxa pequenos corpos soltos ainda não vistos. •Triangular um instrumento de agarrar no compartimento
• Se possível, tente identificar o processo patológico que pro- posteromedial ou posterolateral com o artroscópio também
duziu os corpos soltos e trate-o de forma adequada (ou seja, em um portal posteromedial ou posterolateral pode ser
por meio de biópsia, sinovectomia ou condroplastia) . difícil devido à aglomeração e colisão de instrumentos.
•Os corpos soltos que gravitam em compartimento poste- •Passe um artroscópio oblíquo de visualização 70 graus
rior podem ser vistos com o artroscópio de visualização através da fossa intercondilar e no compartimento poste-
através de um portal posteromedial ou posterolateral, ou rior adequado, localize o corpo solto e triangule com um )
PARTE XIV ARTROSCOPIA
instrumento de agarrar através de um portal posterome- A mais comum dessas plicas que é clinicamente significativa
dial ou posterolateral para removê-lo. é a plica patelar medial. A sua incidência fo i relatada na faixa de
• Corpos soltos também podem ser difíceis de encontrar no 10% a mais de 50% no joelho normal. A frequência da plica patelar
compartimento anterior em torno do coxim de gordura, medial e se u possível papel na causa de dor anterior do joelho
sob os cornos anteriores dos meniscos. Se for difícil encon- foram muito mais visados assim que a artroscopia diagnós ti ca se
trar um corpo solto anterior, adicione um porta l mediopa- desenvo lve u.
telar para ver a área e permitir a instrumentação e inspeção A plica patelar medi al começa logo superior à patela e, por
através de am bos os portais anteriores. vezes, continua com a extensão distal da plica suprapatelar, correndo
•Corpos soltos grandes o suficiente para exig ir uma grande distalmente ao longo da parede lateral medial da articulação e sobre
incisão para sua remoção podem ser removidos em peque- o côndilo femoral medial para se inserir no coxim de gordura. Essa
nos fragmentos por morcelização, se desejar. Não use o estrutu ra só causa sintomas se ela se tornar espessa e inelástica
basket delicado ou outros instrumentos de artroscopia devido a um trauma ou inflamação crônica. A causa precipitante
para este fim ou graves danos ao instrumento seriam o comum é um golpe direto na região anteromedial do joelho, trau-
resultado. É melhor usar um rongeur de Kerrison ou uma matizando a plica. Isto res ulta em inchaço e alterações inflamatórias.
barra artroscópica para quebra r os corpos soltos maiores Em tais casos, a flexão repetitiva do joelho e sua extensão podem
para remoção . causar espessamento e hialinização dentro da plica, levando à perda
•Remova os "corpos livres" pedunculados causados por de elasticidade. Se ela estiver acompanhada de aumento das ativida-
doenças como sinovite nodular usando técn icas de trian- des, a estrutura estreita incompatível pode atuar como uma banda
gulação-padrão após o pedículo de restri ção ser cortado abrasiva esfregando em todo o côndilo femoral medial, em vez de
com uma tesoura artroscópica. deslizar suavemente sobre ele. Com o temp o, esta ação abrasiva pode
•A quebra do instrumento durante os procedimentos de resultar em condromalacia do côndil o femoral medial. A plica
artroscopia pode ocorrer e partes de instrumentos que- patelar medial patológica tem um a borda interna bastante engros-
brados podem cair dentro da articulação. Nestas cir- sada, arredondada, fibróti ca e bra nca. À medida que o joelho é
cunstâncias, mantenha a ca lm a, desligue a solução de movido a partir da extensão até 90 graus de flexão, esta plica pato-
irriga ção, mova o joelho o menos possível e sempre lógica faz contato firme com o côndilo femoral subj acente em 30 a
mantenha o fragmento sob visão. Não prossiga com o 40 graus de flexão. Tanto um a área amolecida da cartilagem articular
procedimento cirúrgico pretendido até o peda ço do na extremidade do côndilo femoral médio como um pannus de
in strumento ser removido . sinóvia crescente ao longo da borda do côndilo da calha medial são
pistas adicionais de que a plica pode ser patológica e responsável
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O pós-operatório é o pelos sintomas do paciente, desde que o exame e os sintomas com -
mesmo que o descrito para a Técn ica de 51-1. plexos sejam compatíveis.
Clinicamente, o paciente descreve o ati ngimento do aspecto
anterornedial do joelho por um objeto duro, urna queda no aspecto
anterior do joelho, ou algum golpe direto a esta região. Isto é
seguid o por urna doença crônica, dor e desconforto na região
anterior do joelho, o que é agravado pelas atividades. O paciente
• PLICA SINOVIAL DO JOELHO també m pode sentir uma sensação de clique durante a flexão e
Embriologicamente, a articulação do joelho se forma a partir de três extensão da articulação. A efusão raramente é observada. No
compartimentos sinoviais. Normalmente, estes se fundem em uma exame, normalmente é encontrada urna área localmente delicada
única cavidade sinovial com as partições sinoviais intervenientes bem acima da linha da articulação sobre o aspecto anteromedial
resolvidas. As plicas sinoviais importantes do joelho representam do joelho. Ocasionalmente, com a flexão ativa e extensão da arti-
restos não resolvidos destas partições. Estas plicas sinoviais são dobras culação, um estouro da plica so bre o côndilo fe moral medial pode
que geralmente são classificadas de acordo com sua relação anatômica ser notado, o que acontece mais cornum ente em cerca de 30 a 40
com a patela: plicas suprapatelar, infrapatelar, patelar medial e patelar graus de flexão. Às vezes, essa plica fibrótica espessa é palpável ao
lateral. Elas variam em frequência, tamanho, espessura e significado longo da borda medial da patela.
clínico. Jackson, Marshall e Fujisawa sugeriram qu e o termo plica ou O tratamento inicial da plica medial patológica deve ser con-
prateleira seja reservado para descrever urn a dobra sinovial normal; e servador. Deve ser aconselhada a modificação das atividades para
se a plica estiver contribuindo para os sintomas do paciente, deve ser reduzir os movimentos de fl exão e ex tensão repetitivos do joelho.
considerada como uma plica patológica. O paciente deve evitar manter o joelho flexionado por períodos
A plica infrapatelar, ou ligamento mucoso, provavelmente prolongados, e são aconselhados exercícios isométricos do quadrí-
nunca causa sintomas, mas pode tornar difícil passar o artroscópio ceps com pernas rígidas juntamente com um regime curto de medi-
de um compartimento para o outro; se for proeminente, a visuali- camentos anti-inflamatórios. A imobili zação ocasional do joelho em
zação do ligamento cruzado anteri or pode ser difícil. Ela pode variar extensão por alguns dias ou um a inj eção local pode ser benéfica. Os
de um a banda fina de sinóvia, correndo a partir do lado detrás do exercícios progressivos de resistência do quadríceps devem ser evi-
coxim de gordura na fossa intercondilar, a uma partição sinovial tados, pois esses movimentos de flexão e extensão repetitivos do
quase completa, separand o os compartim en tos medial e lateral. joelho agravam a plica. As medidas conservadoras geralmente são
A plica suprapatelar está acima da pateta e divide parcialmente a benéficas nas síndromes da plica medial de curta duração. Se os
bolsa suprapatelar em dois compartimentos. Raramente, causa sin- sintomas forem crônicos e as medidas conservadoras falharem,
tomas no joelho. Já foi descrita uma prateleira lateral da patela ou podem ser necessários o exame artroscópico do joelho e a ressecção
plica, mas é extremamente rara. da plica patológica.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES tZDll
RESSECÇÃO DA PLICA
TÉCNICA
•Realize uma artroscopia diagnóstica completa e sistemá-
tica para descartar outras doenças intra-articulares. Se
uma plica engrossada, inelástica, arredondada e esbran-
quiçada for observada, a ressecção artroscópica da plica
deve aliviar os sintomas.
•Examine a plica patelar medial com o artroscópio de visu-
alização de 30 graus pelo portal anterolateral-padrão.
•Confirme a natureza patológica da plica visualizando seu
aspecto superior através do portal superolateral.
•Se a plica for patológica, é melhor ressecar uma grande
parte dela em vez de simplesmente cortá-la. Com a visu-
alização do artroscópio no portal anterolateral, insira uma
tesoura artroscópica ou um basket através do portal supe-
rolateral (ou cestas de lado cortante podem ser utilizadas
através do portal anteromedial), avance as tesouras ou
pinças para a parede lateral medial e, começando no
aspecto superior da plica, excise 1 cm a 2 cm dela. Um H@ll;J4Ellfl Locais das lesões das osteocondrites dissecantes.
saucerização da plica para baixo da parede lateral sinovial A, Locais das lesões do côndilo femoral medial (central, laterocen-
deve ser o objetivo do tratamento. tral ou inferocentral) e do côndilo femoral lateral (inferocentral
•Muitas vezes, a divisão inicial da plica é acompanhada e muitas vezes posterior). B, Visão lateral do côndilo femoral
por um estalo para além da estrutura e por uma grande medial mostrando a localização comum de lesões.
separação das suas extremidades cortadas, o que indica
que a plica estava sob uma tensão considerável. Se neces-
sário, insira o raspador motorizado ou o ressector sinovial para determinar a cicatrização de uma lesão. Fluido sob a lesão (na
através do portal superolateral e remova as marcas res- cratera) ou edema subcondral é uma evidência da RM da instabili-
tantes da sinóvia e da plica Para reduzir a sinovite pós- dade da lesão.
operatória, evite uma ressecção sinovial excessivamente As lesões em pacientes sintomáticos de esqueleto imaturo são
agressiva. tratadas de forma conservadora por 3 meses, sendo a duração
• Complete a lavagem e a sucção da articulação para remover determinada pela idade do paciente, o tamanho da lesão, e o envol-
qualquer resíduo. vimento da zona de carga. Pequenas lesões em áreas de não carga
podem ser tratadas com restrição de atividades. As lesões de 1 cm
ou maiores em uma área de carga são imobilizadas e a carga parcial
é permitida até que alguma cicatrização seja observada em radio-
• OSTEOCONDRITE DISSECANTE DOS CÔNDILOS grafias subsequentes. As lesões com tendência à cicatrização
FEMORAIS E PATELA mostram alguns sinais de cicatrização ao longo de um período de
A osteocondrite dissecante do joelho é uma doença comum de causa 3 meses. O imobilizador é descartado após 4 a 6 semanas se os
desconhecida. Acredita-se que resulta de isquemia de uma área loca- sintomas permitirem. A carga parcial progride ao longo das 4 a 8
lizada do osso subcondral, precipitada por enfarte, traumatismo ou semanas subsequentes conforme a cicatrização progride. As lesões
por outras causas. Uma área de osso subcondral torna-se avascular, que mostram nenhuma evidência de cicatrização são consideradas
com alterações posteriores na cartilagem articular sobreposta. A para o tratamento cirúrgico aberto ou artroscópico. A intervenção
osteocondrite dissecante deve ser diferenciada das fraturas osteo- cirúrgica precoce deve ser considerada em lesões que permanecem
condrais verdadeiras e da ossificação irregular dentro dos côndilos sintomáticas (efusão e dor da linha articular) mesmo que o pro-
femorais. Embora esteja bem estabelecido que as lesões não luxadas grama seja conservador. Esse fato é especialmente verdadeiro em
em crianças com esqueleto imaturo cicatrizam se imobilizadas, a crianças que se aproximam do fechamento da fise. Achados inci-
cirurgia geralmente é indicada para a osteocondrite dissecante em dentais de uma lesão osteocondral assintomática devem ser acom-
pacientes maduros ou quase maduros e para pacientes que tenham panhados por radiografias repetidas a cada 4 a 6 meses até que a
fragmentos parcialmente ou completamente isolados. lesão tenha cicatrização ou até que a maturidade esquelética seja
A osteocondrite dissecante dos côndilos femorais foi classifi- atingida. A RM é valiosa no acompanhamento do processo de
cada radiograficamente segundo o tamanho e a localização da lesão. cicatrização. Se após esse tempo a lesão ainda for assintomática e
As lesões do côndilo femoral medial são descritas como central, os achados radiográficos forem benignos, o acompanhamento
laterocentral e inferocentral (Fig. 51-32). As visões-padrão postero- deve ser continuado conforme necessário.
anteriores de 45 graus de carga lateral e as visões da articulação A avaliação e o tratamento artroscópicos são indicados em
patelofemoral são úteis. As radiografias do joelho oposto também todos os pacientes com 12 anos ou mais conforme determinado pela
são necessárias para avaliar as potenciais lesões contralaterais. Os radiografia de idade óssea e que tenham lesões maiores que 1 cm de
filmes de idade óssea para determinar a maturidade esquelética real diâmetro localizadas, principalmente, em uma área de carga. As
também são úteis. A RM é uma forma eficaz de avaliar o tamanho lesões que são enormes(> 3 cm de diâmetro), as lesões com grandes
e a integridade das lesões osteocondriticas, e pode ser necessária ou vários corpos soltos que se acredita serem substituíveis ou as
lll!ID PARTE XIV ARTROSCOPIA
lesões que são inacessíveis às técnicas de artroscopia são mais bem pesam grandemente nos resultados de longo prazo destas lesões. O
tratadas por artrotomia aberta. O tratamento da lesão é baseado no tabagismo e a obesidade afetam negativamente os resultados, assim
exame artroscópico. As lesões são classificadas em um dos seguintes como a idade maior que 30 a 45 anos.
grupos: (1) lesões intactas, (2) lesões que apresentam sinais de sepa-
ração precoce, (3) lesões parcialmente isoladas, e (4) crateras com
corpos soltos (recuperáveis ou irrecuperáveis) . PERFURAÇÃO ARTROSCÓPIÇA DE
Uma lesão intacta apresenta apenas uma menor irregularidade UMA LESAO INTACTA DO CONDILO
da superfície artic ular sem interrupção na continuidade da superfí-
FEMORAL
cie. Isso é determinado por palpação cuidadosa e inspeção artros-
cópica. Estas lesões são tratadas por meio de perfuração múltipla TÉCNICA
através da superfície articular e no fragmento subcondral e osso
vascular subjacente. A utilização de imagiologia e aperfuração retró- •Realize uma artroscopia dia gnóstica completa e sistemá-
grada distal para a placa de crescimento também podem ser usadas tica com o artroscóp io de visualização a 30 graus no
para preservar a superfíc ie articular. Como a sup erfície articular porta l anterolatera l.
vista artroscopicamente pode mostrar pouca ou nenhuma irregula- •Inspecione cu idadosamente a superfície articu lar do côndi lo
ridade da superfície, a palpação do defeito amolecido é o melhor femoral med ial, variando o grau de flexão do joelho entre
meio para identificar a lesão. Ter imagens pré-operatórias disponí- 20 e 90 graus para ver a extensão posterior da lesão.
veis e utilizar um intensificador de imagem durante este processo As superfícies articu lares parecem suaves, exceto por uma
podem ajudar a localizar o local para perfuração. irregularidade li ge iramente levantada nas bordas da lesão.
Uma lesão separada precocemente apresenta uma superfície •Insira um probe através do porta l anteromed ial e anal ise
articular lisa essencialmente intacta, mas com maior irregularidade atentamente essa linha irregu lar para garantir que não
do que a de uma lesão intacta. Em algum ponto, a superfície articu- haja interrupção na continu idade da superfície articular
lar mostra uma ruptura de uma pequena parte da periferia da lesão que recobre a lesão óssea subcondral.
e o fragmento move-se bastante quando inspecionado com probe. •Se a lesão estiver intacta, perfure-a com vários furos
Estas lesões devem ser tratadas com desbridamento e suavização da usando um fio de Kirschner de 0,045 polegada. Posicione
quebra da superfície articular, seguidos de estabilização do frag- o fio de Kirschner perpendicu lar à superfície articular, com
mento. O fragmento pode ser fixado com parafusos bioabsorvíveis os tecidos moles protegidos por uma manga ou uma
ou de metal. Os parafusos têm a vantagem de comprimir o frag- cãnu la sobre o fio (Fig . 51-33). O acesso para perfurar as
mento, o que pode ser útil em lesões maiores. A ausência de carga lesões inferoce ntrais do côndi lo femoral medial geral -
é necessária durante aproximadamente 6 semanas após a cirurgia. mente se dá através do portal anteromedial; as lesões
A maioria dos parafusos de metal precisa ser removida. laterocentrais podem ser mais bem abordadas trazendo
A lesão parcialmente isolada apresenta uma maior perturbação o fio de Kirschner através do porta l anterolateral enquanto
na superfície articular e, com a inspeção, a lesão pode ser deslocada se olha pelo porta l anterom ed ial. Se o paciente não ti ver
ou articulada em uma extremidade. Estas lesões devem ser articuladas um esqueleto totalmente maduro e a fise for aberta,
abertas e a cratera dever ser desbridada para remover o tecido fibroso tome cu idado para não penetrar muito profundamente e
e estimular a hemorragia petequial óssea. Ocasionalmente, é neces-
sário enxerto de osso esponjoso na base da cratera. Quando vistas
artroscopicamente, as lesões que já desenvolveram um corpo solto e
uma cratera são tratadas por meio de reconstrução da cratera, ou seja,
por curetagem e desbridarnento para sangramento do osso e pelo
contorno e suavização das bordas e das paredes da cratera. Se o corpo
solto foi isolado recentemente, o que seria indicado por hemorragia
ou um material fibroso pequeno no interior da cratera, e puder ser
substituído congruentemente, ele é segurado para trás na cratera e
estabilizado. Em um estudo realizado por Magnussen et ai., os corpos
soltos deslocados com cartilagem viável e algum osso subcondral
anexado foram recolocados com êxito e cicatrizaram em mais de 90%
dos pacientes. Os fragmentos foram aparados e o enxerto ósseo espon-
joso foi adicionado quando foi necessário o preenchimento da cratera.
Quando o fragmento não é aceitável, a cratera pode ser tratada por
microfratura ou transferência osteocondral autógena.
A osteocondrite dissecante da patela pode ocorrer na faceta
medial ou lateral e na cordilheira central ou no aspecto medial ou
lateral da tróclea. No caso de lesões localizadas, desbridamento e
microfratura são a primeira linha de tratamento. Para sintomas mecâ-
nicos persistentes com inchaço e dor que não respondem ao trata-
mento conservador ou à microfratura, urna segunda linha de tratamento
em um indivíduo maduro com essas lesões seriam a medialização
anterior da tuberosidade da tíbia e o transplante osteocondral autó- H[êji!iftUll'!'I Técni ca para a perfuração de lesão intacta de
geno como um procedimento aberto, se indicado (Cap. 45). É impor- ost eoco ndrite dissecante. Através do portal anteromedial, são
tante notar que a condição da cartilagem circundante, a viabilidade fe ita s várias perfurações na lesão do cô ndilo femoral medial com
do menisco, a estabilidade do joelho e o alinhamento da extremidade o fio de Kirschner. VEJA A TÉCNICA 51-13.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES f%ll1ll
ferir a fise. A imagem radiográfica pode ser utilizada para
1 CORPOS SOLTOS OSTEOCONDRÍTICOS
passar um fio de Kirschner de 0,045 polegada, come-
Os corpos soltos osteocondríticos que já estão completamente
çando distalmente à placa de crescimento e terminando
isolados e flutuando livremente dentro da articulação geralmente
imediatamente proximal à sutura articular, o que preserva
não são adequados para a redução e fixação ou enxerto ósseo.
a cartilagem. Passar um fio através da carti lagem para sair
Apenas um corpo solto recentemente isolado com cartilagem,
lateralmente pode servir como um guia para os fios serem
osso e uma base de cratera fresca é adequado para substituição e
passados proximalmente à lesão.
fixação. Mais frequentemente, o corpo ou corpos soltos ficam
•Complete a lavagem e a sucção da articulação e remova
arredondados para fora e podem não caber congruentemente de
os instrumentos.
volta dentro da cratera por métodos abertos ou fechados. Nesses
casos, os corpos soltos devem ser extraídos da articulação; a base
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O manejo pós-operató-
da cratera deve ser limpa de detritos fibrosos; o osso duro e
rio de imobilização consiste em um imobilizador de movi- esclerótico subjacente, perfurado com vários furos ou desgastado
mentos restritos com o arco de movimento controlado
para o sangramento do osso esponjoso; e as bordas e as paredes
para evitar o contato da superfície articular da tíbia com a
da cratera, contornadas e alisadas sem retirar a cartilagem arti-
lesão. O uso de muletas com carga parcia l é incentivado cular adicional saudável.
até a cicatrização inicial ser observada radiograficamente.
No pós-operatório, são permitidos o movimento imediato e
Usualmente, são necessárias 4 a 6 semanas de imobiliza-
carga. Nestas circunstâncias, a proteção prolongada não parece
ção para pacientes jovens, enquanto os pacientes mais
melhorar a cobertura da base da cratera com tecido fibrocartilagi-
velhos com lesões maiores devem continuar a imobilização noso. O movimento passivo constante durante 6 semanas tem se
e evitar o levantamento de peso até a evidência radiográ- revelado eficaz.
fica de cicatrização definitiva ser observada. Os exercícios
Defeitos maiores (1 cm a 2,5 cm) em uma parte da carga e com
de amplitude de movimento devem ser realizados de 15 a
uma parede de cartilagem intacta em volta do defeito são tratados,
20 minutos duas ou três vezes ao dia. preferencialmente, pela utilização de uma transferência de autoen-
xerto osteocondral (OATS) do tipo de enxerto para tampar o defeito.
-Haste de
alinhamento
D E F
lj@ii;@Ellm Transferência de autoenxerto osteocondral. A, Tamanho do defeito determinado. B, Extrator condutor colhedor
montado com tubo colhedor e pino colar carregado. C, Colhedor conduzido ao osso subcondral. D e E, Colheita de enxerto. F, Haste
de alinhamento OATS calibrado de diâmetro adequado utilizado para medir a profundidade do soquete receptor e alinhar o ângulo
do soquete receptor corretamente à posição do portal de inserção.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES flDll
G H
H!§iJ;f!iHi§S;.J,iM G, Colhedor de doadores, pino colar e núcleo do autoenxerto reinserido no condutor. H, Colhedor do tubo
doador introduzido no soquete receptor. 1, Sizer tamp com diâmetro 1 mm maior do que o núcleo de osso posicionado sobre o núcleo
de osso. J, Núcleos colhidos e transferidos. VEJA A TÉCNICA 51-15.
rela ção à superfície articular para finalizar com uma lavagem •Quando se faz uma abordagem artroscópica, utilize a haste
de transferên cia. Gire o colhedor de modo que as marcas de alinhamento OATS calibrada de diâmetro apropriado
de profundidade sejam vistas. Mantenha um ângulo de para medir a profundidade de encaixe do destinatário e
flexão constante durante a colheita (Fig. 51-34D). alinhar o ângulo de encaixe do receptor corretamente em
• Depois de usar um martelo para conduzir o tubo colhedor relação à posição do portal de inserção, (Fig. 51-34F) .
dentro do osso subcondral para uma profundidade de apro- •Rein si ra o colhedor doador, o pino colar e o núcleo do
ximadamente 13 mm (2 mm a menos do que o comprimento au toen xerto no condutor. Desenrosque a tampa e retire
do núcleo doador), extraia o núcleo de osso destinatário da a T-handled midsection. Isto expõe a extremidade do pino
mesma forma como o núcleo ósseo do dador, e meça e grave colar que é usado para avançar o osso no soquete do
a profundidade do núcleo (Fig. 51-34E) destinatário . )
llllJIE) PARTE XIV ARTROSCOPIA
..
)
•Insira o pino calibrador sobre o pino guia e pressione
dentro da parte de trás aberta do condutor (Fig. 51 -34G).
Ins ira totalmente a borda chanfrada do tubo colhedor
doador no soquete do receptor. Estabilize o colhedor durante
a impactação do autoenxerto . Utilize um martelo para
bater a extrem idade do pino colar levemente e d irigir o
núcleo de osso ao soquete do destinatá rio (Fig. 51-34H)
= 5 1-3
Carga Máxima de Ruptura e
Rigidez de Seleções Atuais de
Enxerto em Cirurgia de
Ligamento Cruzado
FO_RÇA
MAXIMA DE RIGID EZ
• Mantenha estáveis o âng ulo de flexão do joelho e a posição SELEÇÃO DO ENXERTO RU PTURA (N) (N/MM)
do colhedor durante esta etapa. Avance cu idadosamente Native LCA (Woo et ai. ) 2160 242
o pino colar até que a extremidade do pino esteja a linhada Native PCL (Race, Amis) 1867
com o ca li brador de pino na parte de trás do condutor/ Te nd ão pate la r (Coo per et a i. ) 2977 455
extrator. Isso proporcio na um controle mecânico exato
Tendão isq ui oti b ial q uá d rupl o 4140 807
para garantir uma apropriada inserção do núcleo ósseo.
(semitend ino so e gráci l)
O comprimento predeterminado do pino colar é projetado
(Ha mner et a i.)
para avançar o núcleo do osso de modo que 1 mm de
enxerto seja exposto a partir do soquete receptor quando Tendão qu a d ríceps 2353 326
(Stã u b li et a i.)
o pino é conduzido com a extremidade do pino de calibra-
dor. Pode-se ver a inserção do núcleo enquanto ela está LCA, liga mento cruzado anterior; LCP, ligamento cruzado posterior.
ocorrendo visualizando o núcleo e o avanço do pino colar De Brand J, Weiler A, Caborn DNM, et ai: Graft fixation in cruciate ligament
através das ranhuras no lado do colhedor. reconstruction, Am J Sports Med 28:761, 2000.
•Alternativamente, o núcleo de extrusão é uma opção para
uti lizar o martelo para inserir o núcleo de osso no encaixe
do destinatário. Coloque o colhedor doador no mandril do
tubo colhedor condutor/extrator totalmente montado. ou implante autólogo de condrócitos. Para um reparo bem-sucedido
Conforme descrito anteriormente, insira a borda chanfrada destas lesões, a técnica deve ser acompanhada de perto. As indica-
do tubo colhedor doador no soquete do receptor. Enquanto ções gerais devem estar presentes e sem contraindicações, conforme
mantém o colhedor tubo doador firmemente em posição, listado na Figura 51-35. Os implantes de condrócitos autógenos das
rosqueie devagar o núcleo expelidor na parte trase ira do lesões por osteocondrite dissecante devem ser isolados e devem ter
condutor/extrator totalmente montado . Avance o núcleo uma perda de massa óssea inferior a 8 mm. A perda óssea de mais
expelidor rodando-o no sentido horário, forçando o núcleo do de 8 mm deve ser enxertada e um procedimento em etapas deve ser
osso do colhedor tubo doador no soquete do recepto r. realizado 6 a 12 meses mais tarde. Estas técnicas são discutidas no
Quando o extrusor núcleo estiver tota lmente encaixado, o Capítulo 45.
núcleo do osso deve ficar ligeiramente e levado.
•Remova o colhedor tubo doador e posicione um sizer • RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO CRUZADO
tamp com diâmetro pelo menos 1 mm ma ior do que o As técnicas de artroscopia avançaram e foram refinadas para
diâmetro do núcleo de osso ao longo do núc leo de osso. ajudar na reconstrução dos ligamentos cruzados anterior e poste-
O assentamento final do núcleo ósseo nivelado com as
rior. A abordagem auxiliada artroscopicamente tem as vantagens
áreas da cartilagem é consegu ido tocando levemente o
de possibilitar incisões capsulares e de pele menores, menos trauma
tampo com o martelo (Fig. 51-341).
do mecanismo extensor, uma melhor visualização da fossa intercon-
•Quando vários núcleos de vários diâmetros são escolh idos
dilar para a confecção do túnel e locais de inserção, menos dor pós
para serem colhidos e transferidos para quadrantes espe-
-operatória, menos aderências, movimentação precoce, e reabilitação
cíficos do defeito, cada transferência de núcleo deve ser
mais fácil. Os princípios gerais para a reconstrução dos ligamentos
concluída antes de se continuar com a criação do soquete
cruzado anterior e posterior são discutidos no Capítulo 49 e apenas
destinatário mais adiante. Isso evita a possível fratura da
partes pertinentes da técnica artroscópica são descritas aqui.
parede do túne l receptor e permite que núcleos subse-
A seleção dos enxertos depende da preferência do cirurgião e
quentes sejam colocados d iretamente adjacentes a núcleos
dos tecidos disponíveis. Entre os tecidos autógenos atualmente dis-
ósseos inseridos anteriormente (Fig . 51 -34J).
poníveis, os mais comumente utilizados são o terço central do tendão
patelar, o isquiotibial quadruplicado e, menos comumente, o enxerto
de tendão do quadríceps. Cada um destes enxertos demonstra ter
1 ENXERTO ÓSSEO força suficiente de carga para sanar falhas e rigidez para substituir o
Os enxertos ósseos esponjosos podem ser em balados na base da ligamento cruzado (Tabela 51-3). Outra consideração importante na
cratera em lesões parcialmente isoladas antes da redução e fixação seleção de um enxerto adequado é o deslizamento do enxerto ou
para obliterar o passo. Um enxerto esponjoso pode ser obtido a relaxamento da tensão do enxerto ao longo do tempo, cuja ocorrên-
partir da tíbia proximal usando-se uma agulha de núcleo trefina ou cia pode ser mais frequente com tendões isq uiotibiais do que
dispositivo semelhante para se obter a colheita. Este é colocado com os ligamentos, tais como o ligamento patelar ou o quadrícep s.
artroscopicamente ou por técnica aberta atrás da lesão caudada por A força de fixação, incluindo a força de puxar, o deslizamento do
osteocondrite dissecante embalando-o a uma superfície lisa antes da enxerto e a neoformação óssea também são importantes. A fixação
fixação com um parafuso de uma cânula. com parafusos de interferência, se realizada corretamente, fornece
Sgaglione descreveu algumas alternativas de tratamento força suficiente com enxertos ósseo patelar e osso-tendão. A utiliza-
para osteocondrite dissecante e fraturas osteocondrais localizadas ção do biaparafuso para fixação de enxertos de tecido mole é refor-
(Fig. 51-35). Nós preferimos a transferência de local de enxertos çada pela compactação do túnel e fixação secundária. O tempo de
osteocondrais ou, para as grandes lesões, tampões de aloenxerto incorporação do enxerto ao osso varia consideravelmente de estudo
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES
Casos de salvamento
Defeitos pós-traumáticos
Defeitos ósseos
MCS
OAT
ACI
Falha
*Indicações gerais: sintomática, unipolar, não
artrítica, complacente, alinhada, sem
frouxidão patológica, mais de dois terços do
menisco intacto, menos de 55 anos, índice de
massa corporal inferior a 30, sem artrite
reumatoide ou doença cardiovascular.
Enxerto + IAC
!AC , implante autólogo de condrócitos; STM, Plugue do
transplante total do menisco; TCM, aloenxerto
transplante de células mesenquimais; TAO , STM
transplante autólogo osteocondral.
O@l!;@Ola Algoritmo clínico para o tratamento de lesão de cartilagem articular. (De Sgaglione NA, Miniaci A, Gi llogly SD, et ai: Update
on advanced surgica l techniques in the treatment of traumatic focal articular cartil age lesions in the kn ee, Arthroscopy 18[2 Suppl 1]:9, 2002 .)
para estudo, indo de 3 seman as para o tarugo ósseo a mais de 3 uso de aloenxertos são diminuição da m orbidade pós-operatória,
meses para tecidos moles. Geralmente, a incorpo ração do enxerto melhor cosmética, diminui ção do temp o de operação e manutenção
tarugo ósseo ao tún el ocorre em ce rca de 6 sem anas, com enxertos do mecanismo extensor, o que pode eliminar alguns sintomas pós-
de tecidos mole oco rrendo em 2 a 3 semanas a mais. operatórios de tendinite ou co ndrom alacia. Os argumentos contra a
A m orbidade do doado e a cosmética também deve m ser utilização de aloenxertos são de qu e o período de tempo para a matu-
co nsideradas na escolha de um enxe rto. A colheita osseopatelar e ração do enxe rto e a porcentagem de incorporação do enxerto na
osso- tendão está associada ao risco aum entado de tendinite patelar, estrutura ligamentosa vari am. Os estudos mostram taxas de insu-
especialmente se enxe rtos m aiores fo rem colhidos. Fraturas de cesso em atletas duas a qu atro vezes m aiores do que às do autoen-
pressão aguda e tardia da patela, res ultantes de pegar um enxerto xerto. O potencial de infecção é baixo, incluindo a infecção bacteriana
muito profund o, tamb ém fo ram relatadas. A fra queza da colheita e a hepatite. A possibilidade de transmissão da AIDS é de aproxi-
do isqu iotib ial é, em si, insignificante, mas a lesão do nervo safena madamente 1 em 1,5 milhão.
a partir da colheita do enxe rto pode se r prejudicial. Ainda estão O custo e a disponibilidade de aloenxertos de comprimento
send o desenvolvidas técnicas ideais de enxerto e fixação do adequado bons e jovens tamb ém são um problem a. O aumento da
enxe rto. Atu almente, o tend ão patelar e os enxertos isquiotibi ais, utilização de enxertos em procedim entos primários está torn ando
quando fixos na linha da arti cula ção com fixação secundária sobre mais difícil obtê-los para revisão ou para vários procedimentos de
a tíbi a, geram res ultados qu ase iguais. Wag ner encontrou resulta- ligamento. Em nossa opinião, o uso de aloenxertos é m ais pertinente
dos ligeiramente melhores com um isqui otibi al, mas a maioria do s para a cirurgia de revisão em pacientes qu e não desejam ter o tendão
estud os mos tra res ultados comp aráveis com técnicas de fixação patelar colhido da pern a contralateral e para pacientes com várias
mais recentes. Os obj etivos fi nais da cirurgia do ligamento cruzado lesões ligamentares, nos quais a morbidade pode ser aumentada a
anterior é um enxer to com baixa morbidad e, excelente cosmética, partir da colheita de um enxerto em um joelho já gravemente
fo rça e rigidez, fixação segura precoce, e inco rporação perto da machu cado. Os aloenxe rtos também podem se r úteis para atletas
linha articular. que são negativamente afetados pelos sintomas do local da colheita.
Atualmente, cerca de 100 mil reconstruções do ligamento Na cirurgia de revisão, as taxas de fa lhas relatadas variam de 27% a
cruzado anterior são feitas anualmente, e es te núm ero vem cres- 46%. Os melhores res ultados são obtidos com o uso de autoenxertos.
cendo. Além disso, o número de aloe nxe rtos utilizados para proce- A primeira tentativa de reconstrução do ligamento cruzado anterior
dimentos primários e de revisão está aumentando. As vantagens do deve se r a melhor tentativa.
PARTE XIV ARTROSCOPIA
A
Autoenxerto Aloenxerto Localização
ÓR 1
Organismos resistentes
(Resistant organisms)
Limitações cirúrgicas
(Surgical limitations)
Morbidade na Resposta Fixação (Infecção pós-ope ratória) Dano menis cal/condra l
colheita do en xerto imune não anatômica Rejeição ao enxerto
Tendinite Resposta de cicatrização
Fratura da patela Res posta Artrofibrose
Neuropatia imune Lesão por esforço re petitivo
Força
Rigidez
Deslizamento
(pretensão)
..J;•t_•1EIJI!I Ca usas das complicações da reconstrução do ligamento cruzado anterior.
3cm
5cm
Limite do
D menisco lateral
lê!§ll;t.) EllJ!I A, Coto calc ificado do li gamento cruzado anteri o r após lesão crô nica . B, Sinal da pare de lateral vaz ia ind icand o liga-
mento cru zado anterior do joelho defici ente; o ligamento cru zad o ante ri o r pode ser ligado ao ligamento cruzado posterio r, da ndo
indicação fal sa de ligamento fu nciona l. VEJA A TÉCNICA 51 -16.
• Faça portais artroscópicos anteromedial e anterolateral- fossa, como indicado. A fossa deve ser aberta para se
)
padrão tomando cuidado para não danificar a parte res- assemelhar a um U invertido. Não estenda a intercond i-
tante do tendão patelar. Se uma entrada separada for loplastia muito longe mediaimente ou superiormente, o
usada para a bomba de artroscopia, faça apenas um que interfere com a articu lação femoropat elar. Frequen-
portal med ial ao polo infe ri or da patela de modo que a tement e, a abert ura t em de ser alargada apenas 2 mm a
cânula possa ser colocada imediat amente superior ao 3 mm superiormente e lateral mente. A broca pode ser
nível de um escoamento desimpedido. colocada em se nti do inverso para ret irar a fra nja articul ar
• Sistematicamente, examine o joelho, e aval ie e trate qual- e suavizar a int ercond ilop lastia in icial.
quer condição patológica intra-articu lar associada. • Como a intercondiloplastia procede posteriormente, fle-
• Rea lize a sutura meniscal antes de fixar o enxerto do xione o joelho de 45 a 60 graus; quando o intercondilo-
ligamento cruzado ant erior. plastia estiver completa, o joelho deve esta r em 90 graus
• Amarre as suturas menisca is após a conclusão da recons- de flexão. Faça movimentos controlados com a broca de
t rução do ligamento cruzado anterior. posterior para anterior. Posteri orment e, abra a fossa o sufi-
• Com o artroscópio no porta l anterolateral e um ressector ciente para acomodar o ala rgador endoscópico de 1O mm.
de 5,5 mm de ra io completo no porta l anteromedial , solte Alise as extremidades do t únel colocando a broca em
o liga mento mucoso e pa rcialmente resseq ue o coxim de sentido inverso ou util izando um raspador artroscópico.
gordura pa ra pe rmitir a expos ição compl et a da arti cula-
ção dura nte o procedim ento PREPARAÇÃO DO TÚNEL TIBIAL E
•Resseq ue o tecido mole a partir da fossa inte rcondilar e DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO ADEQUADO
do coto t ibial deslizando o ressector entre o coto rema- • Se a perfuração t ransóssea do túnel femora l est iver prevista,
nescente do ligame nto cruzado anterior e o ligamento o túne l ti bia l terá que ser colocado em um ângu lo sagita l
cruza do posterior. A abertura da lâmi na deve estar semp re de 45 gra us, começando imediatame nte lateral ao liga-
apontada su periormente ou lateralmente para evitar danos mento colateral med ial. Ângulos ma is ag udos tendem a
no ligamento cruzado posterior. minar a sutu ra articular t ibial e resultam em uma abertura
• Deixe o contorno das pegadas tib ial e fe moral intact o oblíqua não anatômica. Isto perm ite um túnel t ibial maior e
como um guia de referência (Fig. 51-40). Visua lize o cume a pegada fe moral anatômica pode ser ala rgada com sucesso
lateral intercond ilar, o cume bi f urcado lateral e a extensão por cerca de 60% do tempo através do túnel tibial. Um
da pega da que cobre o t erço inferi or da parede da fossa. porta l medial baixo pode ser preferid o pa ra, independente-
Utilize um fu ra dor para faze r um orifício logo posteri or mente, alargar o fêmur de modo que o túnel tibial possa
ao centro da superf ície de modo que o t ún el te nha uma ser colocado na vertical, assim como descrito mais adiante.
pa rede post erior de 3 mm e esteja cerca de 3 mm superi or • Ao colocar o g uia t ibial intra-artic ul ar, esteja ciente do
à carti lagem articular. Depois de marca r adequadamente comp ri mento do túnel e da direção pretendi da pa ra que
a pegada durante a visua lização a parti r do porta l ante- o enxerto possa ser fixado em uma posição sem impacto
romedia l, o artroscóp io pode ser alterado para o porta l anatôm ico. O comprimento e a direção adequados do
anterolateral e uma pequena intercondiloplastia interna túne l requerem um ponto de partida de ce rca de 1 cm
pode ser rea lizada com a ajuda da colocação do enxerto. próximo da pata de ganso e cerca de 1, 5 cm med ial à
• Com o joelho em 30 graus de fl exão para expor a aber- tuberosidade t ibial, de modo a formar um ângu lo de 30
t ura da fossa, ava lie o espaço disponível ent re o liga- a 40 gra us com o eixo da tíbia . Um operador deve ve r
mento cruzado post erior, a parede latera l e a arquitetura este f io q ue está sendo direcionado para abordar o furo-
do teto. Ut ilize uma broca de 5,5 mm para amplia r a pi loto femo ra l (Fig . 5 1-388). Os po ntos de refe rênc ia )
Mjfll PARTE XIV ARTROSCOPIA
h[§ll;fuEllI!I A, Visão da pegada do ligamento cruzado anterior usando um artroscópio de 30 graus através de um portal para-
patelar lateral. Observe a proximidade da pegada do ligamento cruzado anterior com a superfície articular do côndilo femoral. B,
A mesma pegada do portal parapatelar medial. A extensão inteira da pegada pode ser visualizada de forma mais adequada através
deste ponto de vista. C, A pegada femoral im ediatamente posterior ao centro da pegada do lig amento cruzado anterior é marcada
com um furador para ser usada como ponto de referência para o alargamento do túnel femoral. VEJA A TÉCNICA 51-16.
intra-articulares que podem servir de guias são o coto do marcos tibial e femoral descritos anteriormente e coloque a
)
ligamento cruzado anterior, a borda interna do corno ante- guia a 55 a 60 graus em relação à superfície do planalto tibial
rior do menisco lateral, a espinha tibial medial e o liga- para obter um túnel de comprimento suficiente e um ângulo
mento cruzado posterior (Fig. 51-38( e D). que permita o ângulo do enxerto aproximar-se do original.
•Ao ava liar a posição do pino em uma imagem bidimen- Meça o comprimento do túnel tibial diretamente fora das
sional no plano anteroposterior, certifique-se de que o fio calibrações do guia e aproxime o comprimento da parte
guia saia logo anterior a uma linha de referência estendida tendinosa do enxerto. O comprimento do túnel deve ser
mediaimente a partir da borda interna do menisco lateral. suficiente para permitir que pelo menos 20 mm de osso
Este ponto deve estar cerca de 7 mm anterior ao liga- estejam garantidos no túnel tibial para uma fi xação estável.
mento cruzado posterior e 2 mm a 3 mm anterior ao pico •Se a parte tendinosa do enxerto ti ver 50 mm de compri-
da espinha medial imediatamente anterior ao centro da mento ou menos, aumente o ângulo da guia para a pro-
pegada do ligamento cruzado anterior. No plano medio- dução de um túnel tibi al maior. O túnel pode ser facilmente
lateral, garanta que o fio entre na base da espinha medial aumentado para 45 mm a 50 mm de comprimento para
ou logo medial ao centro da pegada do ligamento cruzado acomodar o enxerto maior. Embutir o enxerto no túnel
anterior (Fig. 51-380). femoral pode gerar mais folga . Rebaixe o enxerto con-
• O teto inalterado da fossa intercondilar normalmente forma forme necessário para o túnel femoral e fixe o enxerto e
um ângulo de 35 a 40 graus com o longo eixo do fêmur a abertura do túnel com um parafuso longo o suficiente
(Fig . 51-38E). Para evitar colisão, uma intercondiloplastia para envolver firmemente o tampão ósseo .
interna, assim como descrito anteriormente, pode ser neces- •Utilizando o guia, avance o fio cerca de 1O mm no joelho
sária, assim como é a posição adequada do túnel. Utilize os enquanto observa através do artroscópio.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES EJffW
•Coloque um grampo sobre a extrem idade intra-articular FIXAÇÃO DO ENXERTO
do fio de Kirschner para impedir o avanço. Alargue sobre • Prenda o enxerto com o parafuso de interferência com
o fio com um alargador 2 mm menor do que o túnel uma cânula através do portal medial baixo para formar
final pretendido. uma linha reta com o túnel (Fig. 51-38G e H). O parafuso
•Deixe a extrem idade sa liente do alargador no túnel e deve engatar firmemente o osso e ficar alinhado com a
exam ine o túnel para uma posição livre de impacto ade- abertura femoral. A visua lização é auxiliada pelo posicio-
quada, pois o joel ho é movido por uma gama comp leta namento do artroscóp io na parte superior da fossa e
de movimento. olhando para baixo no túnel.
•Faça os ajustes necessários com o alargador de 8 mm. • Mova o joelho por uma gama de movimentos mantendo a
• Previna o encordoamento do enxerto do ligamento cruzado tensão distal mente sobre o enxerto para se assegurar de que
anterior acima do ligamento cru zado posterior deixando não há nenhum choque ou pistonamento do enxerto. Se o
uma parede posterior de 2 mm entre o túnel tibial e o enxerto aperta mais de 2 mm com a flexão do joelho,
ligamento cruzado posterior. Dirigindo o túnel apenas late- remova-o e mova o túnel femoral, ou ambos os túneis, logo
ralmente ao ligamento cruzado posterior, o enxerto aco- posterior util izando um raspador artroscópico convexo . Um
moda-se no ligamento cruzado posterior sem se curvar ao ligeiro aperto durante a extensão do joelho é normal.
redor do ligamento. •Gire o tarugo ósseo da tíbia em sentido anti-horário
• Alargue o túnel com um alargador do tamanho do enxerto Uoelho direito) para que o tampão esponjoso fiqu e late-
e use o ressector de raio completo para contornar as ra lmente, reproduzindo, assim , a orientação das fibras do
bordas do túnel e ressecar qualquer tecido mole restante ligamento cruzado anterior.
que possa bloquear a extensão. • Se o não pistonamento do enxerto ou o impacto estiver
•Coloque um raspador no túnel para completar o con- evidente, mantenha a tensão sobre o enxerto por cerca
torno e assegure-se de que a parte externa do túnel está de 3 minutos enquanto gira o joelho para permitir o
livre de tecido mole. relaxamento da tensão da fibra de colágeno. Se a prótese
tende a colid ir em uma di reção, utilize o parafuso para
PREPARAÇÃO DO TÚNEL FEMORAL empurrar o enxerto ósseo na direção oposta.
• Utilize uma agulha espinhal para identificar a melhor •Tensão do enxerto com 8 a 1O lb de tração. Esticar demais
posição para um portal medial baixo a cerca de 2,5 cm o enxerto pode causar uma fa lha por causa da captura
medial ao ten dão patelar e um pouco acima do menisco. da articulação ou necrose do enxerto .
A guia é colocada para assegura r que o túnel esteja apenas •Fixe o enxerto com um parafuso igua l ao tamanho do
anterior ao feixe anteromed ial, isto é, deixando uma parede intervalo mais 5 mm.
posterior de 3 mm e afastada cerca de 3 mm da superfície • Se o tendão for tão longo que o tarugo ósseo f ica com-
articular femoral (Fig. 51-38F). Flexione o joelho em 120 pletamente fora do túnel tibia l, como pode ser o caso de
graus e utilize um alargador hemisférico para evitar danos um desfasamento do aloen xerto, então, um parafuso
articulares. Avance o alargador 1 mm e volte a verificar o biocomposto ou sem corte 1 mm menor do que o túnel
local do túnel. Se estiver no local desejado, faça um túnel pode ser utilizado para a fi xação dos tecidos moles do
de 30 mm, se possível. tendão patelar e do osso construído .
•Retraia com cuidado o ala rgador e retire-o da articulação • Mova o joelho por uma gama completa de movimentos e
tomando cuidado para não ampliar o túnel e alargar a garanta que não haja evidência de captura da articulação
parede posterior do fêmur. do joelho. Observe e pa lpe o enxerto artroscopicamente
•Alise as extremidades do túnel femora l com um ressector para garantir que ele esteja bem esticado. O enxerto deve
de raio completo. ser ligeiramente ma is apertado do que um ligamento
•Utilize o talhador de túnel para fazer uma ranhura de 25 cruzado anterior normal. Garanta também que não haja
mm de comprimento por fio gu ia. impacto e que nenhum osso ou parafuso se projete para
dentro da articulação do túnel tibial ou do túnel femoral.
•Verifique a estabi lidade do joelho por mei de manobras
PASSAGEM DO ENXERTO
de Lachman e pivot shift. O joelho deve estar apenas um
•Utilize o fio guia para passar uma sutura com laço pelo
pouco mais apertado do que o joelho não lesionado.
túnel femoral e para fora através da coxa latera l. Recu-
•Se a f ixação estiver segura, remova o fio de ca li bre 18 e
pere o laço através do túnel femoral. Utilize este laço para
as suturas de tensão .
passar o enxerto para cima através do túnel tibial e depois
guiá-lo para dentro do túnel femoral com um probe. A
superfície reticular do tarugo ósseo femoral é posicionada FECHAMENTO
para a face anteriormente. •Suavemente, aproxime o tendão patelar com suturas
•Quando o enxerto estiver no túnel femora l, passe um fio absorvíveis interrompidas simples através da parte ante-
guia de parafuso flexível através do porta l medial e, com rior da fibra do tendão .
o fio paralelo ao enxerto, avance ambos para dentro do •Coloque o osso poupado do contorno do tarugo ósseo
túnel. Certifique-se de que pelo menos 2 cm do t arugo dentro do defeito patelar e feche o peritendão.
ósseo permaneçam no túnel tibial para f ixação posterior; •Remova as suturas da coxa proximalmente (ta rug o ósseo
se necessário, resseque o enxerto no túnel femora l e femoral) e do tarugo ósseo tibial distalmente.
esco lh a um parafuso de interferência mais longa para •Remova qualquer osso protuberante, deixando uma super-
corrigir o enxerto na abertura femoral. fície lisa distalmente. )
@jflit PARTE XIV ARTROSCOPIA
• Feche a aba do periósteo por cima do túnel. •Exponha a inserção pata de ganso com dissecção subcu-
)
• Feche o tecido subcutâneo com sutura interrompida Vicryl tânea.
2-0 e aproxime a pele com uma sutura subcuticular •Apalpe as bordas superior e inferior do tendão sartório e
Monocryl 4-0. identifique o gracil palpável e os tendões semitendinosos de
•Aplique fitas adesivas frou xamente sobre o fechamento 3 cm a 4 cm mediais para a inserção tendinosa (Fig. 51-4 1B).
e aplique uma compressa esterilizada, uma manga de • Faça uma pequena incisão na linha com a borda superior
arrefecimento e um envoltório elástico. do tendão grácil e rea lize a incisão apenas através da
primeira camada, tomando cuidado para não ferir o liga-
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Para conhecer o proto- mento colatera l medial subjacente .
colo de reabi litação do ligamento cruzado anterior, con- •Com uma tesoura Metzenbaum, realize a dissecção proxi-
sulte o Quadro 51-1. mal até a coxa. Fique no mesmo plano e mantenha uma
exposição adequada usando afastadores devidamente
colocados. A observação cuidadosa das estruturas é neces-
TÉCNICA DE Q.UAS INCISÕES PARA sária para evitar ferir a veia safena ou nervo ao se afastar
do plano de dissecção.
RECONSTRUCAO DO LIGAMENTO •Com uma pinça hemostática curvada, disseque os tendões
CRUZADO AIQTERIOR lJTILIZANDO grácil e semitendinoso dos tecidos moles circundantes
ENXERTO OSSO-TENDAO DO OSSO cerca de 3 cm mediais à sua inserção na tíbia.
PATELAR • Depois de identificar cuidadosamente cada tendão, utilize
uma pinça vascu lar de ângulo direito para passar um dreno
A técnica de duas incisões pode ser utilizada para revisões,
de Penrose ao redor do tendão gráci l e liberar suas exten-
para recuperação de uma parede posterior e para pacientes
sões fibrosas para os músculos gastrocnêmio e semi mem-
pediátricos.
branoso (Fig. 51-41 C). Estas extensões f ibrosas saem dos
tendões isquiotibiais a 6 cm a 7 cm proximais à sua inserção
TÉCNICA
distal. Subperiostealmente, disseque os tendões mediai-
•Os princípios básicos da técnica de duas incisões são os mente à inserção e solte-os com força. Não danifique ou
mesmos da técnica endoscópica, exceto a necessidade de libere o tendão sartório. Coloque uma costura não absorví-
uma exposição lateral . vel Krackow nas extremidades do tendão uti lizando diferen-
tes suturas em colar para diferenciar os dois tendões (Fig.
EXPOSIÇÃO LATERAL 51-41 D). Utilize um tubo calibrador de tendão para medir
•Fa ça uma incisão lateral de 4 cm começando 1,5 cm com precisão a elasticidade do tendão quadruplicado.
proximal ao alargamento do cõndilo lateral e centrando •Palpe todos os lados do tendão para garantir que não
diretamente sob re a banda iliotibial. Leve a dissecção até haja extensões fibrosas antes de liberá-lo com um deca-
a banda iliotibia l e expon ha-a com ampla dissecção pante de tendão de extremidade aberta. Se sentir uma
subcutânea. resistência firme, redisseque em torno dos tendões com
• Divida a banda il iotibial em sua linha média e estenda-a pro- um elevador periostea l e uma tesoura Metzenbaum.
ximalmente e distalmente a partir da incisão na pele. A borda Libere o tendão proximalmente por tensão controlada
inferior da parte distal do vasto lateral pode ser sentida ao se enquanto avança o decapante proximalmente. O músculo
passar um dedo ao longo do septo intermuscular. deve deslizar para fora do tendão assim que o decapante
•Deslize um elevador periostea l sob a borda do vasto latera l é avança do proximamente.
e levante o músculo anteriormente sobre a parte latera l •Utilize o mesmo procedimento para liberar o tendão
do fêmur sem ferir o ventre muscular. semitendinoso.
•Coloque um afastador Z sobre o fêmur para segurar o •Numa mesa separada, separe o músculo do tendão com
vasto lateral superiormente. uma lâmina nº 1O.
•Utilize o eletrocautério para fazer uma incisão long itudinal • Coloque um ponto de chicote do tipo Krackow em ambas
através do periósteo logo proxima l ao alargamento do as extremidades de cada tendão com suturas não absor-
côndilo e estendê-lo proximalmente em cerca de 2,5 cm . víveis nº 2. Dobre ambos os tendões ao meio para formar
Utilize um elevador periosteal para expor o osso e o local quatro vertentes de tendão.
acima do topo, onde o alargamento do côndilo e da metá- •Realize uma intercondi loplastia limitada e o posiciona-
fise do fêmur se encontra . Coagu le os vasos geniculares mento do túnel conforme descrito para a técnica endos-
laterais nesta área. cópica osso-tendão-osso (Técn ica 51 -1 7).
•Alargue o túnel tibial em 50 graus em relação à superfície
articular da tíbia. O túnel é alargado a 2 mm menos que
ENXERTO ISQUIOTIBIAL o tamanho do enxerto e gradualmente dilatado para
produzir um ajuste confortável. Cain, Phillips e Azar mos-
QUÁDRUPLO ENDOSCÓPICO tra ram que dilatar o túnel tibial aumenta significativa-
mente a força de puxar. O comprimento do túnel deve
TÉCNICA
ser de 30 mm a 35 mm para permitir a fixação perto da
COLHEITA DO ENXERTO superfície articular.
• Faça uma incisão de 4 cm anteromedialmente sobre a tíbia •Um portal anteromedial baixo é usado para alargamento
começando aproximadamente 4 cm distais à linha da junta do túnel femoral. Utilize um EndoButton ou um disposi-
e 3 cm med iais à tuberosidade da tíbia (Fig. 51-4 1A). tivo similar para prender de 20 mm a 25 mm de tendão )
CAPÍTULO 51 ARTRO SCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES GDll
BAPS, sistema de plataforma do tornozelo biomecânico; FWB, ca rga completa; MCB, cinta de controle de movimento; PWB, carga parcial; QS, ajuste do quadriceps;
ROM, amplitude de movimento; SLR, perna reta levanta; WBTT, carga conforme a tolerância.
111111> PARTE XIV ARTROSCO PIA
A e
H@ii;fiiml!I Substitui ção tran sepifisária do li gamento cruzado anterior de Andersen usando enxerto isquiotibia l quádrupl o. A,
Visão latera l graficamente reforçada do braço C após a perfuração do orifício femoral. B, Radiografia lateral da tíbia mostrando a
posição correta do fio guia tibial. Apesar de fio guia parecer entrar na tuberosidade da tíbia nessa visão, ele realmente entra na epífise
medial do tubérculo da tíbia . C, La ço contínuo Endobutton passado em torno do meio dos ten dões duplos e enrolado sobre si mesmo.
D, Tend ões semitendinoso e grácil puxados para cima através da tíbia e para fora do côndi lo femoral lateral com uso da sutura nº 5
no Endo Button . E, A arrue la EndoButton é colocada sobre o Endo Button e ela é puxada de volta para a superfície do côndilo femoral
lateral. F, En xertos isq uiotibiais quádruplos seg uros distal mente pr meio de ama rração com sutura FiberW ire nº 5 sobre o parafuso tibial
e o poste. G, Radiografia 4 meses após a cirurgia mostrando tibial transepifisária e buracos femorais colocados corretamente. VEJA A
TÉCNICA 51-20.
6 mm a 8 mm). Um ajuste apertado é importante; conse- os tendões proximalmente (Fig. 51-43C). Alternativamente,
quentemente, uti lize a menor broca adequada para alargar os tendões podem ser colocados através do laço contínuo
sobre ambos os fios guias. antes que as suas extremidades sejam suturadas juntas. No
•Chanfre a borda do buraco femoral intra-articularmente e entanto, isso exige perfuração e medição do comprimento
meça a largura do côndilo femoral lateral . Escolha o laço do orifício femoral antes do preparo do enxerto. Caso con-
contínuo EndoButton apropriado (AcufexSmith Nephew, trário, é difícil determinar o comprimento do laço contínuo
Memphis, TN) (2 cm a 3 cm) de modo que cerca de 2 cm EndoButton necessário para deixar 2 cm do enxerto de
do enxerto do tendão isquiot ibial quádruplo permaneçam tendão dentro do côndilo femoral lateral.
dentro do côndilo femoral lateral. •Coloque uma sutura FiberWire nº 5 em uma extremi-
• Passe o laço EndoButton contínuo em torno do meio dos dade do Endobutton e passe um passador de sutura de
tendões duplos e lace em volta de si mesmo para segurar anterior para posterior através da tíbia e por fora do côndi lo )
M$!f) PARTE XIV ARTR OSCOP IA
femoral lateral (Fig. 51-43D). Puxe o EndoButton e os •Posicione a criança na mesa de operação com um torni-
)
tendões para cima através da tíbia e fora do orifício quete pneumático em torno do aspecto proximal da coxa.
femoral com o uso da sutura nº 5. •Com o paciente sob anestesia, confirme a insuficiência
•Coloque uma arruela EndoButton (S mith & Nephew, do ligamento cruzado anterior.
Memphis, TN) 3 mm a 4 mm maior do que o buraco •Faça uma incisão de cerca de 6 cm obliquamente a partir
femoral sobre o EndoButton. Apl ique tensão nos tendões da linha articular latera l à borda superior da banda ilioti-
dista lmente puxando o EndoButton e a arruela para bial. Separe a banda iliotib ial proxima lmente a partir do
a superfície do côndi lo femora l lateral (Fig. 51-43E). tecido subcutâneo com a uti lização de um elevador
A arruela é necessária para ancorar o enxerto proximal- periosteal sob a pele da parte lateral da coxa.
mente devido ao fato de o buraco no côndi lo femora l •Incise as bordas anterior e posterior da banda iliotibial e
ser maior do que o EndoButton. transporte as incisões proximalmente por ba ixo da pele
•Coloque o enxerto sob tensão e estenda o joelho para com a utilização de um meniscótomo curvo.
determinar artroscopicamente se houve impacto do enxerto •Separe a banda iliotibial proxim almente por bai xo da pele
na fossa intercondilar. com a utilização de um meniscótomo curvo ou um extra-
•Geralmente, uma intercon diloplastia anterior é desneces- tor de tendão aberto.
sária quando esta técnica é utilizada; no entanto, se a •Deixe a banda ili otibia l li gada distal mente ao tubérculo
saída anterior da fossa intercondilar toca ou fissura o de Gerdy.
enxerto na extensão term inal, remova uma pequena parte •Disseque dista lmente para sepa rar a banda iliotibial da
da sa ída anterior. cápsula articu lar e do retináculo patelar latera l.
•Com o joelho em 1O graus de flexão, segure o enxerto • Tubularize a extremidade proximal livre da banda iliotibial
isqu iotibial quádrup lo dista lmente amarrando a sutura com um uti liza ndo uma sutura ponto de ch icote Ethibond
Fibe rWire nº 5 sobre o parafuso tibial e o poste que nº 5 (Ethi con, Johnson & Johnson, Somervi lle, NJ).
é colocado media l à apófise da tuberosidade da tíbia •Examine o joelho com o art roscópio através dos portais
e distal à fi se t ibia l proxima l (Fig. 51-43F e G). ant ero latera l e anteromedial -padrão, trate qualquer lesão
•Se o enxerto de tend ão se estende através do furo meniscal ou lesão condra l, e extirpe o resto do ligamento
tibial, fixe-o ao periósteo da tíbia anterior com vá rias cruzado anteri or.
suturas Ethibond nº 1 com o uso dos pontos em •Identifique a posição acima do topo no fêmur e a posição
figura de oito (Fig. 51-43F). Feche o tecido subcutâneo acima da frente sob o ligamento intermeniscal.
e a pele de forma rotineira e ap lique um imob ilizador •Realize uma intercondi loplastia mínima para evitar lesão
articu lado. iatrogênica ao anel pericondra l da fise do fêmur distal,
que está em estreita proxim idade com a posição acima
do topo.
•Traga a extremidade livre do en xerto da banda iliotibial
através da posição acima do topo com a utilização de
um grampo de comprimento completo ou duas incisões,
guia de entrada tra seira e por fora através do portal
anteromedia l.
•Faça uma segunda incisão de aproximadamente 4,5 cm
ao longo do aspecto medial proximal da tíbia na região
RECONSTRUÇÃO FISÁRIA ESCASSA da pata de ganso. Leve a dissecção ao periósteo através
DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR do tecido subcutâneo.
•Coloque um grampo curvo a partir desta incisão na junta
O proced im ento de Kocher, Garg e Micheli consiste nas sob o ligamento intermeniscal.
reconstruções intra-articular e extra-articu lar combinadas •Adicione uma pequena ranhura no aspecto anteromed ial
fisárias escassas artroscop icamente assistidas do li gamento da epífise da tíbia proximal, sob o li gamento intermen is-
cruzado anterior com o uso de enxerto autógeno de banda ca l, com o uso de uma lima rabo de rato curvada para
iliotibial. É uma alteração das reconstruções intra-articular e trazer a posição do enxerto tibial para mais posterior.
extra-articu lar combinadas descritas por Macintosh e Darby. •Traga a extrem idade livre do enxerto através da articu la-
As modificações são a aplicação em pacientes com esque- ção sob o ligamento intermeniscal na ranhura ep ifisária
leto imaturo, assistência artroscóp ica, fi xação do enxerto e anteromedial e para fora através da incisão tibial medial.
reabi litação ace lerada . A reabilitaç ão deve ser orientada •Coloque o joelho em 90 graus de flexão e 15 graus de
segundo a idade do jovem paciente. rotação externa. Para a reconstrução extra-articular, fi xe
o enxerto no lado femoral através da incisão lateral utili-
TÉCNICA zando suturas no leito no côndilo femoral lateral na inser-
ção do septo intermuscular latera l.
(KOCHER, GARG E MICHELI) •Corrija o lado tibia l med ial através da incisão com o joelho
flexionado em 20 graus e tensão ap licada ao enxerto.
•O procedimento é rea lizado com o paciente sob anestesia •Faça uma incisão periosteal dista l à fise tibia l proximal ,
gera l, t al como um proced imento de observação durante como confirmado por fluoroscopia .
a noite. •Faça uma ca lha no córtex metafisário tib ial medial proxi-
ma l e suture o enxerto ao periósteo nas margens ásperas
com suturas no leito.
*Disponível, em inglês, em www.expertconsu lt. com.
CAPÍTU LO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES fl!m
menisco ocorrem em cerca de 40% em 1 ano, 60% em 5 anos, e
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO No pós-operatório, o aproximadamente 80% aos 10 anos, que é a mesma incidência da
paciente é autorizado a praticar touch-down com carga doença degenerativa das articulações vista em 10 anos.
durante 6 semanas . t permitida a mobilização imediata As causas das complicações da reconstrução do ligamento
de O a 90 graus nas primeiras 2 semanas, seguida para a cruzado anterior podem ser descritas pelas falhas, conforme des-
amplitude completa de movimento. O movimento passivo crito na Figura 51-36. A maioria das falhas pode ser prevenida por
contínuo de O a 90 graus é praticado nas primeiras 2 meio de um planejamento e um preparo cirúrgico cuidadoso, ade-
semanas de pós-operatório para iniciar a movimentação rência à técnica, atenção aos detalhes e acompanhamento cuidadoso
e superar a ansiedade associada ao movimento pós-ope- no pós-operatório com o reconhecimento precoce e intervenção nas
ratório em crianças pequenas. Um imobilizador de joelho complicações. Os cirurgiões devem estar bem informados sobre a
com dobradiça de proteção é usado durante 6 semanas literatura atual e as possíveis complicações. Para fazer avançar o
após a cirurgia, com limites de movimento de O a 90 aprendizado cirúrgico e diminuir o número de complicações, são
graus nas primeiras 2 semanas. A reabilitação progressiva necessários a avaliação dos resultados cirúrgicos, a avaliação radio-
consiste em exercícios de amplitude de movimento, mobi- gráfica da colocação de túneis e parafusos, e exames KT-1000 e
lização patelar, estimulação elétrica, terapia em piscina (se físicos imparciais cuidadosos.
disponível), exercícios de propriocepção e cadeia fechada As complicações podem ser divididas em categorias pré, intra
de exercícios de fortalecimento durante os primeiros 3 e pós-operatórias. A avaliação radiográfica pré-operatória pode eli-
meses de pós-operatório segu idos por jogging em linha minar a maioria dos problemas de excesso de comprimento do
reta, exercícios pliométricos, exercícios de cabo esporte, tendão patelar, ossículos de tuberosidade ou anormalidade da pateta.
e exercícios de esportes específicos. Voltar à plena ativi- As complicações intraoperatórias podem resultar de problemas de
dade, inclusive aos esportes que envolvem corte, geral- enxerto, de fixação, ou de túneis, e são evitáveis pela atenção aos
mente é permitido em 6 meses de pós-operatório . Uma detalhes. Os métodos para evitar essas complicações são discutidos
joelheira feita sob medida é usada rotineiramente durante posteriormente. Os problemas menos comuns ou significativos são
as atividades de corte e giro nos primeiros 2 anos após o apresrntados na Figura 51-36.
retorno ao esporte. A falha cirúrgica pode ser causada pela posição não fis iomé-
trica do túnel, impacto do enxerto, um enxerto fraco, ou a fraca
fixação do enxerto. A observação cuidadosa dos marcos e o correto
posicionamento dos túneis são essenciais para evitar o estresse
Complicações da Reconstrução do Ligamento Cruzado Ante- excessivo do enxerto ou impacto. Geralmente, nós gostamos de
rior. Os estudos de acompanhamento de 5 anos de reconstruções inicialmente alargar os túneis com um alargador que é aproxima-
do ligamento cruzado anterior com utilização de enxertos osso- damente 2 mm menor do que o túnel definitivo para que pequenos
tendão osso-pateta e enxertos isquiotibiais apresentaram resu lta- ajustes possam ser feitos facilmente. A utilização de uma lima ou
dos semelhantes quando as taxas de estabilidade e de falha são alargador excêntrico para mover um túnel para um local adequado
consideradas. A rigidez e a força tendem a ser um pouco melhores é facilmente realizada. A pressão na patela pode ser diminuída
nos enxertos osso-tendão osso-pateta, mas os resultados globais consideravelmente colhendo cuidadosamente o enxerto do tendão
são comparáveis. Os estudos de aloenxerto em 5 e 7 anos de acom- patelar. É importante fazer cortes retos em linha com as fibras e se
panhamento mostraram resultados semelhantes àqueles com auto- assegurar de que os cortes de osso não sejam muito profundos, em
enxerto, especialmente desde que a incidência de efusão e rejeição especial na patela, e que o comprimento do corte é de 20 mm a 23
do enxerto aparente diminuiu e as técnicas de aquisição e esterili- mm. Para evitar fraturas por tensão mais tarde, os cortes devem
zação do enxerto e melhoraram. As taxas de falha parecem ter ser ligeiramente angulados e a patela deve ser enxertada do osso
estabilizado em 7% a 8%, em 5 anos de acompanhamento quando por completo.
a fa lha do enxerto é a causa dos resultados ruins. Outros estudos No momento do processo, são essenciais uma observação cui-
mediram as falhas por meio de testes de KT-1000, enfatizando o dadosa, uma intercondiloplastia interna, e uma cuidadosa visualiza-
joelho ou a falha do paciente para voltar a uma atividade esportiva ção do fio guia para garantir que ele não colida com o teto ou com
anterior. Se estes parâmetros são utilizados para medir a fa lha a parede do túnel na flexão e na extensão. Além disso, deve-se
cirúrgica, a percentagem varia entre 5% a 52%. Embora a taxa de garantir que ele não esteja muito longe posteriormente, onde ele iria
falha tenha se estabilizado, o número de cirurgias de revisão con- colidir com o ligamento cruzado posterior. Após a colocação e as
tinua a aumentar, provavelmente por causa de melhores protocolos alterações forem feitas, o enxerto deve ser totalmente observado
de acompanhamento; das demandas, expectativas e níveis mais novamente, particularmente na extensão do joelho.
altos de atividade do paciente; e da idade precoce em que estes Os problemas pós-operatórios incluem a artrofibrose, que
procedimentos estão sendo realizados. deve ser tratada com anti-inflamatórios não esteroides e terapia
Economicamente, o custo da fa lha pode ser alto. Procedimen- supervisionada. Inicialmente, a terapia para reconstruir o tônus
tos adicionais e reabilitação, perda de trabalho para o paciente, bem muscular deve ser tentada para recuperar a extensão completa do
como a perda potencial de uma bolsa de estudos para um atleta do joelho. A terapia supervisionada é instituída três vezes por semana,
ensino médio podem ser financeiramente pesados. com o paciente trabalhando a amplitude de movimento três vezes
A insuficiência do ligamento cruzado anterior pode também ao dia estirando suporte pronos para rec uperar a extensão total.
gerar uma carga emocional sobre o paciente. O trauma psicológico Se o movimentação não conseguir progredir ao longo de 4 a 6
de uma cirurgia adicional, frustração causada por uma reabilitação semanas de tratamento e o paciente só conseguir menos de 90
prolongada, perda de motivação e raiva podem ser os resultados. graus de flexão após 6 semanas de tratamento físico supervisio-
As consequências fisiológicas incluem trauma cirúrgico adicional nado, devem ser consideradas a manip ulação suave e possivel-
de colheita do enxerto, possível dano art icul ar, e danos ad icionais mente a avaliação artroscópica. As rad iografias pós-operatórias
condral ou meniscal de instabilidade crônica, pois muitos pacientes são revistas para garantir que os túneis estejam corretamente colo-
esperam algum tempo antes da cirurgia de revisão. Os danos ao cados e que um impacto óbvio não seja demonstrável.
lllJ!D PARTE XIV ARTROSCO PIA
Perda de extensão total, efusão persistente, dor anterior do original de túnel único do ligamento cruzado posterior por si mesma
joelho, ou clique ou estalo na parte anterior do joelho que é doloroso não parece estabilizar satisfatoriamente muitas dessas condições.
com a extensão terminal podem indicar impacto. Uma radiografia No entanto, quando a reconstituição de túnel único do ligamento
lateral deve ser obtida com o joelho em extensão para se certificar cruzado posterior fo i realizada e a reconstrução posterolateral fo i
que o túnel tibial está posterior ao pé da fossa intercondilar e que a utili zada para estabiliza r o componente posterolateral, Fanelli
posição do parafuso no fêmur está no aspecto posterior da fossa mostrou que os resultados excelentes aumentaram de 48% para mais
intercondilar. do que 70%. Duas técnicas adicionais para reconstrução do liga-
As infecções pós-operatórias são incomuns nas reconstruções mento cruzado posterior ganharam popularidade. O entusiasmo
artroscópica do ligamento cruzado anterior, mas a persistência ou aumentou em relação à técnica inlay do ligamento cruzado poste-
recorrência de febre 5 a 6 dias após o procedimento com aumento rior, como descrita por Burks e Schaffer e mais tarde por Miller et
da dor, perda de movimento do joelho, e calor ou eritema no local al. A sua popularidade pode ser atribuída ao fato de que a fixação é
do joelho podem indicar infecção precoce e esta deve ser tratada de sólida perto da linha articular e que a "curva assassina" é removida
forma adequada e agressivamente. Se a aspiração do joelho mostrar pela colocação do enxerto em urna calha tibial na pegada do liga-
uma co ntagem de leucócitos do sangue elevada (frequentemente mento cruzado posterior. As desvantagens desta técnica são a difi-
20,000/µL ), devem ser realizadas irrigação artroscópica e avaliação culdade com o posicionamento do paciente e o uso de incisões
do enxerto. Se o enxe rto ainda estiver intacto e em boas condições, posterior e an terior.
ele deve ser deixado no local, mas a articulação deve ser exaustiva- Para reconstrução isolada do ligamento cruzado posterior, nós
mente lavada, e repetidas irrigações e desbridamento devem ser preferimos a técnica inlay tibial, como descrita por Burks et al., ou
feitos em 48 a 72 horas se os sintomas não melhorarem drastica- transtibial com fixação de abertura. Para a maioria das lesões trau-
mente. É necessária uma combinação de antibióti cos por via intra- máticas de alto impacto, nós realizamos um reparo do canto poste-
venosa durante 2 a 3 semanas seguida por an tibióticos orais para rolateral ou um a reconstrução utilizando uma técn ica de reconstrução
completar um curso de 6 semanas de tratamento com antibiótico do tendão em figura de oito. O túnel femora l pode ser simples ou
específico de organismo. duplo; a técnica de túnel duplo, prática e biomecanicarnente, oferece
Em qualquer infecção pós-operatória, encontrar a fonte é fun- a melhor estabilidade. A técnica inlay de ligamento cruzado poste-
damental para prevenir infecções adicionais. Os procedimentos de rior é descrita no Capítulo 45.
esterilização de equip amentos, as técnicas de preparação e de cober- Em estudos clínicos, a técnica de dois túneis mostrou propor-
tu ra, o manuseio do enxerto pela equipe da sala de operação e as cionar um a maior estabilidade e preenche melhor a grande pegada
técn icas cirúrgicas devem ser avaliados com cuidado. O local da do ligamento cruzado posterior.
cirurgia de artroscopia deve sempre estar preparado com uma A técnica de túnel único, qu e nós usamos principalmente para
solução antibiótica à prova d'água, ass im como deve estar coberto e a reconstrução de vários ligame ntos do joelho em luxações do
selado proximal e distalmente ao local da cirurgia. joelho, é descrita posteriormente. A técnica de dois túneis é usada,
principalmente, na reconstrução isolada do ligamento cruzado pos-
1 RECONSTRUÇÃO DO LIGAMENTO CRUZADO terior. Um aloenxerto do tendão de Aquil es (transtibial fixo na aber-
POSTERIOR tura ou inlay) é a nossa fonte de enxerto preferida para a reconstrução
O ligamento cruzado posterior é constituído por três componentes: do ligamento cruzado posterior.
uma banda anteromedial, uma banda posterolateral e os ligamentos Descrito por vários autores, um procedimento artroscópico
meniscofemorais. A banda posterolateral tem aproximadamente inlay completo utilizando um alargador retrocortante e um túnel tibial
150% da resistência e da rigidez da banda anteromedial, e é apertada de extremidade fechada com fixação de sutura anteri or mostrou pro-
na flexão do joelho. Todo o ligamento tem de 1,5 a 2 vezes a força duzir, como a fixação abertura de parafusos, uma menor e mais du ra
do ligamento cru zado anteri or, e a largura da pegada femoral é de constru ção do enxerto.
cerca de 3 cm 2• O grand e local de inserção dos ligamentos duplos
torna difícil a reconstrução fisiométrica .
Muitas lesões do ligamento cruzado posterior têm um a lesão
ligamentar associada, mais com um ente no canto posterolateral.
A hiperflexão é a causa mais comum de lesões do ligamento cruzado RECONSTRUÇÃO DE TÚNEL ÚNICO DO
posterior em atletas. Às vezes, ocorre uma lesão parcial do ligamento LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR
cruzado posterior com 1+ a 2+ de frouxidão posterior. Shelbo urn e
e Muthukaruppan relataram bons resultados clínicos quando esses TÉCNICA
ferimentos fora m tratados de forma conservadora, o que inicial-
mente consistind o em extensão de joelho e em um programa de • Coloque o paciente em decúbito dorsal e ap li que um
reabilitação protetiva sem o forta lecimento ativo do isquiotibial. Em torniquete alto em torno da coxa. Utili ze um poste
lesões isoladas, os resultados a longo prazo não se correlacionaram late ral acolchoado para ajudar com o estresse de va lgo.
com o grau inicial de instabilidade. As pontuações subj etivas não se Co le um saco de soro fisiológico de 3 L à mesa antes da
deterioram com o tempo. cobertu ra para usar como um reforço de pé e para
Para as lesões do ligamento cruzado posterior mais significa- ajudar a manter 80 a 90 graus de flexão do joelho
tivas associadas a flacidez posterolateral e posterior, a reconstrução durante o procedimento.
tornou-se o tratamento indicado para os indivíduos ativos mais •Realize um exame artroscópico sistemático de rotina do
jovens. O exame fís ico destas lesões do ligamento cruzado posterior joelho e repare quaisquer anorma lidades intra-articulares
revela uma gaveta posterior de 1 cm que não melhora com rotação associadas conforme necessário. Se o reparo meniscal for
intern a e pode revelar um aum en to de 10 graus em rotação externa realizado, as suturas devem ser amarradas após a conclu -
a 30 e 90 graus, um indicativo de lesão !abra! posterior associada . são da reconstru ção do ligamento.
A escolha das técnicas va ria e ainda está sendo debatida. A técnica
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES tjFf#
•Utilizando portais anterolateral e anteromedial padrões, O pino guia deve sair posteriormente na área da cicatriz
desbride os tecidos moles e o ligamento cruzado restante da fise.
da fossa intercondilar. •Bata o pino no final 1 cm para ajudar a prevenir a pene-
•Execute uma intercondiloplastia óssea interna conforme tração. Enquanto bate o pino, coloque uma cu reta através
necessário. do portal posteromedial para proteger as estruturas neu-
•A visualização do local de fixação tibial do ligamento rovasculares de penetração do pino durante o avanço e
cruzado posterior é melhorada utilizando-se um artroscó- o alargamento. Se um desbridamento do tecido mole
pio de visualização de 70 graus no portal anterolateral ou adequado foi realizado, o pino guia pode ser observado
colocando o artroscópio de visualização de 30 graus artroscopicamente à medida que sai da tíbia. Um amplia-
através de um portal posteromedial. dor de imagem é utilizado para confirmar a posição apro-
•Usando um ressector de rádio completo, remova o coto priada do fio guia.
remanescente do ligamento cruzado posterior. Facas de •O ponto fisiométrico femoral encontra-se 8 mm proximal
corte traseiro especialmente desenhadas, cu retas e raspa- à cartilagem articular na posição de relógio de 1 hora no
gem também devem estar disponíveis para auxiliar na joelho direito e na posição de 11 horas no joelho esquerdo
remoção dos restos. (Fig. 51-45B) Coloque a ponta do guia femoral do liga-
•Eleve a cápsula posterior da sua inserção ao local plano mento cruzado posterior através do portal anteromedial
posterior na tíbia usando uma cureta curva ou um eleva- durante a visualização com o artroscópio pelo portal
dor periosteal passado através da fossa intercondilar ou anterolateral.
do portal posteromedial. •Exponha o córtex femoral através da incisão longitud inal
•Contorne um aloenxerto de tendão de Aquiles para fazer de 3 cm e eleve o vasto medial oblíquo superiormente .
um tarugo ósseo de 11 mm de largura com 20 mm de •Insira o pino guia no meio do caminho, entre a margem
comprimento. articular do côndilo femoral medial e o epicôndilo medial.
•Coloque a parte tendinosa do enxerto sob tensão e role •Utilize um alargador de tamanho apropriado para o
o enxerto com uma sutura Vicryl. Coloque uma sutura de enxerto disponível, deixando 1 mm a 2 mm de osso distal
tensão nº 5 distalmente 5 cm do enxerto utilizando na margem articular.
uma sutura contínua de bloqueio. Coloque o enxerto •Passe um suavisador Gore através do túnel tibial na arti-
em uma placa de tensão de enxerto mantida com 4,5 kg culação e puxe-o através do portal central de almofada
de tensão por 15 minutos. de gordura (Fig. 51-45C). O suavizador é utilizado para
•Se um tendão patelar autógeno for escolhido como suavizar e remover os restos de tecidos moles posteriores.
enxerto, faça uma incisão de 7 cm na linha média come- Não amplie o túnel tibial excessivamente.
çando na patela inferior e estendendo-se distalmente •Quando o suavizador passar sem resistência indevida, anexe
sobre a tuberosidade da tíbia. o enxerto na extremidade do suavizador e puxe as suturas
•Colha o terço central do tendão patelar - 1O mm a 11 do enxerto e o tarugo ósseo dentro da articulação.
mm de largura e 25 mm de comprimento - com tampões •A flexão extrema do joelho às vezes ajuda na passagem
de osso de 8 mm de espessura. do tarugo ósseo patelar a partir da abertura tibial posterior
•Contorne o enxerto para passar por uma prova de 1O mm dentro da articulação. Colocar uma vara de comutação
ou 11 mm. O tarugo ósseo a ser fixado no fêmur do túnel através do portal posteromedial permite que as suturas que
deve ser reduzido para cerca de 20 mm para tornar mais servem de guia sejam redirecionadas ao longo da vara para
fácil a passagem intra-articular. ajudar na passagem do enxerto.
•Para fazer o túnel tibial, nós preferimos usar o sistema de •Coloque uma pinça através do túnel femoral para pegar
guia de perfuração Arthrex. Com o artroscópio a 70 graus as suturas. Utilize um probe ou uma pinça Allis para
em relação ao portal anterolateral, insira a guia através ajudar o enxerto no túnel femoral.
do portal anteromedial e passe-a através da fossa • Coloque a parte esponjosa do tarugo ósseo posterior-
•Coloque a ponta da guia 1O mm a 12 mm abaixo da linha mente para reduzir a abrasão do enxerto.
articular na faceta do ligamento cruzado posterior. •Antes da fixação tibial, verifique se o tampão do osso
•Oriente a guia de perfuração a aproximadamente 60 graus femoral cabe adequadamente na abertura do túnel
em relação à superfície articular da tíbia, começando logo femoral.
inferior e medial à tuberosidade da tíbia (Fig. 51-45A) Um •Coloque o joelho através de uma amplitude de movi-
ângulo mais perpendicular criaria um ângulo muito mais mento e garanta que não haja mais de 3 mm de enxerto
agudo na tíbia posterior que poderia raspar o enxerto. Um em pistonamento através da amplitude de movimento de
túnel tibial, que é iniciado muito distal mente, pode alargar- O a 100 graus. Se pistonamento excessivo for encontrado,
se para fora da plataforma tibial posterior. A utilização raspe a parede do túnel femoral proximal.
simultânea de ampliação de imagem e de artroscopia •Prenda o tarugo ósseo femoral com um parafuso de
auxilia no posicionamento correto da guia de perfuração interferência metálico.
antes e durante a perfuração. As calibragens no guia tibial •Mantenha a tensão do enxerto e coloque o joelho através
medem precisamente a distância entre o córtex anterior da de uma amplitude de movimento por 20 ciclos para per-
tíbia e a ponta da guia. mitir relaxamento da tensão sobre o enxerto.
•Para ajudar a prevenir a perfuração, ajuste o pino guia de •Fixe o enxerto com um parafuso de interferência. Se um
modo que sobressaia da ponta da broca 1 cm menos do enxerto de tecido mole for utilizado, é indicado uma
que a distância medida no sistema de guia (Fig. 51-45A). fixação adicional sobre um poste. )
WJFiit PARTE XIV ARTROSCOPIA
e
O@ii@m Reconstrução do lig amento cruzado posterior. A, O finalizador de perfuração poplítea Arthrex impede o avanço do
pino guia passado na ponta do gancho de marcação durante a perfuração. B, Uma milimétrica marcação sobre o gancho de marcação
femoral Arthrex PCL permite a determinação da distãncia entre o túnel femoral e a margem da cartilagem articular. C, O passador de
sutura curvada Arthrex "Worm" facilita a passagem das suturas de enxerto através do túnel tibial dentro da fossa intercondilar. VEJA
A TÉCNICA 51-22.
Curvas de incisão
levemente
mediais à borda
superolateral
da patela para
cortar através - -
da inserção
do vasto lateral
Linha de
incisão
para--
liberação
u[ijii;fijLJm Vi são da articulação patelofemoral do portal lateral
superolateral; é evidente a subluxação latera l da patela. VEJA A
TÉCNICA 51-24.
iodo-povidona a 10%, ou (3) solução de gluconato de clorexidina a A artroscopia do quadril permite o acesso do cirurgião ao compar-
4%. Após 90 segundos de imersão, seus resultados mostraram que timento central e aos compartimentos periféricos do quadril. O
um dos 50 enxertos contaminados que foram embebidos em clorexi- compartimento central inclui as superfícies articulares da cabeça do
dina manteve-se positivo, três dos 50 embebidos em antibiótico fêmur e acetábulo, o labrum e o ligamento teres. O compartimento
mantiveram-se positivos, e 12 dos 50 embebidos em solução de periférico inclui o colo do fêmur e da cápsula circundante e a sinóvia.
iodo-povidona mantiveram-se positivos. Com isto em mente, deve Também foram desenvolvidos os procedimentos que envolvem os
ser razoável recuperar imediatamente o enxerto do chão, lavá- lo espaços peritrocanterianos.
utili za ndo um a técnica estéril com um grande volume de solução
salina estéril, mergulhá-lo em solução de gluconato de clorexidina
a 4% por pelo menos 90 segundos (nós recomendamos 10 minutos) INDICAÇÕES
e depois na solução de neomicina e polimixina B por pelo menos
mais 90 segundos (nós recomendamos 10 minutos) e, finalmente, As lesões ]abrais permanecem como a indicação mais comum para
lavá- lo bem. Em um a pesquisa realizada por Izquierdo et ai., 196 a artroscopia do quadril. Outras indicações são a remoção de corpos
cirurgiões de esportes treinados responderam a um questionário soltos, impacto acetabular femoral, lesões condrais, anormalidades
sobre a contaminação do enxerto do ligamento cruzado anterior si noviais, ruptura do ligamento teres, síndromes de estalo no quadril,
(a partir de um a variedade de fontes). Quarenta e nove cirurgiões e sepse articular. De acordo com uma revisão da literatura realizada
tinham experimentado um total de 57 co ntaminações, 75% das por Stevens et ai., existem fartas evidências que apoiam a artroscopia
quais foram tra tados com limpeza do enxer to e depois foi realizada do quadril no tratamento do impacto femoroacetabular, mas apenas
a reconstrução. Em 18% das contaminação, o cirurgião colheu um parcas evidências suportam o seu uso para lesões ]abra is, lesões
enxerto diferente, e em 7% foi utili zado um aloenxerto. Não houve extra-ar ticulares, sepse, corpos soltos e osteoartrite. Claramen te,
relatos de infecções. Sessenta e cinco dos 147 cirurgiões sem con- mais estudos de alta qualidade são necessários para definir melhor
taminações de enxerto responderam com tratamentos hipotéticos: as indicações para a artroscopia do quadril.
58 % purificariam o enxerto, 34% colheriam um enxerto diferente,
e 8% usariam um aloenxerto.
Quando ocorrem infecções pós-operatórias do joelho, no CONFIGURAÇÃO GERAL
início, são indicados a irrigação artroscópica completa e o desbrida-
mento, sendo estes dois repetidos em 48 a 72 horas se os sintomas A artroscopia do quadril é descrita com o paciente em decúbito
não forem resolvidos. Os enxertos do ligamento cruzado anterior dorsal ou em posição lateral. Ambas as posições oferecem algumas
podem ser deixados no local, desde que nenhuma grande deterio- vantagens, mas a escolha depend e do cirurgião. A posição supina
ração esteja presente no momento da irrigação inicial. Os antibióti- oferece a facilidade de posicionamento do pac iente, a familiaridade
cos intravenosos apropriados, se suscetíveis, geralmente são do cirurgiãi:J e a possibilidade de se usar uma mesa de fratura. A
prescritos para 2 a 3 semanas, seguidos por ant ibióticos orais para posição lateral é mais fácil em pacientes obesos e pode permitir o
completar um cu rso de 6 semanas de tratamento com antibióticos. acesso mais fácil à articulação do quadril quan do osteófitos aceta-
As reações de cicatrização anormais, a artrofibrose, a distrofia bulares estão presentes. A posição lateral exige dispositivos de dis-
simpaticorreflexa e a insuficiência de incorporação do enxerto se tração para a mesa de operação.
enquadram na categoria de limitações cirúrgicas, assim como as Ambas as técnicas requerem que a perna afetada seja colo-
lesões condrais ou meniscais. O controle cirúrgico sobre essas condi- cada em tração para o acesso à ar ticul ação, bem como para os
ções muitas vezes é limitado; mas, por vezes, a habilidade no planeja- proced imentos que envo lvem a parte intra-articular ou o com-
mento cirúrgico e o tempo podem gerar um efeito. A intervenção partimento central do qu adri l. Alguns distratares es tão disponí-
cirúrgica precoce para lesões ligamentares antes da recuperação do ve is comercialmente, mas uma mesa de fratura regular pode ser
tônus muscular e do movimento está associada à artrofibrose, bem usada (Fig. 51-54A). Dez mm a 12 mm de distração são necessá-
como os procedimentos cirúrgicos de reparo ligamentar colateral rios para o posicionamento de cânulas de 4,5 mm ou 5,5 mm .
medial no lado fe moral e de reparo meniscal. Permitir o movimento Com os dispositivos que têm tensiômetros, ce rca de 22 kg de
e que o joelho descanse antes da cirurgia mostrou diminuir conside- força são necessários. O temp o de tração deve ser limitado a
ravelmente a rigidez pós-operatória e a artrofibrose. menos de 2 horas p ara reduzir a possibilidade de neurapraxias
A distrofia simpaticorreflexa é uma doença pouco conhecida de tração. Um poste perineal bem acolc hoado, muitas vezes de
que poderia ser diminuída por meio de uma melhor seleção de grandes dimensões, é usado. O poste deve ser colocado lateral-
pacientes, dim inuição do tempo de operação e fisio terapia precoce. mente. Isso melhora o vetor da força de tração e diminui o risco
Os primeiros relatórios afirmaram que o aperto excessivo do enxerto de neuropraxia (Fig. 5 l- 54B). Muitas vezes, menos tração é
do ligamento cru zado anterior pode resultar em fa lha de maturação necessária após a junta ser acessada, ali viando a pressão negativa.
do enxerto, mas outros estudos não apoiaram esta conclusão. Em ambas as posições, o amp liador de im agem é amplam ente
utilizado para o posicionamento do portal.
Após a conclusão do procedimento no compartimento central,
QUADRIL a perna é removida a partir da tração e o quadril é flexionado. Isto
relaxa a cápsula e dá um maior acesso ao compartimento periférico.
Durante a últ ima década, a artroscopia do quadril tornou-se mais Ambos os artroscópios de 30 e 70 graus são utilizados para
com um. Como as técnicas cirúrgicas e os equipamentos melhora- visualização adequada. Instrumentos de artroscopia do quadril
ram, as indicações para a artroscop ia do quadril aumentaram. No comercialmente acessíveis estão disponíveis. Os instrumentos geral-
entanto, a artroscopia do quadril é um processo tecnicamente difícil mente são mais longos do que o equipamento-padrão de artroscopia.
por causa da esfericidade da cabeça do fêmur, bem como da pre- Vários dilatadores e cânulas de fen da são úteis para o posicionamento
sença de cápsula densa e da musculatura que rodeiam a arti cul ação. do po rtal e troca de instrumentos dentro dos portais.
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES flllll
-Poste
perineal
8 distração
O[dli;f.)EIE:t A, Dispositivo de distração comercialmente disponível. B, Poste perineal para o posicionamento do quadril na perna
operatória. VEJA A TÉCNICA 51-29.
PORTAIS
A artroscopia de posição supina utiliza três portais padrões: o ante-
rolateral, o anterior e o posterolateral (Figs. 51-55 e 51-56). Normal-
mente, o portal anterolateral é colocado em primeiro lugar com o
auxílio de fluoroscopia. Este portal é feito aproximadamente l cm
superior e anterior à borda anterior do trocãnter maior. O portal
posterolateral é feito 1 cm posterior e superior ao trocânter maior.
A localização do portal anterior é determinada pela intersecção de
uma linha traçada a partir da ponta do trocânter maior e uma linha
que se estende inferiormente a partir da espinha ilíaca anterior supe-
rior. Os portais posterolateral e anterior são feitos sob observação
direta com a câmera no portal anterolateral. Inúmeros portais aces-
sórios adicionais podem ser colocados de acordo com o procedi-
mento (Fig. 51-57).
O portal anterolateral penetra o músculo glúteo médio e, em
seguida, a cápsula do quadril (Fig. 51-58A). As estruturas neurovas-
culares mais próximas são o nervo glúteo superior e o nervo ciático.
O portal anterior passa pelo sartório e o reto femoral e, em seguida,
pela cápsula do quadril. Este portal passa perto do nervo cutâneo H[riii;ljJlJl9 Marcas delineadas: artéria femoral, veia e nervo;
femora l lateral e do ramo ascendente da artéria circunflexa femora l trocânter maior do fêmur e espinha ilíaca anterossuperior.
lateral (Fig. 51-58B) . O portal posterolateral passa através dos
músculos glúteos médio e mínimo. A estrutura neurovascular mais
próxima é o nervo ciático (Fig. 51-58C). Um estudo em cadáver
determinou as distâncias dos portais de artroscopia das estruturas reside 2,2 cm a partir do nervo ciático, e o portal anterior está a 1,5
neurovasculares: o portal anterolateral situa-se a 6 cm do nervo cm do nervo cutâneo femoral lateral, embora vários ramos deste
glúteo superior e a 4 cm do nervo ciático, o portal posterolateral nervo possam estar mais pertos.
PARTE XIV ARTR OSCOPIA
.
I
,, ' '-
O porta l deve ser fe ito na zona segura.
/ I •Tome cu idado para que o labrum não seja penetrado
1 ,_______ Portal anterolateral
1 quando estabelecer todos os portais artroscópicos. Se
' ' ( - houver uma resistência excessiva durante a co locação da
agu lha, red irecione-a sob controle fluoroscópico um
pouco mais para lelo à cabeça femora l e longe da borda
Portal posterolateral do acetábu lo. Distenda a articu lação com soro f isiológ ico,
passe o fio gu ia através da agu lha e retire a agulha. Passe
lâ@ll;f;!ID Os três portais padrões: anterior, anterolateral e a montagem operatória da cânula sobre o gu ia para
posterolateral. VEJA A TÉCNICA 51-29. dentro da articu lação. Não fira a superfície articul ar da
cabeça ou penetre o labrum ao introduzir a câ nula.
• Faça o porta l anterior e o portal posterolateral, passe a
agulha esp inhal para dentro da articulação , observe se
a agu lha e a sua posição com um artroscópio de 70 graus.
Veri f ique o posicionamento corret o com fluoroscopia.
•C oloque o portal anterior na intersecção de uma linha
t raçada entre a espin ha ilíaca anteross uperior e uma linh a
transversal traçada a partir da margem superior do tro-
cânter ma ior (Fi g. 51-56). O porta l anterior penetra o
sartório e o femoral reto antes de entra r na cápsu la
anterior (Fig. 51-58B). Para evitar o nervo cutâneo femora l
lateral, faça a incisão só através da pele .
• Gire o artroscópio 70 graus posteriormente, e faça o portal
posterolateral sob controles artroscópico e fluoroscópico logo
superior à margem do trocânter maior na sua borda posterior.
O portal deve ser dirigido ligeiramente cefálico e anterior-
mente, convergindo para o portal anterolateral. É importante
ter o quadril em rotação neutra ao fazer este portal para se
lâ!§ii@Lllil Porta is acessórios adicionais. AL, anterolateral; assegurar de que o nervo ciático não está em risco.
AP, anterior; MAP, portal médio anterior; PMAP, po rtal médio •Depois de estabelecer os três portais, coloque a saída no
anterior proximal; PALA, proximal acessório lateral; PSP, portal portal posterolateral.
posterosuperior. (De Robertson WJ, Ke lly BT: The safe zone for hip •Para visualiza r o acetáb ulo, o labrum e a cabeça femoral
arthroscopy: a cad averi c assessment of central, peripheral, and lateral através de cada um dos t rês portais, alterne o artroscóp io
compartment portal placement, Arthroscopy 24: 1019, 2008 .) de 70 graus com o artroscópio de 30 graus entre os
portais anterolatera l e anteri or. Gire as lentes e gire o
quadril internament e e externamente. O artroscópio de
__ ____
70 graus é o melhor para a visua lização do labrum e da
periferia do acetábu lo e da cabeça femo ral, e o artroscó-
ARTROSCOPIA EM POSIÇÃO SUPINA pio de 30 gra us é usado para visua lização da parte centra l
do acetáb ulo, cabeça femoral e parte superi or da fossa
TÉCNICA ,,,____ acetabula r (Fig. 51-60).
• Passe uma faca artroscópica através da cânu la e, ligeira-
(BYRD) mente, incise a cápsu la circundante t ransversa lmente para
permitir uma ma ior capacidade de manobra dos instru-
•Coloque o paciente em supino sobre a mesa de fratura mentos (Fig. 51-61A e B).
ou em uma mesa de operação regular com um dispositivo •Utilize cânulas intercambiáveis e flexíveis com lâminas de
de distração. raspagem curvas para alcan çar a maior parte da cabeça
•Coloque um poste perineal fortemente acolchoado, late- e o acetábu lo e instrumentação de comp rimento extra
ralizando-o contra a coxa media l da perna operativa (Fig. pa ra remoção de fragmentos !abrais ou de corpos soltos.
51-54B) • Remova maiores fragmentos de corpos soltos observando
•Posicione o quadri l a ser operado em posição neutra, ligeira cuidadosamente a retra ção através das cânu las.
abdução e rotação neutra. Uma flexão ligeira pode relaxar • Depois de completar a artroscopia do compartimento central,
a cápsula e fac ilitar a distração, mas também pode colocar a perna sendo operada é liberada da tração e flexionada a
mais tração no nervo ciático e arrastá-lo mais para perto 45 graus. Isto perm ite o relaxamento da cápsu la a fim de
da articulação, tornando-o mais vulnerável a lesões. proceder à análise do compartimento periférico. )
CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES Gim
,
Caminho para o portal--./
1-------Caminho
' para o portal
Músculo
reto femoral
Nervo cutâneo
femoral l a t e r a l \
Ramo
ascendente
da artéria---
circunflexa
femoral lateral
A B
Portal anterolateral
Portal anterior
Músculo glúteo
1-------Caminho
' para o portal
A B
O[dlhfflBm A e B, Diag ramas de in cisões artroscó picas ao redor da art icul ação do quadril e sua rel ação co m os nervos ao re dor.
VEJA A TÉCNICA 51-29.
A
• Os portais anterior origina l e anterolatera l podem ser redi-
)
recionados para o co lo do fêmur. A lternativamente, um
portal acessório pode ser estabelecido 4 cm a 5 cm distal
ao portal anterolateral. A fluoroscop ia é util izada para
guiar o posicionamento sobre o colo do fêmur (Fig. 51-62).
o@•@U119 Criação de um
porta l auxiliar. VEJA A TÉCNICA
51-29.
MANEJO ARTROSCÓPICO DE LESÕES do fêm ur acetabular, fla cidez, displasia e degeneração) estão relacio -
LABRAIS nadas com morfologi a articular e fun ção anormais.
Os pacien tes com lesões !abrais tipicamente apresentam dor
O labrum acetabular é uma estrutura fibrocartil aginosa que rodeia (geralmente na virilha) e sintomas mecânicos. Byrd descreveu o
a periferia do acetábulo e se insere no ligamento tran sversal aceta- sinal C: quando solicitados para localizar a dor, os p acientes colocam
bular. O fornecimento de san gue para o acetábulo se dá principal- a mão formando um C sobre o trocânter maior (Fig. 51-63) . A dor
mente através da artéria obturador, artéria glútea superior e da pode depender da posição, com sintomas crescentes ao sentar,
ar téria glútea inferior. A periferia do labrum é mais vascularizada dirigir, calçar sapatos ou cruzar as pernas. Ela também pode ser
do que a região articular. mínim a com a marcha. O tratamento inicial é normalmente conser-
As fun ções do labrum são aumentar a estabilidade da articu- vador, com repouso, anti-inflam atórios e fisioterapia. A dor não
lação do quadril e vedá-la para impedir a fuga de fluido. Na presen ça resolvida após o tratamento conservador é tratada com desbrida-
de uma lesão !abra!, esta última fun ção não acontece, o qu e pode mento !abra! ou reparo.
levar a um aumento da pressão de contato, que tem um papel no Em 2009, Byrd e Jones relataram um acompanhamento de 10
desenvolvimento da do en ça degenerativa do quadril. Em um estudo anos de pacientes com lesões do labrum tratados com desbrida-
com 436 pacientes, 73% das pessoas com lesões !abrais ou desgaste mento. Os quadris que não apresentavam quaisquer sinais de artrite
tiveram dano articular, com a maioria dos danos localizada na tiveram um aumento significativo no Harris Hip Score, uma melho-
mesma zona que o dan o labral. Além disso, a gravidade da lesão ria que p ermaneceu significativa ao longo do período de 10 anos.
condral foi m aior em pacientes com lesões !abrais do que em pacien- No entanto, se te dos oito pacientes com artrite associada necessita-
tes que tinham um labrum intacto. ram de artroplastia total do quadril. Larson e Giveans compararam
os resultados do desbridamento !abra! com os do reparo !abra! em
• CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES LABRAIS pacientes com choque acetabular femoral e descobriram que a
Seldes et ai. descreveram dois tipos de lesões !abrais: a separação do melhora no Harris Hip Score foi maior no grupo de refixação !abra!.
labrum da sua inserção articular e lesões em vários planos dentro
da substância do labrum. Lage et ai. conceberam uma classificação
artro scópica de lesões !abrais baseada na sua etiologia que discri-
REPARO ARTROSCÓPICO DE
mina lesões traumáticas, degenerativas, idiopáticas e congênitas. A
class ificação morfológica com base nos achados de artroscopia LESÕES LABRAIS
abrange lesões de aba radial, lesões fibr iladas radiais, lesões perifé-
ricas longitudinais e lesões instáveis. Mais recentemente, foi suge-
rido que as causas das lesões !abrais (trauma, síndrom e do impacto
(KELLY ET AL.)
de radiofrequência monopolar controlada através do mesmo •Segure a alça e traga-a para fora através da cânula de
probe flexível pode contrair a parte lesionada do labrum e trabalho. Passe uma sutura bioabsorvível em torno da
deli near melhor as bordas. separação do labrum utilizando o monofilamento enro-
•Utilize um formão de ligamento flexível para separar a lado como um laço de sutura. Por meio de sensação tátil,
parte lesionada do /abrum a partir do labrum intacto, amarre o nó em uma posição extra-articu lar e utilize um
deixando apenas uma pequena parte anexa. cortador de sutura automático para cortar a sutura res-
•Complete o desbridamento e retire a parte lesionada do tante acima do nó.
labrum com um raspador motorizado. •Após o reparo labral, ava lie a cápsu la e a junção cabeça-
•Se o labrum for destacado a partir do osso, estab il ize o colo do fêmur por meio de examinação dinâmica para
tecido fibrocartilaginoso atrás da borda do acetábulo com determinar se outros processos patológ icos estão presen-
uma âncora de sutura bioabsorvível. Normalmente, a tes e exijam plicação capsular, capsulorrafia térmica ou
âncora deve ser colocada sobre a borda do acetábulo osteoplastia de impacto femoroacetabular.
mais para o lado da cápsula articular do que do labrum
para alcançar um ângulo apropriado que não resultará na
penetração da âncora na articu lação. Certifique-se do
posicionamento apropriado utilizando fluoroscopia. As
âncoras podem ser colocadas através de qualquer portal
IMPACTO FEMOROACETABULAR
(Fig. 51-65)
•Após a manga para a âncora ser colocada na posição O impacto femoroacetabular é o contato anormal entre o fêmur
adequada, tape a âncora durante a visua lização da super- proximal e o acetábulo durante o movimento terminal. Esse contato
fície articular do acetábulo para evitar uma lesão condral anormal causa danos ao labrum e à cartilagem articular do acetá-
iatrogênica. bulo, e pode levar ao que se pensava anteriormente ser uma osteo-
•Quando a âncora estiver colocada, utilize um passador de artrite idiopática do quadril.
sutura para proporcionar uma parte da sutura através Com base em 600 deslocamentos cirúrgicos, Ganz et ai. des-
de uma pequena parte da substância do labrum. Recu- creveram dois tipos de impacto femoroacetabular e os mecanismos
pere a sutura e passe-a através do /abrum uma segunda pelos quais eles podem levar à osteoartrite: síndrome do impacto
vez, criando uma sutura no leito vertica l. Puxe a cânula cam, mais comuns em jovens do sexo masculino; e impacto pincer,
ligeiramente para trás para uma posição extra-articular e mais comuns em mulheres de meia-idade. O impacto cam resulta
amarre a sutura embaixo utilizando as técnicas padrões de um a cabeça femoral não esférica de formato anormal, com dimi-
de nó artroscópico. nuição da cabeça-colo deslocada, encostando no acetábulo. A inci-
•Uma divisão intrassubstancial no /abrum pode ser repa- dência ocorre normalmente em flexão e resulta em corte da superfície
rada se for bem fixada no acetábu lo e tiver uma borda art icular e avulsão do labrum (Fig. 51-66). O impacto pincer é o
externa estável. Defina e desbride totalmente o plano de contato anormal entre a borda do acetábulo e a junção cabeça-colo
clivagem no /abrum de tecido inviável desgastado. do fêmur causado pela cobertura acetabular, que pode ser global,
•Utilize um espectro para colocar uma sutura de monofi - como na coxa profunda, ou mais focal no acetábulo anterossupe-
lamento laçado entre a junção da cartilagem articular e rior, como na retroversão acetabular (Fig. 51-67). Esse contato causa
o labrum de fibrocartilagem. Puxe a cânu la de trabalho lesões intrassubstanciais do labrum. Assim que o impacto pincer
de volta para a cápsula e crie um bico através da bordo piora, a cabeça do fêmur pode ser alavancada do soquete, causando
externa do labrum periférico à lesão. danos condrais no acetábulo posteroinferior (lesão de contragolpe)
(Figs. 51-68 e 51-69).
Geralmente, os pacientes com impacto femoroace tabular se
queixam de dor na virilha com um início insidioso. A dor geral-
mente é agravada pelo exercício e depende da posição. Os pacien-
tes podem se queixar de dor ao sentar, dirigir, ou calçar meias e
sapatos.
O exame começa com a observação da postura e da marcha.
A palpação do quadril geralm ente não produz sensibilidade. As
amplitudes de movimento de ambos os quadris são verificadas e
a faixa assimétrica de movimento é observada. Geralmente, o
quadril afetado tem sua rotação interna diminuída. Um teste de
impacto pode reproduzir a dor do paciente: com o paciente em
decúbito dorsal e o quadril flexionado a 90 graus, o quadril é
aduzido e rotacionado internamente (Fig. 51 -70) . Um teste
FABER (flexão, abdução, rotação externa) pode mostrar aumento
da distância do joelho à mesa no lado afetado em pacientes com
impacto femoroacetabular.
A avaliação por imagem começa com radiografias simples, que
podem incluir visões pélvica anteroposterior, perfil falso, cruzada
lateral, perna de sapo lateral e Dunn do quadril. A visão pélvica
anteroposterior deve ser bem centrada, com a ponta do cóccix apon-
li@lhMgm Colocação de âncora no reparo labral. VEJA A tando para a sínfise púbica. Em uma visão bem centrada, a distância
TÉCNICA 51-31. entre o cóccix e a sínfise deve ser de 1 cm a 2 cm. O acetábulo é
lllJi) PARTE XIV ARTROSCOPIA
Normal
Normal
Impacto
Impacto
cam
pincer
Cartilagem
-...
B
B
•Se a lesão pincer puder ser vista, deixe a junção labral • Com a câmera no portal anterolateral, coloque as âncoras
)
condral intacta e utilize uma broca para ressecar a proe- restantes através do portal médio anterior de forma
minência óssea (Fig . 51-73A). semelhante.
•Se a exposição da borda acetabular for necessária para • Remova a tração a partir da perna e mova o quadril
acessar a lesão pincer, coloque uma fo lha de banana através de uma gama de movimento para se assegurar
através do portal anterior e derrube o /abrum na junção de que não há invasão residual.
labral condral na área da lesão.
• Coloque uma broca no portal médio anterior e posicio-
ne-a na parede anterior ao nível da cobertura acetabular.
Confirme com fluoroscopia que a broca está logo distal
ao sinal de cruzamento, resseque a borda para o nível
apropriado e confirme a ressecção do cruzamento com TRATAMENTO ARTROSCÓPICO
fluoroscopia. Para completar a ressecção da borda mais DO IMPACTO CAM
superior, a câmera pode ser deslocada para o portal ante-
rior e a broca, para o portal anterolateral TÉCNICA
•Refixe o /abrum à borda com âncoras de sutura. Coloque
1
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CAPÍTULO 51 ARTRO SCOPIA DOS MEMBROS INFERIORES
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CAPÍTULO 51 ARTROSCOPIA DOS MEMBROS INFERI ORES fim
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OMBRO 2461 INSTABILIDADE POSTERIOR 2492 POSICIONAMENTO DO PACIENTE E
INDICAÇÕES 2462 INSTABILIDADE MULTIDIRECIONAL 2495 ANESTESIA 2529
POSICIONAMENTO DO PACIENTE E AVULSÃO UMERAL E/OU 2529
Pos ição em Decúbito Dorsa l
ANESTESIA 2462 GLENOIDAL DO LIGAMENTO 2529
Posição em Decúbito Ventra l
Posição Em Decúbito Latera l 2462 GLENOUMERAL INFERIOR 2497 2529
Pos ição em Decúbito Latera l
Posição "Cadeira de Praia" 2463 LESÃO DE HILL-SACHS 2498 POSICIONAMENTO DOS PORTAIS 2529
CONTROLE DO SANGRAMENTO Técnica de Latarjet 2499 AVALIAÇÃO ARTROSCÓPICA DO
DURANTE A ARTROSCOPIA 2464 SÍNDROME DO IMPACTO 2500 COTOVELO 2532
EXTRAVASAMENTO DA SOLUÇÃO IMPACTO E OS ACROMIALE 2501 CORPOS LIVRES 2535
DE IRRIGAÇÃO 2464 LESÕES DO MANGUITO ROTADOR DOENÇA DE PANNER E
POSICIONAMENTO DOS PORTAIS 2464 DE ESPESSURA PARCIAL 2503 OSTEOCONDRITE DISSECANTE 2536
Porta1Posterior 2465 LESÕES DO MANGUITO ROTADOR LESÕES DO ARREMESSADOR 2539
Portal Posteroi nferior ou DE ESPESSURA TOTAL 2511 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DO LIGAMENTO
Portal 7 Horas 2467 LESÃO DO MANGUITO ROTADOR COLATERAL ULNAR 2539
Portal Anterior 2467 EXTENSA E RETRAÍDA 2517 IMPACTO POSTERIOR
Porta l Anteroinferior ou LESÕES DO TENDÃO NO COTOVELO 2539
Porta l 5 Horas 2468 SUBESCAPULAR 2517 SÍNDROME DA PLICA
Portal Superior 2468 ARTICULAÇÃO SINOVIAL POSTEROLATERAL 2539
Portal do Nervo Supraescapular ACROMIOCLAVICULAR 2520 RESSECÇÃO DA CABEÇA RADIAL 2540
como Descrito por Lafosse 2468 TENDINITE CALCÁREA DO ARTROFIBROSE 2541
Porta is Latera l, Posterolateral e MANGUITO ROTADOR 2522 OSTEOARTRITE 2542
Anterolatera l 2468 OSTEOARTRITE 2522 SINOVECTOMIA 2542
Portal de Wil mington 2469 OSSIFICAÇÃO POSTERIOR DO OMBRO COTOVELO DE TENISTA
ARTROSCOPIA DIAGNÓSTICA E (LESÃO DE BENNETT) 2523 (EPICONDILITE LATERAL) 2542
ANATOMIA ARTROSCÓPICA 2469 CISTO ESPINOGLENOIDAL 2523 BURSITE OLECRANIANA 2543
CORPOS LIVRES 2472 CONTRATURAS DO OMBRO 2523 AVALIAÇÃO ARTROSCÓPICA
SINOVECTOMIA 2473 COMPRESSÃO DO NERVO DE FRATURAS
DRENAGEM E DESBRIDAMENTO 2473 SUPRAESCAPULAR 2525 INTRA-ARTICULARES 2543
REPARO DE LESÕES LABRAIS 2473 COMPLICAÇÕES 2526 PIOARTRITE 2543
LESÕES DO TENDÃO DO BÍCEPS 2476 COTOVELO 2528 COMPLICAÇÕES 2544
INSTABILIDADE ANTERIOR 2484 INDICAÇÕES 2528 PUNHO 2544
As artroscopias diagnóstica e cirúrgica de membro superior tornou - e eventualmente pode ser difícil comprovar a causa de tais distúr-
se muito mais comum à medida que os cirurgiões têm desenvolvido bios. No entanto, a causa geralmente pode ser estabelecida com um
maior habilidade com o artroscópio e com desenvolvimento de ins- histórico destalhado e por um exame físico cuidadoso associados a
trumetais apropriados. É essencial um profundo conhecimento da uma avaliação radiográfica adequada da cintura escapular, da coluna
anatomia, dos distúrbios, das variações artroscópias, e dos achados cervical e da cavidade torácica. Estudos diagnósticos especiais
patológicos de cada articulação para realizar os procedimentos com podem ser úteis, tais como: radiografias de estresse, tomografia com-
sucesso e para minimizar complicações. Este capítulo discute as putadorizada ou ressonância magnética com e sem contraste, eletro-
indicações para o tratamento por via artroscópica, a preparação do miografia e estudos de condução nervosa.
paciente, a anatomia dos portais, os procedimentos artrocópicos De acordo com a idade e os sintomas apresentados pelo
específicos, e as complicações após a artroscopia do ombro, da arti- paciente, devem ser solicitadas incidências radiográficas apropria-
culação acromioclavicular e do cotovelo. das. Em um atleta adolescente com dor no lado dominante durante
uma prática desportiva que exige movimentos acima da cabeça,
incidências anteroposteriores com o ombro em rotação interna e
OMBRO externa devem ser incluídas para avaliar a lesão da fise. Para
adultos jovens com sintomas de instabilidade, devem ser solicita-
Síndromes dolorosas, alterações da função, sinais e sintomas de das incidências anteroposterior verdadeira, Westpoint, e Stryker
instabilidade e distúrbios intraarticulares são frequentes no ombro notch, bem como uma incidência anteroposterior com o ombro
2461
PARTE XIV ARTROSCOPI A
em rotação interna, para avali ar alterações d a glenoide e da cabeça que a perfusão cerebral é m antid a de form a mais confiável na
umeral. Pa ra o s pacien tes de m eia- id ad e e mais idosos, d evem se r posição em d ecúbito lateral do q ue na posição "cad eira d e p ra ià'.
solicita d as as incidên cias perfil escapula r, pe rfil axilar, e anteropos-
te ri o r ve rdad e ira. • POSIÇÃO EM DECÚBITO LATERAL
Pa ra avaliar distúrbios traumáticos recorrentes, a resson ân cia O pacien te é posicio nado em dec úbito lateral com o ombro afetad o
m agnéti ca o u a artrografi a por ressonâ nci a magnética (artrorresso- exposto e mantido estável por sup ortes nas regiõ es ventral e d orsal.
n ânci a) é indi cada para delinear qualq uer pro cess o p atológico pa ra Urn a cinta p eitoral é utilizada para obter apoio extra. A cabeça d o
um ad equ ado planejamento cir úrgico. Na instabilidad e aguda, a paciente é apoiada sobre um travesse iro d e espuma, e os olhos e as
hem art rose p roporcion a um bom m eio de contraste; portanto, a o relh as são protegidos por precaução. É frequentem ente solicitad o
artrorressonância p rovavelmente n ão é necessária. A ar tror resso- pelos anestes io logistas a colocação d e um coxim axilar para m el ho-
n ânci a é útil n a avaliação d as lesões !abrais superiores anteroposte- rar a ventilação.
ri ores do bíceps (SLAP ) e pode delinear melh or a avulsão umeral Os p ulsos periféricos e a oxim etria devem se r avaliados para
d o ligam ento glenoumeral (HAGL). Para instabil id ad e crô ni ca, ou garantir que as estruturas axi lares não sejam comprometidas. Todos
caso as radiografias indiquem lesões ósseas oriund as d a instabili- os po ntos de pressão são pro tegidos, um travesseiro é posicion ado
d ad e, a TC tridimension al é o melho r m étodo para avaliar a possi- sob a perna p ara p roteção d o nervo fib ular e d o m aléolo lateral, e
bilidad e d o tratam ento cirúrg ico artroscópico ou a necessid ade de um ou m ais travesseiros d evem se r posicionad os entre os joelh os e
reconstrução aberta. os torno zelos. Gross e Fitzgibb o ns modificaram esta posição em
Um pl an ejamento p ré-operatóri o minucioso é essen cial para d ecúbito lateral reto com uma inclinação posterior do paciente em
to dos os procedimentos cirúrgicos art roscópicos. O cirurgião 20 a 30 grau s, o qu e p osicion a a sup erfície glenoid al paralela ao solo.
também d eve considerar po tenciais achados inesp erados, assim Os autores relatam três vantage ns d esta m o dificação: (1) m eno r
com o preparar-se mentalmente caso seja necessária a co nversão tração d o plexo braquial, red uzindo o risco de neurapraxia; (2)
para um procedimen to aberto quando necessário p ara ob ter o acen tuação d as lesões do lábi o gleno idal, uma vez que elas são tra-
m elh o r resultad o. cio nad as e afastad as de suas inserções em vez d e p ermanecerem
alin hadas a elas; e (3) m elho r acesso ar troscóp ico ao terço in fer ior
d o lábio glen oid al e d a cápsula.
INDICAÇÕES Utilizando-se um disp ositivo d e tração d e braço estéril, é ap li -
cada uma tração d e 5 kg a 10 kg. D eve-se evitar o uso peso excess ivo,
Para os di stúrbi os progressivos, traum áti cos, degenerativos o u qu e ocasion a distração exagerada. O princípio é a criação d e uma
inflam ató ri os d o ombro que gerem dor, instabilidade ou in cap aci- susp ensão equilibrad a. Deve se r usada apenas a tração necess ári a
d ad e, as quais não puderam se r contro ladas p or meio d e m edidas para uma visualização satisfatóri a. Paulos e Franklin relataram uma
co nse rva d oras, o tratam ento artroscóp ico realizadado po r um incidência d e 30% d e pa restesia transitória na extremidade superi o r
cirurgião qua lificado res ulta em um p rocedim ento d e baixo risco, após artroscopia do ombro com tração, e Klein et ai. relataram uma
reprodut ível e co m alto índice d e satisfação. As contraind icações à incidên cia d e 10% d e paralisia e parestesia transitórias. Interrom per
art roscop ia do o mb ro in cluem as condições loca is d a pele, in fecções o en faixam ento d e Coban (3M, St. Paul , MN) p roxi m almen te ao
rem otas que po dem se dissemin ar pa ra a artic ulação, e aum ento pu nho evita lesões com pressivas ao nervo radial supe rficial. O cabo
d os r iscos devid o a com orbidad es prévias. Ao con siderarem a rea- d e tração p o de ser passad o por meio d e um di spos itivo de tração
lização de p rocedimento s artroscópicos, os ciru rgiões d eve m respei- com ercial liga do à m esa cirúrgica (F ig. 52- 1). As primeiras inves-
tar as indicações apropriad as para a técn ica e sali entar aos pacientes ti gações sugerem qu e a posição ap ro priad a do braço é a d e 70 graus
a possibilidad e de conversão para um p rocedim ento aberto se os d e abdução e 20 a 30 graus d e fl exão anteri o r. Dev ido ao ri sco d e
achad os artroscópicos assim justifica re m. n eurapraxia, Klein e t ai. es tuda ra m a ten são sobre o plexo braquial
com diversos graus d e abdução e flexão. Foi concluído que duas posi-
ções (45 graus de flexão anterior associada a 90 graus de abdução, e
POSICIONAMENTO DO PACIENTE E 45 graus de fl exão anterior associad a a O grau d e abdução ) propo r-
ANESTESIA cion aram m áx im a visi bilidad e com m ínim a tensão sobre o p lexo
braqui al. No en tan to, muitos c iru rg iões ainda u tilizam _30 a 60
D uas pos ições básicas para a artroscopi a d o ombro foram descritas: gra us d e abdução e 20 a 30 graus d a fl exão anteri o r, m as m antendo
posição em d ecúbito lateral e a posição "cad eira d e praia". A posição g rand e cuidad o em relação à qu an tidad e d e peso e duração d o
em d ecúbito lateral, provavelmente, é a m ais utilizada devid o a um p rocedim ento (Fig. 52 -2). Co m plicações após artros copi a d e
melh o r acesso à região posterior do omb ro e à relati va fa cilidad e e o mbro fo ram relatadas entre 23% e 30%, a m aioria causad a por
seg uran ça d o posicio na mento. O s benefí cios d a posição "cadeira d e n eurap raxia após tração excessiva . Com exceção d e um úni co caso
praia" são a fac ilidade n a o rientação e manipulação cirúrgica n o d e p aralisia d o ne rvo m edi ano resolvida, n e nhuma o utra lesão
espaço sub acromial e a fac ilidade n a co nversão para um p rocedi - n eurovasc ular foi relatad a.
m ento cirúrgico aberto. Co mplicações co m o acidente vasc ular cere- G ross e Fitzgibb ons d esc reve ram o uso de trações vertica l e
bral e m orte fo ram relatad os em episódi os de h ipo tensão n a posição long itudinal aplicad as ao ombro com a m aior parte d a tração apli -
"cadei ra d e praia"; a pressão ar terial aferid a no braço é men or d o cad a verticalmente para distrair a articul ação gleno um eral sem
que no cérebro e ainda men or em caso d e d oen ça obstrut iva d a subluxá-la in fe rio rmen te (F ig. 52-2). He nnr ikus et ai. compararam
ar téria ca ró tid a. De acordo com Papadoni kola ki s et ai., a pressão es te méto do com a tração lo ngitudinal simples pa ra ava li ar a
arteria l m edida na panturrilha de um pac iente na posição de "cad eira mudança na saturação de oxigê ni o para a extremid ad e tracion ad a.
d e praia" po de ser fa cilmen te 40 mmHg m aior d o que a p ressão de Um grupo d e pacientes fo i subm etid o à tração lon gitudinal simples,
perfusão cerebral exata. Po rtanto, a pressão deve ser controlada n o um segund o gru po teve o acréscim o d a tração vertical com o uso
braço oposto ou com m onitores de pe rfusão cerebral sempre que de uma tip oia de 5 cm , e um te rce iro grupo teve o acrésc im o d a
p ossível. Devido à util ização de an estes ia hip o tensiva, acreditamos tração vertical com o uso de um a tipoia d e 10 cm . Ambos os grupos
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
O!iji!;f4Efl9 Sistema de tração para artroscopia do ombro. O anestesiologista se posiciona em 90 graus em relação ao tórax do paciente.
DA SOLUÇÃO DE
IRRIGAÇAO
O extravasamento da solução de irrigação é um transtorno maior
durante a artroscopia do ombro do que durante a artroscopia do
joelho. A distensão dos tecido adjacentes dificulta a reinserção das
cânulas. O tecido é traumatizado, ou falsos trajetos são criados com
as passagens subsequentes, e o extravasamento é agravado. Dessa
mBEI·!· L?l9 Posição "cadeira de praia" para artroscopia do forma, os portais estabelecidos devem ser mantidos por meio de um
sistema de cânulas intercambiáveis ou por cânulas com diafragmas de
ombro.
borracha que fecham durante as trocas de instrumentais. Em proce-
dimentos extra-articulares tais corno a descompressão subacromial, o
Existe um dispositivo no mercado utilizado para um melhor extravasamento da solução de irrigação pode ser considerável. Lo e
posicionamento da cabeça, do pescoço e do dorso que permite, Burkhart avaliaran1 53 pacientes imediatamente após a artroscop ia do
também, maior acesso à região posterior do ombro do paciente posi- ombro e encontraram um ganho de peso médio de 3,9 kg.
cionado em "cadeira de praia''. Um auxiliar pode controlar a posição
do braço, ou um suporte de braço estéril pode ser utilizado.
POSICIONAMENTO DOS PORTAIS
CONTROLE DO SANGRAMENTO DURANTE O número de portais artroscópicos descritos para o ombro aumen-
A ARTROSCOPIA tou consideravelmente à medida que os procedimentos cirúrgicos
nessa articulação se tornaram mais complexos. A nomenclatura para
O sangramento pode ser um obstáculo durante a artroscopia do diversos portais é confusa, pois os pesquisadores utilizaran1 os mesmos
ombro porque os planos e os tecidos penetrados pelo artroscópio termos descritivos para portais anatomicamente diferentes. Para a
e pelos instrumentais são muito mais espessos e mais vasculariza- realização dos portais artroscópicos, é necessário um profundo
dos do que aqueles no joelho. Além da utilização de um dispositivo co nhecimento da anatom ia local para evitar danos às estruturas
artroscópico de eletrocauterização, três técnicas podem ajudar a con- neurovasculares (Fig. 52-4). O portal mais próximo de uma estru-
trolar o sangramento intra-articular. A primeira é a utilização de uma tura neurovascular é o portal anterior baixo posicionado cerca de 1
bomba de artroscopia para infusão mantendo um fluxo de solução de cm da veia cefálica. Durante a realização de portais anteriores, pos-
irrigação constante e pressão entre 60 a 70 mmHg. A infusão pode teriores e laterais, é importante o cuidado com o nervo axilar. Pos-
ser realizada através da bainha do artroscópio se uma cânula de teriormente, o nervo supraescapular e a artéria escapular circunflexa
infusão de 6 mm for utilizada. Ocasionalmente, é indicado o uso de estão aproximadamente 2 cm do local do portal. Portais posteriores,
uma cânula de infusão adicional para a bomba de artroscopia em utilizados para trabalhar no espaço glenoumeral, devem ser direcio-
acromioplastias. Lee et ai. mediram a pressão intramuscular do del- nados mediaimente ao arco rotador (Tabela 52-1).
tóide com um cateter de fenda em 24 pacientes submetidos à artros- Os portais artroscópicos podem ser estabelecidos na articulação
copia de ombro. Temporariamente, as pressões atingiram até 50 mmHg glenoumeral, subacromial e acromioclavicular. Os portais da articu-
com o uso da bomba de infusão. Em todos os pacientes, as pressões lação glenoumeral podem ser realizados posteriormente, superior-
retornaram ao normal dentro de 30 minutos após a cirurgia, embora mente e anteriormente; os portais subacromiais são posicionados
os ombros permanecessem clinicamente intumescidos e tensos por um anteriormente, posteriormente e lateralmente; e a articulação acro-
período mais prolongado. Ogilvie-Harris e Boynton, em um relato de rnioclavicular pode ser abordada a partir do espaço subacromial ante-
25 procedimentos artrocópicos no ombro (20 acromioplastias), inferi- riormente ou posteriormente. Ao posicionar os portais artroscópicos,
ram que as pressões se elevavam a partir de um basal de 12 mmHg até especialmente se houver necessidade de um portal acessório para o
um máximo de 120 mmHg; no entanto retornavam aos valores normais uso de instrumentais, a angulação e o espaçamento apropriado dos
4 minutos após o término do procedimento cirúrgico. Nenhum paciente portais são fundamentais. Os nervos axilar e supraescapular são as
apresentou evidência eletromiográfica de lesão muscular. Dessa forma, duas estruturas de maior risco durante a realização dos portais artros-
o uso de tuna bomba de infusão apresenta-se como ll!Tia opção segura cópicos no ombro. Nassar et al. constataram que a distância entre a
para a artroscopia do ombro. articulação acromiclavicular e o nervo axilar é de 7,9 cm em homens
Uma segw1da medida consiste em adicionar 1 mL de epinefrina e de 6,37 cm em mulheres. Bigliani et ai. demosntraram que o nervo
1:1.000 a cada bolsa de 3.000 mL de solução de irrigação, caso a pressão supraescapular está localizado a 1,8 cm do lábio posterossuperior da
arterial do paciente seja estável e o mesmo não apresente contraindi- glenoide e a 2,5 cm do tubérculo glenoidal sup erior. Os portais
cações cardíacas. Em nossa experiência, nenhum inconveniente foi posteriores parecem mais seguros do que os portais anteriores.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
Nervo supraescapular
) •Após a agu lha ser den.tro da cápsu la, injeta-se O portal anteroinferior é realizado imediatamente lateral e levemente
30 ml a 40 ml de soluçao sa lina na arti cu lação; um superior à ponta palpável do processo coracoide. O portal anterolateral
volu me muito menor de líquido poderá ser injetado caso descrito por Altchek localiza-se cerca de 1 cm lateral à borda anterola-
exista uma capsu lite adesiva sign ificativa. Deverá ocorrer teral do acrôm io e penetra a articulação glenoumeral através do inter-
um fluxo e um refluxo livres na articula ção. A pré-insufla- valo rotador. Se este portal for estabelecido, não deve ser utilizada uma
ção da articu lção promove a distração entre a cabeça cânula de influxo muito grande para prevenir danos à musculatura do
umeral e glenoide, o que fac ilita a entrada das cânulas manguito rotador. Quando os procedimentos de estabilização anterior
na articulação. No entant o, se a agulha estiver posicio- são considerados, os portais anteriores devem estar distantes entre si o
nada extra-articularmente, todo o montante de solução máximo possível dentro de w1rn margem segura para posibilitar a intro-
de irrigação é injetado nos tecidos moles, distorcendo a dução e o posicionamento dos insturnentais sem aglomeração ou obs-
anatomia. Alguns ciru rgiões preferem utilizar um trocarte trução da visão. Para o reparo de lesões !abrais superiores, pode ser
rombo para penetrar a arti cu lação sem antes distendê-la, necessário um portal anterossuperior acessório localizado imediata-
pois dessa forma o colo da glenoide e a cabeça umeral mente anterior à articulação acromioclavicular.
são mais facilmente palpáveis. O trocarte rombo é utili- O portal anterior é estabelecido após o portal posterior, e o
zado para tatear o colo da glenoide e a cabeça umeral artroscópio introduzido posteriormente é utilizado para auxiliar visu-
antes de penetrar no triângulo imed iatamente superi or à almente no seu posicionamento. Dois métodos básicos são utilizados
articul ação glenou mera l. para estabelecer o portal anterior: anterógrado (de fora para dentro)
•Após a seleção do loca l para o portal posterior, injete nesta e retrógrado (de dentro para fora). Qualquer que seja o método uti-
área e nos loca is planejados para os outros portais anesté- lizado, a cânula passa através do "soft spot" anterior, que corresponde
sico local com epinefrina pa ra reduzir o sang ramento. a um tri ângulo intra-articular delimitado superiormente pela porção
• Rea lize uma incisão na camada cutânea superficial com intra-articular do tendão do bíceps, inferiormente pela porção intra
uma lâmina de bisturi nº 11 . Evite penetrar profunda- -articular superior do tendão subescapular, e mediaimente pela borda
mente, pois poderá precipitar um sangramento excessivo. anterior da glenoide. Para a realização de portais acessórios, é utili-
• Em seguida, insira uma cânu la e um t rocarte rombo ao zada uma agu lha longa para confirmar a posição adequada do portal,
longo do trajeto da agul ha anterior e med iaimente em permitindo, assim, o acesso à lesão. Em seguida, o portal é feito rea-
direção à li nha articular anterior. Tateie o colo ósseo escapu- lizando uma técnica de fo ra para dentro (anterógrada).
lar e a glenoide com a ponta romba do trocarte para deter-
minar o ponto médio seg uindo numa direção superoinferior.
Deslize o trocarte lateralmente a fim de localizar a borda
MÉTODO ANTERÓGRADO
da glenoide como uma pequena crista. Imediatamente
lateral a esta crista, encontra-se o ponto de entrada para TÉCNICA
a cápsula articu lar. Esta posição assegura que o local de
•Antes da distensão articu lar, quando os pontos de refe-
entrada esteja situado o mais medial possível e cruze
rência anatôm icos podem se r palpados, marque na pele
através das porções musculares do manguito rotador em
o loca l aproximado para a rea lização do portal anterior.
vez de danificar as porções tendíneas.
•Introduza o artroscópio em direção ao triângulo anterior
do soft spot formado pela superfície articu lar da glenoide,
o tendão do bíceps, e o tendão subescapu lar. Mantenha
• PORTAL POSTEROINFERIOR OU PORTAL 7 HORAS o artroscópio contra a área da cápsu la articular e, com as
Davidson e Rivenburgh descreveram um portal acessório posterior na luzes do foco cirúrgico apagadas, transilumine a área
posição 7 horas para a artroscopia de ombro que permite acesso direto destinada à colocação do portal.
à cápsula glenoumeral inferior e protege as estruturas vizinhas . •Recue li geiramente o artroscópio, e pa lpe ext ernamente
O portal é realizado pela técnica de dentro para fora usando-se uma o loca l pretend ido do portal ao mesmo tempo obser-
haste guia passada através do portal 3 horas e direcionada posteroin- vando artroscop icamente a área do soft spot. Introduza
feriormente. A haste guia é exposta por meio de uma pequena incisão um a agu lha longa a partir do ponto exte rno até a articu-
na pele e depois deixada no lugar. O portal 7 horas realizado pela lação. Man ipule a agu lh a no interi or da articula ção a fim
técnica de fora para dentro é estabelecido por uma pequena incisão de assegurar a facilidade de instrumentação.
na pele 2 cm a 3 cm inferior ao portal posterior. Uma haste de ponta •Retire a agulha e com uma lâmina nº 11 estabeleça um
romba é então inserida na articulação glenoumeral sob visão direta. portal neste local escolhido.
• Introd uza uma cânu la com um trocarte rombo pela cápsula
• PORTAL ANTERIOR articular. Antes da introd ução na cá psul a, movimente o
Vários portais anteriores foram descritos tanto para a artroscopia artroscópio superiormente para evitar que a lente não se1a
diagnóstica quanto para as técnicas de estabilização cirúrgica. Para danificada enq uanto o trocarte adentra a articulação . Con-
uma artroscopia diagnóstica completa do ombro, a realização de um t ro le com cuidado o trocarte para evitar danos às estrutu-
portal anterior é essencial, pois permite a observação da cápsula ras articulares ou ao artroscópio.
posterior e do manguito rotador, assim como um a visão anterior dos •Se houver necessidade de um portal anterior acessório, sua
ligamentos glenoum erais e do tendão sub escapular. O local mais loca lização deve ser definida antes da rea lização do portal
com umente descrito para a rea lização do portal anterior situa-se anterior inicial. Os portais acessóri os anteriores devem ser
ligeiramente lateral ao ponto médio entre a borda anterolateral do separados por pelo menos 2 cm a 3 cm . A posição apro-
acrômio e o processo coracoide. Outros portais descritos são supe- priada de um portal acessóri o também pode ser confir-
riores ou inferiores a este portal e laterais a uma linha traçada a mada com uma agu lha longa.
partir do coracoide em direção à região anterolateral do acrômio.
PARTE XIV ARTROSCOPIA
h!dlhf4L?19 O paciente está posicionado em decúbito latera l e a glenoide está orientada hori zontalmente. A, Parte superior da
articu lação do ombro com o tendão do bíceps inserido no láb io superior. A cabeça umeral está na parte superior direita, e a glenoide
na inferior. B, Ligamento g lenoumera l superior e tendão subescapular à direita e ligamento g lenoumeral médio inferiormente. C,
Orifício sublabral normal. D, Comp lexo de Buford mostrando a inserção do ligame nto glenoumeral méd io diretame nte no bíceps âncora
(vej a texto) . E, Variante do cordão médio do ligame nto glenoumeral cruzando o tendão subescapu lar. F, Recesso inferior. Liga mentos
glenoumerais e o láb io são vistos. G, Inserção da cáps ula da cabeça umera l observada através do recesso inferior. H, Avalia ção do
manguito rotador em rel ação ao desgaste, lesões parciais o u calcif icação . O tendão supraespinal é visto su periormente com o tendão
do bíceps no centro da fotografia. 1, A superfície articul ar posterior, o lábio posterior, o recesso posterior e a cápsu la posterior obser-
vados com o artroscópio inserido anteriormente. J, Banda posterior do ligamento glenoumera l inferior. K, Banda anterior do ligamento
g lenoumeral inferior observada a partir do portal anteri or. A inserção umeral do lig amento está superi ormente. L, Inserção capsulolabral
à glenoide observada através de portal anterior. M, Vista do espaço subacromial com manguito aba ixo e acrômio acima .
CAPÍTULO 52 ARTROSCO PIA DE MEMBRO SUPERIOR
e a integridade dos ligamentos devem ser determinadas, e deve ser O artroscópio é levemente recuado para observar a porção posterior
procurada qualquer evidência de estiramentos de repetição se qual- do mangu ito rotador e a área descoberta ou desnuda da cabeça
quer tipo de procedimento artroscópico for considerado. A facili- umeral, onde os pequenos vasos normais entram inferiores para o
dade com a qual o artroscópio pode ser movido de superior a manguito sem revestimento da cartilagem articular. Essa região
inferior na articulação deve ser determinada. Se mover o artroscópio deverá ser distinguida de uma lesão de Hill-Sachs verdadeira, a qual
anter iormente é fácil com o braço em discreta rotação externa, o indica instabilidade anterior recorrente. A lesão de Hill-Sachs possui
"sinal de drive-through" (atravessamento) de Warren indica frouxi- cartilagens articulares superior e inferior para a área de lesão óssea,
dão ligamentar generalizada, que deve ser corrigida durante qual- enquanto que a área descoberta normal da cabeça umeral apresenta
quer procedimento de estabilização. A inserção capsular à cabeça apenas o manguito e pequenos vasos de aparência normal superior-
umeral deverá ser avaliada (Fig. 52-6G). O artroscópio é recuado mente. Em atletas de esportes de arremesso, se lacerações da superfí-
ligeiramente para examinar a superfície articular posterior do úmero cie inferior do manguito rotador posteriormente forem identificadas,
em busca de condromalácia e de sinais de desgaste ou lesão parcial a tração deve ser liberada e o controle da extremidade deve ser
do láb io, ambas lesões que indicam instabilidade no ombro. Final- mantido. O braço é suavemente movido de uma posição de extensao
mente, o artroscópio é direcionado novamente para o tendão do e rotação externa para uma posição de rotação interna e leve flexão.
bíceps para completar o circulo. A evidência de lesão do manguito rotador associada com uma "lesão
As superfícies superior e inferior do tendão do bíceps são em espelho" no lábio glenoidal posterossuperior, como descrito por
avaliadas, tanto quanto possível, no intervalo do rotador. Utilizando Jobe, indica impacto interno no manguito rotador.
o probe através do portal anterior, uma porção do bíceps pode ser O artroscópio é introduzido pelo portal anterior, e o portal
tracionada na articu lação para avaliar sinais de sinovite ou lesões posterior pode ser utilizado para a colocação do probe. O artroscó-
parciais mais distalmente no braço. A flexão do cotovelo e a dimi- pio é inserido anteriormente para inspecionar a superfície articular
nuição da tração ajudam a realização desta manobra. A lente é posterior, o lábio posterior, o recesso posterior e a cápsula posterior
direcionada superiormente no manguito rotador, e a inserção do em busca de redundâncias caps ul ares, sinovite, lesões decorrentes
manguito na tuberosidade é cuidadosamente avaliada em busca de de instabilidade, ou processos inflamatórios (Fig. 52-6I). Embora
lacerações, lesão parcial do manguito rotador, e sinais de calcificação não seja tão prevalente como a porção anterior do ligamento gle-
conforme o braço é suavemente rodado internamente e externa- noumeral inferior, a porção posterior pode ser vis ível com rotação
mente (Fig. 52-6H). O artroscópio acompanhará mediaimente o interna à medida que se aproxima a sua inserção entre as posições
tendão, avaliando a preseça de sinovite, lacerações ou lesões. Ime- de 7 horas a 9 horas posteriormente (Fig. 52-6J). Após o exame da
diatamente medial à inserção na tuberosidade, pode existir um a área descoberta do úmero, o artroscóp io é movido anteriormente
crista semicircular de fibras; este é o arco do manguito rotador e é com visão superior para avaliar o manguito rotador e com visão
um achado normal. Lacerações ou lesões parciais do manguito inferior em direção à glenoide e ao complexo bíceps-labral. Con-
rotador devem ser ava liadas ao se examinar a espessura do tendão forme o artroscópio é movido mais anteriormente e direcionado de
com um probe. As diretrizes gerais para a avaliação do manguito volta para o recesso inferior ou axilar, os ligamentos glenoumerais
artroscópica estão listadas no Quadro 52-1. podem ser vistos a partir de suas inserções umerais até suas inser-
A lesão da superfície articular deverá ser marcada com a ajuda ções glenoidais. Uma observação cu idadosa para a inserção de liga-
de uma agulha longa e com uma sutura fio de PDS colocada a partir mentos no úmero é indicada para descartar a ocorrência de avulsão
de um portal lateral através do local da lesão para permitir um a umeral do ligamento glenoumeral (HAGL), como descrito por Wolf.
posterior avaliação da região da lesão sobre a superfície bursal para A Figura 52-6K mostra um ligamento gleno umeral normal. Ao girar
garantir que não se trata de uma lesão completa. As lesões par- o artroscópio mais inferiormente, a inserção do ligamento glenou-
ciais podem ser tratadas por desbridamento da área rompida para meral anteroinferior e o anexo capsulolabral podem ser observados
um sangramento localizado, pontenciali zando, assim, a cicatrização. (Fig. 52-6L). O ligamento glenoumeral médio, o tendão subescapu-
lar e o recesso sub escap ular também podem ser observados, e o
•
artroscópio pode ser movido inferio rmente no recesso subescapular
_ Diretrizes Gerais para Avaliação para avaliação do tendão e do músculo subescapular. Corpos livres
52 1 Artroscópica do Manguito e fragmentos de material cirúrgico podem ser encontrados em
ombros previamente operados no recesso subescapular.
1. A espessura do tendão supraespinal é de 9 mm a 12 mm. Para completar a artroscopia diagnóstica do ombro para sín-
2. O local de inserção tem 22 mm de comprimento, par- drome do impacto, calcificações do manguito rotador e condições
tindo anteriormente ao bíceps e estendendo-se poste- inflamatórias, a bursa subacromial deverá ser examinada. A bursa
riormente para sobrepor o infraespinal no vértice da se estende a partir de pelo menos 2 cm anteriores em relação à borda
área descoberta. anterior do acrômio para aproximadamente a parte média do
3. A inserção de media l para lateral tem aproximadamente acrômio posteriormente. Para ter acesso a este espaço, toda a dis-
17 mm, iniciando-se adjacente ou dentro de 1 mm da tensão da articulação glenoum eral deve ser removida antes de
superfície articular humeral. remover quaisquer cânulas. A cânul a posterior pode ser usada para
4. O infraespinal abrange a área descoberta. o acesso ao espaço subacromial. A cân ula é recuada a partir da sua
5. Uma lesão de espessura parcial de 50% mantém inse- posição prévia e redirecionada de modo que a ponta romba do
ridas fibras saudáveis a cerca de 8 mm da superfície trocarte entre em contato com a parte posterior da borda do acrômio
articular. logo medial à borda posterolateral. Ela é redirecionada ligeiramente
inferior ao acrômio de modo a deslizar sob o acrômio sem penetrar
De Tierney JJ, Curtis AS, Scheller AD: The insertional anatomy of the rotator no tecido mole sob o osso. Na borda do acrômio, a cânula é direcio-
cuff: an anatomic study. Paper presented at the Boston Shoulder Symposium, nada para o dedo do cirurgião, que é posicionado na borda anterola-
Boston, October 27, 2000. teral do acrômio. A cânula não deve ser direcionada para a articulação
acromioclavicular. O espaço subacromial pode ser aumentado, e a
E!i) PARTE XIV ARTROSCOPIA
abordagem pode ser feita mais fácil posicionando-se o braço em examinar a articulação acromioclavicular e o espaço subacromial,
aproximadamente 30 graus de abdução. Quando a ponta da cânula como descrito anteriormente.
toca a borda anterolateral do acrômio, é suavemente movimentada
para liberar espaço em meio à bursa. O artroscópio é introduzido
na bursa subacromial, e estruturas adjacentes são examinadas com CORPOS LIVRES
cuidado. Se a visão for limitada neste momento, podem ser feitas
tentativas de reinserir a cânula ou movimentá-la para trás e para Corpos livres ocasionalmente são encontrados durante a artroscopia
frente para abrir ainda mais espaço em meio à bursa. Durante esta do ombro. Os menores, por vezes, podem ser removidos da articu-
parte do processo, como em todos os procedimentos da artrosco- lação com sucção aplicada em uma cânula de vazão de grande
pia do ombro, é de grande utilidade manter a pressão arterial sis- calibre. Geralmente, ao se aumentar a taxa de influxo, a articulação
tólica em não mais do que 30 mmHg acima da pressão da bomba pode ser aspirada sem aplicação de sucção à cânula.
de infusão. Inicialmente, com a visão direcionada superiormente, a
superfície inferior do acrômio pode ser avaliada em relação à pre-
sença de irregularidades ou lacerações, como no caso de uma lesão
em espelho no manguito ro tador indicando impacto. O ombro é
rodado interna e externamente, e um aumento da abdução pode ser REMOÇÃO ARTROSCÓPICA DE
aplicado para avaliar a área de impacto. O artroscópio é girado para CORPOS LIVRES
observar mediaimente a área da articulação acromioclavicular e o
ligamento coracoacromial em sua inserção sob o acrômio. Caso TÉCNICA
existam sinais de impacto ou de inflamação no ombro, a visão pode
ser prejudicada, e um portal anterolateral pode ser realizado utili- •Remover os corpos livre maiores com pinças e técnicas
zando-se a técnica de fora para dentro. Um shaver é introduzido na de triangulação. Corpos livres tendem a flutuar, e desli-
bursa sob visão direta, e uma bursectomia é realizada para permitir gar o influxo ou vazão diminui a turbulência e faz com
uma melhor exposição do manguito rotador. O manguito rotador e que seja mais fácil a preensão do corpo livre. Quando
a bursa devem ser expostos a partir da área de inserção desde a firmemente preso, extrair o corpo livre com movimentos
tuberosidade, que é a área habitual de atrito, impacto ou calcificação lentos de torção para minimizar a chance do mesmo
(Fig. 52-6M). escorregar das pinças. Se necessário, ampliar o portal
Após a rotação do braço para avaliar o manguito através do dilatando a cápsula articular e os tecidos moles com
portal posterior, o artroscópio pode ser introduzido pelos portais pinças hemostáticas para evitar que o corpo livre seja
laterais e direcionado para a parede posterior da bursa. O mesmo deslocado das garras da pinça.
procedimento pode ser utilizado para visualizar diretamente o •Corpos livres extremamente grandes podem ser quebra-
acrômio superior e a clavícula para avaliar a presença de espícula dos em pequenos fragmentos para que eles possam ser
óssea ou lacerações indicando impacto. extraídos através dos portais . Mantenha os corpos livres
O espaço subacromial deve ser ava liado minuciosamente, o em um espaço acessível e localizado para a quebra dos
que pode exigir bursectomia parcial ou subtotal para avaliar o fragmentos maiores. Se os corpos livres flutuarem para
manguito rotador e a superfície inferior do acrômio claramente. longe, insira uma ponta de sucção ou aplique sucção na
Qualquer proeminência óssea do acrômio ou da articulação acro- cânula de vazão para puxar o corpo livre para a ponta
mioclavicular deve ser avaliada e ressecada. O próprio manguito e estabilizá-lo. Insira um instrumento de preensão e
rotador deve ser palpado em busca de irregualridades, lacerações, segure-o.
ou calcificação. Embora a calcificação possa ser difícil de delinear, •Corpos livres tendem a gravitar no recesso axi lar do
em geral ela pode ser palpada, ou pode ser observada uma ligeira ombro ou, ocasionalmente, no recesso subescapular.
saliência ou rubor vascular no tendão. Resíduos de material cirúrgico livre também podem ser
Nas cirurgias na bursa subdeltoídea, Beals et ai. têm demons- encontrados nessas áreas.Outros loca is de esconderijo
trado pontos de referência importantes. Eles observaram que a são o recesso posterior atrás da glenoide, as pregas
extensão interna da bursa é de aproximadamente 4 cm da borda do sinoviais atrás da inserção do tendão do bíceps na gle-
acrômio com o nervo axilar sempre lateral à bursa em média 0,8 cm. noide, e o local onde o tendão do bíceps deixa a articu-
Não se deve infringir a extensão lateral da bursa artroscopicamente. lação. Se um corpo livre pode ser visua lizado em uma
Se uma técnica de reparo aberta for utilizada, a extensão palpável radiografia, mas não é visível artroscopicamente e pro-
interna da bursa pode ser usada como o limite da divisão segura do vavelmente está oculto dentro da bursa subescapular,
deltoide. "ordenhe" o corpo livre da bursa palpando a área sub-
A avaliação geral da articulação acromioclavicular pode ser coracoide . A partir de um portal anterior, direcione o
realizada através do portal subacromial. Se um esporão acrom io- artroscópio em direção à bursa subescapular para exa-
clavicular estiver presente, um eletrocautério e um shaver deverão minar esta área totalmente.
ser utilizados para a ressecção do tecido mole da superfície inferior • Além de remover o corpo livre, determine a sua fonte
do acrômio; uma pressão direcionada inferiormente posiciona a porque a anormalidade subjacente pode precisar de cor-
clavícula no inteiror da articulação, permitindo uma melhor visuali- reção. Corpos livres podem se formar a partir de lesões
zação. A articulação acromioclavicular também pode ser vista dire- de Hill-Sachs ou de fraturas da borda glenoidal em
tamente através do portal anterossuperior e do portal posterossuperior pacientes que sofreram luxações. Eles também podem
utilizando-se agulhas longas em um ângulo de aproximadamente 45 ser produzidos em ombros com artrite avançada ou
graus na articulação acromioclavicular de anterior para posterior. osteonecrose onde os fragmentos da lesão tenham se
A avaliação da articulação deste modo é feita inicialmente com um soltado.
pequeno artroscópio de 2,7 mm. De um modo geral, nós preferimos
CAPÍTULO 52 ARTROSCO PI A DE MEMBRO SUPERIOR GDlll
SINOVECTOMIA
O artroscópio permite uma inspeção quase completa da articu-
lação do ombro e pode ser utilizado com êxito para a biópsia
seletiva da sinóvia. Uma sinovectomia quase completa é possível
usando-se o artroscópio se causar lesões no deltoide ou no man-
guito rotador. A posição em decúbito lateral com o braço afetado
suspenso em tração cutânea é a preferida, e a técnica com três
portais (anterior, posterior e sup erior) geralmente permite um
acesso completo. As porções superior e anterior da articulação Posterior
são alcançadas com instrumentais introduzidos através do portal
anterior e o artroscópio no portal posterior ou superior. Para
acessar o recesso inferior, portais operatórios acessórios poste-
riores e inferiores podem ser necessários. Shaver de tecidos moles
é necessário para uma sinovectomia artroscópica adequada. As
lâminas de grande diâmetro (> 5 mm) permitem ressecção mais
eficiente do tecido sinovial. É util para manutenção de uma vis u-
alização clara da articulação a manutenção da diferença entre a
pressão de infusão e a pressao sistólica de 30 mmHg ou menos, Inferior
ou a adição de uma ampola de epinefrina para cada bolsa de
solução de infusão de 3 litros. O!iji!;biEfm O lábio da glenoide pode ser dividido em se is
áreas.
DRENAGEM E DESBRIDAMENTO
Para auxiliar na localização da lesão labral, o lábio glenoidal
Tal como no joelho, a drenagem e o desbridamento artroscópico da foi dividido em seis áreas: (1) o lábio superior, (2) o lábio anterior
articulação glenoumeral tem sido recomendado para o tratamento acima da incisura glenoidal, (3) o lábio anterior abaixo da incisura
da artrite séptica; no entanto, poucos estudos clínicos foram relata- glenoidal, (4) o lábio inferior (5), o lábio posteroinferior, e (6) o lábio
dos. O tratamento artroscópico (1) melhora a inspeção, a irrigação posterosuperior (Fig. 52-7). As lesões localizadas acima do equador
e o desbridamento em comparação com aspirações múltiplas com da glenoide (uma linha traçada entre as posições de 3 horas e 9 horas
agulhas; (2) permite a ressecção de coleções multilobuladas intra-ar- na glenoide) geralmente estão associadas a patologias do manguito
ticulares; (3) diminui a rigidez pós-operatória e as cicatrizes que rotador ou do bíceps. As lesões localizadas abaixo do equador, mais
ocorrem após artrotomias formais; e (4) pode ser feito várias vezes, comumente lesões sem desinserção tanto anteriores quanto poste-
se necessário. A contraindicação para o tratamento artroscópico é a riores, são altamente sugestivas de instabilidade no ombro.
presença de abscesso em tecidos moles adjacentes. Andrews e Carson descreveram lesões !abrais superiores em
atletas arremessadores e relataram 88% de resultados bons e exce-
lentes com o desbridamento em curto prazo de acompanhamento.
REPARO DE LESÕES LABRAIS Estudos com acompanhamento a longo prazo do tratamento por
desbridamento labral têm mostrado, no entanto, que os resultados
O lábio glenoidal consiste em tecido fibrocartilaginoso denso e se deterioram ao longo do tempo. Altchek et ai., em um estudo de
algumas fibras elásticas. No lado interno, o lábio é contíguo com lesões !abrais anteross up eriores, anteroinferiores e posteroinferiores,
a cartilagem hialina da glenoide; e no lado exterior, é contínuo verificaram que 72% dos pacientes notaram melhora dos sintomas
com o tecido fibroso da cápsula. A cápsula e os ligamentos do durante o 1° ano após a cirurgia; mas, em 2 anos de acompanha-
ombro, incluindo o tendão do bíceps, estão ligados e se tornam mento, apenas 7% tiveram melhora significativa.
parte do lábio glenoidal, que se insere na glenoide. O lábio cir- Snyder ainda classificou as lesões !abrais superiores de anterior
cunda a glenoide, aumentando a sua profundidade em torno da a posterior e criou o termo lesões SLAP. Ele as categorizou em quatro
cabeça umeral, oferecendo maior estabilidade. Saha tem demons- tipos básicos e um tipo complexo que envolve uma combinação de
trado que a presença do lábio glenoidal aumenta a superfície da duas ou mais lesões SLAP. Essas categorizações descritivas são
glenoide em 75% em relação à cabeça umeral verticalmente e em usadas para determinar as alternativas de tratamento e prever resul-
57% horizontalmente. Karzel et ai., em testes biomecânicos em tados a longo prazo. As lesões do tipo I podem ser tratadas com um
ombro de cadáveres, evidenciaram que o lábio afeta a distribuição simples desbridamento, são descritas como fibrilações do lábio
de estresse de contato quando uma carga de compressão é aplicada superior com uma fixação sólida da inserção do tendão do bíceps.
ao ombro a 90 graus de abdução. Os mecanismos mais comuns de As lesões do tipo II envolvem deslocamentos patológicos do lábio e
lesão no lábio superior (ou seja, lesões SLAP) são extrínsecos e da inserção do bíceps a partir da parte superior da glenoide (Fig.
secundários à tração na extremidade superior ou intrínsecos durante 52-8A). Essas lesões mais comumente progridem posteriormente ao
o movimento de arremesso, que também produz tração na inserção bíceps, mas podem progredir anteriormente ou ambos, anterior e
bicipital. Um segundo mecanismo de lesão proposto por Burkhart posteriormente, à inserção do bíceps no tubérculo supraglenoidal.
e Morgan é o peel-back torsional do lábio superior posterior A instabilidade do bíceps e do lábio é evidenciada pelo desloca-
durante o momento de recuo do braço que antecede o arremesso. mento !abra! de 3 mm ou mais com tração no tendão do bíceps,
Compressão, cisalhamento e alterações degenerativas associadas à hemorragia ou tecido de granulação fibrosa na inserção associados
diminuição da vascularização periférica e à idade aumentam a pro- a lesões de longa data e alterações na cartilagem articular superior.
babilidade de lesões !abrais. O teste de peel-back descrito por Burkhart é utilizado para avaliar a
Mjijl PARTE XIV ARTROSCOPIA
H!ijii;@Eflll Lesão SLAP do tipo li. VEJA A TÉCNICA 52-6. O!ffii;@mJ!I Teste peel-back dinâmico . VEJA A TÉCNICA 52-6.
D E
O[ijll;tjm!I A, Âncora de 3 mm duplamente carregada . B, Colocação da ãncora na base do bíceps. C e D, Suturas passada s pelo
complexo da inserção do bíceps e recuperada posterior ao tendão do bíceps. E, Sutura recuperada anterior ao tendão do bíceps. F,
Posicionamento da cânula anterior. G, Passagem e transporte da sutura na base do bíceps. VEJA A TÉCNICA 52-6.
WJfl:t PARTE XIV ARTROSCOPIA
•@=Hhi 52-2 Protocolo de Reparo para Lesão Labral Superior Anteroposterior (SLAP)*
it-i:IH+i :·_'· Protocolo de Reparo para Lesão Labral Superior Anteroposterior (SLAP)*-cont.
inserido no sulco bicipital superior. Os ligamentos são reforçados em Oa 30 graus de abdução para avaliação dinâmica do bíceps segui-
anteriormente pela fixação do tendão subescapular e posteriormente das de uma avaliação da estabilidade estática com o uso do probe.
pela inserção do tendão supraespinal. Em um estudo 200 pacientes Boileau et ai. descreveram um bíceps com deformidade em
consecutivos submetidos à artroscopia de reparo do manguito, Lafosse ampulheta que estava associada a inflamação e gatilho na polia
et ai. encontraram 45% deles apresentavam instabilidade anterior, proximal. A persistência do gatilho resulta em instabilidade da polia.
posterior, ou anterior e posterior. As lesões maiores estavam correla- O tratamento é descridamento artroscópico do tendão ou tenodese.
cionadas com maior incidência e maior grau de instabilidade do Nos pacientes que apresentam impacto crônico e tendinite do bíceps
bíceps. Lafosse et al. sugeriram rotações interna e externa do úmero persistente com lesão maior que 50% do tendão ou com tendão do
Wji:l1) PARTE XIV ARTROSCOPIA
Normal Tipo 1
A B
Tipo2 Tipo 3
e D
Tipo 4 Tipo 5
E F
bíceps subluxado como descrito por Lafosse et al., Habermeyer et pacientes (idade média de 54 anos) submetidos à tenodese do bíceps.
al., e Bennett (Fig. 52-16), uma tenodese artroscópica ou por minia- Os resultados cosméticos, os espasmos musculares e a dor na região
bertura pode ser realizada. Em pacientes mais jovens, ativos, um anterior do ombro foram semelhantes nos questionários de acom-
parafuso de biotenodese ou âncoras de sutura são indicados para a panhamento. As indicações para tenotomia do bíceps incluem idade
tenodese. Ambas as técnicas têm demostrando boa fixação para maior do que 50 anos e ausência de atividades de carga. Esses
resistir à movimentação cíclica. Para os pacientes de meia-idade, pacientes foram enquadrados em três categorias: (1) tendinite bici-
uma tenodese em tecidos moles pode ser adequada. Em pacientes pital crônica com lesão, (2) subluxação medial, ou (3) lesão SLAP
mais velhos com consentimento prévio informado, os melhores degenerativa com lesão no bíceps. Walch et al. revisaram 307 pacien-
resultados são alcançados com uma tenotomia simples e desbrida- tes com tenotomia do bíceps: 87% estavam satisfeitos com os resul-
mento do coto. tados. A evolução desfavorável estava geralmente associada a
Osbahr et al. compararam os resultados de 80 pacientes (idade achados pré-operatórios de uma ascenção da cabeça umeral asso-
média de 58 anos) submetidos à tenotomia artroscópica com 80 ciada a infiltração gordurosa no manguito rotador.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
-
mantém o tendão do bíceps preso ao ligament o t ran sverso
LIBERAÇÃO DO TENDÃO DO BÍCEPS
do úmero no sulco bicipital.
•Repita essas etapas para criar uma segunda sutura a fim
TÉCNICA
de fixar o tendão do bíceps. Diferentes cores de suturas
•Execute artroscopia do ombro através dos porta is-padrão podem ser usadas para simplificar o manejo das suturas.
anteriores e posteriores . •Após o tendão do bíceps estar adequadamente seguro,
•Libere o tendão do bíceps da sua inserção glenoidal use uma tesoura artroscópica ou mordedor para cortar
com um eletrocautério artroscópico ou tesoura artros- transversa lmente o tendão do bíceps proximal ao fio de
cópica para permitir a formação de uma ponta espessa, sutura.
que deverá prender-se na goteira bicipital, evitando, • Desbride o coto da inserção do bíceps para obt er uma
assim, uma grave deformidade em " Popeye". superfície lisa e estável na borda do lábio superior.
• Desbride qualquer coto remanescente com um shaver. •Neste ponto, introduza o artroscópio no espaço subacromial.
Estabeleça um portal lateral, e realize qualquer procedimento
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO concomitante, como a descompressão subacromia lou o
Os pacientes devem usar
tipoia por 3 a 5 dias para conforto; a amp litude total de reparo do manguito rotador. Evite transecção das suturas
movimentos é permitida. Nenhuma flexão do cotovelo previamente realizadas. Nós preferimos realizar uma bursec-
resistida é permitida por 1 mês. tomia subacromial antes de realizar as suturas de tenodese.
• Localize as suturas fixadas no t endão do bíceps e no liga-
mento transverso do úmero no sulco bicipital no espaço
subacrom ial e recupere-as através do portal lateral.
•Sequencialmente, ama rre os fios utilizando as técnicas-
TENODESE ARTBOSCÓPICA DO BÍCEPS padrão de nós artroscópicos.
COM UM TENDAO INTRA-ARTICULAR •Remova todo flui do e debris, e suture os portais normal-
PERCUTANEO mente. Cubra a incisão com um cu rativo, e coloque o
braço em uma tipoia.
Sekiya et ai . descreveram uma técnica que deve ser utilizada
nos pacientes de meia-idade que não praticam esportes de CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Se foi realizada um a
alt o nível ou trabalho pesado . As indicações são as mesmas tenodese artroscópica isolada do tendão bicipital, o paciente
para as demais patologias do tendão bicipita l com tendinite pode iniciar imediatamente os exercícios pendulares passi-
crônica e uma lesão associada, para a subluxação media l, ou vos e os movimentos ativos do punho e de amplitude de
para dor bicipital com uma lesão SLA P associada. movim ento da mão. Uma semana depois da cirurgia,
começam de forma suave e passiva os exercícios de ampli-
TÉCNICA tude de movimento do cotovelo e do ombro em todos os
planos, sempre com a supervisão de um fisioterapeuta.
(SEKIYA ET AL.) Passadas 12 a 16 semanas da cirurg ia, o paciente está livre
da fisioterapia e passa a fazer um programa de exercícios
• Coloque o paciente em uma posição "cadeira de praia" em casa. O uso irrestrito da extremidade é perm itido a partir
ou em decúbito lateral . de 4 a 6 meses depois da cirurgia.
•Insira uma agu lha longa no aspecto anterior do ombro
dentro do sulco bicipital e através do ligamento do úmero
transversa l e do aspecto lateral da cápsu la interna.
•Sob visão direta, perfu re o tendão do bíceps com a TENODESE DO BÍCEPS: ARTROSCOPIA
agulha . Passe um fio de PDS nº 1 (Ethicon, Cornel ia, GA) OU TÉCNICA DA MINIABERTURA
através da agulha , e recupere-o através do portal anterior
com uma pinça . A tenodese pode ser realizada com um parafuso de biote-
•Insira uma segunda agul ha longa através do li gamento nodese bioabsorvível ou com duas âncoras de sutu ras de 5
transverso do úmero pela reg ião anterior do ombro, e mm . A resistência à carga cícl ica é comparável em ambas as
perfure o tendão do bíceps perto da primeira sutura. técnicas, sendo que a força final de arrancamento do para-
Passe um segundo PD S nº 1 através da agulha, e recupe- fuso de biotenodese é maior do que a das âncoras de
re-o para fora pelo portal anterior. suturas . Sejam feitas artroscopicamente ou através de uma
•Estas duas suturas são usadas para puxar uma sutura de t écn ica de miniabertura com uma pequena incisão anterior
poliéster trançada nº 2 não absorvível (SURG IDAC; U.S. ou uma pequena incisão subpeitoral, os resultados de longo
Surgica l, Norwalk, CT) através do tendão do bíceps. prazo são comparáveis, e a técnica deve ser escolhida com
Amarre a sutura SU RGIDAC nº 2 a um fio de PD S, e base nas habilidades e experiência do cirurgião.
puxe-o pelo orifício de punção na região anterior do
ombro através do tendão do bíceps e para fora pela TÉCNICA
cânu la anterior. Amarre a extremidade do fio de sutura
SURGIDAC que foi puxado através da cânula an t erior ao (ROMEO ET AL.)
outro fio de PDS, e puxe-o de vo lta pela cân ul a anterior
at ravés do tendão do bíceps e pelo orifício de punção na • Coloque o paciente em posição "cadei ra de praia" com
região anterior do ombro. Isto cria uma sutura que o braço entre 30 e 60 graus de flexão anterior, 30 graus )
MJ!:f> PARTE XIV ARTROSCOPIA
de abdução, e 20 graus de rotação interna respousando •Permita que as suturas entrem no espaço subacromial.
)
sobre um suporte acolchoado de Mayo. •Posicione as câ nulas dentro dos portais anterior e ante-
•Passe uma agulha de ca libre 18 pela borda anterolateral rolateral, e recupere as suturas pelo porta l anterior para
do acrômio através do manguito rotador e através do que não interfiram na preparação do túnel ósseo.
tendão do bíceps. •Uti lize um portal lateral para exposição, e identifique o
•Passe uma sutura de monofilamento nº 1 através da sulco bicipita l.
agulha de calibre 18, segure-a com uma pinça pelo portal •Gentilmente, desbride os tecidos moles para que o sulco
anterior, e recupere-a. bicipital seja visto com faci lidade. A borda latera l do
•Depois de o tendão ser reparado com uma sutura, use su lco bicipital deve ser evitada devido à travessia dos
um basket artroscópico para liberar o tendão de sua ramos ascendentes dos vasos circunflexos anteriores ao
origem logo latera l ao lábio superior. Isto completa a longo desta reg ião. O desbridamento da bainha e do
preparação para a tenodese do bíceps durante a artros- tecido em redor evita a interposição de tecidos moles
copia da articulação glenoumeral. entre a broca na inserção do tendão no túnel ósseo e
•Posicione um portal anterolateral 2 cm a 3 cm abaixo da na introdução do parafuso de interfe rência. O su lco deve
borda anterior do acrômio no centro do terço anterior do ser facilmente visual izado antes de se iniciar o procedi-
mesmo. Apesar de a visua lização ser mantida através do mento do túnel ósseo.
porta l lateral, o portal anterior deverá ser o porta l de •Para a instrumentação, utilize uma cânu la transparente
trabalho . de 8,25 mm através do portal anterior para aumentar a
• Introduza um shaver artroscópico através do portal ante- exposição e minimizar a distensão dos tecidos moles.
rior, e remova todo o tecido adjacente. As referências Através do portal anterolateral, insira um fio guia ala rga-
anatômicas e a sutura de monofilamento são utilizadas dor e canu lado (2,4 mm) no centro do su lco bicipital 1O
para localizar o tendão no sulco. O ligamento falciforme mm a 15 mm abaixo da inserção do supraesp inal e lateral
do tendão do peitoral é um marco reprodutive l. O tendão à inserção do subescapu lar ao nível do ligamento trans-
do bíceps está diretamente abaixo desta estrutura. verso do úmero. A profundidade do túnel é de 30 mm.
•Usando um basket artroscópico, identifique a bainha e A perfuração do córtex posterior do úmero é desneces-
abra-a. Use o eletrocautério para remover os tecidos ao sária e pode aumentar o risco de compli cações durante
redor, e com um probe libere o tendão. Estenda a dis- o procedimento cirúrgico. Para a maioria dos pacientes,
secção proximalmente ao aspecto lateral do intervalo um alargador canu lado de 8 mm é adequado para per-
rotador. Evite progredir muito mediaimente. Caso contrá - mitir a introdução do tendão dentro do túnel ósseo e
rio, a dissecçã o para expor o tendão do bíceps na bainha assegurar sua fixação com um parafuso de interferência
pode causar uma lesão parcial da inserção superficial do bioabsorvível de 8 mm.
tendão subescapular. •Afira o diâmetro do tendão com os orifícios de numera-
• Recupere o tendão por meio de um de dois métodos. ção encontrados na base do guia de direcionamento.
Capture a sutura de monofilamentos com a agu lha de Avance o alargador ca librado sobre o fio guia na marca
crochê pelo portal anterior, e extraia o tendão pelo portal dos 30 mm. O tamanho-padrão do parafuso de bioteno-
ou loca lize o su lco bicipital com uma agu lha longa no dese proximal do bíceps é de 23 mm.
quadrante anterolatera l do ombro. Depois de obter ângulo •Após a realização do orifício ósseo, o alargador e o f io
e posição satisfatórios, posicione um portal, e recupere o guia são removidos.
tendão com uma pinça hemostática. A excursão do bíceps •Monte o guia e a chave do parafuso de tenodese, e
é relativamente pequena, mas pode ser aumentada através posocione o parafuso bioabsorvível na ponta do guia.
da flexão do braço em mais de 90 graus. Uma distensão Tipicamente, um parafuso de 8 mm é utilizado para um
excessiva dos tecidos moles também pode dificultar a túnel ósseo de 8 mm.
extração do tend ão do bíceps pela ferida operatória. Se • Recupere os fios através do portal anterolateral. Com um
isto ocorrer, transfira o artroscópio para o portal anterior e passador de sutura, recupere um dos fios da sutura
utilize o portal latera l modificado para extrair o tendão. através do guia e do cabo da chave (Fig. 52-17 A). Segure
•Depois que o tendão é extraído através do portal antero- o outro fio sem muita tensão. Puxe o fio que foi passado
lateral, posicione uma pinça hemostática no tend ão ao através do guia até a ponta do tendão estar firmemente
nível da pele para evitar que ele retra ia debaixo da pele. fixada contra a ponta do guia. Mantenha o suporte
•A loca lização e a tensão da tenodese são importantes contra o cabo do guia para que não prejudique a inserção
para o reparo anatômico. Para aproximar a distância intra- do parafuso de interferência.
articu lar, remova 20 mm do tendão e realize uma sutura •Utilize a porta l lateral para vizualização, e introduza guia
em chuleio de 15 mm do tendão. Isto permite que o direcionador da tenodese através da cânu la anterolateral.
direcionador de tenodese aprofunde o tendão com todas Observe a extremidade do direcionador e o tendão à
as suturas e confirma a localização correta no túnel ósseo. med ida que eles saem da cânu la.
•Utilizando a técnica de Krakow, realize uma sutura com •Posicione a ponta do guia no aspecto superior do tunel
fio trançado ou um Fiberwire nº 2 (Arthrex, Naples, FL) ósseo, e insi ra -a manualmente até que o tendão alcance
que tenha 91,5 cm de tamanho total no final do tendão a base do túnel. Matenha o fio livre dentro do guia canu-
•Realize um nó quadrado ao final da sutura para manter lado tracionando o fio com uma pinça hemostática.
tensão na sutura durante a inserção e posicionamento Depois que o guia e o tendão tenham sido posicionados
correto do direcionador de tenodese . no fundo do tunel ósseo, uti lize o suporte para manter o
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR EJ!:fM
tendão e a sutura no fundo do túnel ósseo. A inserção
apropriada do tendão é confirmada observando-se a
sutura desaparecer dentro do tunel ósseo.
•Coloque o parafuso de interferência bioabsorvível sobre
a extremidade do tendão até que a cabeça do parafuso
esteja abaixo do nível do topo das cristas intertubercula-
res medial e lateral. A cabeça do parafuso pode ser inse-
rida até estar nivelada com a base do sulco bicipital.
• Depois que o parafuso tiver sido propriamente assentado,
remova o guia do portal anterolateral.
•Utilize a agulha de crochê para recuperar ambos os fios
de sutura: um deles passando através do parafuso de
A interferência; e o outro, entre o parafuso de interferência
e o túnel ósseo.
•Confeccione um nó composto de diversas meias-voltas
sobre a extermidade do parafuso de interferência utili-
zando as técnicas de nós artroscópicos (Fig. 52-178 e C).
•Irrigue o espaço subacromial, removendo minuciosa-
mente quaisquer tecidos ou debris remanescentes.
•Rotacione o braço em ambas as direções para garantir
que não existe proeminência na extremidade do parafuso
e que nenhuma complicação relacionada ao procedi-
mento tenha ocorrido.
relacionadas com a flexão do cotovelo ou elevação ante- curta do bíceps. Um afastamento media l vigoroso deve ser
)
rior do braço com o cotovelo estendido devem ser evita- evitado para prevenir lesões no nervo muscu locutâneo.
das por até 6 semanas após o procedimento. •Assim que o tendão do bíceps for identificado, posicione
um probe abaixo do tendão, e puxe-o trazendo-o para a
incisão (Fig. 52-1 SC).
• Desinsira um retângulo de periósteo de aproximadamente
2 cm x 1 cm, 1 cm proximal ao tendão do peitora l maior.
TENODESE SUBPEITORAL DO BÍCEPS •Para garantir tensão apropriada ao tendão do bíceps,
COM UM PARAFUSO DE resseque a porção proximal do tendão para deixar 20 mm a
INTERFERÊNCIA 25 mm de tendão proximal na porção miotendínea do bíceps.
•Rea lize uma sutura do t ipo Krakow ou chuleio com um
A tenodese do bíceps por miniabertura é feita por meio de
fio Fiberwire nº 2 ou outro fio não absorvível nos 15 mm
uma pequena incisão sobre o sulco bicipital no aspecto
proxima is do tendão (Fig. 52-1 SD). Prenda uma porção
anterior do deltoide ou por meio de uma incisão subdelto-
suficiente do tendão para garantir uma fixação adequada
ídea conforme descrito por Mazzocca et ai. As indicações
dentro do osso e para posicionar a porção miotendínea
para esta técn ica são as mesmas para a tenodese artroscó-
do músculo do bíceps logo abaixo da borda inferior do
pica do bíceps (ou seja, 50% de tenopatia com persistência
tendão do peitoral maior. Isto é crucial para o tensiona-
da dor, lesão envolvendo 50% do tendão do bíceps, ou
mento apropriado da unidade múscu lo-tendão e para
instabi lidade do bíceps).
uma cosmética adequada.
•Com um f io guia e um alargador de 8 mm, estabeleça
TÉCNICA um túnel ósseo de 15 mm de profundidade, e remova
todos os debris da incisão (Fig. 52 -1 SE)
(MAZZOCCA ET AL.) •Passe um dos f ios da sutura através da chave e do para-
fuso de biotenodese Arthrex (8 mm x 12 mm), e posi-
•Rea lize um portal posterior-padrão para a artroscopia cione uma pinça de hemostasia no final do f io.
diagnóstica . •Coloque a chave com o parafuso dentro do túnel ósseo, e
•Utilize uma sutura de tração através do tendão do bíceps avance o parafuso sobre o tendão (Fi g. 52-1 SF). Quando
proxima l, e libere o tendão artroscop icamente. o parafuso estiver nivelado ao túnel ósseo, remova a chave.
•Com o braço abduzido e rodado internamente, palpe a •Ama rre o fio da sutura próximo ao tendão e ao parafuso.
borda inferior do tendão do peitora l maior. Rea lize uma Essa construção fornece boa estabi lidade devido à fixação
incisão de 1 cm no aspecto media l do braço até a borda ancorada do parafuso e da sutura (construção do tendão-
inferior do tendão do pe itoral, e continue até 3 cm abaixo parafuso) (Fig . 52-1 SG). A transição miotendínea deve
da borda inferior (Fig. 52-1 SA)
estar local izada em sua posição anatômica abaixo da
•Infiltre o ponto da incisão com anestésico local mais borda inferior do tendão do peitoral maior ao fim do
epinefrina para hemostasia subcutânea e ana lgesia perio-
proced imento (Fig. 52-1 SH).
peratória. A incisão pode ser rea lizada na axi la para •Complete o procedimento com o fechamento da incisão.
efeitos cosméticos caso o cirurgião esteja fami liarizado
com a anatomia loca l.
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os cuidados pós-opera-
•Realize uma incisão através do tecido subcutâneo, e tórios são os mesmos que aqueles após a biotenodese
uti lize um eletrocautério para controlar o sangramento. artroscópica (Técnica 52 -9)
Um afastador autoestático de Gelp i ou Weitlaner pode
ser utilizado para exposição .
•Remova o tecido gorduroso sobreposto até a identifica-
ção da fáscia sobreposta ao peitoral maior, coracobra -
qu ial e bíceps. Se estes reparos anatômicos não estiverem
visíveis, a dissecção pode estar muito lateral. Se a veia INSTABILIDADE ANTERIOR
cefálica for vista no sulco deltopeitoral, a dissecção está
muito proximal e mu ito lateral. Desde que Detrisac e Johnson introduziram a capsulorrafia de grampo
•Depois que a borda inferior do peitoral ma ior t iver sido nos anos 1970, os procedimentos para a estabilização artroscópica
identificada, incise a fáscia sobreposta ao coracobraquia l de ombro evoluíram com o desenvolvimento da tecnologia e modi-
e ao bíceps de proximal para distal. É importante ver as ficações dos procedimentos. Âncoras de suturas artroscópicas, pli-
fibras horizontais do músculo peitoral e incisar abaixo catura capsular, e técnicas de fechamento do intervalo foram
deste nível. Uma dissecção romba com o dedo aba ixo da desenvolvidas, e mostraram a mesma taxa de recorrência das técni-
borda inferior do múscu lo peitoral e pa lpando a porção cas abertas em pacientes apropriadamente selecionados.
anteromedial do úmero identifica a estrutura longitudinal Conforme a técnica foi evoluindo, também aumentaram as
e fusiforme do tendão bicipita l (Fig . 52-1 SB) indicações e as contraindicações. Em um estudo de 190 pacientes,
• Poscione um afastador de Hohmann entre o tendão do Burkhart e DeBeer notaram um aumento da taxa de recorrência (de
peitora l ma ior e o úmero proxima l para afastar o músculo 6,5% para 89%) em atletas de esportes de contato quando um defeito
proxima l e latera lmente. de 25% da glenoide ou uma lesão de Hill-Sachs com engate isolados
•Posicione um afastador rombo de Chand ler no aspecto ou combinados estavam presentes. Voos et ai. apresentaram uma
media l do úmero para afastar o coracobraquial e a cabeça taxa geral de recorrência de 18%, a qual aumentou para 37,5% nos
pacientes com menos de 20 anos com hiperfrouxidão e uma lesão
A B e
G H
O@il;f.) elEI Tenodese do bíceps aberta subpeitoral de Mazzocca et ai. A, Incisão da pele. B, Localização do tendão do bíceps realizada
por meio de dissecção da fáscia superficial usando dissecção romba para palpação do tendão. C, O probe é utilizado para retirar o tendão
da articulação e da incisão. D, Para garantir um tensionamento apropriado, 20 mm do tendão doente são resecados. E, O fio guia é posi-
cionado no centro do sulco bicipital, normalmente na junção entre o meio e o terço distal do sulco intertubercular entre as tuberosidades
menor e maior. Uma fresa esférica de 7 mm ou 8 mm é posicionada sobre o fio e perfurada cerca de 15 mm a 20 mm. F, A sutura é
introduzida através do guia Arthrex da tenodese, e uma sutura é mantida fora. G, Um parafuso de biotenodese é inserido no túnel ósseo,
e o fio que foi mantido externo ao guia é amarrado na sutura que está dentro da porção canulada do parafuso de tenodese. H, A tran-
sição miotendínea repousa em seu local anatômico abaixo da borda inferior do tendão peitora l maior. VEJA A TÉCNICA 52-10.
MJl:I$ PARTE XIV ARTROSCOPIA
e
O@il;@l!ll!I Método dos quatro quadrantes concebido por Seroyer et ai. A, No quadrante superior, lesões SLAP entre 2 e 10 horas
são acessíveis através dos portais anterior (AP). anterossupero latera l (ASL), e de Wilmington (PW). B, No quadrante anterior, as
lesões labrais anteroinferiores são acessíveis através do portal anterior (AP) e do portal S horas. C, No quadrante anteroinferior, as lesões
capsulolabrais anteroinferiores são acessíveis através dos portais 5 e 7 horas. D, No quadrante posteroinferior, as lesões labrais poste-
riores podem ser acessadas através do portal 7 horas.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR flm
O(riilm.iEfBI A, Lesão de Bankart. B, Lesão óssea de Bankart. e, Avulsão pe riosteal labral anterior. D, Avulsão glenoidal do ligamento
glenoumeral. E, Lesão articular labral da glenoide. F, Avulsão glenoidal juvenil do ligamento glenoumeral. VEJA A TÉCNICA 52-11.
lllm> PARTE XIV ARTROSCOPIA
H@il;ffle&a Reparo de Bankart. A, Cápsul a e complexo labra l liberados. B, Âncora inserida na borda da articulação. C, Um segmento
capsu lar de 1 cm é laçado com a pinça de Spectrum distal a âncora. D, Nós amarrados recriando barreira de tecidos moles. VEJA A
TÉCNICA 52-11.
•Visualiza ndo através do portal anterossuperior, use um labra l para que possam avançar superiormente (Fig.52-
)
descolador para liberar a cápsu la do músculo subescapu- 22A). Planeje a posição das âncoras tentando obter três ou
lar, o qual deve estar visível. Cruente o colo da glenoide quatro âncoras posicionadas abaixo da posição 3 horas.
para estimu lar a cicatrização (Fig. 52-23A). •A âncora mais inferior é mais bem posicionada utilizando-
• Visual izando através do portal anterossuperior, se neces- se um portal percutâneo 5 horas posicionado com a ajuda
sário, rea lize um procedimento de plicatura capsular de uma agu lha longa para a local ização. Insira a agulha
est endendo ao longo da inserção da banda posterior do longa em ângulo de 45 graus com a superfície articu lar.
ligamento glenoumera l inferior. Usando uma raspa, O guia cortante pode ser inserido na posição das 5 horas
cruente os tecidos e a região da plicatura para incitar e meia no colo, 1 mm a 2 mm sobre a superfície articular
inflamação sem lesa r o tecido. para colocação e posicionamento da âncora. Para obter
•Use um passador de sutu ra com f ios de PDS, iniciando na a melhor área para perfuração óssea em um nível inferior,
posição de 6 horas aproximadamente e envo lve ndo uma o uso de um alargador angu lado e gu ia de âncora, como
porção de 1 cm de cápsu la pela técnica pinçar e pen etra r, a JuggerKnot (Biomet), pode ser feito percutaneamente.
de modo a garantir que a agulha sa ia através da cápsula Isto fornece excelente fixação nesta posição (Fig. 52-22B).
e passe abaixo do lábio em uma posição apropriada. As •A segunda e a terceira âncoras podem ser única ou dupla-
suturas podem ser amarradas assim que forem realizadas, mente carregadas, mas geralmente são âncoras de bio-
mas pode ser mais fác il realizar por múltiplas suturas decompostos duplamente carregadas. Com esta técnica,
primeiro, recuperá-las para a cânu la e amarrá-las tardia- recupere o f io mais inferior pela cânu la posteroinferior
mente. Geralmente, três suturas são passadas com a usando um pegador de sutura. Obtenha uma boa porção
parte superior posicionada na inserção da banda posterior da cápsula e do lábio logo distal ao local de inserção da
do ligamento glenoumeral inferior. âncora (Fig. 52-22C). Recupere este PDS fora da cãnula
•Agora rea lize a parte anterior do procedimento Bankart. posteroinferior e amarre-o ao redor do f io inferior da âncora,
Cruente o colo anterior e li bere a cápsula e o complexo e depois recupere-o pela cân ula anterior. Recupere os dois
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
fios não envolvidos com o primeiro nó pela cânula pos- o fechamento do intervalo rotador e recue a cânula central
terior e guarde-os para amarrar futuramente. O nó artros- anterior logo após a cápsula. Utilize um passsador em forma
cópico é, então, realizado. · de crescente através do ligamento glenoumeral inferior
•Tracione firmemente a primeira sutura que foi passada alguns milímetros pelo ligamento em direção ao interior da
através do lábio e da cápsula acima da borda da glenoide, articulação. Mantenha um fio fora da cápsula enquanto o
criando uma proem inência anterior. Recupere os fios supe- fio no interior da articulação é recupe rado utilizando um
riores daqueles que foram passados pela cânu la posterior dispositivo penetrador através da câ nula centra l anterior.
através da câ nula anteri or. Use um passador com um fio Segure o fi o intra-articu lar ao nível do ligamento glenoume-
PDS nº 1 para transpassar a cápsu la e o lábio. Recupere ra l superio r e recupere-o para amarração extracapsular
esta sutura pela cânu la posterior e posicione a segunda usando o nó SMC (Samsung Medical Center) (Fig . 52-56).
sutura através da cápsula e recupere-a pela cânula anterior, Geralmente, dois fios são passados para fechar o intervalo
amarrando-a firmemente na cápsula e no lábio, mais uma rotador e uma mínima perda de rotação externa é esperada
vez obtendo uma f ixação segura da cápsu la. e compensada pela estabi lidade adicional destas suturas
•Coloque a terceira âncora única ou duplamente carre- adicionais (Figs. 52-24 e 52-25).
gada utilizando a mesma técnica. Algumas vezes, os •Terminado o procedimento, suture os portais com poli-
pontos inferiores podem ser usados tanto em um simples glecaprone 25 (Monocryl) intradérmico. Aplique um cura-
reparo único ou como pontos em " U ", dependendo do t ivo estéril e uma tipoia.
tipo de lesão e do tecido envolvido. Isto é determ inado
durante a cirurgia. Três ou quatro âncoras são posiciona- CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Uma t ipoia é util izada até
das, cada uma separada da outra por 5 mm a 7 mm. 4 a 6 semanas de pós-operatório. A fisioterapia é in iciada
Amarre os nós firmemente, recri an do uma proeminência entre a 2ª e a 3ª semanas após a ci rurgi a. A movimenta-
de tecido mole (Figs. 52-220 e 52-23) . A essa altura, se ção ativa assistida é rea lizada entre a 2ª e a 8ª semanas,
as suturas plicadas não tiverem sido amarradas, elas e o fortalecimento isométrico é iniciado da 8ª até a 12ª
devem ser amarradas pela cânula posterior. Na nossa semana. É permitido ao atleta retornar aos programas de
prática, nós geralmente as amarramos mais precoce- condicionamento pré-lesão e aos treinamentos com
mente no proced imento logo que são colocados, mas pesos em 12 semanas, e em 6 meses o atlet a já está apto
alguns autores preferem amarrá-las posteriormente. a realizar esportes de contato com base na ampl itude de
•Caso o paciente tenha hiperfrouxidão e um teste do movimento e força comparados com o ombro contrala-
sulco sign ificativo associado a lesão de Banka rt, rea lize teral (Tabela 52 -4) .
@jpt) PARTE XIV ARTROSCOPIA
INSTABILIDADE POSTERIOR não atletas. Em um estudo realizado por Bradley et ai. incluindo 100
procedimentos de correção da instabilidade posterior recorrente do
A artroscopia de estabilização posterior do ombro tem recebido uma ombro, a pontuação na escala dos American Shoulder and Elbow
rápida aceitação nos últimos anos à medida qu e os procedimentos Surgeons melhorou de 50,36 para 85,66 em um acompanhamento
abertos vêm obtendo resultados pouco satisfatórios. Os reparos de 27 meses. No geral, 89% de seus pacientes puderam retornar aos
artroscópicos têm demonstrado efetividade em pacientes atl etas e esportes e 67% puderam retornar ao mesmo nível de esportes pra-
ticados pré-operatoriamente. Nós também acreditamos que o reparo
artroscópico permite a completa exposição e correção da patologia
intra-ar ticular do ombro, e permite ao ci rurgião detectar as lesões
patológicas ocultas que não são evidentes na RM. Atualmente, nós
usamos o procedimento descrito por Kim et ai. e geralmente incor-
poramos o fechamento do intervalo rotador em atletas de contato
ou em qualquer paciente que tenha um componente inferior à sua
instabilidade posterior. Como na instabilidade anterior, a perda
óssea excessiva maior que 25% da glenoide, uma grande lesão de
Hill-Sachs anterior, retroversão excessiva da glenoide maior que
15%, ou síndrome com deficiência patológica do colágeno resultarão
em res ultados inferiores e são contraindicações relativas às técnicas
artroscópicas de tecidos moles.
ESTABILIZAÇÃO POSTERIOR DO
OMBRO
TÉCNICA ......
(KIM ET AL.)
H[dli@ieEJ Reparo de Bankart completo com três âncoras e • Posicione o paciente em decúbito latera l, e prepare o
plicatura capsu lar inferiormente. O intervalo rotador é fechado.
VEJA A TÉCNICA 52-11.
ombro.
)
OBJETIVOS PRÉ-OPERATÓRIOS
1. Independente com programa de exercícios pós-operatórios
2. Independente com fortalecimento pré-operatório com isométricos e isotônicos em amplitude live de dor e estável
FASE 1
OBJETIVOS PRÉ-OPERATÓRIOS
•Mantenha o braço com tração lateral em 30 graus de • Desbride os aspectos inferior e posterior da cápsula para
)
abdução e em 1O graus de flexão anterior. otimizar o processo de cicatrização .
•Crie um portal posterior 2 cm inferior ao ãngulo poste- • Insira uma sutura em forma de âncora na superfície g le-
ro \ateral do acrômio . Esta posição, que é 1 cm lateral ao noide posteroinferior 2 mm internamente na margem da
portal g \enoumeral posterior-padrão, é utilizada para g lenoide através do portal posterior. Se um ângulo apro-
melhorar o acesso ao aspecto posteroinferior do lábio da priado para a inserção em âncora não for alcançado através
glenoide e da cápsula. do portal posterior, utilize um portal posterior acessório
•Crie dois portais anteriores logo distais à articulação acro- aproximadamente 1 cm inferior e lateral ao portal poste-
m ioclavicular e proximais à borda do subescapula r com rior-padrão guiado por uma agu lha longa para manter um
no mínimo 1 cm de distância entre eles. Ao se observar âng ulo descendente em direção ao aspecto posteroinferior
através do portal anterosuperi o r, se uma borda so lta do da glenoide (Fig . 52-26).
aspecto posteroinferior do lábio for encontrada, desbride •Recupere a ponta do fio através do portal anteri o r medio-
o lábio. glenoidal.
•Introduza uma pequena raspa menisca l (Linvatec, Largo, • Introduza uma pinça de sutura em forma de gancho com
FL) através do portal posterior para cruentar a lesão ângulo de 90 graus carregada com um passador de sutura
incompleta no aspecto posteroinferior do lábio e a parede do tipo "Shutt\e Relay'' (Linvatec, Largo, FL) através do
glenoidal correspondente. Se o aspecto posteroinferior portal posterior para penetrar na banda posterior do liga-
do lábio estiver desinserido de sua superfície interior e a mento glenoumeral inferior ao mesmo nível da superfície
junção entre o lábio e a cartilagem articular da g\enoide da glenoide. A banda posterior do ligamento glenoumeral
estiver intacta, sepa re completamente o lábio com o uso inferior é sempre incorporada na primeira sutura .
de uma pinça cortante do tipo LiberatorTM (Linvatec, •Mova o gancho da sutura aproximadamente 1 cm supe-
Largo, FL). rior, e passe-o abai xo do aspecto posteroinferior do
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR Elm
láb io. Recupere o Shuttle Relay através do portal anterior Após 6 semanas, a rotação interna com o braço elevado
medioglenoidal. e exercícios de fortalecimento são iniciados. Quando o
•Posicione o fio para dentro do Shuttle Relay, recupere-o resultado do teste da força manual for 4+ ou maior, os
através do portal posterior, e amarre um nó SMC. Use atletas profissionais e colegiais podem iniciar exercícios
uma, duas ou três âncoras. mais vigorosos de fortalecimento. Atividades esportivas
• Se a lesão labral posterior apresentar erosão condrolabra l são perm itidas após 4 a 6 meses, dependendo da medição
mas com a inserção preservada, realize uma plicatura cap- isocinética com um dinamômetro Cybex 6000 (Cybex
su lar posterior sem âncoras. Introduza a pinça de sutura lnternationa l, Medway, MA) (ou seja, as atividades espor-
em forma de gancho através do portal posterior, e penetre tivas podem ser iniciadas quando a força em elevação
através da banda posterior do ligamento glenoumeral infe- frontal, a rotação externa, e a rotação interna em 90
rior. Realize outra sutura 1 cm proximal abaixo do lábio. graus de abdução forem maior que 80% dos va lores do
•Passe um fio nº 2 não absorvível com Shuttle Relay, e lado contralateral).
amarre o ponto.
•Posicione e amarre pontos sucessivos para alcançar um
tensionamento capsu lar superior até que o ponto mais
superior esteja ao nível da inserção do bíceps. Em geral,
quatro pontos são utilizados (Figs. 52-27 e 52-28).
INSTABILIDADE MULTIDIRECIONAL
iâ!fti!imEf!Ja A, Lesão labral posterior demonstrada através da passagem fácil de um probe sob o lábio e abaixo do colo da glenoide.
B, O reparo com âncoras finalizado demonstra a tensão restaurada à banda posterior do ligamento glenoumeral. VEJA A TÉCNICA 52-12.
O@il;@m l A, Tecido labral posterior em um arremessador. B, Reparos terminados utilizando âncoras para garantir uma fi xação
firme. C e D, Lesão HAGL posterior reparada com âncoras no colo umeral e suturas capsulares lado a lado. VEJA A TÉCNICA 52-12.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os cuidados pós- opera- abduzid o nem rod ado externamente além da posição
tórios e a imobilização são individualizados e baseados neutra. A amplitude de movimento ativa e resistida é ini-
no histórico do paciente e nos achados patológicos. Em ciada com 6 semanas. Nenhuma atividade de trabalho arris-
geral, uma tipoia é utiliza da por 6 semanas. Os pacientes cada ou esporte de contato são permitidos por 6 meses .
são autorizados a remover a tipoia para as atividades
controladas de vida diária, como ali mentação, banho e
uso de computador, dentro de 1 a 2 dias. Eles podem remo- • TÉCNICA DE LATARJET
vê-la para estas atividades desde que o braço não esteja Lafosse e Boyle descreveram o procedimento de Latarjet artroscó-
pico, no qual obtiveram bons resultados e mínimas complicações.
lliE!m> PARTE XIV ARTROSCOPIA
Este procedimento deve ser realizado somente por artroscopistas do que as lesões dos tipos Bl e B2 que tendem a permanecer sinto-
experientes e após extensivo treinamento em ambiente laboratorial máticas apesar do tratamento conservador baseado em um pro-
para assegurar que o cirurgião possa reproduzir resultados compará- grama de exercícios por mais de 6 meses. Quando a cirurgia é
veis aos excelentes resultados do procedimento aberto de Latarjet. considerada, a taxa de risco-benefício deve ser avaliada, com a pro-
babilidade dos resultados bons a excelentes sendo quantificados
individualmente. A revisão da literatura demonstra um maior
SÍNDROME DO IMPACTO potencial de cicatrização em pacientes abaixo de 70 anos com lesões
aguda e equenas (< 3 cm), e tendão e interface óssea saudáveis, que
Na avaliação da síndrome do impacto, o médico deve estar atento à suportem o uso de tipoia durante o programa de reabilitação com
sua causa, seja ela primária ou secundária, à duração, à extensão do duração de 6 a 9 meses. O potencial de cicatrização é menor em
envolvimento e ao potencial de cura. Em pacientes jovens, o impacto pacientes com idade fisiológica maior que 70 anos e em pacientes
normalmente é secundário a uma instabilidade leve ou a uma con- com comorbidades signficativas ou lesões extensas e crônicas, par-
tratura capsular posterior, conforme descrito por Andrews et ai., ticularmente ascensão da cabeça umeral, e estágios de Goutallier
Jobe et al., e Walch et ai. Walch et ai. descreveram o impacto interno entre III e IV. Comorbidades como a diabetes e a artrite degenerativa
do manguito contra a glenoide posterior em atletas de arremesso e de outras articulações, particularmente quando do uso de outros
correlacionou a função alterada do ombro ao desbalanço capsular. dispositivos que sobrecarregam o manguito, também devem ser
O impacto primário do manguito contra a região inferior do acrômio consideradas. Um estudo recente realizado por Verma et ai. demons-
deve ser avaliado quanto a duração e extensão do envolvimento, seja trou que pacientes selecionados cuidadosamente, ainda que com
ele agudo causado por tendinite por uso excessivo ou por uma ten- mais de 70 anos, obtiveram bons resultados quando tratados das
dinose. Deve ser avaliada a presença de alterações degenerativas no suas lesões do manguito. Novamente, a individualização do trata-
tendão e se há lesão de espessura parcial ou espessura total, ou lesões mento é necessária, e a avaliação criteriosa do potencial de cicatri-
envolvendo um ou mais tendões. zação e dos riscos é também necessária para se obter melhores
As incidências radiográficas anteroposteriores do perfil resultados a longo prazo.
escapular e do perfil axilar são úteis na avaliação da anatomia e para Os fatores que favorecem a cura de reparos de manguito
determinar o potencial para impacto primário causado pelo acrômio rotador incluem a qualidade do tendão e do osso, e a capacidade de
ou uma alteração degenerativa na articulação acromioclavicular. reinserir o tendão em sua posição normal na tuberosidade, normal-
Bigliani et ai. classificaram a arquitetura acromial em três tipos: o mente descrita como 2,5 cm anteroposterior e 12 mm a 17 mm de
tipo I é basicamente achatado, o tipo II é curvo semelhante à cur- medial para lateral. A fixação firme do reparo é essencial para pre-
vatura da cabeça umeral, e o tipo III possui um gancho na porção venir brechas no tendão durante a movimentação cíclica ou rotacio-
anterior do acrômio e tem pontecial aumentado para desenvolvi- nal. Em particular, a porção anterior do tendão ou a inserção
mento de impacto. A avaliação adicional para a síndrome de impacto anterior do arco rotador devem ser asseguradas a cada reparo.
crônica ou lesão traumática aguda do manguito rotador é realizada Estimulantes locais, como plasma rico em proteínas, têm sido
através de RM. A avaliação por RM das lesões de espessura parcial tentados, mas atualmente não há dados científicos significativos
deve dividi-las em lesões articular (A), da superfície bursal (B), ou demonstrando que estas substâncias favorecem a cura. A estimula-
intratendínea ou intrassubstancial (C), conforme descrito por ção do osso medular local, conforme descrito por Snyder, permite
Ellman. Estas podem ser subdivididas em graus I, II ou III, sendo o que elementos da medula óssea sejam envolvidos no reparo e tem
grau I com 3 mm ou menos, grau II com 3 mm a 6 mm, e grau III demonstrado algum potencial para o aumento de cura e deve, por-
acima de 6 mm. A avaliação é mais fidedigna durante a artroscopia. tanto, ser considerada.
Outra classificação excelente através da RM é a de Goutallier et ai., Reparos do manguito, sejam através de miniabertura ou
originalmente descrita para a avaliação por TC da degeneração gor- artroscópicos, devem ser decididos com base nas habilidades do
durosa e das alterações na musculatura no manguito rotador envol- cirurgião e nos achados cirúrgicos. As técnicas por miniaberturas
vido (Tabela 52-5). Neste sistema, os estágios 3 e 4 indicam lesão têm demonstrado ser mais baratas e mais rápidas, mas provavel-
crônica do manguito de longo data, que possui portanto um maior mente estão associadas com maior dor e cicatrizes subdeltoídeas,
potencial de falhar no tratamento cirúrgico. assim como com perda de movimento, se comparadas com as téc-
Utilizando a classificação de Ellman para lesões parciais de nicas artroscópicas. A controvérsia reparo em fileira simples versus
manguito, Tasaki descobriu que o tratamento conservador de lesões reparo em fileira dupla, também chamado reparo equivalente à
de manguito dos tipos Al e A2 foi melhor a curto e médio prazos técnica transóssea, na qual a segunda fileira é posicionada
IU§mt.)Eflg A, Impacto subacromial. B, Acromioplastia completada com a ressecção do esporão anterior. VEJA A TÉCNICA 52-16.
à profundidade de ressecção do acrôm io e para assegurar Introduza o shaver ósseo no espaço subacromial paralelo à
que a superfície inferior da articulação acromioclavicu lar superfície inferior do acrôm io. Introduza o shaver ósseo
esteja regularizada (Fig. 52-32B). aba ixo da borda anterior do acrômio entre a bainha e a
•Se uma lesão de espessura parcial da superfície articular concavidade do acrômio para determinar o montante de
for identificada, posicione o artroscópio novamente através osso a ser removido. Posicione-o novamente na borda pos-
da cânula ante rior, que fo i mantida na articulação gle- terior do ápice sobre a curvatura, e, movendo-se de medial
noumeral. para lateral, resseque o osso da parte posterior da curva em
• Passe um fio de PDS nº 2, por meio de uma agulha longa direção ao aspecto anterior mantendo o shaver ósseo junto
de cal ibre 18, 3 cm lateralmente ao acrômio, e direcione-o ao acrômio. Utilizando uma lâmina de 4 mm, o cirurgião
para a base da lesão do manguito. A lesão pode ser avaliada consegue aval iar o montante ósseo a ser removido.
claramente e palpada através dos t rês portais (porta l glenou- • Foi obtido grande sucesso iniciando-se o procedimento
meral anterior, e portais subacromiais posterior e lateral). com o shaver ósseo posicionado através do portal latera l
•Lesões de 50% de espessura devem ser reparadas em para ressecar as bordas anterior e lateral do acrôm io. O
in divíd uos ativos e saudáve is. Já o reparo em um atleta shaver ósseo é posicionado no portal posterior para com-
que rea liza movimentos acima do nível da cabeça deverá pletar o proced imento conforme descrito anteriormente.
ser realizado em lesões grandes, ou seja, maiores que
70%, com um pequeno potencial de efetiva caso não CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O braço é mantido em
sejam reparadas. Um reparo tendão-tendão pode ser feito um a tipoia, e exercícios pendulares de Codman são ini-
artroscopicamente. Utilize uma agu lh a longa para intro- ciados no 1º dia de pós-operatóri o. A tipoia é liberada
duzir um fio de PD S em uma das bordas da lesão . Com assim que o paciente esteja confortável sem a mesma,
uma pinça de sutura, transpasse através do tendão ante- exceto quando um reparo do manguito tenha sido reali-
riormente a agu lh a posicionada posteriormente e recupe- zado. Exercícios para amplitude de movimento ativos assis-
re-a através da cânu la lateral de 8 mm. tidos e exercícios de forta lecimento isométrico para o
•Confeccione um nó artroscóp ico deslizante no espaço deltoide e o manguito rotado r são iniciados já na 1ª
subacromial com ambas as extremidades do fio pela semana. Exercícios leves res istidos utilizando elásticos tubu-
cânula latera l e visua lizando através do portal posterior. lares são in iciados na 2ª semana. A maioria dos pacientes
•Reavalie o reparo deslocando o artroscópio para o porta l atinge amplitude de movimento completa em 3 semanas,
glenoumeral anterior. e exercícios progressivos supervisionados são instituídos e
continuados por 3 meses. As atividades cotidianas são
mantidas caso os sintomas permitam, e o retorno aos
_ ., ____
esportes é postergado até que o forta lecimento e a resis-
MÉTODO CHOCKBLOCK PARA tência estejam completos e a movimentação seja indolor.
ACROMIOPLASTIA
TÉCNICA
LESÕES DO MANGUITO ROTADOR DE
• Sampson et ai. utilizam um shaver ósseo através do portal ESPESSURA PARCIAL
posterior para realizar uma delicada acromioplastia da
superficie inferior. Posicione o artroscópio através do portal As lesões do manguito rotador de espessura parcial podem ser clas-
lateral e o shaver ósseo pelo portal posterior que foi posi- sificadas como lesões da superficie articular ou da superficie bursal
cionado 2 cm a 3 cm distal à superfície inferior do acrômio. (Fig. 52-31). Conforme previamente apresentado, a lesão do man-
guito rotador de espessura parcial envolvendo 50% do tendão ou
. , PARTE XIV ARTROSCOPIA
mais é, na maior parte das vezes, mais bem tratada com reparo
cirúrgico. A área nebulosa se dá no tratamento das lesões de 30% a
50% de espessura, e isto precisa ser individualizado. Lesões envol-
vendo 50% ou menos da espessura do tendão são tratadas com
desbridamento, e lesões da superficie bursal são tratadas com des-
compressão, se indicado. Também deve-se estar atento para as lesões
do tipo delaminação na superficei articular, que normalmente
ocorrem em esportes de arremesso e naqueles que utilizam movi-
mentação acima do nível da cabeça. Se a delaminação estiver pre-
sente, um reparo transtendíneo é indicado. O reparo tendão-tendão
pode ser indicado para lesões de espessura parcial localizadas. Para
a lesão de espessura parcial da superfície articular do tendão supra-
espinal causada por avulsão, o reparo transtendíneo utilizando uma
ou duas ãncorsa, a ser descrito subsequentemente, geralmente é indi-
cado. Lesões envolvendo mais do que 80% podem ser mais efetiva-
mente retiradas e reparadas primariamente em vez da realização de
um reparo transtendíneo. Nestes casos, o tendão remanescente e suas
inserções podem ser de baixa qualidade; não é recomendado lesar as
inserções saudáveis do manguito.
Finalmente, as lesões intratendíneas que podem ser identifica-
das na RM precisam ser localizadas por meio de planejamento pré-
cirúrgico e uso de uma agulha longa para identificar o local lesado.
A lesão pode ser aberta usando-se uma lâmina artroscópica e as
bordas, desbridadas cuidadosamente para promover a cicatrização
local. Goodmurphy et ai. demonstraram que um desbridamento O@li;@Lil!t Localiza ção relativa de portais. O portal de tra-
extensivo é desnecessário. Estas lesões são reparadas com pontos balho central é localizado no centro da lesão do manguito
tendão-tendão utilizando-se a técnica artroscópica. rotador e 3 cm lateral à borda lateral do acrômio. O portal de
visualização posterior é posicionado na borda posterior da lesão
DESBRIDAMENTO DE LESÕES DO e 1 cm lateral à borda lateral do acrômio. O portal deve ser posi-
MANGUITO ROTADOR DE ESPESSURA cionado ao menos 2 cm do portal de trabalho central para evitar
PARCIAL aglomeração.
TÉCNICA
• Posicione o paciente em decúbito lateral com as proemi-
REPAl!O DE DELAMINAÇÕES
nências ósseas cu idadosamente protegidas e mantidas
com um travesseiro para suporte e uma faixa.
E LESOES DO MANGUITO DE
•Depois, gara nta o alinh amento correto do pescoço e a ESPESSURA PARCIAL DA
proteção dos olh os do paciente, e enfa ixe o braço pa ra SUPERFÍCIE ARTICULAR
expor a área dos omb ros. Tenha cu idado para que se
obtenh a ampla exposição antes de posicionar o braço em TÉCNICA
um dispositivo de tração estéril com um dispositivo de
suspe nsão mantendo o braço em 45 graus de abdução e • Posicione o paciente em decúbito latera l pa ra uma ava liação
em O grau de fl exão anterior. artroscóp ica. Caso uma delam inação significativa ou uma
•Os portais artroscópicos de trabalho são mostrados na lesão parcial do manguito localizada na região inferior da
Figura 52-33. Ocasionalmente, é utilizado um portal ante- superfície arti cu lar envolvendo 50 % de espessura estiver
rossuperior dependendo do lado e da loca lização da lesão . presente, um reparo transtendíneo poderá ser necessário.
Para um desbridamento simples, normalmente três portais • Desbride levemente a área do loca l da lesão, e identifique a
são suficientes. Identifique a lesão parcial do manguito e, ext ensão da mesma. A profundidade da lesão poderá ser
se esta for menor que 50% de espessura, desbride para determinada por meio da aferição da distância entre a
remover o tecido danificado e incitar sangramento pete- superfície articu lar do úmero até o tendão saudável inserido
quial da área desbridada. Isto pode ser feito com um shaver na tuberosidade. Uma lesão de mais de 6 mm de profundi-
de raio comp leto. Não se deve remover tecido em excesso. dade indicaria uma lesão de 50 % de espessura. Utilize a
•Cuidadosamente, palpe a lesão para garantir que não existe ponta de um shaver de 4, 5 mm como ref erência.
delaminação que necessite de um reparo transtendíneo. •Terminado o desbridamento da lesão, analise o espaço suba-
•Realize um a acromioplastia conform e necessário. cromial e real ize uma bursectomia subacromial utilizando
uma combinação de portais laterais posteriores e laterais posi-
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os cuidados pós-opera- cionados de 2 cm a 3 cm laterais e posteriores à borda
tórios são os mesmo para a acromiop lastia com ampl itude anterior do acrômio. Preoceda a acromioplastia, se indicado.
de movimento precoce e fortalecimento conforme •Introduza o artroscóp io novamente na articula ção gle-
tolerado . noumeral através do porta l posterior para visua lização.
CAPÍTULO 52 ARTR OS COPIA DE MEMBRO SUPERIOR f!!m
• A proxime as bordas da delaminação dos seu s loca is de • Repita est e procedim ento até um a aproxi maçã o t endão-
inserçã o com a aj uda de uma pinça do ti po g rasper. te ndão seg ura possa ser obtida.
•Insira a agu lha longa latera lment e logo abaixo da borda • Insira o artroscóp io novamente no espaço subacrom ia l, e
do acrô mio através do t endão norma l e através do loca l ide ntifiqu e as extremid ades dos f ios. Posici on e uma
da lesão . Passe um fi o de PDS nº 1 através da ag ulha longa, câ nula pl ásti ca t ra nsparente de 7 mm através do po rtal
e recupere-a pelo portal anteri o r. Passe um seg un do f io de mediolat eral, recupere os fi os indivi dualmente, e amarre-os
PDS nº 1 através da agulha longa no lado oposto do loca l no espaço subacromial para aproximar a pa rte inferior, a
da lesão para que as duas suturas est ej am sepa radas por delam inação ou a lesão transversa.
aproximadament e 1 cm . Recupere am bas as suturas pelo • Após o té rmino do proce di mento, introd uza o artroscó pio
port al anterior, e use-as como passa do res de suturas . intra-articu larme nte para reava liar o reparo.
• A marre um fi o nº 2 não absorvível em cada ext remidade do
PDS recupe rado pel a cânula anterior. Utilizando as extremida- CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O braço do paciente é
des percutâneas, puxe a sut ura para o interior da articulação mantido em t ipo ia por 3 semanas, seg uido de um pro-
cui dadosament e para que ela não se embarace. Prenda as gram a acelerado de rea bi litação para lesões do mang uito
extremidades do f io com uma pinça de hemostasia. peq uenas (Tabelas 52-6 at é 52-8) .
52-6 Protocolo de Reabilitação de Reparo do Manguito Rotador (Lesões Pequenas < 2 cm)*
OBJETIVOS PRÉ-OPERATÓRIOS
1. PROM WFL (ou seja, sem ombro congelado)
2. Independente em programa de exercícios no pó s-operatório
3. Entender os objetivos pós-operatório realísticos e os prazos
•@@•+i 52-6'. Protocolo de Reabilitação de Reparo do Manguito Rotador (Lesões Pequenas< 2 cm)*-cont.
SEMANAS 9-10 DO PÓS-OPERATÓRIO (PT 1 x/2-3 SEMANAS) OBJETIVOS (NA 10ª SEMANA)
1. Isotônicos (peso leve/alta repetição) 1. MMT ;:: 4/5 FL
Em pé-FL e ABD a 90 graus, ER e IR com bastão 2. MMT 2: 4/5 ABD
Pronado-linhas, ABD horizontal em 90 e 120 graus, EXT 3. MMT ;:: 4/5 ER
Deitar de lado-IR e ER com toalha enrolada debaixo da axila 4. MMT 2: 4+/5 IR
2. Resistência aumentada com UBE 5. Alcance funcional nas costas para colocar
3. Iniciar flexões na parede com um adicional, gradualmente progredir para camisa para dentro da calça
níveis mais baixos (mesa, cadeira, banco, chão) 6. Conseguir colocar 0,9 kg em armário
4. PNF com padrões de peso D1 e D2 7. Conseguir colocar um galão de leite na
geladeira
Precauções
Levantamento unilateral limitado a 4,5 kg
SEMANAS 11-16 DO PÓS-OPERATÓRIO (PT CONFORME NECESSÁRIO) OBJETIVOS (NA 16ª SEMANA)
1. Progredir com exercícios isotônicos 1. MMT 5/5 FL
2. Isotônicos adicionais (12ª semana) 2. MMT 5/5 ABD
Bench press (peso leve, curto alcance) 3. MMT 5/5 ER
Pu/1-downs laterais ao peito 4. MMT 5/5 IR
Chest press inclinado 5. MMT 5/5 EXT
Arco curto, alto Theraband ER e .IR em 90 graus ABD 6. Conseguir colocar 2: 4,5 kg em armário de
3. Pliométricos (3 meses) - passe peitoral, plyoball chop toss, lançamento despesas geraist
sobre a cabeça 7. Objetivos específicos do esporte
4. Retornar a arremessos/esportes com raquete em 3 meses com força
normal, mecânica glenoumeral normal, e sem dor
5. Avaliação isocinética, se necessária
*A reabilitação do pós-operatório de reparo de um manguito rotador é guiada amplamente pelo tamanho do reparo. Deixe o reparo cicatrizar adequada-
mente antes de forçar o tecido é essencial para uma reabilitação de sucesso.
A/AAROM, amplitude do movimento ativo/ativo assistido; ABD, abdução; AROM, amplitude do movimento ativo; BID, duas vezes ao dia; ER, rotação externa;
EXT, extensão; FL, flexão; HEP, programa de exercícios domiciliares; IR, rotação interna; MMT, teste muscular manual; PNF, facilitação neuromuscular pro-
prioceptiva; PROM, amplitude do movimento passivo; PT, fisioterapia; BIW, duas vezes por semana; QIW, quatro vezes por semana; TIW, três vezes por
semana; UBE, exercícios da parte superior do corpo; WFL, dentro dos limites funcionais; WNL, dentro dos limites normais.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR f!!Dllll
lt4='iri' 52-7 Protocolo de Reabilitação de Reparo do Manguito Rotador (Lesão Moderada de 2-5 cm)
OBJETIVOS PRÉ-CIRÚRGICOS
1. PROM WFL (ou seja, sem ombro congelado)
2. Independente em programa de exercícios no pós-operatório
3. Entender os objetivos pós-operatório realísticos e os prazos
•@=Hh' 52-7 '· Protocolo de Reabilitação de Reparo do Manguito Rotador (Lesão Moderada de 2-5 cm)-cont.
SEMANAS 9-12 DO PÓS-OPERATÓRIO (PT 1 X/2-3 SEMANA) OBJETIVOS (NA 12ª SEMANA)
1. Isotônicos (peso leve/alta repetição) 1. AROM WFL para FL
Em pé-FL e ABD a 90 graus, ER e IR com bastão 2. AROM WFL para ABD
Pronado-linhas, ABD horizontal em 90 e 120 graus, EXT 3. AROM WFL para ER
Deitar de lado-IR e ER com toalha enrolada debaixo da axila 4. MMT 2 4/5 FL
2. Resistência aumentada com UBE 5. MMT 2 4/5 ABD
3. Iniciar flexões na parede com um adicional, gradualmente progredir para 6. MMT 2 4/5 ER
níveis mais baixos (mesa, cadeira, banco, chão) 7. MMT 2 4+/5 IR
4. PNF com padrões de peso D1 e D2 8. Alcance funcional nas costas para colocar
5. Exercícios funcionais de acordo com os objetivos das atividades pós- camisa para dentro da calça
operatórias do paciente 9. Conseguir colocar 0,9 kg em armário
Guinadas de lançamento 10. Conseguir colocar um galão de leite na
Padrões de PNF em pé geladeira
Precaução
Levantamento unilateral limitado a 4,5 kg
SEMANAS 11-16 DO PÓS-OPERATÓRIO (PT CONFORME NECESSÁRIO) OBJETIVOS (NA 16ª SEMANA)
1. Progredir com exercícios isotônicos 1. MMT 5/5 FL
2. Isotônicos adicionais (3 meses) 2. MMT 5/5 ABD
Bench press (peso leve, curto alcance) 3. MMT 5/5 ER
Pull-downs laterais ao peito 4. MMT 5/5 IR
Chest press inclinado 5. MMT 5/5 EXT
Arco curto, alto Theraband ER e IR em 90 graus ABD 6. Conseguir colocar::: 4,5 kg em armário
3. Pliométricos (4 meses)-passe peitoral, plyoball chop toss, lançamento 7. Objetivos específicos do esporte
sobre a cabeça
4. Retornar a arremessos/esportes com raquete em 4 meses com força
normal, mecânica glenoumeral normal, e sem dor
5. Avaliação isocinética, se necessária
A/AAROM, amplitude do movimento ativo/ativo assistido; ABD, abdução; AROM, amplitude do movimento ativo; BID, duas vezes ao dia; ER, rotação externa;
EXT. extensão; FL, flexão; HEP, programa de exercícios domiciliares; IR, rotação interna; MMT. teste muscular manual; PNF, facilitação neuromuscular pro-
prioceptiva; PROM, amplitude do movimento passivo; PT, fisioterapia; QIW, quatro vezes por semana; TIW, três vezes por semana; UBE, exercícios da parte
superior do corpo; WFL, dentro dos limites funcionais; WNL, dentro dos limites normais.
TÉCNICA mm
•Posicione o paciente em decúbito lateral, e realize uma
a identificação do local para a inserção da âncora. Posi-
cione a agulha longa transtendínea logo lateral ao terço
anterior do acrômio para obter um ângulo apropriado
para inserir a âncora logo lateral à superfície articular e
acromioplastia, se indicada. O braço posicionado em angulada de forma que não danifique a superfície articu-
aproximadamente 30 graus de abdução facilita a execu- lar (Fig. 52-348)
ção da acromioplastia e da bursectomia. Para a realização •Para a inserção da âncora, realize uma pequena incisão
de um reparo transtendíneo, posicione o braço gentil- na pele. Realize uma incisão no manguito no plano das
mente para aproximadamente 70 graus de abdução. Um fibras usando uma lâmina artroscópica. Use um inicia-
assistente poderá posicionar o braço para garantir a dor para confeccionar um pequeno orifício inicial logo
melhor posição para inserção da âncora. lateral à superfície articular, garantindo que o ângulo
•Use os portais medioglenoidal anterior, anterolateral e seja apropriado. Insira a âncora através da fenda e
posterior para o reparo da lesão. dentro do orifício. Sob visão direta, a âncora é parafu-
• Desbride a lesão para estimular a inflamação dos tecidos sada firmemente. Garanta que os fios de sutura estejam
moles e para remover o tecido desvitalizado. Raspe a tube- subcorticais .
rosidade com um shaver ou uma pequena raspa para •Insira uma agulha longa a partir da região lateral logo
incitar o reparo ósseo. Inicie na superfície articular e posterior à âncora posicionada previamente, e passe um )
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
52-8 Protocolo de Reabilitação de Reparo do Manguito Rotador (Lesões Extensas > 5 cm)*
OBJETIVOS PRÉ-CIRÚRGICOS
1. PROM WFL (ou seja, sem ombro congelado)
2. Independente em programa de exercícios no pós-operatório
3. Entender os objetivos pós-operatório realísticos e os prazos
MESES 3-6 DO PÓS-OPERATÓRIO (PT CONFORME NECESSÁRIO) OBJETIVOS (NA 20ª SEMANA)
1. Progredir com exercícios isotônicos 1. MMT 5/5 FL
2. Progredir com flexões de parede para o chão 2. MMT 5/5 ABO
3. Isométricos adicionais (3-4 meses) 3. MMT 5/5 ER
Bench press (peso leve, curto alcance) 4. MMT 5/5 IR
Pu/1-downs laterais ao peito 5. MMT 5/5 EXT
Chest press inclinado 6. Conseguir colocar 4,5 kg em armário
Arco curto, alto Theraband ER e IR em 90 graus ABO 7. Objetivos específicos do esporte
4. PNF com padrões de peso 01 e 02
5. Pliométricos (4 meses)-passe peitoral, plyoball chop toss,
lançamento sobre a cabeça
6. Retornar a arremessos/esportes com raquete em 4 meses com
força normal, mecânica glenoumeral normal, e sem dor
7. Avaliação isocinética, se necessária
*É importante enfatizar ao paciente que, depois de um reparo de rompimento massivo, AROM e força são limitadas.
A/AAROM, amplitude do movimento ativo/ativo assistido; ABD, abdução; AROM, amplitude do movimento ativo; BID, duas vezes ao dia; BIW, duas vezes
por semana; ER, rotação externa; EXT, extensão; FL, flexão; HEP, programa de exercícios domiciliares; IR, rotação interna; MMT. teste muscular manual;
PNF, facilitação neuromuscular proprioceptiva; PROM, amplitude do movimento passivo; PT, fisioterapia; QIW, quatro vezes por semana; TIW, três vezes
por semana; UBE, exercícios da parte superior do corpo; WFL, dentro dos limites funcionais.
O@ilij·Uil9 A, Lesão do manguito de espessura parcial com 8 mm e com tuberosidade desbridada e fibras laterais mantidas inse-
ridas. B, Localização transtendínea da âncora lateral à superfície articular. C, Reparo completo com nós amarrados no espaço subacro-
mial. D, Visão intra-articular do reparo completo com a inserção coberta sobre a borda articular. VEJA A TÉCNICA 52-20.
CAPÍTULO 52 ARTROS COPIA DE MEMBRO SUPERIOR
) fio de PDS nº 1 através da agu lha e recupere-o utilizan do 1997 e 2000. Com as técnicas de reparo em fileira dupla e a melhora
um pegador de fios pela cânu la anterior para usá-la da experiência clínica, acredi ta-se que os reparos do manguito
como um passador de sutura. Realize uma lança da simples possuem uma excelente chance de cicatrização. O reparo em fileira
com o PDS ao redor da extremidade do fio, e puxe-o de dupla tem demonstrado ser biomecanicamente superior à fixação
vo lta através da cápsu la imediatamente posterior à âncora em fileira simples, e tem demonstrado reestabelecer a inserção
e através da pele lateralmente ao acrômio . normal do manguito rotador, aumentando a área de contato para a
• Introduza uma seg unda agu lha longa logo anterior à âncora, cicatrização. Lo e Burkhart classificaram as lesões de manguito de
e passe um fio de PDS a partir da região lateral, recupere-o acordo com sua forma: crescen te, em U e em L (Fig. 52-35). O reparo
anteriorm ente, e utilize-o como um passador de suturas. das lesões em for ma de U e de L envolvem a convergência das
Utilizando um pegador de f ios, recupere uma extrem idade margens com suturas começando mediaimente e estendendo-se
do segundo grupo de fios através do portal anterior. lateralmente ao longo da lesão, reduzindo seu tamanho e facilitando
•Amarre o fio de PDS ao redor da extremidade anterior do a reaproximação das bordas à tuberosidade em uma técnica de fileira
segundo grupo de suturas, e pu xe-o de volta para o dupla (Fig. 52-36). Lesões crônicas, com as em formato de L (Figs.
espaço subacromia l para formar o segundo ponto em " U". 52-37 e 52-38) e as extensas, crônicas e retraídas em formato de
Se necessário, o artroscópio pode ser posicionado ante- crescente, necessitam de liberação e desliza mento dos intervalos
riormente e uma segunda âncora, inserida na região pos-
terior de maneira similar.
•Adentre no espaço subacromial,e insira uma cânu la plás-
tica de 7 mm usando uma haste gu ia. Recupere o par de
sutura s através da cânula. Iniciando posteriormente e
trabalhando anteriorm ente, faça nós artroscópicos para
manter o mang uito fi xo à tuberosidade (Fig . 52-34C ).
• Finalizado o procedimento, reava lie a área int ra-articul ar
para garantir que haja boa aproximação do manguito à
tuberosidade (Fig. 52-340).
O!flil;Hm?!t Lesão do manguito rotador em " U" . A, Visão superior da lesão do manguito rotador em "U" envolvendo os tendões
supraespinal (SS) e infraespinal (IS). B, As lesões em "U" demonstram excelente mobilidade de anterior para posterior e são inicialmente
r.eparadas com suturas de tendão-tendão utilizando-se o princípio de convergência das bordas. C, A borda reparada é reparada ao osso
livre de tensão .
ED PARTE XIV ARTROSCOPIA
B e
O@il;@ Efl!I Lesão aguda do manguito rotador em forma de L. A, Visão superior da lesão aguda do manguito rotador em formato
de L envolvendo o tendão supraespinal (SS) e o intervalo rotator (RI). B, As lesões devem inicialmente ser reparadas longitudinalmente.
C, A borda convergente é reparada até o osso. CHL, ligamento coracoumeral; IS, tendão infraespinal; Sub, tendão subescapular.
B e
O@il;J!iEflllt Lesão crônica em formato de L. A, Visão superior de lesão crônica em formato de L que evoluiu para lesão em formato
de U. B, A lesão em formato de L mostra excelente mobilidade anteroposterior; todavia, uma borda da lesão (normalmente a posterior)
é mais móvel. As lesões devem inicialmente serem reparadas utilizando-se suturas de tendão-tendão por meio do princípio da conver-
gência das bordas. C, As bordas convergidas são reparadas ao osso livre de tensão. CHL, ligamento coracoumeral; IS, tendão infra-espinal;
RI, intervalo rotator; SS, tendão supraespinal; Sub, tendão subescapular.
antes do reparo. Tais reparos podem ser feitos por meio de procedi- REPARO DO MANGUITO ROTADOR
mentos artroscópicos ou abertos, dependendo da habilidade do
cirurgião. Algumas vezes, o uso de suplementação estrutural pode
TÉCNICA
ser necessário para o reparo dessas lesões. Para as lesões menores
que 3 cm, um reparo em file ira simples tem demonstrado ser com- • Antes de levar o paciente para o centro cirúrgico, um
parável a um reparo em fileira dupla, sendo que, para as lesões bloqueio interescalênico é admin istrado. Posicione o
maiores que 3 cm, um reparo em fileira dupla tem demonstrado ser paciente em decúbito latera l apoiado por um travesseiro e
superior em diversos estudos. A cobertura da inserção original deve coxins de suporte, garantindo o alívio de pressão na axila
ser obtida sob tensão fisiológica. Além disso, múltiplas suturas e em todas as proeminências ósseas . Mantenha a extrem i-
através do tendão (três suturas em vez de duas) têm demonstrado dade em 30 graus de abdução e em 1O graus de fl exão
ser superiores, como esperado. Com isto em mente, geralmente é anterior usando t ração balanceada estéril. Aplique dispo-
utilizado o seguinte algoritmo de tratamento: uma âncora, fileira sit ivos de compressão às extremidades inferiores para evitar
simples e dois pontos para lesões de 1 cm; uma âncora, três pontos trombose venosa. Controle o sang ramento com o uso de
para lesões de 1,5 cm; duas âncoras para lesões maiores que 1,5 cm; anestesia hipotensiva, com pressão sistólica geralmente em
e um reparo em fileira dup la para lesões maiores que 3 cm. Para as torno de 100 mmHg e a pressão de influxo artroscópico a
lesões do manguito extensas, liberações e reparos para convergência 30 mmHg da pressão arterial sistólica.
das margens são utilizados (Figs. 52-39 e 52-40). A fixação normal- •Ampla cobertura com campos é necessária para garantir que
mente é em fileira simples logo lateral à superfície articular para os mesmos não interfiram no procedimento. Além disso,
prevenir tensão em excesso e fa lha na transição musculotendínea.
CAPÍTULO 52 ARTROSCO PI A DE MEMBRO SUPERIOR GtEllll
A B e
D E
O[dl!;f.!EflD Lesão extensa do manguito rotador retraída em fo rmato de cresce nte. A, Visão superior. B, Um duplo deslizamento
de intervalo é realizado primeiramente efetuando um deslize anterior do interva lo e depois um deslize posterior do interva lo liberando
o interva lo entre o supraespinal (SS) e o infraespin al (IS). C, Após a liberação, melhora da mob ilidade (setas) dos tendões supraesp inal
e infraespin al, e do tendão redondo menor posteriormente. D, Tendão supraespina l reparado ao leito ósseo latera l livre de ten são, e
tendões infraesp inal e redondo menor avançados latera lmente. E, Defe ito residual reparado com suturas tendão-tendão. CHL, liga-
mento coraco umera l; Sub, tendão subescapu lar.
distância entre a cabeça do paciente e o ombro é fundamen- uma descompressão subacromial quando in dicado. Cu i-
tal. Posicione a cabeça al inhada ao corpo com o cuidado para dadosamente, defina a profundidade da lesão e deter-
a posição não interferir no campo operatório. A anestesia é mine a configu ração da mesma (em crescente, em U, ou
posicionada em um ângulo de 90 graus com o tórax do em formato de L) (Fi gs. 52-35 a 52-39). Determ ine o
paciente também para liberar o campo operatório. montante de retração e mobilidade do tendão, e tenha
•Cuidadosa mente, delineie os marcos ósseos e porta is na certeza de que o tendão pode ser reinserido na sua
pe le (Fig. 52-33). Para indivíduos grandes e musculosos e in serção anatômica ou, caso negativo, de que forma
para lesões grandes, um porta l posterolateral acessório, pode ser reparado para propiciar a melhor fi xação com
rotineiramente uti lizado para lesões menores ou indiví- mínima tensão no reparo.
duos pequenos, pode ser necessário. O portal anterior •Prepare o loca l da inserção anatôm ica do mangu ito por
gera lmente é percutâneo, e é uti li za do para recuperar e meio de desbridamento do local e evitando ressecção
sepa rar os fios de sutura. A âncora será posicionada logo excessiva de osso. A abrasão pode aumenta r o sa ngra-
lateral à borda do acrômio utilizando-se a agu lha longa mento e elementos da medula são li berados quando a
para loca lização e inserção percutânea. âncora é inserida; ambos favorecem a cicatrização.
•Um portal posterior 2 cm dista l à borda posterolateral do •Defina a localiza ção das ânco ras mantendo uma distância
acrômio é uti lizado para ava li ar por completo as estrutu- entre elas de 1, 2 cm a 1,5 cm para prevenir fraturas de
ras intra-articu lares. Introduza a cânu la de observação no tuberosidade. Determine onde âncoras dup lamente ou
espaço subacrom ial. Id entifi que o local e a configuração triplamente carregadas devem ser posicionadas para
da lesão. Posicione o porta l latera l de trabalho direta- obter um número apropriado de suturas atra vés do
mente sobre o centro da lesão, gera lm ente 3 cm aba ixo tendão, e prepare-se para a realização de um reparo em
da borda lateral do acrômio e 2 cm a 3 cm posterior à fi le ira simples, fi leira dup la ou reparo equ iva lente à
borda anterior do acrômio (Fig. 52-41 A). Distração latera l técnica transóssea. Repa ros em fileira dupla com âncora
aplicada por um asssistente aumenta o espaço, faci li- podem causar aglomeração de âncoras; um reparo equ i-
tando a visua lização e a recupera ção dos fios. va lente à t écn ica transóssea no qua l a fileira lateral é
•Realize uma bursectom ia comp leta para garantir boa posicionada abaixo da tuberosidade não produz tanta
visua lização e facilitar a recupera ção dos fios, e rea li ze ag lomeração. )
lllDI) PARTE XIV ARTROSCOPIA
•Para lesões menores que 1,5 cm, gera lmente uma âncora convergência das margens é sempre rea lizada para reduzir
)
duplamente ou triplamente carregada é utilizada . Para o tamanho da lesão e repará-la com mais facilidade
lesões maiores que 1,5 cm, duas âncoras devem ser pla- à tuberosidade (Fig. 52-41 B e C)
nejadas separando os pontos iniciais por 1,2 cm a 1,5 cm. • Para a convergência das margens de uma lesão em forma
Em lesões de 3 cm ou maiores, um reparo equiva lente à de U ou a extensão medial de uma lesão em forma de L,
tecn ica transóssea é realizado com as âncoras mediais uti lize um passador de suturas grande com ponta em
posicionadas 5 mm da li nha articular e a fileira lateral forma de crescente, passando-o através de ambos os
aproxim adamente 5 mm lateral à tuberosidade, e então fo lhetos; e depois recupere a sutura de fio nº 2 não
separando-as por 1,2 cm a 1,5 cm . absorvível novamente através dos folhetos, separando-os
•Após visualizar o local no qual as âncoras serão posicio- para amarrá-los futuramente.
nadas na fileira lateral, utilize o eletrocautério para resse- • Inicie a convergência no ápice da lesão trabalhando de
car os tecidos moles e expor o loca l para inserção de uma medial para lateral. A linhe visualmente a lesão com sua
âncora de im pacção sem nó futuramente. anatomia normal (Fig. 52-41 D-F).
•A convergência das margens e as liberações para •Para lesões maiores que podem ser reparadas na inserção
reduzir a tensão dos reparos devem ser contemp ladas. anatômica sem tensão, realize um reparo equ iva lente à
Particularmente para as lesões em formato de U, a técnica transóssea. Posicione as âncoras gradua lm ente, )
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR GIEllll
O@lhfJU!IJI A, Portais para o reparo do manguito rotador. B, Convergência das bordas e liberação para reduzir tensão nos reparos.
C, Inserção das âncoras duplamente carregadas para suturas em "U" 3 mm lateral à superfície articular. D-F, A convergência é iniciada
no ápice da lesão trabalhando de medial para lateral. VEJA A 'TÉCNICA 52-21.
BD PARTE XIV ARTROSCOPIA
LESÃO DO MANGUITO ROTADOR deve ser avaliada pela característica do tecido a ser
EXTENSA E RETRAÍDA cortado. Na maioria dos casos, estabelecendo-se um
pequeno portal percutâneo próximo ao portal lateral
REPARO DE LESÃO, GRANDE OU subacrom ial e durante a liberação, o uso de uma grasper
E RETRAIDA UTILIZANDO A para auxiliar a mobilização latera l do tendão pode ser útil.
TECNICA DE DESLIZAMENTO DO •Após o término da li beração, repare o manguito junto à
tub erosidade utilizando âncoras, ou repare-o com pontos
INTERVALO
TÉCNICA
(TAURO ET AL.)
mm___ tendão-tendão para realizar a convergência das margens
segu ida do reparo na tuberosidade (Fig . 52-46B e C).
Anterior
e D
Posterior
Sutura
de
tração
FIXAÇÃO
•Para tendões que alcançam o leito ósseo porém não
podem ser puxados além deste ponto, utilize âncoras-pa-
drão do tipo parafu so (Corkscrew; Arthrex, Naples, FL)
seguido da passagem dos fios através do tendão utili-
zando passadores de sutura ou técnicas de lançamento
(Fig . 52-50) .
•Para lesões grandes e completas do subescapular que
necessitam de mobilização, utilize os fios de tração
Músculo} como passadores de sutura : passe o fio da âncora
subescapular através do tendão através de laços nos fios de tração, e
B depois puxe o fio de tração através do tendão para que
o fio da âncora seja passado. Recupere os fios através
ji(êjlhbiEflllt Mobi lização do subescapular de Burkhart e do portal anterolateral, pe lo qual um nó artroscópico
Tehrany utilizando um desco lador artroscópico. A, Visão superior. pode realizado.
B, Visão anterior. VEJA A TÉCNICA 52-23. •Para lesões completas, utilize duas âncoras; para lesões
da metade superior do tendão, utilize apenas uma .
•Após a passagem dos fios através do tendão, antes de
atar o nó, recuperar o fio do ponto transtendíneo pode
ser difícil devido à pequena exposição causada pela dis-
tracionar o tendão facilmente sobre o leito ósseo na tensão do deltoide. Nestes casos, os fios podem ser pas-
tuberosidade menor, mobilize-o nos aspectos anterior, sados através do lúmen de um empurador de nós, que
posterior e superior com um descolador artroscópico tran sporta rá os fios para o interior da articulação na qual
enquanto traciona o tendão por meio de suturas. Evite a poderão ser faci lmente recuperados.
borda inferior do tendão para minimizar a chance de •Terminado o reparo do subescapular, nos pacientes com
lesão neurovascular. Após toda a liberação, exceto da lesões múltiplas do manguito rotador, realize a descom-
borda inferior, a tração no ten dão rompe efetivamente pressão subacromial preservando o ligamento coracoa-
qualquer aderência inferiormente. cromia l seguida do reparo artroscópico com âncoras das
•Prepare o leito ósseo na tuberosidade menor usando um lesões remanescentes.
shaver em alta velocidade através do porta l anterolateral
(Fig . 52-49). Para maximizar o contato tendão-osso, CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os pacientes são imobili-
realize a media lização do leito ósseo em 5 mm por meio zados com uma tipoia acolchoada por 6 semanas com o
da remoção de cartilagem articular até uma base óssea ombro em 30 graus de rotação interna. Rotação externa,
sangrante. elevações acima da cabeça ativas ou passivas são evitadas )
lllmi> PARTE XIV ARTROSCOPIA
B
O!ijl!;@lillt Artroscopia de ressecção da clavícula distal de Tolin e Snyder. A, A co rtica l superior da clavícula é ressecada. B, Técnica
de dois pinos para medir a extensão da ressecção. VEJA A TÉCNICA 52-24.
•Reposicione o ombro pa ra 20 grau s de abdução e 5 graus • Insira o shaver com lâm in a óssea de 4 mm ou 5,5 mm
de flexão anterior preparando-o para a artroscoia da com uma ba inha de fresa através do portal anterior em
região bursal subacromia l. direção à articulação acrom ioclavicula r. Inicie a ressecção
•Utilizando os portais anterior e posterior da forma padrão, clavicu lar anteriormente em di reção à região posterior da
exam in e a bursa subacromia l, a supe rfície inferior do cáps ul a articu lar acrom ioclavicular. Observe e preserve a
acrômio, o ligame nto coracoacromial, a superfície bursal cápsula. Uti lize a raspa para ressecar a margem superior
do manguito rotador e a articulação acromioclavicular. remanescente da clavícu la distal, evitando lesa r a cápsu la
Realize a descompressão subacrom ial seletiva . Se nenhuma superior (Fig . 52-51 A) . Remova a região superior da cla-
lesão por impacto estiver presente, limite a descompressão vícu la e qualquer cisto associado mantendo a ressecção
à ressecção da faceta acromia l da articulação acromiocla- sim étrica à clavícu la inferior.
vicular e remova o ligamento coracoacromial abaixo do • Insira o artroscóp io pelo portal anterior para visualiza r a
acrôm io. Resseque a faceta acromia l para expor a estreita reg ião da articu lação acrom ioclavicular ressecada. Remova
ou inclinada med iaimente articulação acrom ioclavicular qua isquer esporões remanescentes ou irregu laridades ao
através do portal subacromia l posterior. redor das margens tanto do portal lateral quanto poste-
• Resseque a clavícul a distal após a artroscopia e a descom- rior. Desbrid e a superfície inferior da clavícula levemente
pressão subacrom ial. A decisão de prosseguir para uma para remover bord as pontiagudas. Determine a largu ra
ressecção completa da clavícula distal deve ser feita no da ressecção do espaço acrom ioclavicu lar usando a técnica
início do proced im ento cirú rgico. de dois pinos. Com o artroscóp io através do portal ant e-
•Inicie a ressecção com o artroscópio no portal subacro- rior, posicione um pino verticalmente através da pele
mial posterior. Insira uma cânu la de escoame nto de 6 mm para lela à porção distal da clavícul a. Posicione um segundo
de diâmetro para drenagem gravitacional no portal suba- pino pe rpendicu lar à borda medial do acrômio e paralelo
cromial anterior, e posicione um eletrocautério na região à porção central da faceta acromia l (Fig. 52-5 1B). Ad is-
subacromial através de uma cânu la no portal latera l. Use tância entre estes dois pinos medida no nível da pele
o eletrocautério para cortar e morcelizar a cápsula inferior corresponde à la rgura da ressecção. A ressecção deve ser
e o periósteo da superfície inferior da articu lação acro- de 6 mm a 8 mm.
mioclavicu lar e da região dista l da clavícu la.
•Insira uma raspa através do portal lateral para remover os
debris de tecidos moles remanescentes. Caso exista um CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O paciente é imob ili-
esporão grande, pode ser mais fáci l in iciar com o artros- zado com uma tipoia. Movimentos passivos e exercícios
cópio lateralmente e a instrumentação posteriormente. pendu lares são iniciados imediatamente. Exercícios do ante-
•Insira um shaver com lâmina ássea de 4 mm ou de 5,5 braço, punho e mão são in iciados no 1º dia do pós-ope-
mm através do portal posterior para remove r a faceta ratório com a ajuda de terapia com argila. As ati vidades
posterior e os esporões na clavícu la. Remova os debris de elevação sobre a cabeça e as atividades que necessitem
ósseos proven ientes da ressecção através da drenagem puxar ou empurrar são restringidas por 1 o u 2 semanas,
gravitacional pela cânu la de escoamento no portal suba- com um retorno ao trabalho pesado e às atividades espor-
cromial anterior. tivas após 2 a 3 meses do procedimento.
lllm) PARTE XIV ARTROSCOPIA
CISTO ESPINOGLENOIDAL
• _
52 4
Diretrizes para Tratamento de
Contraturas do Ombro
- ---
LIBERAÇÃO CAPSULAR ração para efetivamente extrair fragmentos de tecido.
Direcione os orifícios de cortes do shaver em direção ao
TÉCNICA lábio para evitar lesões neurovascu lares.
• Realize a liberação inferior capsu lar a não mais que 1 cm do
(SCARLAT E HARRYMAN) lábio inferior para evitar risco às estruturas neurovascu lares.
Use o comprimento máximo do fórceps de liberação cap -
• Inicie realizando um exame bilateral da amplitude de sular angulado para continuar a liberação da cápsula.
movimento com o paciente sob anestesia, e tente uma Conforme a liberação continua de posterior para anterior,
manipulação gentil. a borda inferior do subescapular é encontrada. Continue
•Realize um portal posterossuperior após demarcar a ana- a liberar dentro do quadrante anteroinferior. Nesta localiza-
tomia cirúrgica . ção, o ligamento glenoumeral inferior é bastante espesso.
•Insi ra um trocarte cortante através do soft spot na regão • Posicione o artroscópio para visualizar a borda superior arre-
posterossuperior da articulação glenoumeral. Utilize um dondada do tendão subescapular, e posicione um segundo
trocarte afiado para perfurar a espessa cápsu la posterior portal anteroinferior de fora para dentro logo acima do
se necessário, mas retorne com a ponta romba antes de tendão subescapu lar. Assim que o portal é estabe lecido,
avançar para o interior da articulação. utilize o portal anterossuperior para a visão artroscópica e
• Avance o artroscópio em direção ao intervalo rotador. Em posicione o fórceps de liberação capsu lar através do portal
ombros muito rígidos, não há espaço abaixo do tendão anteroinferior para liberar o ligamento glenoumeral inferior
do bíceps, mas o artroscópio pode ser avançado acima da superfície profunda do múscu lo subescapu lar.
do tendão do bíceps em direção à cápsu la do interva lo •Libere completamente as estruturas capsu loligamenta res
rotador. espessas até que uma conexão direta entre as liberações
•Use uma haste de Wissinger para criar um portal ante- anterior e posterior seja realizada . A cabeça umeral não cai
rossuperior de dentro para fora. Alternativamente, este inferiormente e não rotaciona completamente até o liga-
portal pode ser realizado de fora sendo posicionado 1,5 mento glenoumeral inferior ser completamente seccionado.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
• Depois que a liberação tinha sido conectada circunferencial- aproximadamente 4,5 cm do acrômio posterolateral. Este
mente ao redor da articulação, finalize a sinovectomia e a portal é criado sob visualização direta por meio da técnica
ressecção ampla das margens capsulares para prevenir forma- de fora -para-dentro.
ção de cicatrização precoce e restringir o volume capsular. •Depois da inspeção da articulação glenoumeral através
•Quando a liberação capsular intra-articular for completada, do porta l posterior, introduza o artroscópio no espaço
visualize o espaço subacromial . Normalmente, contraturas e subacromial através do portal lateral. Use um shaver e um
aderências significativas na interface do movimento umero- dispositivo de radiofrequência através do portal posterior
escapular são vistas nos pacientes com intervenções cirúrgi- para remover a bursa anteromedial e permitir o acesso à
cas prévias. Estas aderências conectam a superfície profunda incisura supraescapular. Devido ao inchaço durante o pro-
ao manguito rotador, e prejudicam a rotação e o desliza- cedimento aumentar significativamente a dificuldade de
mento, limitando a amplite de movimento do ombro. obter exposição adequada para o lig amento escapular
•,Por meio de uma abordagem axilar deltopeitoral, realize transverso, uma ressecção distal clavicular ou uma des-
uma lise completa das aderências entre a superfície bursal compressão subacromia l, se indi cada, deve ser feita após
ao redor do úmero proximal e as superfícies de todo o
a descompressão do nervo supraescapular.
manguito rotador, arco coracoacromial, base do cora-
•Uma vez que a bursectomia anteromedial tenha sido
coide, e tendão conjunto.
realizada, mude o artroscópio para o portal lateral. Crie
um portal anterolateral na borda anterolateral do acrômio.
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Um cateter supraclavicu-
Este portal é ótimo para completar a dissecção da incisura
lar é colocado antes da cirurgia debaixo do guia de ultras-
escapular com o uso de um shaver e de dispositivo de
som. É mantido no local para controle da dor nas primeiras
radiofrequência.
48 a 72 horas depois da cirurgia. Depois da cirurgia, o
•Primeiro, identifique o ligamento coracoacromial e siga
paciente e os membros da família são instruídos sobre os
seu curso até a base do coracoide. Depois, identifique os
exercícios de amplitude dos movimentos ativos assistidos
ligamentos coracoclavicu lares (conoide e trapezoide)
imediatos a serem repetidos continuamente durante o dia.
A fisioterapia para a amplitude dos movimentos passivo e avançando a dissecção posteriormente e mediaimente. A
ativo assistido é iniciada em 24 horas. borda medial destes lig amentos na base do coracoide
Nós recomendamos um reexame após 3 semanas. define a inserção latera l do ligamento escapular trans-
Os exercícios de alongamento devem ser feitos em todos verso superior. O ligamento escapular transverso é iden-
os quatro quadrantes, cinco vezes por dia, com cinco tificado como a continuidade medial do ligamento
repetições de cada manobra de alongamento. conoide sobre a incisura escapular (Fig. 52-53A).
•Uma vez que a visua li zação do ligamento escapular
transverso seja adequada, utilize uma agulha longa de
COMPRESSÃO DO NERVO calibre 18 para guiar a localização do novo portal do
SUPRAESCAPULAR nervo supraescapu lar através do trapézio em um ângu lo
ortogona l para a fossa supraescapu lar e levemente ante-
A compressão do nervo supraescapular tem atraído atenção na litera- rior em direção à incisura escapu lar transversa. O portal
tura mais recente como causa de dor persistente paraescapular e poste- é localizado aproximadamente 7 cm medial à borda
rior no ombro associada a lesões extensas de manguito e à tração sobre lateral do acrômio . O portal localiza-se aproximadamente
o nervo causada pelo manguito retraído. Outras causas da compressão 2 cm medial ao portal de Neviaser. Se a agulha espinal
do nervo supraescapular são gânglios dentro ou ao redor da incisura
for orientada corretamente, a ponta dela deve ser visua -
supraescapular e alteração da anatomia da incisura envolvendo espes-
lizada imediatamente anterior à borda do músculo supra-
samento do ligamento transverso e anatomia óssea estreira da incisura.
espina l. Tome cuidado para não lesionar o nervo espinal
Lafosse et al. sugeriram que dor crônica e evidência eletrodiagnóstica
acessório na região em que ele atravessa a borda medial
de compressão do nervo supraescapular refratária a tratamentos con-
da escápu la; o portal deve estar mais de 5 cm medial ao
servadores são indicações para a liberação cirúrgica do nervo.
nervo supraescapu lar.
__ ___
•Uma vez que a agulha tenha sido apropriadamente posi-
LIBERAÇÃO DO NERVO cionada, use uma lâmina para incisar a pele e realize uma
dissecção romba através do trapézio e dos tecidos moles
SUPRAESCAPULAR
ao redo r do nervo supraescapular com um trocarte. O
TÉCNICA :;....__ ........... trocarte rombo é utilizado para dissecar o tecido gordu-
roso que envolve o nervo supraescapular dentro da incisura
(LAFOSSE, TOMASI E CORBETT) escapular e para identificar melhor as bordas do ligamento
escapular transverso. A artéria supraescapu lar é facilmente
• Posicione o paciente em "cadeira de praia" com um braço visua lizada superior ao ligamento, e o nervo supraescapular
mantido em flexão com 3 kg de tração longitudinal. Posi- é identificado conforme ele atravessa abaixo deste liga-
cione o portal do nervo supraescapular entre a clavícula e mento (Fig . 52-538). Se necessário, utilize radiofrequência
a espinha escapular aproximadamente 7 cm medial à ou shaver para aumentar a dissecção, mas tenha certeza
borda lateral do acrômio. Este portal está localizado apro- de que os instrumentos sejam mantidos superior e late-
ximadamente 2 cm medial ao portal de Neviaser. Warner ra lmente à inserção do ligamento conoide na base do
et ai. descobriram que a incisura supraescapular está a coracoide para evitar lesões à artéria supraescapular. )
@ffj$ PARTE XIV ARTROSCOPIA
COTOVELO
A avaliação e o tratamento artroscópicos do cotovelo têm avançado
em popularidade e sofisticação. Novos portais e técnicas cirúrgicas
avançadas têm sido descritos, e um melhor entendimento dos
achados patológicos tem sido obtido.
INDICAÇÕES
A B e A artroscopia do cotovelo tem sido útil nas seguintes situações: (1 )
avaliação e remoção de corpos livres; (2) avaliação e tratamento da
O@l@>iEfm Nó SMC. A, Nó realizado por debaixo do poste. osteocondrite dissecan te do capítulo; (3) avaliação e tratamento de
B, Segundo nó com laçada por debai xo do poste . C, Nó com laço lesões condrais ou osteocondrais da cabeça radial; (4) excisão de
po r debai xo do poste e por trás do segundo fio . (De Kim SH, Ha osteófitos do úmero e do olécrano; (5) sinovectomia parcial, espe-
KI: The SMC knot-a new sl ip knot with locki ng mechanism, Arthros- cialmente em doenças reumatológicas; (6) desbridamento e lise de
copy 16:563, 2000.) aderê ncias ao redor do cotovelo em doen ças dege nerativas pós-
traum áticas; (7) liberação do cotovelo do tenista (epicondilite
lateral); e (8) ava liação de cotovelo doloroso quando out ros testes
diagnósticos são inconcl usivos. O uso de um artroscóp io também
tem sido descrito para o desbridamento de bursa inflamada do
Outros pontos importantes para assegurar a amarração dos olécrano, procedimentos de estabili zação, e tratam ento de algumas
nós são os seguintes: ( 1) o fio deve deslizar através do laço da ânco ra, fr aturas intra-articulares.
permitind o um nó deslizante inicial; (2) o knot pusher deve ser As contraindicações são poucas, mas incluem a anquilose
passado totalmente abaixo do poste da sutura sem obstrução; e (3) óssea ou fibrosa grave qu e impede a intro dução segura do artroscó -
nenhuma tensão excessiva deve ser colocada nos tecidos suturados. pio. Cirurgia prévia que altera a anatomia normal do cotovelo, como
A tensão pode ser aliviada por meio da diminu ição da tração e a transposição anterior do nervo uln ar, também elimina alguns
internam ente rotacionando o ombro e mantendo uma sutura de portais e pode ser uma contraindicação relativa para a artroscopia.
tração ou grasper no tecido enquanto amarra o nó. Um monofila- Como em outras articulações, a artroscopia do cotovelo não deve
mento de PDS absorvível mantém 40% a 50% da força em 6 semanas, ser feita na presença de uma infecção periarticular.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPER IOR
Cirurgião
Epicôndilo
_ intermuscular medial
I
7
Bolsas de
irrigação
Artéria braquial
e D
O!ijii;Hml A, Configuração da sala cirúrgica com o paciente em decúbito ventral com coxins torácicos. Para uma mob ilidade
adicional, ombro e braço proximal são elevados com ajuda de um travesseiro. O garrote é posicionado na região proximal do braço.
Todo o equipamento é montado na plataforma portátil com rodas. B, O portal proximal medial é localizado 2 cm proximal ao epicôndilo
umeral medial, logo anterior ao septo intermuscular medial. C, Visão do portal proximal medial através da secção tranversa do braço.
Bainha e trocarte rombo são inseridos anteriores ao septo intermuscular e em contato com a porçã o anterior do úmero, e direcionados
à cabeça radial, evitando, assim, lesão às estruturas neurovasculares. D, O portal proximal medial fornece visão completa da articulação
anterior. A gravidade protege o nervo mediano e a artéria braquial.
e a cápsula articular. O cotovelo é distendido inicialmente através o portal anterolateral distal devido à sua proximidade com o nervo
deste portal. radial, mas preferimos o portal anterolateral médio (Fig. 52-61). O
O portal anterolateral, tradicionalmente o portal-padrão para portal anterolateral atravessa o músculo extensor radial curto do
diagnóstico, normalmente é o primeiro estabelecido depois da dis- carpo e passa abaixo do nervo radial. Lynch et ai. reportaram que
tensão do cotovelo. O portal anterolatera l pode incluir ( 1) o tradi- os instrumentos podem passar aproximadamente 4 mm do nervo
cional portal anterolateral distal, 2 cm a 3 cm dista l e 1 cm anterior radia l quando o cotovelo não está adequadamente distendido.
ao epicôndilo lateral, (2) o portal anterolatera l médio, logo proximal Todavia, se o cotovelo estiver flexionado em 90 graus e distendido
e aproximadamente 1 cm anterior à articulação radiocapitelar pal- maximamente, a distância entre o nervo radial e a cânula é, em
pável, e (3) o portal anterolateral proximal, 2 cm proximal e 1 cm média, de 11 mm. Field et ai. avaliaram a distância da cânula ao
anterior ao epicôndilo lateral, conforme descrito por Field et al. nervo radial com todos os três portais anterolaterais. Eles encontra-
Estes autores acreditam que este portal proximal é o tecnicamente ram a maior distância entre o portal anterolateral proximal, com
mais fácil de estabelecer e que permite exposição da articu lação média de 13,7 mm com o cotovelo flexionado; o nervo estava, em
superior comparável com outros portais anterolaterais. O portal média, a 7,2 mm do portal anterolateral distal e a 10,9 mm da porção
anterolateral proximal fornece a distância mais segura do nervo do portal anterolateral médio. Todos os autores enfatizam a impor-
radial, mas pode fazer a instrumentação no compartimento medial tância dos 90 graus de flexão do cotovelo e a distensão da articulação
mais difícil do que o portal anterolateral m édio. Não usamos mais para mover o nervo rad ial anterio rm e nte para fora do caminho do
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR tm:lll
O@il;tJ.im!D) A, Os portais são demarcados na pele para artroscopia com o paciente em decúbito ventral. Lateralmente, os portais
anterolateral médio e anterolateral proximal são demarcados. O portal lateral direto também é indicado logo posterior à articulação
radiocapitelar. Mediaimente, o nervo ulnar e o epicôndilo medial são cuidadosamente demarcados. A fossa dos fle xo res do cotovelo é
observada. O portal medial proximal é realizado 2 cm proximal ao epicôndilo. Os portais lateral direto e posterolateral situam-se 2,5
a 3 cm proximal à ponta do olécrano com o cotovelo em 30 graus de flexão e o paciente em decúbito dorsal. B, Configuração da sala
cirúrgica para artroscopia do cotovelo com o paciente em decúbito ventral.
trocarte ao entrar na articulação. A incisão na pele deve ser feita uma condição patológica anterior for identificada, instrumentos
cuidadosamente com uma lâmina nº 11, evitando penetração pro- cirúrgicos são introduzidos através de um portal anterolateral.
funda para proteger os nervos cutâneos lateral e posterior do ante- Para estabelecer os dois portais posteriores com o paciente em
braço. Uma pequena pinça de hemostasia é utilizada para ampliar a decúbito dorsal, o cotovelo é flexion ado em 45 a 60 graus para
incisão na cápsula antes de usar um trocarte rombo para adentrar a relaxar o músculo tríceps e permitir distensão do aspecto posterior
articulação. da articulação do cotovelo. O portal posterolateral é localizado 2 cm
O portal anteromedial está localizado 2 cm distal e 2 cm ante- a 3 cm proximal à ponta do olécrano logo lateral à borda do tendão
rior ao epicôndilo medial. Este portal se aproxima da extensão do tríceps junto ao ângu lo lateral supracondilar (Fig. 52-60A). Se o
medial da prega flexora do cotovelo (Fig. 52-60A). Ele passa através aspecto posterior da articu lação rad iocapitelar necessitar de visua-
da porção tendinosa no pronator redondo e no aspecto radial do li zação e instrumentação, o portal para localização do artroscópio
flexor superficial dos dedos antes de penetrar na cápsula medial. deve ser feito logo proximal à ponta do olécrano em linha com a
Lynch et a!. demonstraram que as cânulas passam a uma distância calha radial, sendo que a instrumentação deve ser realizada através
média de 14 mm posterior ao nervo mediano e 17 mm posterior à de um portal lateral direto. Com o paciente em decúbito dorsal, o
artéria braquial com o cotovelo flexionado em 90 graus e a articu- cotovelo está em aproximadamente 90 graus de flexão e o portal é
lação completamente distendida. O nervo cutâneo medial do ante- feito 2 cm a 3 cm proximal à ponta do olécrano. Os nervos cutâneo
braço e a veia basílica são vulneráveis a uma incisão mais profunda posterior do antebraço e cutâneo lateral do braço estão em risco com
que a camada cutânea. Estas estruturas normalmente podem ser incisôes profundas. O nervo ulnar está 2,5 cm medial ao centro da
transiluminadas com o artroscópio no portal lateral antes de se articulação do cotovelo e pode ser danificado se a cânula passar
estabelecer o portal medial. muito mediaimente.
O portal medial proximal (ou portal anteromedial supracondi- O portal posterior direto é realizado 2 cm a 3 cm proximal à
lar) (Fig. 52-60A) com o paciente em decúbito ventral tem sido reco- ponta do olécrano e aproximadamente 2 cm medial ao portal pos-
mendado por Poehling et ai. Este portal é localizado 2 cm proximal e terolateral com o paciente em decúbito dorsal e o cotovelo em 45
anterior ao epicôndilo medial. É imperativa a palpação da posição do graus de flexão. Com o paciente em decúbito ventral e o cotovelo
nervo ulnar antes de estabelecer este ou qualquer outro portal medial. em 90 graus de flexão, os portais são feitos 2 cm a 3 cm proximais
Para evitar lesôes em diversos nervos cutâneos, somente a pele é à ponta do olécrano centrados no tendão do tríceps (Fig. 52-60A).
cortada longitudinalmente com a ponta de uma lâmina nº 11. A Ele é utilizado se um segundo portal for necessário posteriormente.
cânula é inserida anterior ao septo intermuscular para evitar lesões ao O nervo ulnar está em risco se o portal é posicionado muito medial.
nervo ulnar e deve manter contato com o úmero anterior para prote- O portal é estabelecido sob visão direta com um artroscópio no
ger o nervo mediano e a artéria braquial. A câ.nula é direcionada para portal lateral direto ou posterolateral. O posicionamento apropriado
a cabeça radial durante a inserção. Este portal permite uma melhor do portal pode ser confirmado por meio da inserção de uma agulha
visualização do cotovelo do que o portal anteromedial tradicional. Se longa. Em cotovelos com artrofibrose grave, algumas vezes o portal
BD PARTE XIV ARTROSCOPIA
Nervo cutâneo
---=--1+-- - - posterior do
antebraço
.r- - - - Ramo superficial
do nervo radial
Nervo cutâneo
medial do
Nervo
Portal
posterocentral
Portal
anteromedial
B e
H[riii;MeEJ Locais dos portais nos aspectos lateral (A), medial (B) e posterior (C) do cotovelo.
posterior direto pode ser estabelecido mais facilmente que o portal Evite penetrar muito anteriormente nos tecidos moles
posterolateral, e o uso de um artroscópio de 2,7 mm pode ajudar na fossa antecubital. Um edema extra-articu lar da infil-
adentrar ao compartimento posterior mais facilmente. Um portal tração da so lu ção de irriga ção nesta região anterior
acessório posterior para retração 2 cm mais proximal pode ser feito pode reduzir o espaço da articulação anterior. Utili zando
para introduzir um elevador de Howorth. Da mesma forma, portais uma seringa de 60 ml, distenda o cotove lo com o fluido.
anteromedial ou anterolateral para retração podem ser feitos 2 cm Um fluxo contrário livre do flu ido con firma a loca lização
a 3 cm proximais a seus locais de origem. intra-articular aprop ri ada da agulha. Disten da ao máximo
a articula ção com 20 ml de fluido para deslocar as
estruturas neurovasculares anteriormente na fossa ante-
AVALIAÇÃO ARTROSCÓPICA DO cub ital e para aumentar o espaço disponível no aspecto
COTOVELO anterior da arti cu lação.
•Deixando a primeira agulha no interior da articulação e
EXAME ARTROSCÓPICO DO COTOVELO mantendo a distenção, insira uma segunda agu lha longa
de ca libre 18 através do portal anterolateral médio. Dire-
TÉCNICA cione esta agu lh a ao centro da articulação; um refluxo de
solução confirma a loca lização intra-a rticular.
PORTAL ANTERIOR •Rem ova a agu lh a e in cise a pele com a ponta da lâmina
•Inicie distendendo a arti cu lação do cotovelo. In sira uma nº 11 puxando a pele contra o eixo cortante. Use uma
agulha longa de ca libre 18 no porta l lateral direto, dire- pinça hemostática tipo mosquito para a dissecção romba
cionando o mesmo ao centro da articu lação. A ag ulh a da fáscia para min im izar as chances de lesão aos nervos
passa entre o olécrano, a cabeça radial e o úmero distal. cutâneo ou radial (Fi g. 52-62).
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR tfji@
primeiramente estabelecidos na maneira descrita para o
porta l anterolatera l.
•Com a técnica com a haste de W issinger, empurre o
artroscópio em direção à cápsu la medial no loca l desejado
para o portal medial, rem ova o artroscópio, e mantenha
a cãnu la contra a cápsu la. Insi ra a haste de W issinger,
avance até tocar a pele mediaimente, corte a pele, e
empurre a hast e através da pele . Introduza uma cãnula
sobre a haste, e insira-a na articulação. Remova a haste,
e o portal está est abelecido.
•Alternativamente, uma agu lha longa de calibre 18
pode ser in serid a através do local do portal anterome-
dial na articulação enquanto se confirma uma posição
satisfatória artroscopicamente. Depo is que a pele é
in cisada e a fáscia é alcançada com uma pinça hemos-
tática, insira um tro carte rombo seg uindo o mesmo
curso que a agulha em direção ao ce ntro da articula-
ção. Empurre o trocarte rombo contra a cápsu la onde
a posição do po nto de entrada pode se r co nfirm ada
Ol§IJ;ffleB Pinça hemostática sendo ut.ilizada para a dissec- proximal e ante riorm en t e à articulação, permitindo
ção romba da cápsula articular com distensão do cotovel o at ravés man obrab ilid ade. Ret ire o artroscópio do caminho
do portal lateral direto . VEJA A TÉCNICA 52-29. antes de recuar a cãn ul a enq uanto movimenta a mesma
para trás e para a frente para penetrar na cápsula da
articulação. Este método previn e a cãnula de deslizar
anteriormente sob re a cáps ul a da articul ação e lesionar
•Passe uma cãnula artroscóp ica com um trocarte rombo as estruturas neurovasculares.
ao longo do mesmo curso da agu lh a bem proximal e • Mantendo a cãnula no portal anterolateral, o artroscó-
anterior à articulação rad iocapitelar. Utilize o trocarte para pio pode ser altera do para o portal antero medial para
alcança r a cápsu la articu lar lateralmente; aumente o visualizar as articu lações radiou lnar e radiocapitelar mais
ângu lo de inserção para ap roxim adamente 70 graus em o ligamento anu lar (Fig. 52-638). A extensão do coto-
relação à horizontal movendo-o em direção ao centro da velo expõe mais o capítulo e, pronando e supin an do o
articu lação. É importante prevenir o trocarte de deslizar antebraço, expõe mais da cabeça radial. A condromalá-
mais mediaimente antes de penetrar na cápsu la articu lar. cia da articulação radiocapitelar pode ser o resu ltado de
Se isto ocorrer, a visão e a instrumentação pelo porta l traumas rep etitivos por arremesso ou esporte com
anterolateral estarão comp rom etidas. raquete. Osteófitos e corp os livres também podem se
•Insira o artroscópio através desta cãnula com infl uxo formar. Por meio da aplicação de estresse varo na arti -
através do artroscópio. Este portal permite exame do pro- culação, a superfíci e articular do capítulo pode se r vist a
cesso coronoide da ulna e da crista troclear (Fig. 52-63A). me lhor conforme o cotove lo é estendido (Fi g. 52-63C).
•Examine a cápsu la medial da arti cu lação . Ti mmerman e O ligamento anu lar pode ser exam in ado usando-se a
Andrews demonstraram que 10% a 15 % da porção ante- ponta do shaver ou uma cã nul a romba para elevar a
rior da banda anterior do ligam ento colateral ulnar pode cápsula anteri or e distalmente sobre a cabeça radia l. A
ser vista em alguns cotovelos . Sinovite ou lesão capsular cápsu la anterolateral e o recesso devem ser examinados
nesta área podem indicar instabi lid ade media l. Confirme em busca de sinovite. De acordo com And rews e Baum-
a instab ili dade por meio de liberação da tração, supi- garten, uma plica si novial no recesso latera l pode repre-
nando o antebraço, e ap licando estresse va lgo ao coto- sentar um achado normal. Com traumas de repetição,
velo em graus variáveis de flexão de 30 a 90 graus. De esta banda pode tornar-se mais espessa e fibrótica, e
acordo com Andrews e Baumgarten, a abertura da arti- necessitar ser liberada. Recua ndo cuida dosamente o
culação mediaimente em mais de 1 mm indica frouxidão artroscópio e rotacionando a lente em direção à ulna, é
medial. Flexionar e estender o cotovelo também permi- visua lizado o processo coronoide.
tem visual izar a tróclea. Retrair o artroscópio permite
visua lizar a cabeça rad ial e a articulação radioulnar é vista PORTAL LATERAL DIRETO
conforme o anteb raço é pronado e supinado. •Este portal é posicionado proximal e posterior à articulação
•Vire o artroscópio para observa r a cápsula e sua inserção rad iocapitelar, e logo posterior ao portal anterolatera l pre-
no úmero dista l. Observe a patência da fossa coronoide. viamente estabelecido (Fig . 52-60A). Util ize um trocarte
Corpos livres, osteófitos e aderências podem impactar rombo pa ra adentrar na arti cu lação cuidadosamente, evi-
com o coronoide quando o cotovelo estiver completa - t ando, assim, lesões na cartilagem articular. Oriente-se
mente flexionado. localizando as duas articulações e o aspecto posterior das
•O portal anteromed ial pode ser estabelecido com a técnica articu lações radiocap itelar e radioulnar (Fig. 52-63D).
com haste de Wissinger ou sob visão direta artroscópica • Examine a concavidade da cabeça radial articulando na con-
pelo portal anterolateral. Alguns autores acreditam que vexidade do capítul o. Vire a lente para olhar anteriormente,
o portal anteromedia l ou o proximal medial devem ser e gentilmente mova o cotove lo de flexão para extensão )
Mfi" PARTE XIV ARTROSCOPIA
mi A, Visão do lado medial do cotovelo com o processo coronoide à direita e a tróclea à esquerda. B, Aspecto anterior
do cotovelo visto através do portal medial com coronoide e tróclea ao fundo e a articulação radiocapitelar. O ligamento anular é visto
claramente. C, Articulação radiocapitelar com aplicação de estresse em varo para expor a região inferior da cabeça radial. D, Com o
cotovelo flexionado em 90 graus, o paciente em decúbito dorsal, e um artroscópio de 2.7 mm no portal lateral direto, a articulação
dos três ossos é visualizada. A cabeça radial está acima e à esquerda, a ulna está acima e à direita, e o capítulo está abaixo. E, A área
descoberta do olécrano está do lado direito e a tróclea à esquerda. O artroscópio está localizado no portal lateral direto. F, Comparti-
mento posterior observado através do portal posterolateral. A ponta do olécrano está acima, a tróclea está abaixo, e a fossa do olécrano
está ao fundo. G, Recesso medial visualizado através do portal posterolateral com o aspecto posterior do ligamento colateral ulnar à
direita e o úmero distal à esquerda. VEJA A TÉCNICA 52-29.
examinando a superfície do capítulo . Procure por sinais insira uma agulha de calibre 18 em direção à fossa do
)
de condromalácia ou qualquer defeito condral produ- olécrano, e confirme a posição. Se o portal lateral direto
zindo instabilidade ou incongruência. Palpe lesões oriun- for utilizado como portal de trabalho para tratamento de
das de osteocondrite dissecante através de um portal uma lesão orirunda de osteocondrite dissecante, o portal
acessório, e avalie a estabilidade da cartilagem articular. posterolateral deve ser realizado logo proximal à ponta
Posicione o artroscópio de volta posteriormente para a do olécrano em linha com o recesso radial. Um artroscó-
área das duas articulações. pio de 70 graus é inserido e direcionado para a articula-
•Examine a articulação entre o olécrano e a tróclea. Peque- ção radiocapitelar. Isto permite a separação do artroscópio
nos corpos livres podem estar escondidos nessa área . e do portal de trabalho, facilitando a triangulação.
Uma área descoberta normal existe na articulação do •Incise a pele e utilize uma pequena pinça hemostática
olécrano no local da cicatriz fisária (Fig . 52-63E). Siga a para divulsionar a cápsula . Utilize um trocarte rombo para
articulação proximalmente para observar a extremidade adentrar a articulação . A visão artroscópica abrange a
posteromedial do olécrano. A condromalácia da extremi- fossa e a ponta do olécrano, a tróclea posterior (Fig.
dade do olécrano pode progredir para formação de oste- 52-63F) e uma porção da banda posterior no ligamento
ófito, o que é um indicativo de impacto posteromedial no colateral ulnar (Fig. 52-63G). Com o paciente em decú-
cotovelo . Este espectro de lesão é uma continuação da bito ventral, os procedimentos artroscópicos no compar-
resposta patológica relacionada à frouxidão medial do timento posterior são tecnicamente mais fáceis e a
cotovelo devido a arremessos repetidos. orientação é facilitada . Corpos livres frequentemente
• Posicione o artroscópio mais proximalmente, e vire a lente gravitam para o compartimento posterior, e osteófitos
para observar o local do portal posterolateral. são formados na extremidade posteromedial do olécrano.
Palpar o nervo ulnar localiza-o logo superficial a este
PORTAL POSTEROLATERAL osteófito posteromedial, separado somente pela cápsula
•O portal posterolateral pode ser estabelecido sob a orien- articular.A proximidade do nervo deve ser considerada
tação artroscópica com o artroscópio no portal lateral quando se utilizar instrumentos motorizados ou osteóto-
direto e a lente direcionada posteriormente . Primeiro mos posteriormente .
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
Olijii;tfimD A, LGrande corpo livre no compartimento anterior do cotove lo. B, Compartimento anterior após a remoção do corpo
li vre.
•
de lesão da cartilagem articular, com grau 5 sendo uma lesão desta-
cada. Da mesma forma, a Sociedade Internacional de Pesquisa de
Cartilagem graduou as lesões de cartilagem da osteocondrite disse-
cante de 1 a 4, com grau 1 sendo cartilagem intacta, grau 2 sendo Estável (Takahara; DeSmet Descansar, imobilização
parcialmente destacada, grau 3 sendo destacada mas localizada -RM) para controle de
dentro do defeito, e grau 4 sendo deslocada do defeito. Durante a movimento, aguardar
avaliação artroscópica da lesão, tamanho, conteúdo e engate da cicatrização em 6
cabeça radial na lesão são fatores prognósticos importantes. Defeitos semanas, RM em 3
da superfície articular do capítulo maiores que 50%, perda da con- meses, retorno às
tenção lateral de mais de 6 mm ou 7 mm, ou engate da cabeça radial atividades quando
após desbridamento da lesão são fatores de prognósticos ruim, de curado e assintomático
acordo com Ahmad et ai. Eles sugeriram que, durante a avaliação Instável-sistema de
do engate da cabeça radial, o cotovelo deve ser posicionado em gradação ICRS 1-4
extensão, pronado e supinando, e depois promovido o arco de movi- Grau 1 Perfurar com fio Kirs-
mento completo para avaliar se a cabeça radial é engatada ao efeito chner de 1,5 mm
capitelar depois do desbridamento. Com o engate, perda de suporte Gra u 2-4 Lesão contida, Microfratura
lateral, ou mais de 50% de envolvimento do capítulo, tanto a fixação articulação estável
do fragm ento quanto o transplante osteocondral são adequados para Grau 2-4 Articulação Considerar fixação com
prevenir sintomas adicionais e reduzir o potencial de alterações instável, cartilagem e parafuso; cicatrização
degenerativas articulares adicionais. osso de excelente mais difícil
Os estud os de acompanhamento de paciente submetidos à qualidade
Grau 2-4 Articulação Transplante osteocondral
fixação de fragmentos demonstram resultados variáveis. A maior
instável, lesão
parte dos fragmentos tende a apresentar alterações degenerativas
unipolar
condrais ou uma quantidade óssea mínima para fornecer uma
Grau 2-4 Articulação Desbridamento e
fixação segura, e é mais comumente tratada com microfraturas (Fig. microfratura, modifica-
instável, lesão bipolar
52-67) ou transplante osteocondral, dependendo do tamanho e do ção de atividade
conteúdo da lesão. Nosso algoritmo para um protocolo de trata-
mento é demonstrado na Tabela 52 -9.
•Distenda o cotovelo através do portal soft spot antes de
rea liza r quaisquer portais. Gera lmente, cinco portais são
TRATAMENTO ARTROSCÓPICO DA necessários para visualizar por comp leto e tratar o coto-
OSTEOCONDRITE DISSECANTE velo nesta co ndi ção .
•Realize um portal anterolateral médio utilizando uma
TÉCNICA agulha longa para adentrar na articulação e uma lâmina
nº 11 para criar o portal. Um artroscópio de 4 mm é
•Posicione o paciente em decúbito dorsa l com o braço utilizado para visualizar a porção anterior da articulação
mantido em tração balan ceada, com 2,2 kg a 2,7 kg de à procura de corpos livres e para visualizar a extensão da
tração, o ombro em 90 graus de abdução, e o cotovelo lesão da osteocondrite disseca nte; ela pode ser visuali-
em 90 graus de flexão. zada se o cotovelo for posicionado próximo à exten são. )
Wfjl:t PARTE XIV ARTROSCO PIA
) Um portal anteromedial pode ser rea lizado para palpar o TRANSPLANTE DE AUTOENXERTO
defeito, se necessá rio. Procu re uma plica patológica
OSTEOCONDRAL
acima da in cisura latera l que possa ca usa r crepitação na
borda do capítu lo, e ela deve ser liberada com um shaver. Tsuda et ai. descreveram o transplante osteocon dral aberto
• Realize um portal posterolateral logo lateral à ponta do assistido por artroscopia em três não atletas com osteo-
olécrano e introduza uma cânu la pequena com um obtura- condrite dissecante do cotovelo. lwasaki et ai. utilizaram
dor rombo para posicioná-la na área radiocapitelar. Ut ilize uma abordagem da coluna posterol ateral descrita por
um artroscópio de 70 graus para visualizar a articulação. Mansa t e Morrey para executar uma mosa icoplastia em
• Com uma agu lha longa, identif ique o loca l para um porta l oito pacientes que eram jogadores de basebol. Sete dos oito
lateral direto, que deve ser posicionado em um ângu lo que pacientes obtiveram resu ltados bons o u ótimos no acom -
permita a melhor manipulação, desbridamento ou f ixação panhamento de 24 meses. Eles utilizaram a escala de
da lesão de osteocondrite dissecante. Realize um porta l Timmerman e Andrews, e seus pacientes melhoraram, em
acessório lateral 1 cm em direção ulnar ou 1 cm distal ao média, de 140 para 183 em um a esca la de 200 pontos,
portal lateral direto, se necessário. sendo 200 o normal. Yamamoto et ai. reportaram em um
• Resseque a sinóvia e o coxim gord uroso, bem como qua l- acompa nhamento de 2 anos de 18 joga dores de basebol
quer plica junto à articulação radiocapitelar, com uma lâmina jovens com osteocondrite dissecante que fi zeram o pro-
de ressecção radial. Visual ize por completo, palpe o defeito cedimento de transplante osteocondra l. Nove tinham
e avalie a fragmentação da cobertura carti laginosa. Se a lesões de grau Ili, e nove t inham lesões de grau IV. Seis
lesão estiver firme, estável e com um leve amolecimento da dos nove pacientes com lesões de grau Ili e oito dos nove
cartilagem, a perfuração artroscópica pode ser efetuada com lesões de grau IV puderam retorn ar ao seu níve l
através de um dos dois portais latera is. anterior de esportes. El es também notaram que três das
• Use um f io Kirschner de 1,5 mm para perfurar a superfície lesões de níve l IV com amp los defeitos tiveram evidências
e um pequeno guia para proteger os tecidos moles enquanto persistentes de irregu lari dades articulares no acompanha-
efetua a perfuração. As perfurações são espaçadas em 3 mento por RM. No acompan hamento a curto prazo, estas
mm entre elas, e todo o defeito deve ser perfurado. lesões, que estão associadas a compressão e forças cisa-
• No caso de uma lesão instável, avalie minuciosamente a inte- lhant es devido ao esporte, foram tratadas sa tisfa tori a-
gridade da cartilagem articular, o montante do capítulo envol- mente co m tran splantes osteocondrais autólogos.
vido, se a lesão está contida por um suporte lateral, e se há
osso de boa qualidade suficiente para fixação com parafuso. TÉCNICA
Nas raras ocasiões em que há tecido de boa qualidade de
tamanho suficiente para f ixar o parafuso, um parafuso canu- (YAMAMOTO ET AL.)
lado bioabsorvível pode ser inserido para segurar a lesão.
• Para os defeitos de graus li a IV com uma lesão contida e •Realize uma artroscopia da articulação do cotovelo
articulação radi ocapitelar estável, desbride o defeito até uma através do portal medi al, e inspecione a articulação.
borda estável seguido de microfraturas. Se houver algum •Observe a lesão da osteocondrite dissecante por meio de
defeito envolvendo mais que 50% do capítulo associado ao uma abordagem posterolateral ou abordagem posterior.
engate da cabeça radial dentro do defeito que resu lte em •Na abordagem posterolateral, separe o músculo ancôneo
travamento e crepitação durante a pronação e supinação do ext ensor ulnar do ca rpo e preserve o ligamento cola-
com o cotovelo próximo da extensão completa ou durante teral lateral o máximo possível. Separe a cápsu la articular
a flexão e extensão, então realize um procedimento de trans- anterior, e exponha a arti culação radioum eral.
plante osteocondral conforme descrito na Técn ica 52-3 1. • Na abordagem posterior, flexione completamente o coto-
O procedimento de t ran splante osteocondral deve ser reali- velo e incise a pele posterior longitudinalmente. Separe o
zado utilizando-se um autoenxerto da fossa intercondilar ou músculo ancôneo e a cápsu la articular para visu aliza r a
do aspecto lateral do côndi lo femoral lateral. Isto geralmente lesão da osteocondrite disseca nte.
deve ser rea lizado como um procedimento aberto para obter •O Sistema de Transp lante de A utoenxerto Osteocondral
a localização precisa dos enxertos no capítulo. (Arthrex lnc., Naples, FL) é utilizado para colher e trans-
ferir o autoenxerto osteocondra l.
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO No caso de perfuração • Para lesões de gra u IV ou pequenas de grau Ili, deter-
ou microfratura do cotovelo, a ampl itude de movimento m in e o tamanho (usando medidores) e números de
precoce é iniciada. Nenhuma atividade de carga ou exer- enxertos osteocondrais que recobririam adequadamente
cício de fortalecimento é iniciado até que a amplitude de o defeito.
movimento do cotovelo seja completa em no mín imo de •Crie cavidades receptoras na lesão com o instru mental de
6 semanas após o procedimento. O reto rn o às atividades retirada de enxertos. Um perfurador ca nulado pode ser
após ambos os procedimentos acontece em 3 a 4 meses utilizado para criar as cavidades receptoras na lesão co m
assim que os sintomas estejam resolvidos e a força tenha alterações escleróticas por meio da perfuração da base
sido recuperada. Para os procedimentos de transplante da cavidade antes da inserção do enxerto pa ra estimular
osteocondral de autoenxerto, os exercícios para ganho de a medula óssea.
amplitude de movimentos são iniciados imediatamente; o • Artroscopicamente, retire os enxertos ost eocondrais de
forta lecimento é iniciado com 6 semanas; e o retorno às aproximadamente 1O mm de comprimento da fossa inter-
ati vidades, entre 4 e 6 meses assim que o enxerto t iver sido condi lar do cônd ilo fe moral latera l ou reg ião lateral da
incorporado. art icu lação patelofemoral.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
LESÕES DO ARREMESSADOR
H@ii;f.SmJ Exame artroscópico demonstrando instab ilidade
As lesões no cotovelo do arremessador incluem compressão e lesões medial durante o exame de estresse em 70 graus de flexão . Note
cisalhantes da articulação radiocapitelar no lado lateral do cotovelo, a abertura de 2 mm entre o corono ide e a tróclea.
incompetência e lesão do ligamento colateral ulnar, e impacto pos-
teromedial com formação de osteófitos conforme descrito por Cain e posterolateral é indicada. Avaliação cuidadosa e completa do coto-
et ai. e outros. Corpos livres podem ser encontrados anteriormente velo é indicada conforme previamente descrito. Sobre a excisão do
ou posteriormente; pequenos corpos livres podem ser encontrados osteófito do olécrano, estudos realizados por Kamineni et ai. têm
junto à articulação radiocapitelar posterior e à articulação troclear. demonstrado que é seguro remover o osteófito e não mais do que
Se o cotovelo doloroso não responder ao tratamento sintomático e 3 mm de osso na ponta do olécrano. Remoções mais agressivas na
ao repouso, a RM é indicada. O meio de contraste de gadolínio pode ponta do olécrano resultam em sobrecarga do ligamento colateral
ser adicionado para uma avaliação completa da lesão parcial do ulnar e potenciais complicações futuras.
ligamento colateral ulnar. Nos pacientes mais jovens, as rad iografias
do cotovelo podem mostrar osteocondrite dissecante ou não conso-
lidação fisária do olécrano. Nos pacientes mais velhos, fraturas de RESSECÇÃO OSTEÓFITOS E DA
estresse do olécrano podem ser encontradas em radiografias ou RM. PONTA DO OLECRANO
A artroscopia é indicada quando um processo patológico é encon-
trado na RM ou quando a dor ou a incapacidade de arremessar
persiste apesa r das medidas conservadoras.
• Posicione o paciente em decúbito dorsal, ventra l ou latera l
conforme desejado.
• Observe o compartimento anterior através dos portais
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO DO LIGAMENTO
anterolatera l proximal e anteromed ial. Os portais poste-
COLATERAL ULNAR
rolatera l e posterior são usados para a realiza ção do pro-
cedimento (Técnica 52-2 9)
A integridade funcional da banda anterior do ligamento colateral
•Após visualizar completamente o compartimento anterior,
ulnar pode ser avaliada liberando a tração do braço, supinando o
direcione a atenção para o compartimento posterior. Observe
antebraço, e flexionando o cotovelo em 70 graus durante a artroscopia.
os recessos posteromedia l e posterolateral e a articulaçã o
Estresse em valgo é aplicado na articulação conforme a articulação
rad iocap itelar para garantir que não existam corpos livres.
ulnoumeral é observada através do portal anterolateral. Normal-
• Remova quaisquer osteófitos identificados na ponta do
mente, a articulação ulnoumeral abre menos que 1 mm sob estresse.
olécrano utilizando um pequeno osteótomo artroscóp ico
Aberturas de mais de 1 mm a 2 mm, de acordo com Andrews e
ou com um shaver com lâmin a pequena (Fig . 52-69). Não
Baumgarten, indicam instabilidade funcional (Fig. 52-68). Lesões
mais que 2 mm a 3 mm de osso devem ser removidos.
incompletas da superfície inferior do ligamento colateral ulnar, con-
• Desbride as lesões condrais da superfície articular e, se
forme descrito por Timmerman e Andrews, podem não gerar insta-
osso exposto for encontrado, utilize uma técnica de
bilidade durante o estresse em valgo. Dano ligamentar ou capsular na
microfraturas.
região do ligamento colateral ulnar pode estar presente em conjunto
com estas lesões. O tratamento depende nos sintomas e dos objetivos
futuros do atleta e está descrito no Capítulo 47.
SÍNDROME DA PLICA SINOVIAL
POSTEROLATERAL
IMPACTO POSTERIOR NO COTOVELO
Dor na região posterolateral do cotovelo, dor persistente, e crepitações
Quando uma radiografia ou RM demonstra um osteófito postero- durante a extensão podem ser causadas por osteocondrite dissecante,
medial, a remoção artroscópica através dos portais posterior direto condromalácia, ou possivelmente síndrome da plica sinovial. Apesar
PARTE XIV ARTROSCOPIA
de rara, é uma entidade que ocorre em atletas devido a traumas de rad iocapitelar, desbride a articu lação e resseque a plica
repetição na região externa do cotovelo, como nos esportes de arre- espessada através de um portal anterolat era l. Ava lie o
messo ou no golfe. Dor posterolateral e sensibilidade na art iculação compartimento posterior da articulação radiocap itelar
radiocapitelar e na região da fossa do ancôneo e dor durante a exten- através de um portal posterolatera l com um artroscópio
são do cotovelo com crepitações intermitentes são mais bem tratadas de 70 graus e 2,7 mm. Resseque o tecido pato lóg ico
conservadoramente inicialmente com medicações anti-inflamatórias, espessado usando um shaver ou uma peq uena pinça do
repouso relativo, e um programa de alongamentos. Infiltração intra tipo basket através de um porta l latera l direto.
-articular de corticoesteroides nesta região também pode ser útil. Dor
persistente, apesar do tratamento conservador, é uma indicação para CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO No pós-operatóri o, o
avaliação artroscópica desta área caso uma RM demonstre evidências paciente utiliza uma tipoia por 3 a 5 dias para manter
de espessamento capsular de 3 mm em cortes axiais indicando uma o cotove lo em repouso, e os exercícios para ganho de
plica patológica no compartimento posterolateral. amp litude de movimento são iniciados precocemente
seguidos de um prog rama de fortalecimento progressi vo,
in iciado após 3 semanas . O retorno aos esportes gera l-
RESSEÇCÃO DA PLICA SINOVIAL mente é permitido em 2 a 3 meses.
PATOLOGICA E ESPESSADA
TÉCNICA
RESSECÇÃO DA CABEÇA RADIAL
•Visua lize o cotovelo anteriormente e posteriormente uti-
lizando vá ri os portais. O aspecto anterolatera l do cotovelo A ressecção da cabeça radial pode ser indicada para fraturas de
é visua lizado através de um porta l anteromed ial. cabeça com consolidação viciosa ou com alterações degenerativas
•Se travamento ou crepitação patológica de uma plica dolorosas. A cabeça radial e uma porção do colo podem ser resse-
forem evidenciados durante a ava liação da arti cu lação cadas usando-se um shaver com lâm ina óssea através do portal
anterolateral e com o artroscópio através do portal anteromedial.
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR fm:llll
Coronoide
O!§mf;iem!) A, Articulação artrofibrótica com coronoide à esquerda, tróclea à direita e extensa fibrose acima. B, Após ressecção
do tecido fibrótico e liberação da inserção capsular distal no úmero. Fossa coronoide preenchida por grande osteófito. C, Fossa coro-
noide após ressecção de osteófito e recriação da fossa para permitir flexão do cotovelo. VEJA A TÉCNICA 52-34.
A cabeça radial é fragmentada e removida até o nível da fossa sigmoide •Utilize uma lâmina nº 11 para incisar a pele e use peque-
da ulna. Uma sinovectomia parcial pode ser necessária para examinar nas pinças de hemostasia para divulsionar os tecidos
adequadamente a cabeça radial e o ligamento anular, que deve perma- moles na região da cápsula articular, evitando, assim,
necer intacto. Ao término da ressecção, o antebraço é pronado e supi-
lesões ao nervo cutâneo antecubital.
nado conforme o cotovelo é movimentado através de toda a amplitude •Adentre na articulação com um trocarte rombo. Usando
de movimento para garantir que nenhw11 impacto ocorra. o trocarte, prenda a cápsu la logo anterior e proximal ao
capítu lo com a cânula direcionada ao centro da articula-
ção. Palpe a articulação com o trocarte para confirmar a
ARTROFIBROSE entrada na articulação. Em uma articu lação artrofibrótica,
a área de visão pode estar bastante limitada inicialmente,
Artrofibrose é uma complicação relativamente comum de fraturas e e a posição do portal e a localização intra-articu lar do
luxações do cotovelo. Para os pacientes com sintomas leves, um tra- trocarte devem ser cuidadosamente avaliadas.
tamento conservador agressivo incluindo fisioterapia e ortoses pode •Realize o portal medial sob visão direta utilizando uma
ser suficiente; todavia, nos pacientes com envolvimento grave, a ci..rur- agu lha longa. Para aumentar a visibilidade, posicione
gia geralmente é indicada. Bons resultados podem ser obtidos utili- uma lâmina de resecção radial de 4,5 mm através do
zando o tratamento artroscópico. Todavia, em cotovelos artrofibróticos, portal anteromedial e, cuidadosamente, resseque o tecido
a habilidade para distender a cápsula articular e identificar os marcos f ib rótico da parte anterior da articu lação (Fig. 52-70A).
anatômicos normais pode estar comprometida. Gallay et al. descobri- • Remova quaisquer corpos livres e desbride completa-
ram que a capacidade normal dos cotovelos é de 15 rnL a 25 mL de mente o tecido fibroso anterior, utilizando ambos, lâmin a
salina e que a dos cotovelos artrofibróticos é de apenas 6 mL. Quando de ressecção radial e eletrocautério, através dos portais
se fazem procedimentos em cotovelos artrofibróticos, uma familiari- anteromedia l e anterolaterais (Fig. 52-70B).
dade detalhada com a artroscopia de cotovelo e a anatomia do coto- •Recrie a fossa coronoide usando o shaver e, se necessário,
velo é necessária. O médico deve preparar-se para realizar um remova a área de hipertrofia óssea também com um shaver.
procedimento aberto caso a visão adequada não possa ser obtida. Alivie o impacto no coronoide através da ressecção parcial
seu ápice (Fig. 52-70C). Garanta que a articulação radiou-
lnar esteja livre de impacto ósseo ou tecidos moles e que
ARTROSCOPIA NA ARTROFIBROSE todos os corpos livres tenham sido removidos.
•Use o shaver para desbridar a cápsu la proximalmente ao
TÉCNICA redor do úmero distal por aproximadamente 2,5 cm pro-
xima l à fossa do olécrano até as fibras posteriores do
(PHILLIPS E STRASBURGER) músculo braquial serem identificadas proxima lmente.
Proteja o músculo e o nervo mediano. Complete a libe-
• Após os porta is usuais terem sido estabelecidos, distenda ração utilizando um pequeno descolador e uma pinça do
a articulação com uma solução Ringer lactato estéril tipo basket; para efetuar uma liberação adequada, uma
através do portal soft spot (lateral direto) no centro do capsulotomia de 1 cm da região anterior de medial para
triângulo formado pela cabeça radial, o epicôndilo lateral lateral é necessária. Não desbride distalmente na região
e a ponta do olécrano. em que o nervo radial está mais exposto.
•Insira uma agulha longa medial e posteriormente em • Desbride o compartimento posterior, e remova os corpos
direção ao centro da articulação do cotovelo para confir- livres através de um portal posterior direto e um portal
mar o portal anterolateral médio. posterolateral fe ito sob visão direta. )
PARTE XIV ARTROSCOPIA
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A tala é deixada por 24 ressecção radial (Fig. 52-71). Uma visão adequada deve ser mantida
horas. Os exercícios de ganho de amplitude de movimen- durante todo o procedimeto utilizando-se afastadores, quando neces-
tos suaves ativo e passivo do cotovelo são iniciados. Uma sário. Todo cuidado deve ser tomado ao se trabalhar anteriormente
extensão removível da tala é utilizada entre os períodos de para prevenir danos às estruturas neurovasculares porque normal-
exercício. Em pacientes com extensa artrofibrose pós-trau- mente a cápsula é fina. Posteromedialmente, um shaver do tipo whisker
mática e perda grave de flexão e extensão, o uso de uma deve ser utilizado caso um shaver motorizado seja necessário. Lee e
máquina de movimento contínuo do cotovelo pode ser útil Morrey reportaram 93% de resultados de bom a excelentes em curto
para manter a amplitude de movimento durante as 3 pri- prazo em 14 sinovectomias artroscópicas em 11 pacientes. Todavia,
meiras semanas após a cirurgia. Uma semana após a cirur- em 42 meses, somente 57% mantiveram estes resultados. Quatro
gia, uma braçadeira do Sistema Ativo Articular (Sistema necessitaram de artroplastia total do cotovelo. Estes autores aponta-
Ativo Articular, Effingham, IL) é utilizada por 30 minutos três ram a importância de balancear os ganhos a curto prazo com as
vezes ao dia para extensão e flexão. Os exercícios para complicações sérias em potencial deste procedimento.
ganho de amplitude de movimentos ativo e passivo são
realizados por 20 minutos quatro a cinco vezes por dia, e
fisioterapia supervisionada é mantida três vezes por semana. COTOVELO DE TENISTA (EPICONDILITE
Medicação anti-inflamatória é prescrita para as 3 primeiras LATERAL)
semanas para reduzir a inflamação e o risco de miosite.
Kuklo et ai. demonstraram em um modelo cadáver que a libera-
ção de uma epicondilite lateral pode ser realizada de forma
OSTEOARTRITE segura. Baker e Cummings reportaram o acompanhamento de 1 ano
de 33 de 35 pacientes submetidos à liberação lateral artroscópica.
O desbridamento artroscópico para osteoartrite é semelhante ao Os pacientes puderam retornar ao trabalho em uma média de
descrito para a artrofibrose. Corpos livres e osteófitos são removidos 2,2 semanas, e a força de preensão retornou a 95% quando compa-
dos compartimentos anterior e posterior focando no restabeleci- rada ao lado oposto. Não houve complicações.
mento do formato normal do coronoide e do olécrano. Savoie et ai.
demonstraram que a ressecção artroscópica da cabeça radial produ-
ziu bons resultados, alívio da dor e movimentação funcional em ARTROSCOPIA PARA LIBERAÇÃO
pacientes com artrite radiocapitelar, e pode ser seguramente reali- DE COTOVELO DE TENISTA
zada por um artroscopista experiente.
SINOVECTOMIA
TÉCNICA mm
(BAKER E CUMMINGS)
Quando indicada para artrite reumatoide ou outra condição infla- •Depois da intubação, posicione o paciente em decúbito
matória do cotovelo, a sinovectomia artroscópica pode ser realizada ventral na mesa cirúrgica. Coloque dois coxins longitudi-
utilizando todos os portais-padrão. Toda a articulação pode ser ava- nalmente abaixo do tórax do paciente. Proteja todas as
liada, e uma sinovectomia subtotal pode ser feita com uma lâmina de
CAPÍTULO 52 ARTROSCOPIA DE MEMBRO SUPERIOR
BURSITE OLECRANIANA
PIO ARTRITE
A bursite crônica recorrente do olécrano pode muitas vezes ser
tratada eficazmente por uma pequena incisão quando necessária. A irrigação artroscópica e o desbridamento de tecidos periarticula-
Alguns cirurgiões tentaram bursectomia artroscópica com o obje- res podem ser utilizados para o tratamento precoce da pioartrite.
tivo de evitar problemas de cicatrização. Kerr reportou um acompa- Quando edema excessivo e distensão dos marcos anatômicos estão
nhamento de 6 meses de cinco paciente submetidos à bursectomia presentes, um procedimento aberto é preferível. Culturas devem ser
artroscópica. Uma infecção pós-operatória afetou um paciente imu- colhidas durante o desbridamento, e antibióticos apropriados devem
nossuprimido. Savoie reportou bursectomia artroscópica em seis ser introduzidos. Um dreno é posicionado nos compartimentos
pacientes, um dos quais desenvolveu uma fístula crônica no portal anterior e posterior. Os drenos são removidos em 48 horas, e exer-
de drenagem. Com um pequeno número de estudos e com compli- cícios para amplitude de movimentos ativos são iniciados se os
cações similares às das técnicas abertas, o valor relativo da ressecção sinais de infecção estiverem retrocedendo. Caso a infecção não
bursal artroscópica ainda precisa ser determinado. involua, irrigação e desbridamento deverão ser repetidos.
lllllDD PARTE XIV ARTROSCOPIA
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PARTE
CLASSIFICAÇÃO DE PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO FIXAÇÃO POR PARAFUSO E PLACA 2589
FRATURAS 2555 CIRÚRGICO 2580 Placas Bloqueadas 2592
CLASSIFICAÇÃO DE LESÕES INDICAÇÕES GERAIS FIXAÇÃO COM HASTE
DE PARTES MOLES 2555 PARA REDUÇÃO E INTRAMEDULAR 2593
PRINCÍPIOS ESTABILIZAÇÃO CIRÚRGICA 2580 Tipos de Hastes lntramedu lares 2594
TRAUMATOLÓGICOS 2559 CONTRAINDICAÇÕES Hastes lntramedulares Fresadas
FRATURAS EXPOSTAS 2561 PARA REDUÇÃO E Versus Não Fresadas 2595
Fraturas Expostas Causadas ESTABILIZAÇÃO CIRÚRGICA 2581 FIXAÇÃO EXTERNA 2595
por Armas de Fogo 2561 DESVANTAGENS DA REDUÇÃO E 259 5
Vantagens
Amputação Versus ESTABILIZAÇÃO CIRÚRGICA 2581
Desvantagens 2596
Preservação do Membro 2563 OPORTUNIDADE DO
Complicações 2596
Antibioticoterapia 2564 TRATAMENTO CIRÚRGICO 2581
Indicações 2597
TRATAMENTO DE LESÕES DE PRINCÍPIOS DE LAMBOTTE
Modelo e Aplicação de
PARTES MOLES 2567 PARA O TRATAMENTO
Fixadores Externos 2599
DESBRIDAMENTO 2569 CIRÚRGICO DE FRATURAS 2581
REABILITAÇÃO 2603
TRATAMENTO DE LESÕES BIOMATERIAIS DE FIXAÇÃO
ÓSSEAS 2572 DE FRATURAS 2582 TRATAMENTO DE
METAIS 2582 COMPLICAÇÕES A PARTIR
Estab ilização da Fratura 2572 DO TRATAMENTO
Ç>E FRATURAS MATERIAIS BIOABSORVÍVEIS 2583 CIRÚRGICO DE FRATURAS 2603
(REGENERAÇAO OSSEA) 2572 Compl icações 2583 INFECÇÃO 2603
ESTIMULAÇÃO DA CONSOLIDAÇÃO BIOMECÂNICA DO MODELO GANGRENA GASOSA 2604
DA FRATURA 2574 DE IMPLANTE E FIXAÇÃO
TÉTANO 2605
Enxerto ósseo DE FRATURA 25 84
2574 COMPLICAÇÕES DOS TECIDOS
Substitutos de Enxerto Ósseo 2576
FIXAÇÃO POR PINOS E FIOS 2585
MOLES 260 5
Estimulação Elétrica e FIXAÇÃO POR PARAFUSO 2586
COMPLICAÇÕES
Ultrassom 2579 Parafusos-Máquina 2587
TROMBOEMBÓLICAS 2606
Fatores que Afetam Negativamente a Parafusos AS IF 2587
COMPLICAÇÕES DAS CONTRUÇÕES
Conso lidação Óssea 25 80 Técnicas de Fixação por Parafusos 2587 BIOMECÂNICAS 26 06
Lesões acidentais são responsáveis pelo maior índice de morte nos As fra turas fo ram ide ntifica das como problemas de saúde
Estados Unidos em indivíduos com idades entre 1 e 45 anos (Tabela ao longo da história. Muitos dos ensaios médicos de Hipócrates
53- 1). Neste mes mo país, era a quarta causa mais fre quente em 1980, descreviam o trata mento de lesões, esp ecialmen te as fraturas.
caindo para quinta em 2007. Em homens, continua sendo a terceira O conhecimento dos as pectos biológicos do tratamento das fratu-
causa mais comum de morte; enquanto, em mulheres, é a sexta. ras expandiu enormemente durante o século 20. As expectativas
Após os 65 anos de idade, as quedas são responsáveis por muitas dos pacientes alcançaram níveis sem precedentes, e grandes indús-
lesões, sendo que uma em três pessoas nesta faixa etária sofre uma trias multinacionais expandi ram- se no campo do tratame nto
queda qu e resulta em ferimentos graves ou morte; respondem por clínico e cirúrgico de fra turas.
87% das fra turas e constituem a razão mais comum para intern a- A irrigação vascular do tecido ósseo é a base de qu alquer
ções. A cada ano, as qu edas entre os idosos custam mais de US$ 20 consolidação de fratura. Em 1932, Girdlestone adver tiu que "há
bilhões em custos médicos diretos. O custo do Medi care para fratu- perigo inerente na eficiência mecânica dos nossos métodos moder-
ras de quad ril foi estimado em mais de US$ 3 bilhões em meados nos, perigo presente, a me nos que o profi ssional esqueça que a
de 1990, e está previsto para chegar a US$ 30 bilhões nos próximos consolidação não pode ser imposta, mas sim encorajada. On de o
10 anos. Em 2009, mais de 8,7 m ilhões das lesões por quedas aci- osso é uma planta, com suas raízes nas partes moles, e quando suas
dentais (não in tencionais) não fata is foram relatadas para Medicare, conexões vasculares estão lesionadas, freq uentemente, uma situação
uma taxa de 2.83 1 por 100.000 pessoas por ano; no entanto, essa é que exige não a técn ica de um marceneiro, mas os cuidados com o
provavelmente apenas uma fração das lesões que ocorreram. Como paciente e a compreensão de um jardineiro''.
a expectativa de vida passo u a ser maior, a taxa de lesões acidentais Os ciru rgiões ortopédicos estão sentindo o impacto das palavras
aumentou dramaticamente. proféticas de Girdlestone. O ci rurgião ortopédico deverá combinar o
2554
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATA MENTO DE FRATURA flm
e implantes deve estar prontame nte disponível e bem conservado.
TABELA
53 _1 Causas mais co'!luns de morte
nos Estados Unidos em Há necessidade de anestesia eficaz e monitoramento intraopera -
tório completo do paciente, para que a fratura possa ser tratada
indivíduos entre 25 a 44 anos
com segurança. Para que qualquer m éto do de tratamento seja
bem-sucedido, é fundamental que o paciente es teja bem in for-
1980 2003 2009
mado a respeito dos benefícios e riscos dos métodos cirúrgicos
Lesões Acidentais Lesões Aciden t ais Lesões Acidentais escolhidos e disponha-se a cooperar no processo de reabilitação
Câncer Câncer Câncer depois da cirurgia.
(todos os tipos) (todos os tipos) (todos os tipos) O sucesso do tratamento de fraturas depende de uma avaliação
Doenças Doenças Doenças minuciosa do paciente, não apenas das partes lesadas, e também de
do Coração do Coração do Coração um plano terapêutico formulado, específico para as necessidades do
Homicídio Suicídio Su icíd io paciente. O tratamento deve basear-se na terapia com maior proba-
Suicíd io Hom icíd io Hom icídio bilidade de resultar em cicatrização de tecidos moles e ósseo, com
Doença crônica HIV HIV menor número de complicações.
do fígado/cirrose
Doença Doença hepát ica Doença hepática
cerebrovascu lar crôn ica/ci rrose crôn ica/cirrose CLASSIFICAÇÃO DE FRATURAS
Diabetes me lito Doença Doença
cerebrovascu lar cerebrovascular Quando com binada com uma estimativa da habilidade do cirurgião
e condições das instalações e recursos disponíveis, e também com
Pneumonia e Di abetes m elito Diabetes melito
influenza uma avaliação do perfil do paciente, a classificação da extensão e do
tipo de fratura e das lesões das partes moles ocorridas simultanea-
Anomal ias Pneumonia e Pneumonia e
mente possibilita determinar o melhor tratamento. A análise do
congên itas influenza influenza
padrão de fratura revela a quantidade de energia transmitida para a
De the National Center for Health Statistics: Hea/th, United States, 2010. extremidade e a estabilidade da fratura após a redução, além de
Disponível em http://www.cdc.gov/nchs/hus.htm. alertar o cirurgião para padrões de maior risco da lesão. A clas-
sificação também torna possível que o cirurgião monitore os
resultados e compare-os com os de outros cirurgiões e pesquisa-
dores; além disso, fornece base para a avaliação de novos métodos
terapêuticos.
conhecimento dos efeitos sistêmicos do trauma, incluindo compro- A classificação ampliada da Orthopaedic Trauma Association
metimento imunológico, desnutrição, lesão neurológica e disfunção (OTA) (Fig. 53- 1) correlaciona a codificação da fratura com os
pulmonar e gastrointestinal ao planejar tanto o momento como o tipo códigos CID -1 Oampliados para diagnóstico e tratamento. Quando
de intervenção cirúrgica necessária. A escolha do tratamento da fra- possível, incorpora sistemas de classificação mais conhecidos,
turas não é uma decisão clara, devido ao número de opções terapêu- como a Judet e Letournel para fraturas do acetábulo, e a de Neer
ticas disponíveis, cada uma com seus benefícios e complicações para as lesões proximais do úm ero. Sistemas de ava liação de segui-
potenciais. Logo, é essencial um conhecimento completo dos princí- mento foram criados para possibilitar avaliações pós-operatórias
pios subjacentes, para que seja determinado o procedimento correto consistentes. A mais recente atualização de 2007 da classificação
e o momento adequado para sua realização. OTA inclui a classificação AO. A classificação alfanumérica AO é
O objetivo do tratamento das fraturas é obter consolidação na o resultado do trabalho internacional de diversos profissionais,
posição mais anatômica compatível com o retorno funci onal com base em informações do Centro de Documentação AO e suas
máximo da extremidade. Devido à impossibilidade de intervir cirur- experiências clínicas. Tal sistema baseia-se nas características mor-
gicamente sem acrescentar prejuízos para a extremidade, a técnica fológicas e na localização da fratura. Foi aplicado a 2.700 fraturas
escolhida deve minimizar os danos às partes moles e a lesão óssea. da diáfise tratadas cirurgicamente, com correlação da ideologia do
A redução anatômica obtida às custas de desvascularização total da sistema; foi especificamente ava liado em 400 fraturas da diáfise
fratura não é um procedimento bem planejado e bem executado. As tíbia e da fíbula. Com o aumento da gravidade do padrão de
tensões mecâni cas que serão aplicadas à extremidade e a fixação fr atura, houve correlação en tre os danos resultantes e a progressão
prevista também devem ser consideradas. Finalmente, o estado de do tipo e grupo. Ambos os sistemas de classificação são detalhados
saúde geral do paciente e os riscos da cirurgia devem ser pensados e complexos, e o leitor deve rá consultar as refe rências, para discus-
para determinar a melhor terapia. sões complementares.
Qualquer tipo de fixação é, na melhor das hipóteses, um
dispositivo de imobilização com uma vida útil limitada. Há uma
corrida contínua entre a falha de fixação e a consolidação óssea. CLASSIFICAÇÃO DE LESÕES DE
O problema consiste em identificar a terapia que resultará na união PARTES MOLES
da fratura mais previsível e ace itável, com um número mínimo
de complicações. Antes de tentar redução aberta e fixação interna Do mesmo modo que a lesão óssea precisa ser classificada para
complicada, os cirurgiões devem considerar a sua própria forma- avaliar a fratura adequadamente e confirmar os resultados para estudos
ção e habilidade cirúrgica, além de estarem familiarizados com comparativos, também devemos avaliar as lesões de partes moles.
o procedimento proposto. A instituição em que o procedimento Ferimentos abe rtos foram classificados de várias maneiras. Gustilo
será realizado também deverá ser considerada. É imprescindíve l e Anderso n, em 1976, desc reveram seus tratamentos de 1.025
que a equipe esteja familiarizada com a técnica proposta e a ins- fraturas expos tas, com a aplicação de um sistema de classificação
trumentação, e um conjunto completo de todos os inst rum entos que oferecia informação prognóstica com relação ao resultado de
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
Linear
Cominuídas
Cominuição < 50% Cominuição ;:,, 50% Cunha < 50% Cunha ;:,, 50%
Segmentares
Perda Óssea
Perda Óssea < 50% Perda Óssea ;:,, 50% Perda Óssea Completa
O@ilifüliJ9 Classificação das fraturas de ossos longos (ver texto) Orthopaedic Trauma Association (OTA). (De Gusti lo RB: The fracture
classification manual, St. Louis, 1991, Mosby.)
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA tlifll
O@ll;ffllim Classificação de Gustilo-Anderson de feridas de fraturas exposta. A, Fratura exposta da patela do tipo 1 e fratura
exposta da diáfise da tíbia do tipo li. B, Fratura exposta do tipo lllA com laceração extensa da pele e dos músculos envolvendo quase
toda perna. C, Fratura exposta do tipo lllA da tíbia com extensa remoção do periósteo, mas sem contaminação maciça. D, Fratura
exposta do tipo lllB da tíbia estabilizada com fixação externa. E, Fratura exposta do tipo lllC do terço proximal do úmero.
fraturas infectadas. Em 1984, este sistema foi modificado e seus Esta classificação tem significado prognóstico e será discutida
resultados, atualizados. A classificação modificada baseia-se no com detalhes mais adiante, na seção de fraturas expostas. Outras
tamanho do ferimento, lesão das partes moles periosteais, desnuda- classificações incluem a de Tscherne e Gotzen, que é amplamente
mento periosteal e lesão vascular (Fig. 53-2). utilizada na Europa . As fraturas fechadas são divididas em graus O
• Tipo I: ferimento limpo menor que 1 cm de comprimento. até 3 (Fig. 53-3). As fraturas expostas são divididas em graus 1 até
• Tipo II: laceração maior que 1 cm de comprimento, mas não 4 (Tabela 53-2). Esse sistema inclui danos nos tecidos moles e
apresenta grandes danos de tecidos moles, retalhos de pele ou síndrome compartimentai, que não estão incluídos em outros
avulsões. esquemas de classificação. O grupo AO-ASIF acrescentou à sua clas-
• Tipo IIIA: extensas lacerações nos tecidos moles ou ambas, mas sificação ampliada de fraturas um esquema de classificação para
mantendo adequada cobertura óssea com tecidos moles; ou partes moles que se assemelha ao de Tscherne e Gotzen. Esta clas-
aquelas que resultam de traumas de alta energia, independente- sificação inclui lesões fechadas e abertas, lesões musculotendíneas e
mente da dimensão da ferida (segmentares, cominuição grave) . lesões neurovasculares (Quadro 53-1). Foi proposta uma série de
• Tipo IIIB: extensa perda de tecidos moles, com desnudamento outros sistemas de pontuação de trauma, incluindo o Trauma Score
periosteal e exposição óssea; em geral, são maciçamente (TS), Revised Trauma Score (RTS), Injury Severity Score (ISS),
contaminadas . Modified Abbreviated Injury Severity Scale (MISS), Pediatric
• Tipo IIIC: fraturas expostas com lesão arterial que exige repara- Trauma Score (PTS), Nerve Injury, Ischemia, Soft Tissue Injury,
ção, independentemente do tamanho do ferimento. Skeletal Injury, Shock, and Age of Patient Score (NISSA) e Hanover
lllm) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
h[dlhfül!m Sistema de classificação de lesões dos tecidos moles em fraturas fechadas. A, Grau O - pouca ou nenhuma lesão dos
tecidos moles. B, Grau 1 - abrasão superficia l com contusão local da pele ou músculo. C, Grau 2 - Abrasão contaminada profunda com
contusão local da pele e músculo. D, Grau 3 - contusão extensa ou esmagamento da pele ou destruição de músculo .
• Grau 1
Grau 2
_
53 2
Classificação Tscherne para
Fraturas Tibiais Expostas
Lacerações da pele através de um
fragmento ósseo (de dentro para fora),
pouca ou nenhuma contusão da pele
Qualquer tipo de laceração da pele com
Ili
Scale
1
2-4
5
53
_1 Classificação AO-ASIF das Lesões
de Partes Moles
•
breve possível, para um centro especializado em atendimento de
_ Classificação proposta de fraturas
53 2 expostas (OTA 2010) politraumatizados.
Desde o início da década de 1990, a ênfase tem sido na assis-
Pele tência rápida e total de pacientes politraumatizados, incluindo a
1 . Pode ser aproximada estabilização de fraturas. A frequência de complicações pulmonares,
2. Não pode ser aproximada como a síndrome de angústia respiratória do adulto, síndrome de
3. Desenluvamento extenso embolia gordurosa e pneumonia, foi correlacionada com o tempo e
o tipo de tratamento de fraturas de ossos longos. Foi relatado
Músculo aumento estatisticamente significativo na morbidade, nas complica-
1. Nenhum músculo na área, sem necrose muscular apre- ções pulmonares e no tempo de permanência hospitalar em pacien-
ciável, algumas lesões musculares com a função muscu- tes nos quais a estabilização de grandes fraturas foi adiada. Um
lar intacta grande estudo multicêntrico também relatou redução da mortali-
2. Perda de massa m uscu lar, mas o múscu lo permanece dade quando o cuidado precoce total foi implementado.
funciona l, algumas necroses loca lizadas na zona da lesão Mais da metade dos pacientes politraumatizados tem fraturas
que requerem excisão, unidade músculo-tendão intacta e/ou luxações, e o cirurgião ortopédico desempenha papel funda-
3. Músculo morto, perda da função muscular, excisão do mental na equipe de trauma. O tratamento das lesões ortopédicas
compartimento tota l ou parcial, ruptura completa de pode ter efeito significativo na recuperação funcional do paciente, e
uma un idade múscu lo-tendão, defeito muscular não pode salvar o membro lesionado ou a vida do paciente, como no
aproxima caso da aplicação de um fixador externo anterior em um paciente
Arterial com lesão pélvica em livro aberto que permanece hemodinamica-
1. Nenhuma lesão mente instável, apesar da reposição inicial agressiva de líquido e
2. Lesão da artéria sem isquem ia sangue. Fraturas expostas, lesões pélvicas ou acetabulares com lesões
3. Lesão da artéria com isquem ia geniturinárias associadas e fraturas das extremidades acompanha-
das de lesões vasculares são outros exemplos de situações em que a
Contaminação
comunicação e a coordenação entre os diversos membros da equipe
1. Contam inação ausente ou mín ima
2. Contaminação superficial (faci lmente removida, não
são essenciais.
Para diminuir as complicações pulmonares e outras sequelas de
incorporada no osso ou tecidos moles profundos)
decúbito forçado, é necessário que haja a estabilização precoce de
3. a. Incorporada nos ossos ou tecidos moles profundos
fraturas da coluna vertebral, pelve e acetábulo, assim como fra-
b. Condições ambientais de alto risco (p. ex., curral,
turas em grandes articulações; no entanto, o tratamento dessas
matéria fecal, água suja)
fraturas requer habilidades cirúrgicas mais complexas, equipamentos
Perda Óssea especiais e, frequentemente, monitoramento neurológico. O "controle
1. Nenhuma de danos ortopédico" na forma de imobilização rápida das fraturas
2. Falta de osso ou desvascularizada, mas ainda existe algum com fixador externo para obter estabilidade e recuperar compri-
contato entre fragmentos proximal e distal mento, enquanto possibilita avaliação completa da extremidade, é
3. Perda óssea segmentar agora o tratamento padrão (Fig. 53-4). O tratamento cirúrgico não
deve ser realizado se a estabilização hemodinâmica não for obtida,
De Orthopaedic Tra uma Associati on: Open Fracture Study Group: A new clas- se as condições potencialmente fatais não foram resolvidas ou se as
sification scheme for open fractures, J Orthop Trauma 24:457, 201 O. avaliações laboratoriais e radiográficas forem inadequadas para a
formulação de um plano cirúrgico satisfatório.
As medidas de controle de danos ortopédicos podem ser rea-
lizadas no departamento de emergência ou área de reanimação, em
circunstâncias especiais. Embora as complicações de infecção nos
PRINCÍPIOS TRAUMATOLÓGICOS trajetos dos pinos e, em menor grau, a trombose venosa profunda
tenham ocorrido com o uso de controle de danos ortopédicos, con-
O tratamento de pacientes politraumatizados depende de recursos sistindo em fixação externa de emergência, muitos cirurgiões con-
adicionais, os quais, muitas vezes, não estão disponíveis em peque- tinuam usando essa fixação até a consolidação da fratura. Uma
nos hospitais comunitários. Talvez não haja recursos de equipamento redução significativa na frequência da síndrome da angústia respi-
e de pessoal de apoio médico e de enfermagem para estabilização ratória do adulto tem sido observada em pacientes com fratura de
aguda de fraturas e ossos longos, da pelve e da coluna vertebral, em fêmur fixada externamente, em comparação com pacientes com
conformidade com os atuais protocolos dos centros traumatológi- fixação por hastes. Em um estudo prospectivo, randomizado e mul-
cos. Foi documentado que o tratamento realizado em um centro ticêntrico, citocinas inflamatórias foram medidas nas fraturas do
traumatológico de nível 1 e 2 melhora as condições e a sobrevida fêmur tratadas com haste imediata e com fixação externa imediata.
dos pacientes politraumatizados. Além disso, o tempo de interna- Uma resposta inflamatória foi observada com a fixação intramedu-
ção e os custos do tratamento são, significativamente, menores em lar, mas não com a fixação externa. Não houve diferença nas com-
pacientes que são tratados inicialmente em centros traumatológi- plicações clínicas, e o número total de participantes era pequeno.
cos em relação aos transferidos de outros locais para um centro de O conceito de controle de danos em cirurgia do trauma é atualmente
referência em traumatologia. No entanto, pacientes transferidos objeto de intensa avaliação. Temos achado que este conceito é útil
para centros de trauma a partir de serviços não especializados no tratamento de fraturas complexas em uma situação de emergên-
apresentam menor taxa de mortalidade nos primeiros 30 dias. Para cia. As complicações ocorreram, principalmente, em pacientes que
pacientes com lesões múltiplas, a melhor gestão, em termos de não apresentaram melhora clinica suficiente que possibilitasse a
qualidade dos cuidados e de economia, é a transferência, o mais conversão para JLxação definitiva.
lllm!> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
Politraumatismo e procedimentos de reanimação, muitas vezes O sistema Advanced Trauma Life Support (ATLS), desenvolvido
necessários em pacientes com múltiplas lesões, resultam na ativação pelo Colégio Americano de Cirurgiões, é o método mais utilizado
de fatores celulares com efeitos sistêmicos, incluindo fatores inflama- para a avaliação de pacientes politraumatizados. A avaliação baseia-
tórios, imunológicos e hemodinâmicos, os quais são mediados por se no mnemônico ABCDE:
substâncias químicas conhecidas como citocinas. A elevação de cito- Vias aéreas (Airways), que devem estar livres e desobstruídas.
cinas está associada à disfunção orgânica. O politraumatismo também Respiração (Breathing), que deve ser o mais normal possível, dadas
está associado a uma síndrome da resposta imune sistêmica, uma as circunstâncias, com oxigenação normal.
reação inflamatória difusa mediada por citocinas e outras substâncias Circulação (Circulation), tanto central como periférica; o objetivo é
químicas em resposta às lesões dos tecidos maciços. O controle de um bom preenchimento capilar de todas as extremidades e a
danos ortopédicos é um método utilizado para manejar o duplo manutenção de uma pressão sanguínea normal.
insulto causado pelas lesões e pela cirurgia, a qual pode potencializar Incapacidade (Disability), que inclui lesões neurológicas, musculo-
ainda mais a resposta inflamatória. esqueléticas, urológicas e reprodutivas. Essas lesões, embora
Estima-se que 5 a 20% dos pacientes co m politraumatismo têm raramente fatais, podem resultar em incapacidade grave a longo
lesões que não são reconhecidas durante o exame físico inicial, prazo.
devido a fatores como alteração do nível de consciência ou instabi- Ambiente (Enviroment). Muitas dessas lesões não ocorrem em uma
lidade hemodinâmica, os quais impossibilitam um exame ortopé- situação isolada e podem resu ltar em contaminação, o que pode
dico completo, uma lesão mais evidente na mesma extremidade e expor os cuidadores à doença.
radiografias iniciais inadequadas. Um novo exame ortopédico Do ponto de vista ortopédico, os protocolos de avaliação mus-
depois da estabilização das lesões mais graves deve identificar qual- culoesqueléticos e neurológicos são extremamente importantes na
quer lesão que tenha passado despercebida e possibilitar seu trata- determinação do tipo e extensão da lesão. Alguns problemas mus-
mento imediato. Estudos têm indicado que a avaliação tomográfica culoesqueléticos que ameaçam o membro e a própria vida do
da coluna cervical e da pelve diagnosticam mais lesões em relação paciente incluem hemorragia por ferimentos e fraturas, infecções
à triagem inicial e a radiografi as simples. por fraturas expostas, perda de membro a partir de lesão vascular e
O acompanhamento de um paciente que sofreu várias lesões síndrome compartimentai, e perda da função por lesões neurológi-
requer métodos de avaliação e tratamento que sejam muito específicos. cas medulares ou periféricas. Sangramento oculto e perda sanguínea
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA fm:llll
sem causa aparente a partir de vários locais, com instabilidade e de alto valor. Estudos recentes confirmaram que o fechamento da
hemodinâmica concomitante, são os principais fatores de preocu- ferida pode ser feito na maioria das fraturas expostas (até Gustilo
pação no que diz respeito à avaliação da circulação. A hemorragia -Anderson, tipo IIIA), sem risco significativo e com diminuição da
decorrente de múltiplas fraturas, especialmente de ossos longos e morbidade e permanência hospitalar. Além disso, os requisitos para
da pelve, exige estabilização precoce de lesões para minimizar o utilização de antibioticoterapia profilática estão sendo questionados.
sangramento. Uma recente revisão da literatura sobre o uso de antibióticos profi-
O que deve ser considerado primeiro no tratamento é o estado láticos revelou má qualidade e conclusões questionáveis nos estudos
geral do paciente. São necessárias medidas emergenciais para com- utilizados para desenvolver as atuais recomendações. Alguns autores
bater a dor, a hemorragia e o choque. A hemorragia deve ser con- têm questionado a rápida administração de antibioticoprofilaxia,
trolada com pressão local. Torniquetes raramente são recomendados, dentro de 2 horas após a admissão de um paciente com uma fratura
em virtude do risco de a lesão expandir-se para nervos e por todo exposta, bem como o tipo de antibiótico e o período de tempo que
o membro. Também não é recomendável o uso às cegas de uma este é administrado. Por fim, vários estudos têm demonstrado ser
pinça hemostática na ferida, por causa do risco de lesão a nervos desnecessária a exigência estrita de desbridamento formal e irriga-
periféricos situados nas proximidades dos vãos. Desde o momento ção de todas as fraturas expostas dentro de 6 horas da chegada, pelo
da lesão até o paciente ser preparado para a cirurgia, a ferida deve menos para fraturas tipos I, II, e IIIA de Gustilo-Anderson.
ficar protegida por um curativo estéril, e a extremidade deve ser
imobilizada para evitar lesões adicionais das partes moles com o
movimento dos fragmentos ósseos cortantes.
• FRATURAS EXPOSTAS CAUSADAS POR ARMAS
O histórico médico deve constar quando e em que local DE FOGO
ocorreu a lesão. O exame deve determinar a extensão e o tipo de A avaliação de um paciente com uma fratura exposta causada por
ferimento de partes moles, e também a existência de qualquer lesão arma de fogo deve incluir radiografias anteroposteriores e laterais
vascular ou neurológica. A lesão vascular ou síndrome comparti- da área lesionada, incluindo as articulações situadas acima e abaixo.
mentai deve ser tratada rapidamente para evitar a isquemia tecidual, A artrografia pode ser necessária para identificar a penetração da
que, se presente por 8 horas ou mais, pode causar lesão muscular e articulação por um projétil. Tomografia computadorizada (TC) deve
neurológica irreversível (Cap. 48). Um estudo experimental canino ser utilizada para determinar a localização precisa do projétil em
verificou que os danos irreversíveis do músculo ocorreram com casos de envolvimento da coluna ou da pelve, além de ser útil na
pressões teciduais 10 mmHg inferiores à pressão arterial diastó- avaliação de fraturas articulares. Se houver suspeita de lesão vascu-
lica, ou com pressões dentro da faixa de 30 mm Hg da pressão lar, a angiografia ou arteriografia pode ser necessária para confirmar
arterial média. Este estudo enfatizou que, em vez de um valor de o diagnóstico. Na prática clínica civil, os ferimentos por armas de
pressão absoluta do tecido, uma diferença entre a pressão tecidual fogo são de três tipos distintos: (1) ferimentos de pistola de baixa
e pressão diastólica de 10 a 20 mm Hg é indicação para realização velocidade ou rifle, (2) ferimentos de rifle de alta velocidade, e (3)
imediata de fasciotomia. feridas de espingarda de curto alcance. Em feridas de pistola e rifles
Devem ser obtidas radiografias para determinar a extensão de baixa velocidade, os danos nos tecidos moles geralmente são
e as características da lesão óssea. A extensão da lesão dos tecidos mínimos, e o desbridamento extenso é desnecessário (Fig. 53-5). Os
moles, por vezes, não pode ser determinada até a exploração ferimentos de entrada e saída são pequenos. Em geral, eles não reque-
cirúrgica. O tempo transcorrido desde a lesão, o tipo e a extensão rem fechamento, e apenas suas bordas cutâneas necessitam de desbri-
dos danos dos tecidos moles têm uma relação direta com a escolha damento. Em ferimentos causados por projéteis de baixa velocidade,
do tratamento. Traumas de alta velocidade ou de alta energia resul- a irrigação e o desbridamento local, a profilaxia do tétano, e uma dose
tam em lesão mais extensa, tanto para os tecidos moles quanto única intramuscular de uma cefalosporina de ação duradoura têm
para o osso, trazendo consigo um prognóstico muito mais incerto sido tão eficazes quanto a antibioticoterapia endovenosa por 48 horas.
de cura em relação aos traumatismos de baixa velocidade ou de Além disso, as vias de administração oral e endovenosa de antibióti-
baixa energia . A condição geral do paciente, a presença de lesões cos mostraram-se igualmente efetivas para a profilaxia contra a
associadas e vários outros fatores influenciam no tratamento e no infecção. A infecção neste tipo de ferida é rara. Um protocolo de
resultado final. tratamento proposto para fraturas intra-articulares inclui 1 a 2 dias
de profilaxia antibiótica para lesões em que o projétil atravessou a
pele "limpa" ou roupas, e 1 a 2 semanas de antibiótico de amplo
FRATURAS EXPOSTAS espectro para feridas em que o projétil penetrou o pulmão, intestino
ou pele e/ou roupas grosseiramente contaminadas. Os ferimentos
As fraturas expostas são emergências cirúrgicas que, talvez, deve- civis por projéteis foram classificados de acordo com energia, estru-
riam ser encaradas como amputações incompletas. Tscherne descre- turas vitais envolvidas, características do ferimento, fraturas e grau
veu quatro períodos de tratamento de fratura exposta: preservação de contaminação. Essa classificação, no entanto, é complexa, não foi
da vida, preservação do membro, prevenção de infecção e preserva- validada e não oferece diretrizes para o tratamento.
ção funcional. O primeiro período, ou pré-antissético, durou até o Alguns ferimentos por arma de fogo podem ser tratados com
século XX. A era de preservação do membro abrangeu duas guerras antibióticos orais ambulatoriais após uma dose única de cefalospo-
mundiais, mas foi marcada por uma alta incidência de amputações rina intravenosa. Dickson et ai. reportaram que urna infecção super-
e resultante interesse em projetos protéticos de membros artificiais. ficial ocorreu em apenas 1 dos 41 pacientes (44 fraturas) com
A terceira era durou até meados dos anos 1960, época na qual a fraturas expostas tipo I ou II de Gustilo, causadas por projéteis de
atenção concentrou-se em evitar infecções e uso de antibióticos. baixa velocidade, que foram tratadas seguindo o protocolo ambula-
A quarta era - preservação funcional - foi caracterizada por desbri- torial: toxoide tetânico (0,5 mL), irrigação e desbridamento local da
damento agressivo da ferida, estabilização definitiva da fratura com ferida, redução fechada (se necessário), colocação de um curativo
fixação interna ou externa e retardo no fechamento da ferida. ou tala, 1 g de cefazolina endovenosa e 500 mg de cefalexina por via
A quinta era atual é um produto de atendimento ao trauma rápido oral, 4 vezes por dia, durante 7 dias.
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
iê!§ii;tijlila A, Fratura tibial exposta do tipo lllB com lesão vascular. B, Aparência radiográfica. C e D, Após fixação com haste
intramedular bloqueada .
do membro fo i bem-sucedida em 32 casos (61,5%) . Foram salvos antibioticoterapia sem artrotomia, todas as lesões transabdomi-
todos os 22 membros nos quais as fraturas femorais foram estabili- nais necessitaram de artrotomia imediata. Os projéteis deixados
zadas com hastes intramedulares, tanto inicialmente (16) quanto em contato com líquido articular resultaram na destruição da
depois da tração ou fixação externa. A amputação primária foi articulação ou infecção. Tendo em vista que todas as fraturas do
necessária em 8 membros com lesões por projétil de alta velocidade, colo femoral deslocadas tratadas com fixação interna tiveram
amputações secundárias em 9, e 3 pacientes morreram em consequên- resultados insatisfatórios, a artroplastia de quadril ou artrodese
cia de outras lesões. Nenhuma interrupção da anastomose ocorreu foi recomendada para tratamento definitivo dessas lesões.
em pacientes nos quais a reparação vascular precedeu a fixação da
fratura (Fig. 53-7).
A fixação externa pode ser apropriada para lesões graves (tipo
• AMPUTAÇÃO VERSUS PRESERVAÇÃO DO
III de Gustilo). A fixação de Ilizarov e o fechamento primário retar- MEMBRO
dado têm apresentado baixa taxa de complicação global e de infec- O desenvolvimento de protocolos sofisticados para tratamento de
ção nessas fraturas complexas. fraturas expostas possibilitou a criação de técnicas que resultam em
Em um relatório sobre lesões por arma de fogo no quadril, extremidades preservadas, mas não funcionais. Há preocupação
o melhor teste de diagnóstico para detectar penetração articular quanto à chamada "técnica acima da ra zão': não importando
foi aspiração da articulação, seguida de artrograma. Apesar de os apenas o resultado final de um membro inútil, mas também os
pacientes selecionados terem sido tratados com sucesso com efeitos físicos, psicológicos, financeiros e sociais sobre o indivíduo.
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
PARTES MOLES/OSSO
1 Baixa energia Facadas, fraturas fechadas simples, ferimentos por projéteis de pequeno calibre 1
2 Média energia Fraturas expostas ou de vários níveis, luxações, lesões por esmagamento 2
moderadas
3 Alta energia Tiro de espingarda (à queima roupa), feridas de alta velocidade 3
4 Esmagamento intenso Acidentes em madeireira, plataforma de petróleo e ferrovia 4
CHOQUE
Hemodinâmica Pressão arterial estável no local do acidente e na sala de cirurgia o
normotensa
2 Transitoriamente Pressão sanguínea instável no local do acidente, mas responde a
hipotensa líquidos intravenosos
3 Prolongadamente Pressão sanguínea sistólica inferior a 90 mm Hg no local do acidente 2
hipotensa e responde a líquidos intravenosos apenas na sala de operações
ISQUEMIA
Nenhuma Membro pulsátil sem sinais de isquemia O*
2 Leve Pulsos diminuídos sem sinais de isquemia 1*
3 Moderada Sem pulso por Doppler, preenchimento capilar lento, parestesia, 2*
diminuição da atividade motora
4 Avançada Sem pulso, frio, paralisado e dormente, sem enchimento capilar 3*
FAIXA ETÁRIA
1 <30 anos o
2 30-50 anos
3 > 50 anos 2
*Se o tempo de isquemia > 6 horas, adicione 2 pontos.
De Helfet DL, Howey T, Sanders R, Johansen K: Limb salvage versus amputation: preliminary results of the mangled extremity severity score, Clin Orthop
Re/at Res 256:80, 1990.
A amputação inevitável é frequentemente adiada por muito tempo, limiar de amputação (o u acima desse limiar) devem ser utilizados
resultando em aumento das despesas pessoais e sociais e, mais impor- com cautela na determinação do potencial de preservação de uma
tante, morbidade e mortalidade. Em um estudo de fraturas expostas extremidade inferior que sofreu lesão de alta energia.
da tíbia, os pacientes que tiveram o membro preservado apresentaram Mais recentemente, Rajasekaran et ai. propuseram um sistema
mais complicações, foram submetidos a maior número de procedi- de pontuação para fraturas expostas da tíbia do tipo IIIA e IIIB de
mentos cirúrgicos, permaneceram internados por períodos maiores, Gusti lo, que avaliou a cobertura da pele, as estruturas esqueléticas,
além de custos hospitalares elevados em relação aos submetidos a lesão de tendões e nervos e comorbidades (Q uadro 53-3). Usando
amputações precoces abaixo do joelho. Foi maior o número de pacien- este sistema, eles div idi ram 109 fraturas expostas de tíbia do tipo III
tes com preservação do membro que se co nsideraram incapacitados, em qu atro grupos, para avaliar as possibilidades de preservação do
comparados com aqueles tratados com amputação imediata. membro. O grupo 1 teve pontuação de 5 ou menos, o grupo 2 teve
Várias tentativas têm sido feitas para avaliar de modo mais pontuação de 6 a 10, o grupo 3 teve pontuação de 11 a 15 e o grupo
apropriado e identificar padrões de lesões que seriam tratadas mais 4 teve pontuação de 16 ou mais. Uma pontuação de 14 ou mais,
adequadamente por amputação imediata. O escore de gravidade de como um indicador para a amputação, teve sensibilidade de 98%,
extremidade lesionada (MESS) tem como base um sistema de quatro especificidade de 100%, valor preditivo positivo de 100% e va lor
grupos: lesões dos tecidos mole e ósseo, choque, isquemia e idade preditivo negativo de 70%. Estes foram semelhantes às pontuações
(Tabela 53-3) . Alguns estudos descobrira m que os membros com de MESS de 99% de sensibilidade e 97% de valor preditivo positivo,
pontuação de 7 a 12, em última instância, necessitam de am putação; mas ainda melhor qu e a especific idade de 17 e 50% de valor predi-
enquanto pontuação de 3 a 6 resu ltou nos membros viáve is, ao tivo negativo. A alta especificidade deste novo sistema de pontuação
passo que outros não encontraram qualquer utilidade preditiva pode torná-lo um indicador de am putação muito melhor. Atual-
do MESS, Índice de Preservação do Me mbro (LSI) ou Índice de mente, no entanto, o poder de previsão de todos os pontos de lesão
Preservação Preditiva (PSI). A alta espec ificid ade desses métodos de extrem idade permanece baixa.
de ava li ação confirmou que as pontuações baixas poderiam ser
usadas para prever o potencial de preservação do membro, mas • ANTIBIOTICOTERAPIA
as baixas sensibilidades não apo iaram a validade dos pontos como O tratamento de uma fer ida de fratura exposta é, na verdade, um
indicadores de amp utação. Esses sistemas de pontuação parecem exercício de microbiologia aplicada. Uma vez que a barreira da pele
ter utilidade lim itada e não podem ser usados co mo único critério é interrompida, as bactérias entram a partir do meio ambiente local
para determ inar se a amputação é indicada; além disso, os escores e tentam se anexar e crescer (Fig. 53-8). Quanto m aior a zona da
de gravidade de lesões nas extremidades in feriores situados no lesão e mais necrótico o tecido, maior será o potencial para suporte
CAPÍTULO 53 PRIN CÍPIOS GERAIS DE TRATAM ENTO DE FRATURA
Ç114i.l;M 53-3 Pontuação de Gravidade de Lesão de Gustilo para Fraturas Tibiais Expostas do Tipo lllA e lllB
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tí 1
o Adesão
'
A A A
Oh 24 h 48 h
) Substrato
H!§ii;J.)Li19 Sequência molecular em fixação, aderência, agregação e dispersão bacterianas (B) na superfície do substrato. Várias
poss íveis interações podem ocorrer, depende ndo das características das bactérias e sistema de substrato (nutrientes, contami nantes,
macromoléculas, espécies e materiais). (Modificado de Gristina AG: Biomaterial-centered infection: microbial adhesion versus tiss ue in tegration,
Science 237: 1588, 1987)
nutricional das bactérias. Com a diminuição da circulação no local agora reconhecida como uma complexa interação da glicoproteína
da lesão, o sistema imunológico do corpo está comprometido em bacteriana, qu e protege as bactérias dos leucó citos fagoc itários
sua capacidade de utilizar as defesas celulares e humorais. Uma (Fig. 53-9). Depois que as bactérias invadiram o corpo, ader iram
co rrida então segue entre as bactérias, para estabelecer uma infec- ao substrato celular do hospedeiro e secretaram seu escudo protetor
ção, e do corpo, para mobilizar os mecanismos imunitários suficien- humoral e de glicoproteína, podem então prosseguir com a replicação
tes para combater a infecção. celular, estabelecendo a infecção clínica. Em seguida, o crescimento
A viru lência do organismo infectante depende da sua capaci- das bactérias procede de forma logarítmica até que os nutrientes
dade de aderir ao substrato hospedeiro (p. ex., pele necrosada, fáscia, disponíveis estejam esgotados, o hospedeiro morto ou após as defesas
músculo e osso), da sua patogenicidade e do seu desempenho agres- do hospedeiro neutrali zarem a infecção com sucesso. Se o último caso
sivo para neutralizar as defesas do hospedeiro pelos próprios fatores ocorrer e o hospedeiro sobreviver, as bactérias serão erradicadas ou
humorais e mecânicos das bactérias. A reação de corpo estranho é suprimidas e isoladas, ocasionando osteomielite crônica (Fig. 53-10).
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
Membrana
citoplasmática -,-
Peptidoglicano _ ''.J
Polímero de
expolissacarídeo _ 1_
Forças de
van der Waals -1-
Superfície
de substrato
Antagonistas,
$ defesas do
hospedeiro
T Receptor
y Ligante
h@il;f4 Li19 Em distâncias específica s, forças repulsivas negativas de bactérias e cargas de superfície do substrato iniciais são supe-
radas por meio das forças de at ra çã o de van der Waals. Também há interações hidrofóbicas entre moléculas. Sob co ndições apropriadas,
desenvolve-se extenso polímero exopol issacarideo, ajudando as interações receptoras-lig antes, aderê ncia bacteriana e adesão ao subs-
trato. (De Gristina AG, Oga M, Webb LX, et ai: Adhere nt bacteria l co lonization in the path ogenesis of osteomyelitis, Science 228 :990, 1985.)
Cavidade medular -
Sequestro
em extrusão
O[dii;HmD Sequência da f isiopatogen ia na osteomielite. Na parte superior esquerda, trauma inicial produz destruição de tec idos
moles, fragmentação do osso e contam inação por bactérias. Em feridas fechadas, a contaminação pode ocorrer por dissem inação
hematogênica. Na parte superior direita, assim que a infecçã o progride, a co lon ização bacteriana oco rre dentro do biofilme exopo lis-
sacarideo de proteção, o que é especialmente abundante no fragmento ósseo desvit ali zado, que atua como substrato passivo para a
colonização . Na parte inferior esquerda, as defesas do hospedeiro são mobi li zadas contra a infecção, mas não podem penetrar o
biofi lme. Na parte inferior direita, inflamaçã o prog ress iva e formação de abscesso resultam no desenvolvimento do tra çado sinusa l e,
em alguns ca sos, extrusão fina l de sequestro, que é foco de infecção resistente . (De Grist ina AG, Ba rth E, Webb LX: M icrob ia l adhesi on an d
the pathogenesis of biomaterial-centered infections. ln Gust ilo RB, Gruninger RP, Tsukayama DT, editors: Orthopaedic infection : diagnosis and tre-
atment, Philadelphia, 1989, Saunders.)
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA fim
Em geral, o tratamento de fraturas expostas envolve antibioti- raciocínio. A administração empírica rápida e precoce de antibióti-
coterapia sistêmica pós-operatória. Uma revisão sistemática do cos, conforme determinado por protocolos, tem mostrado ser o
Cochrane em 2004 confirmou o benefício de antibióticos em pacien- meio mais eficaz de prevenir a infecção em fraturas expostas.
tes com fraturas expostas. Esta aval iação mostrou que a administra-
ção de antibióticos após fratura exposta reduz o risco de infecção
em 59%. Os dados revisados apoiaram a conclusão de que um curso TRATAMENTO DE LESÕES DE
curto de cefalosporinas de primeira geração, iniciado assim que PARTES MOLES
possível após a lesão, reduz significativamente o risco de infecção
quando usado em combinação com uma abordagem imediata das O tratamento inicial de feridas abertas antes do transporte para uma
lesões da fratura, de acordo com os princípios atuais da ortopedia. instituição médica deve consistir em pressão sobre a ferida, imobili-
As provas foram insuficientes para apoiar outras estratégias comuns zação de fraturas e aplicação de curativos estéreis. O transporte rápido
de tratamento, tais como cursos prolongados ou cursos de curta para um centro médico apropriado é essencial, porque pode ocorrer
duração repetidos de antibióticos, cobertura antibiótica para bacilos mais contaminação bacteriana com a exposição do tecido ao ar. Índice
Gram-negativos ou espécies clostridianas, ou o uso de terapias anti- de 3,5% de infecção foi encontrado em pacientes que foram tratados
bióticas locais, tais como contas. em w11 centro traumatológico no espaço de tempo de 20 minutos, a
A maioria dos protocolos recomenda a utilização de um anti- contar da ocorrência da lesão, comparado com 22% de infecção em
biótico de amplo espectro, normalmente uma cefalosporina de pri- pacientes que chegaram ao centro traumatológico provenientes de
meira geração, com a adição de um aminoglicósido, como gentamici.na outro hospital, dentro de 10 horas da ocorrência da lesão.
ou tobramicina, para feridas altamente contaminadas, nos quais há Na sala de emergência, a rápida avaliação da condição do
risco de contaminação por bactérias Gram-.negativas (Gustilo tipo III). paciente, o desbridarnento imediato e a irrigação da ferida são essen-
Se houver possibilidade de existir microrganismos anaeróbicos, como ciais. O desbridarnento e a irrigação têm sido usados na prevenção
Clostridium, são recomendadas altas doses de penicilina. A duração de infecções pós-traumáticas apenas desde a Primeira Guerra
do tratamento com antibiótico deve ser limitada, pois, na maioria das Mundial. DePag, um cirurgião belga, introduziu o conceito de des-
séries, os organismos infectantes são adquiridos em hospitais. Gustilo bridarnento de tecido desvitalizado e fechamento da ferida tardio
recomendou a administração de 2 g de cefalosporina na adm issão e com base em urna avaliação bacteriológica da ferida. Desde então,
1 g a cada 8 horas, por 3 dias, apenas em fraturas expostas dos tipos essa estratégia tem sido combinada com irrigação, constituindo-se
I e II. Nas fraturas expostas tipo III, ele recomendou um aminoglico- no principal pilar do tratamento de ferimentos abertos, especial-
sídeo em doses de 3 a 5 mg/kg por dia, acrescentando penicilina, 10 mente os associados a fraturas.
a 12 milhões U diárias para os ferimentos ocorridos na zona rural. Os passos seguintes são recomendados para lesões abertas:
Gustilo mantém a antibioticoterapia dupla por apenas 3 dias e repete 1. Tratar as fraturas expostas como emergências.
o mesmo esquema de antibióticos no momento de fechamento das 2. Fazer uma avaliação inicial completa para diagnosticar lesões
feridas, fixação interna e enxerto ósseo. Mais recentemente, Okike e que ameacem a vida e o membro do paciente.
Bhattacharyya recomendaram a administração de cefazoli.na, 1 g, por 3. Iniciar antibioticoterapia adequada no departamento de emer-
via endovenosa, a cada 8 horas até 24 horas após o ferimento ser gência ou, no máximo, na sala de cirurgia, e continuar o tra-
fechado, com gentamicina endovenosa (com a dosagem de peso ajus- tamento por 2 ou 3 dias apenas.
tada) ou levofloxacina (500 mg a cada 24 horas) adicionado para 4 . Desbridar imediatamente a ferida retirando o tecido contami-
fraturas do tipo III. Devido ao seu efeito .negativo sobre a cura, as nado e desvitalizado, irrigar copiosamente a área e repetir o
fluoroquinolonas não devem ser usadas para a profilaxia antibiótica desbridamento dentro de 24 a 72 horas.
em pacientes com fraturas expostas. 5. Estabiliza r a fratura com o método determinado na avaliação
Apesar de existir um consenso geral sobre a eficácia do trata- inicial.
mento com antibiótico nas fraturas expostas, o debate está em curso 6. Deixar o ferimento aberto (controverso).
sobre a duração, o modo de administração e o tipo de antibióticos. Um 7. Realizar enxerto ósseo esponjoso autógeno cedo.
estudo prospectivo duplo-cego mostrou taxa de infecção de 13,9%, sem 8. Reabilitar a extremidade envolvida de forma agressiva.
antibióticos, em comparação com uma taxa de infecção de 2,3% com o Em geral, a incidência relatada de infecção da ferida é de O a
tratamento de cefalosporina, mas esses resultados têm sido questiona- 2% nas fraturas tipo I, 2% a 7% nas fraturas tipo II, 10% a 25% em
dos, e o número de estudos confiáveis nesta área é muito limitado. todas as fraturas tipo III, 7% nas fraturas tipo IIIA, 10% a 50% nas
Outro estudo descobriu que um regime diário, com altas doses de fraturas tipo IIIB e 25% a 50% nas fraturas tipo IIIC. Taxa de ampu-
antibióticos, foi tão eficaz quanto um regime de baixa dose dividido. tação de 50% ou mais foram relatadas nas fraturas tipo IIIC.
O momento adequado para obter culturas de feridas abertas As lesões dos tecidos moles associadas a fraturas fechadas
também é controverso. Acredita-se que um pequeno número de podem ser mais graves, embora sejam menos evidentes qu e as de
bactérias presentes antes do desbridamento, eventualmen te, cause a fraturas expostas. Nos casos em que o cirurgião não reconhece
infecção, o que sugere que as culturas bacterianas feitas antes ou essas lesões e, portanto, deixa de considerá- las nas decisões tera-
após o desbridamento são essencialmente de nenhum valor. Os pêuticas, poderão ocorrer complicações graves, que variam desde
organismos mais comuns i.nfectantes parecem ser Gram-negativos o retardo na cura do paciente até esfacelamento parcial ou total do
e Staphylococcus aureus (MRSA) resistentes à meticilina, que pode tecido e infecção maciça. Uma lesão deste tipo que frequentemente
ser adquirida no hospital ou comunidade. Nós recomendamos a passa despercebida é a síndrome Morel-Lavallée, que ocorre
obtenção de culturas quando achados clínicos evidentes de infecção quando a pele é separada da fáscia. Essa situação cria um bolsão,
estão presentes no segundo desbridamento. Mais recentemente, uma no qual, em sua parte inferior, poderá ocorrer sangramento con-
melhora significativa foi observada nas taxas de infecção utilizando siderável. Em geral, forma-se um hematoma subcutâneo, que pode
culturas obtidas após o desbridamento e irrigação, para determinar aum entar a ponto de ameaçar seriamente a viabilidade da pele
a necessidade de irrigação formal repetida e desbridamento, embora sobrejacente (Fig. 53-11). Essa síndrome ocorre com frequência
tenha havido aumento na taxa de retorno para a cirurgia com esse em pacientes com fraturas de pelve, especialmente em indivíduos
&!) PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
O[riihMmJI Lesão de Morel-Lavallée. A e B, Aparência clínica de grande lesão de Morel-Lavallée na coxa após a fratura pé lvica .
C, Aparência de grand e lesão de Morel- Laval lée na nádega. D, Na exposi ção cirúrgica, exibindo a profundidade da lesão.
obesos, nos quais houve um componente de cisalhamento para estabilizada. Inicialmente, preferim os es perar e observar em vez de
ocorrência da lesão. A ressonância magnética e a ultrass onografi a proce der com descompressão imediata devido ao risco de devas-
têm sido recomendadas para confi rmar o diagnóstico. cularização de maio r área de pele, res ultando em abertura da
Vá rias opções de tratamento têm sido sugeridas para sín- feri da. Temos alguma experiê ncia com punção percutânea, mas
drome de Mo rel-Lavallée, incluind o incisão radical, que muitas fre quentemente ocorre reco rrência do inchaço. A coxa está espe-
vezes deixa uma ferid a enorme e métodos menos invasivos, como cialmente em risco por causa do curso errático de seu suprimento
a drenagem da ferida. A principal recomendação é a de tratar o sanguíneo (Fig. 53 -12). Esta lesão deve ser tratada no momento da
problema dos tecidos moles ao mesmo tempo em que a fra tura é fixação intern a. A drenagem do hematoma com uma pequ ena
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA
AL p AM
•Lave a cavidade com lavagem pulsada. Continue a lavagem
até que o fluido esteja claro e nenhum resto de gordura
possa ser removido.
• Coloq ue um dreno de sucção médio fechado na ferida para
drenar tod a a cavidade.
•Feche as in cisões de modo a não sobrar espaços.
• Anexe o dreno de sucção na parede, até que a drenagem
esteja inferior a 30 ml em 24 horas (isso pode exigir 8 dias).
•C ontinue com cefalosporina ou antibióticos específicos
por via endovenosa durante 24 horas após a retirada do
dreno.
l
l.D.
2'. 0.25
+ mm
DESBRIDAMENTO
h[iji@H!l!I Rastreamento dos vasos das coxas com diâmetro
interno de 0,25 mm. AL, anterolateral; AM , anteromedial; P, pos-
As característi cas individu ais dos pacientes devem ser consideradas
terior. (De Cormack GC, Lamberty BGH: Th e blood supply of thigh skin,
para determinar a extensão exata do desbridamento necessário; no
P/ast Reconstr Surg 75:342 , 1985.)
entanto, em ge ral, a pele deve ser desbridada até que apresente
bordas sangrantes. Isso não deve ser feito sob o controle do torni-
quete, pois a viabilidade da pele não pode ser conhecida.
1nc1sao, seguida pela aplicação de um a bandagem compressiva, O desbridamento muscular deve rem over todo o músculo
tem sido recom endada. Temos utilizado um a técnica de drenagem inviável que n ão é contrátil ou grosseiramen te contaminado. Extre-
se melh ante; no entanto, observamos aumento na incidência de midad es de tendões completamente lesionados que apresentam con-
infecção quando ocorre necrose da pele ou esfacelamento da ferida. tam inação in te nsa tamb ém podem necessitar de excisão, embora
Mais recentemente, Tseng e Tornetta descreveram bons resul- es ta prática seja muito mais questionável se a unidade musc uloten-
tados em 19 pacientes com lesões de Morel-Lavallée, usando uma dinosa estiver intacta. A remo ção da contaminação com a preserva-
técnica p erc utânea de drenagem realizada dentro de 3 dias da inter- ção do própri o tendão pode ser possível. Cuidados devem ser
nação. Em seis cirurgias do acetábulo e duas cirurgias do anel tom ados para man ter a umidad e em torno de tais estruturas, pois,
pélvico, houve um atraso de pelo menos 24 horas antes de o dreno um a vez que o tendão torn a-se seco, acaba tornando-se inviável e a
ser retirado. Apenas 3 dos 19 pacientes tinham uma cultura positiva excisão será n ecessária. A colocação imediata de retalhos ou de um
n o momento da drenagem; sendo que, em um destes, foi necessária curativo impermeável pode evitar o ressecamento desses tecidos
exploração ci rúrgica devido à drenage m persistente. Não houve frágeis. Ao lidar com os músc ul os, os quatro "C" devem ser obser-
infecções profundas em 6 m eses de acompanhamento. vados: consistência, cor, contratilidade e circulação. A contração
muscular normal deve ser con siderada quando o músculo for com -
primido ou es timul ado eletricamente. Deve ter consistência norm al,
DRENAGEJVI PERCUTÂNEA DE , não ceroso ou enso pado, além de uma cor normal avermelhada, e
UMA LESAO DE MOREL-LAVALLEE não m arrom. Circulação eficiente deve ser visível dentro das bordas
sangrantes.
TÉCNICA O padrão empírico de desbridamento em tempo útil tem sido
a "regra das 6 horas", embora poucos estudos tenham mostrado qu e
(TSENG E TORNETTA) as taxas de infecção diminuíram quando o desbridamento foi fe ito
dentro das 6 horas, resultando no ques tionamento da validade desse
•Posicione o paciente de modo a possibilitar a exposição padrão por alguns deles. Alguns autores têm sugerido que o desbri-
da área envolvi da . damento operatório pode se r desnecessário para fraturas expostas
• Faça uma incisão de 2 cm ao longo do aspecto distal da lesão. de baixo grau. No entanto, co nsideramos o desbridamento operató-
•Faça uma segunda incisão de aproximadamente 2 cm na rio minucioso (feito o m ais cedo possível após a lesão) o padrão de
exten são superior e posterior da lesão . atendimento para todas as fraturas expostas.
•Determine a extensão da lesão colocando uma ponta de Depois que os tecidos mortos contaminados e necróticos
aspiração através da lesão (Fig . 53-13A *) . foram removidos, o próximo passo é a irrigação abundante. Algun s
• Incisões ad icionais podem ser necessá ri as, dependendo es tudos experim entais, mas poucos es tudo s clínicos, avaliaram a
da extensão da lesão. eficácia da irrigação (Tab ela 53-4) . O irrigante mais comum ut ili -
•Envie o fluido da lesão para cultura e antibiog rama . zado é uma solu ção salina norm al, que pode se r aplicada com um a
•Drene o hematoma com sucção. se ringa, vertendo o líquido de irri gação, ou por lavagem de baixa
•Uti lize uma escova de plástico (usada para o preparo do ou de al ta pressão. Cada m étodo tem seus benefícios. A irrigação
canal em artroplastias articulares) para desbridar a gordura de al ta pressão remove m ais bactérias e tecido necrosado qu e um a
solta (Fig . 53-13B*). se rin ga e pode ser mais eficaz quando houver contamin ação
m aciça ou demora no atendimento. No entanto, observo u-se dimi-
nui ção na formação de osso novo na primeira semana após a
*Disponível, em inglês, em www.expertconsult. co m. irrigação de alta pressão, quando comparada com os locais de cont role,
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
it-i@ij 53-5
•• t- .,
Aditivos de Irrigação
e contaminação foi encontrada de 1 a 4 cm de distância da ferida Os aditivos são, em geral, de três tipos: antissépticos, que incluem,
após lavagem pulsátil, bem como alguma propagação da contami- dentre outros, iodo-povidona, gluconato de clorexidina, hexacloro -
nação pelo canal ósseo. Além disso, a posição da ponta d e irri gação, feno e peróxido de hidrogên io; antibióticos, tais como bacitracina,
próxima ao tecido, pode afetar o grau de limpeza. Mais recente- polimixina e neomicina; e surfactantes, como sabão de Castela ou
mente, Draeger e Dhaners observaram m ais danos no tecido mole cloreto de benzalcônio (Tabela 53-5). Bhandari et al. observaram
em um modelo experim ental in vitro, em que a lavagem de alta que a combinação de uma lavagem de baixa pressão e 1% de sabão
pressão pulsátil foi usada, do que quando a sucção com seringa fo i líquido foi a solução d e irrigação m ais eficaz para remoção de bac-
utili zada. Eles também observaram que a lavagem de alta pressão térias in vivo . Em um ensaio mais recente, prospectivo, experimen-
removeu menos contaminante que outros métodos de desbrida- tal, randomizado e controlado, Anglen comparou sabão de Castela
mento, e postularam que a lavagem pode condu zir contaminantes não esterilizado com uma solução de bacitracina para a irrigação de
mais profundamente no tecido. Outros autores também mostraram 398 fraturas expostas de membros inferiores. Anglen não encontrou
aumento de danos nos tecidos moles com a lavagem de alta pressão diferenças significativas no que diz respeito à infecção e cicatrização
em comparação com a lavagem de baixa pressão. O consenso atual óssea, mas problemas de cicatrização de feridas foram mais comuns
parece inclinar-se para o alto volume, a lavagem de baixa pressão no grupo da bacitracina.
repetida um número suficiente de vezes para efe tuar a melhor cura Todos esses aditivos têm vantagens e desvantagens, mas nenhum
e a prevenção da infecção. mostrou ser clinicamente efetivo. Muitos cirurgiões preferem usar
A quantidade de líquido utilizada varia de acordo com o algum tipo de aditivo, e o protocolo exige que se use um irrigante
método de ap licação. Nosso protocolo tem sido usar 9 L de irriga- geniturinário. Independentemente do tipo de irrigação, a parte mais
ção pulsátil. Existe também uma questão a respeito de possíveis importante de limpeza de feridas é o desbridamento cirúrgico de
benefícios que aditivos podem trazer para a so lu ção de irrigação. tecido morto e contam in ado.
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA
A controvérsia também envolve o fechamento de feridas após a •Prepare o paciente e a pele, e aplique um torniquete
irrigação. Historicamente, tem sido recomendado deixar o ferimento estéril, se possível, mas não infle o torniquete.
aberto, mas, com o desenvolvimento de potentes antibióticos e des-
•Lave e isole a ferida com campos estéreis e impermeáveis
bridamento precoce agressivo, mais instituições estão relatando
como um procedimento cirúrg ico normal, permitindo
sucesso com fechamento fro uxo de feridas, com ou sem drenagem.
ampla exposição da área envolvida (membro inteiro, pos-
Se o desbridamento não resultar em uma ferida cirúrgica limpa, o
sivelmente estendendo-se até o tronco).
fechamento não deve ser feito. Além disso, a pele não deve ser fechada
•Inicie o desbridamento da pele e proceda ordenada-
sob tensão, pois isso pode resultar em necrose cutânea e isquemia.
A tensão adequada tem sido descrita como uma ferida, que pode ser mente. Retire as áreas desvitalizadas até as bordas torna-
fechada com náilon de 2-0 sem arrebentá-lo. As estruturas devem ram-se sangrantes. É recomendável a remoção progressiva
ser mantidas úmidas com curativos oclusivos. O uso de uma "bolsa da pele ao longo de margens amplas .
de pérolas': em que metilmetacrilato impregnado com antibióticos em • De modo semelhante, remova o tecido subcutãneo,
pó, tais como a vancomicina ou tobramicina, é enrolado em pequenas incluindo toda a região contam inada.
pérolas que são colocadas em um fio e depositadas na ferida, tem •Seccione e coagule as veias.
mostrado ser muito eficaz em controle de infecção profunda. • Preserve os nervos superficiais se estiverem intactos, o
O fechamento precoce da ferida tem diminuído a incidência que é pouco frequente.
de infecção, consolidação viciosa e pseudoartrose. Uma variedade •Remova a gordura desvitalizada sob os retalhos até tecido
de métodos pode ser usada para o fechamento de feridas, incluindo subcutâneo lim po e sangrante.
a sutura direta, enxerto de pele de espessura parcial e retalhos mus- •Abra a fáscia para possibilitar a exposição do tendão do
culares livres ou locais. O método escolhido depende de vários músculo e remoção de todo o múscu lo desvitalizado, com
fatores, incluindo o tamanho e a localização do defeito e lesões atenção para os quatro "C" (cor, contratilidade, circula-
associadas. Em um estudo multicêntrico de 195 fraturas de tíbia, que ção e consistência).
exigiam cobertura com retalhos, as lesões ASIF/OTA de classe C, •Apare os tendões tota lm ente desvitali zados até alcan-
que foram tratadas com rotação de retalho, eram 4,3 vezes mais çar um tendão viáve l. Os tendões intactos devem ser
propensas a ter uma complicação da ferida exigindo intervenção limpos e não excisados, pelo menos no primeiro desbri -
cirúrgica em relação às lesões que foram tratadas com retalhos livres.
damento.
Uma inovação relativamente recente, o fechamento assis-
•Ampli e a ferida para possibilitar o desbridamento e a
tido por vácuo (KCI, San Antonio, Texas), foi relatada como
exposição adequada da fratura. Na maioria dos casos,
sendo útil na aceleração da cicatrização de feridas, mediante a
remova o osso desvascularizado, especia lmente se ele
redução do edema crônico, aumentando o fluxo sanguíneo local
estiver altamente contaminado. Remova contaminação
e formação de tecido de granulação. Os poucos relatos do uso de
no cana l medular progressivamente no osso com uma
curativo a vácuo no tratamento de lesões ortopédicas têm sido
geralmente favoráveis, mas a sua eficácia ainda não foi claramente serra ou saca-bocado. A curetagem do cana l medular
comprovada. O dispositivo de fechamento assistido por vácuo, deve ser evitada para prevenir a migração proximal do
em geral, é aplicado ao final de cada sessão de irrigação e desbri- material infectado.
damento, até que a ferida seja considerada limpa; é utilizado, em •Após remoção de todo o tecido desvitalizado, irri gue a
geral, durante 10 a 20 dias. ferida com uma solução sa lin a normal e um aditivo
apropriado.
• Se o ferimento puder ser fechado, suture primeiro a ferida
IRRIGAÇÃO DE DESBRIDAMENTO cirurgicamente criada. Frouxamente, feche a ferida res-
DE FERIDAS ABERTAS tante sobre um dreno, se necessário, desde que não haja
excesso de pressão ou de tensão sobre a pele. Se o fecha-
Nossa estratégia terapêutica consiste em repetir o desbri-
mento não for possível, deixe a ferida aberta . Manter as
damento de todas as fraturas expostas do tipo Ili de Gustilo,
estruturas como ossos, nervos e tendões úmidos. A "bolsa
dentro de 36 a 72 horas após a primeira abordagem.
de pérolas" pode ser usada, assim como um curativo
Também repetimos o desbridamento e a irrigação de todas
impermeável para manter a umidade.
as feridas que são questionáveis, independentemente da
classificação de Gustilo. O desbridamento e a irrigação são •A decisão de utilizar fixação interna ou externa é tomada
repetidos com intervalos de 48 horas, até que seja obtida depois de concluído o desbridamento e pode influenciar
uma ferida limpa . Isso pode exigir a remoção de qualquer o fechamento da ferida e o curativo que será utilizado
fixação interna ou externa, para permitir a exposição com- em seguida. Nós, no entanto, preferimos preparar e
pleta do osso. paramentar o paciente novamente, descartar todos os
instrumentos uti lizados durante o desbridamento e
trocar as roupas e as luvas cirúrgicas antes de aplicar
TÉCNICA fixação interna ou externa.
•Inicie o procedimento garantindo a proteção individual CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os antibióticos são con-
adequada, incluindo proteções contra respingos, óculos, tinuados de acordo com o grau de gravidade da ferida
botas e luvas de proteção adicionais. (ver seção sobre fraturas expostas).
• PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
Estresses de
cisalhamento altos
=======> tecido
Formação de
fibroso
Wdll;f.!IJ9 Tipos de tecidos que contribuem para as quatro H[iji@UilD Mecanismo de formação óssea hipotética sob
principais respostas de consolidação da fratura. (Redesenhado de diferentes tipos de estresse mecânico, como proposto por Carter
Einhorn TA: The cell and molecular biology of fract ure healing, Clin et ai. (De Carter DR, Beaupré GS, Giori NJ, et ai: Mechanobiology of
Orthop Re/at Res 355[Suppl]:7, 1998.) skeletal regeneration, Clin Orthop Relat Res 355[Suppl]:41, 1998)
Na fase inflamatória de consolidação da fratura, um hematoma Durante o processo complexo de reparação de fratura, ocorrem
é formado a partir dos vasos sanguíneos rompidos pela lesão. As quatro tipos básicos de formação de osso novo: ossificação osteo-
células inflamatórias invadem o hematoma e iniciam a degradação condral, ossificação intramembranosa, formação de osso novo opo-
lisossomal de tecido necrosado. O hematoma pode ser uma fonte de sicional e migração osteonal (substituição rastejante). O tipo, a
moléculas de sinalização, tais como fatores de crescimento transfor- quantidade e a localização de osso formado podem ser influenciados
mante beta e fator de crescimento derivado de plaquetas pelo tipo de fratura, estado da lacuna, rigidez da fixação, carga e
(PDGF), que iniciam e regulam as cascatas de eve ntos celulares que ambiente biológico. As células submetidas à compressão e baixa
resultam na consolidação da fratura. A fase de reparação, que geral- tensão de oxigênio diferenciam-se em condroblastos e cartilagem,
mente começa em 4 ou 5 dias após a lesão, é caracterizada pela enquanto aquelas sob tensão e alta tensão de oxigênio diferenciam-
invasão de células mesenquimatosas pluripotentes, que se diferen- se em fibroblastos e produzem tecido fibroso, o que sugere que o
ciam em fibroblastos, osteoblastos e condroblastos, e formam um tipo de tensão aplicada para tecido imaturo ou indiferenciado deter-
calo mole de fratura. A proliferação de vasos sanguíneos (angiogê- mina o tipo de osso formado (Fig. 53-15).
nese) dentro dos tecidos periosteais e canal medular ajuda a enca- Uthoff listou uma série de fatores sistêmicos e locais que afetam
minhar as células apropriadas para o local da fratura e contribui para a consolidação da fratura (Quadro 53-4) e classificou-os como estando
a formação de uma camada de tecido de granulação. A transição do presentes no momento da lesão, causada pela lesão, dependentes de
calo de fratura para o tecido ósseo e o processo de mineralização, tratamento ou associadas a complicações. Os fatores identificados
que endurece e fortalece o osso recentemente formado, sinalizam o como preditivos de complicações, especialmente a infecção, i11cluem
início da fase de remodelação, o que pode durar meses ou até mesmo condição dos tecidos moles e nível de energia do trauma, tal como
anos. O tecido ósseo é substituído por osso lamelar, o canal medular evidenciado pela classificação AO; índice de massa corporal de 40 ou
é restaurado e o osso restabelece sua morfologia e resistência mecâ- mais; e comorbidades comprometedoras, como idade de 80 anos
nica normais, ou praticamente normais. Cada uma dessas fases se ou mais, tabagismo, diabetes, doença maligna, insuficiência pulmonar
sobrepõe ao fim da fase precedente; portanto, a consolidação da e imunodeficiência sistêmica. As infecções foram analisadas como
fratura é um processo contínuo. sendo quase oito vezes mais frequentes em pacientes com três ou mais
Einhorn descreveu quatro respostas de consolidação distintas, fatores comprometedores em relação aos que não apresentam nenhum.
caracterizando-os por localização: medula óssea, córtex, periósteo Descobrimos também que, em geral, a saúde de um paciente e
e tecidos moles externos (Fig. 53-14). Ele sugeriu qu e, talvez, a os hábitos, a situação socioeconômica e o histórico neuropsiquiátrico
resposta mais importante na consolidação da fratura seja a do são bons indicadores do risco de complicações após fraturas expostas.
periósteo, em que as células osteoprogenitoras comprometidas e Levando em consideração as diversas variáveis do paciente, desenvol-
células mesenquimais indiferenciadas e não acometidas contri- vemos uma classificação de hospedeiros (Quadro 53-5) que tem sido
buem para o processo por meio de uma recapitulação da ossificação útil. Em uma revisão retrospectiva de 87 pacientes com fraturas
intramembrano sa embrionária e formação óssea endocondral. expostas da tíbia, descobrimos que as complicações desenvolvidas em
A resposta do periósteo foi demonstrada ser mais rápida e capaz de 48% dos hospedeiros do tipo C, em 32% dos hospedeiros do tipo B e
preencher a lacuna tão grande quanto a metade do diâmetro do em 19% dos hospedeiros do tipo A. Especificamente, as infecções
osso; que é reforçado pelo movimento e inibido pela fixação rígida. ocorreram em 32% dos hospedeiros do tipo C, em 17% dos hospe-
A resposta do tecido mole externo também depende fortemente de deiros do tipo B e em 11 % dos hospedeiros do tipo A. Pelo fato de a
fatores mecânicos e pode ser deprimida por imobilização rígida. classificação de hospedeiros poder ser determinada na primeira con-
Esta resposta envolve uma rápida atividade celular e o desenvolvi- sulta, ela possibilita uma previsão precoce de complicações, diferen-
mento de ponte de calo precoce, que estabiliza os fragmentos da temente da classificação de Gustilo (que muitas vezes pode ser
fratura. O tipo de tecido formado evolui por meio de ossificação determinada definitivamente apenas no desbridamento). Utilizada
endocondral, em que as células mesenquimais indiferenciadas são como um complemento para o sistema de Gustilo, a classificação de
recrutadas, aderem-se, proliferam e, eventualmente, se diferenciam hospedeiros também pode ajudar a determinar na avaliação inicial se
em células de formação de cartilagem. uma ferida pode ser fechada após o desbridamento.
WfiZI PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
De Uhthoff HK: Fracture healing. ln Gustilo RB, Kyle RF, Templeman DC: Fractures and dislocations, St Louis, 1993, Mosby.
ESTIMULAÇÃO DA CONSOLIDAÇÃO DA osso da crista ilíaca é propensa a complicações, tais como dor no local
FRATURA doador, neuromas, fratura e formação de osso heterotópico. As técni-
cas de coleta de enxertos ósseos ilíacos são descritas no Capítulo 1.
• ENXERTO ÓSSEO A fíbula pode ser utilizada como enxerto estrutural, assim como
as costelas nas formas triturada ou estrutural. Também é possível
1 ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓLOGOS utilizar a tíbia como área doadora de enxertos estruturais corticoes-
Os enxertos ósseos autólogos contêm os três componentes necessá- ponjosos; no entanto, essa modalidade apresenta-se em declínio
rios para a formação de osso: osteocondução, osteoindução e oste- devido ao advento da fixação interna rígida e aloenxertos confiáveis.
ogênese celular. A osteocondução refere-se a um andaime, o que A coleta de medula óssea femoral, utilizando as técnicas de
possibilita o crescimento ósseo. A osteoindução é a capacidade para haste femoral e um alargador especializado/irrigador/aspirador
induzir a produção de osteoblastos. Osteócitos primitivos são neces- (RIA) (Synthes), é um método mais recente para a obtenção de
sários para formar os osteoblastos. quantidades significativas de medula do fêmur (Fig. 53-16). O RIA
Os enxertos autólogos são obtidos a partir de várias áreas. foi desenvolvido para diminuir a pressão intramedular e embolia
O osso local removido no momento da artrodese pode ser reutili- gordurosa durante o alargamento do canal medular; além disso,
zado depois de remover todo o tecido mole e, em seguida, moendo foram documentadas reduções significativas na pressão intramedu-
esse osso em pedaços muito pequenos. Um moedor de osso também lar e na quantidade de gordura na veia femoral com seu uso. Nesse
pode ser utilizado para esta finalidade. Isso aumenta o número de processo, o material oriundo do alargamento (fresagem) e efluentes
células vivas e as proteínas para osteoindução. são capturados, e uma quantidade considerável de medula pode ser
A crista ilíaca é a segunda área mais comum para coleta de aspirada para enxerto ósseo. Dependendo do paciente e da fonte
autólogo. A crista ilíaca posterior oferece mais osso para enxerto que óssea, é possível obter de 25 a 90 mL. Esses fragmentos ósseos são
a superfície anterior, e pode servir de fonte para o osso moído ou ricos em células-tronco mesenquimais. Além disso, o sobrenadante
estrutural, tal como um enxerto tricortical. Infelizmente, a coleta de é rico em fator de crescimento de fibroblastos (FGF)-2, fator de
.
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA
Clipe de travamento
1
óssea e ossos
moídos em
pedaços finos
Tela para capturar osso
moído e medula óssea
Filtro de enxerto
100 cc de capacidade
Fonte de
vácuo
H!§IJ;f4li19 Fresador, irrigador,
aspirador (RIA) para a obtenção da
Tubo de aspiração " crian90
medula durante a fresagem femoral;
conectado sucçao
a medula aspirada pode ser usada
recipiente de sucção ""'" "
para o enxerto do osso.
A B
aspiração
D E F
H@l!;MLlJg Coleta de enxerto ósseo femoral ou tibial com instrumentação RIA (ver texto). A, Confirmação do diâmetro de fresa-
gem . B e C, Acesso e fresagem do canal medular. D, Inserção do fresador. E, Fresagem do canal . F, Remoção do material de enxerto. G,
En xerto ósseo empurrado para fora do filtro interno. VEJA A TÉCNICA 53-3.
Wfjl:t PARTE XV FRATURAS E LUXAÇ ÕES EM ADULTOS
- CLASSE
Autoenxerto
53-6 Enxertos ósseos e Substitutos de Enxerto Ósseo
uso
Uso sozinho
EXEMPLO
ICBG
PROPRIEDADES
Osteoindutora
Osteocondutora
Osteogênica
TRANSPORTADOR
Não
1 SUBSTITUTOS DE ENXERTOS ÓSSEOS COM BASE pode ser usada como uma transportadora para BMP. Este material
EM CERÂMICA é forte em compressão, mas fraco em cisalhamento, limitando a sua
Substitutos ósseos de cerâmica e colágeno podem fornecer osteo- utilização em aplicações na coluna vertebral. Quando usada como
condução sem o risco de transmissão de doenças. As cerâmicas um agente de preenchimento, também pode migrar devido à com-
disp oníveis incluem sulfato de cálcio, fosfato de cálcio e de vidro pressão do osso em consolidação por causa da sua reabsorção lenta.
bioativo. Além de osteocondução, esses produtos são osteointegré- Q uitosana e esqueleto esponja são outros substitutos de enxer-
veis, tendo a capacidade de formar laços íntimos com o tecido. São tos potenciais que parecem promissores, mas ainda têm que ser
quebradiços e podem ser utilizados com outros produtos, como um comprovados de forma confiável e eficaz. Eles exigem proximidade
transportador ou para a proteção (tais como cages). As cerâmicas de com o osso hospedeiro para alcançar a condução óssea.
fosfato de cálcio vêm em diversas variedades, incluindo fosfato tri-
cálcico e hidroxiapatita sintética. Esses produtos estão disponíveis • ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA E ULTRASSOM
em diferentes apresentações, tais como pastas, matrizes sólidas, A estimulação eletromagnética tem sido usada desde o início da
massa e grânulos. O vidro bioativo tem como base o silicato que é década de 1970 no tratamento de retardo de consolidação e pseu-
biologicamente ativo. Atualmente, ele é utilizado com o polimetil- doartrose, com taxas de sucesso relatadas de 64% a 85%, mas não
metacrilato para melhorar a ligação. Esses produtos não são reco- foi comprovado que esse procedimento é efetivo no tratamento de
mendados para suporte de carga individualmente, sem modificação fraturas recentes. Estudos prospectivos duplo-cegos demonstraram
ou uso com produtos mais fortes. Alguns podem ser utili zados com efeitos positivos da estimulação eletromagnética na consolidação de
DBM ou como transportadores para BMP. osteotomias femorais e tibiais. Os efeitos da estimulação eletromag-
nética nos processos celulares de consolidação da fratura não são
1 SUBSTITUTOS DE ENXERTOS ÓSSEOS COM BASE bem compreendidos, mas a exposição in vitro de osteoblastos a
EM POLÍMEROS campos eletromagnéticos estimulou a secreção de vários fatores de
Os polímeros disponíveis para substitutos de enxertos ósseos podem crescimento, incluindo BMP-2 e BMP-4, e IGF-2.
ser naturais ou sintéticos e biodegradáveis ou não biodegradáveis. Apesar de estudos em animais e clínicos confirmarem a capa-
Alguns naturais e sintéticos não biodegradáveis são compostos de polí- cidade do ultrassom de melhorar a consolidação da fratura, não foi
mero e de uma cerâmica, podendo ser utilizados em áreas de suporte estabelecido o mecanismo físico exato. Tem sido demonstrado que
de carga. Os materiais naturais e sintéticos biodegradáveis incluem o o ultrassom de baixa intensidade aumenta a incorporação dos íons
ácido poliglicólico e o ácido poli (láctico-glicólico). A reabsorção de cálcio em culturas de cartilagem e células ósseas e estimula a
desses produtos limita o seu uso em suporte de carga. expressão de numerosos genes envolvidos no processo de consoli-
dação, incluindo IGF e Em um modelo murino, a exposição
1 SUBSTITUTOS DE ENXERTOS ÓSSEOS DIVERSOS a ultrassons aumentou a formação de calo mole e resultou no sur-
A hidroxiapatita coralina é uma das primeiras substâncias utilizadas gimento precoce de ossificação endocondral. Estudos com animais
como um substituto do osso. Ela é reabsorvida muito lentamente e (de fraturas recentes em ratos e coelhos) demonstraram aceleração
Wfi:I1) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
no processo de consolidação de 1,5 vez no grupo tratado com ultras- dependendo da lesão das partes moles, grau de gravidade da lesão
so ns. Estudos comparativos clínico s demonstraram um tempo do paciente, lesões sistêmicas e da extremidade superior associadas,
de consolidação menor, de aproximadamente 40% em fraturas e proximidade das fraturas adjacentes e seu efeito combinado na
tibiais e radiais com tratamento ultrassom. A baixa intensidade mobilidade e potencial de recuperação das articulações adjacentes.
do ultrassom também tem sido sugerida para melhorar a cicatri- Nesta situação, é mais provável que o tratamento conservador da
zação de fraturas em fum antes, um grupo de risco para o retardo fratura da diáfise da tíbia seja cirúrgico.
da consolidação; em pacientes com doenças, tais como diab etes, Mais que um a listagem de indicações absolutas para redução
insuficiência vascular e osteoporose; e naqueles que fazem uso de e estabilização cirúrgicas, são descritas aquelas situações em que é
medicamentos como corticoides, anti -inflamatórios ou bloquea- elevada a probabilidade de se recorrer ao tratamento cir úrgico, para
dores dos canais de cálcio. que seja obtido um resultado satisfatório:
1. Fraturas intra-articulares com desvio, apropriadas para a
redução e estabilização cirúrgica.
• FATORES QUE AFETAM NEGATIVAMENTE A 2. Fraturas instáveis, em que fracassou uma tentativa apropriada
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA de tratamento não cirúrgico.
Inúmeros fatores têm mostrado ter efeito negativo sobre a consoli- 3. Importantes fraturas por avulsão associadas à interrupção de
dação óssea. O tabagismo é o mais notável desses fatores. Estudos unidades musculotendínea ou grupos ligamentares importan-
animais e clínicos mostraram que tabagismo, histórico prévio de tes que, conforme demonstrado, têm resultado insatisfatório
tabagismo ou até mesmo uso de fumo com menor teor de tabaco com tratamento não cirú rgico.
atrasam, significativamente, a consolidação da fratura. O uso do 4. Fraturas patológicas com desvio em pacientes não iminente-
tabaco também atrasa a cicatrização de feridas simples. Fumar pode mente terminais.
dobrar o tempo para um a fratura consolidar e aumenta significati- 5. Fraturas para as quais o tratamento não cirúrgico é conhecido
vamente o risco da pseudoartrose. Fármacos anti-inflamatórios não por produzir resultados funcion ais insatisfatórios, como fratu-
esteroides (ciclo-oxigenase-1 e ciclo-oxigenase-2) podem atrasar ou, ras de colo femora l, fraturas-luxações de Galeazzi e fraturas
no caso do ibuprofeno, parar a cascata de consolidação óssea. Esses -luxações de Monteggia.
efeitos variam de acordo com as características individuais de cada 6. Lesões fisárias deslocadas que têm uma propensão para a
fármaco. O uso de antibióticos da família das fluoroquinolonas tem parada do crescimento (Salter-Harris tipos III e IV).
sido associado a retardo de consolidação óssea, embora esses fárma- 7. Fraturas com síndromes compartimentais que exijam fascio-
cos sejam eficazes no tratamento amb ul atorial de infecções ósseas tomias.
profundas. Outros fatores incluem a falta de carga ou estimulação 8. Pseudoart roses, especialmente aquelas com reduções imper-
muscular no local da fratura e a presença de algumas comorbidades, feitas, em que fracassaram os tratamentos prévios (não cirúr-
como diab etes (Quadro 53 -3). gicos ou cirúrgicos).
A seguir, fraturas nas quais a redução cirúrgica e estabilização
têm probabilidade moderada de resultar em melhora da fun ção:
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO 1. Lesões instáveis na coluna vertebral, fraturas de ossos longos
CIRÚRGICO e fraturas pélvicas instáveis, especialmente em pacientes
politraumatizados.
INDICAÇÕES 9ERAIS, PARA REDUÇÃO E 2. Consolidações retardadas, após uma tentativa apropriada de
tratamento não cirúrgico.
ESTABILIZAÇAO CIRURGICA
3. Fraturas patológicas iminentes.
Antigamente, as linhas de pensamento ortopédico enquadravam- 4. Fraturas expostas instáveis.
se em um dos dois grupos. Aqueles que preferem os métodos não 5. Fraturas associadas a lesões complexas de partes moles (fratu-
cirúrgicos (como redução fechada, gesso e técnicas de tração) ras expostas tipo 3B de Gustilo, queimaduras em áreas fratu-
foram referidos como os defensores do "tratamento conservador". radas ou dermatite preexistente).
A segunda escola de pensamento incluía defensores do tratamento 6. Fraturas em pacientes nos quais a imobi lização prolongada
cirúrgico para todas as fraturas. Tal como acontece com a maioria levará a um aumento das complicações sistêmicas (p. ex.,
dos rótu los, essas distinções se tornaram obsoletas; todos os cirur- fraturas de quadril e de fêm ur em idosos e múltipl as fra-
giões ortopédicos são membros de um "consenso ortopédico con- turas em pacientes com escores de gravidade de lesão infe-
servador" que tem por objetivo conservar o máximo possível o riores a 18).
potencial funcional da extremidade lesionada. 7. Fraturas infectadas instáve is ou pseudoartroses sépticas
Em algumas ci rcunstâncias, um procedimento complexo de instáveis.
redução aberta e fixação interna de uma fratura intra-articular comi- 8. Fraturas assoc iadas a deficiências vascu lares ou neurológicas
nutiva pode ser a única chance de o paciente recuperar uma extre- que necessitam de reparo cirúrgico, incluindo fraturas de ossos
midade funcional; portanto, seria o tratamento conservador. Por longos em pacientes com lesões na medula espinal, cone ou
outro lado, uma fratura no terço méd io da tíbia ou fíb ula, isolada, raízes nervosas proximais.
simples, estável e fechada pode ser tratada com aparelho gessado, A seguir, situações com pouca probabilidade de melhor res ul-
placas, hastes intramedulares ou fixação externa; no entanto, atual- tado funcional depois da cirurgia:
mente, a maioria dos cirurgiões prefere um aparelho gessado longo 1. Melhora estética de deformidades por fraturas que não com-
deambulatório aplicado à perna, seguido por algum tipo de órtese, prometem a função.
como a opção mais conservadora. Contudo, para a mesma fratura 2. Estabilização considerando-se o fator econômico, para possi-
tibial ou fibular com uma fratura femoral ipsilateral, fratura do bilitar alta mais rápida de uma unidade de terapia intensiva,
platô tibia l ou fratura maleolar, seria considerado o reparo cirúr- sem melhora funcional significativa em comparação com
gico com uma haste intramedular, fixação externa ou placa e parafusos, métodos não cirúrgicos.
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA f!Illll
PARA REDUÇÃO E de sangue transportam os riscos de hepatite, síndrome de imunode-
ESTABILIZAÇAO CIRURGICA ficiência adquirida (AIDS) e reações imunológicas. A equipe cirúr-
gica deve minimizar a perda de sangue e a contaminação sanguínea
Boyd, Lipinski, e Wiley afirmaram que o bom julgamento cirúrgico (Cap. 1). A Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos publicou
é decorrente da experiência, e que esta resulta do mau julgamento recomendações para a prevenção da transmissão do vírus da imu-
cirúrgico. Não há indicações nem contraindicações absolutas para nodeficiência human a (HIV) na prática da cirurgia ortopédica.
tratamento cirúrgico de uma fratura. Contudo, se houver dúvidas A força-tarefa recomendou que todos os profissionais da saúde
qüanto à possibilidade de um resultado bem-sucedido com a cirur- façam voluntariamente testes em intervalos regulares e procurem
gia em razão de possíveis complicações e de insucesso, será reco- tomar conhecimento do estado do HIV dos pacientes, após orien-
mendado o tratamento não cirúrgico. A seguir, situações em que há tação apropriada e consentimento voluntário dos portadores. Essa
grande probabilidade de tratamento cirúrgico malsucedido: força-tarefa observou que, "teoricamente, se os pacientes apresenta-
1. Osso osteoporoso, frágil demais para possibilitar estabilização rem infecção avançada pelo HIV, o estado imunológico pode estar
por fixação interna ou externa. comprometido a tal ponto que será maior o risco de infecção noso-
2. Partes moles suprajacentes à fratura, ou à via de acesso cirúr- comial, caso tenha que ser realizada alguma cirurgia".
gica planejada, de tão baixa qualidade (por causa de tecido Frequentemente, devem ser removidos implantes ou sistemas
cicatricial, queimaduras, infecção ativa ou dermatite), que a de fixação externa, o que implica em risco de um segundo procedi-
fixação interna resultaria em destruição do revestimento teci- mento cirúrgico. Foi relatada a ocorrência de fraturas após a remoção
dual ou exacerbação da infecção; nessa situação, é preferencial de implantes e sistemas de fixação externa.
a fixação externa.
3. Infecção ativa ou osteomielite. Atualmente, o tratamento pre-
ferido é a fixação extern a, combinada com um método bioló- OPORTUNIDADE DO TRATAMENTO
gico para o controle da infecção. Ocasionalmente, utiliza-se CIRÚRGICO
com êxito uma estratégia de estabilização com haste intrame-
dular combinada com controle biológico da infecção, para A melhor época para o tratamento cirúrgico após uma lesão depende
obter estabilidade da fratura; essas fraturas infectadas são tra- de vários fatores. Os procedimentos cirúrgicos podem ser divididos
tadas por especialistas em técnicas de fixação intramedular em três categorias: de emergência, urgentes e eletivos. Lesões que
com hastes como último recurso; essa via de acesso não pode necessitem de procedimentos de emergência incluem fraturas expos-
ser rotineiramente recomendada. tas, luxações irredutíveis de grandes articulações, fraturas com lace-
4. Fratura cominutiva acentuada que não possibilita reconstru- rações ou escoriações profundas no campo operatório, lesões na
ção bem-sucedida. Esse quadro é observado mais comumente coluna vertebral com a deterioração das deficiências neurológicas,
em fraturas intra -articulares graves, nas quais algum impacto fraturas-luxações que prejudicam a vascularização do membro ou das
destruiu a superfície articular. partes moles suprajacentes, e fraturas com síndrome compartimentai.
5. Estado clínicos gerais que são contraindicações para anestesia Nessas situações, os atrasos na cirurgia podem levar à infecção, lesão
também o são, em geral, para tratamento cirúrgico de fraturas. neurológica, amputação e, possivelmente, perda da vida. Os procedi-
6. Fraturas impactadas sem deslocamento ou estáveis em uma mentos de urgência são aqueles que devem ser feitos no prazo de 24
posição aceitável não exigem exposição ou redução cirúrgica, a 72 horas após o trauma, tais como redesbridamento de fraturas
mas podem ser beneficiadas com fixação profilática em cir- expostas graves e estabilização dos ossos longos em pacientes poli-
cunstâncias especiais (p. ex., fraturas do colo femoral impac- traumatizados, fraturas de quadril e fraturas-luxações instáveis. As
tadas ou sem desvio). cirurgias eletivas em traumatologia são aquelas que podem ser adiadas
7. Equipamento, pessoal, treinamento e experiência inadequados. por 3 ou 4 dias e até 3 ou 4 semanas. Lesões que podem ser tratadas
com ci rurgia eletiva incluem lesões esqueléticas isoladas que foram
inicialmente reduzidas e estabilizadas com técnicas não cirúrgicas,
DA ,REDUÇÃO E mas que alcançarão melhor resultado com a cirurgia, como as fraturas
ESTABILIZAÇAO CIRURGICA de ossos no antebraço, fraturas com lesão das partes ou com flictenas
suprajacentes ao local da abordagem cirúrgica planejada, e fraturas
O tratamento cirúrgico aumenta o tr aumatismo em qua lquer intra-articulares que necessitam de nova avaliação radiográfica para
lesão. O desafio consiste em melhorar o resultado geral da lesão. Se um planejamento pré-operatório adequado.
houver necessidade de redução aberta, a técnica deve minimizar os Se uma redução aberta for adiada por um período superior a
perigos de infecção e da subsequente destruição vascular dos tecidos 4 a 6 semanas, ocorrerão encurtamento das unidades musculoten-
lesionados, para diminuir a possibilidade de inativação da biologia díneas, ausência de planos teciduais nitidamente definidos na zona
do reparo da fratura, o que resultará em consolidação retardada ou lesionada e reabsorção das superfícies fraturadas, dificultando ainda
até mesmo pseudoartrose. Qualquer dissecção cirúrgica produz mais a cirurgia. No caso de atraso da operação, pode ser desejável a
tecido cicatricial para a cura da incisão, mas a própria dissecção aplicação de enxerto ósseo autógeno como, por exemplo, no trata-
pode causar contratura e debilitação das unidades musculotendí- mento de pseudoartrose.
neas responsáveis pela reativação funcional da extremidade. Vias de
acesso devem acompanhar planos internervosos e evitar transec-
ção das unidades musculotendíneas. Qualquer que seja a via de PRINCÍPIOS DE LAMBOTTE PARA O
acesso cirúrgica, a possibilidade de lesão nervosa e vascular é TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURAS
constante. O tratamento cirúrgico também envolve o uso de
anestesia, com todos os seus riscos. Quatro princípios de Lambotte para o tratamento cirúrgico das
Os riscos de infecção transmitida pelo sangue para o paciente fraturas são tão aplicáveis atualmente, assim como o eram nos anos
e a equipe cirúrgica são cada vez mais valorizados. As transfusões 1700. Com base nesses princípios, o AO-ASIF formulou quatro
Wfi:f) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
diretrizes de tratamento para o tratamento de fraturas: (1) redução e. A correção de comprimento é difícil em casos com perda
anatômica dos fragmentos da fratura, especialmente nas fraturas óssea, e até 1 cm de encurtamento ou alongamento é bem
articulares, (2) fixação interna estável para atender as demandas tolerado, caso não comprometa a biologia de regeneração
biomecânicas locais, (3) preservação do suprimento sanguíneo à área da fratura.
lesionada da extremidade, e (4) mobilização ativa e indolor de mús- d. Se o alinhamento, a rotação e comprimento forem res-
culos e articulações adjacentes para impedir o desenvolvimento da taurados, o deslocamento dos fragmentos da fratura será
doença da fratura. Esses princípios todos foram validados pelo tempo, bem tolerado, e a chamada consolidação óssea secundá-
mas os métodos de aplicação foram bastante aperfeiçoados. ria ocorrerá depois do tratamento fechado de fraturas ou
1. Exposição da fratura. Com técnicas abertas, os planos extensíveis com técnicas de redução indireta e fixação intramedular
internervosos devem ser usados sempre que possível. Dissecção com hastes.
limitada, ligamentotaxia, afastadores e mesas de fratura com 3. Estabilização provisória da fratura. Quando a fratura é aceitavel-
aparelho para redução são ferramentas que, sem exceção, auxi- mente reduzida, a estabilização provisória, geralmente com
liam na exposição cirúrgica e diminuem o grau de desvascula- fios de Kirschner ou parafusos, possibilita a confirmação
rização na fratura. Um intensificador de imagem com capacidade radiográfica da redução, a escolha da fixação definitiva e a
de armazenamento de imagens, frequentemente, possibilita determinação da necessidade de aumento de enxerto ósseo. Se
abordagens cirúrgicas sem dissecção das partes moles no local a fixação provisória não for usada, a redução pode ser perdida
fraturado, como nas técnicas fechadas de fixação intramedular. quando a fixação definitiva for aplicada. A colocação provisó-
No entanto, a exposição adequada viabiliza o desenvolvimento ria da estabilização requer um planejamento pré-operatório
de uma perspectiva tridimensional da configuração da fratura, cuidadoso de modo que não interfira no posicionamento da
suas partes moles aderidas e seu grau de deslocamento mul- fixação definitiva.
tiplanar. Isso deve ser aperfeiçoado com um planejamento 4. Estabilização definitiva da fratura A fixação definitiva deve
pré-operatório adequado. alcançar a estabilidade mecânica estabelecida pelo plano
2. Redução da fratura. Uma vez compreendida a anatomia e a pré-operatório, para que seja incentivado o tipo selecionado
mecânica da fratura, frequentemente, a recriação da força de consolidação óssea. O construto mecânico (haste, placa e
deformante e o realinhando da fratura por meio de tração parafusos ou fixador externo) deve dispor de suficiente vida
resultam em redução. Essa é a base do tratamento fechado útil sem ocorrência de fadiga para apoiar a extremidade lesio-
de fraturas e luxações. Essa manobra depende da compe- nada até que a regeneração óssea possa assumir cargas pro-
tência dos anexos ligamentares e musculares associados aos gressivamente maiores. A fixação ideal deve possibilitar uma
fragmentos da fratura. Quando esses aliados musculoliga- gama de movimento das articulações adjacentes e unidades
mentosos são perdidos, a redução aberta deve ser utilizada. musculotendíneas relativamente livres de dor, de modo que as
O posicionamento e a aplicação dos instrumentos e distrato- contraturas secundárias e a rigidez sejam evitadas ou minimi-
res mecânicos devem ser planejados de modo a minimizar a zadas. A fixação deve possibilitar algum compartilhamento de
força necessária e os danos aos tecidos lesionados na fratura. carga, se isso não comprometer a estabilidade da fixação ou
Ao avaliar a adequação da redução, é necessário considerar prejudicar a biologia da regeneração óssea.
a localização anatômica e a tolerância à má redução. Uma
fratura intra-articular em local de sustentação do peso no
côndilo femoral exige redução anatômica, enquanto uma BIOMATERIAIS DE FIXAÇÃO
fratura cominutiva fechada do terço médio da diáfise do DE FRATURAS
fêmur pode possibilitar deslocamento significativo dos frag-
mentos intermediários, se for tratada com uma haste intra-
METAIS
medular bloqueada. A adequação de uma redução da diáfise
ou fratura metafisária é medida por quatro critérios de ordem No tratamento de fraturas, os metais são os principais pilares de
decrescente de importância: materiais, em virtude de sua resistência e ductilidade. No artigo
a. O alinhamento do eixo do osso deve ser corrigido em planos de Venable, Stuck, e Beach, publicado 1937, foi relatado que alguns
anteroposterior e mediolateral. Desvios excessivos de ali- metais produzem um potencial elétrico quando banhados com o
nhamento causam deformações anormais de carga sobre ambiente salino dos tecidos moles e causam necrose local do
as articulações que suportam o peso, com potencial para tecido, corrosão do metal e afrouxamento resultante dos implantes.
osteoartrose pós-traumática ou alterações na marcha que Assim, metais com menor coeficiente eletrolítico foram avaliados
podem alterar a transmissão de força para outras articula- e testados e, atualmente, a maioria dos implantes ortopédicos é
ções ou para a coluna vertebral. construída em aço inoxidável 316 L (composto de ferro, cromo e
b. A rotação do eixo do osso deve ser corrigida para que níquel), ligas de titânio-alumínio-vanádio ou em titânio comer-
fique o mais parecido possível com a extremidade oposta cialmente puro (titânio e oxigênio).
normal. A ocorrência de má rotação apresenta melhor Um material mais novo, o tântalo, é um composto de metal
tolerância na extremidade superior que na extremidade trabecular composto por substrato de carbono com tântalo em
inferior, por causa da maior amplitude de movimentos sua superfície. Este chamado trabeculado metálico poroso de
do ombro, comparada ao do quadril. A má rotação tântalo forma um andaime biológico para formação de osso novo.
externa parece mais bem tolerada que a má rotação O tântalo pode ser fabricado em uma forma altamente porosa, que
interna na extremidade inferior. Embora não existam tem um módulo de elasticidade mais próxima daquela do osso que
orientações concretas para graus aceitáveis de má do aço inoxidável ou das ligas à base de cobalto. Esferas de tântalo
redução, podem ser funcionalmente tolerados de 5 a 10 são utilizadas em estudos que têm exigido marcadores ósseos; o
graus de deformidade angular e 10 a 15 graus de defor- material, no entanto, não foi utilizado na fabricação de implantes até
midade rotacional. recentemente. Por causa de sua notável resistência à corrosão, o
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA
BIOMECÂNICA DO MODELO
DE IMPLANTE E FIXAÇÃO DE
FRATURA Elástica Plástica
Os fatores normalmente citados na avaliação de falha de osso são
o tipo, a dimensão, a taxa de carga e as propriedades materiais e
estruturais do osso. O osso é um material anisotrópico, que exibe
diferentes relações de tensão-deformação, dependendo do sentido
em que a tensão é ap licada. Ossos corticais e esponj osos também
diferem pela porosidade e di âmetro de suas respectivas seções
transve rsais. Ossos corticais sofrem fratura in vitro quando a
tensão é superior a 2% do comprimento original, enquanto o osso
esponj oso não falha até a tensão ultrapassar os 7%. Ao analisar os o
•Cll
cn
padrões de fratura, o modo de carregamento oferece uma visão e
Q)
sobre o mecanismo da lesão e possíveis lesões associadas. As cargas 1-
geralmente são descritas como tensão, compressão, flexão, cisalha-
mento, torção ou um a combinação destes (Fig. 53- 18). O modo de
Módulo de
falha óssea pode prever a lesão dos tecidos moles e a estabilidade
elasticidade
da fratura (Tabela 53-9).
Os dispositivos usados para estabilizar o esqueleto estão sujei-
tos a uma carga e fo rças de deformação que raramente causam falha
para carga aguda, como ocorre com a fratura, mas esses dispositivos
podem fa lhar devido à fadiga se o osso não se regenerar para aco -
modar a carga. As propriedades dos materiais, como observado, são
expressas por curvas de força-deformação (Fig. 53- 19), e as proprie-
dades estruturais são expressas por curvas de deformação à carga Força
(Fig. 53-20). As propriedades estruturais da área do momento de
inércia e do momento polar de inércia são modificadas para obter a O[ijil;Hml!I Curva de tensão-deformação mostra as proprie-
rigidez desejada e a resistência dos implantes. A maioria dos dades dos materiais em ciclo de estresse até a falha. Testes, em
implantes funciona dentro da fase elástica de deformação da curva geral, são realizados em amostras fi xas com estresse aplicado sob
de deformação à carga. Teoricamente, há uma fa ixa elástica de defor- tensão. (De Russel l TA: Biomechani ca l concepts of femoral intrame-
mação de implantes que favorece a regeneração óssea, mas essa faixa du llary nai li ng, J lnt Orthop Trauma 1:35, 199 1.)
CAPÍTULO 53 PRINCrPIOS GERAIS DETRATAM ENTO DE FRATU RA
LOCALIZAÇÃO DA DOBRADI ÇA
PADRÃO DE FRATURA MECAN ISMO DA LESÃO DO TECIDO MOLE ENERG IA
Transversal Envergame nto Con cavidad e Ba ixa
ru
Oblíq u a transversal o u Compressão + Co ncavid ade o u lado de M o derada
bo rb o leta enve rgament o borbo leta
(?
Oblíq ua Compressão + Co n cav idade (muitas vezes M od erada
en vergame nto destruíd o)
li '
I
ái
Compressão metafisária V ariá ve l com pressão V ar iável Variável
De Gozna ER, Harri ngton IJ : Biomechanics of musculoskeletal injury, Balti more, 1982, Williams & Wilkins.
FIXAÇÃO POR PARAFUSO tais princípios forem observados, qualquer tipo de parafuso poderá
ser utilizado como implante interfragmentário. Qualquer parafuso
Os parafusos são dispositivos complexos, constituídos de quatro que atravesse a linha de fratura deve ser inserido com técnica inter-
partes: cabeça, talo, rosca e ponta. A cabeça serve como um anexo fragmentar. Parafusos que fixam um implante ao osso são conheci-
para a chave de fend a, que pode ser hexagonal, em cruz, de fenda dos como de fixação ou neutralização.
ou do tipo Phillips. A cabeça também serve como contraforte à
compressão gerada quando o parafuso atua no osso. O talo ou
haste é a parte lisa do parafuso entre a cabeça e a porção rosqueada.
A rosca é definida pelo seu diâmetro da raiz (ou alma), seu diâmetro
de rosca (ou exterior), passo (ou a distância entre espiras) e avanço
(ou ataque que ele avança no osso a cada volta completa). A área do --Diâmetro da rosca
núcleo determina a resistência do parafus o às forças de arrancha-
mento, e tem relação com a área de osso na interface entre a rosca
e a área do núcleo na rosca aberta. O modelo de rosca visto em
secção transversal é em contraforte (parafusos ASIF) ou V (em geral,
são os convencionais) (Fig. 53-21). A ponta do parafuso pode ser
redonda (necessitando, portanto, de preparo da rosca com macho) ou
autorrosqueante (estriada ou em trocar). Clin icamente, se houver
dúvida com relação à possibilidade de arranchamento do parafuso
devido à presença de osso menos consistente, é preferível utilizar
parafuso com rosca mais larga. Nos casos de osso resistente, em
que a preocupação maior é a fadiga, é preferível um parafuso com
maior di âmetro de núcleo, por resistir melhor à quebra por fa diga.
Em geral, os parafusos são classificados em convencionais e ASIF.
Existem outros fabricantes de parafu sos e também de placas, que se
assemelham aos modelos produzidos pelo grupo ASIF.
O uso de um parafuso para converter as forças de Iorque em
forças de compressão através de uma fratura é uma técnica valiosa.
O sucesso exige a aplicação do parafuso de uma maneira que possi-
bilite o deslizamento da parte proximal do parafu so no osso próximo
-- - - - - Área da raiz
B e
O[riii;t.)E!l!I Princípios da técnica de parafuso de compressão A, Para que seja determinada a melhor loca li zação e incl inação, uma
pinça comprim e temporariamente a fratura . B, Parafuso de compressão substitui a pinça, considerando a localização e posição (incli-
nação). C, O parafuso de compressão f ica mais satisfatoriamente em âng ulo reto com o plano da fratura . O uso do âng ulo bissector é
correto apenas para fraturas com menos de 40 graus de inclinação . Se a inclinação for de 60 graus, a fratura é deslocada por causa da
inclinação insuficiente do parafuso de compressão . (Redesenhado de Mül ler ME, Allgówe r M, Schneider R, et ai: Manual of internai fixation:
techniques recommended by the AO-ASIF group, ed 3, Berlin, 1990, Springer-Verlag.) VEJA A TÉCNICA 53-4.
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA fl1m
do parafuso. O parafuso maleolar, de 4,5 mm, também está incluído
neste grupo, mas tem ponta autorrosqueante em forma de trocarte.
A seleção adequada do diâmetro da broca para perfuração e do macho
para rosqueamento são essenciais para que a pega do parafuso seja
firme. Frequentemente, junto a esses parafusos, utilizam-se arruelas
plásticas ou metálicas para fixação de avulsões de ligamentos ou para
aumentar a compressão interfragmentar, proporcionando maior área de
superfície da cortical para compressão contra a cabeça do parafuso.
1 PARAFUSOS AUTORROSQUEANTES E
AUTOPERFURANTES
Os parafusos autoperfurantes estão disponíveis nos mesmos tama-
iê@li;M B&I Exemplos de parafusos corticais e esponjosos nhos que os parafusos corticais. Esses parafusos têm uma pequena
para fi xação da fratura. (De Bechtold JE: Biomechanics of fracture broca para remover pequenos fragmentos ósseos. Parafusos autor-
fixation devices. ln Gusti lo RB, Kyle RF, Templeman DC, editors: Fractures rosqueantes têm menor força de arrancamento por causa de sua
and dis/ocations, St. Louis, 1993, Mosby. ) construção; eles são mais usados em pinos de fixação externa.
1 PARAFUSOS BLOQUEADOS
• PARAFUSOS-MÁQUINA Os parafusos bloqueados são autorrosqueantes com um sistema de
Parafusos-máquina são rosqueados em toda sua extensão e podem ser travamento na cabeça. Exigem pré-perfuração precisa para viabilizar
autorrosqueantes ou dependentes de prévia abertura de roscas para a fixação adequada com uma placa de bloqueio, e chaves de fenda
sua inserção. Em sua maioria, são autorrosqueantes; a ponta do especializadas são necessárias para a implantação.
parafuso tem um entalhe cortante que prepara as roscas, para que
o parafuso seja inserido. Estes parafusos são principalmente utiliza- • TÉCNICAS DE FIXAÇÃO POR PARAFUSOS
dos para fixar dispositivos de compressão parafusados à diáfise do Para fraturas oblíquas transversais ou curtas, os parafusos devem ser
fêmur. O diâmetro do orifício feito para parafusos-máquina é de fun- combinados com placas ou outras formas de fixação interna. O uso
damental importância. Um orifício demasiadamente calibroso resul- de técnica de compressão interfragmentar sempre é mais desejável
tará na pega insegura das roscas, e um orifício muito pequeno poderá que o uso de um parafuso como dispositivo de fixação. Se um para-
impossibilitar a inserção do parafuso ou resultar em fragmentação fuso tiver rosca em todo o seu comprimento, poderá funcionar apenas
do osso, caso o parafuso seja inserido. A broca selecionada deve ser como fixação, a menos que a cortical próxima à cabeça seja alargada,
ligeiramente menor que o corpo do parafuso menos sua rosca. de modo que as roscas se fixem apenas na cortical oposta; então, quando
No caso de ser utilizado um parafuso autorrosqueante, a broca usada o parafuso é apertado, é criada compressão através da linha de fratura.
para fazer o orifício no osso cortical deve ser 0,3 mm maior que a Se o parafuso for rosqueado apenas em parte do seu comprimento,
usada em osso esponjoso. Os diâmetros dos parafusos e brocas devem sendo o talo desprovido de rosca, a compressão através da linha de
ser rigorosamente conferidos antes da cirurgia. fratura poderá ser obtida sem necessidade de alargamento da cortical
proximal, mas a parte responsável pela pega não deve atravessar a
• PARAFUSOS ASIF linha da fratura, ou a compressão interfragmentária não será possível
Estes parafusos são projetados para as técnicas e princípios de oste- (Fig. 53-24) . Para obter compressão interfragmentar através da linha
ossíntese desenvolvidos pelo grupo ASIF na Suíça e amplamente uti- de fratura, o grupo AO recomenda a técnica descrita a seguir.
lizados. As roscas são mais horizontais que as dos parafusos-máquina
e, com raras exceções, estes parafusos não são autorrosqueantes; o
orifício deve ser preparado com macho, antes da inserção do parafuso. FIXAÇÃO POR PARAFUSO
Os parafusos modelo ASIF são para uso em osso cortical, esponjoso
e maleolar. Miniparafusos para fixação de pequenos fragmentos e TÉCNICA
pequenos ossos, bem como parafusos para osso esponjoso e cortical
mais comuns, podem ser obtidos em vários comprimentos e diâme- • Inicial mente, a fratura é reduzida e a redução é mantida
tros (Fig. 53-23). As cabeças dos parafusos esponjosos e corticais com uma pinça adeq uada ou fi xada provisoriamente com
padrão têm um recesso hexagonal para encaixe de uma chave de fenda fios de Kirschner.
especial, enquanto os parafusos menores têm cabeça do tipo Phillips. •A posição do parafuso deve ser planejada para que este seja
inserido no meio do fragmento, em posição equidistante
1 PARAFUSOS CORTICAIS das bordas da fratura e direcionado perpendicularmente ao
Os parafusos corticais ASIF têm rosca em todo seu comprimento e plano da fratura. Se isso não for observado, forças de cisa -
estão disponíveis nos seguintes diâmetros: 4,5; 3,5; 2,7; 2,0 e 1,5 mm. lhamento serão introduzidas à medida que forças do para-
Os parafusos corticais podem funcionar tanto como parafusos de fuso produzem compressão na linha de fratura, havendo
fixação ou como parafusos de compressão interfragmentar, se o desvio e perda da redução (Fig. 53-22).
orifício da cortical mais próxima estiver alargado. •Fure a cortical ma is próxima com uma broca de 4,5 mm.
• Insira a luva de redução de perfuração para a broca de 3,2
1 PARAFUSOS ESPONJOSOS mm e perfure o córtex oposto com uma broca de 3,2 mm.
Esses parafusos têm roscas maiores, proporcionando mais pega no osso • Escareie o furo de 4,5 mm para possibilitar o contato
esponjoso, sendo mais utilizados nas áreas metafisárias; seus diâmetros máxim o com a cabeça do parafuso, para melhor distri-
são 6,5 mm, com roscas de 16 mm e 32 mm. Eles são rosqueados apenas buição da carga na corti ca l. )
para esses dois comprimentos, independentemente do comprimento
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
Parafusos TÉCNICA
interfragmentários
•Quando o osso esponjoso em que esses parafusos são
usados for mole, uma arruela deve ser colocada sob a
cabeça do parafuso para aumentar a área de contato e
impedir que, durante o aperto, a cabeça seja tracionada
em demasia e afunde na cortical.
•Se o osso metafisário estiver firme e rígido, o macho para
o parafuso esponjoso deve ser passado somente na cor-
tica l próxima.
•Use uma broca de 2,5 mm e um macho de 3,5 mm para
o parafuso esponjoso de 4 mm, e utilize uma broca de
3,2 mm com um macho de 6,5 mm para o parafuso
esponjoso de 6,5 mm.
• Se o osso for osteoporótico e mole, não é necessário o
O@il;tJ.ilim Inserção do parafuso de compressão . Para ap licar uso do macho.
a compressão, a rosca deve ser rosqueada apenas no fragmento dis- •Se houver necessidade de compressão interfragmentar, a
tante, resu ltando em aproximação do fragmento distante para o mais parte rosqueada do parafuso de ser escolhida adequada-
próximo, cria ndo compressão no local da fratura . (De Bechtold JE: mente, de modo que todas as espiras fiquem no frag-
Biomechanics of fracture fixation devi ces. ln Gustilo RB, Kyle RF, Tem- mento distante e nunca no fragmento próximo.
pleman DC, editors: Fractures and dislocations, St. Louis, 1993, Mosby.)
A B D
iâ[iji!itJ.iLim Fratu ras epifisária e metafisária intra-articulares reconstruídas com parafusos de compressão. A, Parafuso esponjoso
(6,4 mm) para a fratu ra do ma léo lo posterior do tornoze lo. B, Do is parafusos esponjosos 4 mm de pequenos fragmentos com rosca
parcia l ut il izados para fraturas de ma léolo medial. C, Do is pa rafusos esponjosos 4 mm de pequenos fragmentos com rosca pa rcia l ut ili zados
para fraturas de ma léo lo media l do t ipo A. D, Dois parafusos esponjosos 4 mm de pequenos fragmentos com rosca parcia l ut ilizados como
parafusos de comp ressão uti lizados para f ixação da epífise e do cônd il o na metáfise do úmero dista l. (Redesenhado de Müller ME, Al lg õwer
M, Schneider R, et a i: Manual of internai fixation: techniques recommended by the AO-ASIF group, ed 3, Berlin, 1990, Springer-Verlag.)
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA
A B e
D E F
O@l!;HLim Inserção de pequenos parafusos canulados para osso esponjoso. A, Após a redução dos fragmentos, um fio-guia de
1,25 mm é inserido usando um perfurador pneumático e luva de proteção. A posição do fio-guia é confirmada por radiografias em
três projeções; a luva de proteção é removida e um segundo fio é inserido paralelamente ao primeiro fio. B, A profundidade de inserção
do fio-guia deve ser determinada pelo medidor diretamente sobre o fio; a profundidade de perfuração é 5 mm menor que a leitura do
instrumento, para que não ocorra penetração na cortical oposta. C, A broca canulada é introduzida no guia de perfuração, até que seu
engate encoste no guia. A broca é inserida no medidor, a porca serrilhada é afrouxada, o guia de perfuração é girado até que o compri -
mento da broca corresponda à profundidade de perfuração e a porca é apertada . Esta montagem para perfuração é aplicada sobre o
fio-guia e a perfuração terá continuidade até que a extremidade do engate toque o guia de perfuração. D, Um escarificador canulado é
aplicado sobre o fio-guia para que seja criado um rebaixo para a cabeça do parafuso (se houver necessidade, pode-se usar uma arruela).
E, Na cortical próxima, é feita rosca usando um macho. F, O parafuso ósseo canulado, de comprimento igual à profundidade perfurada,
é inserido sobre o fio-guia, que é removido, e o procedimento repetido para os demais parafusos. (Redesenhado de Müller ME, Allgõwer M,
Schneider R, et ai: Manual of internai fixation: techniques recommended by the AO-ASIF group, ed 3, Berl in, 1990, Springer-Verlag.)
Placas de neutralização são util izadas juntamente com fixa ção por meio de dispositivos de compressão extern a, ou por furo s de
interfragmentar por parafusos e neutralizam as forças de torção, autocompressão especialmente projetados na placa de compressão
envergamento e cisalhamento; utili zadas em fraturas com fragmen- din âmica; esses furos exercem compressão através da translação da
tos em asa de borboleta ou do tipo em cunha, depois da fixação placa, à medida que o parafuso é apertado. Placas de compressão
interfragmentar da parte cuneifo rme da fr atura com parafusos (F ig. din âmicas são utilizadas em fr aturas diafisárias do tipo A, transver-
53-33). A estabilidade da placa melhora significativamente com o sais ou oblíquas curtas, ou fraturas do tipo B após a fixação inter-
uso de parafuso interfragmentário. Fraturas comuns fixadas com frag mentar do frag mento em cunha. Va riações da técnica incluem
placas de neutralização são fraturas da cunha do tipo B do úmero, a inserção do parafuso interfragmentar fora da placa, aplicação de
rádio, ulna e fíbula. A técnica para fixação de placa de neutralização compressão através da placa pelos dois parafusos mais próximos à
é, essencialmente, a mesma utilizada para fixação por placa de com- fra tu ra e, em seguida, aplicação dos parafusos restantes excentrica-
pressão, sem a aplicação de parafu sos de compressão nos furos. mente de forma alternada a partir da fratura e da metade da placa.
As placas de compressão anulam as fo rças de torção, enverga- Uma placa semitubular também pode ser utilizada como uma placa
mento e cisalhamento e criam compressão através do foco de fratura, de compressão, geralmente na fixação das fraturas fibul ares.
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA f.mll
I
I
I
I
I
I
I
I
I
i L, t tt
t 11 t tt
1
1
1
1
1
1
1
\1
A B e D
i
bilidade biológica . A placa é moldada para melhorar a circulação
sob a placa e para possibilitar uma pequena área de formação de
calo circunferencial para regeneração da fratura. Os furos na placa
são uni fo rmemente posicionados para otimizar a aplicação do implante
M nas proximidades da fratura. O entalhe inferior dos furos possibilita mais
opções de inclinação e inserção dos parafusos em ângulo de até 40 graus.
1
1 A característica compressiva dos orifícios para parafusos também possi-
1
1 bilita a compressão bidirecional através dos furos. A placa está disponível
1 com ercialmente em titânio puro, bem como aço inoxidável.
1
1 Placas de apo io anulam as forças de compressão e cisalhamento
1
1 1
1 1
H!§il;tljE!IJI A, Quando é uti-
1 1
1 1
1 1 lizada uma placa pré-tensionada,
' L'> L 1
1
1
a Si!1
1
1
a os parafusos inte rnos são ap lica-
dos em primeiro lugar, seguidos
1 1 pelos parafusos externos. B, Se os
1
1 1
1
parafusos externos forem ap lica-
ir 1 --
dos em primeiro lugar, a cortical
próxima se abre, porque a placa é
longa demais em relação ao osso
existente entre os orifícios de
parafusos externos. (Redesenhado
de Müller ME, All gõwer M, Schnei-
der R, et ai: Manual of internai fixa -
tion. techniques recommended by
the AO-ASIF group, ed 3, Berlin, 1990,
A 8 Sp rin ger-Ve rlag.)
TEMPO APÓS A
FRATURA ÓSSEA IMPLANTAÇÃO (meses)
Fraturas maleolares 8-12
Pilão tibial 12-18
Diáfise da tíbia
Placa 12-18
Haste intramedular 18-24
Tíbia proximal 12-18
Patela, banda de tensão 8-12
Côndilos femorais 12-24
Diáfise do fêmur
Placa única 24-36
Placas duplas A partir de 18, em
duas etapas (inter-
valo de 6 meses)
Haste intramedular 24-36
Peritrocantérica e fraturas 12-18
do colo femoral
Pelve (somente em caso A partir de 1O
de quei xas)
O@ll@E!m A placa pode ter mais de uma função. Esta placa Membro superior 12-18
está funcionando não só como placa de proteção, mas também (opcional)
como placa de compressão. Para que uma placa de compressão
funcione como placa de neutralização, ela deve ser perfeitamente Esses dados referem-se, essencialmente, às fraturas recentes com proces-
sos de consolidação sem complicações e não se aplicam para osteossín-
moldada e os parafusos devem ser inseridos a partir da fratura em
teses em pseudoartroses, para grandes fragmentos, ou após infecções, que
direção às extremidades da placa . (Redrawn after Mü ller ME, Allgõwer devem ser considerados de forma individual.
M, Sch neider R, et ai: Manual of internai fixation.- techniques recommen-
ded by the AO-ASIF group, ed 3, Berlin, 1990, Springer-Verlag.)
(LISS, Less Invasive Stabilization System) (Synthes, Inc., West Ches ter,
todas as linhas da fratura sugerem a consolidação adequada, embora PA) utiliza parafusos de bloqueio unicorticais, tornando possível
ainda possa ocorrer refratura através dos furos dos parafusos. O grupo maior deformação elásti ca em relação às placas convencionais. As
AO-ASIF publicou um conjunto de orientações gerais para remoção placas bloqueadas tamb ém podem ser utilizadas de forma h íbrida
de implantes, que pode ter utilidade práti ca (Tabela 53-10). com parafusos bloqueados e não bloqueados, mantendo as funções
mecânicas dos implantes que utiliza m so mente parafu sos bloqueados.
• PLACAS BLOQUEADAS As placas bloq ueadas fun cion am m elhor em osso osteoporótico, nos
Placas bloqueadas são disposi tivos híbridos que viabilizam a inser- quais o arrancham ento das placas convencionais ocorre com fre-
ção em ponte (percutânea) e a utilização da parafusos bloqueados quência. Em decorrê ncia de sua estabilidade, p ermitem a utilização
com ângulo fixo. Possibilitam suporte de carga maior em relação às de apenas uma placa (lateral ou medial) em fraturas de fêmur distal,
placas convencionais. O Sistema de Estabilização m enos Invasivo tíbia proximal e platô tibi al (Fig. 53-33).
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA
: ; , Envergamento
Haste e osso
suportam a carga
(compartilhamento
de carga)
Apenas a haste
suporta a carga
(preservação de carga)
iê!§ii;J.UilII Parafusos de bloqueio ou Poller podem a umen- de infecção com o uso dessas técnicas. Contudo, o cirurgião
precisa estar familiarizado tanto com técnicas abertas quanto
tar a estabilidade de hastes intramedulares utilizadas para fratu-
ras proximais ou distais, especialmente em hastes com diâmetro com técnicas fechadas. À medida que for adquirida mais expe-
pequeno. riência com as técnicas fechadas, diminuirá cada vez mais o
número de fraturas que necessitam de redução aberta.
1. É possível obter compressão, neutralização ou distração fixa dos 5. A refratura após a remoção da estrutura pode ocorrer, a menos
fragmentos da fratura com o uso de fixação externa, conforme que o membro seja adequadamente protegido até o osso habi-
determinado pela configuração da fratura. As fraturas transversas tuar-se novamente às tensões incidentes.
não cominutivas podem ser comprimidas de maneira favorável, 6. O equipamento é caro.
o comprimento pode ser preservado em fraturas cominutivas por 7. Um paciente que não colabora pode prejudicar os ajustes do
meio de pinos nos fragmentos proximal e distal principais (modo fixador.
de neutralização), ou pode-se obter distração fixa em fraturas com 8. Pode ocorrer enrij ecimento da articulação se a fratura exigir que
a perda de tecido ósseo em w11 dos ossos pareados, tais como o o aparelho fixador imobilize a articulação adjacente. Isso
raio ou ulna, ou em procedimentos de alongamento da perna. ocorre mais co mumente em casos de fraturas envolvendo os
2. O método possibilita avaliação direta do membro e da ferida, limites proximal e distal do osso, em que o fragmento prin -
tornando possível o acompanhamento da cicatrização, quadro cipal não possibilita uma "pega" satisfatória do pino.
neurovascular, viabilidade dos retalhos cutâneos e tensão em 9. Os componentes de fixadores externos podem interferirna realiza-
comparti men tos musculares. O tratamento associado (p. ex., ção de ressonância magnética. A indução de correntes elétricas,
troca de curativos, enxerto de pele, enxerto ósseo e irrigação) que podem ser produzidas, e a possibilidade de aquecimento do
é possível sem que ocorram alterações no alinhamento ou na dispositivo de fixação externa são duas preocupações; no entanto,
fixação da fratura . A fixação externa rígida possibilita um tra- não existem dados clínicos confiáveis de qualquer um destes fenô-
tamento agressivo e simultâneo de osso e de tecidos moles. menos e, atualmente, não há um padrão da indústria para o que
3. O movimento imediato das articulações proximal e distal é per- é clinicamente "seguro" no uso da ressonância magnética em
mitido. Isso ajuda na redução do edema e nutrição das super- pacientes com dispositivos fixadores externos. Outras preocupa-
fíc ies articul ares, e retarda a fibrose caps ul ar, a rigidez articular, ções incluem a possibilidade de danos ao aparelho de ressonância
a atrofia muscular e a osteoporose. magnética e de interferência de componentes de fixadores exter-
4. A extremidade é elevada, sem exercer pressão sobre as partes nos na qualidade das imagens do exame.
moles posteriores. Os pinos e estruturas de fixação podem ficar
suspensos por cordas montadas em armações existentes acima • COMPLICAÇÕES
do leito; isso ajuda na resolução do edema e alivia a pressão O uso difundido dessa técnica resultou em uma série de complica-
sobre a parte posterior das partes moles. ções específicas. Contudo, como ocorre com qualquer outra técnica,
5. A mobilização precoce do paciente é permitida. Tratado com a fid elidade aos princípios básicos e o uso da técn ica apropriada
fixação rígida, o membro pode ser mobilizado e posicionado podem manter as complicações em um nível mínimo.
sem o temor de perder a posição da fratura. Em fraturas não
cominutivas estáveis, costuma ser possível iniciar logo a deam- l INFECÇÃO NO TRAJETO DO PINO
bulação; esse pode não ser o caso se tais fraturas forem tratadas Se não houver técnica adequ ada para a inserção dos pinos e cuidado
por tração ou aparelho de gesso. O uso de fixação externa meticuloso do seu trajeto, essa pode ser a complicação mais comum,
também possibilita a mobilização de alguns pacientes com ocorrendo em cerca de 30% dos pacientes. A infecção varia desde uma
fraturas pélvicas. inflamação pequena remediada pelo tratamento local da ferida, que
6. Se houver necessidade, a inserção pode ser realizada com o passa à infecção superficial tratada com antibióticos, cuidados locais
paciente sob anestesia local. Se o estado clínico geral do com a ferida e ocasional remoção do pino, até a ocorrência de osteo-
paciente contraindicar o uso de um anestésico espinhal ou mielite necessitando de sequestrectomia. Uma ampla revisão de estudos
geral, o fixador poderá ser inserido usando anestesia local, sobre cuidados com pinos encontrou um estudo randomizado e con-
embora este não seja o procedimento ideal. trolado, que demonstrou menores índices de infecção com a utilização
7. A fixação rígida pode ser usada em infecções, fraturas recentes ou de solução salina ou álcool para limpeza; outro estudo não encontrou
pseudoartroses. Fixação rígida dos fragme ntos ósseos em fra- nenhuma diferença entre os cuidados com pinos diários e semanais.
turas infectadas ou em pseudoartroses infecta das é um fator Sabendo que a irritação no local do pino pode conduzir à inflamação,
fundamental no controle e na eliminação da infecção. Rara- que resulta em infecção, pode ser mais importante minimizar o movi-
mente isso será possível com os métodos de aparelho de gesso mento da pele adjacente aos pinos na prevenção da infecção, do que
ou de tração, e frequentemente é desaconselhável a implanta- o agente de limpeza específico ou programado.
ção de dispositivos de fixação interna. Em tais casos, os fixa-
dores externos modernos podem possibilitar um a rigidez que 1 EMPALAMENTO NEUROVASCULAR
não é proporcionada por outros métodos. O cirurgião deve estar familiarizado com a anatom ia transversal do
8. Pode ser obtida a fixação rígida de artroplastias infectadas e mal- membro e com as zonas relativamente seguras e as perigosas para a
sucedidas, nas quais não é possível a reconstrução da articula- inserção do pino (Fig. 53-37). Manuais de anatomia transversal
ção e a artrodese é desejada. estão disponíveis e devem ser estudados como parte do planeja-
mento pré-operatório para a fixação externa. O nervo rad ial na
• DESVANTAGENS metade distal do braço e metade proxi mal do antebraço, o nervo
1. Para que não ocorra infecção no trajeto dos pinos, há necessidade sensitivo radial dorsal pouco acima do punho, a artéria tibial ante-
de usar uma técnica meticulosa de inserção desses implantes; rior e o nervo fibular profundo na junção do terceiro e quarto
além disso, a pele e o trajeto dos pinos devem receber cuidados quartos da perna são as estruturas mais comumente envolvidas.
adequados. Também foram observadas penetração de vasos, trombose, erosão
2. Para cirurgiões ainda inexperientes, pode ser mecanicamente tardia, físt ulas arteriovenosas e formação de aneurismas.
difícil montar os pinos e a estrutura do fixador.
3. A estrutura pode ser incômoda e rejeitada pelo paciente por 1 EMPALAMENTO DO MÚSCULO OU TENDÃO
razões estéticas. Os pinos inseridos através de tendões ou ventres musculares limitam o
4. Fraturas através de trajetos de pinos podem ocorrer. músculo em sua excursão normal, e podem levar à ruptura do tendão
CAPÍTULO 53 PR INCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA
03
.-1-------;
e.,.
seguida à remoção do fixador, a menos que o membro seja ade-
quadamente protegido por muletas, aparelhos de gesso comple-
mentares ou suportes.
04 1--- -- ----j
1 LIMITAÇÃO DE ALTERNATIVAS FUTURAS
No caso de ocorrer infecção do trajeto dos pinos, será difícil ou
quase impossível realizar métodos como a redução aberta.
06 ! - - - -- -----<
07 \--_ _ __ ____, • INDICAÇÕES
As indicações para fixação externa são relativamente específicas e
infrequentes, mas não absolutas. Cada caso deve ser individualizado.
O uso rotineiro do fi xador externo não se justifica em pacientes nos
quais sejam aplicáveis outros métodos convencionais e já devida-
mente aprovados pelo uso, como aparelho de gesso ou redução
aberta e fixação interna. As indicações podem ser consideradas em
três categorias: (1) aceitáve is, (2) possíveis e (3) questionáveis.
l INDICAÇÕES ACEITAS
A B 1. Fraturas expostas graves dos tipos II e III.
2. Fraturas associadas a queimaduras graves.
Otiji!;f!imi.I A, Onze seções transversais de perna, dispostas 3. Fraturas que necessitam de subsequente aplicação de retalhos
em cinco grupos correspondentes às áreas mais comumente ut i- cruzados entre pernas, enxertos vascularizados livres ou outros
lizadas para a fixação externa: 01 a 03, epífise e metáfise prox i- procedimentos reconstrutivos.
mais; 04 e 05, d iáfise proxima l; D6 e 07, diáfise média; 08 e 09, 4. Certas fraturas que devem ser tratadas com distração (p. ex., as
diáf ise distal; 01 O e 0 11, metáfise e epífise distais. B, Anatomia da associadas à perda óssea significativa, ou aquelas em ossos
secção tra nsversal da perna: 1, tíb ia; 2, tuberos idade da tíbia; 3, pareados de uma extremidade, em que é importante a manu-
colo da fíbu la; 4, ligamento colateral t ibial do joelho, sem itend i- tenção de igual comprimento dos ossos pareados).
noso e grácil; 5, sartório; 6, poplíteo; 7, t ibia l anterior; 8, extensor 5. Alongamento do membro.
longo dos dedos; 9, fibular longo; 1O, sóleo; 11, cabeça lateral do 6. Artrodese.
gastrocnêmio; 12, cabeça media l do gastrocnêmio; 13, vasos tib iais 7. Fraturas ou pseudoartroses infectadas.
anteriores (ramos); 14, vasos tibiais posteriores; 15, ve ia safena 8. Correção de consolidação viciosa.
curta; 16, veia safena longa; 17, nervo fibu lar comum; 18, nervo
t ibial. (De Faure C, Merloz PH: Transfixation: atlas of anatomical sections l INDICAÇÕES POSSÍVEIS
for the externai fixation of limbs, Berlin, 1987, Springer-Verlag.) 1. Certas fraturas e luxações pélvicas.
2. Pseudoartroses pélvicas infectadas, abertas.
3. Osteotomia pélvica reconstrutiva (p. ex., extrofia da bexiga).
ou fibrose muscular. É frequente o enrijecimento do tornozelo, se forem 4. Fixação após excisão radical de tumor com substituição porauto-
utilizados diversos pinos transfixantes em fraturas da tíbia. Os membros enxerto ou aloenxerto.
devem ser posicionados de maneira que evitem contrações, antes de os 5. Osteotomias femorais em crianças (o uso desse método descarta
fios e pinos serem inseridos empalando os tendões e músculos. a necessidade da subsequente remoção de implantes de fixação
interna, como placas e parafusos).
1 CONSOLIDAÇÃO RETARDADA 6. Fraturas associadas a reconstruções ou reparos vasculares ou
Os pinos e estruturas rígidas podem "tirar cargà' do local fraturado, nervosos.
através do processo de "esponjamento" e enfraquecimento da corti- 7. Reimplante do membro.
cal, de maneira semelhante à que ocorre em casos de fixação com
placas de compressão rígida, se o fixador permanecer aplicado no 1 FIXAÇÃO DE MÚLTIPLAS FRATURAS FECHADAS
local durante várias semanas ou meses. O calo que se forma é intei- A fixação externa pode ser uma alternativa em pacientes politrau-
ramente endosteal. Consolidações retardadas em 20% a 30% (e em matizados com fraturas que poderiam ser tratadas, isoladamente,
até 80%) de fraturas têm sido relatadas na literatura em casos de uso por tração, aplicação de aparelho de gesso ou redução aberta e
prolongado de fixadores rígidos. fixação interna, mas que, quando combinadas, podem dificultar a
imobilização. Essa técnica de redução e fixação rápida abrangendo
1 SÍNDROME DO COMPARTIMENTO as fraturas periarticulares (Fig. 53-38) é denominada controle de
Pode ocorrer aLm1ento nas pressões intracompartimentais de vários milí- danos ortopédicos.
metros de mercúrio em um compartimento de músculo tenso por causa
de pinos que atravessam o compartimento. Isso pode levar à ocorrência 1 FRATURAS GRAVEMENTE COMINUTIVAS
de Lrma sindrome de compartimento completamente desenvolvida. A fixação externa pode ser usada para complementar a fixação
interna com estabilidade relativa, por exemplo, em fraturas cominu-
1 REFRATURA tivas em que os fragmentos principais foram fixados com parafusos
Em grande parte, a consolidação resultante da fixação rígida é do e fios de Kirschner, mas não são suficientemente firmes para imobi-
tipo endosteal, com pouquíssima formação periférica. A supressão lização definitiva (Fig. 53-39).
llllD PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
l INDICAÇÕES OCASIONAIS
A utilização da fixação externa em fraturas fechadas, para as quais os
1 LIGAMENTOTAXIA métodos convencionais mostraram-se bem-sucedidos, deve ser questio-
O termo ligamentotaxia, comum na literatura europeia, sugere que nada. Embora os problemas potenciais de infecções do trajeto dos pinos,
certas fratu ras intra-articulares podem ser tratadas por fixaç ão consolidação retardada e refraturas possam ser diminuídos, se observados
extern a utili zando tração exercida pelo fixador sobre as fr aturas os princípios básicos, essas complicações realmente ocorrem.
capsulares e ligamentares que envolvem a articulação (Fig. 53-39). A técnica de fixação extern a é válida no tratamento de fraturas
Esse conceito é fun cional em fraturas intra-articulares cominutivas de ossos longos, mas deve ficar reservada para pacientes nos quais
da extremidade distal do rádio; nesse caso específico, é comum o a redução e a imobilização não podem ser obtidas com seguran ça
uso de pinos e gesso. por técnicas convencionais.
As técnicas gerais para utilização de fixadores externos requerem
1 DE FRATURAS EM PACIENTES COM experiência, independentemente do fixador específico selecionado.
LESOES CRANIANAS Atenção aos detalhes é absolutamente essencial para que seja obtido
É possível usar fixação extern a rígida na imobilização temporária de máximo proveito com o dispositivo e minimizadas as complicações
fraturas em pacientes com graves lesões cranianas e que estejam potencialmente graves. Deve-se considerar primeiro o tratamento
sofrendo convulsões ou espasmos contínuos, tornando impraticável inicial do problema para o qual foi escolhido o fixador: irrigação, des-
e aplicação de tração, aparelho de gesso ou outras fo rm as de imobi - bridamento e redução da fratura exposta grave; drenagem, desbrida-
lização. A menos que seja fixada rigidamente, a fratura pode com - mento e sequestrectomia da fratura ou pseudoartrose infectada;
plicar-se por convulsões ou espasmos musculares graves e fre quentes. remoção dos componentes e do cimento na artroplastia malsucedida e
Assim qu e melhorar a lesão craniana, é possível remover o fixad or infectada etc. Nessa e em outras condições, o tratamento inicial deve
externo e utilizar outras fo rmas de tratamento da fratura. ser administrado de fo rma adequada antes da aplicação do fixador.
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA fmlllll
O@l!m:imI!) A-C, Exemplos de d ispositivos de fixação externa : AO, Unifix, Orthofix. (De Bechtold JE: Biomechanics of fracture fixation
devices. ln Gustilo RB, Kyle RF, Templeman DC. editors: Fractures and dis/ocations, St. Louis, 1993, Mosby.)
1-Uniplanar 2-Biplanar
Estruturas unilaterais
1-Uniplanar 2-Biplanar
Estruturas bilaterais
O[ril!;f.)1!111 Quatro configurações básicas de fixador. (De Behrens F, Searls K: Externai fixation of the tibia: basic co ncepts and prospective
evaluation, J Bane Joint Surg 688:246, 1986.)
• MODELO E APLICAÇÃO DE FIXADORES EXTERNOS possibilitam ajustes depois da aplicação. Fixadores de pinos podem ser
utilizados em quatro configurações básicas (Fig. 53-41). Uma estrutura
Fixadores externos são compostos de um sistema de ancoragem dos unilateral com um membro de sustentação e meios-pinos em um plano
ossos na forma de fios ou pinos, articulações e suportes longitudinais. constitui uma configuração uniplanar unilateral (Fig. 53-42). A adição
São encontrados em dois tipos básicos: pino e anelares. Fixadores de um segundo membro de sustentação e um segundo plano de pinos
de pinos são subdivididos em fixadores simples, que possibilitam forma wna configuração biplanar unilateral. Pinos transfixantes conec-
aplicação independente de pinos simples, e fixadores de grampos, tados a membros de sustentação nos dois lados são utilizados para
que possibilitam o uso de conjuntos de pinos especialmente delimi- formar a configuração unilateral. O acréscimo de um segundo plano de
tados (Fig. 53-40). Frequentemente, grampos para pinos são conecta- pinos ou, possivelmente, de pinos transfixantes, forma uma configura-
dos para apoiar os membros por meio de articulações "universais" que ção biplanar bilateral.
Em> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
REABILITAÇÃO 42% dos casos tratados com fixação extern a. Relata-se que as infec-
ções do sítio cirúrgico prolongam as estadias hospitalares por 2
A reabilitação do paciente e da extremidade deve começar imediata- semanas, em média. Também são respo nsáveis pela duplicação das
mente, dependendo da fratura e da estabilidade das partes moles. taxas de re-hospitalização, assim como aumento de mais de 300%
Acreditamos qu e as articulações adj acentes devem ser mobilizadas nos custos de cuidados de saúde. Além disso, pacientes com infec-
logo que possível; no entanto, nas fraturas expostas, o movimento das ções do local cirúrgico ortopédico apresentam substancialmente
unidades musculotendíneas sobre as superfícies da fratura pode maiores limitações físicas e redução da qualidade de vida. Logo, é
causar irritação das partes moles, ocasionando diminuição da resis- importante evitar essas infecções quando possível e administrar o
tência à infecção. Nós, geralmente, incorporamos a imobilização de tratamento ráp ido e adequad o qu ando elas ocorrem.
articulações adj acentes com talas e órtese ortopédica ou incluímos o Uma preocupação relativamente recente é a frequência de
pé nos sistemas de fixação extern a, para evitar contraturas. A fisiote- in fecções por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)
rapia deve incluir exercícios ativos e ativo-ass istidos para a mobiliza- em pacientes poli traumatizados; a taxa de infecções por MRSA neste
ção da articulação, assim que a cicatrização dos tecidos moles permitir. gr upo de pacientes é de aproximadamente 11 %, quase o dobro do
Devem ser avaliadas deficiências neurológicas que resultem em perda percentual em pacientes ortopédicos em geral (4% a 5,6%). Um
de movimento ativo, e as articulações apropriadas devem ser imobi- estud o concluiu que o estado de portador de MRSA no momento
li zadas em posições funcionais, para evitar contraturas. da ad missão, fraturas de qu adri l e idade avançada (com aumento de
O suporte de peso deve ser limitado de acordo com a estabilidade, quase 2% no risco relativo por ano) foram associados a taxas mais
o tipo e a fadiga da fixação, assim como condições sistêrnicas do elevadas de infecção em pacientes com trauma ortopédico, enquanto
paciente. A progressão do suporte de peso deve ser monitorada radio- outro grande estudo de caso-control e, mostrou qu e doença vasc ular,
graficamente, de acordo com as evidências de estabilidade e regenera- doença pulm onar obstrutiva crôni ca, internam ento em unid ade de
ção óssea. Em geral, possibilitamos o suporte de peso touch-down cuidados in tensivos, feridas abertas e idade avançada foram fato res
quando utilizamos hastes intramedulares bloqueadas para fixação de de risco para o desenvolvimento de uma infecção profunda com
fraturas sem extensão intra-ar ticular. Com fraturas intra-articulares, MRSA no sítio cirúrgico. A aferição dos níveis de proteína C reativa
o suporte de peso não é permitido por 3 meses, mas o movimento é considerada valiosa no diagnóstico da infecção após a fixação
antecipado é encorajado. Exercícios de amplitude de movimento e de interna de fraturas . Em todos os pacientes estudados, os níveis de
fortalecimento devem ser monitorados e dirigidos pelo médico e fisio- proteína C reativa aumentara m após a cirurgia, com um pico no
terapeuta; no entanto, o paciente deve ser orientado quanto à sua res- seg undo dia pós-operatório, após o qual os níveis diminuíram. Nos
ponsabilid ade para o retorno funcional máximo da extremidade. pacientes sem infecção, os níve is de proteína C reativa continuaram
O aconselhamento de reabilitação vocacional deve ser iniciado mais a diminuir, mas naqueles com in fecções, urna elevação secundária
cedo, para possibilitar um retorno produtivo para a sociedade. nos níveis de proteína C reativa fo i notada a partir do quarto dia
após a cirurgia. Um valor de proteína C reativa superior ou igual a
96 mg/L no quarto di a após a cirurgia foi o preditivo da infecção.
TRATAMENTO DE COMPLICAÇÕES Essas infecções devem ser tratadas ag ressivamen te, com desbrida-
A PARTIR DO TRATAMENTO rnentos cirú rg icos repetidos e cobertura de antibióticos apropriados
(em geral, por via endovenosa) . Quando a in fecção ocorre na pre-
CIRÚRGICO DE FRATURAS sença de um aparelho de fixação (placa, haste, fixador extern o),
INFECÇÃO existe um compromisso entre a estabilidade óssea e a resposta ao
co rpo estranho. A es tabilidade é necessária para eliminar a infecção,
Infecções ocorrem em 5% a 10% das fraturas do fêmur e da tíbia mas os organismos podem permanecer aderentes ao implante orto-
fixadas com hastes intramedu lares e no trajeto dos pinos em 0,5% a pédico, resultando em uma infecção persistente. Se um implante não
E!:D PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTO S
for necessário para manter a estabilidade óssea, ele deve ser remo-
vido. Implantes necessários para a estabilidade devem ser mantidos
até que a estabilidade óssea ocorra ou devem ser substituídos por
outro tipo de fixação (p. ex., remoção de uma placa e substituição
por um fixador externo). Um estudo em 121 pacientes que tiveram
infecções pós-operatórias precoces, após a fixação interna de fra-
turas, relatou fraturas consolidadas em 71 % com desbridamento
cirúrgico, manutenção do implante e tratamento com antibióticos
específicos após cultura. As variáveis significativamente associadas
ao sucesso na obtenção de consolidação foram fratura exposta (58%
de sucesso vs. 79% nas fraturas fechadas) e utili zação de hastes
intramedular (46% vs. 77%, com placas e parafusos); outros fa tores,
incluindo o uso do tabaco (66 vs. 76% em usuários sem tabaco) , O!rii!zjm:fl Gangrena gasosa.
infecção por Pseudomonas (44% vs. 73% sem infecção por Pseudomo-
nas) e infecção por MRSA (65 vs. 74%, sem infecção por MRSA).
Se as infecções não forem tratadas de forma agressiva, a fixação
cirúrgica será comprometida. Contudo, é mais fác il tratar uma Gue rra Mundial, 0,2% durante a Guerra da Coreia, e 0,002%,
fratura consolidada com osteomielite que uma pseudoartrose instá- durante a Guerra do Vietnã. Atualmente, nos Estados Unidos, são
vel infectada. Para infecções após inserção de hastes intramedulares, relatados anualmente de 1.000 a 3.000 casos de gangrena gasosa.
a maioria dos autores recomenda deixar o implante no local até a Apesar de a gangrena gasosa geralmente estar associada a fraturas
consolidação da fratura, em seguida, remover a haste e fresar o canal expostas ou outros traumas graves dos tecidos moles, pode ocorrer
medular. Se a sequestrectomia for necessária, a troca da haste geral- depois de cirurgia, ou sem que tenha havido qualquer traumatismo
mente é necessária. antecedente.
De 1.520 hastes femorais e tibiais realizadas no Elvis Presley Comumente, as infecções clostridiais envolvem partes moles,
Regional Trauma Center, entre 1984 e 1993, 34 (2,2%) evoluíram e apenas raramente afetam tecido ósseo. Essas infecções podem
com infecção (17 femoral e 17 tibial). O desbridamento e a irrigação causar diversos problemas: contaminação simples de um feri-
com retenção da haste até a consolidação da fratura, seguidos por mento, infecção localizada da pele e das partes moles sem sintomas
remoção do implante e fresagem do canal até a região de consolida- sistêm icos, celulite e fasciite disseminadas com toxicidade sistê-
ção da fratura, levaram a 100% de co nsolidação e 100% de erradi- mica e mionec rose clostridial (ga ngrena gasosa) . Comumente, as
cação da infecção em 17 fraturas infectadas do fêmur. Já as fraturas infecções localizadas disseminam- se lentamente e causam pouca
infectadas da tíbia (17) tiveram mais complicações. Duas amputa- dor ou edema; enquanto celulite e fasciite disseminadas progr i-
ções abaixo do joelho foram necessárias devido a problemas de dem rapidamente; quando está presente supuração, gás nas par tes
partes moles. Todas as fraturas consolidaram mantendo-se a haste molese toxe mia, geralmente a afecção é fata l dentro de 48 horas.
in situ ou com conversão para fixa dores externos; no entanto, as A gangrena gasosa costuma ter início com o súbito surgi -
fraturas tratadas com fixação externa levaram o dobro do tempo mento de dor na região na fer ida; ao contrário do que ocorre com
para consolidar. Quando a revisão da fixação for necessária para a celulite disseminada, a dor permanece localizada nas regiões
alcançar estabilidade, a troca da haste pode ser preferível à fixação infectadas e se alastra apenas com a disseminação da infecção; a
externa, devido a maior velocidade de consolidação. infecção pode avançar até 10 cm por hora. A frequência de pulso
pode estar elevada, mas, em ge ral , a temperatura se mantém
normal, embora possam ocorrer febre, sudorese e ansiedade ou
GANGRENA GASOSA delírio; choque profundo e toxemia sistêmica podem desenvol-
ver-se rapidamente. Comumente, a pele suprajacente à área es tá
O termo gangrena gasosa implica em uma infecção por bactérias tensa, branca e mais fria que o normal; mais tarde, evolui para
anaeróbica da espécie Clostridium, mas muitas in fecções necrosan- uma cor vermelho -escura ou purpúrea (Fig. 53-47). Quase
tes de partes moles são causadas por bactérias aeróbias e anaeróbias sempre o envolvimento muscular é mais amp lo que o indicado
mistas Gram-negativas e Gram-positivas. O Clostridium pode ser pelas alterações cutâneas.
cultivado a partir de cerca de 30% das infecções profundas, mas O diagnóstico pode ser confirmado pela exploração local da
apenas alguns casos evoluem para mionecrose. Espécies de Clostri- ferida e por radiografias, TC ou ressonância magnética; no entanto,
dium, mais comumente C. pe1fringens, C. novyi e C. septicum, a cirurgia não deve ser adiada em um paciente no qual haja forte
causam infecções mais dramáticas e são as mais mortais, com taxas suspeita de gangrena gasosa e cuj os sintomas estão piorando. Há
de mortalidade relatadas de 40%. No entanto, estud os mais recentes necessidade de remoção cirúrgica (por desbridamento) do tecido
observaram taxas de sobrevivência superiores a 90%. morto, lesionado e infectado. Pode haver necessidade de fascioto-
O C. perfringens, que causa aproximadamente 90% das infec- mia, em caso de síndrome compartimentai. Amputação de um braço
ções de gangrena gasosa, contém quatro toxinas principais: alfa, ou perna pode ser indicada para controle do alastramento da infec-
beta, epsilon, e teta. A toxin a alfa mostra-se hemolítica, destruindo ção. Embora a penicilina G seja eficaz contra espécies de clostridium,
plaquetas e leucócitos polimorfonucleares, e causam danos capilares as infecções mistas são comuns e a antibioticoterapia deve incluir
generalizados. Essa toxina é importante nas infecções que progri- aminoglicosídeos, penicilinas resistentes a penicilinases ou vanco-
dem para a gangre na gasosa. micina. Para os pacientes que são alérgicos à penicilina, as escolhas
A gangrena gasosa é historicamente associada a ferimentos de alternativas incluem clindamicina, cefalosporinas de terceira
guerra. Durante a Primeira Guerra Mundial, esta complicação geração, metronidazol e cloranfenicol. Deve ser assegurada a profi-
ocorreu em 6% das fraturas expostas e em 1% de todas as feridas laxia do tétano. A antitoxina polivalente não se revelou efetiva e não
abertas; essa frequência diminuiu para 0,7% durante a Segunda é mais utilizada.
CAPÍTULO 53 PRINCÍPIOS GERAIS DE TRATAMENTO DE FRATURA f!!Dlll
A oxigenoterapia hiperbárica, como adjuvante da cirurgia e
antibióticos, tem conseguido resultados variáveis no tratamento da
gangrena gasosa. Em geral, a terapia é efetuada com oxigênio a 100%
a 3 atm de pressão durante 1 a 2 horas a cada 8 a 12 horas, para um
total de seis a oito tratamentos. Os adeptos dessa modalidade tera-
pêutica sugerem que a elevação da tensão de oxigênio na região de
capilares funcionantes na ferida infectada interrompe a produção de
alfa-toxina, e o tecido necrosado pode ser desbridado de forma mais
conservadora, preservando mais tecido viável do que seria possível
de outra forma. Vários estudos clínicos têm relatado porcentagens
de morbidade e mortalidade mais baixas com início rápido da terapia
com oxigênio hiperbárica, enquanto outros têm contestado o valor
de uma terapia logisticamente difícil.
Os fatores mais importantes no sucesso do tratamento da
gangrena gasosa são o diagnóstico precoce e o tratamento ime-
diato. Para minimizar a morbidade e mortalidade, o tratamento
O!§l@i Li19 Flictena hemorrágica .
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TORNOZELO 2612 Gesso Articulado 2642 FIXAÇÃO COM PLACA
CLASSIFICAÇÃO 2612 Fixação com Placa e Parafuso 2642 E PARAFUSO 2685
FRATURAS ISOLADAS DOS Fixação com Parafusos 2644 FIXAÇÃO CO NDILAR DINÂMICA
MALÉOLOS MEDIAL E LATERAL 2613 Fixação lntramedular 2644 COM PARAFUSO 2685
Maléolo Medial 2613 Fixação Externa 2652 HASTE INTRAMEDULAR 2686
Maléolo Lateral 2614 Tratamento do Retardo da FIXAÇÃO EXTERNA 2688
FRATURA BIMALEOLAR 2614 Consolidação 2662 FRATURAS NOS CÔNDILOS
LESÃO DE SINDESMOSE 2615 Fixação da Fíbula para DO FÊMUR 2688
LESÃO DO LIGAMENTO DELTOIDE E Fratura da Tíbia 2662 Fraturas Unicondilares
FRATURA MALEOLAR LATERAL 2619 DEFORMIDADES DE PÉ E DEDOS do Fêmur 2688
FRATURA IRREDUTÍVEL OU APÓS FRATURA DA TÍBIA 2662 Fraturas lntercondilares
FRATURA-LUXAÇÃO 2620 FRATURA DO do Fêmur 2691
FRATURA TRIMALEOLAR 2621 PLATÔ TIBIAL 2662 Fraturas Supracondilares
FRATURA DO REBORDO CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS do Fêmur 2696
TIBIAL POSTERIOR 2622 (SCHATZKER)) 2663 DIÁFISE DO FÊMUR 2696
FRATURA DO REBORDO TIBIAL CLASSIFICAÇÃO DAS TRAÇÃO E IM OBILIZAÇÃO
ANTERIOR NA ARTICULAÇÃO FRATURAS-LUXAÇÃO COM GESSO 2696
DO TORNOZELO 2623 (HOHL E MOORE) 2665 FIXAÇÃO EXTERNA 2696
FRATURAS DO TORNOZELO EM AVALIAÇÃO 2667 FIXAÇÃO CO M PLACAS
PACIENTES COM DIABETES 2624 TRATAMENTO 2667 E PARAF USOS 2696
FRATURAS EXPOSTAS Fratura do Côndilo Lateral 2670 FIXAÇÃO INTRAMEDULAR 2698
DO TORNOZELO 2624 Lesão Ligamentar com Haste lntramedular Aberta 2701
FRATURA-LUXAÇÃO Fratura Condilar 2671 Haste lntramedular Fechada 2702
INSTÁVEL DO TORNOZELO 2624 Redução Assistida Artroscopicamente Haste Femoral Anterógrada
FRATURA DO PILÃO TIBIAL 2625 e Fixação de Fraturas do (TRIGEN) 2702
Redução Aberta e Fixação Platô Tibial 2672 Haste Retrógrada do Fêmur 2708
com Placa 2628 Fratura do Côndilo Medial 2673 Erros e Complicações da
Redução Aberta Tardia em dois Fraturas Proximais Cominuídas 2673 Fixação lntramedu lar 2709
Estágios e Fixação Interna 2628 Autoenxertos Osteocondrais para FIXAÇÃO INTRAMEDU LAR
Abordagem Posterolateral Fraturas do Côndilo Tibial EM FRATURAS PATOLÓG ICAS 2712
para Fraturas do Pi Ião 2631 Lateral Cominuídas 2675 FRATURA SUBTROCANTÉRI CA
Fixações Externa e 1nterna PATELA 2675 DO FÊM UR 2713
Mínima Combinadas 2632 TRATAMENTO 2676 FRATURA DO FÊMUR
Fixação Externa e Fixação de Fratura FRATURAS PATELARES COM LUXAÇÃO DO
com Placa na Fíbula 2633 COMINUÍDAS 2680 QUADRI L 2713
Artrodese Primária 2638 FRATURA OSTEOCONDRAL FRATURA DO FÊMUR COM
FRATURA DA TÍBIA 2638 DO JOELHO 2682 UMA PRÓTESE
TRATAMENTO 2642 FÊMUR DISTAL 2684 DA CABEÇA DO FÊM UR 2714
Este capítulo discute o tratam ento cirúrgico de fra tu ras comuns com com orbid ades signi fica ti vas qu e imp edem a ci rurgia. A
n os membros in fe ri ores em adultos. As indicações e as técnicas has te int ra medul ar torn ou-se o tratamento de escolha para a
de fixação da fr atura com placa, has te intramedul ar e fixação m aiori a das fr atu ras fe morais e da diáfise tibial, incluindo
extern a estão con stantem ente send o aperfeiçoadas. As técn icas algum as fra tu ras com envolvimentos m etafisários proximal e
bás icas de fixaçã o são discutidas no Capítulo 53. O tratamento distal; a fixação com placa é mais comumente indicada para as
das fr aturas dos m embros inferi ores em cri anças é discutido no fra turas periarti cul ares; e a fixação externa é mais comumente
Capítulo 36. indicada para fraturas peri arti culares, fra turas com lesão grave de
O tratamento conservador, ge ralmente, se restringe às fratu- tecidos moles e fixação prov isória antes da fixação defi nitiva com
ras minimamente deslocadas estáveis ou às fratur as em pacientes outro método. As indicações, as contraindicações e as limitações
2611
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
Supinação-Adução (SA)
luxações do pé são discutidas no Capítulo 88. Fratura transversal do tipo avulsão da fíbula abaixo do
nível da articulação ou lesão dos li gamentos colaterais
laterais
TORNOZELO Fratura vertica l do maléolo medial
As lesões em torno do tornozelo causam a destruição não só da Supinação-Eversão (Rotação Externa) (SER)
arquitetura óssea, mas também, muitas vezes, dos componentes dos Ruptura do li gamento tibiofibu lar anterior
tecidos moles e ligamentos. O tratamento dos componentes dos Fratura oblíqua espiral da fíbula distal
tecidos moles e dos ligamentares é discutido no Capítulo 82. Com Ruptura do ligamento cruzado posterior tibiofibular ou
fraturas de tornozelo, apenas uma ligeira variação do normal é com- fratura do maléolo posterior
patível com boa função articular. As radiografias após a redução Fratura do maléolo medial ou ruptura do ligamento
devem ser estudadas com esses requisitos em mente: (1) as relações deltoide
normais do encaixe do tornozelo devem ser restauradas, (2) o ali- Pronação-Abdução (PA)
nhamento do suporte de peso do tornozelo deve estar a um ângulo Fratura transversal do maléo lo medial ou ruptura do liga-
reto com o eixo longitudinal da perna e (3) os contornos da super- mento deltoide
fície articular devem ser satisfatoriamente reduzidos. Os melhores Ruptura do ligamento de sindesmose ou fratura por avu lsão
resu ltados são obtidos por meio de restauração da articulação ana- de suas inserções
tômica e o método utilizado para alcançar esse objetivo pode ser Fratura oblíqua, curta e horizontal da fíbula acima do nível
tanto a manipulação fechada quanto a redução aberta e fixação da articulação
interna (RAFI). Para a maioria das fraturas, o último método, mais Pronação-Eversão (Rotação Externa) (PER)
frequentemente, assegura a restauração da articulação anatômica e
Fratura transversal do maléolo medial ou ruptura do liga-
sua consolidação.
mento deltoide
Ruptura do ligamento tibiofibular anterior
Fratura oblíqua cu rta da fíbula acima do nível da
CLASSIFICAÇÃO articulação
Ruptura do ligamento cru zado posterior tibiofibular ou
As fraturas de tornozelo podem ser classificadas puramente ao longo
fratura por avulsão da tíbia posterolateral
das linhas anatômicas como monomaleolar, bimaleolar ou trimale-
olar. A classificação de Lauge-Hansen tentou associar os padrões de Pronação-Dorsiflexação (PD)
fratura específicos com o mecanismo de lesão e propôs um arranjo Fratura do maléolo medial
detalhado, com cada classe ampla subdividida em quatro grupos Fratura da margem anterior da tíbia
(Quadro 54-1). De acordo com essa classificação, a maioria das Fratura suprama leolar da fíbul a
fraturas são lesões de supinação-eversão, supinação-adução, prona- Fratura transversal da superfície posterior da tíbia
ção-abdução, e pronação-eversão. Neste sistema de classificação, o
termo "eversão" é um equívoco; mais corretamente deveria ser *Grupos de classificação com estágios de lesão.
"rotação externa ou lateral". A primeira palavra na designação De Geissler WB, Tsao AK, Hughes JL: Fractures and injuries of the ankle. ln
refere-se à posição do pé no momento da lesão; a segunda palavra Rockwood CA Jr, Green DP, Bucholz RW, et ai, editors: Rockwood and Green 's
refere-se à direção da força de deformação. fractures in adults, ed 4, Philadelphia, 1996, Lippincott-Raven.
O mecanismo mais comum é o de supinação-eversão (supina-
ção-rotação externa). Sua apresentação característica é a de uma
fratura oblíqua espiral da fíb ula distal e uma ruptura do ligamento
deltoide ou fratura do maléolo medial. O tipo lesão de supin ação-a- Alguns autores advertem contra a utilização somente da clas-
dução é caracterizado por uma fratura transversal da fíbula distal e sificação de Lauge-Hansen para determinar o tratamento e reco-
uma fratura relativamente vertical do maléolo medial. O mecanismo mendam que o tratamento seja baseado em uma determinação
de pronação-abdução produz um a fratura transversal do maléolo clínica da estabilidade. O'Leary e Ward descreveram um meca-
medial e uma fratura oblíq ua curta da fíbu la, que aparece relativa- ni smo de abdução -rotação externa que resultou em fratura do
mente horizontal na radiografia lateral. O mecanismo de pronação maléolo medial e avulsão do ligame nto deltoide enfati zando a
-eversão (pronação-rotação extern a) é caracterizado por uma dificuldade em deter minar a extensão da lesão após o impacto de
ruptura do ligamento deltoide ou um a fratura do maléolo medial e alta velocidade. Essa lesão res ulta de abdução inicial e rotação
um a fratura oblíqua espiral da fíbula relativamente elevada acima externa seguidas pela ad ução violenta que fratura o maléolo
do nível da articulação do tornozelo. A anál ise da configuração da med ial. Whitelaw et ai. recomendaram a avaliação da estabilidade
fratura e, portanto, o mecanismo das forças que produzem a fratura articular do tornozelo pelo teste de gaveta anterior e teste de incli-
são especialmente importantes se a red ução fechada e a imobilização nação talar após estabilização óssea e reparo cirúrgico de qualquer
forem planejadas como tratamento definitivo. Geralmente, o meca- ruptura ligamentar concomitante.
nismo das forças que produzem a fratura é invertido pela manipu- A classificação de Danis-Weber (Fig. 54-1) é baseada na loca-
lação de redução fechada; por exemplo, se a fratura foi produzida lização e aparência da fratura da fíbula. Uma fratura do tipo A é
por um mecanismo de supinação, eversão ou rotação externa, a causada pela rotação interna e adução que produzem uma fratura
redução é alcançada por uma pro nação, inversão ou manipulação transversal do maléolo lateral aba ixo da sindesmose com ou sem
de rotação interna. uma fratura oblíqua do maléolo medial. A fratura do tipo B é
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFER IORES
Ili 54 -2
Classificação AO das
Fraturas Maleolares*
• MALÉOLO MEDIAL
causada pela rotação externa que resulta em uma fratura oblíqua
do maléolo lateral iniciando na sup erfície anteromedial e esten - As fraturas não deslocadas do maléolo medial geralmente podem
dendo -se proximalmente ao aspecto posterolateral. A lesão pode ser tratadas com imobilização em gesso; no entanto, em indivíduos
incluir ruptura ou avulsão do ligamento anterior tibiofibular ante- com altas demandas funcionais, a fixação interna pode ser apro-
roinferior, fratura do maléolo medial ou ruptura do ligamento priada para apressar a cicatrização e a reabilitação (Fig. 54-2). Hers-
deltoide. Cerca de 80% a 90% das fraturas maleolares laterais se covici et al. obtiveram um alto índice de consolidação e resultado
enqua dram na categoria Danis-Weber do tipo B. As fraturas do funcional com tratamento conservador de fraturas maleolares
tipo C são divididas em lesões de abdução com fratura oblíqua da mediais isoladas. As fraturas deslocadas do maléolo medial devem
fíbula proximal aos ligamentos interrompidos tibiofibulares (C-1) e ser tratadas ciru rgicamente, pois o deslocamento persistente faz o
lesões de abdução-rotação externa com uma fratura mais proximal tálus inclinar em varo. As fraturas em avulsão envolvendo apenas a
da fíbula e ruptura mais extensa da membrana interóssea (C-2). As ponta do maléolo medial não são tão instáveis como as fraturas
lesões do tipo C podem constituir-se em uma fratura maleolar envolvendo a axila do encaixe e não necessitam de fixação interna,
medial ou uma ruptura do ligamento deltoide. A fratura do maléolo a menos que o deslocamento seja significativo. A fixação interna
posterior pode acompanhar qualquer um dos três tipos. A classi- tardia pode ser feita se houver condição clínica favorável. A fixação
ficação AO divide os três tipos de Dan is-Weber adiciona lmente em do maléolo medial geralmente consiste em dois parafusos interfrag-
lesões mediais associadas (Q uadro 54-2). Malek et al. relataram mentários esponjosos de 4 mm orientados perpendicularmente â
alta confiabilidade interobservadores e intraobservadores na utili- fratura. Alguns autores têm defendido a fixação com parafusos
zação do sistema de classificação de Danis-Weber de 78% e 85%, bicorticais in terfragmentários de 3,5 mm em vez de parafusos
respectivamente. esponjosos de 4 mm, pois os dados biomecânicos sugerem aumento
Os autores demonstraram que existe uma variabilidade inte- da força de construção (Fig. 54-2A).
robservadora considerável entre os sistemas de classificação para Os fragmentos menores podem ser fixados com um parafuso
fraturas de tornozelo. Além disso, embora as classificações de interfragmentár io e um fio de Kirschner para impedir a rotação
@jij@I PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕE S EM ADULTOS
A e E
O[dihf;iLl:m Fixação de fraturas maleo lares med ia is. A, Parafuso interfragme ntár io único através do fragme nto gra nde . B, Comb i-
na ção de parafuso in terfragme ntá rio de 4 mm e fio de Kirschner para fragme nto pequ e no. C, Fiação de banda de tensão para frat ura
t ransversal ba ixa. D, Parafuso interfragme ntário de 4 mm vertica l escareado pa ra fra tu ra t ransversa l bai xa. E, Fixação de placa com
parafuso de fi xação hor izo nta l.
(Fig. 54-2B). Os fragmentos que são mui to pequenos ou cominutos ainda são co ntrove rsas. O deslocamento máxi mo aceitável da fí bula
para fixação com parafuso podem ser estabilizados com dois fios de relatado na literatu ra variou de O mm a 5 mm . Na maior ia dos
Kirschner e um a banda de tensão (Fig. 54-2C). As fraturas verticais pacientes, de 2 mm a 3 mm de deslocamento é aceitável, depen-
do maléolo medial exigem parafusos dirigidos horizontalmente ou dend o das exigências fun cionais do paciente. O deslocam en to do
técnicas de fixação da fra tura com placa antideslizante (Fig. 54-2D tálus tem sido mostrado aco mpanh and o o deslocamento do maléolo
e E). D umigan et ai. demonstraram que a fixação das fra turas male- lateral em fraturas do torn ozelo bimaleolar; portanto, é necessári a,
olares mediais verticais com placa de neutralização é biomecani ca- nes tes ferimentos, a redu ção anatômica do maléolo lateral. Os
mente va ntajosa. Embora os implantes de aço inoxidável sejam mais estud os bio mecânicos mostraram qu e as fraturas isoladas do maléolo
comumente usados para as fraturas maleolares mediais, a segurança lateral não perturbam a cinemáti ca articular ou causam desloca-
e a efi cácia dos implantes bioabsorvíve is fora m in vestigad as. A prin - mento talar com carga axial, enquanto os estudos de acompanha-
cipal vantagem teórica destes implantes é que eles redu zem a inci- mento clínico de longo prazo de tratamento fechado de fratu ras de
dência de remoção tardi a do materi al resul tante da proeminência estágio II de supinação-rotação externa demonstraram bons res ul-
persistente ou sensibilidade em to rn o das cabeças dos parafusos. tados fun cionais de 94% a 98%, mesmo com 3 mm de deslocamento
Embora os implantes bioabsorvíveis tenh am sido usados com fibular. Os res ultados após o tratamento operatório são semelhantes
sucesso com nenhuma di ferença nos resultados observados entre o aos do tratamento fec hado de lesões de estágio II de supin ação-ro -
aço inoxidável e o poliglicolido, a drenagem de seios estéreis tem tação ex tern a independenteme nte se a redu ção anatôm ica foi
sido relatada em 5% a 10% dos pacientes, possivelmente relacionada obtida. Se a estab il idade de uma fr atu ra de maléolo lateral é incerta,
com a quebra de poliglicolido. Além disso, em um a série de 2.528 radi ografias de es tresse podem ser obtidas para detectar desloca-
pacientes, um a taxa de 4,3% de reação do tecido inflamatório local men to do tálus indicativo de lesão medial. Koval et ai. ava liaram
clinicamente significativa foi relatada. Os implantes bioabsorvíve is se um teste de esforço positivo prevê a necessidade de fi xação
são discutidos em mais detalhes no Capítulo 53 . cirúrgica de fraturas maleolares laterais. Em se u estudo, todos os
pac ientes com achados positivos de radiografi as de estresse dos
1 FRATURA POR ESTRESSE DO MALÉOLO MEDIAL torn ozelos fo ram submetid os a um a ressonância magnética para
As fraturas por es tresse do maléolo medial geralmente se apresen- ava liar a integridade do comp lexo do liga mento deltoide. Somente
tam como dor localizada, edema e sensibilidade no tornozelo as rupturas completas necessitaram de estabili zação cirúrgica. Os
medi al. Ini cialmente, elas não podem estar aparentes na radiografi a, doe ntes com perturbações parciais ti veram tratamento não cirúr-
mas ge ralmente podem ser demonstradas com cintilografia óssea, gico bem -s ucedido com um mínim o de 1 ano de acompanha-
tomografi a computadorizada ou ressonância magnéti ca. Muitas mento. Outros propuseram a ava liação ultrassonográfi ca do
vezes, as fratu ras por estresse torn am-se aparentes em ra diografias ligamento deltoide para diferenciar entre um a fra tura equ ivalente
de acompanh amento. Shelbourne et ai. recomendaram a fixação bimaleolar e um a lesão maleolar lateral isolada. No enta nto, a
in tern a para as fraturas qu e são imediatamente aparentes nas radio- moda lidade de diagnóstico pré-operatória ideal para avaliar urna
grafias e imobilização por gesso para aquelas apenas ap arentes na lesão do lado media l para tomada de dec isão em relação ao trata-
cintilografi a óssea. As fr aturas por es tresse do maléolo medial têm mento cirúrgico ou não cirúrgico per man ece obsc ura.
um alto risco de progressão para frat ura completa, retardo da con-
solidação ou pseudoartrose. Muitas vezes, o tratamento agressivo,
incluindo cirurgia, é necessário. Se as frat uras po r es tresse forem FRATURA BIMALEOLAR
tratadas cirurgicamente, um período de atividade res trita de 4 a 5
meses será necessário. As fr atu ras bimaleolares de tornozelo comprometem a estabilidade
das estruturas medi al e latera l da articul ação do tornozelo. O deslo-
• MALÉOLO LATERAL camento reduz a área de contato tibiotalar e altera a cinemática da
Emb ora as fr aturas do maléolo lateral sem lesão medial significativa articu lação. A redução fec hada muitas vezes pode ser feita, mas não
sejam comuns, as indicações para a redução aberta destas fraturas man tida em posição anatômica assim que o edema desaparece.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES Eld'*
A E F
O!§ii;@m9 Fi xação de fraturas maleolares latera is. A, Fixação-padrão de fratura da fíbula com um terço de placa semitubular de
3,5 mm e parafusos. B, Vár ios parafusos interfragmentários de 3,5 mm . C, Dois parafusos interfragmentários para fratura ob líqua longa.
D, Parafuso maleo lar único de 3,5 mm para fratura transversal baixa. E, Fiaçã o de banda de tensão; observe a fi xação de parafuso
interfragmentário de 4 mm de fratura maleolar medial associada. F, Fixação com parafuso intramedular de 3,5 mm .
Pseudoartroses têm sido relatadas em aproximadamente 10% das fra - diminuída em a lgumas fraturas maleolares laterais usando apenas
turas bimaleolares tratadas por métodos fechados, embora elas nem uma técnica de parafuso interfragmentário (Fig. 54-3). Vários
sempre sejam sintomáticas. Vinte por cento das fraturas bimaleolares autores têm relatado o sucesso do tratam ento de fraturas maleolares
envolvem lesões intra-articulares do tálus e da tíbia; essas lesões não são laterais co m apenas a fixação de parafuso interfragmentário sem
tratadas quando os métodos fechados são usados. Estudos de acompa- pse udoartrose, perda d e redução ou complicações de tecidos moles.
nhamento randomizados, prospectivos e de longo prazo de fraturas Eles citam menos proeminência do material de osteossíntese e dor
bimaleolares de tornozelo ou equivalentes às bimaleolares mostraram em comparação ao que acontece com os pacientes que tiveram a
resultados superiores da cirurgia sobre o tratamento conservador. Um fixação de placas para lesões semelhantes. Os pacientes com menos
estudo de acompanhan1ento de longo prazo realizado por Bauer et ai. de 50 anos com uma fratura maleolar lateral ob líqua simples e comi-
também apresentou resultados superiores após o tratan1ento cirúrgico nuição mínima que permite a colocação de doi s parafusos interfrag-
de fraturas de estágio IV de supinação-rotação externa. Tile e o grupo mentários a pelo menos l cm de distân cia são os candidatos ideais.
AO recomendaram redução aberta e fixação interna de ambos os malé- Aumentar a fixação de placas com fios de Kirschner intrame-
olos para quase todas as fraturas bimaleolares. dulares em fraturas da fíb ul a osteopên icas foi recomendado em um
Para a maioria das fraturas bimaleolares d es locadas, nós estudo; 89% ti ve ram pouca ou nenhuma dor. Em um estudo biome-
também recomendamos redução aberta e fixação interna de ambos cânica, as placas suplementadas pelos fios de Kirschn er mostraram
os maléolos. A maioria das fraturas maleolares laterais de Weber do uma resistência 81 % maior à flexão do que as placas sozinhas e duas
tipo B e tipo C é estabilizada com placa e parafuso d e fixação. Em vezes mai s resi stê ncia ao movimento nos testes de torção. O trata-
alguns pacientes, o materi al de osteossíntese na região lateral no mento cirúrgico das fraturas periarticulares em geral e das fraturas
tornozelo pode tornar-se sintomático; no entanto, em um estud o, de tornozelo em particular provavelmente é limitado a dois períodos
apenas metade dos pacientes obteve alívio da dor após a remoção de tempo - início e final. A RAFI pode ser possível nas primeiras
do material. A fixação posterior de fraturas do maléolo lateral do 12 horas após a lesão, mas pode não ser possível de novo por 2 a 3
tipo B de Weber usando uma técnica antidesli zante tem sido defen- semanas devido ao inch aço excessivo. O fechamento tardio e até
dida para evitar a possibilidade do uso de parafusos intra-articulares mesmo enxe rto de pele podem ser necessários quando existir muito
e para diminuir a incidência de estrutura palpável, além de propor- inchaço no momento da cirurgia. Resultados func ionais igualmente
cionar uma construção mais forte. Em uma série prospectiva de 32 bons foram alcançados com RAFI imediata e tardia de fraturas
pacientes, não houve fraturas não consolidadas, pseudoartroses, bimaleolares de tornozelo ou equivalentes às bimaleolares do tipo B
complicações na cicatrização de feridas, perda de fixação ou para- de Danis-Weber, sem diferenças em complicações, adequação da
fusos intra-articulares ou palpáveis. Quatro pacientes tiveram ten- redução, amplitude de movimento, ou tempo de cirurgia, embora a
dinite peroneal transitória e em dois pacientes as placas foram internação tenha sido mais breve e a dor tenha sido diminuída com
removidas por causa dos sintomas causados por um parafuso inter- a cirurgia imed iata em um estudo. Embora a cirurgia tardia possa
fragmentário mal colocado. Weber et ai. documentaram lesões do ser tecnica mente mais difícil, é justificada em pacientes com graves
tendão peroneal precipitadas por fixação da fratura antidesli zante lesões fechadas dos tecidos moles ou bolhas de fratura. Se a redução
posterior do maléolo lateral. Em sua série, 30% dos pacientes aberta de uma fratura-luxação for tardia, a redução fechada imediata
demonstraram lesão do tendão peroneal no momento da remoção do deslocame nto e talas são obrigatórias para evitar necrose da pele.
do material de osteossíntese. No entanto, apenas 22% destes pacien-
tes apresentavam sintomas no pré-operatório. Os autores concl uí -
ram que as lesões do tendão correlac ionavam-se com a colocação LESÃO DE SINDESMOSE
de placa distal e inserção do parafuso através do furo mais distal da
placa e, portanto, defenderam evitar a colocação distal de m aterial As lesões de sindesmose são mais comumente causadas por mecanis-
de osteosíntese ou remoção precoce do material de osteossíntese. mos de pronação-rotação externa, pronação-abdução e, raramente,
A proeminência do material de o steossíntese também pode ser supinação-rotação externa (lesões de Danis-Weber do tipo C e do
MJ$(it PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
tipo B). Essas forças fazem o tálus abdu zir ou rod ar externamente no Vários métodos têm sido utilizados para fixar a sindesmose,
encaixe, levando ao rompimento dos ligamentos de sindesmose. mais comumente parafu sos ou pinos oblíquos inseridos através do
A restauração anatômica da sindesm ose tibiofibular distal é maléolo lateral e na tíbia distal. Esses pinos ou parafu sos não só
essencial. Se a fratura fibu lar situa-se acima do nível da articul ação seguram a articulação anatomicamente reduzida, mas também esta-
tibiofibular distal, essa articul ação se presume ser interrompida e bilizam e fixam a parte lateral do encaixe do tornozelo. Se a fixação
deve ser anatomicamente reduzida. No passado, a fixação interna de por parafuso for escolhida, um ou dois parafusos corticais de 3,5
todas as lesões de sindesmose era considerada obrigatória, mas mm ou 4,5 mm são necessá rios; ambos foram considerados biome-
Boden et al. mostraram em um estudo de cadáver que o rompimento canicamente equivalentes. Dois parafusos fornecem mais segurança
da sindesmose não causa instabilidade no torn ozelo se nenhuma do qu e a fixação com um parafuso e a reparação por sutura tem
lesão medial estiver envolvida. Se um a lesão medi al estava presente, menor força mecânica. Vander Griend, Michelso n e Bone sugeriram
as lesões de sindesmose com extensão superior a 4,5 cm proximais o uso de dois parafusos na sindesmose em pacientes de maior esta-
à articulação do tornozelo alteraram a mecânica da articulação, mas tura ou não compatíveis. O parafuso da sindesmose deve se r colo-
as lesões de sindesmose com extensão menor que 3 cm proximais à cado através de ambas as co rticais da fíbul a e em uma ou du as
artic ulação não alteraram. Ru pturas de sindesmose de 3 cm a 4,5 cm corticais da tíbia. Em uma recente pesquisa reali zada com membros
produziram resultados variáveis. A partir destes resultados, Boden da Orthopaedic Tra uma Association e da American Orthopaedic
et ai. sugeriram que a fixação de sindesmose era desnecessária se o Foot and Ankle Society, Bava et ai. buscaram identificar o estado
rompimento estendia-se menos que 3 cm acima da sindesmose ou atual do manejo de lesões de sindes mos e. Cinquenta e um por
se as lesões medial e lateral foram estabilizadas por fixação do cento utili za ram parafusos corticais de 3,5 mm, 24% usa ram para-
maléolo medial ou reparação do ligamento deltoide. fusos corticais de 4,5 mm e 14% rotineiramente usaram um dispo-
Kennedy et ai., em um estudo prospectivo que aval iou a fixação sitivo de fixação de sutura. Quarenta e quatro por cento utili zaram
de sindesmose por parafuso de fraturas do tornozelo do tipo e de um para fu so, ao passo qu e outros 44% utili zaram dois parafusos e
Weber nas quais a fratura maleolar lateral estava localizada dentro de 5 o restante estava indeciso. A construção m ais comum foi o uso de
cm da articulação do tornozelo, descobriram que a fixação de sindes- parafusos de 3,5 mm engaj ando quatro corticais, que eram rotin ei-
mose por parafuso não era necessária se a fratura fosse anatomicamente ramente removidas em 3 meses. Os parafusos bioabsorvíveis também
reduzida e fosse imobilizada por 6 semanas pós-operatórias. No entanto, têm sido utili zados para a fixação da sindesmose e demonstraram
isso ainda não foi extensivamente avaliado clinicamente. resultad os co mparáveis aos implantes metálicos.
Há um co nsenso de que a fixação de sindes mose é indicada Se e quando os parafusos de sindesmose precisam ser remo-
para (1) lesões de sindesmose associadas a fraturas da fíbula proxi- vidos, são ass untos controversos. As recom endações na literatura
mal para as quais a fixação não é planejada e que envolvem um a var iam de remoção de rot ina do parafuso antes da sustentação de
lesão medial que não pode ser estabilizada, bem como para (2) peso se r permitida (em 6 a 8 semanas) à remoção após a fratura
lesões de sindesmose se estendendo mais de 5 cm proximal à si n- ter se consolidado so mente se surgiram sintomas. Os defenso res
desmose. Permanece controverso se a fixação de sindes mose deve da retirada do parafuso alegam que a fixação de sindesmose atra-
ser utili zada em fraturas m aleolares laterais situadas de 3 cm a 5 cm palha a mecâ nica do tornozelo ao rest rin gir a rotação extern a
da articulação do tornozelo em que a lesão medi al (ligamento del- normal da fíbula qu e ocorre com a dorsiflexão. Retirar o parafuso
toide) não é reparada. Se a fratura alta da fíbul a associada a uma muito cedo, no entanto, pode permitir diástase recorrente da sin -
lesão de sindesmose não está fixada, a restauração do comprimento desmose. O deslocamento da sindesmose foi relatado quand o o
fibular pode ser difícil para ser determinada com precisão. Além parafuso foi removido antes da sustentação de peso ser permitida e
disso, a fixação de fraturas da fí bula da diáfise média com lesões de uma queb ra do parafuso foi relatada com a sustentação de peso co m
sindesmose associadas demonstra melhores ca racterísticas biome- o parafuso no lugar. Se fi xação tricortical for utili zada, o parafu so,
cânicas quando comparada com a fixação de sindesmose sozinh a. geralmente, começa a afro uxar em vez de quebrar e pode não
A integridade da sindesmose pode ser avaliada intraoperato- atrapalhar a mecânica norm al do tornozelo. Se a fixação por meio
riamente por meio da reali zação de um teste de esforço de rotação de quatro corticais for utilizada, ambas as extremidades do para-
externa e do teste de Cotton. ( Cotton desc reve u esse teste para fu so podem ser removidas fac ilmente se ocorrer a ruptura. Em
determinar a incompetência da sindes mose do tornozelo no intra- geral, a diástase tardia da si ndesmose cria um problema clínico
operatório. A tração é aplicada à fíbula com um gancho ósseo para muito mais difícil do que a quebra de parafusos; é aconselhável
tentar separá-la da tíbia na qual tenha sido ap licada uma força de deixar o parafuso no local por pelo menos 12 semanas. Além disso,
oposição para impedir o movimento da tíbi a. Se nenhum movi- um outro es tudo revelou que, em 1 ano de acompanh amento, não
mento significativo for observado entre a tíbia e a fíbula distal, os houve diferença na evolução clínica de pacientes com parafusos de
ligamentos de sindesmose estão intactos.) Se ocorrer m ais de 3 mm sindesmose intactos ou removidos. Na verdade, o subconjunto
a 4 mm de deslocamento lateral, a fixação de sindes mose é necessá- co m parafusos qu ebrados obteve melhores resultados clínicos;
ria. As radiografias intraoperatórias devem mostrar um espaço livre portanto, os autores recom endaram não remover os parafusos de
de menos de 5 mm entre a parede medial da fíbu la e a parede lateral sindesmose intactos ou qu ebrados. Nós temos orientado em
do maléolo tibial posterior. O alargamento persistente indica uma direção à não remoção rotineira da fi xação de sindesm ose, a menos
sindesmose não reduzida. Em um estudo de cadáver, Xenos et al. que o torno zelo esteja si ntomático.
mostraram qu e o rompimento de sindesmose, medido como deslo- A sindesmose deve ser anatomicamente reduzida e segura com
camento posterior da fíbula em uma radiografia lateral de estresse fios de Kirschner provisó rios ou com um grampo de redução antes
de rotação externa, co rrelacionou-se mais estreitamente com a di ás- de os parafusos de sindesmose serem inseridos. Miller et al. obser-
tase anatômica do que o deslocamento em radiografias de estresse varam um a diminuição signifi cativa na má redu ção de sindes mose
de encaixe. Stark et ai. recomendaram a avaliação de estresse de em um grupo de pac ientes em que a sindesmose foi diretamente
rotação externa intraoperatória para fraturas instáveis B de Weber visualizada durante a redução. Nós defendemos também a redução
após a identificação de um a incidência de 39% de instabilidade de aberta da sindesmose com visualização direta. O parafuso deve ser
sindesmose após a fixação maleolar lateral. posicionado de 2 cm a 3 cm proximal à sindesmose da tíbi a e
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERI ORES Eldf"
•Insira uma haste de Rush, uma haste fibular de bloqueio •Para as fraturas em pacientes com osteoporose ou pacien-
)
ou outro dispositivo intramedular do outro lado da linha tes com cobertura precária de tecidos moles, reduza e
de fratura no canal medular do fragmento proxima l. Se estabi lize a fratura com f ios de Kirschner colocados ob li-
estiver usando um dispositivo intramedular, não incline o quamente através do fragmento distal da fíbula e na tíbia .
maléolo lateral em direção ao tálus. O ponto de inserção A fixação de sindesmose, se necessária, pode ser feita
para a fixação intramedular tende a ser a superfície lateral como descrito na seção sobre lesões de sindesmose .
da ponta maleolar; devido à aplicação intramedular ser
reta, o maléolo lateral pode ser inadvertidamente incli-
nado na direção do tálus, resultando em estreitamento FIXAÇÃO DO MALÉOLO MEDIAL
do enca ixe do tornozelo e movimento reduzido . Esse erro
pode ser evitado pelo contorno do pino intramedular. TÉCNICA
•Se a fratura estiver abaixo do nível da sindesmose, se o
fragmento distal for pequeno e se o paciente tiver um • Realize uma incisão anteromedial que comece aproximada-
bom estoque ósseo, utilize um parafuso maleolar de 3,5 mente 2 cm próximo da linha de fratura , que se estenda
mm intramedularmente para fixação. Um parafuso inter- distalmente e ligeiramente posterior e termine aproximada-
fragmentário de 4,5 mm pode ser utilizado em pacientes mente 2 cm distal à ponta do maléolo med ial. Nós pre-
grandes. Alternativamente, direcione o parafuso maleolar ferimos essa incisão por duas razões: (1) o tendão tibial
ligeiramente oblíquo para envolver a cortica l medial da posterior e sua bainha f icam menos suscetíveis a serem
fíbula proximal à fratura . danificados; e (2) o cirurg ião é capaz de ver as superfícies
•Nos pacientes com má qualidade óssea, coloque fios de articulares, especialmente no aspecto anteromedial da arti-
Kirschner ob liquamente de lateral para medial através dos culação, o que permite um al inhamento preciso da fratura.
fragmentos fibulares proximal e distal e prenda-os mais à No entanto, essa incisão não pode ser feita extensível dis-
frente com um fio de banda de tensão. talmente se lesões nos pés associadas devem ser tratadas.
•A redução anatômica e a manutenção do comprimento • Manipule a pele com cuidado, refletindo a aba intacta com
fibu lar são necessárias. seu tecido subcutâneo subjacente. O suprimento de sangue
•Se a fratura estiver acima do nível da sindesmose, use um para a pele dessa região é ruim, e a manipulação cuidadosa
pequeno fragmento e uma placa tubular de um terço é necessária para evitar descamação da pele. Proteja a veia
para fixação após a redução anatômica ter sido obtida; safena magna e o nervo que a acompanha.
uma placa de compressão dinâmica de 3,5 mm pode ser • Normalmente, o fragmento distal do maléolo medial está
utilizada nos indivíduos maiores ou para as fraturas mais deslocado distalmente e anteriormente e uma pequena
proximais. As placas podem ser utilizadas para comple- dobra de periósteo geralmente está interposta entre as
mentar a fixação dos parafusos interfragmentários ou para superfícies da fratura. Remova essa dobra do local da
abranger um segmento cominuído. Em geral, coloque fratura com uma cureta ou um elevador periosteal, expondo
três parafusos corticais na diáfise da fíbula acima da as pequenas serrilhas da fratura.
fratura e dois ou três parafusos distais à fratura. Parafusos • Desbride o pequeno osso solto ou fragmentos condrais;
esponjosos unicorticais são colocados abaixo do nível da grandes fragmentos osteocondrais devem ser preserva-
sindesmose. Se a placa for colocada posterolateralmente, dos e suportados com um enxerto ósseo .
ela atua como uma placa antideslizante . Várias placas de •Com uma pinça de redução óssea, traga o maléolo des-
bloqueio fibular distal de ângulo fixo pré-contornadas tacado para a posição normal e, mantendo-o lá, fixe-o
disponíveis comercialmente fornecem opções alternativas internamente com dois fios lisos de Kirschner de 2 mm,
de fixação distal; no entanto, muitas vezes à custa do perfurados em todo o local da fratura como dispositivos
aumento da proeminência do material de osteossíntese . temporários de fi xação.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
O@mf4D:m A, Fratura maleo lar latera l com amp li ação assoc iada do espaço livre media l e rompimento de sindesmose . B e e, Após
estabil ização cirú rgica . A fíbu la é anatomicamente reduzid a e a redução tibiotalar concêntrica é resta urad a e mantida com um ú ni co
parafuso quadcortical d e sindesmose.
•Verifique a redução da fratura com radiografias antero- segura, o gesso pode ser removido na primeira visita de pós-
posteriores e laterais . Se a redução estiver satisfatória, operatório e substituído por uma tala removível ou bota de
remova um dos fios de Kirschner e insi ra um parafuso fratura. Os exercícios de amplitude de movimento são inicia-
interfragmentário de 4 mm ; remova e substitua o outro dos. A sustentação de peso é restringida durante 6 semanas,
f io de Kirschner (Fig. 54-6). Alternativamente, uma broca após as quais carga parcial pode ser iniciada se a fratura
com um bit de 2,5 mm e de 3,5 mm pode ser utilizada estiver cicatrizando bem e progredindo em conformidade.
para criar um caminho para os parafusos; uma broca Se as condições da pele, a qualidade óssea ou outros
pélvica longa será necessária se a fixação por parafusos fatores impedirem a f ixação segura, a fratura deverá ser
interfragmentários bicorticais for escolhi da . mais protegida. O paciente é colocado em um gesso do
•Cuidadosamente, inspecione o interior da articulação, par- tipo bota ou em um ingnopédico sem suporte de peso,
ticularmente no canto superomed ial, para assegurar que o dependendo da estab ilidade da fixação. Se um gesso
parafuso não tenha atravessado a superfície articula r. ingnopédico for uti lizado, ele pode ser convertido para
•Tire radiografias para verificar a posição do parafuso e da um gesso do tipo bota em 4 a 6 sema nas. O paciente
fratura. não tem permissão para suportar peso sobre o t ornozelo
•Se o fragmento maleolar medial for muito pequeno ou até que a consolidação da fratura esteja progredindo bem
cominuído, a fixação de um parafuso pode ser impossível; (8 a 12 semanas). Um gesso do tipo bota é usado e a
nestes casos, use vários fios de Kirschner ou fiação de sustentação de peso é iniciada gradualmente. O gesso é
banda de tensão para fi xação . As fraturas vertica is grandes removido quando a fratura estiver unida.
do maléolo medial que envolvem cominu ição proximal
muitas vezes exigem uma placa de reforço para evitar a
perda da redução; uma pequena placa tubular de um
terço é geralmente suficiente. Para evitar complicações na
LESÃO DO LIGAMENTO DELTOIDE E
cicatriza ção da ferida, deve-se tomar extremo cuidado
na aplicação de material de osteossíntese volumoso nessa
FRATURA MALEOLAR LATERAL
área de cobertura de pele deficiente. A ruptura do ligame nto deltoide acompanhada po r uma fratura do
maléolo lateral é causada pelo mesmo mecanismo que produ z fra-
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O tornozelo é imobil i- turas bimaleolares, isto é, supinação com rotação externa do pé. Em
zado em uma tala de gesso posterior em posição neutra e vez de o maléo lo medial ser fraturad o, o ligamento deltoide é
elevada. Se a qualidade óssea for boa e a fixação estiver rasgado, fazendo com que o tá lus se desloque lateralmente (Fig.
54-7) . Normalmente, a cápsula anterior da articulação do tornozelo
@Jf11J PARTE XV FRATURAS E LU XAÇ ÕES EM ADU LTOS
FRATURA TRIMALEOLAR
As fraturas trimaleolares exigem redução aberta mais frequente do trimaleolares geralmente são causadas por uma lesão de abdução
que qualquer outro tipo de fratura do torno zelo. Os res ultados ou rotação externa. Além das fraturas do maléolo medial e da
do tratamento das fraturas trimaleolares geralmente não são tão bons fíbula, o lábio posterior da superfície articular da tíbia é fraturado
quanto os resultados obtidos nas fraturas bimaleolares. As fraturas e deslocado, permitindo deslo camento posterior e lateral e rotação
Mf;fft PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
externa com supinação do pé. O maléolo medial pode permanecer bem mantida e uma posterior subluxação do tálus não ocorreu com
intacto, com uma lesão do ligamento deltoide ocorrendo em vez um ou outro método.
de uma fratura maleolar.
Os mesmos princípios e indicações para a redução aberta
como anteriormente traçados para as fraturas bimaleolares apli- FRATURA DO REBORDO
cam-se às fraturas trimaleolares. As indicações para a redução TIBIAL POSTERIOR
aberta do maléolo posterior ou do fragmento tibial posterior
dependerão, principalmente, dos seus tamanhos e deslocamento. As fraturas do rebordo posterior da tíbia geralmente estão associa-
Uma visualização da rotação externa de 50 graus pode ser utili- das às fraturas dos maléolos medial e lateral e a abordagem ao
zada para uma avaliação mais precisa do tamanho e do desloca- maléolo posterior pode depender de quais reduções adicionais
mento do fragmento maleolar posterior. Se o fragmento do abertas são necessárias. Na maioria das vezes, uma incisão antero-
maléolo posterior envolver mais do que 25% a 30% da superfície medial é feita para corrigir um rnaléolo medial fraturado e urna
do suporte de peso, ele deve ser redu zido anatomicamente e incisão posterolateral é usada para corrigir a margem posterior da
seguro com fixação interna. Se o fragmento consiste em menos tíbia e a fratura maleolar lateral. Se o fragmento posterior estiver
de 25% da superfície articular, ele geralm ente não terá qua lquer localizado mais mediaimente, uma abordagem posteromedial pode
consequência se a parte anterior da superfície articular da tíbia ser usada para tratar as fraturas maleolares medial e posterior. Alter-
for suficientemente grande para proporcionar uma superfície de nativamente, uma incisão separada posteromedial ou posterolateral
suporte de peso estável com o qual o tálus pode ser seguro em pode ser feita adjacente ao tendão de Aquiles para permitir redução
relação apropriada. Muitas vezes, a redução satisfatória do frag- indireta ou direta.
mento tibial posterior ocorre com a fi xação anatômica e rígida Tomografias computadorizadas pré-operatórias são obrigató-
da fíbula, pois esse fragmento está mais frequentemente postero- rias para avaliação da morfologia da fratura, o que inclui o tamanho,
lateral e anexado à fíbula pelo ligamento tibiofibular posterior. a localização e qualquer impactação marginal associada ao frag-
Gardner et ai. mostraram em um modelo cadáver que a fixação mento maleolar posterior. A fratura do rebordo posterior muitas
do maléolo posterior confere estabilid ade de sindesmose para vezes se reduz após a redução da fíbula. Se isso não ocorrer e a
uma extensão maior do que os parafusos de sindesmose. Se o fixação interna for necessária por causa do tamanho do fragmento
fragmento tibial posterior for pequeno, uma posição proximal- ou presença de instabilidade posterior, a fratura do rebordo poste-
mente deslocada n ão gera nenhuma consequência, mas até rior deve ser reduzida e fixada internamente antes da redução do
mesmo a menor subluxação posterior do tálus na superfície arti- maléolo lateral ou medial. O objetivo é restaurar anatomicamente a
cular da tíbia é inaceitável. Se há um recuo resistente ou espaço superfície articular da tíbia distal. A redução e a fixação de qualquer
de mais de 2 mm a 3 mm, ou instabilidade posterior persistente, rnaléolo reduz a tração das superfícies articulares talar e tibial, tor-
a redução aberta se justifica. Os deslocamentos proximal e pos- nando a exposição mais difícil. A tração da articulação tibiotalar
terior do fragmento tibial criam um deslocamento na fratura. pode ser aumentada pela inserção de um grande pino de Steinmann
Com o pé deslocado posteriormente, essa irreg ularidade na transversalmente através do calcâneo, ao qual uma curva de tração
superfície articular da tíbia é trazida contra a superfície do é aplicada. Um assistente pode tracionar a articulação tibiotalar
suporte de peso do tálus; e com movim ento e sustentação de peso, significativamente usando essa técnica se nenhum maléolo tiver sido
urna artrite traumática grave se desenvolve. recolocado. Alternativamente, um grande elemento de tração pode
Nas fraturas com fragmentos maleolares posteriores que cons- ser benéfico. Se o fragmento maleolar posterior for pequeno, um
tituíam 25% ou mais da articulação, Harper e Hardin não acharam parafuso dirigido a partir de posterior para anterior ou um parafuso
diferenças clínicas entre frat uras que foram redu zidas e fixadas e parcialmente rosqueado colocado usando-se a técnica interfrag-
fraturas que não foram fixadas. Eles observaram que a redução do mentária deve ser usado, pois um parafuso parcialmente rosqueado
fragmento maleolar posterior geralmente era satisfatória quando a colocado de anterior para posterior pode deixar roscas cruzando o
fratura maleolar lateral foi redu zida e fixada. Esta redução foi mais local da fratura.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBR OS INFERIORES
0!§mf4m:EI A, Paciente idoso com osteoporose, diabetes melito e neuropatia periférica que sofreu uma fratura- luxação aberta
cominuída bimaleo lar do tornozelo . B, Após o desbridamento, a fratura é definit ivamente tratada com fixação interna. Por causa da
fraca qua lidade do osso do paciente, vários parafusos transfibu lares/transtibiais foram usados para aumentar a aqu isição de fixação.
aconselhável. Essa situação surge, na maioria das vezes, quando uma •Reduza a fratura-luxação e obtenha radiografias antero-
abrasão ou infecção superficial está presente onde uma incisão nor-
posterior e latera l do tornozelo.
m almente seria feita para a redução aberta. Childress recomendou
•Usando o fio de Kirschner como um guia conforme visto
essa técnica apenas como um último recurso, mas várias vezes a na radiografia, insira um pi no de Steinmann suave de 2,8
achou útil. O tornozelo é estabilizado por um pino inserido através mm na linha média na sola 2,5 cm posterior à articu lação
do calcâneo no canal m edular da tíbia. Além di sso, em tais cir- ca lcaneocuboide e aponte-o na direção do centro da tíbia.
cunstâncias, Laskin defendeu a redução fec hada com um pino de •Avance o pino por cerca de 1O cm na tíbia distal e veri-
Steinmann liso inserido transversalmente através do calcâneo e um fique a posição dele e dos fragmentos por radiografias.
segundo pino inserido através da tíbia proximal. Os pinos são, então, Deixe 1,3 cm do pino sa liente através da sola e preen-
incorporados em um molde de gesso. Nosso método preferido de
cha -o bem.
estabilização é a aplicação de um fixador externo uniplanar com a
•Aplique um gesso ingnopédico que não incorpora a extre-
inclusão do antepé se isso garantir que evitar a postura de antepé
midade do pino.
equino seja necessário para o manejo definitivo. O uso de um pino
tibiotalocalcâneo percutâneo tem sido reservado para os casos muito
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O gesso é removido em
raros nos quais o material de osteossíntese existente impede a coloca- 4 a 6 sema nas e um gesso do tipo bota é aplicado. O pino
ção do fixador externo e a estabilidade seja necessária para a proteção é removido em 4 a 8 semanas, dependendo da fase de
dos tecidos moles. Nós ternos modificado o procedimento de modo
cicatrização e da estabilidade in icial da fratura. A susten-
que o pino seja dirigido para sair da metáfise tibial distal anterior para
tação de peso não é permitida até que o pino tenha sido
facilitar a extração mais tarde caso o implante falhe.
removido e apenas quando a cicatrização progred ir.
DE FRATURA-
LUXAÇAO INSTAVEL DO TORNOZELO FRATURA DO PILÃO TIBIAL
e fechado de tecidos moles. A fratura pode ter com inuição metafi- O sistem a de classificação AO/OTA fornece uma descrição deta-
sá ri a ou articular significativa, ou extensão da diálise. A classificação lhada da fratura distal. Fraturas do tipo A são as fraturas tibiais
destas fraturas é importante para determinar o prognóstico e esco- distais extra -articulares, que são subdivididas nos grupos Al, A2 e
lher o tratamento ideal. A fíbula é fraturada em 85% desses pacientes A3 com base na quantidade de cominuição metafisária. As fraturas
e o grau de lesão talar varia. do tipo B são as fraturas articulares parciais nas quais uma porção
A fratura de rotação do tornozelo pode ser vista como uma da superfície articular permanece em continuidade com a diáfise;
continuidade, progredindo de fraturas maleolares individuais para essas são subdivididas nos grupos Bl, B2 e B3 com base na quanti-
fraturas bimaleolares e daí para fraturas envolvendo a superfície dade de impactação articular e cominuição. As fraturas do tipo C
articular di stal da tíbia. Lauge-Hansen descreveu uma lesão de pro- são as fraturas metafisárias completas com envolvimento articular;
nação-dorsiflexão que produz um a fratura maleolar oblíqua medial, essas são subdivididas nos grupos C l , C2 e C3 com base na extensão
um a fratura do lábio anterior grande, uma fratura da fíbula supra das cominuições metafi sária e articular (Fig. 54-14).
-articular e uma fratura tibial posterior. Giachino e Hammond des- Outro sistema utilizado foi o proposto por Rüedi e Allgõwer,
creveram uma fratura causada por uma combinação de rotação que divide as fraturas de sindesmose em três categorias. As fraturas
externa, flexão dorsal e abd ução que consistiu em uma fratura do tipo I são as fraturas de clivagem não deslocadas que envolvem
oblíqua do maléolo medial e um a fratura de si ndesmose da tíbia a superfície ar ticular; as fraturas do tipo II têm linhas de fratura do
anterolateral. Essas fraturas, geralmente, têm pouca fragmentação, tipo clivagem com deslocamento da superfície ar ti cular, mas comi-
não havendo um envolvimento metafisário significativo, e lesão nuição mínima; e as fraturas do tipo III estão associadas a cominui-
mínima dos tecidos moles. Elas podem ser tratadas de forma seme- ções metafisária e articular.
lhante às de outras fraturas do tornozelo com fixação interna da Os estudos têm demonstrado que esses sistemas d e classifi-
fíbula e fixação de parafuso interfragmentário na superfície articular cação têm apenas confiabilidade interobservadora moderada; no
tibial distal por meio de abordagens cirúrgicas limitadas. entanto, eles provaram ter algum va lor prognóstico. O trata-
Os sistemas de classificação foram cri ados para descrever com mento das fraturas com pouco deslocamento ou cominuição (fra-
ma is precisão a ampla gama de fraturas da tíbia articular distal. turas em espiral Rü edi e Allgõwer do tipo I e do tipo II) tem rendido
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES ftifJH
resultados funcionais muito melhores e com muito menos compli- com o sistema de Gustilo. Embora menos óbvias do que as incisões
cações do que o tratamento dos padrões de fraturas mais graves abertas, as lesões fechadas dos tecidos moles podem ser muito
(Rüedi e Allgower do tipo III, AO dos tipos B3 e C3). graves e podem afetar negativamente o resultado funcional, espe-
As fraturas intra-articulares da tíbia distal foram tratadas por cialmente se não fo rem reconhecidas.
meio de uma variedade de métodos, incluindo a imobilização por A extremidade deve ser examinada cuidadosamente em
gesso, tração, fixação de parafusos interfragmentários, RAFI com busca de sinais de lesão vascular, edema, bolhas de fratura, esma-
placas e fixação externa com ou sem fixação interna limitada. Uma gamento dos tecidos moles, desluvamento e síndrome do com-
variedade de fixadores externos tem sido utilizada: fixadores de partimento fechado. Bolhas de fratura cheias de sangue indicam
meio-pino tradicionais que cobrem o tornozelo, fixadores de meio- danos cutâneos mais extensos do que bolhas cheias de líquido
pino articulados que permitem o movimento do tornozelo, fixado - claro. O sistema de classificação de Tscherne pode ser usado para
res de meio-pino que não abrange m o tornozelo e fixadores descrever a lesão fechada de tecido mole. As peculiaridades dos
híbridos que combinam fios tensionados com meio-pinos na pacientes, tais como tabagismo, alcoolismo, doença vasc ular peri-
diáfise da tíbia e não cobrem a articulação do tornozelo. As arma- férica e diabetes, também devem ser consideradas.
ções híbridas podem ser compostas por anéis proximalmente e Os principais objetivos do manejo das fraturas do pilão
distalmente (llizarov, Monticell-Spinelli) ou podem usar uma barra tibial são restaurar uma sup erfície articular anatômica, restaurar
para conectar os meio-pinos proximalmente a um anel ou a anéis o alinhamento mecânico, manter a estabilidade ar ticular conse-
e fios distalmente. Se essa última concepção for usada, escoras de guindo a consolidação da fratura e recuperar o movimento e a
suporte adicionais são necessárias para reduzir as forças de flexão sustentação de peso funcional livre de dor e evitando complica-
em cantiléver. ções. Os resultados ideais não são atingíveis em alguns pacientes
Mais recentemente, protocolos em estágios têm sido defendi- devido à gravidade da cominuição articular e da lesão dos tecidos
dos consistindo em fixação temporária externa que cobre a articu- moles. Os indicadores de mau prognóstico são cominuição arti-
lação do tornozelo seguida por RAFI com placas e parafusos após a cular (fraturas AO do tipo C3 e Rüedi-Allgower do tipo III), lesão
condição dos tecidos moles ter melhorado, o que acontece normal- talar, ferimentos graves nos tecidos moles, má redução da super-
mente em 2 a 3 semanas após a lesão. Foram desenvolvidas técnicas fíc ie articular, fixação instável e infecção pós-operatória na cica-
de fixação de fratura com placa percutânea ou minimamente inva- trização da ferida.
sivas. A artrodese primária fo i realizada em selecionadas fraturas Muitos investigadores têm relatado resultados piores nos
expostas graves com grande cominuição articular e lesão talar. padrões de fratura mais graves. A redução anatômica tem um prog-
Nestes pacientes, os res ultados funcionais são suscetíveis a serem nóstico melhor do que uma redução regular ou ruim, mas não
insuficientes e a amp utação é uma alternativa. Há alguma sobrepo- garante um bom resultado. Algum grau de artrose se desenvolveu
sição nas indicações para esses métodos diferentes de tratamento. A em reduções anatômicas; no entanto, nas reduções regulares ou
preferência e a experiência do cirurgião devem desempenhar um insuficientes (> 2 mm de deslocamento), uma artrose mais grave
papel na tomada de decisão pré-operatória. pode ser esperada. Em uma série de 37 fraturas AO dos tipos B3 e
Diversas variáveis devem ser consideradas quando se elabora C3 tratadas com fixação externa e fixação interna tardia da superfí -
uma estratégia de tratamento. É preciso entender o mecanismo da cie articular, Dickson, Montgomery e Field identificaram um sub-
lesão, pois isso pode se refletir na quantidade de danos associados de grupo de pacientes com cominuição "chão de vidro", que foi definida
tecidos moles. O tipo de fratura deve ser determinado de acordo com como a existência de mais de três pedaços de superfície articular
a quantidade e a localização do deslocamento, cominuição, compac- menores de 2 mm de tamanho vistos na tomografia computadori-
tação e envolvimento da diáfise. A extensão da fratura na diáfise tibial zada. A artrite pós-traumática se desenvolveu em 10 (38%) dos 26
e as fraturas ipsilaterais do pé ou da tíbia podem influenciar a escolha tornozelos com cominuição e em nenhum dos tornozelos sem ela.
do tratamento. Alguns autores têm defendido a fixação limitada Em geral, 17% das fraturas red uzidas anatomicamente (cinco de 29)
precoce das extensões da fratura na região da diáfise para certas fra- desenvolveram artrite, enquan to que cinco das sete fraturas reduzi-
turas com o objetivo de fac ilitar a reconstrução por estágio mais tarde. das não anatomicamente desenvolveram artrite.
As radiografias contralaterais do tornozelo podem ser benéficas como Nos últimos anos, tem havido uma maior ênfase no resultado
um modelo para a reconstrução articular. funcional. Embora não haja uma discordância de que a redução
Além das radiografias simples, a tomografia computadorizada anatômica é desejável, o impacto da redução anatômica no resultado
é extremamente útil para determinar com precisão a direção das geral está menos claro. DeCoster et ai. analisaram o efeito da gravi-
linhas de fratura, o tamanho e o deslocamento dos fragmentos arti- dade dos ferimentos e a redução da fratura no resultado clínico e
culares e a extensão da cominuição ar ticular e da impactação. não encontraram nenhuma correlação com a pontuação clínica do
As tomografias também são úteis no planejamento de incisões cirúr- tornozelo. Além disso, não foi encontrada nenhuma correlação entre
gicas e na colocação de parafusos interfragmentários ou fios finos. artrose radiográfica e resultados clínicos. Williams et ai. constataram
As tomografias e as radiografias simples obtidas com tração são espe- que, embora a artrose radiog ráfica tenha sido relacionada com a
cialmente úteis no planejamento pré-operatório. A tração pode ser gravidade da lesão e a qualidade da redução, não houve relação
aplicada usando-se um pino de tração do calcâneo e uma armação de significativa entre essas variáveis e a pontuação SF-36, pontuação
Bohler, ou um fixador externo de expansão. As radiografias de tração clínica do tornozelo, ou retorno ao trabalho. O resultado funcional
mostram a extensão na qual a sup erfície articular pode ser reduzida foi mais relacionado a fatores socioeconómicos. Os pacientes com
por ligamentotaxia. Por isso, nós normalmente preferimos que a TC um maior nível de ed ucação foram mais propensos a voltar ao tra-
seja realizada após a aplicação de um fixador externo. Quaisquer balho e tiveram pontuações do tornozelo mais elevadas. Os predi-
segmentos impactados restantes têm que ser reduzidos por métodos tores dos resultados clínicos parecem ser multifatoriais e não estão
abertos ou abertos limitados. A redução anatômica pode ser impos- totalmente compreendidos.
sível em algumas fraturas gravemente cominuídas. Pollak et ai. e Marsh et al. descobri ram que as fraturas do pilão
É importante definir claramente a quantidade de lesões dos têm um efeito negativo a longo prazo sobre a saúde em geral como
tecidos moles. As lesões abertas podem ser classificadas de acordo medida pelo SF-36. Rigidez, edema, dor persistente e a utilização de
@ji!f}:t PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
uma aj uda ambulatória foram alguns dos motivos. Quarenta e três por tratadas com esse método. Apenas três fraturas estavam abertas, e
cento dos doentes anteriormente empregados já não estavam empre- qu ase a metade era de baixa energia, lesões relacionadas ao esporte.
gados; e, desse subgrupo, 68% atribuíram sua incapacidade de traba- Na década de 1980 a meados de 1990, séries que envolveram as
lho à fratura do pilão. Os piores resultados foram correlacionados com maiores percentagens de lesões abertas e de alta energia relataram
a presença de duas ou mais comorbidades e com o tratamento com muito menos resultados de sucesso e uma alta incidência de compli-
fixação externa. As fraturas tratadas com fixação externa apresenta- cações com essa técnica, especialmente nas fraturas Rüedi e Allgõwer
ram maior comprometimento da amplitude de movimento e pior do tipo III (AO do tipo C3). Q uando ocorrem complicações, elas
pontuação de dor do que as fraturas tratadas com RAFI. A fixação podem ser devastadoras. A transferência de tecido livre muitas vezes
externa tendeu a ser utilizada em lesões mais graves (AO do tipo C). é necessária para salvar a extremidade, e o resultado final, em alguns
Os fatores a serem considerados na fo rmulação de um plano casos, é a amputação. Os resultados satisfatórios nas fraturas de
de tratamento incluem o padrão de fratura, lesão dos tecidos Rüedi e Allgõwer dos tipos I e II têm sido relatados como sendo
moles, comorbidades dos pacientes, recursos de fixa ção e experi- entre 60% e 82% e entre 37% e 40% em fraturas do tipo III tratadas
ência cirúrgica. O grau de cominuição articular, o dano ao tálus e com RAFI, respectivamente. As taxas de infecção após as fraturas
a lesão de tecido mole são ditados pela lesão; no entanto, o cirur- do tipo III têm sido referidas como sendo de 12,5% a 37%. McFerran
gião não tem nenhuma influência sobre outros fatores prognósti- et ai. investigaram as complicações em 52 fraturas de sindesmose da
cos. O objetivo deve ser o de obter melhores alinhamento articular tíbia, a maioria das quais foi tratada por RAFI. Em geral, houve urna
e redução axial possíveis respeitando-se os tecidos moles. Se a incidência de 54% de complicações locais e oito de 11 fraturas
superfície articular não se redu zir por liga mentotaxia, alguma expostas foram associadas a complicações.
forma de redução aberta geralmente é indicada após os tecidos A fixação com placa e parafuso tem sido associada a compli-
moles se recuperarem. A consolidação da fratura pode ser refor- cações na cicatrização da ferida e a infecção com mais frequência
çada por áreas de impactação de enxerto ósseo, perda óssea ou do que a fixação externa em fraturas semelhantes. Watson et ai.
extensa cominuição metafisária. A frequência de problemas na relataram mais resultados excelentes e bons em 5 anos de acompa-
cicatrização de feridas e na infecção pode ser diminuída pelo reco- nhamento com fixação externa (8 1%) do que com fixação da fratura
nhecimento de lesões abertas e fechadas de tecido mole e não com placa aberta (75%) em 94 fraturas do pilão. Eles basearam suas
operando através dos tecidos moles comprometidos. Em alguns escolhas de tratamento na gravidade da lesão dos tecidos moles: as
casos, o cirurgião deve alcançar um equilíbrio entre as metas de de grau O e as de grau I de Tscherne foram tratadas com fixação da
redução anatômica e de prevenção de complicações na cicatrização fratura com placa, enquanto as fraturas expostas de grau II e grau
da ferida. A redução anatômica é, muitas vezes, mais difícil de III foram tratadas com fixação externa.
atingir após um atraso de 2 a 3 semanas; no entanto, por meio
de incisões cirúrgicas inchadas, os tecidos moles contundidos podem
levar a resultados desastrosos qu e podem requerer a transferência
• REDUÇÃO ABERTA TARDIA EM DOIS ESTÁGIOS
de tecido livre ou até mesmo amputação. E FIXAÇÃO INTERNA
As fraturas não deslocadas, como as AO dos tipos Al, Bl e Cl, A alta incidência de complicações na cicatrização da ferida após
foram tratadas com sucesso com métodos cirúrgicos e não cirúrgi- RAFI de fraturas do pilão relatada na década de 1980 e no início e
cos. Esses são os únicos tipos de fratura na qual a imobilização por meados da década de 1990 é atr ibuída à realização de operações
gesso por si só pode ser adequad a. Se for escolhido gesso, o paciente através de uma cobertura de tecidos moles insuficiente. Em um
deve ser observado de perto em busca de ocorrência de desloca- esfo rço para melhorar os resultados globais, protocolos para RAFI
mento, e a sustentação de peso deve ser restringida por, pelo menos, em estágios foram desenvolvidos, e eles diminuíram a frequência de
8 semanas se a articulação for não artrítica. A tração do calcâneo complicações na cicatrização das feridas e infecções associadas à
sozinha é frequentemente útil na estabilização temporária de fratu- fixação de fraturas do pilão com placa. Inicialmente, a fíbula é fixada
ras associadas graves com inchaço dos tecidos moles, mas raramente com placa e um fixador externo é colocado, cobrindo o tornozelo.
é utilizada para o tratamento definitivo. A fixação externa realiza o No pré-operatório, a incisão proposta para a redução tibial é planada
mesmo objetivo de redução da fratura por meio de ligamentotaxia e a incisão fibular é colocada de modo que a ponte de pele entre as
e permite que o paciente seja mobilizado. A fixação limitada com duas incisões seja de pelo menos 7 cm. Se os tecidos moles que
parafusos de 3,5 mm ou 4 mm inseridos após redução percutânea recobrem a fíbula estiverem comprometidos, a fixação com placa da
ou aberta limitada combinada com imobilização por gesso pode ser fratura fibul ar deve ser adiada. Pinos de fixação externa devem ser
um tratamento adequado para as fraturas dos tipos Bl e B2 e Cl colocados bem distantes das incisões planejadas.
estáveis. Se a estabilidade da fratura for incerta, no entanto, um Watson et al. desenvolveram um sistema de tração com w11 tipo
fixador externo deve ser usado em vez de um gesso. de fixador externo de dois pinos que é útil nesta situação. Sirkin et ai.
recomendaram uma armação delta AO abrangendo o tornozelo ou um
• REDUÇÃO ABERTA E FIXAÇÃO COM PLACA fixador de meio-pino meclial composto por um meio-pino no tálus, wn
Para as fraturas deslocadas, descobriu-se que o tratamento cirúrgico meio-pino no calcâneo e dois meio-pinos na diáfise tibial. A redução do
é superior ao tratamento conservador. Rüedi e Allgõwer populari- pilão tibial é feita após os tecidos moles terem melhorado e o inchaço
zaram a técnica RAFI com placas e parafusos para as fraturas do diminuído (geralmente entre 10 e 21 dias). O enrugamento da pele e a
pilão tibial em 1960. Essa técnica segue os princípios AO de redução cicatrização das bolhas da fratura são indicadores clínicos de melhoria
anatômica, estabilização rígida e movimento precoce. A fíbula é na condição dos tecidos moles. A manipulação cuidadosa dos tecidos
reduzida em primeiro lugar e estabilizada com uma placa. Em moles e placas de perfil baixo são recomendadas. Quando o edema dos
seguida, a superfície articular da tíbia é red uzida e fixada proviso- tecidos moles tiver diminuído de forma significativa, a redução anatô-
riamente com fios de Kirschner por meio de uma incisão anterome- mica e a fixação interna podem ser feitas com menos complicações na
dial. Os defeitos metafisários são preenchidos com enxerto ósseo e cicatrização da ferida do que uma RAFI precoce.
a fratura é estabilizada com uma placa de reforço medial. Rüedi e Vários autores têm recomendado protocolos em estágios para o
Allgõwer relataram 70 resultados bons ou excelentes em 75 fraturas tratamento das fraturas complexas do pilão com lesões graves nos
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES flfp@
tecidos moles. Patterson e Cole descreveram uma fixação fibular ime- revelaram que a cobertura de tecidos moles maior associada à obesi-
diata e uma colocação de um fixador externo medial abrangente dade resultou em uma tendência de aumento de complicações na
seguidas, em uma média de 24 dias mais tarde, pela remoção do cicatrização da ferida. Em um estudo recente, os autores publicaram
fixador e RAFI. De 22 fraturas do pilão do tipo C3, 21 foram cicatri- seus resultados de fixação precoce definitiva das fraturas do pilão
zadas em 4,2 meses em média e com nenhuma infecção ou compli- tibial. White et ai. avaliaram 95 fraturas do pilão tibial OTA 43 do tipo
cações de tecidos moles. Esses autores citaram como vantagens deste C, 88% das quais geridas em 48 horas após o trauma, e citaram resul-
protocolo (1) o melhor manejo dos tecidos moles, pois a primeira tados comparáveis aos publicados anteriormente. A abordagem lateral
etapa visa à obtenção do realinhamento fibular anatômico e à restau- tem sido defendida no tratamento de certos padrões de fratura de
ração do comprimento anatômico da tíbia distal com pouca interrup- forma estagiada, como as abordagens combinadas posteromediais e
ção dos tecidos moles; e (2) a capacidade de obter realinhamento posterolaterais. Boraiah et ai. reportaram resultados de fraturas
anatômico da superfície articular sob visão direta no segundo estágio. abertas do pilão tratadas com RAFI de forma estagiada. Apesar das
As desvantagens são a necessidade de uma grande dissecção dos taxas de infecções profunda e superficial de 3% e 5%, respectivamente,
tecidos moles inicialmente, a qual não é recomendada, e a dificuldade a pontuação do resultado funcional para a maioria dos pacientes foi
das técnicas e das manobras de redução de uma fratura de 3 semanas insuficiente. Em outro estudo, Harris et ai. determinaram que os
ou mais após a lesão. Patterson e Cole também advertiram da criação doentes com uma fratura do tipo C3 desenvolveram mais complica-
de grandes dissecções de tecidos moles e remoção óssea. ções, requereram intervenções secundárias e tiveram pontuação fun-
Blauth et ai. compararam três diferentes métodos de tratamento cional pior em um acompanhamento de 98 meses em média.
em 51 pacientes com as fraturas do pilão predominantemente AO do
tipo C. Eles não encontraram nenhuma diferença significativa entre 1 TÉCNICA DE FIXAÇÃO DE FRATURA COM PLACA AO
os métodos em relação à infecção dos tecidos moles. Não houve cor- A redução anatômica aberta e a fixação rígida com dispositivos de
relação estatística entre artrite e lesões dos tecidos moles ou grupo de placa e parafuso podem ser utilizadas de forma eficaz para o trata-
tratamento. Houve uma tendência de melhoria na amplitude de movi- mento de fraturas do pilão tibial se estrita atenção for dada à redução
mento, menos dor, retorno mais frequente à ocupação anterior e da fratura e ao manejo dos tecidos moles. Essa técnica é adequada
aumento da capacidade de retornar às atividades de lazer no grupo para as frat uras de baixa energia com grandes fragmentos deslo-
de tratamento encenado; no entanto, isso não foi estatisticamente cados, po uca cominuição e nenhuma extensão diafisária (Fig.
significativo. Com base nesses resultados, os autores afirmaram a sua 54- 15). Uma extremidade com inchaço mínimo e uma boa cober-
preferência pelo procedimento em estágios em pacientes com com- tura de tecidos moles é de suma importância se complicações
prometimento grave dos tecidos moles que envolve a fixação limitada precisarem ser evitadas. O enr ugamento da pele é uma boa indi -
com parafuso da superfície articular por meio de incisões e abrange cação de que o edema diminuiu. A manipulação dos tecidos moles
a fixação externa seguida por uma técnica de fixação da fratura com deve ser minuciosa e rigorosas técnicas de "não toque" têm sido
placa menos invasiva após a cicatrização dos tecidos moles. defendidas. O mais prudente é a temporização com a colocação de
A maioria das lesões do pilão é tratada em estágios devido ao um fixador externo até que os tecidos moles possam ser tratados
decréscimo registrado nas complicações associadas. No entanto, a definitivamente. As técnicas abertas formais de fixação de fratura
investigação continua a aumentar nossa compreensão destas fratu- com placa devem ser usadas com cautela em fraturas expostas e
ras difíceis em um esforço para minimizar as complicações dos fraturas Rüedi e Allgõwer do tipo III (AO tipo C3) por causa dos
tecidos moles e maximizar os resultados do tratamento. Graves et ai. altos índices de maus resultados reportados e de complicações.
@{fitJ PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
O@IJ;tgieJEI A, Fratura cominuída fechada envolvendo o pi lão tib ial e a fíbul a. B e C, A ap li cação de f ixação externa uniplanar e
fibular à RAFI facilita a redução indireta da cominuição dista l tibi al. D-G, Após a cicatrização dos tecidos mol es, o paciente retorn ou
para a fixação definitiva com redu çã o aberta limitada e placa de osteossíntese minimamente invasiva. VEJA A TÉCNICA 54-7.
ABORDAGEM
PARA FRATURAS DO PILAO
TÉCNICA
• Com o paciente sob anestesia gera l, remova o fixador
externo temporário que foi previamente colocado. Admi -
nistre antib ióticos no pré-operatório.
•Coloque o paciente deitado, faça expressão do membro
e encha o torniquete.
• Faça uma incisão posterolateral na tíbia distal entre os
tendões f ibu lares e o flexor longo do há lux. A abordagem
pode ser realizada proximalmente se isto for necessário. lj!ijii;f!ieD A bordagem post eri o r. Um d ist rat a r f em ora l fo i
• Identifique e proteja o nervo sural. ap licado e o nervo sural é d issecado li vre. VEJA A TÉCNICA 54-8.
•Ap lique um distratar femora l, se necessário, para ga nhar
comprimento ou visualizar a articulação. Aplique o distra-
tar por meio de novos pinos na tíbia para o calcãneo (Fig. abordagens posterolatera is. O movimento antecipado do
54-18) tornozelo é incentivado com a f isioterap ia uma vez que
•Se necessário, coloque uma placa na fíbula por meio da a cicatrização da ferida perm ita e as suturas tenham sido
mesma incisão e fixe com uma placa tubu lar de um terço retiradas. A sustentação de peso começa em 12 semanas,
de 3,5 mm. quando as rad iografias mostram a formação de calos.
•Obtenha redução articular pela man ipulação direta dos
fragmentos da fratura através dos locais da fratura sob
exposição direta. Confirme a redução com fluoroscopia. • FIXAÇÕES EXTERNA E INTERNA MÍNIMA
•Fixe os fragmentos articulares com parafusos interfrag- COMBINADAS
mentários de 3,5 mm ou parafusos esponjosos de 4 mm. Em resposta aos relatos de resultados inaceitáveis com a fixação com
•Para o componente metafisário da lesão, aplique uma placa de fraturas de alta energia do pilão tibial com as técnicas tradicio-
placa adequada para o t ipo da lesão . As lesões do t ipo C nais, a fixação externa combinada com a fixação interna limitada da ffüula
normalmente requerem uma placa de 3,5 mm, na maioria e da superfície articular da tfüia tem sido defendida como luna aborda-
das vezes uma placa periarticu lar pré-contornada. As gem alternativa. Os relatos de fixação externa combinada com fixação
lesões do t ipo B podem ser tratadas com imp lantes de interna mínima para as fraturas do pilão tibial mostraram uma diminui-
perfi l baixo colocados de forma antideslizante. ção na incidência de infecção em comparação com fraturas semelhantes
•Para grandes defeitos ósseos causados por cominuição, tratadas com dispositivos de placa e parafuso. No entanto, wna incidência
considere o uso de enxerto ósseo da crista ilíaca ou subs- de 20% de complicações no pino e problemas de cicatrização de feridas
titutos ósseos adequados. sobre a incisão fibuJar foram observados em wn estudo.
• Execute o fechamento da incisão na forma de camadas- Em um estudo de acompanhamento de longo prazo (5 a 12
padrão após a inserção de um dreno de sucção subfascial anos) realizado por Marsh et ai. de 35 fraturas do pilão tratadas com
fechado . fixação externa monolateral abrangente, a redução foi classificada
como boa em 14, regular em 15 e insuficiente em seis. A osteoartrose
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A perna é engessada e foi de grau O em três, grau 1 em seis, grau 2 em 20 e grau 3 em seis.
elevada por 48 horas . Nós, rotineiramente, co locamos A artrose correlacionou-se com a gravidade da lesão e a qualidade da
um dreno de sucção fechado no pós-operatório para redução, mas não se correlacionou com o res ul tado clínico (15 exce-
lentes, 10 bons e sete insuficientes). Quinze pacientes avaliaram seus
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
resultados como excelente; 10, como bons; sete; como justos; e um, costumamos estabilizar a fratura da fíbula no momento da aplicação
como insuficiente. A maioria dos pacientes (27 de 31) não fo i capaz do fixador externo inicial, particularmente se o manejo definitivo será
de correr. com fixação externa. No entanto, o que fazemos é tratar a fratura da
Outro estudo realizado por Dickson et ai. de 37 fraturas do fíbula precocemente se uma abordagem posterolateral for usada para
pilão tibial de alta energia (AO, B3 e C3) tratadas por fixação externa tratar um fragmento de sindesmose posterior e, então, retornar de
abrangente e redução aberta de segundo estágio da superfície arti- forma gradativa uma vez que a cobertura de tecidos moles permita a
cular em 10 a 21 dias relatou 81% de bons e excelentes resultados. fixação dos componentes restantes da lesão.
As complicações foram infecção em 8%, perda da redução em 11 %, Embora as técnicas de fixação externa tenham sido reconhecidas
artrose secundária em 8% e um a (3%) amputação em um paciente em reduzir a incidência de complicações na cicatrização da ferida e de
diabético com uma artrodese que falhou. infecção profunda em comparação com a redução aberta e fixação da
Os estudos têm mostrado resultados bons a excelentes com o uso fratura com placa, as más consolidações e as infecções do local do pino
de fixado r externo híbrido em 67% a 69% das fraturas intra-articulares continuam problemáticas. Além disso, Wyrsch et ai. e Pugh et ai. relata-
ou fraturas Rüedi-Allgõwer do tipo II e 75% a 97% de bons resultados. ram, em séries comparativas, que a redução articular foi melhor no grupo
As complicações foram relatadas em 23% a 66% dos pacientes e inclu- de redução aberta do que no grupo de fixação externa, embora a fixação
íram infecções profundas e superficiais e más consolidações. externa fosse usada mais comumente para as fraturas mais graves.
h[dll;!ijmD A e B, Fratura-luxação grave da tíbia distal e da fíbu la . C, A tomografia computadorizada mostra o padrão da fratura .
D e E, Após a fixação com placa e parafusos na fíbula, parafusos interfragmentários na tíbia e fi xa dor articulado para manter a redu ção.
ainda mais red uzida por via percutânea sob orientação fluoroscópica
•Coloque pinos ca lcanea is e talares, conform e in dicado na
ou por meio de incisões limitadas feitas diretamente sobre as linhas
Figura 54-20, para fi car em cima do feixe neurovascular.
da fratura. A redução articular é fixada com parafusos de 3,5 mm ou
•Usa ndo fluo rosco pia, coloque o pino ta lar primeiro sem
4 mm (Fig. 54-19). Um enxerto ósseo do defeito metafisário é neces-
usar o modelo de fixador. Locali ze a ponta do pino ta lar
sário em 25% a 60% das fraturas; ele pode ser realizado de forma
no colo medial distal do tálus (Fig. 54-20A); coloque o pino
agud a se a cobertura de tecido mole for boa ou pode ser adiado por
para lelo à cúpula do tálus, como visto fluoroscopicamente
4 a 6 semanas até que os tecidos moles tenham cicatrizado.
em uma visão anteroposterior do tornozelo (Fig . 54-208),
e aproximadamente perpendicular à diáfise longa do pé
(Fig. 54-20C). A colocação e a direção deste pino são
FIXAÇÃO EXTERNA TJIANSARTICULAR im portantes, pois elas alinham o molde usado para inserir
DE FRATURA DO PILAO TIBIAL o resto dos pinos.
•Garanta a f ixação bicortica l certificando-se de que dois
TÉCNICA segme ntos penetram na lateral do tálus em uma visão
flu oroscópica anteroposterior.
(BONAR E MARSH) • Coloque os pinos no calcâneo e na tíbia por meio do modelo
com base no pino talar. O pino do calcâneo pode ser colo-
•Coloque um fixador em delta com dois pinos distal mente, cado em alto ou baixo na tuberosidade do calcâneo pela
um no calcâneo e um no tálus, e dois pinos proximal- rotação da dobradiça articulada. A posição elevada permite
mente na tíbia . Insira todos os pinos após a pré-perfura- mais dorsiflexão no pós-operatório e é recomendada.
ção. Para proteger os tecidos moles, realize todas as •Confirme a fixação bicortical do pino calcanea l em uma
perfurações e a inserção por pino através de cân ulas para visão fluoroscópica axial do retropé . O centro da dobradiça
proteção dos tecidos moles. do fixador articulado deve estar próximo do meio do tálus.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
colocação de f ios olivados percutâneos ao longo dos frag- • Uma decapagem periosteal mínima é necessá ria e a linha
mentos principais em conform idade com os dados da TC da fratura é aberta como um livro para revelar a articula-
pré-operatória (Fig . 54-22A). Essa abo rd agem difere das ção. Os fragme ntos articul ares impactados também são
técnicas híbridas nas quais o padrão normalizado de colo- visíveis, pois a articulação é distendida.
cação de f ios de transfixação é utilizado. Nesta técnica, •Use um pequeno osteótomo para desimpactar a superfí-
os fios de tra nsfi xação são colocados o nde os padrões da cie articul ar e redu za -a sob visão direta.
fratura ditarem . No caso de fraturas do plano corona l, • Use fios de Kirschner para segurar os fragmentos temporaria-
use parafusos canulados para facilitar a f ixação dos f ios. mente e aplique qualquer enxerto ósseo necessário para
•Se a ligamentotaxia não fo i bem-sucedida, é indicada manter o segmento em posição e preencher eventuais defeitos
uma abordagem abert a. esponjosos. Reduza os fragmentos metaf isários e mantenha-os
• Com base nos dados da TC, selecione um corredor apro- com f ios de Kirschner de fixação temporária. Use um parafuso
priado e faça uma incisão de 4 cm a 6 cm, evitando que canulado para a fixação articular definitiva de todas as linhas
prejudique quaisquer abas cutâneas grandes. Se o posiciona- da fratura coronária. Como alternativa, para a maioria das
mento da incisão tiver sido cuidadosamente selecionado, ele linhas da fratura, coloque f ios olivados por via percutânea, ou
deverá conduzir diretamente à linha de fratura principal. diretamente através da incisão, para fixar os fragmentos. )
_, PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
) •Pelo menos três ou .quatro fios oliva dos são necessários CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Nas fraturas com cominui -
para se obter uma fixação adequada das superfícies arti- ção periarticular significativa ou fragmentos com f ixação
culares . Se a articulação tibiofibular dista l tiver sido inter- mínima de tecido mole, Watson recomendou manter a
romp ida, use um fio olivado para reduzir a diástase, tração através do tornozelo durante 6 semanas. Quando a
passando-o a partir da fíbula através da tíb ia. Se a fíbu la tentativa de cicatrização tiver ocorrido na linha da articula-
não tiver sido fixada com placa, verifique se ela está ção, a armação do pé ou o pino do calcâneo são removidos
puxada para fora em toda a sua extensão e que uma em um procedimento ambu latorial. A fisioterapia é iniciada
rotação apropriada é mantida antes de co locar o fio de para aumentar a amplitude de movimento e a força geral.
transfixação fíbula-tíbia. Co loque o fio final, um f io A não sustentação de peso total é mantida em doentes com
de referência transversal, apenas anterior à fíbula. Passe fraturas gravemente com inuídas (AO do tipo C3). Nas fra-
o fio somente através da tíbia para se assegurar de que turas com extensão da diáfise, a tentativa de suportar peso
esteja para lelo à articulação aproximadamente 1 cm pro- é iniciada quando um calo precoce e algu ns sina is de cica-
xima l à articulação do tornozelo. Em seguida, faça a trização forem vistos em radiografias, o que acontece geral-
abertura do anel distal e coloque-o ao redor dos f ios, mente em 8 a 1O semanas. O suporte progressivo de peso
posicionando-o sobre o fio de referência (Fig. 54-228). é iniciado e, por 12 a 14 semanas, o paciente gera lmente
Isso assegura que as articulações do joelho e do torno - anda com a ajuda de uma muleta ou bengala.
ze lo estejam para lelas quando os anéis proxima l e dista l
tiverem sido conectados.
•Anexe o restante dos fios ao anel livre . Como os fios
podem não estar diretamente em posição para o anel,
• ARTRODESE PRIMÁRIA
construa o anel usando vários postes de alturas diferentes A artrodese primária tem sido sugerida como um método de trata-
(Fig. 54-22C) mento das fraturas do pilão tibial gravemente cominuídas. Vários
•Aplique tensão nos fios olivados opostos simetricamente investigadores têm observado, no entanto, que uma lesão óssea
usando dois tensores de fio . Real ize essa tensão sob con- grave e uma redução não anatôm ica não eliminam um resultado
tro le fluoroscópico para evitar a compressão assimétrica clínico satisfatório. Nós recomendamos a estabilização destas fratu-
das linhas da fratura. ras com um fixador externo para manter o alinhamento e permitir
•Anexe o anel dista l aos anéis proximais com hastes ros- a consolidação óssea. A artrodese pode ser fe ita tardiamente, se o
queadas com arruelas cônicas permitindo alguma varia- paciente estiver suficientemente sintomático. A artrodese primária
bilidade na redução e manutenção da diáfise mecânica pode ser considerada para lesões expostas graves com extensa perda
gera l. de cartilagem das superfícies articulares da tíbia e do tálus (Fig.
•Use o anel ao nível da extensão da diáfise proximal para 54-23). A incisão é desbridada e a cartilagem remanescente é remo-
reduzir a com inuição da diáfise proxima l. Use fios oliva- vida do tálus e da tíbia. Um fixador externo pode ser usado para
dos ou lisos para manipu lar e manter o alinhamento da estabilizar a fratura. Um enxerto ósseo pode ser necessário quando
diáfise e para reduzir quaisquer grandes linhas da fratura os tecidos moles tiverem cicatrizado. Nestas lesões expostas graves,
nesta área. Anexe esses f ios ao anel médio dista l e ten- os resultados funcionais muitas vezes são insuficientes e a amputa-
sione-os sob fluoroscopia de modo que a redução possa ção pode ser uma alternativa.
ser observada.
•Para as lesões AO do tipo C com amplo envo lvimento
da articulação e grandes áreas de cominuição metafi- FRATURA DA TÍBIA
sária, é út il pré-construir uma armação de quatro
anéis com uma armação de pé anexada para manter As fraturas da diáfise da tíbia não podem ser tratadas seguindo-se
a tração na articu lação do tornoze lo. A construção da um conjunto simples de regras. Devido à sua localização, a tíbia está
tração pode ser tão simples quanto um pino do calcâ- exposta a lesões frequentes; e é o osso longo mais comumente fra-
neo ou fio anexado a um ane l calcaneal dista l ou tão turado. Como um terço da superfície da tíbia é subcutâneo ao
extensa quanto uma armação completa anexada ao longo da maior parte do seu comprimento, as fraturas expostas são
anel t ibial dista l. mais comuns na tíbia do que em qualquer outro osso longo principal.
•Use uma armação de tração semelhante à descrita ante- O suprimento de sangue para a tíbia é mais precário do que o para
riormente e anexe os anéis tibiais proximais primeiro, ossos fechados por músculos pesados. A fratura da tíbia de alta
proporcionando folga adequada de tecidos moles. energia pode estar associada à síndrome compartimentai ou neural
•Coloque a armação do pé ou o pino do calcâneo e realize ou à lesão vascular. A presença de articulações de dobras no joelho
a ligamentotaxia de tração através da articulação do tor- e no tornozelo não permite o ajuste da deformidade rotativa após a
noze lo ajustando as barras rosqueadas . fratura e um cuidado especial é necessário durante a redução para
• Se a redução da ligamentotaxia estiver inadequada, faça um corrigir tal deformidade. Retardo da consolidação, pseudoartrose e
proced imento aberto conforme descrito anteriormente. infecção são complicações relativamente comuns das fraturas da
•Quando a redução for satisfatória, posicione o anel dista l diáfise da tíbia.
da tíbia ao nível da fratura; passe os fios de fixação entre A avaliação das fraturas da tíbia deve incluir histórico deta-
os fragmentos da fratura, anexe-os ao anel e tensione-os lhado e exame físico. O membro é inspecionado para incisões
como descrito anteriormente. A única diferença desta abertas e esmagamento dos tecidos moles ou contusão e um exame
técn ica é que o anel distal da tíbia já está anexado à neurovascular completo é realizado. Um déficit de puls·o ou um
armação e, portanto, não é necessário "clamshell" o anel déficit neurológico podem ser um sinal de síndrome compartimen-
para colocá-lo em torno dos f ios. ta i ou de lesão vascu lar, ambas devendo ser identificadas e tratadas
imediatamente. O fêmur ipsilateral, o joelho, o tornozelo e o pé
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
hl§lhHeBI A, Fratura cominuída do pi lão tib ial depo is de uma queda de altura. O paciente teve fratura talar anterior resultando
em artrite pós-traumática das articulações tibiotalar e subtalar. B, Manejo definitivo com artrodese tibiotalocalcaneana primária com
imp lante intramedu lar retrógrado secundário para artrose preexistente.
tamb ém devem ser examinados. Quando o exame for concluído, o a sustentação de peso precoce para evitar retardo na consolidação
membro é realinhado suavemente e colocado em tala. Incisões ou pseudoartrose. Tentativas repetidas de man ipulação devem ser
abertas são irrigadas com cuidado, é fe ito curativo em condições evitadas. Se a fratura não puder ser bem alinhada, um método
estéreis, e um a adequada profilaxia ant ibiótica de tétano é adminis- alternativo de tratamento deve ser escolhido. O mau alinhamento
trada. Radiografias anteroposteriores plana e lateral que incluem o axial ou rotacional e o enc urtamento causam deformidades estéticas
joelho e o tornozelo são obtidas. Visualizações de radiografias oblí- e alteram as características de cargas em articulações adjacentes, o
quas em 45 graus às vezes são necessárias para detectar uma fratura que pode acelerar o desenvolvimento de artrite pós-traumática.
espiral não deslocada. E, ocasionalmente, radiografias da tíbia con- A quantidade de mau alinhan1ento e o enc urtamento considera-
tralateral são também necessárias para avaliar o comprimento nas dos aceitáveis também são controversos. Tarr et al. e Puno et al. demons-
fraturas com cominuição grave ou perda óssea. traram que o mau alinhan1ento tibial distal pode ser pior tolerado do
As indicações para os tratamentos cirúrgico e não cirúrgico que um maior mau alinhamento proximal. As recomendações da litera-
das fraturas da diáfise da tíbia continuam sendo aperfeiçoadas. tura variam muito: de 4 a 10 graus de mau alinhamento va.ro-valgo, de
Embora comumente defendido no passado, o tratamento conserva- 5 a 20 graus de mau alinhamento anteroposterior, de 5 a 20 graus de mau
dor agora é, geralmente, reservado às fraturas isoladas fechadas está- alinhamento rotatório e de 10 mm a 20 mm de encurtamento. Em geral,
veis minimamente deslocadas e causadas por trauma de baixa energia nós estamos de acordo com as recomendações de Trafton e nos esforça-
e a algumas fraturas estáveis por bala de revólver de baixa velocidade. mos para alcançar menos de 5 graus de angulação varo-valga, menos de
O tratamento cirúrgico é indicado para a maioria das fraturas da tíbia 10 graus de angulação anteroposterior, menos de 10 graus de rotação e
causadas por trauma de alta energia. Essas fraturas são, geralmente, menos de 15 mm de encurtamento. Manter o alinhamento é difícil em
instáveis, com inuídas e associadas a diferentes graus de trauma certos tipos de fratura; e, se repetidas tentativas de realinhamento
dos tecidos moles. O tratamento cirúrgico permite mobilização tiverem sido sem sucesso, a fixação cirúrgica é indicada.
precoce, proporciona acesso aos tecidos moles e evita complicações Os fatores importantes em termos de prognóstico são (1) a
associadas à imobilização. Os objetivos do tratamento são a obten- quantidade de deslocamento inicial, (2) o grau de cominuição, (3)
ção de uma frat ura consolidada e bem alinhada, sustentação de peso o desenvolvimento de infecção e (4) a gravidade da lesão de tecido
sem dor e amplitude de movimento funcional de articulações do mole exclu indo in fecção. As fraturas de torção com ou sem com i-
joelho e do tornozelo. O método de tratamento ideal deve ajudar no nuição simples têm tido um melhor prognóstico do que os padrões
cumprimento dessas metas, além de minimizar as complicações, de alta energia, como as fraturas oblíquas ou transversais curtas com
especialmente as infecções. Esses objetivos podem não ser atingidos ou sem cominuição. As fraturas de torção tendem a criar um rasgo
nos membros gravemente feridos. longitudinal do periósteo e podem não interromper os vasos endos-
Sarmiento, Nicoll e outros descobriram que o tratamento tais, enquanto as fraturas transversais, geralmente, rasgam o periós-
fechado com gesso ou órtese funciona l é um método eficaz de tra- teo circunferencial mente e completamente in terrompem a circulação
tamento para muitas fraturas da diá fise da tíbia, além de evitar as end osteal. A redução é difícil em fraturas em espiral deslocadas do
potenciais complicações da intervenção cirúrgica. Para que o trata- terço distal da tíbia.
mento fechado tenha sucesso, o gesso ou a cin ta devem manter um Hoaglund e States classificaram as fraturas da tíbia como se ndo
alinhamento aceitável da fratura e o padrão da fratura deve permitir causadas por traumas tanto de alta energia como de baixa energia e
@Jj(.) PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
acharam essa classificação útil no prognóstico. As fraturas no grupo são importantes para um bom resultado nestas fraturas . O desbri-
de alta energia são aquelas resultantes de acidentes como colisões de damento agressivo e repetido de todo o tecido desvitalizado,
veículos motorizados e lesões por esmagamento. Esse grupo inclui incluindo grandes fragmentos ósseos, é essencial. Como os tecidos
mais de metade do total das fraturas e 90% das fraturas expostas; as moles vascul ares e o osso são essenciais para a resistência à infecção
fraturas neste grupo se consolidam em uma média de 6 meses. As e para proporcionar um leito para a reconstrução, a tíbia deve ser
fraturas no grupo de baixa energia resultam de acidentes como quedas estabilizada com a mínima desvascul arização adicional possível.
no gelo e durante a esquiação; elas cicatrizam em uma média de 4 Gustilo e outros salientaram a importância de deixar a incisão aber ta
meses. Esses pesquisadores descobriram que o nível da fratura não é e repetir o desbridamento a cada 24 a 48 horas até o fechamento em
significativo para o prognóstico, ao contrário da quantidade de 5 a 7 dias por fechamento primário tardio, enxerto de pele ou reta-
contato ósseo. As fraturas em que o contato entre os fragmentos após lhos de pele. Nosso protocolo é repetir desbridamento e irrigação
a redução foi de 50% a 90% normal se consolidam significativamente em 48 a 72 horas se houver evidência de demarcação contínua da
mais rápido do que as fraturas em que o contato era menor. zo na da lesão. Todas as fraturas de Gustilo do tip o III, rotineira-
O deslocamento de mais de 50% da largura da tíbia no local mente, têm repetição de desbridamento (Cap. 53). Os antibióticos
da fratura tem sido observado como uma causa significativa de devem ser usados rotinei ramente com fraturas expostas. Os amino-
retard o de consolidação ou pseudoartrose. As frat uras com mais glicosídeos são adicionados às cefalosporinas para fraturas expostas
de 50% de fragmentação são consideradas instáveis e, geralmente, do tipo III e a penicilina é usada para as fraturas com contaminação
estão associadas a trauma de alta energia e lesão significativa dos grave. A cobertura de tecido mole de 5 a 7 dias deve ser obtida por
tecidos moles aberta ou fechada. A presença ou ausência de um a fechamento tardio, enxerto de pele ou cobertura com retalhos.
fratura fibular não influencia o prognóstico, embora a consolidação Embora não haja dúvida de que o manejo dos tecidos moles é
inibida das fraturas fechadas da tíbia associadas às fíbulas intac tas o fator mais importante na determinação do resultado de fraturas
tratadas com imobilização por gesso tenha sido relatada. expostas da tíbia, o melhor método de fixação ainda está sendo deba-
As características dos pacientes também podem influenciar o tido. A estabilidade suficiente dos fragmentos da fratura e dos tecidos
sucesso do tratamento fech ado de fraturas da diáfise tibial. O alinha- moles, geralmente, só pode ser obtida por hastes intramedulares de
mento pode ser difícil de manter com gessos ou aparelhos nos pacien- bloqueio ou fixação extern a. A fixação com placa tem sido associada
tes com extremidades edemaciadas ou obesas. A perda de redução a uma incidência inaceitavelmente elevada de infecção. Para as fratu-
pode ocorrer nos pacientes não compatíveis com o tratamento ras expostas de Gustilo do tipo I, tipo II e tipo IIIA, a maioria dos
fechado, enquanto que o retardo de consolidação e a pseudoartrose traurnatologistas ortopédicos prefere a haste intramedular.
são comuns em pacientes nos quais a sustentação de peso deve ser Estudos comparando a fixação externa com a haste não fresada
limitada por um tempo prolongado. As exigências funcionais do indi- têm mostrado que as fraturas da tíbia tratadas com haste não fresada
víduo também devem ser consideradas ao planejar o tratamento. necessitam de menos operações adicionais e alcançaram melhores
Em estudos comparativos de haste intramedular e gesso para o resultados funcion ais com menos infecções superficiais do que as
tratamento de fraturas fechadas isoladas da diáfise da tíbia, a haste intra- fraturas tratadas com fixação externa. As comparações de haste
medular alcançou taxas mais elevadas de consolidação e melhores taxas fresada com haste não fresada (dois estudos com 132 pacientes)
funcionais. Embora esses estudos mostrem a superioridade das hastes mostraram uma redução do risco de reoperação na técnica fresada.
intramedulares sobre o gesso para fraturas fechadas instáveis da diáfise As fraturas da tíbia do tipo IIIB têm sido associadas a uma
da tíbia, outros estudos comparativos são necessários para confirmar incidência relativam ente alta de infecção quando tratadas com fixação
esses resultados e estabelecer diretrizes de tratamento mais rígidas. externa e com haste não fresada. Alguns autores desencorajaram o uso
Nicoll, um defensor do tratamento fechado, listou as seguintes de haste não fresada nas fraturas da tíbia do tipo IIIB. No entanto, os
indicações para a fixação interna: (1) fratura exposta exigindo cirurgia números destas séries foram pequenos e uma investigação mais apro-
plástica complicada, (2) fratura associada do fêmur e outras lesões fundada é necessária para determinar o melhor tratamento das fra-
graves, (3) paraplegia com perda sensorial, (4) fratura segmentar com turas da tíbia do tipo IIIB. Existem , no entanto, fraturas expostas
fragmentos centrais deslocados e (5) lacunas resultantes de fragm en- específicas para as quais o tratamento agudo com haste intramedular
tos ósseos faltantes. Bone e Johnson recomendam fixação interna para certamente não é a melhor opção. As fraturas expostas secundárias a
as fraturas segmentares instáveis, cominu ídas ou segmentares; fratu- ferimentos de guerra; as fraturas com contaminação grave, especial-
ras bilaterais da ttbia; e fraturas ipsilaterais do fêmur. O tratamen to mente envolvendo o canal medular; e as fraturas da tíbia do tipo IIIC,
cirúrgico também é priorizado atualmente para as fraturas mais especialmente aquelas em qu e a preservação do membro é questioná-
abertas, fraturas com lesões fechadas dos tecidos moles graves, fratu- vel, todas são mais tratadas com fixação externa.
ras associadas à síndrome compartimenta], fraturas envolvendo lesão O tempo para o desbridamento para as fraturas expostas da tíbia
vascular e fraturas em pacientes com politraumatismo. não foi demonstrado como sendo preditivo de infecção; no entanto,
As fraturas em que o tratamento fechado é inadequado podem a gravidade da fratura, sim. A terapia de cicatrização de feridas por
ser tratadas com fixação com placa e parafuso, fixação intramedular pressão negativa está send o usada mais frequentemente para o trata-
(hastes intramedulares de bloqueio) e fixação externa. As hastes mento das incisões abertas, embora tenh am sido relatadas taxas seme-
intramedulares de bloqueio, atualmente, são o tratamento preferido lhantes de infecção e de pse udoartrose entre a terapia de cicatrização
para a maioria das fraturas da diáfise da tíbia que exijam fixação de feridas por pressão negativa e os controles históricos.
cirúrgica. A fixação da fratura com placa é usada, principalmente, Nós preferimos a haste intramed ul ar para a maioria das frat u-
para as fraturas na junção metafisária-diafisária ou proximal a ela. ras expostas da tíbia. Nosso protocolo (Fig. 54-24) inclui o planeja-
A fixação externa é útil para as fraturas com extensão periarticu lar mento de manejo pós-operatório para diminuir a frequência de
e para as fraturas expostas graves. Em extremidades gravemente retardo da consolidação e de fa lha de material de osteossíntese. Com
mutiladas, a amputação deve ser considerada. esse protocolo, a consolidação foi obtida em 48 (96%) de 50 fraturas
Para as fraturas de alta energia expostas da tíbia, os resultados do expostas da tíbia. Os procedimentos adicionais para promover a
tratamento melhoraram significativamente por causa das importantes consolidação foram feitos em 18 pacientes em uma média de 4
co ntribuições feitas pelos grand es serviços de trauma. Vários fa tores meses após a lesão.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES tmllll
Cominuição < 50% Fratura inicial com Perda óssea > 50%
cominuição > 50%
Bloqueio estático
Diafisário Metafisário
Mudar a haste
6 meses Axialmente estável Não estável axialmente
Consolidada
Mudar a haste
Mudar a haste Se houver bloqueio Se houver
estático, dinamizar bloqueio
dinâmico, Enxerto ósseo
mudar a haste
Enxerto ósseo
Mudar a haste
O[ijil;f;il?m Protocolo para tratamento inicial com haste não fresada e para tratamento pós-operatório de fraturas expostas da
tíbia. *O enxerto ósseo pode ser indicado em 6 semanas nas fraturas expostas do tipo 1118. (De Wh ittle AP: Clinicai resu lts of unreamed
nailing of tibial and femoral fractures, Tech Orthop 11 :67, 1996).
Extremidades mutiladas são fraturas expostas graves, muitas membro de suporte de peso funcional em pacientes com fraturas da
vezes associadas a lesões vasculares ou à ruptura do nervo. Os cirur- tíbia do tipo IIIB tratadas com o manejo agressivo da incisão e
giões que tratam essas lesões enfrentam a difícil decisão de tentar o cobertura precoce dos tecidos moles.
salvamento do membro ou executar a amputação precoce. O salva- Em um esforço para resolver as questões sobre as indicações para
mento, muitas vezes, é tecnicamente possível, mas pode resultar em salvamento de membro ou a amputação de wna extremidade mutilada,
consequências médicas, sociais, psicológicas e financeiras desastro- o grupo de estudo Projeto de Avaliação de Lesão da Extremidade Infe-
sas para o paciente. rior (PALEI) foi formado. Em um estudo multicêntrico, prospectivo e
Lange et ai. propuseram duas indicações abso lutas para a longitudinal, os pesquisadores identificaram nos grupos de salvamento
amputação primária: interrupção anatômica completa do nervo e amputação os fatores de risco que predispõem os pacientes a maus
tibial em adultos e lesões por esmagamento com um tempo de resultados. Os indicadores de mau prognóstico foram atribuídos ao
isquemia quente de mais de 6 horas. Eles também listaram indica- baixo nível educacional, renda abaixo do nível da pobreza, passado
ções relativas, incluindo politraumatismo associado grave, trauma racial não caucasiano, falta de seguro, falta de rede de apoio social,
no pé ipsilateral grave e um longo percurso projetado para a recu- tabagismo e pendência de ação judicial. Os pacientes com membros
peração total. Outros fatores são a idade, ocupação do paciente e sua recuperados e sem fatores de risco para resultados insuficientes tiveram
condição médica; o mecanismo de lesão; corninuição da fratura; resultados equivalentes aos resultados dos amputados em 2 e 7 anos,
perda óssea; extensão e localização da lesão neurológica e vascular; mas necessitaram de mais procedimentos cirúrgicos e mais reinterna-
e a gravidade e duração do choque. Vários autores têm tentado ções. Os pacientes com lesão do nervo tibial e pés insensíveis tiveram
formu lar uma pontuação prevendo a probabilidade de salvamento prejuízo significativo aos 12 e 24 meses; no entanto, os resultados não
ou a amputação, mas nenhuma se mostrou inteiramente correta. foram diferentes nos pacientes com membros amputados ou salvos. O
Georgiadis et ai. examinaram os resultados funcionais de longo grupo de estudo PALEI também constatou que lesão muscular, ausência
prazo e a qualidade de vida em pacientes com fraturas da tíbia de sensibilidade, lesão arterial e lesão da veia foram fatores que tiveram
graves tratadas com salvamento ou amputação. Eles concluíram o maior impacto sobre a decisão do cirurgião de amputar ou salvar o
que o tempo de recuperação e a incapacidade a longo prazo foram membro. No entanto, o grupo de pacientes com membros sem sensibi-
reduzidos com a amputação precoce abaixo do joelho. Trabulsy et ai. lidade recuperou a sensibilidade em 67%, o que põe em dúvida a insen-
informaram, no entanto, um alto índice de preservação de um sibilidade como urna indicação absoluta para a amputação.
1111!) PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTO S
Rosca de bloqueio se
encaixam nas placas
D
OMll;§iL?m Placa de compressão de bloqueio de grande fragmento (LCP) . A, Placa tibial proximal de 4,5 mm . B, Seção de furos
rosqueados (A) para parafusos de bloqueio e seção de furos de unidade de compressão dinâmica (B) para parafusos convencionais.
C, Parafuso de bloqueio em seção rosqueada (C) e parafuso cortical na seção de compressão (D). D, Desenho do parafuso de bloqueio.
(De Large fragment locking compression plate: techn ique guide, Paoli, PA, 2003, Synthes.) VEJA A TÉCNICA 54-11.
O!êtlhHeD A, Paci e nte com fratura mediaimente aberta da tíbia distal extra-articular e com fratura fibular. B e C, No momento
da aplicação de fixação externa uni planar, a estabilidade do plano coronal foi d ifícil de controlar e resultou em comprometimento dos
tecidos moles contínuos à estaca des locada metafisária tibial sobrejacente. Redução anatômica da tíbia e fixação interfragmentar de
parafuso interfragmentário como medida de contemporização para fornecer estabílídade como adjuvante ao fi xador externo.
• FIXAÇÃO INTRAMEDULAR
As hastes intramedulares bloqueadas, atualmente, são consideradas
o tratamento de escolha para a maioria das fraturas expostas e fecha-
das da diálise tibial do tipo I, tipo II e tipo lIIA (Fig. 54-27) e são
especialmente úteis para as fraturas segmentai e tibial bilateral. O!ri'h!J l?IJ,I Fratura exposta da tíbia estab il izada com haste
Busse et ai. consultaram cirurgiões de trauma ortopédico no que diz intramedular.
respeito ao manejo da frat ura da tíbia. Oitenta por cento preferiram
o tratamento ci rúrgico para as fraturas fechadas. A haste intrame-
dular preserva o envelope de tecidos mol es ao redor do local da aberta, deformidade anatômica, queimaduras ou cicatrização das
fratura e permite mobilização precoce das articulações adjacentes. feridas ao longo do portal de entrada, ou para a maioria das fraturas
A capacidade de bloquear as hastes proximalmente e distalmente expostas do tipo me.
fornece o co ntrole do comprimento, do alinhamento e da rotação Küntscher desenvolveu sua haste em forma de V na década de
em fraturas instáveis e permite a estabilização de fraturas localizadas 1930, mas apenas 50 anos mais tard e a haste intramedular rígida
abaixo do tub érculo tibial ou 3 cm a 4 cm proximais à articulação tornou-se um tratamento amplamente ace ito para as fraturas da
do tornozelo. A haste não é recomendada para os pacientes com fise di áfise da tíbia, com bons resultados em 98% das fraturas fechadas
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
e em 97,5% das fraturas expostas tratad as com hastes de Küntscher da ferida, as taxas de infecção foram relatadas em 1,8% nas fraturas da
retas não fresadas. Herzog modificou a haste de Küntscher reta para tíbia do tipo I, 3,8% nas do tipo II e 9,5% nas do tipo III (5,15% nas
acomodar o portal proximal excêntrico. Alguns autores propuseram do tipo IIIA e 12,5% nas do tipo IIIB) tratadas com hastes fresadas.
o alargamento do canal medular para melhorar o encaixe da haste Esses resultados são semelhantes aos resultados obtidos com as
e aumentar seu controle de rotação e força . Slatis e Rokkanen des- hastes tibiais bloqueadas não fresadas.
cobriram em suas séries que 50% das fraturas com hastes necessita- Keati ng et al. relatara m um estudo prospectivo randomizado
ram de gesso para co ntrolar a rotação. Dados biomecâni cos recentes comparando hastes de bloqueio fresadas com não fresadas em fr a-
sugerem melhoria substan cial na mobilidade do local da fratura turas expostas da tíbia. No geral, não houve diferença estatistica-
(30% a 59%) quando se aumenta o di âmetro de um impl ante de 9 mente significativa nos resultados do tratamento de fraturas expostas
mm para 11 mm. da tíbia com hastes fresadas e hastes não fresadas, exceto uma maior
Na década de 1970, Grosse e Kempf e Klemm e Schellmann incidência de fa lha do parafuso nas hastes não fresadas.
desenvolvera m hastes com parafusos de bloqueio qu e expandiram O utros pesquisadores ainda alertam contra as hastes fresadas em
as indicações para haste incluindo as fraturas instáveis mais proxi- fraturas expostas da tíbia, especialmente em fraturas expostas de alto
mais e distais. Os primeiros relatos de hastes bloqueadas inseridas grau, relatando uma ocorrência de 21% de infecção profunda nas fra-
com fresagem mostraram bons resultados (97% de taxa de consoli- turas de tipo I e tipo II tratadas com haste fresada. A gravidade da lesão
dação e 2,2% de taxa de complicação), especialmente nas fraturas dos tecidos moles e um desbridamento e uma cobertura de tecidos
fechadas. Ekeland et al. também relataram bons res ultados com moles adequados são mais importantes na prevenção de infecção do
hastes bloqueadas, mas advertiram da sua utilização no modo des- que o tipo de implante utilizado. Atualmente, a maioria dos traumato-
bloqueado dinâmico ou simples, observando que a maioria das com- logistas ortopédicos na América do Norte aceita a utilização de hastes
plicações em sua série ocorreu com hastes bloq ueadas din âmicas; fresadas em fraturas expostas do tipo I e tipo II; no entanto, o uso de
eles também não recomendaram dinamização de rotina. hastes fresadas em fraturas expostas do tipo III é controverso.
O sucesso do uso de hastes não fresadas em pacientes com fratu-
1 HASTES FRESADAS VERSUS NÃO FRESADAS ras expostas da tíbia tem levado alguns investigadores a recomendar
Estudos publicados em 1970 e 1980 rel ataram taxas de infecção ina- essa técnica para as fraturas fechadas também. As vantagens potenciais
ceitavelmente elevadas (13,6% a 33%) em pequenas séri es de fraturas da haste não fresada sobre a técnica fresada são menor tempo cirúrgico,
expostas de tíbia tratadas com haste fresada . Esses relatórios levaram menor perda de sangue e menos interrupção do fornecimento de
à conclusão de que a fresagem medular é contraindicada em fraturas sangue intraósseo nos pacientes com graves lesões fechadas dos tecidos
expostas da tíbia, especialmente as de Gustilo do tipo II e tipo III. Os moles. Ne nhuma diferença significativa fo i encontrada em termos de
estudos de fraturas expostas de tíbia tratadas com pinos de Ender não resultados e complicações entre as hastes fresadas e não fresadas
fresados e hastes Lottes durante o mesmo período de tempo relataram de fraturas da diálise tibial fechadas. No entanto, uma tendência para
taxas de infecção de 6% a 7%. Experiências em animais mostraram a melhoria da consolidação tem sido observada com a haste fresada.
que a inserção de hastes fresadas interrompe o fluxo de sangue cortical Em um estudo, os parafusos significativa mente falharam mais nas
em maior medida do que a inserção de hastes não fresadas, o que hastes não fresadas do qu e nas fresadas. Esses e outros estudos
possivelmente aumenta a suscetibilidade à infecção. Raramente, a fre- parecem indi car que a frat ura e as características dos tecidos moles
sagem pode estar associada a complicações catastróficas. Torniquetes são mais importantes na determinação do resultado da fratura do que
não devem ser usados qu ando a fresagem é realizada. Esses fatores a escolha do tratamento e a haste fresada é recomendada para a
levaram ao desenvolvimento de hastes intramedulares bloqueadas maioria das fraturas fechadas instáveis da diáfise tibial.
adequadas para a inserção não fresada. Uma recente metanálise mostrou uma taxa de pse udoartrose
Em nossa série de 50 hastes tibiais não fresadas em três fraturas menor com hastes intramedulares fres adas para lesões fechadas .
expostas do tipo I, 13 do tipo II e 34 do tipo III ( 11 do tipo IIIA e Além disso, os resultados de alguns estudos ilustram um possível
seis do tipo IIIB) , houve quatro infecções, todas nas fraturas do tip o benefício da fresagem quando comparada com os dispositivos não
III. Duas infecções ocorreram nas fraturas do tipo IIIB após falha fresados. Eles também apontaram que a reop eração atrasada por
de rotação inicial ou retalhos livres. Uma infecção em uma fratura pelo menos 6 meses pode dimin uir a necessidade de intervenções
exposta do tipo IIIA se desenvolveu em 10 meses, imediatamente secundárias para as fraturas da tíbia. Lefaivre et al. avaliaram os
após enxerto em um defeito ósseo. Todas as infecções se resolveram res ultados fun cionais de longo prazo (média de 14 anos) após o uso
sem osteomielite crônica. Essa série e estudos posteriores relataram de hastes tibiais intramedul ares. Eles encontraram resultados com-
consolidação em 96% a 100% das fraturas, infecção em 2% a 13%, paráveis aos da população normal, mas com algumas sequelas insig-
fa lha da haste em 0% a 6%, fa lha de parafuso em 6% a 41% e cirurgia nificantes ainda presentes.
secund ária para alcançar a consolidação em 35% a 48%.
A fa lha do material de osteossíntese, na maioria das vezes, está 1 HASTE INTRAMEDULAR EM FRATURAS DO TERÇO
associada a hastes menores (8 mm), fraturas axiais instáveis, fratu- PROXIMAL DA DIÁFISE DA TÍBIA
ras metafisárias, fraturas de tíbia bilaterais, consolidação retardada O entusiasmo com a haste bloqueada em fraturas da diálise da tíbia
ou pseudoartrose, fraturas expostas e cominuição grave. A fa lha da tem levado alguns cirurgiões a amp liar as indicações para incluir
haste pode exigir uma cirurgia adicional. Em um estudo, a falha mais fraturas proximais e distais. O mau alinhamento tornou-se um
ocorreu mais frequentemente no parafuso de bloqueio proximal problema comum nas fraturas do terço proximal tratadas com hastes
transversal qu ando um único parafuso foi usado. As fraturas no bloqueadas por causa da grande discrepâ ncia de tamanho entre a
terço distal da tíbia tiveram a maior frequência de quebra de haste. haste tibial e a largura da rnetáfise tibial. A angulação em valgo e o
Os problemas com retardo de consolidação e fa lha de mate- deslocamento anterior do fragmento proximal são as deformidades
rial de osteossíntese com os implantes menores usados em hastes mais comuns. A deformidade em valgo pode ser causada por um
não fresadas levaram alguns pesquisadores a voltar para o uso de portal que começa distal e mediaimente e é dirigido lateralmente.
hastes fresadas em fraturas expostas da tíbia. Com o uso de antibióticos Uma incisão parapatelar med ial e a invasão a partir da patela podem
perioperatórios e modernas técnicas de fe chamento na cicatrização causar um portal sendo diri gido des ta for ma.
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
Lesão mínima dos tecidos moles Lesão grave dos tecidos moles
Fragmento
proximal longo Estabilização Estabilização
de emergência de emergência
li@il;f4L?m Algoritmo de tratamento para fraturas da tíbia proximal com lesão mínima ou grave dos tecidos moles. (De Bono CM,
Levine RG , Rao JP, Behrens FF: Nonarticular proximal tibia fractures: treatment options and decision making, J Am Acad Orthop Surg 9: 176, 2001.)
interna de algumas fraturas da fíbula melhora a estabilidade em fra- seis por cento dos pacientes têm algum grau de dor crônica no
turas do quarto distal da tíbi a tratadas com hastes intramedulares. joelho. A causa dessa dor no joelho ainda é incerta. Os prováveis
Taxas globais de consolidação de 96% têm sido relatadas após o fatores contribuintes são os pacientes jovens mais ativos, proemi-
uso de haste fresada em fratura da tíbia distal. Um estudo biomecânica nência da haste acima da cortical tibial proximal, rasgo meniscal,
determinou que a força de fixação conseguida nas fraturas de 4 cm a lesão articular não recon hecida, aumento da pressão de contato na
partir da articulação com uma haste encurtada (1 cm removido) foi articulação patelofernoral, danos ao nervo infrapatelar e formação
comparável à das hastes intramedulares-padrão de 5 cm nas fraturas a de cicatri z induzida cirurgicamente.
partir da articulação. Eles alertaram, no entanto, que em nenhuma Alguns autores têm sugerido que uma abordagem transpate-
co nstrução a fixação era forte o suficiente para resistir a cargas de flexão- lar está assoc iad a às dores anteriores no joelho mais frequente-
compressão moderadas e que os pacientes com fratura da tíbia distal m ente do que uma abordagem paratendinosa medial, embora
tratados com hastes intramedulares deve m seguir as restrições de sus- outros discordem . As inves tigações mostraram que não houve
tentação de peso até uma significativa consolidação da fratura ocorrer diferença na dor ante ri or no joelho se uma abordagem cirúrgica
para se evitar o mau alinhamento do plano coronal. É evidente que a transte ndinosa ou paratendinosa foi reali zada. A dor anterior no
fixação de fraturas da tíbia distal por haste intramedular seja um desafio. joelho melhora com o tempo, mas a fraqueza do quadríceps e os
Os projetos de implantes mais novos com conjuntos de parafusos mais baixos pontos funcionais do joelho se correlacionaram com a dor
distais e bloqueados têm facilitado o tratamento dessas lesões sem a no joelho a longo prazo.
necessidade de modificação do implante.
1 HASTE INTRAMEDULAR BLOQUEADA
1 DOR ANTERIOR NO JOELHO APÓS HASTE Atualmente, uma vari edade de hastes tibiais bloqueadas está dispo-
INTRAMEDULAR nível. A maioria pode ser inserida usando-se uma técnica fresada
A dor anterior no joelho é a complicação mais cornurnente relatada ou não fresada. Há diferenças na composição da haste (aço inoxidá-
após a colocação de urna haste intramedular da tíbia. Cinquenta e vel, titânio) e na localização da curva proximal. Algumas hastes têm
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇ ÕES EM ADULTOS
MEDIÇÃO DA ROTAÇÃO
•Antes de colocar a haste, meça a rotação segundo o
método descrito por Clementz. Meça a quantidade de
torção tibial na extrem id ade não lesionada com o joelho
iitijll;ffleEI Abe rtura do cana l med ul ar com furador curvo.
VEJA A TÉCNICA 54-12.
completamente estendido e um intensificador de imagem
de braço em C colocado na posição lateral com o feixe
paralelo ao chão . uma visão anteroposterior verdadeira da tíbia ao avaliar o
• Rotacione a perna até que uma visão lateral perfeita do fêmur posicionamento do fio guia . Se o membro estiver rotacio-
distal seja obtida com os côndi los exatamente sobrepostos. nado externamente, o portal pode ser colocado muito
Segure o joelho e o pé nesta posição enquanto o braço em mediaimente e violar o planalto tibial, além de feri r o liga-
C é levado para a posição anteroposterior com a viga perpen- mento intermeniscal. Um porta l colocado muito distalmente
dicular ao chão para uma imagem do tornozelo. pode danificar a inserção do tendão patelar ou fazer com
•Rotacione o braço em C até que uma imagem tangencial que a haste entre na tíbia em um ângulo muito íngreme, o
da superfície interior do maléolo medial seja vista. Essa é que pode dividir a tíbia ou fazer com que a haste penetre
a linha de referência no tornozelo . na cortical posterior. Verifique o processo de inserção sob
•Incline o feixe cranialmente em 5 graus para obter uma visões fluoroscópicas laterais. A zona de segurança para a
melhor imagem do tornozelo. Centralize os fixadores colocação da haste tibial está apenas medial à espinha tibial
externos a serem examinados no campo radiográfico. lateral na visão anteroposterior e imediatamente adjacente
•A quantidade de torção tibial é igual à diferença entre a e anterior à superfície articular na visão lateral.
linha de referência no tornozelo e uma linha perpendicular •Dirija o fio guia quase perpend icu lar à diáfise quando ele
ao chão. Se a visão tangencial do maléolo medial for obtida penetrar primeiro a cortical, mas gradualmente traga-o
com o braço em C rotacionado lateralmente em 1O graus para baixo, para uma posição mais paralela à diáfise, assim
a partir de perpendicular, a torção tibial é de 1O graus. que for inserido mais profundamente para evitar a violação
•Como alternativa, obtenha o alinhamento rotacional al i- da cortical posterior. Uma vez que uma trajetória adequada
nhando a crista ilíaca, a patela e o segundo raio do pé. do fio guia provisório foi alcançada, o portal de entrada é
•Muita atenção à técnica cirúrg ica pode diminuir conside- criado usando-se o fresador de entrada canu lado com a
ravelmente o risco de complicações após a colocação da harmonização da cânu la de proteção dos tecidos moles.
haste tibial. Alternativamente, o portal de partida pode ser iniciado por
meio da utilização de um furador curvo canu lado.
COLOCAÇÃO DA HASTE • Insira um fio guia com ponta de esfera através do portal de
• Inicie o portal de entrada fazendo uma incisão de 3 cm entrada no canal tibial e passe-o sob orientação fluoroscó-
ao longo da borda media l do tendão patelar que se pica através do local da fratura dentro da tíbia (Fig. 54-32).
estende desde o tubérculo tibia l em uma direção proxi- A haste guia deve ser centra lizada dentro do fragmento
mal. Isso pode ser necessário para estender a incisão mais distal sob visões anteroposterior e lateral e avançada para
proximalmente através da pele e do tecido subcutâneo dentro 0,5 cm a 1 cm da articulação do tornozelo.
apenas para proteger os tecidos moles em torno do • Se uma técnica fresada for escolhida, frese o canal em
joelho durante a fresagem e a inserção da haste. incrementos de 0,5 mm começando com um fresador
•Insira anteriormente um fio guia de ponta rosqueada menor do que o diâmetro medido do canal tibial (Fig.
através da metáfise para ganhar acesso ao canal medular 54-33). Frese com o joelho em flexão para evitar a fresagem
(Fig. 54-31 ). Com uma cânula adequada para tecidos excessiva da cortical anterior. Segure a fratura reduzida
moles, avance o fio guia ao portal de partida correto durante a fresagem para diminuir o risco de fragmentação
como observado em imagens multiplanares. Isso normal- iatrogênica. Impeça a haste guia de ser parcialmente retirada
mente está loca li zado ao longo da encosta med ial da durante a fresagem. Nós preferimos a fresagem "mínima"
eminência tibial lateral na visão anteroposterior e logo com não mais de que 2 mm de fresagem após o contato
anterior à margem articular na imagem latera l. cortical ("chatter") ser iniciado pela primeira vez.
•Confirme a posição correta nas visões fluoroscópicas ante- •Escolha um diâmetro de haste que seja 1 mm a 1,5 mm
roposterior e lateral antes da inserção do fio guia . Obtenha menor do que o último fresador usado. Frese um local de )
ED> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
•Execute o bloqueio distal usando uma técnica de mão • Para preven ir valgo, inicie o portal de entrada em linha com
livre depois que "círcu los perfeitos" forem obtidos por a eminência intercondilar latera l e centralize-a no canal
flu oroscopia . Na posição lateral, ajuste o fe ixe fluoroscó- medu lar na imagem fluoroscópica anteroposterior. Uma
pico até que seja direcionado diretamente através dos incisão latera l ao tendão patelar pode ser utilizada.
orifícios dos parafusos dist ais e os furos pareçam perfei- • Para evitar a angulação anterior e o deslocamento, mova o
tamente redondos. portal mais proximalmente e posteriormente e dirija-o mais
• Coloque uma broca por meio de uma incisão pequena verticalmente em uma linha mais paralela com a cortical tibial
cobrindo o furo e centralize a ponta no furo. Tome cuidado anteri or. Bloquear a haste proximalmente com o joelho esten-
para não mover a localização da ponta, trazer a broca em dido relaxa a tração do tendão patelar e impede a angulação
linha com o feixe de fluoroscopia e perfurar através da cortical anterior. No entanto, muitos sistemas de hastes exigem a
(medial) próxima. Retire a broca do bit e verifique sua posição remoção da guia da giga de inserção para se estender o
com fluoroscopia para garantir que ela esteja passando joelho para evitar o impacto sobre os tecidos moles.
através do orifício do parafuso. Quando a posição correta for • Tornetta et ai. recomendaram a colocação da haste de fratu -
confirmada, dirija a broca através da cortical (lateral) distal. ras do terço proximal da tíbia em uma posição semiestendida
• Meça o comprimento do parafuso usando cânulas de perfu- (15 graus de flexão) usando-se dois terços de uma artrotomia
ração e brocas ca libradas ou verifique isto sob visão antero- parapatelar medial para retrair a patela lateralmente. Essa
posterior na tela fluoroscópica usando o diâmetro conhecido técnica evita que a patela faça o portal ser angulado de
da haste como uma referência para o comprimento. medial para lateral e permite que o bloqueio proximal seja
•Após a inserção do pa rafuso, obten ha uma imagem latera l realizado com o joelho estendido. Usar uma haste com uma
para se asseg urar de que os parafu sos foram inseridos curva localizada mais proximalmente diminui o risco de des-
através dos furos dos parafusos. Na maioria das fraturas, locamento anterior do fragmento proximal. Uma haste com
parafusos de bloqueio proximal orientada obliquamente em
dois parafusos de bloqueio dista l são utilizados.
90 graus um ao outro oferece mais resistência à angulação
• Alguns sistemas de hastes of erecem a opção de coloca-
varo-valgo do que parafusos medial-a-lateral de um plano.
ção de pa rafu sos de bloqueio distal anteroposterior. "Cír-
• Em co ntraste com as fraturas da diáfise, a haste não reduz
culos perfeitos" são obtidos na visão fluoroscóp ica
"automaticamente" a fratura, pois ela é inserid a através
anteroposterior. Não lesion e o tendão tibial anterior, o
da metáfise da tíbia larga. A redução precisa da fratura
extensor longo do hálux ou as estruturas neurovascu lares
antes da inserção da haste ajuda a diminu ir o risco de
próximas. A atenção meticulosa à t écnica pode minimizar
mau alinhamento . A redução pode ser rea liza da usando-
as comp licações do bloqueio dist al antero posterior. A pro-
se um distratar AO med iaim ente ou por meio de uma
teção cuidadosa dos tecidos moles e ambas as retrações
redução aberta lim itada e ap licação de uma placa unicor-
durante a perfuração e a inserção do parafuso são fun-
tica l, como descrito por Benirschke et ai. Essa t écnica
damentais para evitar lesões de tecidos moles ou amar-
pode ser particu larmente útil em fraturas expostas.
ração assim qu e a cabeça do parafuso engata-se na
•Aval ie a estab ilidade da fratura após a cirurgia. Se a
cortica l tibia l anterior. Uma luva de perfuração pode ser
fratu ra for tão proxima l que apenas um parafuso de
va liosa para a proteção dos t ecidos moles associados
bloqueio proximal possa ser colocado, considere os
du rante essa parte do procedimento.
métodos alternativos de fixação.
•Antes do bloqueio, inspecione o local da fratu ra para uma
•Se houver instabil idade, use um fi xado r externo medial
possível tração. Se a fratura estiver com distração, coloque de dois pinos para aumentar a estabi li dade durante as
os parafusos de bloqueio dist al primeiro. Alguns implan- fases iniciais de cicatrização.
tes intramedulares têm agora a ca pacidade de fornecer •O mau alinhamento também pode ser imped ido por meio
compressão axia l para pad rões de fratura devidamente de pa rafusos de bloqueio tal como descrito por Krettek
selecionados durante o processo de colocação da haste. et ai. Corrija a deformidade e insi ra parafusos de bloqueio
•Depo is que o bloqueio distal estiver comp leto, impacte de anterior para posterior no lado côncavo da deform i-
a fratura dirigindo com cu idado a hast e para trás enquanto dade. Os parafusos reduzem eficazmente o diâmetro da
observa o loca l da fratura sob fluoroscopia. Mantenha metáfise e f isicamente bloqueiam a haste, impedindo a
o joelho fl exionado até que os instrumentos de inserção angu lação. Use parafusos de bloqueio para evitar o mau
da haste sej am rem ovidos para evitar danos aos tecidos alinh amento nas fraturas metafisárias distais (Fi g. 54-34).
moles ao redor da patela.
•A maioria das hastes é est aticamente bloqueada. Fraturas CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O paciente, in icialmente,
transversais da diáfise minimamente cominu ídas podem é colocado em uma tala removíve l e os exercícios precoces
ser bloqueadas de forma dinâmica; no entanto, as fratu- de am plitude de movimento são iniciados. Pacientes não
ra s metafisárias com inuídas devem ser estaticamente blo- colaboradores ou pacientes com fixação de fraturas inst á-
queadas. Se houver qualquer dúvida sobre a estabi lidade, veis são colocados em uma cinta de sustentação do tendão
real ize o bloqueio estático. Devido a haste não poder patelar ou órtese até que uma suficiente consolidação
im pedir o mau alinh amento de fraturas instáveis antes de ocorra para garantir a estab ilidade. Padrões de fraturas
ser bloqueada, é crucial manter uma redução precisa até estáveis no plano axia l (ou seja , diafisária transversal)
que os bloqueios proxim al e distal estejam completos. podem permitir a sustentação de peso sem restrições. A
•Modificações na técnica diminuíram a incidência de mau sustentação de peso é restrita até que o calo precoce
alinhamento em fraturas do terço proxima l. A redução ocorra (4 a 6 semanas) e depois é progredida con -
pod e ser manipulada mais livremente se a hast e nã o for forme tolerado nas fraturas se m estab ilidad e ax ial e
feita sob re uma mesa de fratu ra. naquelas que estão na articulação proximal ou metafisária )
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
Hiijil;HeD A e B, Imag em clínica e radiografia inicial de pedestre atingido por um veícu lo em alta velocidade. O paciente apre-
sentava fraturas expostas fibular proximal e tibial do tipo 3B de Gustilo. Observe o grande defeito ósseo. C e D, Fratura tratada com
fi xador externo de anel multiplanar secundário à recobertura da lesão dos tec idos moles que exig iu enxerto de pele. Defeito ósseo
manejado com enxerto ósseo autógeno em massa e compressão/encurtamento agudo de fratura na armação de fio após a remoção
de grande espaçador antibiótico.
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
ósseo autógeno para a consolidação. Essas fraturas especialmente pode ser aumentada de várias maneiras como se segue: aLm1entar o diâ-
difíceis levaram alguns autores a recomendar o enxerto ósseo metro do pino, aLU11entar a distância entre os pinos, aw11entar o número
precoce de todas essas lesões. Lawyer e Lubbers descobriram que as de pinos, mll11entar o m'.unero de barras de estabilização, diminuir a dis-
fraturas expostas de grau I precisam de 4, 7 meses para se consolidar tância entre a barra e o membro, adicionar um segundo plano de fixação.
após serem submetidas à fixação externa de Hoffmann; 8% delas Os fixadores tibiais usam pinos com 4,5 mm a 6 mm de diâmetro. O pino
precisaram de enxerto ósseo secundário. deve ser menor de w11 terço do diâmetro do osso para evitar a fratura.
Para evitar problemas intrú1secos de retardo da consolidação, Fraturas não cominuídas exigem Lll11 mÚ1imo de dois pinos para cada
pseudoartrose, afrouxamento do pino e infecção no trajeto do pino, fragmento maior (incluú1do os grandes fragmentos segmentares).
Rommens et ai. sugeriram a conversão para a fixação interna após os Uma construção uniplanar geralmente proporciona uma estabili-
tecidos moles e todos os locais de pino terem cicatrizado. Eles propu- dade suficiente. A adição de um terceiro pino para um fragmento
seram 8 a 12 semanas como sendo o tempo ideal para essa conversão. aumenta significativamente a rigidez, especialmente se for no outro
Behrens e Searls utilizaram o fixador externo AO para 75 fraturas plano. Um quarto pino num único fragmento proporciona estabilidade
em 73 pacientes e descobriram que 80% das fraturas poderiam ser tra- adicional mínima e, geralmente, é desnecessário. As fraturas cominuí-
tadas com w11 fixador mliplanar Lmilateral. O enxe110 ósseo foi usado das exigem três pinos por fragmento grande e a fixação em dois planos
em 67% das fraturas. Edwards afirmou que 90% das tíbias com fratmas é a preferida. A fixação em dois planos pode ser conseguida ligando os
graves do tipo III podem ser restauradas para a função útil sem infecção pinos em diferentes planos a uma única barra. Em alternativa, os pinos
com w11 manejo cuidadoso e atenção aos detalhes na fixação externa. colocados em um segundo plano podem ser anexados a Lm1a segunda
Ele advertiu contra a remoção precoce do fixador nas fraturas de alta barra, e as barras podem ser conectadas com grampos de barra-a-barra.
energia com rompimento da membrana, com inuição ou perda óssea. Ele A rigidez pode ser aumentada em uma construção uniplanar ligando
recomendou o uso precoce de parafusos interfragmentários para restau- os pinos a duas barras empilhadas uma em cima da outra.
rar a congruência articular e, ocasionalmente, para estabilizar as fraturas Pinos muito espaçados em cada fragmento proporcionam
da diáfise. Assim que a cicatrização começa a progredir, parafusos sele- estabilidade no plano de fixação e em um plano perpendicular ao
cionados podem ser removidos para permitir a compressão da fratura e mesmo. Os fragmentos curtos não permitem pinos espalhados
a carga axial. Burgess et ai. relataran1 uma diminuição no tempo de amplamente, no entanto. Dois pinos colocados no mesmo plano em
consolidação de 58,4 semanas para 37,6 semanas nas fraturas da tibia do um fragmento curto proporcionam estabilidade no plano dos pinos,
tipo III durante a evolução do seu protocolo. Kimmel relatou o trata- porém são menos estáveis no plano perpendicular aos pinos. Adi-
mento de 27 fraturas de tíbia graves com o fixador externo de Hoffmann cionar um pino em um plano diferente aumenta a estabilidade.
que resultou em wna taxa de pseudoartrose de 13% e uma taxa de má Devido a os principais momentos de flexão na tíbia ocorrerem no
consolidação de 39%, com 45% necessitando de enxerto ósseo. Em uma plano sagital, a fixação neste plano é mais estável. As fraturas da tíbia
avaliação prospectiva de 78 pacientes, Brãten et ai. demonstraram que associadas a lesões no tornozelo ipsilaterais instáveis ou com graves
os tempos para a consolidação e a completa sustentação de peso foram ferimentos nos tecidos moles da perna distal exigem a extensão da
semeUrnntes enti·e as hastes intramedulares e a fixação externa. No fixação para o pé para facilitar a cicatrização dos tecidos moles.
entanto, o grupo que recebeu uma haste alcançou a sustentação de peso
..___
desprotegida mais cedo. A fixação externa resultou em mais reoperações,
ao passo que 64% dos pacientes com hastes intra.medulares tiveram dor FIXAÇÃO EXTERNA PARA
anterior do joelho em 1 ano. Outros avaliaram os fatores que influenciam
FRATURAS DA TÍBIA
a consolidação da fratura com a fixação externa e encontraram dispari-
dades significativas de cicatrização associadas a falta de técnicas de TÉCNICA
fixação suplementares e infecções no trajeto do pino.
•Antes da aplicação do fi xado r, reveja a anatomia secciona l
1 FIXADORES EXTERNOS para confirmar as "zonas de segurança" para a colocação
Várias marcas de fixadores externos estão disponíveis. O fixador esco- de pinos e para minimizar o risco de lesões neurológicas,
lhido deve fornecer estabilidade adequada, permitir uma progressiva vasculares ou tend inosas.
sustentação de peso e permitir a dinamização e a desestabilização •Coloque pinos através da cortical anterior e da cortical
assim que a fratura se consolidar. Sistemas de fL"Xadores que possibili- anteromedia l ao longo da borda subcutânea da tíbia para
tem o posicionamento do pino em mais de um plano e tenham a evitar a amarração dos tecidos moles. Dirij a os pinos
capacidade de incluir o pé são mais úteis. Menos peso, menos custo perpendicularmente à diáfise longa do osso e paralela-
e menos interferência na visualização do osso em radiografias também mente às superfícies articulares e insi ra-os por meio de
são atributos desejáveis se eles não comprometerem a estabilidade e a pequenas incisões longitudinais.
versatilidade do sistema. Fixadores de unidades únicas com grandes •Faça uma dissecção romba dos tecid os moles ao osso
articulações universais facilmente permitem aj ustes para a redução da •Coloque um a cânu la de proteção contra o osso e pré-
fratura após a armação ser aplicada. Esses fixadores tendem a ser perfure o furo do pino com uma broca de tamanho
menos estáveis, pois eles não permitem um espaçamento amplo entre apropriado. A pré-perfuração reduz o ri sco de necrose
pinos e tornam mais difícil de adicionar um segundo plano de fixação. térmica e de afrouxamento dos pinos.
Os fixado res modulares permitem uma maior liberdade na colocação, •Insira um pino com o comprimento de linha correto através
mas são mais difíceis de ajustar quando a armação estiver concluída. da cânula com a mão e no osso. A aquisição bicortical é
A remoção do pino e sua substituição podem ser necessárias para necessária para evitar o afrouxamento. Os fios não devem
melhorar a redução. Grampos de pinos mais recentes modelados projetar-se através da pele no local da inserção, pois isso
como uma articulação em esfera ou mecanismos pivotantes aumen- pode causar irritação local. Alguns pinos têm porções de
tam o ajuste destas construções em certa medida. rosca cônicas, em vez de cilíndricas, para criar uma pré-
Planejamento Pré-Operatório. A armação inicial deve ser rígida o sufi- carga radial com o aperto . Esses pinos não podem ser
ciente para minimizar o movimento no local da fratura. A estabilidade
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERI ORES
h@il;tijeD A, A armação espacial de Taylor é aplicada antes da redução da fratura. B, As escoras FastFx permitem a redução sob
visão d ireta ou controle de braço C. Se a redução for satisfatória, não são necessários ajustes; se não, ajustes graduais podem ser feitos
uti liza ndo-se o programa de computador de correção de deformidades. C, As escoras FastFx têm ações duplas. Com a cânula de bloqueio
liberada, o comprimento das escoras pode ser mudado para efetuar a redução da fratura . (Cortesia de Smith & Nephew, Memphis, TN.)
para efetuar a redução anatômica no local da fratura . Parâmetros trauma agudo são as fraturas expostas, as fraturas fechadas instáveis
radiográficos são inseridos em um comp utador. O comprimento, a e a síndrome compartimentai.
rotação, a translação e os alinh amentos coronal e sagital podem ser Até 100% de taxas de consolidação têm sido relatadas com essa
corrigidos por meio da alteração dos comprimentos das seis escoras, técnica. Foram examinadas 40 fraturas instáveis da tíbia tratadas
como ditado pelo programa de computador. Nós usamos esse com o fixador externo Ilizarov, 37,5% das quais eram fraturas expos-
fixador principalmente para corrigir as más consolidações, mas ele tas; 12 das 15 fraturas expostas eram fraturas Gustilo de grau III.
pode ser útil no tratamento de fraturas agudas também. Dezenove fraturas eram fraturas do planalto tibial bicondilares com
As fraturas expostas com extensa perda óssea são outra indi- vasta extensão da diáfise. Quatro enxertos ósseos autógenos foram
cação para o método Ilizarov. Fraturas instáveis, defeito dos tecidos necessários para as fr aturas expostas com perda óssea. Uma fratura
moles e perda de massa óssea são todos controlados com sucesso não se uniu e necessitou de reaplicação de um a armação, após o que
com um dispositivo e método. O primeiro passo no tratamento das a consolidação fo i obtida. A média ativa de amplitude de movimento
fraturas complexas é determinar se o membro pode ser salvo. Oca- do joelho após a consolidação da fratura foi de 110 graus.
sionalmente, essas lesões são mais fac ilmente manejadas por ampu- Tal como acontece com os fixadores de meio-pino, o tempo de
tação precoce, especialmente na presença de grande lesão do nervo consolidação está provavelmente relacionado com a qualidade da
arterial. Um membro com vascularização inadequada e sem sensi- redução e com a restauração do alinhamento normal. Nós preferi-
bilidade não func iona melhor do que uma prótese. O número de mos uma posição precisa e o alinhamento na aplicação inicial de
operações, a duração do tratamento e os fato res psicológicos asso- uma armação de trauma mais simples em vez do uso de armações
ciados ao resgate de um membro gravemente fer ido devem ser con- articuladas e subsequente redução. A maioria das fraturas é tratada
siderados. O utras indicações relativas para o fixador Ilizarov em para consolidação no fixador externo, mas as fraturas mais estáveis
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇ ÕES EM ADULTOS
O@li;HBJ:I Anel de seção aberta femoral distal. Otijil;Mm!I Armação remontada em torno da tíbia e ali-
nhada paralelamente à crista da tíbia no plano anteroposterior.
VEJA A TÉCNICA 54-14.
---- ---
A B e D E
O!fti!;f;1'119 A-J, Fraturas das diáfises t ibial e fibular tratadas com o fixador llizarov. Veja o texto para conhecer as etapas
na aplicação. VEJA A TÉCNICA 54-14.
armação menor são afrouxados e a armação menor é desmontada. FRATURA DO PLATÔ TIBIAL
Os parafusos de fixação do fio canul ado da armação menor podem
ser colocados na nova armação. Essa modificação pode ser feita sem Fraturas ar ticul ares tibi ais proximais causadas por mecani smos de
afrouxamento dos fios ou perda de redução. alta energia podem se r associadas a lesão neurológica e vascu lar,
síndrome compartimentai, trombose venosa profunda, contusão,
• TRATAMENTO DO RETARDO DA CONSOLIDAÇÃO lesão por es magamento dos tecidos moles ou incisões abertas.
O retardo da consolidação após colocação de haste não fresada pode Tscherne e Lobenhoffer enfatiza ram a importância de se distingu ir
se r tratado por troca de haste, ou por remoção da haste e inserção de entre o padrão de fratur a do platô "puro" e o padrão de fratur a- lu -
uma haste maio r utilizando-se uma técnica fresada. Essa técnica é xação. Em sua revisão de 190 fraturas articu lares tibi ais proximais,
indicada para o retardo das consolidações de fraturas com pequenos 67% das lesões meniscais ocorreram em padrões de frat ura do
(8 mm) implantes soltos, fraturas instáveis axialmente e fraturas peri- platô, ao passo que 96% das lesões cru zadas e 85% das lesões do
metafisárias. A técnica não é bem-sucedida em fraturas com perda ligamento colateral medial ocorreram em padrões de fratura-luxa-
óssea de mais de um terço para um qu ar to da ci rcun ferênc ia cor- ção. A lesão do nervo fibu lar foi duas vezes mais comum em
tical e pode precipitar a infecção em fraturas expostas do tipo IIIB. padrões de fratura-luxação. Esses autores também introduziram o
O enxerto ósseo percutâneo e o método de tempo testado para retard o termo trauma de joelho complexo para desc rever as lesões associa-
da consolidação ou pseudoartrose da tíbia são usados mais frequ en- das a danos significativos a dois ou mais dos seguintes comparti-
temente para as fraturas expostas do tipo IIIB e fraturas com perda mentos: a cobertura de tecidos moles do joelh o, os estabi lizadores
óssea significativa e após outros procedimentos falharem. Outros ligamentares e os fi xadores externos ósseos do fêmur distal e da
métodos para o tratamento do retardo da consolidação são a estimula- tíbia proximal. As fraturas co mplexas envolvendo as superfíc ies
ção óssea externa e a contínua dinam ização da haste para permitir a arti culares do fêmur e da tíbia tiveram um a incidência de 25% de
compactação axial da fratura e para estimular a cicatrização, desde que lesão vascular e 25% de incidência de síndrome compartimentai.
a fíbula tenha cicatrizado. A perda de redução fo i relatada em 16% das Em 19 fr aturas complexas com lesão grave dos tecidos moles, a
fraturas proximais e distais após a dinamização. lesão vasc ul ar ocorreu em 31 %; a síndrome compartimentai, em
31%; e a lesão do nervo fibular, em 23%. A determinação exata do
padrão de fr atura e da lesão dos tecidos moles é necessária quando
• FIXAÇÃO DA FÍBULA PARA FRATURA DA se desenvo lve um plan o de tratamento.
TÍBIA As fraturas articulares tibiais proximais podem ser causadas
A fixação interna da fíbul a é desnecessária no tratamento de fr a- por acidentes de veícu los ou lesões de ataque amortecedoras. No
turas da di álise fibu lar, mas pode se r útil na es tabilização de outros entanto, lesões espor tivas, quedas e outros traumas menos violentos
fixadores externos. A fixação de um a fratura da fíb ula por uma freq uentemente as produzem, especialmente nos pacientes idosos
placa e parafusos ou por uma haste intramedular inse rida através com osteopenia. Schul ak e Gunn relacionaram a frequência do tipo
do maléolo lateral estabiliza parcialmente as fraturas da diálise da de fratura produzida e a frequência de lesão do ligamento colateral
tíbia distal ou da metáfi se quando danos dos tecidos mol es ou a ao tipo e mecanism o de forças aplicadas ao joelho (Fig. 54-49).
contaminação na cicatrização da ferida faz a fixação intern a da Considerando-se os padrões de fraturas "puros", as lesões liga men-
tíbia ser desaconselhável. Além disso, a fixação interna da fíbula tares ocorrem mais frequentemente em fraturas minimamente des-
pode se r co nsiderada como um adj uvante nas fraturas da tíbia locadas, por compressão de divisão e por compressão local, e é
muito distais tratadas com fixação intrame dul ar para evitar a importante ob ter rad iografias de estresse do joelho para avali ar esses
deformidade em valgo. fixadores externos.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES f&@M
Intacto para
Divisão
aumento de "Fratura final
força em valgo por valgo"
Frequente
Força
em
valgo
l Depressão
local
Força de
compressão
Força de
compressão
frequente na
extensão Força em valgo Frequente
::::
Frequente
H@ii:tijeD Relação de forças para as fraturas do côndilo tibial. As lesões do ligamento colateral tibial comumente ocorrem em
divisão e fraturas mistas do platô lateral. Nas fraturas mistas, a fíbula é frequentemente fraturada. Nas fraturas totais de depressão,
ocorre fratura da fíbu la proximal ou diástase tibiofibular proxima l.
A classificação das fraturas intra-articulares da tíbia proximal, Schatzker do tipo VI. A classificação de Schatzker corresponde aos
originalmente propostas por Hohl e mais tarde modificada por padrões de fratura de Hohl e Moore, com a adição do tipo VI, o de
Moore e Hohl, é comumente usada para descrever as fraturas do dissociação metafisária-diafisária. Schatzker, McBroom e Bruce, em
platô tibial (Fig. 54-50). A classificação distingue cinco padrões de uma revisão de 94 fraturas de côndi lo tibial, propuseram os seguin -
fratura primária e cinco padrões de fraturas-luxação, com fraturas tes métodos de classificação e tratamento quando a fratura estiver
-luxações ocorrendo um sétimo tão frequentemente quanto as fra - deslocada de forma significativa ou quando a instabilidade art icular
turas. Os padrões de fratura do platô tibial, de acordo com Hohl e sign ificativa estiver presente.
Moore, são o tipo l, minimamente deslocada; tipo 2, por compres-
são local; tipo 3, por compressão de divisão; tipo 4, côndilo total; e
tipo 5, bicondilar. (Os padrões de fraturas- luxação são descritos em CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS
uma seção posterior.) Hohl observou que essa classificação pode ser (SCHATZKER)
um passo intermediário na evolução de uma classificação que separa
as lesões ligamentares miríades e dos tecidos moles que, juntamente Tipo I - clivagem pura (Fig. 54-51A). Um fragmento típi co não
com a lesão óssea, determinam o resultado. Nosso envolvimento cominuído em forma de cunha é separado e deslocado lateral-
com um centro de trauma nível 1 tem mostrado várias fraturas que mente e para baixo. Essa ratura é com um em pacientes mais
desafiam os métodos de classificação e os tratamento convencionais. jovens e sem osteoporose. Se deslocada, pode ser fixada com
Essas fraturas de altíssima energia, frequentemente expostas, geral- dois parafusos esponjosos transversais.
mente, incluem cominuição bicondilar e extensa cominuição de Tipo II - clivagem combinada com depressão (Fig. 54-51B). Uma
diáfise com dissociação da metáfise da diáfise, assim como nas cunha lateral é dividida; mas, em adição, a superfície articular
@jd@t PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
2 5
O[diiifüeB Classificação das fraturas do platô t ibial, como descrito por Hohl e Moore: tipo 1, minimamente deslocada; tipo 2, por
compressão loca l; tipo 3, por compressão de divisão; tipo 4, cônd ilo total; e tipo 5, bicondilar.
A B
Tipo IV
e D
Tipo V Tipo VI
E F
H[dihf4e::E:I A, Tipo 1, fratura de clivagem pura. B, Tipo 11, clivagem combinada com depressão . A redu ção requer elevação dos
fragmentos com enxerto ósseo do furo resultante em metáfise. A cunha lateral está defasad a na cortical lateral e é protegida com
placa de reforço . C, Tip o Ili, depressão central pura. Não há cu nha lateral. A depressão t ambém pode ser anterior ou posterior, ou
envolver todo o platô. Após elevação de depressão e enxerto ósseo, a cort ica l latera l é mais bem protegida com pl aca de reforço. D,
Tipo IV. O côndi lo med ial é separado como uma cunha (tipo A), tal como ilustrado, ou pode ser desintegrado e deprimido (tipo B), o
que é característico dos pacientes ma is idosos com osteoporose (não ilustra do). E, Tipo V. Note a co ntinuidade da metáfise e da diáfise.
Na fixa ção interna, ambos os lados devem ser protegidos com placas de reforço . F, Tipo VI. A essência desta fratura é a linha da fratura
que dissocia a metáfise da diáfise. O padrão das frat uras dos côndilos varia, e todos os tipos podem ocorrer. Se ambos os côn dil os
estiverem envo lvidos, a tíb ia proximal deve ser apoiada em ambos os lados.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
h@ii;@e:D Class ificação de Hohl e Moore das fraturas-luxa ção da tíbi a proximal. (Redesen hado de Hohl M, Moore TM: Articu lar
fractures of the proximal tibia. ln Evarts CM, editor: Surgery of the musculoske/eta/ system, ed 2, New York, 1990, Churchill Livingstone.)
é pressionada para baixo na metáfise. Isso tende a ocorrer em côndilo menos envolvido pode ser estabilizado com uma
indivíduos de mais idade e, se a depressão é maior que 5 mm a pequena placa anti deslizante colocada no ápice da fratura e
8 mm, ou a instabilidade está presente, a maioria deve ser com dissecção mínima dos tecidos moles.
tratada por redução aberta, elevação do platô deprimido "em Tipo VI - fratura do platô com dissociação da metáfise da
massa': enxer to ósseo da metáfise, fixação da fratu ra com para- di áfise (Fig. 54-51F). Uma fratura transversal ou oblíqua da
fusos esponjosos e fixação da fratura com placa contraforte da tíbi a proximal está presente, além de uma fratura de um o u
cortical lateral. de ambos os côndil os tibi ais e superfícies articulares. A dis-
Ti po III - depressão central pura (Fig. 54-5 1C) . A superfície arti- sociação d a diáfise da metáfise torna essa fr atura inadequ ada
cular é co nduzida para dentro do platô. A cortical lateral está para o tratamento em tração e a m aioria deve ser tratada com
intacta. Essas tendem a ocorrer no osso com osteoporose. Se a placas de reforço e parafusos esponjosos, um de cada lado se
depressão for grave, ou se a instabilidade puder ser mostrada am bos os côndilos estiveram fragmentados. Fixadores de
em estresse, os fragmentos arti culares devem se r elevados e pinos e fios tamb ém têm sido defe ndidos para a fixação
enxertados com osso e a cortical latera l é suportada com urna des tas fraturas difíceis.
placa de reforço.
Tipo IV - fraturas do côndilo medial (Fig. 54-51D). Essas podem
estar divididas como urna única cunha ou podem estar corni- CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS-LUXAÇÃO
nuídas e deprimidas. As espinhas tibiais muitas vezes são envol- (HOHL E MOORE)
vidas. Essas fraturas tendem a se angular em varo e devem ser
tratadas com redução aberta e fixação com uma placa de reforço Os padrões de fratura-luxação classificados por Hohl e Moore (Fig.
medial e parafusos esponjosos. 54-52), além de oco rrerem com uma maior incidência de lesões
Tipo V - fraturas bicondilares (Fig. 54-5 1E) . Ambos os platôs ligamentares associadas, ocorrem com mais frequência com lesões
tibiais estão separados. A característica distintiva é que a metá- meniscais, que normalmente não podem ser reparadas, e uma inci-
fise e a diálise mantêm a continuidade. Ambos os côndil os dência muito maior de lesão neurovascular, passando de 2% no tipo
podem se r fixados com placas contraforte e parafusos espon - I e de 50% no tipo V, com uma média global de 15%, aproximada-
josos. É melhor evitar a es tabili zação dos côndil os com grandes mente aquela da luxação clássica do joelho.
implantes volumosos. Em uma revisão de sua expe riência com Tipo I - fratura de divisão coronal. Essas fraturas são responsáveis
fraturas do pl atô tibial, Moore, Patzakis e Harvey encontraram por 37% das fraturas- luxações do platô tibial. A fratura envolve
296 fraturas bicondil ares em um grupo de estudo de 988 fra - o lado medial, é aparente na vista lateral e tem urn a linha de
turas do platô. Dessas fraturas bicondilares, 95 foram tratadas fratura em 45 graus em relação ao platô medial em um plano
por RAFI e apenas 11 necessitaram de fixação da fratura co m coro nal transversa l oblíquo. A fratur a pode estend er-se para o
placa medial e lateral. Nove (82%) das fraturas tratadas com lado late ral e as fraturas por avulsão do es tiloide da fíbula,
fi xação com placa medial e lateral sofre ram deiscên cia ou inserção dos cruzados e tubérculo de Gerdy são com un s.
ficaram infec tadas. Além disso, 23% das fraturas bicondilares Metade dessas fratur as-luxação é estável nas visões de es tresse;
do tipo V ficaram infectadas. Geralm ente, o côndil o mais e, embora elas pudessem teoricamente se r manejadas em um
deslocado e triturado pode ser estabilizado com um a placa gesso em extensão ou tra ção com limitação dos movimentos,
de reforço, enq uanto o côndilo menos envolvido é reduzido nós frequente mente usamos a redução fech ada e a fi xação com
por liga men totaxia ou com técnicas percutâneas e estabi li- parafuso percutâneo para melhorar a redução e permitir a
zado co m grandes parafusos esponjosos. Alternativamente, o ampli tud e de movimento precoce em uma cinta. O suporte do
@Md$ PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
o@•i;Melil A, Fratura-luxação do t ipo li do platô tibial fixada com placa e parafusos (B).
peso protegido é continuado durante 8 a 10 semanas. Se for iliotibial av ulsada. A reparação do ligamento cruzado ou o seu
necessária a redução aberta, o fragmento geralmente redu z em aumento pode ser necessário.
exte nsão e pode ser fixado com parafusos interfragmentários. Tipo IV - fratura por compressão do aro. Essa lesão é responsável
As lesôes ligamen tares associadas podem ser reparadas ao longo por 12% de todas as fraturas- luxação. É quase sempre instável.
da ruptura caps ular invariável. O complexo do ligamento colateral oposto e geralmente (75%
Tipo II - fratura de todo o côndilo. Esse tipo de fratura-l uxação pode dos pacientes) os liga mentos cruzados são avu lsionados ou ras-
envolver o platô medial ou lateral e se distingue da fratura do tipo gados, fazenco com que a tíbia sofra uma subluxação na medida
IV por uma linha de fratura que se estende para dentro do com- em que o côndil o femoral comprime uma porção das faces
partimento oposto abaixo da emin ência intercondilar (Fig. anterior, posterior ou "média" do aro articular. As lesões estáveis
54-53). O ligamento colateral oposto está envolvido em metade podem ser tratadas por gesso até que os ligamentos estejam
das fraturas, resultando em fratura ou luxação da fíbula proximal. cicatrizados. Se a cirurgia for necessária, uma abordagem para-
Esse tipo constitui 25% de todos as fraturas-luxação e 12% resul- patelar permite desbridamento dos pequenos fragmentos, ele-
taram em lesões neurovasculares. Um teste de estresse é necessá- vação e estabilização dos fragmentos maiores e reparação do
rio para determinar a lesão oculta do ligamento. As fraturas ligamento cruzado e colateral oposto. A mobilização pós-ope-
estáveis podem ser manejadas por cinta, acompanhamento fre- ratória é, em grande medida, ditada pela natureza da lesão e da
quente e sustentação de peso adiada. As fraturas instáveis ou mal reparação dos ligamentos.
reduzidas podem ser fixadas com parafusos interfragmentários Tipo V - fratura de quatro partes. Constituindo 10% de todas as
após redução fec hada ou aberta mais reparação de qualquer lesão fraturas-luxação essa lesão é quase sempre in stável. A lesão
ligamentar, gesso e sustentação de peso adiada. neurovascular ocorre em 50% das fraturas; a artéria poplítea
Tipo III - fratura por avu lsão do aro. Constituindo 16% das fra- e o nervo fib ular são lesionados em mais de um terço. Os doi s
turas-luxação esse tipo envolve quase que exclu sivamente o complexos de liga mentos colaterais são romp idos com a
platô lateral, com fragmentos de av ulsão do anexo capsular, o fratura bicondilar e a estabili zação proporcionada pelos cru-
tubérculo de Gerdy ou o platô. A ruptura de um ou ambos os zados é perdida, pois a eminência intercondilar é um frag -
ligamentos cruzados é comum. Apesar de a lesão menisca l ser mento sepa rado. Embora tenha sido recomendada uma
rara, as lesões neurovasculares oco rrem em 30% destas fratu- abordagem bicondilar, outros pesquisadores foram mais cau -
ras e quase todas as fraturas do tipo III são instáveis. Uma telosos e recom endaram a fixação da fratura com placa do
abordagem lateral permite a fixação do parafuso do aro arti- platô mais cominuído e a fixação com parafu so interfragmen-
cular e a reparação dos ligamentos colaterais e da banda tário do cônd ilo mais in tacto. Perceba a alta incidência de
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
O[iji!;ful!m A fratura do platô tibial por depressão de divisão latera l pode ser controlada com redução anatômica da lesão articular
e parafusos rafting subcondrais para apoiar a elevação articular. O côndi lo lateral é apoiado com uma construção de placa de reforço .
Os parafusos de abrigo subcondral podem ser acop lados com a placa para a cominuição do aro periférico lateral agir como uma
lavadora.
ideal e uma necessidade de imobilização pós-operatória, resultando, aberta. Tem sido recomendada a avaliação artroscópica de todas as
muitas vezes, em articulação não estável e nem livremente móvel. fraturas de Schatzker do tipo I que são tratadas cirurgicamente para
Nas fraturas não deslocadas, após a integridade dos liga mentos se assegurar que o menisco lateral não está retido dentro do local
colaterais estiver estabelecida, o tratamento deve consistir de alguns da fra tura. Mui tas fraturas de divisão lateral podem ser estabilizadas
dias de imobilização seguida de movimentação at iva precoce do de forma adequada por grandes parafusos esponjosos percutâneos.
joelho. A sustentação de peso deve ser adi ada até que a consolidação Se a fratura do côndilo lateral estiver associada a um a fratura da
da fratura esteja evidente, o que acontece em geral em 8 a 1O cabeça da fíbula, uma placa de reforço lateral proporciona estabili-
seman as. Oitenta e nove por cento de bons resu ltados têm sido dade adi cional.
relatados em fraturas tratadas com redução fechada e gesso, havendo Segmentos articula res deprimidos não podem ser redu zidos
pouca correlação entre a aparência radiográfica subsequen te e o apenas por liga mentotaxia e requerem elevação através de uma
resultado funcional. A redução e o alinhamento foram perdidos na janela co rtical, enxerto ósseo e IL-x:ação com parafusos esponjosos
maioria das vezes nas fraturas do côndil o medial e bicondilares. grandes ou um a placa de reforço. Patil et ai. relataram dados biome-
Sarmiento et ai. descobriram que, muitas vezes, a condição da cânicos que sugeriram que quatro parafuso s de 3,5 mm foram mais
fíbula, se fraturada ou intacta, determina o comportamento angular adequados qu e dois parafu sos de 6,5 mm para a compressão axial.
destas fraturas sob condi ções funcionais e de sustentação de peso. Tradicionalmente, a redução tem sido observada por meio de uma
As fraturas isoladas do côndil o lateral com uma fí bula íntegra não artrotomia e um a incisão submeniscal; no entanto, os investigadores
entraram em colapso ainda mais por causa do apoio da fíb ul a. Por têm usado com sucesso a redução assistida fluoroscópica ou artros-
outro lado, as fraturas do cô ndilo lateral com fraturas da fíbula copicamente, enxerto ósseo ou substituto de enxerto ósseo e fixação
associadas mostraram a tend ência de sofrerem colapso em va lgo por por parafusos percutâneos para tratar as fraturas do platô tibial com
causa da perda de apoio ti.bular. As fraturas de ambos os côndilos depressão art icular (Schatzker do tipo II e tipo III). As fraturas
não en traram em colapso ainda mais ou angularam quando a fíb ula deslocadas do côndilo medial (Schatzker do tipo IV) muitas vezes
proximal fo i fraturada e deslocada. Se a fíbula estiver in tacta, no são bastante instáve is e, geralmente, são mais bem tratadas com
entanto, o côndilo medial geralmente entra em colapso, crian do uma redução aberta e fixação com um a placa de reforço medial, que é o
deformidade em varo. mais biomecani camente sonoro.
As fra turas de divisão lateral podem ser reduzidas abertas ou O tratamento das fraturas do platô tibial graves ou "complexas"
percutaneamente usando-se tração e pinça de redu ção sob controle pode ser bastante difícil. As fraturas do platô tibi al graves ou com-
ar troscópico ou fluoroscópico. Se o aro deslocado do côndilo não plexas são as fraturas bicondilares (Schatzker do tipo V); as fraturas
puder ser reduzido a uma posição de apoio no âmbito do côndilo do platô tibial com desco ntinuidade metafisári a- diafisária (Schat-
femoral usand o-se a manipulação fechada, é necessária a redução zker do tipo VI); e as fraturas com incisões abertas, abrasões dos
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES EMOOM
O!§lhf4L?m A, Tomografia computadorizada de fratura exposta do platô tibial. B e C, Fixação com fixador externo híbrido. D,
Após a remoção do fixador.
tecidos moles fechadas graves, contusões ou lesões por es maga- Parafusos canulados podem ser utili zados como fixadores acessórios
mento (Tscherne do tipo II ou III) , síndrome compartimentai ou da sup erfície articular. Um fixador externo colocado abaixo do
lesão vascular. Os métodos fechados de tratamento com tração ou joelho pode manter a red ução arti cular e o alinhamento axial, além
gesso geralmente são malsucedidos em manter a redução articular de permitir uma movimentação inicial (Fig 54-55). Uma dissecção
e o alinhamento axial. Os métodos tradicionais de redução aberta e mínima do tecido mole é necessári a para a aplicação de um fixad or
fixação de fratura com placa exigem extensa exposição, o qu e pode externo, o que, teoricamente, deveria reduzir as complicações na
comprometer os tecidos moles posteriormente e devascular izar os cicatrização da ferida.
fragm entos ósseos, levando à infecção. Ne m todas as fraturas se reduze m apenas com ligamentotaxia
Foram fe itas tentativas para reduzir a incidência de complica- e uma redução aberta limitada com enxerto ósseo às vezes é neces-
ções nestas fraturas por meio de exposições menos extensíveis e sária. Uma desvantagem potencial da fixação externa é o risco de
técnicas de redução indireta e por fixação com placa de reforço infecção no local do pino. As infecções no local do pino geralmente
lateral suplementar com um fixador externo medial de dois pinos são pequenas e podem ser tratadas com antibióticos orais. A artrite
ou pequena placa antideslizante em vez de uma segunda placa de séptica tem sido relatada como res ultado de uma in fecção em torno
reforço medial volumosa. Mills e Nork sugeriram que um a dupla dos pinos peri articulares e dos fios. Os estudos anatômicos têm
fixação da fratura com placa poderia ser alcançada com dissecção mostrado que os pinos ou os fios colocados 14 mm dentro da arti-
mínima de tecidos moles utilizando-se uma incisão na pele mais culação do joelho podem ser intracapsulares. Para prevenir a artrite
anterior e dissecção com limitação subp eriosteal para fraturar as séptica, a colocação intracaps ular de pinos e fios deve ser evitada.
margens e a área da placa de aplicação prevista. O uso de placas em Os estudos clínicos têm demonstrado qu e a fixação por anel e por
T AO/ ASIF para pequenos fragmentos (parafusos de 3,5 mm) tem fio é um método aceitável de tratamento para as fraturas do platô
sido relatado para a fixação das fraturas do platô tibial. Reduções tibial complexas (87% a 88% de res ultados bons ou excelentes com
anatômicas ou quase anatômicas foram obtidas em 86,7% delas sem 6,5% a 12% de in fecções superficiais). Uma constru ção de quatro
infecções ou complicações de tecidos moles. O diâmetro menor e fios tem sido mostrada como forn ecendo uma estabilidade compa-
uma maior maleabilidade da placa em T para pequenos fragmentos rável àquela obtida pela dupla fixação de fratura com placa.
forneceram melhor justaposição dos fragmentos osteocondrais do Nós, frequentemente, usamos a fixação por anel e fio para o
qu e as placas em T AO/ASIF pré-contornadas e as placas em L tratamento das fraturas do platô tibial complexas (Fig. 54-56). Em
(parafusos de 6,5 mm ). 57 pacientes com fraturas Schatzker do platô tibial do tipo VI,
Outros investigadores têm obtido bons resultados sem infecção tratadas com fi xação Ilizarov, quatro fraturas foram infectadas
nas fraturas do platô tibial expostas complexas de grau II e grau III (7%), incluindo duas com artrite séptica. Vinte e duas fraturas
(Schatzker de tipos V e VI) tratadas por cirurgiões experientes com (38%) eram expostas. Em 45 fraturas (84%) com reduções aceitá-
um protocolo-padrão de desbridamento completo, fixação interna ve is, a amplitud e de movimento do joelho alcançou 115 graus. Em
rígida imediata e fe chamento adiado por 5 dias. Tscherne e Lobe- nove pacientes ( 16%) com reduções ruins, a movimentação do
nhoffer recomendaram abranger temporariamente o joelho com um joelho foi de 79 graus.
fixador externo nos pacientes com lesão grave dos tecidos moles. A fixação externa por meio-pino monolateral colocado abaixo
A fixação interna pode ser feita após o inchaço ter diminuído. do joelho é um a outra técnica qu e tem sido usada para tratar fraturas
A fixação externa usando-se tanto fixadores de meio-pinos do platô tibial complexas. Parafusos esponjosos acessórios são utili-
qu anto anéis e fixadores de fios também tem sido defendida como zados para manter a redução articular. Isso é tecnicamente mais fácil
uma fixação definitiva para as fraturas do platô tibial complexas. para os cirurgiões que não estão familiarizados com as técnicas de
MlfitJ PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM AD ULTOS
H@ii;f4Bm A e B, Fratura do platô t ibial. C, Estabilização com fi xado r lli zarov externo circular. D, Após a remoção do fi xador.
fixação por anel e por fio; no entanto, os meio-pinos podem não plano coronal médio e perpendicularmente à tíbia. À medi da que
obter uma fixação tão segura assim como os pequenos fios esticados o distrator é alongado, grande parte da red ução é conseguida por
no osso metafisário cominuído. ligamentotaxia. Devido a o pino femoral es tar locali zado perto do
Ocasionalmente, uma fratura do platô tibial é tão cominuída centro de rotação do côndilo fe moral, a fr atura é minimamente
ou a lesão dos tecidos moles é tão grave qu e a redução precisa e a rompida por flexão e extensão do joelho nas tentativas de localizar
fixação estável são impossíveis no quadro agudo. Nesta situ ação, o as linhas de fratura e corrigir o platô. Se for tornado cuidado para
joelho pode ser coberto por um fixador externo de meio-pino como não tracionar em excesso os tecidos moles, o distrator femoral é
uma fixação temporária ou definitiva. Essa técn ica permite que o um assistente incansável.
paci ente seja mobilizado mantendo o alinhamento axial do membro.
A imobilização do joelho durante 6 semanas não parece afetar
adversamente a amplitude de movimento fin al do joelho. REDUÇÃO ABERTA FIXAÇÃO DE
• FRATURA DO CÔNDILO LATERAL
FRATURA DO PLATO TIBIAL
Uma compreensão dos mecanismos que produzem as fraturas do
TÉCNICA
côndilo latera l da tíbia é necessária para um tratamento inteligente.
Essa fratura, ge ralmente, é produzida por uma tensão em valgo no •Ap liqu e um torniquete, exceto nos pacientes com lesão
joelho com os ligamentos e os músculos do lado medial resistindo grave dos tecidos moles.
à se paração de tíbia e cô ndilos fe morais. O côndilo femoral lateral • Para as fratu ras do côndilo lateral, faça uma incisão ant ero-
é dirigido para baixo, para a sup erfíci e de suporte de peso do latera l em linha reta ou ligeiramente curvilínea a partir de 3
côndilo lateral da tíbia, pressionando a parte central da superfície cm a 5 cm proximalmente acima da linha articu lar e esten-
articu lar n a metáfise esponj osa para bem abaixo do seu nível dendo dista lmente abaixo da ma rg em inferior do local da
no rmal. Além disso, a margem lateral da superfície articular da fratura imediatamente anterior ao epicônd ilo femora l lateral
tíbia explode lateralm ente e uma ou mais fraturas se estendem ao tubérculo de Gerdy. Essa incisão proporciona uma boa
longitudinalmente para dentro da metáfise da tíbi a, produzindo exposição, evitando complicações de pele. Alternativa-
um fragmento lateral. Esse fragmento, normalmente, é rel ativa- mente, uma incisão em forma de L pode ser usada.
m ente grande e, quando visto a partir do lado lateral, muitas vezes •Faça a incisão fascial em li nha com a incisão na pele. Não
é triangular com a base do triângulo proximal. Normalmente, o destrua retalhos de tecidos moles mais do que o necessá-
fragmento é seguro ao nível da ar ticul ação pelo impacto da fíbul a. rio. Se necessário para a exposição, reflita uma porção ou
Menos frequ entemente, o côn dilo lateral fratura a fratura em se u a totalidade da banda iliotibial da sua inserção no tubér-
colo e pode ser deslocado como um fragmento grande com apenas culo de Gerdy. Ganhe exposição intra-articular por meio de
uma ligeira depressão central e comi nui ção. O tratamento aberto incisão do ligamento coronário ou inframeniscotib ia l e
de fraturas do platô tibial é facilitado pelo uso do distrator femora l retraia o menisco superiormente após a colocação de
AO. Para as fraturas do platô latera l, um pino bicortical é inserido suturas de marcação men iscoca psular não absorvíveis.
imediatamente anterior ao epicôndilo femoral late ral paralela- • Inspecione e desbride ou repare quaisquer lesões menisca is
mente à articulação. Um segundo pino é inserido na co rtical tibial para preservar o máximo de men iscos possível. Para expor
lateral distalmente em relação ao local de fixação proposto no
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES f{ifj@
• Insira um pequeno osteótomo fino, um elevador periosteal,
ou uma tampa óssea curva através da janela cortical ou da
linha da fratura no osso esponjoso subcondral e eleve ao nível
normal os fragmentos deprimidos da superfície articular. À
medida que os fragmentos são elevados e reduzidos, fixe-os
temporariamente com vários fios de Kirschner pequenos.
Estabi lize com fixação de parafuso raft subcondral.
•Apl ique uma placa de reforço à tíbia proximal anterolateral.
Placas peri articu lares pré-contornadas projetadas para fra-
turas do platô tibial estão prontamente disponíveis, nor-
malmente em dimensões de 3, 5 mm ou 4,5 mm (Fig.
54-58). Dependendo do ajuste do implante, pode-se optar
por colocar parafusos raft sepa rados antes de fixar a placa
O@ihM eli,I Um elevador periosteal ou instrumento similar para assegurar o suporte subcond ra l de segmentos articu-
é introduzido abai xo do nível do fragmento do platô tibi al depri- lares recém-elevados. Normalmente, para apenas fraturas
mido. Com uma pressão ascendente cuidadosa e suave, os frag - simples do côndilo latera l (S hatzker 1e li), implantes de não
mentos articulares são elevados. VEJA A TÉCNICA 54-15. travamento de 3,5 mm são suficientes.
•Aumente o defeito com osso esponjoso ou substituto
ósseo.
a fratura longitud inal do cônd ilo latera l, eleve a origem dos • Se o menisco tiver sido destacado perifericamente, sutu-
músculos extensores do aspecto anterolatera l do côndilo re-o com cu idado de vo lta para se u anexo de li gamento
de forma extraperiosteal. Libere a origem muscu lar lateral- coronário. Se a banda iliotib ial tiver sido refletida a parti r
mente até que a linha de fratura esteja exposta. de sua inserção no tubérculo Gerdy, reanexe-a.
• Retraia o fragmento lateral para obter acesso à parte centra l
do côndi lo tibial. Esse fragmento lateral muitas vezes dobra CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O joelho é colocado em
aberto como um livro, expondo a superfície articu lar depri- um imobilizador de joelho removível. Em 1 a 2 dias de
mida e o osso esponjoso da depressão centra l. pós-operatóri o, a fi sioterapia é iniciada com exercícios de
•Alternativa mente, faça uma janela corti cal aba ixo da área quadríceps e exercícios ativo-assistidos suaves são in iciados,
da depressão que permita a redução deste fragmento. ou uma máquina de movimentação passiva pode ser usada.
Essa abordagem, gera lmente, requer dissecção menor A caminhada com mu leta é iniciada, mas nenhuma susten-
dos tecidos moles do que o dobramento aberto do frag - tação de peso é permitida durante 12 semanas. Se uma
mento do côndil o lateral. sutura extensa da periferia do menisco fo r necessária, a
•Insira um elevador periosteal bem aba ixo dos fragmentos imobi lização por aproximadamente 3 semanas é necessária
articulares deprimidos e, por meio de pressão lenta e meti- antes de os exercícios de movimento serem permitidos.
cu losa , eleve os fragmentos articulares e o osso esponjoso
comprimido em uma grande massa (Fig. 54-57). Isso
produz uma grande cavidade na metáfise, que deve ser
preench ida com enxerto ósseo ou um substituto. Se isso • LESÃO LIGAMENTAR COM FRATURA CONDILAR
não for feito, o reposicionamento e a sedimentação podem As lesôes ligamentares cruzada e colateral que ocorrem com frat uras
ocorrer. Vá rios tipos de enxertos foram propostos a partir de côndilo tibial são muito mais com uns do que se pensava ante-
de suportes transversais co rti ca is para enxertos ilíacos de riormente e, se não tratadas, podem ser responsáveis pela instabili-
espessura tota l. Nós preferimos substitutos ósseos injetá- dade e um mau res ultado fina l, apesar de uma fratura de côndilo
veis, tais como sulfato de cálcio ou cimentos ósseos de bem consolidada. Um aumento na incidência de artrite pós-traumá-
fosfato para o manejo do defeito metafisário subcond ra l tica tem sido encontrado após fratura do platô tibial com lesão
após a elevação dos segmentos articula res deprimi dos. ligamentar concom itante. Lesões ligamentares foram relatadas em
•A abordagem lateral-padrão dá apenas uma visão li mitada 4% a 33% das fraturas do platô tibial e em 60% das fraturas-luxação.
do platô posterolateral e não fornece acesso à pa rede O ligamento colateral medial é o mais com umente ferido, geral-
posterior do platô tibial lateral. Certas fratu ras loca lizadas mente com fratur as de dep ressão locais e não deslocadas do
no platô posterolatera l requerem uma abordagem mais côndilo lateral da tíbia. Radiografi as de estresse são úteis para fazer
extensível. Nesta situação, a incisão fascia l seg ue a inserção o d iagnóst ico. Em um est udo prospectivo de 30 fra turas do platô
dos músculos extensores e continua sobre a fíbula subca- tibial submetidas à correção cirúrgica, Benn ett e Browner re lata-
pita l. A camada inteira é despida distalmente conforme ram uma incidência de 56% de lesões dos tecidos moles adicionais;
necessário. Exponha o nervo fibular e corte o colo fibular 20% das fraturas foram associadas a lesões meniscais, 20% tinh am
com uma serra osci lante. Isso permite a retração do seg- lesão ligamentar colateral medial, 10% apresentavam lesão ligamen-
mento superi or para a parte de trás ou a rota ção da cabeça tar cruzada, 3% tinham lesão ligamentar colateral lateral e 3% apre-
fibular para cima, expondo o platô posterolatera l e o alar- sentaram lesão do nervo fibular. A lesão ligamentar colatera l medial
gamento lateral e posterior da tíbia proximal. ocorreu na maioria das vezes com fraturas Schatzker do tipo II,
•Se o deslocamento do aro periférico for ligeiro, e a enquanto a lesão meniscal ocorreu na maioria das vezes com fra tu -
depressão centra l do côndi lo for a deformidade principal, ras Schatzker do tipo IV.
remova uma janela cortical anterior com a sua borda Exames de estresse pré-operatório e pós-operatório do joelho são
proximal distalm ente à superfície articular. recomendados para se detectar lesão ligamentar. A frouxidão residual
após redução anatômica do platô tibial indica lesão ligamentar.
WW» PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM AD ULTOS
HMll@B!I A, Lesão por frat ura-luxação do platô da tíb ia medial. B, Redução e estabilização do cô ndil o tibial medial deslocado
por meio de abordagem posteromedial para fo rn ecer fi xação por placa de refo rço. VEJA A TÉCNICA 54-15.
Delamarter, Hohl e Hopp destacaram o mau prognóstico da lesão no pós-operatório. A cinta é usada durante 4 semanas. Quando o
cruzada ocorrendo com fratura do platô tibial e a frequência de gesso é removido, exercícios ativos são iniciados.
flacidez residual significativa. Se as eminências intercondilares da
tíbia forem fraturadas e deslocadas, elas devem ser substituídas e
fixadas no momento da redução aberta do côndil o. A fixação pode
• REDUÇÃO ASSISTIDA ARTROSCOPICAMENTE E
ser feita com suturas passadas através de túneis ósseos ou com um FIXAÇÃO DE FRATURAS DO PLATÔ TIBIAL
pequeno parafuso de fragmento se o fragmento da eminência for As técn icas de red ução e de fixação artroscopicamente assistidas estão
grande o suficiente. As lesões de média substância do ligamento para ser utilizadas com maior frequênc ia no tratamento de fraturas
cruzado anterior devem ser reconstruídas mais tarde, se a frouxidão do platô tibial Schatzker do tipo I, tipo II e tipo III. Técnicas artros-
sign ificativa permanecer após a consolidação da fratura. Lesões de cópicas requerem dissecção mínima de tecido mole, proporcionam
média substância agudas do ligamento colateral medial geralmente excelente exposição da superfície articular e podem ser utilizadas para
cicatrizam satisfatoriamente com tratamento conservador. Devido diagnosticar e tratar a lesão do menisco concomitante.
ao aumento da exposição cirúrgica necessária para reparar o liga- Buchko e Johnson descreveram uma técnica artroscópica em
mento e à imobilização pós-operatória que é necessária para levar que a extremidade afetada é colocada em um suporte da coxa, um
ao aumento da rigidez do joelho, a reparação aguda do ligamento torniquete é inflado e um portal artroscópico anterolateral é colo-
colateral médio é raramente indicada. As lesões ligamentares cola- cado aproximadamente 2 cm acima da linha de articulação para
terais devem ser protegidas com uma órtese art iculada. Se o liga- permitir ao cirurgião olhar para baixo sobre o platô tibi al. Uma
mento colateral medial for reparado, uma incisão medial separada ava li ação diagnóstica completa é realizada. Uma bomba artroscó-
é necessária, como descrito para a reparação do ligam ento colateral pica de baixa pressão pode se r usada, mas não é obrigatória, apesar
medial (Cap. 45) . Quando o ligamento tiver sido reparado e a fratura de melhorar a exposição e facilitar a lavagem articular. Se a bomba
do côndilo, fixada, o joelho é imobilizado em um molde de gesso for utilizada para fraturas extracapsulares (Schatzker tipo I, tipo III
ingnopédico com o joelho flexionado em 45 graus. Embora a e tipo IV), a porção metafisária do local da frat ura deve ser exposta
movimentação precoce após a fixação das fraturas do côndilo da para impedir o extravasamento do líquido de irrigação para os
tíbia seja desejável, a movimentação deve ser adiada se a reparação tecidos moles. Essa incisão pode ser usada posteriormente para criar
de uma lesão ligamentar colateral aguda também estiver envolvida. um a janela óssea para redução e enxerto ósseo. Fraturas Schatzker
Nós descobrimos que a utilização de um gesso ingnopédico mantido do tipo III ge ralmente são intra-a rticulares e o extravasamento é
durante 2 semanas até que as sutu ras sejam removidas segu ido de uma preocupação menor. A art iculação deve ser cuidadosamente
uma cinta femoral com um batente de extensão que permite a lavada para evacuar a hemartrose e remover ossos soltos e fragmen-
flexão, mas impede a extensão completa, é um compromisso eficaz tos condrais. Quando a avaliação diagn óstica tiver sido completada,
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFER IORES tJifj@
a redução pode ser realizada com a bomba ou com uma técnica
•Às vezes, a mobil ização da borda superior dos tendões da
artroscópica seca. Se o menisco latera l estiver retido no local da
pata de ganso pode ser necessária para a fixação da fratura.
fratura, ele pode ser retirado com um ganch o. Lesões do men isco,
•Realize a redu ção e a fi xação interna uti lizando uma placa
geralmente, podem ser reparadas e devem ser tratadas como tal. As
de fragmento pequena de 3,5 mm centrada sobre o áp ice
técnicas para o reparo meniscal são descritas no Capítulo 45.
da extensão da fratura distal. Essa abordagem pode ser
Os fragmentos deprimidos podem ser elevados através de uma
utilizada em co njunto com a fixação do côndi lo latera l
pequena janela cortical. O fragmento deprimido pode ser localizado
por meio de uma abo rdagem anterolatera l para tratar
por meio de um guia tibial do ligamento cruzado anterior para colocar
lesões bicondilares .
um fio de Kirschner no fragmento deslocado. O fragmento pode ser
•A incisão pode se r colocada mais dista l anteriormente se
elevado utilizando-se um impactador canulado. A redução pode ser
o padrão da fratura ditar. Embora ra ramente necessárias,
avaliada com precisão por meio do artroscópio e o defeito resultante
as abordagens mediais extensíveis têm sido defendidas
pode ser preenchido com enxerto ósseo autógeno ou substituto de
através de incisões de linha méd ia anterior de fraturas do
enxerto ósseo. A fixação é reali zada com parafusos corticais percutâ-
cônd ilo media l da tíbia proximal. Os leitores podem con-
neos de 3,5 mm. Devido a fixação da fratura com placa de reforço ser
su ltar as edições anteriores deste texto para uma discus-
necessária nos pacientes com ossos com osteoporose, a redução
são mais aprofundada desta técn ica.
artroscopicamente assistida é menos adequada para essa população
de pacientes. Pequenas séries clínicas usando técnicas de redução e
fixação artroscopicamente assistidas em fraturas do platô tibial, pre-
dominantemente as Schatzker do tipo I, tipo II e tipo III, têm mos- • FRATURAS PROXIMAIS COMINUÍDAS
trado bons ou excelentes resultados em 80% a 100% dos pacientes. No passado, a redu ção anatômica por meio de exposições extensas
e a fixação rígida com várias placas de fragmentos grandes eram
• FRATURA DO CÔNDILO MEDIAL preconizadas para o tratamento de fraturas do platô tibial bicondi-
Se a redução aberta, a elevação e a fixação interna do cô ndilo tibial lares. A incidência inaceitável de complicações infecciosas e na cica-
medial forem necessárias, uma técnica semelhante à descrita ante- tri zação das feridas muitas vezes associadas a essas técnicas tem
riormente para o côndilo lateral da tíbia é praticada. A frat ura pode levado ao desenvolvimento de estratégias alternativas de tratamento.
ser abordada por meio de uma incisão reta anterior, anteromedial As técnicas atualmente aceitas incluem redu ção indireta, exposições
ou posteromedial. Para a compactação da divisão e a dep ressão total cirúrgicas menos extensas, fi xação com placa de reforço da maioria
de fraturas do côndilo tibial medial, além de elevar o fragmento dos côndilos comin uídos e fixação do côndilo menos envolvido com
ósseo deprimido e embalar o osso abaixo dele, uma placa de reforço implantes menores, tais como parafusos canulados, placas antides-
medial deve ser aplicada. Isso pode ser dobrado para se alcançar um lizantes e fixadores externos monolaterais de dois pinos. Fixadores
contorno preciso para se ajustar à metáfise tibial e ao côndilo tibial de anel e fio e fixadores monolaterais de meio-pino, com ou sem
e a fratura pode ser fixada com parafusos de fixação ou un icorticais red ução abe rta limitada, também estão sendo usados para tratar
esponjosos na região proximal da placa e com parafusos corticais essas fra turas difíceis. Exames de TC pré-operatórios são essenciais
-padrão na porção distal (Fig. 54-58). Fraturas mais complexas do ao planejamento de uma estratégia para o tratamento. A RAFI é
platô medial podem necessitar de uma exposição mais extensível. adiada por 7 a 10 dias (às vezes mais) até que o edema e as lesões
dos tecidos moles tenham diminuído. Se a cirurgia for adiada, a
fixação externa uniplanar temporária abrangendo o joelho é uma
EXPOSIÇÃO MEDIAL técnica valiosa ta nto para a estabili zação do tecido esquelético
quanto dos tecidos moles até que a fixação definitiva possa ocorrer.
TÉCNICA
•Avalie criticamente a imagem pré-operatóri a, bem
REDUCÃO ABERTA E FIXACÃO
como a cobertura de tecidos mo les do paciente para
INTERNA DE LESÕES BIC01'1DILARES
assegurar uma reso lução sat isfatória do edema antes A abordagem cirúrgica de fratu ras comp lexas do platô
de prosseg uir. tibial deve ser individua lizada com base na configuração
•A local ização da extensão dista l da fratura do côndilo específi ca da fratura. O que se segue é uma abordagem
medial vista na TC ajuda a determ inar o loca l idea l para gera l apl icável a mu itas destas fratu ras.
a incisão cirúrgica .
•O objetivo da aplicação de fixação interna deve ser uma TÉCNICA
construção de reforço estável. Para ating ir esse objetivo,
a f ixação intern a deve ser posicion ada sobre o ápice da •Coloque o paciente em decúbito dorsal sobre a mesa
fratura distalmente. fluoroscó pica.
•Mu itas fraturas do côndi lo posteromedia l e media l podem •Com base nos estudos de imagens, assim como no pla-
ser fi xadas por meio de uma abord agem cirú rgica poste- nejamento cuidadoso pré-operatório, marque as incisões
romedial . cirúrgi cas propostas tanto mediaimente quanto latera l-
•Marque a incisão na pele proposta com tinta ci rúrgica inapa- mente, o que aj uda a confirmar que um a ponte suficiente
gável apenas posterior e paralela à borda t ibial med ial. de tecido mole esta rá presente para minimizar o potencial
• Divi da a pele e os tecidos su bcutâneos de forma acentu- de comp licações dos tecidos moles.
ada e mobi lize a borda inferior ou os tend ões da pata de •Tipicamente, a abordagem med ial ou posteromedial é
ganso, e, em seguida, utilize o intervalo cri ado com a rea lizada como descrito anteriormente. Isso perm ite a
cabeça medial do gastrocnêmio. redu ção e a estabi lização do segmento cond il ar medial )
@lijt PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
QL)
esse fio estiver anexado e tensionado ao anel distal, asse-
gure o a linhamento apropriado do eixo mecânico forçando
os anéis proximais e distais para tornarem-se paralelos uns
aos outros; as articulações são paralelas também.
•Também é possível uti li zar a cabeça da fíbula como uma ÇJ
placa de reforço. Ao colocar um fio olivado através da
cabeça da fíbula obliquamente ao côndilo late ral e ten - Deslocado Vertical Osteocondral
sionar esse fio o livado, a cabeça da fíbula é comprimida co minuído
no côndilo latera l.
H@ll@eB Classifica ção das frat uras da patela . (Redese-
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A sustentação de peso nhado de Wiss DA, Watson JT, Johnson EE: Fractures of the knee. ln
é adiada por cerca de 3 meses para que todas as linhas de Rockwood CA Jr, Green DP. Bucholz RW, et ai, editors: Rockwood and
fratu ra intra-articulares e os enxertos ósseos se consolidem . Green 's fra ctures in adults, ed 4, Philadelphia, 1996, Li ppincott-Raven.)
Quando tiver ocorrido a consolidação radiográfica, a armação
da fi xação externa pode ser removida. O paciente é colocado
em uma órtese articulada para ajudar na reabilitação.
Brooke ten ha proposto em 1937 que a patela não é um órgão fun - recuperado media 11,8 cm 2 e que apenas uma amostra era inferior
cional, estudos posteriores de Haxton (1945) e Kaufer (1971) refu- a 4,1 cm 2 . Em uma média de 8 anos de acompanhamento, 78% dos
taram essa alegação. Haxton estudou pacientes com e sem pateta e pacientes tiveram resultados bons ou excelentes, as amplitudes de
mostrou que o poder de extensão do joelho aumenta ass im que a movimento alcançaram 94% do normal e a força média foi de 85%
art iculação se estende; ou seja, o poder de extensão é maior com o do normal. Artrite patelofemoral se desenvolveu em 53%. O
joelho a 30 graus de flexão do qu e a 60, 90, ou 120 gra us. Kaufer tamanho do fragmento retido não se correlacionou com o resul-
comparou joelhos de cadáveres intactos e patelectomizados e desco- tado. Hung et ai. constataram que 95% dos pacientes recuperaram
briu que 15% a 30% a mais de força do quadríceps eram necessários a força total, 92% tiveram m ais do que 120 graus de flexão do
para estender completamente os joelhos patelectomizados do que os joelho e 14% relataram dor, mas o tamanho do fragmento retido
joelhos intactos. O efeito da patelectomia fo i eliminado por meio da não fo i observado.
elevação do tubérculo tibial por 1,5 cm. Devido a extensão ser a O local adequado da inserção do tendão patelar na patela
função mais importante do joelho, deve-se concluir que a patelec- re manescente após patelectomia parcial também tem sido contro-
tomia prejudica definitivamente a eficácia do mecanismo do quadrí- verso. A reinserção do tendão patelar anteriormente à patela tem
ce ps. Isso pode não ser suficiente para interferir com as atividades sido demonstrada como causa da inclinação excessiva do polo
normais, e nós temos achado ser raramente necessária a elevação do infer ior da pateta na direção da superfície articular femoral e de
tubércul o tibial após a patelectomia. Peeples e Marga descobriram art rite patelofemoral. Saltzman et ai. recomendaram a religação do
que 15% de 49 pacientes com patelectomias tinham um atraso tendão patelar perto da borda ar ticul ar da patela. No entanto,
extensor e 50% relataram uma fraqueza que afetava o movimento Marder et ai. desco briram qu e o anexo posterior do tendão patelar
de subir escadas. Em duas séries separadas com um acompanha- perto da superfície articular causou inclinação do polo proximal
mento de longo prazo, Jakobsen et ai. e Edwards et al. relatam da patela na direção da superfíc ie articular femoral e qu e a religa-
redução na força do quadríceps de 33% e 44%, respectivamente, ção anterior do tendão patelar restaurou um padrão m ais normal
após a patelectomia. Marya, Bhan e Dove compararam a fixação de de contato patelofemoral. Zhao et ai. reportaram resultados satis-
ban da de tensão anterior com patelectomia e encontraram 80% de fató rios em 21 pacientes nos quais o tendão patelar foi reinserido
excelentes resultados após a osteossíntese em comparação com 50% na cortical anteri or. Em um modelo de cadáver, as forças necessá-
de excelentes resultados após a patelectomia. rias para estender o joelho foram significativamente elevadas
Em um esforço para m anter o comprim ento da patela e quando o tendão patelar fo i recolocado perto da superfície articu-
permitir o movimento anterior, têm sido desenvolvidas técnicas lar, mas as forças foram aumentadas quando o tendão foi recolo-
para preservar em vez de excisar o polo infer ior da patela em cado na co rti cal anteri or.
fr aturas cominuídas. Yang e Byun relataram bons resultados fun - Seja qual fo r o local escolhido de reinserção, as radiografias
cionais e ausência de falha no material de osteossíntese, infec- intraoperatórias devem ser avaliadas com cuidado para garantir que
ções, retardo de con solidações, ou fraturas não consolidadas em o mecanismo extensor não seja excessivamente reduzido e que a
25 pacientes tratados com a técnica de fi ação ver tical para fratu- patela restante não está inclinada. Günal et ai. compararam os resul-
ras cominuídas do polo inferior da patela. A técnica de fio ve r- tados da patelectomia simples (16 pacientes) com os resultados da
ti cal também provou ser mais eficiente do que uma p atelectomia patelectomia com avanço do vasto medial oblíquo (1 2 pacientes).
parcial e suturas de tração em testes biomecânicos em cadáveres. Em um mínimo de 3 anos de acompanhamento, os resultados foram
Matejcic et ai. descreveram o uso de uma placa para fixação de significativamente melhores nos pacientes com o vasto medial
fr aturas cominuídas do polo inferior da patela. Em 51 pacientes, oblíquo avançado.
os res ultados foram excelentes em 30, bons em 16 e satisfatóri os A redução aberta e a fixação externa utilizando pinos superio-
em cinco. Não houve maus resultados . Nós não temos nenhuma res e infer iores colocados transversalmente adjacentes aos polos
experiência com essas técnicas. proximal e distal, e conectados externamente aos grampos de com-
Por causa das objeções à patelec tomia, tentamos salvar pressão, têm sido usadas com sucesso para tratar fraturas transver-
todas as patelas ou, pelo menos, o terço proximal ou distal, se sais e cominuídas. Liang e Wu recomendaram salvar todos os
isso for praticável . Se o polo distal ou proximal da patela estiver fragmentos principais começando a movimentação em 2 semanas e
cominuído, os pequenos fragmentos são removidos, mas o maior removendo a fixação externa em 4 semanas. Outros têm defendido
fragmento é preservado. Quando a cominuição for extensa e a a aplicação de fixação externa circular sob controle artroscópico.
reconstrução da superfície articular for impossível, a patelecto- Nós não temos nenhuma experiência com esses métodos.
mia completa é real izada. Apesar da ocorrência frequente de
fraqueza no qu ad ríceps e atrofia, bons ou excelentes res ultados
são notados após a pateiectomia em 78% dos pacientes em longo
TÉCNICAS E ABORDAGENS
prazo de acompan hamento. COMUNS PARA FRATURAS
Quando a patelectomia parcial for escolhida, a maior quanti- PATELARES
dade de patela possível deve ser salva. Os pedaços maiores podem
ser presos em conjunto com parafusos interfragmentários para TÉCNICA
aumentar o tamanho do remanesce nte patelar. Os fragmentos comi-
nuídos são removidos e o mecanismo extensor é recolocado à patela •Faça uma incisão em linha méd ia longitudinal ou parapa-
através de furos. O tamanho do fragmento patelar que possibilita o telar lateral, especia lmente se a fratura for cominuída ou
salvamento é controverso. Marder et ai. mediram as áreas de contato se um a fu t ura substitui ção da articu lação for antecipada .
patelofemoral e as pressões patelofemorais em joelhos de cadáveres Como alternativa, uma incisão transversal curvada pode
antes e depois da patelectomia parcial. Eles acharam alterações mar- ser feita com ap roximadamente 12,5 cm de comprimento
cantes na área de contato patelofemoral em algumas amostras após com o ápice da curva no frag mento distal, o que possi-
patelectomia de 60% com uma área de contato menor de 50% de bi lita exposição suficiente para a redução da fratura e )
controle. Saltzman et ai. descobriram que a área do fragmento
W@:t PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
reparação da expansão do extensor rompido e da sinóvia. •Passe a extremidade med ial do fio de um modo simi lar
)
Se uma área de pele estiver gravemente contundida, tente ao longo da borda medial de ambos os fragmentos a
evitá-la ou excise uma pequena parte, pois o fechamento meio cam inho entre as superfícies anterior e posterior.
da pele não produz nenhuma dificu ldade significativa . •Passe a extremidade media l do f io tra nsversa lmente
•Afaste a pele e os tecidos subcutâneos proxima l e distal através do tendão patelar, do lado medial para o lado
para expor a superfície anterior inteira da patela e do lateral, ao redor da borda dista l da patela e, em seguida,
quadríceps ma is os tendões patelares. Se os fragmentos prox ima lme nte ao longo do lado latera l da pate la para
da fratura estiverem muito separados, presume-se que a borda supero late ral. O f io deve se r colocado próximo
lesões na expansão do extensor possam estar presentes à patela, especialment e acima e abaixo; se ele for inse-
e essas devem ser cuidadosamente buscadas med iai- rido através dos tendões d ista is dos fragmentos, a
mente e lateralmente. fixação f ica insegura, pois o fio se rompe dentro dos
• Remova todos os pequenos fragmentos ósseos destaca- tecidos mo les quando estiverem sob tensão, pe rmitindo
dos e inspecione o interior da articu lação, e especia l- a separação dos fragmentos. Centralize o fio a me io
mente o su lco femoropate lar, em busca de uma fratura caminho entre as superfícies anteri o r e posterior, man -
osteocondral. tenha a li nha de frat ura a partir da abertura anterior-
• Irrigue completamente o interior da articu lação para remove r mente ou posteriorme nte assim que o f io circunferencial
coágulos sanguíneos e pequenas partícu las ósseas. fo r apertado.
• Anatomicamente, reduza os fragmentos da fratura •Aproxime os fragmentos e mantenha-os em posição com
usando grandes cl ipes de toa lha ou fórceps adequados uma pin ça de red ução; puxe as duas extrem idades do fio
de segurar ossos e fixe os fragmentos internamente pelo até que elas estejam apertadas e torça-as junt as.
método preferido pelo cirurgião. Inspecione a superf ície •Confirme a posição dos fragmentos, especialment e a
articular após a fixação para se assegu rar de que a redução relação entre as superfícies art icu lares, por rad iografias
está anatõmica . do joelho nos planos anteroposterior e lateral, e por ins-
•Repare cuidadosamente com suturas interromp idas a peção direta e pa lpação, antes de as lesões capsulares
membrana sinovia l, a cápsula romp ida e o mecanismo se rem reparadas.
extensor de suas extremidades externas em direção à • Corte o fio excedente e deprima as extrem idades torcidas
lin ha méd ia da articu lação. no tendão do quad ríceps.
•Repare as lesões capsu lares com sutura interrompida.
•Um f io pré-torcido que é apertado por torções em dois
pontos opostos uns aos outros fornece ma is pressão e
fixação em todo o loca l da fratura. Colocar a primeira
FIXAÇÃO POR CERCLAGEM torção no f io antes de in iciar sua inserção perm ite a ele
um loca l adiciona l pa ra o aperto.
CIRCUNFERENCIAL
A f ixação por cerclagem circunferencial era, antigamente, a CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Uma ta la posterior da
técnica mais popular. Com o laço rosqueado através dos tecidos vi ri lha ao tornozelo fornece imob il ização suf iciente durante
moles em torno da patela, uma fixação rígida não é alcançada; o período pós-opera tório. O paciente é encorajado a
então, um adiamento de 3 a 4 semanas para o início do movi- real iza r exercícios de ajuste do quadríceps e, em alguns
mento do joelho é necessário se essa técnica for utilizada . Ela dias, deve levantar a pe rn a para fora da cama. Em 1O
tem sido amplamente substituída por técnicas de f ixação mais a 14 dias, as suturas são removidas e um molde de
rígidas para permitir a movimentação precoce da articulação, cilindro ou imob il izador de joe lho é apli cado com o
embora possa ser utilizada em conjunto com outras técnicas joe lh o em exte nsão. Ao pac iente é pe rm it ido andar
para a f ixação de fraturas cominuídas. usando mu letas quando o controle muscu lar ativo da
perna for obtido. Nas fraturas transversa is, a imobiliza-
.TÉCNICA ção pode ser abo li da em 3 semanas e exercícios ativos
e ativo-assistidos suaves são iniciados. Assim que a
(MARTIN) energia muscu lar retorna, as mu letas são descartadas,
o que aco ntece norm alme nte em 6 a 8 sema nas. Após
•Comece enfiando um fio de aço inoxidável nº 18 na a consol idação da fratura, na maioria dos casos o fio
borda superolatera l da patela passando-o transversa l- deve ser removido; se não, eventualmente pode romper-se,
mente imediatament e ao lado do polo superior da patela tornando-se do loroso e difícil de remove r. As extrem i-
através do tendão do quadríceps. dades torcidas geralmente podem ser local izadas por
•Passe o fio através do tecido uti lizando uma agulha ma ior meio de uma pequena incisão sob anestesia loca l; o fio
de Ga ll ie ou enfie-o por meio de de uma agulha lntracath é cortado próximo das extrem idades e é retirado com
inserida com a ponta afiada saindo no local onde a pouca dificu ldade. Nós temos usado suturas sintéticas
próxima sutura é desejada. pesadas em vez de fios, mas essas não são tão satisfa-
•Co loque o fi o nº 18 dentro da ext rem idade afiada da tórias quanto os fios; elas tendem a ser um pouco elás-
agu lha lntracath e, quando a agulha for retirada, passe o ticas e não fixam os fragmentos de forma segura. Além
fio nº 18 ao longo do seu caminho dentro da agulha. Isso disso, uma bursite pate lar crõnica se desenvolve ocasio-
é gera lmente mais fáci l do que uti lizar a agul ha de Ga llie na lmente, possivelmente a parti r de uma reação alérg ica
grande por causa da rigidez do fio nº 18. ao material sintético.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
U@IJ;f;U:JB A e B, Fratura t ransversa l deslocada da patela fi xa da com fios de banda de tensão usand o-se duas alças de fios ante-
riores e dois parafusos longitudinalmente dirigidos. VEJA A TÉCNICA 54-21 .
•Repare as lesões retinaculares com várias suturas interrom- voltarem, normalmente em 18 a 24 semanas. Nos pacien-
)
pidas. tes com fi xação menos estável ou extensas lesõesretinacu-
•Alternativamente, parafusos canulados de 4 mm parcial- lares, a movimentação ativa deve ser adiada até que a
mente rosqueados podem ser utilizados em vez dos fios consolidação da fratura tenha ocorrido. Iniciar os exercícios
de Ki rschner (Fig. 54-64). Parafusos interfragmentários de amplitude de movimento pela 6ª semana pós-operató-
para minifragmentos também podem ser colocados hori- ria é desejável, mas não é sempre possível. Uma joelheira
zontalmente para juntar os fragmentos de fratura comi- de movimento controlado pode ser uti lizada, permitindo a
nuída, convertendo a fratura cominuída a um padrão de extensão e a flexão em grau permitido pela fi xação, tal
fratura transversal. A técnica anterior da banda de ten são como determinado intraoperatori amente .
modificada pode ser utilizada. Se a cortical anterior for
dividida a partir da superfície articu lar no plano coronal,
o fragmento normalmente pode ser protegido com o fio
Se a fixação for perdida e os fragmentos, separados em 3 mm
de banda de tensão anterior. Se isso não for bem-suce-
a 4 mm, ou 2 mm a 3 mm de incongruência articular estiverem
dido, o fragmento pode ser extirpado.
presentes, uma cirurgia de revisão pode ser necessária. Se a redução
melhorar com o joelho em extensão completa, o paciente pode ser
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O membro é colocado
tratado por 6 semanas com talas ou gesso com o joelho em extensão
em extensão em uma tala de gesso posterior ou joelheira
completa. Se a redução não melhorar, deve ser considerada a revisão
removível . O paciente é autorizado a deambular, assim
da fixação ou uma patelectomia parcial. O fixador externo pode ser
como a sustentação de peso dentro do nível de tolerân-
removido após a consolidação da fratura, se provocar si ntomas.
cia, no 1ºdia de pós-operatório. Os exercícios isométricos
e de pern a rígida são incentivados e começa m também
no 1° dia de pós-operatório. A extensão do movimento
ativo permitido no período pós-operatório imediato é deter-
FRATURAS PATELARES COMINUÍDAS
minada no intraoperatório com base na estabilidade do
Muitas vezes, apenas o polo distal da patela está fragmentado, dei-
reparo da fratura. Exercícios ativos de amplitude de movi-
xando um fragmento proximal substancial e relativamente normal.
mento podem ser realizados quando a ferida estiver cica-
Esse fragmento é uma parte importante do mecanismo extensor e
trizada, o que ocorre em 2 a 3 semanas. Os exercícios de
deve ser preservado. A possibi li dade de que ele possa produzir
resistência progressivos podem ser iniciados e a cinta,
artr ite femoropatelar posteriormente tem sido subestimada. Os
interrompida em 6 a 8 semanas se a cicatrização for
detalhes da sutura do tendão patelar para o fragmento devem ser
evidente na radiografia. As atividades sem restrições podem
observados com cuid ado para evitar um a inclinação do fragmento,
ser retomadas quando as fo rças completas do quadríceps
o que pode causar a erosão do sulco patelar.
CAPÍTU LO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIOR ES fDm
Ot§il;t.)B:ID Patelect o mi a pa rci al (vej a texto) . A, O fragmento retido é aproximado ao te ndão co m sutu ra s não absorvívei s
gra ndes. B, Faça fu ros o ri entados pa ra reco loca r te ndão pe rto da superfície art icul ar. C, As expansões do quad ríce ps são com p let a-
mente repa radas. VEJA A TÉCNICA 54-2 2.
FRATURA OSTEOCONDRAL DO
JOELHO
A Força Aérea do Exército realizou uma pesquisa com cerca de 186
pacientes com corpos soltos no joelho. Em 21 deles, os corpos soltos
foram o resultado de fraturas osteocondrais quer do fêmur quer da
patela. Rosenbe rg descobriu que as fraturas osteocondrais do
côndilo femoral lateral são mais com uns em adolescentes do sexo
masculino e sugeriu que, muitas vezes, elas foram causadas por
lLLxação da patela, que corta fora um fragmento do côndilo em muito
da mesma maneira como as fraturas osteocondrais da patela são
O@ii;fljl:?m Após a redução e a fixação interna da fratura da
produzidas. As fraturas osteocondrais do côndilo femoral também
patela, dois cabos são inseri dos através de orifícios transversa is
podem ser causadas por um golpe direto ou movimento de torção
perfurados no tubérculo tib ial e no polo proximal da patela; eles
em um a sustentação de peso com o joelho flexionado.
são cruzados anteriormente ao ligamento patelar para formar uma
Segundo Milgram, o mecanismo de lesão da patela é o seguinte.
figura de o ito e são dobrados uns aos outros. VEJA A TÉCNICA 54-23.
A patela é momentaneamente subluxada sobre o côndilo lateral com
força sufi ciente para marcar as superfíc ies articulares da patela e do
fêmur. A borda medial da patela é pega contra a borda proeminente
do côndilo femora l. Assim que o músculo quadríceps encaixar a
) patelar; de outro modo, a flexão do joelho faz com qu e
patela de volta no lugar, a borda do côndilo fe moral corta um frag-
o f io desloque-se posteriormente, o que impede a parti lha
mento osteocondral a partir das bordas inferior e medial da patela.
da carga ao longo da fratura. O f io pode ser removido
Um mecanismo semelhante com rotação interna forçada do fêmur
por meio de um procedimento ambu latoria l ou cerca de
contra a tíbia tem sido descrito resultando em luxação da patela e
3 meses depois da cicatrização da fratura.
fratura do côndilo femoral lateral.
As fraturas osteocondrais do joelho ocorrem mais comurn ente
em adolescentes e adultos jovens, alguns deles com um histórico de
PATELECTOMIA TOTAL luxação da patela ou um a lesão de torção no joelho associada a uma
pressão dolorosa. Uma hemar trose está prese nte nas lesões agudas
Nas fraturas em que a frag mentação é tão grave que não
e o indicativo de sensibilidade da lesão retinacular medial é comum.
há fragmentos grandes o suficiente para serem recupera-
As fratu ras osteocondrais da patela são estimadas em ocorrer em 5%
dos, uma patelectomia total pode ser indicada.
das luxações patelares agudas em adolescentes. O diagnóstico e o
tratamento das fraturas osteocondrais do joelho são necessários para
TÉCNICA obter os melhores resultados. Alguns pacientes relatam bloqueio ou
urna sensação de um corpo solto no interior da articulação do
• Excise todos os fragmentos preservando o máximo pos-
joelho. Em outros casos, o diagnóstico é mais sutil. Um alto índice
sível da patela e dos tendões do quadríceps.
de suspeição em relação a essas lesões deve ser mantido em adoles-
•Limpe a articulação de fragmentos ósseos e resíduos por
centes ou jovens ad ultos que procuram tratamento para uma hemar-
meio de irri gação abundante.
trose aguda do joelho. Rad iografias anteroposterior, lateral, em
•Coloque uma sutura não absorvível espessa em fo rma de
perfil, em túnel e oblíquas de alta qualidade devem ser obtidas se
uma bolsa ao longo das margens dos tendões patelares
houver suspeita de uma fratura osteocondral.
e quadríceps e através das expa nsões caps ul ares media l
As fraturas osteocondrais não deslocadas em crianças muitas
e lateral.
vezes podem ser tratadas com sucesso com métodos conservadores
•Puxe a sutura limpa e projete a extremidade do tendão
(Cap. 36). As frat uras osteocond ra is deslocadas devem ser tratadas
completamente fora da articulação. Quando a sutu ra
cirurgicamente. A cirurgia deve ser realizada imediatamente para
t iver sido apertada até que ela faça um círculo de cerca
evitar mais danos à articulação. Frequentemente, os fragmentos são
de 2 mm de diâmetro, amarre-a de forma segura.
tão pequenos que, tecnicamente, fixá-los de volta ao se u leito é
• Embora pequena , essa roseta de tendão pode ter a apa-
impossível; esses devem ser excisados. Os fragmentos maiores
rência de uma pequena patela. Uti lize suturas interrompi-
devem ser recolocados em se us leitos e estabilizados. O tratamento
das suplementares para reparar a ruptura capsular e
cirúrgico de adolescentes com fraturas osteocondrais como resul-
aponha as extremidades do tendão do quadríceps e patelar
tado de luxação agud a da patela deve incluir a reparação medial dos
mais adiante. A sutura em bolsa encurta o mecanismo do
tecidos moles para melhorar o alinhamento patelar.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
Nervo
A fibular
lij!ijm!·)DD A, Anatom ia e exposição cirúrg ica. B e C, Radiografias intraoperatórias posteroanterior e latera l. (De Taitsman LA, Frank JB,
Mi lls WJ, et ai: Osteochondral fracture of the distal latera l femoral condyle: a report of two cases, J Orthop Trauma 20:358, 2006.)
Uma variedade de m étodos de fixação tem sido defendida orifíc ios e cada furo contenha dois fios de material de sutura. As
para fra turas osteocondrais do joelho, tais como pinos de metal, ex trem idades li vres das suturas são amarradas sobre a borda an te-
pinos ósseos corticais de aloenxer to, parafusos Herbert (Zimmer, rior da patela. O pós-operatório para as fraturas osteocondrais
Varsóvia, IN), parafusos côn icos Acutrak (Ac um ed, Braverton, fixa s cirurgicamente consiste em 3 a 6 sem anas de imobilização e
OR), sutu ras absorvíveis e hastes absorvíveis. O dispositivo de 6 a 12 sema nas de sustentação de peso protegido, dependendo da
fixação não deve sobressair através da superfície articular para a adequação da fixação e do local da fratura.
lesão articular; caso con trário, pode causar dan os graves. Os pinos Taitsman et ai. relataram du as fraturas osteocondrais do
de metal, geralmente, exigem a rem oção após a consolidação da côndi lo femora l posterolateral tratadas com sucesso com RAFI com
fratura devido à sua tendência para mi grar. As pesquisas sob re os parafusos. A TC é útil para determinar o tamanho, a localização e
di spositivos de fixação reabso rvíveis têm prod uzido evidências o local de orige m do fragmento. Uma incisão anteromedial é feita para
clínica e experimental de que as hastes polidioxanone reabsorví- recuperar o fragmento e reparar o retináculo medial. Uma segunda
ve is fornecem fixação satisfatóri a de fraturas os teoco ndrais. Pritsch incisão é feita posterolateralmente se estendendo do epicôndilo lateral
et ai. propuseram uma fixação de fraturas osteocond rais da patela do fêmur ao colo da fíbula. O nervo fibular é identificado e a fásc ia,
por suturas absorvíveis qu e consiste em grandes fragmentos co n- incisada ent re o tendão do bíceps anteri ormente e o nervo fibu lar
d ra is anexados a lascas ósseas fin as. O fragmento é reduzido em posteriormente. Uma capsulotomia longitudinal é feita a partir da
seu leito e três furos são fe itos co m um pequeno fi o de Kirsch ner fixação meniscal à reflexão capsular proximal. O fragmento é redu -
através do fragmento e da patel a em um padrão triangular. Três zido e fixado provisoriamente com fios de Kirschner. Dois parafusos
suturas Vicryl (Ethicon, Johnso n & Johnson , Somerville, NJ) são de 2 mm o u 2,4 mm são usados para esta bilizar os fr agmentos
colocadas de modo qu e cada fi o de su tura passe através de dois de fo rm a d efiniti va e as cabeças d os parafuso s são preci pitadas
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
A A1 A2 A3
B 81 82 83
por 2 mm a 3 mm. No pós-operatório, a amplitude de movimento fu nção pode se r difícil. As incidências de má co nsolidação, pse udo-
é permitida no 1º dia de pós-operatório. O suporte de peso de toque artrose e infecção são relativamente elevadas em muitas sé ries rela-
baixo somente é permitido nas primeiras 12 semanas. Os autores tadas. Nos pacientes idosos, o tratamento pode se r complicado por
recomendaram a fixação interna do s fragmentos osteocondrais que uma ar troplas ti a ante rior.
envolvem a superfície do sup orte de peso do côndilo femoral, que A classificação das fraturas do fêmur distal descrita por Müll er
tem osso suficiente ligado para permitir a cicatrização (Fig. 54-67). et ai. e estendida para a classificação AO/OTA é útil para determin ar
Se o diagnóstico e a cirmgia forem adiados, as extremidades do o tratamento e o prognóstico. Ela baseia-se na localização e no
fragmento e o defeito ficam arredondados e w11 encaixe exato fica impos- padrão da fra tura e considera todas as fraturas dentro da largura
sível. O fragmento deve ser excisado, o leito esponjoso onde o fragmento tra nsepicondilar do joelho (Fig. 54-68). As fraturas do tipo A envol-
de origem deve ser suavizado e qualquer borda destacada ou desgastada vem a di áfi se distal apenas com diferentes graus de cominuição. As
de cartilagem deve ser excisada de forma acentuada e verticalmente, em fraturas do tipo B são as fraturas do cônd ilo: o tipo Bl é uma divisão
vez de chanfrada ou raspada para baixo. Se a área envolvida for pequena sagital do côndilo lateral, o tipo B2 é uma divisão sagital do côndil o
e não envolver uma superfície de suporte de peso, pouca, se algtm1a, medial e o tipo 83 é um a fratura no plano coronal. As fraturas do
deficiência geralmente resulta da remoção do fragme nto. tip o C são fraturas condil ares em T e em Y: as fraturas do tipo C l
não têm cominuição, as fraturas do tipo C2 têm uma fratura da
diáfise cominuída com dois fragmentos articulares principais, e as
FÊMUR DISTAL frat uras do tipo C3 têm co minuição in tra-articul ar.
Na década de 1960, os métodos de tratamento conservador, como
As fraturas supracondilares e intercondilares do fêmur distal histo- a tração e o engessamento, produziram melhores resultados do que o
ricamen te têm sido difíceis de tratar. Essas fraturas muitas vezes são tratamento cirúrgico por causa da fal ta de dispositivos adequados de
instáveis e cominuídas e tendem a ocorrer em pacientes idosos ou fixação interna. Com o desenvolvimento de melhores dispositivos de
com várias lesões. A incidência é maior em mulheres com mais de fixação interna pelo grupo AO, as recomendações de tratamento come-
75 anos, em adolesce ntes do sexo masculino e em homens de 15 a çaram a mudar e o tratamento cirúrgico passou a produzir melhores
24 anos de idade. Devido à proxi midade des tas fraturas com a arti- resultados do que o tratamento conservador, especialmente para as
culação do joelho, rec uperar o movimento completo do joelho e sua fratu ras intercondilares e extra-articulares. As fraturas intra-arti culares
CAPÍTULO 54 FRATU RAS DE MEMBROS INFERIORES fim
fragmentos cominuídos. As fraturas com um reforço medial comi- paciente em decúbito lateral, o peso da perna causou angulação em
nuído e perda óssea segmentar ou as fraturas muito baixas transcon- valgo. Quando o paciente estava em decúbito dorsal, no entanto,
dilares podem angular em varo por causa da movimentação na a força dos músculos gastrocnêm io causou angulação posterior.
interface parafuso-placa. Os dispositivos desenvolvidos para blo- Eles sugeriram a inserção de pinos de Steinmann lisos no fêmur
quear os parafusos na placa aumentam a estabilidade do fixador distal, medial e lateralmente à patela, para manipular o fragmento
externo e evitam a deformação em varo. Alguns autores têm utili- e manter o alinhamento adequado. Leung et ai. defenderam o uso
zado metacrilato de metila para melhorar a aquisição do parafuso de um pino de tração colocado na parte anterior do fêmur distal
pelo osso osteopênico. Tradicionalmente, se a instabilidade medial para evitar angulação posterior quando a posição supina for usada.
estiver presente após a aplicação de uma placa de reforço lateral, é No geral, 95% de excelentes ou bons resultados foram relatados
recomendada a adição de uma placa medial. Um grande fragmento após a haste anterógrada .
invertido de placa em T inserido por meio de uma incisão medial Nós usamos a haste intramedular bloqueada estática para a
subvastus separada, a fixação dupla da fratura com placa com maioria das fraturas AO do tipo A e muitas dos tipos Cl e C2 dentro
enxerto ósseo e uma técnica de fixação dupla de fratura com placa de 4 cm a 5 cm da fossa intercondilar. As fraturas dos tipos Cl e C2
bloqueada foram todas elas técnicas recomendadas. Bolhofner et ai. não deslocadas com divisão intercondilar podem ser convertidas em
defenderam a fixação da fratura com placa percutânea. Eles trataram padrões do tipo A com fixação com parafuso percutâneo dos cõn-
57 fraturas supracondilares femorais com redução aberta e fixação dilos, normalmente parafusos canulados de 6,5 mm. As fraturas
com placa usando métodos indiretos e todas as fraturas se consoli- intercondilares deslocadas podem ser reduzidas por meio de uma
daram. Usando a pontuação de Schatzker, relataram bons resultados incisão parapatelar anterior e estabilizadas por parafusos coloca-
em 84%, mas admitiram que a habilidade cirúrgica foi um fator dos anteriormente e posteriormente à trajetória esperada da haste.
importante. Nós concordamos que essa é uma boa técnica para A haste de bloqueio anterógrada fechada pode ser colocada. A ponta
pontear uma fratura altamente cominuída e isso pode ser feito da haste pode ser cortada, se necessário, para se obter urna melhor
mediaimente ou lateralmente no fêmur. fixação nas frat uras mais distais. O diâmetro da haste deve preencher
Placas condilares com parafusos que estão bloqueados à placa o istmo do canal femoral. Um prego subdimensionado pode causar
têm sido utilizadas (Fig. 54-71). Essas placas proporcionam estabili- angulação no local da fratura, levando a má consolidação. O com-
dade semelhante ao parafuso condilar dinâmico e mitigam a angula- primento dos parafusos de bloqueio distal deve ser verificado usan-
ção em varo que pode ocorrer com um defeito femoral medial. Essa do-se imagens oblíquas de fluoroscopia. Os parafusos que são muito
fixação pode eliminar a necessidade de uma placa femoral medial. longos podem irritar os tecidos moles na região medial do joelho e
A técnica de estabilização menos invasiva (LISS) da placa, que impedir o movimento do joelho.
utiliza parafusos bloqueados e fixação percutânea, também fo i intro- Nós avaliamos os resultados de 57 fraturas supracondilares e
duzida. As propriedades biomecânicas deste dispositivo de fixação intercondilares do fêmur tratadas com haste de bloqueio anteró-
têm sido comparadas com as propriedades do parafuso condilar grada em nossa instituição. Esse conjunto incluía oito fraturas AO
dinâmico e da placa de reforço condilar. A LISS permitiu maior do tipo A2, 13 do tipo A3, oito do tipo Cl, 25 do tipo C2 e três
deformação elástica do que os outros sistemas, colocando-a entre a fraturas do tip o C3; 44% das fraturas eram expostas. Todas as fratu-
fixação rígida e a haste intramedular. Nossa experiência com esse ras uniram-se e 3,5% necessitaram de enxerto ósseo. A má consoli-
método tem sido satisfatória, mas a nossa preferência de implante dação ocorreu em 7% das fraturas e duas fraturas expostas do tipo
são os sistemas de fixação de fratura condilar com placas bloquea- IIIB (3,5%) foram infectadas. Uma haste (1,7%) falhou, mas não
das. Implantes de bloqueio mais novos com capacidade poliaxial exigiu reoperação. A amplitude de movimento variou 115 graus.
estão surgindo, o que pode trazer utilidade para certas fraturas, Maus resultados ocorreram em todas as três fraturas AO do tipo C3,
especialmente as lesões periprotéticas. um causado por uma infecção e dois pela má redução da linha da
fratura coronal não reconhecida.
Se a haste anterógrada for considerada para o tratamento de
HASTE INTRAMEDULAR uma fratura femoral intercondilar, as radiografias pré-operatórias
devem ser examinadas com cuidado em busca da presença de linhas
A haste intramedular tem recebido maior atenção para o tratamento de fratura coronais. As frat uras AO do tipo C3, geralmente, são mais
das fraturas do fêmur distal. Esses dispositivos obtêm maior fixação tratadas com técnicas de fixação com placa, enquanto a haste anteró-
"biológica" do que as placas, pois eles são implantes de partilha de grada, provavelmente, é preferível para as fraturas do fêmur distal
carga em vez de limitação de carga. Eles oferecem maior preservação com vasta extensão da diáfise. Krettek et ai. recomendaram parafu-
dos tecidos moles e o enxerto ósseo é necessário com menos fre- sos de bloqueio medial anteroposterior e laterais para aumentar a
quência. A principal desvantagem da fixação com haste é que ela estabilidade primária destas fraturas.
fornece estabilização menos rígida de fraturas do fêmur distal do As hastes femorais retrógradas, inseridas através da fossa inter-
que a fixação com placas em testes biomecânicos. A fa lha do mate- condilar, tornaram-se um método popular de tratamento de fraturas
rial de osteossíntese tem sido relatada em 15% das fraturas do fêmur supracondilares AO do tipo A e tipo B. Similar às hastes anterógra-
do terço distal tratadas com haste bloqueada anterógrada. A inci- das, essas hastes "supracondilares" e "de joelho" têm as vantagens
dência de falha do material de osteossíntese aumenta se a fratura teóricas de serem dispositivos de partilhamento de carga, exigindo
estiver 5 cm dentro do orifício do parafuso mais proximal. Tem sido pouca dissecção dos tecidos moles e raramente necessitando de
sugerido que a falha do material de osteossíntese pode ser prevenida enxerto ósseo. A haste retrógrada das fraturas do fêmur distal é
pela condução da haste no osso subcondral, adiando a sustentação preferível à haste anterógrada em determinadas situações. A haste
de peso total e aumentando a espessura da parede da haste. Ao usar retrógrada é tecnicamente mais fácil de manusear do que a haste
esses princípios, a haste intramedular tem sido usada com sucesso anterógrada em pacientes obesos. As fraturas do fêmur distal abaixo
para tratar as fraturas do fêmur distal. de implantes de quadril ou acima de implantes totais do joelho com
Tornetta e Tiburzi usaram hastes intramedu lares bloqueadas um design de entalhe aberto também podem ser tratadas eficaz-
anterógradas e descobriram que, quando a haste foi colocada com o mente com a haste retrógrada. A haste retrógrada pode também ser
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES fI!lllll
utilizada para es tabilizar fraturas femorais distais associadas a fratu- configurações de fraturas instáve is, o tamanho d a haste (maior), não
ras do quadril ipsilaterais, permitindo que a fratura do quadril seja o método de inserção, determinou a estabilidade. O parafuso con -
estabilizada com um dispositivo separado. dilar dinâmico com um padrão de parafuso disperso apresentou
Em um teste mecân ico co mparando a haste anterógrada com maior rigidez à torção que a haste supracondilar, enquanto a haste
a haste retrógrada nas fraturas da di áfise do fêmur com e sem supracondilar com uma configuração de parafuso agrupad a absor-
contato ósseo, nenhuma diferença foi enco ntrada nas hastes quando veu mais energia duran te a carga axial. lto et al. também compara-
utilizadas para as co nfig urações de fraturas estáveis; mas, em ram a haste supracondilar com uma placa de lâmina condilar,
BD PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
concluindo que a haste supracondilar proporcionou estabilidade igual instabilidade, frequentemente relatadas após o tratamento não
à de uma placa, exceto quando as cargas de torção foram maiores. cirúrgico. Algumas fraturas minimamente deslocadas podem ser
Relatórios sobre a haste supracondilar retrógrada têm mostrado tratadas com redução e fixação percutânea, mas a redução aberta é
resultados aceitáveis (90% a 100% de consolidação; amplitude de normalmente necessária para se obter uma reconstrução articular
movimento do joelho de 100-116 graus) . As complicações relatadas anatômica. Nos pacientes com bom estoque ósseo, parafusos inter-
foram infecção em 0% a 4%, má consolidação em 0% a 8%, falha do fragmentários esponjosos de 6,5 mm proporcionam uma fixação
material de osteossíntese em 4% a 10%, fratura da has te em 0% a 8% segura o suficiente para permitir a movimentação depois de alguns
e impacto da haste sobre a patela em 0% a 12%, o que pode ser evitado dias. Nos pacientes com osso osteoporótico, uma placa de reforço
pelo rebaixamento adequado da haste. Implantes intramedulares fle- pode ser necessária para impedir a migração cefálica do côndilo.
xíveis, tais como o dispositivo supracondilar de Zickel, hastes de Ostermann et ai. relataram excelentes resultados em 83% dos
Ender e hastes de Rush, também têm sido usados com algum sucesso pacientes em 6 meses de acompanhamento com RAFI de fraturas
para tratar fraturas do fêmur distal. No entanto, desde o desenvolvi- unicondilares do fêmur. Todas as fraturas que não tiveram excelen-
mento da placa mais rígida e dispositivos de parafuso bloqueio e tes resultados foram em pacientes com lesões associadas.
hastes intramedulares, as indicações para a sua utilização são limita-
das. Nós temos usado dispositivos intramedulares flexíveis com mais Fl2CAÇÃO DE FRATURA DO
frequência em pacientes idosos com fraturas supracondilares mini-
mamente cominuídas. Historicamente, no entanto, modelos mais
CONDILO MEDIAL
recentes de implantes com técnicas de inserção minimamente invasi- Se apenas um côndilo estiver fraturado, a operação é rela-
vas têm antiquado a utili zação dos dispositivos flexíveis. tivamente simples, e, devido a diáfise não estar envolvida,
a fixação interna gera lmente é suficientemente segura para
permitir a movimentação depois de alguns dias . Muitas
FIXAÇÃO EXTERNA vezes, as fraturas de côndi lo podem ser reduzidas com
tração em uma mesa cirúrgica ou em uma mesa radiotrans-
A fixação externa pode ser usada tanto como fixação temporária parente com topo achatado e mantidas provisoriamente
quanto definitiva nas fraturas expostas graves do fêmur distal, espe- com vários grampos periarticulares. A fratura pode ser
cialmente nas fraturas associadas à lesão vascular. Se a fratura tiver fixada com um parafuso interfragmentário percutâneo, um
um componente intercondilar significativo, o joelho deve ser coberto parafuso de compressão sem cabeça côn ica ou por meio
pelo fixador externo. Devido ao potencial de infecção no trajeto do da colocação de uma placa de reforço. A redução aberta
pino e à rigidez do joelho, essa técnica deve ser reservada para as é indicada para as fraturas de côndilo irredutíveis.
fraturas expostas mais graves. Nós usamos essa técnica para fornecer
tração local enquanto se permite a mobilidade dos pacientes com TÉCNICA
politrauma. Essa técnica também possibilita uma melhor avaliação
por TC da fratura do fêmur distal. A conversão para fixação interna •No aspecto anteromedial do joelho, inicie uma incisão
deve ser feita dentro de 14 dias antes de ocorrer infecção no trajeto longitud ina l 1O cm proxima l à linha da articu lação e
do pino. A conversão precoce de um fixador externo abrangente para que se estenda distalmente até abaixo do nível da arti-
uma haste intramedular é segura em pacientes com múltiplas lesões. cu lação . Incise a cápsula e a sinóvia no nível da arti-
Se wn paciente for colocado em um fixador externo abrangente cu lação em linha com a incisão na pele e alargue a
e não estiver medicamente pronto para a haste intramedular dentro do incisão proxima lmente ao longo da borda latera l do
tempo de armação de segurança, o fixador pode ser convertido para músculo vasto medial na sua junção com o tendão do
um fixador de fio pequeno ou fixador híbrido. Esse método é reservado quadríceps. Estenda essa incisão proximalmente o sufi-
para recuperação em ferimentos graves. Ele está associado a Luna taxa ciente para expor o côndilo femora l medial, o sulco
de 1%a 10% de ii1fecção e rigidez significativa do joelho, que é causada patelofemoral e a área intercond ilar.
pela natureza da lesão em vez de pelo método de fixação. • Exponha os fragmentos soltos de côndi lo - tanto o
cônd ilo inteiro quanto apenas uma parte dele.
•Insira um pino de Steinmann ou um parafuso no frag-
FRATURAS NOS CÔNDILOS DO FÊMUR mento grande de modo que ele possa ser usado como
uma alavanca durante a redução.
• FRATURAS UNICONDILARES DO FÊMUR •Limpe a articu lação de todos os detritos e ossos soltos
As fraturas unicondilares (AO do tipo B) ocorrem com menos fre- por meio de uma irrigação abundante e reduza a fratu ra
quência do que as fraturas do fêmur supracondilares ou intercondi- sob visão direta com o pino ou o parafuso servindo como
lares. Lesões concomitantes à extremidade ipsilateral es tão presentes uma alavanca.
em cerca de um terço dos pacientes. Uma avaliação radiográfica • Insira vários fios de Kirschner através dos fragmentos da
cuidadosa, o que inclui visualizações anteroposterior, lateral, patelar fratura no côndilo femoral lateral intacto.
tangencial e em túnel, é necessária para diagnosticar precisamente •Coloque dois parafusos esponjosos perpendiculares ao
as lesões associadas a as fraturas do joelho e coronais do côndilo local da fratura para fixar o fragmento do côndi lo femoral
posterior (AO do tipo B3 ou fraturas de Hoff). Uma tomografia media l no côndi lo femoral latera l intacto (Fig. 54-72)
computadorizada, ocasionalmente, é necessária para determinar a O tamanho do implante depende do tam anho do frag-
fratura com mais precisão. As fraturas não deslocadas podem ser mento e esta variação determina o uso de parafusos de
tratadas conservadoramente, mas devem ser acompanhadas de 3,5 mm a 6,5 mm. Se o osso estiver osteoporótico, uma
perto por causa da perda de redução. As fraturas unicondilares lavadora sob a cabeça do parafuso ou pino impede a
deslocadas exigem fixação cirúrgica para evitar as complicações de cabeça de afundar através da cortica l.
mau alinhamento axial, artrite pós-traumática, rigidez do joelho e
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES fniDI
semanas, o paciente norma lmente tem evolução gradua l
para a sustentação de peso tota l. A incapacidade residua l
após as fraturas isoladas do côndilo femora l medial geral-
mente é pequena, e uma boa amplitude de movimento
pode ser recuperada quando a redução e a f ixação são
satisfatórias e o movimento da articu lação é iniciado cedo.
FIXAÇÃO DE DA PARTE
POSTERIOR DO CONDILO MEDIAL
Se a parte posterior do côndilo femoral media l for cortada
fora, é recomendada uma RAFI com um parafuso interfrag-
mentário. Embora essas fraturas pareçam inofensivas nas
rad iografias, elas podem prod uzir uma deficiência mar-
cante. Inicialmente, as fraturas não deslocadas frequente-
mente se deslocam se forem tratadas de forma conservadora.
Como observado na visão lateral, o fragmento solto con-
siste em, aproximadamente, metade posterior do côndilo .
O fragmento tem um mínimo de anexos de tecidos moles
h@ii;@ l:Im Fratura do cô ndil o med ial fixada co m parafusos
e pode ser desprovido de supri mento de sangue. Quase
esponjosos de 6,5 m m. VEJA A TÉCNICA 54-25.
toda a sua superfície é coberta com ca rtilagem articular. A
quantidade de deslocamento pode ser mínima. Se o frag-
•Retire os vários fios de Kirschner utilizados para a fixação mento não for reduzido adequadamente, a rugosidade da
temporária e confirme a redução com radiografias feitas superfície articular e a osteonecrose ocorrem. Origina l-
em dois planos. Certifique-se de que as extremidades dos mente, o fragmento não deve ser removido, pois é uma
pinos ou dos pa rafusos esponjosos penetraram na cortica l parte importante da superfície arti cular quando o joelho é
femoral lateral, pois o osso com osteoporose no côndi lo flexionado em 90 graus. O tratamento consiste na fixa ção
não tem boa assimilação. O efeito interfragmentário da fratura na posição adequada.
tardio dos pinos ou dos parafusos esponjosos deve pro-
duzir boa fixação e compressão interfragmentária. TÉCNICA
• Em alguns pacient es com osso com osteoporose, a f ixação
apenas com parafusos pode ser inadequada; no entanto, •A exposição adequada pode exig ir incisões ant eromed ial
uma placa de reforço é contornada para se adaptar ao e posteromedial . A redução anatômica da superfície arti-
côndilo medial. cu lar é de suma importância.
•Uma alternativa para a fixação com parafusos canulados • Recoloque a porção posterior do côndilo femoral medial
é o uso da fixação de fragmentos pequenos em que a por meio de uma incisão posteromedial de Hende rson
compressão interfragmentária pode ser consegu ida com (Cap. 1) e f ixe-a t emporariamente com vá ri os f ios de
parafusos interfragmentários de 3,5 mm e ainda ser mais Kirschner.
estabilizada com a adição de uma pequena placa de • Dependendo do tamanho do fragmento, insira dois parafu-
reforço de fragmentos. sos interfragmentários chanfrados adequadamente de 3,5
•Qua lquer que seja o sistema de fixação interna selecio- mm ou 4,5 mm de anterior pa ra posterior. Nós também
nado, o princípio fundamenta l continua se ndo a redução temos usado a fixação com parafusos de compressão sem
articular anatôm ica. cabeça can ulados diferenc iais. Coloq ue os parafu sos mediai-
mente à articulação patelofemoral , se possível, e encaminhe
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O paciente é colocado -os perpendicularmente ao local da fratura.
em uma tala ingnopédica removível ou é usado um cura- •Rebaixe todos os parafusos que forem colocados através
tivo macio vol umoso com um envoltório de compressão da superfície articular. Inspecione para ver que o parafuso
leve e imob ilizador de joelho. A movimentação passiva não penetra a superfície articu lar posteriormente.
contínua pode ser iniciada imediatamente após a cirur- •Retire os f ios de Kirschner transfixantes. Ocasionalmente,
gia, se isso for desejado. Exercícios ativo-assistidos uma porção da cabeça medial do gastrocnêm io pode exigir
suaves são iniciados quando o inchaço desaparecer. A reflexão lateralmente para uma exposição adequada.
deambulação com um andador ou muletas é iniciada no •Depois que os parafusos forem inseridos, verifique a
2º ou 3° dia de pós-operató ri o, perm itindo apenas o redu ção e a posição dos parafusos por radiografias e
suporte de peso de toque em ba ixo. Os exercícios de feche a incisão.
amplitude de movimento e do quadríceps e os exercícios
isquiotibiai s são aumentados gradualmente. Se a fratura CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O pós-operatório é o
estiver cicatrizando de forma satisfatória, a carga parcial mesmo que o recomendado após a fixação do côndilo
pode ser permit ida em 8 a 1O semanas. Em 12 a 14 femora l media l (Técnica 54-25).
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
O@ll;@e:&I A e B, Fratu ra do côndilo do fêmur lateral com o componente de fratura de corte corona l do cônd ilo do fêmur latera l
posteri or. C e D, Após RAFI com fixação do fragmento pequeno. Note os parafusos interfragmentários anteroposteri ores para estabi-
li zação da fratura corona l do côndi lo do fêmur posterior.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES fm:llll
Tendão do
quadr íceps
/;
1
lateral--
Tendão do /".:)
/
quadrícep / •--Patela
Retináculo , )/ parapatelar
lateral mediaimente
lateral Y J evertida
A B e
u(dmt•)l?m Técnica swashbuckler. A, A fáscia que sobrepõe o quadríceps é inc isada longitudinalmente e levantada lateralmente
fora do músculo subjacente. B, Mais lateralmente, a fáscia sobre o quadríceps se torna confluente com a banda iliotibial. A artrotomia
parapatelar lateral é realizada . Proximalmente, a incisão da artrotomia é feita entre o músculo vasto latera l e o retináculo lateral do
joelho. C, A libera ção proxi mal das fibra s do vasto lateral a partir do septo intermuscu lar lateral permite uma maior mobilização do
quadríceps. Os vasos perfurantes podem ser controlados com cautério. VEJA A TÉCNICA 54-27.
APLICAÇÃO SUBMUSCULAR
MINIMAMENTE INVASIVA DE
PLACA CONDILAR DE BLOQUEIO
TÉCNICA mm
• Posicione o paciente em decúbito dorsal sobre uma mesa
O@ilif!il:m Inserção minimamente invasiva de placa para a
fi xação de fraturas supraco ndil a res ou intercond il ares do fêmur
distal usando-se estabilizadores especia lmente concebidos para o
direcionamento da f ixação proximal. Isso permite uma fixação
radiotransparente. Realize uma elevação bem acolchoada sob exata, m inimizando o dano biológico às zonas metafisárias comi-
o quadril ipsilateral para manter o fêmur em rotação neutra. nu idas. Note a tração do pino tibial proximal e a curva utili za da
Prepare e arme o membro de forma normal. Posicione o para ma ior controle do comprime nto ax ial e a linhame nto rota-
membro sobre uma elevação estéril ou reforço triangular. cional. VEJA A TÉCNICA 54-28.
•Exponha o fêmur distal como descrito anteriormente
(Técnica 54-27). Tipicamente, apenas a extensão distal da
abordagem é necessária com artrotomia parapatelar posicionamento do implante bastante difíceis. Um exame
lateral para redução articu lar. Alternativamente, uma minucioso de imagens contra laterais do joelho pode faci-
abordagem lateral direta pode ser utilizada nas fraturas litar a identificação de nuances anatômicas quando a
extra-articulares ou naquelas com componentes articu la- modelagem pré-operatória for realizada.
res simples (Fig. 54-75). •No plano fluoroscópico latera l, confirme se o posiciona-
•Reduza os fragmentos do côndilo com fios de Kirschner mento distal da placa está paralelo à cortical posterior do
e fórceps de redução . fêmur para garantir a flexão e a extensão adequadas do
•Coloque a placa condilar gu ia na cortical lateral para plano corona l. Uma vez que o posicionamento apro-
determinar a posição apropriada para a colocação dos priado foi observado, coloque fios-guia adicionais através
parafusos interfragmentários para manter a redução con - do guia de placa para prender a placa no segmento distal.
dilar sem interferir com a placa. •Uma tração longitudinal pode ser aplicada e a instrumen-
•Usando referências anatôm icas e imagem de braço em C, tação de direcionamento, utilizada para permitir a colo-
coloqu e a placa de forma submuscu lar sobre os côndilos cação de um fio guia provisório no furo mais proximal da
reconstruídos sem tentar reduzir os fragmentos proximais placa escolhida. É fundamental que o comprimento e a
e insira um fio guia de 2,5 mm por meio do furo guia do redução da rotação sejam observados antes deste passo.
fio central paralelo à linha femorotibial. Obtenha uma Além disso, em fraturas particularmente cominuídas da
imagem para confirmar o posicionamento paralelo . Para metáfise distal do fêmur, um fio proximal único não pode
essa parte do processo, a colocação do fio é fundamental fornecer suficiente manutenção do comprimento sozinho.
, pois "define" a posição distal da placa no plano coronal. •Uma vez que o comprimento e o alinhamento rotacional
O posicionamento não paralelo deste fio de referência estejam "definidos", coloque um coxim por baixo da
inicial pode inadvertidamente induzir a um mau ali nha- parte metafisária da fratura para determinar a flexão e a
mento em varo ou em valgo do plano coronal. Cuidado extensão.
com as variações anatômicas, como a hipoplasia do •Muitas placas periarticulares não se encaixam na anato-
côndi lo lateral, que pode deixar a reconstrução e o mia de cada paciente e, consequentemente, pode ocorrer
CAPÍTULO 54 FRATU RAS DE MEMBROS INFERI OR ES
Vista lateral
Incisão
B
•Use fios de Ki rschner, redução pontiaguda do tenácu lo • Dobre a placa de reforço medial para correspon der exa-
)
ou grandes grampos periarticulares para uma estabiliza- tamente ao contorno do fêmur medial. Nós preferimos a
ção temporária. fixação do fragmento pequeno norma lmente.
•Reduza o bloco articular distal reconstruído e fixe-o pro- • Coloque a porção transve rsal da placa d istal mente
visoriamente à diáfise femoral. Coloque uma placa lateral de modo que os orifícios dos parafusos permitam a
e temporariamente fixe-a ao fêmur distal. colocação de parafusos nas porções anterior e pos-
•Quando a redução for satisfatória, prenda-a com dois ou terior dos côndi los femorais. O parafuso anter ior
quatro pa rafusos proxima is e distais inseridos sob orien- deve permitir a fixa ção transcondilar-bicondi lar (Fig .
tação de imagem intensificada. 54-77B).
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
A B Medial
O@ii;f!iDm Fixação de fratura do fêmur distal com placa dupla. A, Abordagem subvastus (su l) (veja texto). B, Ap li cação de placa
em T do fragmento grande. VEJA A TÉCNICA 54-29.
O!ffl!;Hm A, Fratura do fêmu r d ista l altamente cominuída em pedestre atingido por um veícu lo em alta ve locidade . Observe o
envo lvimento muito baixo da fratura do côndilo femoral medial. Construções latera is baseadas, norma lmente, não fornecer iam a f ixação
adequada para esse fragmento. B, Fixação de pequeno fragmento do cônd ilo femoral medial por me io da abordagem subvastus como
adjuvante para a construção da típica f ixação baseada mais lateral. VEJA A TÉCNICA 54-29.
•Para a extremidade proximal da placa medial, utilize pelo enxertia. Repare a artrotomia e feche a abordagem media l
menos quatro corticais de fixação (Fig. 54-78). de forma rotineira.
• Depois de os parafusos estarem colocados, considere o
preenchimento dos defeitos ósseos com enxerto autólogo CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O pós-operatório é o
nas lesões fechadas . Caso contrário, espaçadores de mesmo daquele para a fixação com placas condilares de
cimento antibióticos podem ser aconselháveis para feri- bloqueio, com início da movimentação baseado na esta-
mentos abertos e como preparação para uma futura bilidade da reparação da fratura.
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
aos limites da fratura. Parafusos esponjosos na extremidade distal insira os parafusos mais proximais e distais na placa segui-
do fêmur melhoram a assimilação, especialmente se o osso for oste- dos pelos parafusos restantes. In sira com a técn ica AO de
oporótico. As placas podem ser removidas após 2 a 3 anos da lesão, fixação de fratura com placa de co mpressão-padrão .
desde que a consolidação esteja completa; no entanto, a remoção da Alternativamente, a fixação com parafusos de bloqueio
placa não é rotineiramente necessária. Osso cortical sob uma super- pode ser colocada em construções que estão em ponte
fície rígida de placa AO remodela mais como osso esponjoso. Para entre segmentos com inuídos ou f êmur osteoporótico.
a cortical resgatar a sua resistência e fixação externa normais, o • Riemer et ai. tentaram obter 1O corticais acima e abaixo da
estresse tem de ser reaplicado gradualmente após a remoção da fratura. Os únicos fragmentos em asa de borboleta que
placa. Quando duas placas em 90 graus em relação uma à outra foram substituídos foram os fragmentos necessários para
forem usadas, ambas as placas não devem ser removidas ao mesmo determinar o comprimento anatômico, a diáfise e a rotação .
tempo, pois o osso fica duplamente fraco, e, assim, é provável que Eles não tenta ram reduzir a cortical medial perfeitamente.
refrature. A seg unda placa pode ser removida 6 meses após a pri- • De acordo com Riemer et ai., se as placas de compressão
meira. O osso deve ser protegido contra o estresse excessivo por, dinâm icas de aço inoxidável forem uti lizadas, o enxerto
pelo menos, 6 semanas após a retirada da placa. ósseo a partir da metáfise da tíb ia proximal lat era l é
necessário para evita r a fa lh a do material de osteossíntese
e pseudoartrose. Embora em nossa instituição a fixa ção
FIXAÇÃO COM PLACA E PARAFUSO com placa de compressão de fraturas da diáfise femora l
DE FRATURAS DA DIÁFISE FEMORAL seja ra ra, não necessitamos de enxertia óssea medial se
a manobra de redu çã o indireta for empregada.
TÉCNICA • Não repare o vasto latera l; coloq ue-o de volta no lugar
sobre drenas de sucção.
•Coloque o paciente em decúb ito dorsa l sobre uma mesa • Repare a fáscia lata com uma sutura corrida ou uma
rad iotransparente se a fluoroscopia estiver prevista para sutura absorvível interrompida.
o proced imento. •Execute o fechamento subcutâneo e da pele na fo rma-
•Coloque uma elevação bem acolchoada sob o quadril -padrão.
ipsi lateral.
•Prepare a perna inteira, inclu indo a crista ilíaca e a viri lha. CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os pacientes são auto-
•Faça um a incisão na pele, no tecido subcutâneo e na rizados a se senta r no dia da cirurgia. Drenas são deixados
fáscia lata por meio de uma abordagem lateral. no loca l por 24 a 48 horas. A profilaxia antibiótica pós- opera-
• Faça uma incisão na fásc ia e eleve o músculo vasto latera l tória de rotina é administrada por 24 horas tanto no caso de
anteriormente para fora do septo intermuscular, o que fraturas expostas como no de fechadas. Os pacientes são
pode ser faci lmente conseguido com um elevador. autorizados à sustentação de peso de toque em baixo e são
•Os vasos perfurantes correm perpendicula res à diáfise do incentivados a realizar exercícios de amplitude de movimento
fêmur aproximadamente a cada 3 cm. Id entifique e ligue do joelho ativos e passivos. Os exercícios de forta lecimento
os vasos perf urantes antes da tra nsecção . Clipes vascu la- são adiados até que os sintomas agudos do pós-operatório
res pequ enos ou médios são úteis nesta fase da exposi- melhorem devido à força excessiva que pode ser aplicada à
ção. A cauterização sozinha, muitas vezes, é inadequada, interface placa-osso ou parafuso-osso. Quando a consolida-
pois a retração pode causar o rompimento do coágu lo. ção da fratura estiver progredindo radiograficamente, a sus-
• Use apenas garras como afastadores e evite que os afasta- tentação de peso parcial por 1 mês é permitida e os exercícios
dores sejam colocados mediaimente, pois isso pode ferir os de fortalecimento agressivos são iniciados. A sustentação de
anexos de tecidos moles dos fragmentos da fratura e, teo- peso irrestrita é, então, permitida.
ricamente, aumentar o risco de dificu ldade de cicatrização.
• Eleve apenas uma quantidade mínima de periósteo para ver
a redução da fratura. Cuidados devem ser tomados para
FIXAÇÃO INTRAMEDULAR
expor a lateral do fêmur de uma forma extraperiostea l e
A fixação interna de fraturas da diáfise do fêmur se tornou popul ar
apenas o suficiente para permitir a colocação do implante.
após a Segunda Guer ra Mundial, quando as hastes intramedulares
•Sobreponha as extremidades da fratura e desloque-as em
abertas foram introduzidas. Em um paciente adulto jovem com uma
varo para permitir uma visão direta do cana l medular
fratura não cominuída através da parte mais es treita do canal
• Desb ri de as extremidades da fratura de tecidos moles
medular, uma haste intramed ul ar, salvo complicações, proporciona
desgastados que estão empalados em bordas ósseas
o tratamento fina l para fraturas da diáfise do fêmur. O sucesso das
afiadas e irrigue.
hastes intramedulares resulta em uma estadia curta hospitalar, um
• Segu re os ossos com pinças de suporte ósseo do tipo Ver-
rápido retorno do movimento em todas as articulações, o retorno
brugge f ino, que va i deixar uma "pegada" biológica mínima.
imediato à deambulação e um tempo total de deficiência relat iva-
Se o instrumento tiver que ser reposicionado, remova-o e
mente curto. As fraturas nos terços proxi mal ou distal da diálise ou
substitua-o para evitar a remoção do periósteo.
as fraturas com cominuição grave são menos adequadas, no entanto,
•Traga as bordas mediais dos fragmentos principais em
para essa for ma de fixação inte rn a. A infecção ou a pseudoartrose
contato com a fratura ainda em va ro e, por alavanca
que ocorre após a haste intramed ular desbloqueada aberta podem
contra o osso medial , reduza a fratura.
ser complicações graves. Na maioria das pseudoartroses do fêmur
•Aplique uma placa para a supe rfície posterolatera l plana.
que se desenvolveram depois da haste in tramedu lar aberta nesta
•.Primeiro insira dois parafusos corticais sem bloqueio total -
clínica, tanto a fratura era inadequada para a fixação intramed ular
mente rosqueados adjacentes à fratura, e, em seguida,
quanto a técnica de haste era ruim.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
O@il;ML?IJI Classifica ção de W inqu ist-H ansen de cominu ição (veja texto). (Redesenhado de Winquist RA, Hansen RT, Clawson DK: Closed
intramedu llary nailing of femoral fractures: a report of five hundred and twenty cases, J Bone Joint Surg 66A:529, 1984.)
Embora Kuntscher tenha introduzido a haste intramedular Historicamente, a fixação de fraturas do fêmur com placa tem
fechada na década de 1940, ela não ganhou popularidade na América maiores taxas de infecção e pseudoartrose do que as hastes intrame-
do Norte até os anos 1970. Com melhorias na técn ica e, especial- dulares fechadas. Devido à existência de alguma preoc upação de que
mente, com a disponibilidade dos intensificadores de imagem, a as hastes de bloqueio possam revelar-se "máquinas de pseudoartrose':
haste fechada quas e substituiu a técnica aberta. Embora os métod os foi feito um esforço para tratar o mínimo de fraturas possível com o
fechados ten ham reduzido o risco de infecção, os problemas com bloqueio estático (parafusos colocados proximalmente e distalmen te
fraturas grave mente cominuídas e com as dos terços proximal e à fratura). A classificação de Winquist-Hansen de cominuição (Fig.
distal permaneceram quando se usam hastes desbloqueadas. As 54-8 1) foi rotineiramente usada para determinar se o bloqueio está-
melhorias no design de tempos para cá têm expandido as indicações tico era necessário. Winquist e Hansen classificaram as fraturas nas
de haste nas fra turas proximais e distais, por exemplo, para as hastes seguintes categorias: (1) fratura do tipo I, uma fratura cominuída em
intramedulares de bloqueio e hastes cefalomedul ares, que fornecem qu e um pequeno pedaço ósseo foi quebrado, não afetando a estabili-
comprimento e controle. Nós recomendamos que todos os joelhos dade da fratura; (2) fratura do tipo II, em que pelo menos 50% do
ipsilaterais sejam examinados com o paciente sob anestesia após a contato das co rticais adjacentes se mantêm para impedir o encurta-
fixação da fratura por causa das lesões ligamentares do joelho que mento e aj udar a rotação de controle, e em que é possível os contatos
ocorrem frequ entemente com fraturas do fêmur. Uma variedade de co rticais proximal e distal suficientes da haste para evitar a translação
disposi tivos intramedulares está disponível para o cirurgião ortop é- e o encurtamento; (3) fratura do tipo III cominuída, qu e tem menos
di co encarregado de cuidar do fêmur fraturado. Os mais usados hoje do que 50% de contato cortical ou na qual a aquisição da haste seria
são as hastes intramedulares de bloqueio através das quais os para- ruim ta nto no fragmento proximal quanto no fragmento distal, cau-
fusos transversais ou transfixantes oblíquos podem ser inseridos sando rotação, translação e encurtam ento; e (4) fratura do tipo IV
para controlar os grandes fragmentos proximal e distal, proporcio- cominuída, em que o reforço circunferencial do osso foi perdido e não
nando comprimento e es tabilidade rotacional. A haste pode ser existe nenhum contato fixo entre os fragmentos proximal e distal
inserida tanto do modo anterógrado como do retrógrado. principais para evitar o encurtamento.
mm> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
No passado, as recomendações de Grosse e Kernpf foram tempo de consolidação prolongado geralmente exigido para as fra-
seguidas para determin ar onde os parafusos seriam colocados para turas expostas graves. As hastes delta de Russell-Taylor têm fun cio -
o bloqueio dinâmico (parafusos colocados proxirnalmente ou dis- nado bem nesta situação. Wieck et al. revisaram nossas primeiras
talmente à fratura para co ntrolar a rotação) e a din ami zação 100 hastes fe morais delta de fraturas agudas em 93 pacientes, das
(remoção dos parafusos proximal ou di stal, ou ambos) foi recomen- quais 35 eram expostas, incluindo todo s os graus. Em urn a popula -
dada para todas as hastes bloq ueadas es tati ca mente, normalmente ção qu e anteriormente teria sido tratada com hastes com 13,5 mm
de 6 a 12 semanas. As taxas de co nsolidação ocorreram m esmo nos de di âmetro em m édia, hastes 62 com 10 mm e hastes 38 com 11
pacientes que não retorn aram para a dinamização, o que sugere que mm foram utili zadas. Não foram observadas infecções desenvo lvi-
a fixação da haste intramed ular com bloqueio estático pode condu- das nas 100 fraturas. Um parafuso qu ebrou em um paciente co m um
zir a resultados aceitáveis. reta rdo de consolidação, e, assi m, a recolocação da haste foi neces-
O tempo ideal para as hastes intramed ul ares de fraturas fecha- sária antes da consolidação. Um outro retardo de consolidação
das e expostas tem sido uma área de controvérsia, particularmente também exigiu recolocação da haste an tes da consolidação.
nos casos de existência de politrauma; no entanto, os dados atu ais Os estudos descobriram resultados semelhantes entre a haste
apoiam o uso da haste precoce (até 24 horas) na maioria das fraturas fresada e não fresada, com nen huma diferença no tempo cirúrgico,
do fêmur. Outros autores dem onstraram reduções signifi cativas na necessidade de transfusão ou complicações pulmon ares. Embora não
morbidade do paciente, porém com a estabili zação das fraturas do tenha havido diferença global no tempo de consolidação, os retard as
fêmur no prazo de 24 horas em comparação com a fixa ção tardia de consolidações têm sido relatados com mais frequência após a haste
após 48 horas, especialmente nos pacientes co m várias lesões. Outra não fresada do que a fresada. Quand o as fraturas distais foram anali-
sé ri e suger iu que a fixação femoral tardi a para além de 12 horas nos sadas separadamente, as fraturas com haste fresada consolidaram-se
pacientes com politrauma pode res ultar na redução da m ortalidade mais rap idamente. Tornetta e Tiburzi concluíram que não havia
em aproximadamente 50% . Pape et al. suge riram que a haste fem oral nenhuma vantagem para a inserção da haste não fresa da. Em con-
fresada imediata pode precipitar a síndrome da angús tia respiratór ia traste com a tíbia, o fêmur é circundad o por tecido mole vascular e a
do ad ulto nos pacientes com trauma torácico fechado. Em estu dos infecção de fraturas do fêmur é uma preocupação m enor.
clínicos de aco mpanh amento, os pac ientes fo ram subclassificados a Embora a in cidência de infecção com haste aberta de fraturas
fim de ava liar o risco de compli cações após a haste femoral fresada. fechadas tenha sido de ce rca de 10% em algumas séries, a incidência
Os identifi cados corno pacientes limítrofes, ou aqueles com várias com haste fechada de fraturas fechadas geralmente foi inferior a 1%. A
lesões que estavam em ri sco de complicações após a colocação da incidência de infecção após a haste fresada fechada de fraturas femorais
haste intramedular fresada precoce, ti veram uma m aior incidência expostas foi de 2% a 5%. No passado, a haste tardia foi recomendada
de co mpli cações pulmonares co m a interve nção definitiva precoce. para prevenir a infecção; no entanto, relatóri os recentes indicam qu e a
Os autores defend eram que, na prese nça de várias lesões, a condição colocação imediata de haste nas fraturas femorais expostas não aumenta
pré-operatória deve se r considerada no momento de decidir sobre significativam ente o risco de infecção, embora Brumback et al. tenham
as modalidades de trata mento para as fra turas da diáfise do fêmur observado um aumento de infecções nas fraturas do tipo IIIB.
para minimizar as complicações. Em nosso uso inicial de hastes intramedulares bloqueadas,
Ou tros estud os não co nfirmaram os achados de Pape et al. A seguimos as reco mendações de Winquist e Chaprnan para as frat u-
cont rové rsia permanece sobre o impacto da fixação com haste int ra- ras segm entalrnente corninuídas e tentamos atrasar a fixação intra -
medular fresada de fraturas do fêm ur em pacientes com politrauma. medular definitiva por 2 a 3 semanas até que os tecidos moles
O co nsenso atua l parece se r o de que a imedi ata fixação das fraturas tenh am teoricamente se estabili zado e a granulação do tecido em
do fêmur co m haste intramed ul ar fresada não aum enta o risco de torn o da fratura sirva como um melhor leito para a fre sagem . Em
complicações pulmonares clinicamente significativas na m aioria dos nossas primeiras 100 fr aturas tratadas com haste de Russell-Taylor
pacientes. No entanto, aqueles que são identifi cados como se ndo (1 985-1986), entre as qu ais 23 fraturas expostas de todos os graus,
limít rofes ou em risco muito elevado de complicações podem se r nós fomos forçados a intervir mais cedo; no entanto, para evitar um a
mais bem se rvidos com urna abordagem usando "ortop edia de con- maior deterioração dos pacientes com vá rias lesões e o atraso médio
tro le de danos" para proporcionar a estabilização necessá ria, mini- para a colocação de haste em fr aturas expostas foi de apenas 8,4 di as.
mizando o dano cirúrgico precoce. Em nossa instituição, a maioria Duas das três infecções após a haste das fraturas do fêmur expostas
das fraturas da diáfise do fêmur que podem ser tratadas com fixação em nossa séri e ocorreram nos pacientes com cicatrização de feridas
com haste intramedular é tratada com fixação interna precoce. Os iniciais persistentes (20 e 24 dias após a lesão) qu e tiveram a haste
pacientes considerados de ri sco, consideração essa baseada princi- fresada ad iada. Em nossas primeiras 125 fraturas expostas do fêmur
palmente na existência de lesões multissistêmicas conco mitantes e tratadas co m haste Ru ssell-Taylor co m fixação imediata ou tardi a,
em parâm etros fisiológicos, são temporizados com qualquer fixação co m ou sem fresagem, a taxa global de infecção foi de 4%.
externa ou tração esquelética, se nd o que ambas têm demonstrado Atua lmente, nós nos esforçamos pa ra tratar cirurgicamente
ser efici entes como medidas iniciais. todas as fraturas expostas em até 8 horas após a lesão. As fratur as
Winquist e outros têm mostrad o qu e a elevação das pressões femora is expostas são tratadas com o início imediato de cobertura
intramedulares e o dano térmico causados pela fresagem podem ser antibi ótica intrave nosa, dependendo do tipo de incisão, seguida de
diminuídos usando-se fresadores afia dos co m fl autas de corte pro- desbridam ento urge nte e irrigação. O fê mur é estabilizado com urna
fund as e diáfises estreitas e usando-se o mínimo de força durante a haste intramed ul ar fresada bloqueada estaticamente. O di âme tro do
inserção de fresados. Além de causa r a emboli zação de medula, a ist mo é aproximado radi ografica rnente co mo parte da modelage m
fresagem também danifi ca o endosteum e diminui a força de torção pré-operatória. A incisão traumática é fechada, se cirurgicame nte
dos frag mentos do fêmur. limpa, sob re drenos de sucção fec hados em lesões abertas de baixo
Devido aos possíveis efeitos da fresagem m ed ular, a haste não grau. As incisões abertas mass ivas ou aqu elas que estão totalmente
fresada te m recebido m aior atenção. As has tes intrarnedulares de contamin adas são dei,xadas abertas ou cobertas com curativos de
bloq ueio se m fresagem requ erem implantes menores, capazes de fechamento de cicatri zação de fe rid a ass istida por vác uo. Repetidos
não so mente manter o suporte de peso, mas também de suportar o desbridarnentos são reali zados a cada 24 a 48 horas, dependendo
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEM BROS INFERIORES fm:llll
das características do ambiente da incisão, até que o fec ham ento A maioria das fraturas d a d iáfise do fêmur, em nossa institui-
primário tardio possa ser obtido d e fo rm a segura. Caso contrário, ção, é tratada com o paciente de itado em uma mesa d e fratura. A
nosso objetivo é obter o fechamento da incisão por 2 a 7 dias uti li - posição latera l, normalmente, é reservada para as fraturas proximais
zando enxerto de pele ou, ocasionalmente, a aba de cobertura. subtroca ntéricas, para as quais o posicionamento lateral é muito
Nós também achamos que a haste intra.medul ar bloqueada é um mais propício para a redução da fratura em oposição à posição
tratamento seguro e eficaz para as fraturas do fêmur com lesão vascular. supina. O bloqueio distal é realizado utilizando-se um a técnica de
Embora Connolly e King tenham mostrado qu e o reparo da artéria "círculo perfe ito" à m ão livre. Co mo essa técn ica pode ser realizada
poplítea pode suportar 18 kg de tração, n ós preferimos corrigir a fratura rapidamente, nós rotine iramente usa mos dois parafusos de bloqueio
do fêmur no momento da reparação vascular, se possível, pois pouca distal, principalmente nas fraturas com inuídas que exigem não só
exposição cirúrgica adicional é necessária para a haste fechada. A estabilid ade rotacional mas também estabilidade de comprimento.
fixação precoce permite os benefícios da mobilização precoce. Também Grover e Wiss et ai. não encontraram n enhum a diferença quando
verificamos que a haste intramedular é mais fác il de executar cedo, pois, um o u dois parafusos fora m utilizados pa ra o bloqueio. Acredita-
geralmente, menor tração é necessária e os fragmentos são mais fáce is mos, no entanto, que a sustentação de peso pode, potencialm ente,
de reduzir. Em w11a revisão de fraturas do fêmur com lesões vasculares começar mais cedo quando dois parafusos de bloqueio d istal são
atendidas em nossa instituição entre 1986 e 1994, 17 fraturas tratadas usados em vez de um.
com haste intramedular imediata ou tardia foram todas tratadas com Nós não costum amos realizar a dinami zação d as fraturas que
sucesso. Ferim entos de bala causaram a maioria das lesões e apenas um a demonstram dificuldades d e consolidação. Para o retardo da conso-
fratura foi colocada em haste antes da reparação vascular. Idealmente, li dação de 6 a 8 meses n as fraturas comin u ídas Winquist -H anse n de
um paciente com uma fratura de fêmur e suspeita de lesão vascular deve gra u 3 o u grau 4, nós preferimos enxe rto ósseo in situ o u troca da
se r levado para a sala d e cirurgia para arteriografia depois de haver haste fresada fechada. Os pequenos e m od erados defeitos ósseos,
imagens suficientes para avaliar com precisão a morfologia da fratura geralmente, se preenchem esponta neamente.
para fins de planejamento pré-operatório, e, é claro, para identificar
quaisquer lesões no membro ou que acarretem risco de vida. O tempo • HASTE INTRAMEDULAR ABERTA
é fundamental no trato dessas lesões e o tempo necessário para a obten- A haste intramedular aberta do fêm ur envolve a inserção de haste
ção de urna arteriografia na sala de radiologia atrasa desnecessaria- depois de expo r a fratura. É m enc io nad a principalmente para fins
mente o tratamento. A estreita coordenação entre as unidades de hi stóricos. A indicação principal é o tratamento de pseudoartroses
trauma geral e os serviços de cirurgia vascular é um pré-requisito e a ou das frat uras que precisam de fixação intramedular na face de um
fixação externa rápida pode ser apl icada para fornecer uma condição dispos itivo de fixação interna existente. Os benefícios e os perfis d as
esquelética estável para o reparo vascular. Alternativamente, um compli cações das técnicas d e haste fechada têm em muito ultrapas-
shunt vasc ular temporário po d e se r colocado enquanto a fixação sado os da haste aberta para o tratam en to primário d e fratur as da
esqueléti ca é realizada, o que permite a reparação vasc ular sem a d iáfise fe m ora l. Resumidamente, as técni cas de hastes aberta e
impedâ ncia potencial que um fixador externo pode impor. Em nossa fechada são detalhadas para fin s de comparação. As vantagens d o
exper iência, uma orientação anterolateral do fixador externo é a método aberto são as seguintes:
preferida, pois não interfere com o acesso medial e não coloca os 1. Os equipamentos necessários para o método aberto são menos
trajetos de pinos em linha co m qualquer abordagem latera l potencial caros d o que os necessários para a haste fechada.
ou incisões de bloqueio. 2. Nen hum a mesa especial de fratura o u cirúrgica é necessária.
A haste intramedular retrógrada tem sido defendida para os 3. Nenhum intensificador de im agem é necessário.
pacientes com obesidade mórbida, fraturas ipsilaterais do colo do 4. Nenhum período de tração prelimin ar é necessário para tra-
fêmur e da diáfise, fratura femoral ipsilateral e fratura da tíbia (lesões cion ar a fratura.
flutuantes no joelho), gravid ez e politraumatismo. As técnicas atuais 5. Uma red ução anatômica absoluta é mai s fácil de se obter do
recomendam usar um portal na fossa interco ndilar. As colocações de que com as técnicas fechadas.
hastes femorais retrógrada e anterógrada em fratu ras d a diáfise do 6. A obse rvação direta do osso p od e identificar a cominuição n ão
fêmur foram comparadas. A consolidação, o retardo da consolidação deslocada e não detectada radiograficamente.
e a má consolid ação foram quase idênticas nos dois grupos. Os 7. Uma in terdigitação precisa dos fragmentos da frat ura m elhora
pacientes do grupo anterógrado relataram mais dores no quadril (9%) a estabilidade rotacional.
no acompanhan1ento, enquanto os pacientes do grupo retrógrado 8. Nas fraturas segmentares, o segmento méd io pode ser estabi-
relataran1 m ais dores no joelho (36%). A haste retrógrada também é lizado, impedindo o torque e a torção associados à redução
urna opção viável para as fraturas expostas do fêmur. A incidência de fechada e à fresagem medu lar.
infecção do joeU10 associada foi de 1,1 % em uma série de O'Toole et ai. 9. Nas fraturas não consolidadas, a abertu ra dos canais medul a-
A haste fechada das fraturas do fêmur agudas, quer utilizando res do osso esclerosado é mais fácil.
um distratar femoral quer tração manual sem uma m esa de fratura, 1O. O mau alinh amento rotacional é raro após a redu ção aberta.
tem sido defendida. Nós continuam os a usar uma mesa de fratura As d esvantagens do método aberto em comparação com a
rotineiramente. As mesas de fratura mais recentes permitem uma haste intramedular fech ada são as seguintes:
imagem corporal total sem mover o paciente, diminuindo o risco para 1. Possíve is cicatr izes na pele.
o paciente e minimizando o tempo de exposição. 2. O hematoma da frat ura, que é importante na consolidação da
Nós recomendamos a haste bloqueada estática precoce com frat ura, é evac uado.
fresagem d as fraturas expostas e fechadas do fêm ur o mais rápido 3. As raspas ósseas criadas pe la fresagem do canal m ed ul ar
possível. As contraindicações relativas à haste são a presença de muitas vezes são perdidas.
dispositivo de fixação inserido anteriormente, deformidade preexis- 4. A taxa de infecção é maior.
tente, enormes incisões abertas con tam in adas o u parâmetros limi- 5. A taxa de co nsolid ação é menor.
tantes do paciente. As contraindicações absolu tas, mas corrigíveis, 6. Se uma haste de bloq ueio for u til izada, o bloqueio é difícil sem
para a haste femoral são hip ovolem ia, hipotermia e coagulopatia. intensificação de imagem.
E!» PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EMAD ULTOS
1 PLANEJAMENTO PRÉ-OPERATÓRIO fratura, usando-se apenas a tração manual. Eles não relataram com-
Depois de se decidir que a fratura é adequada para hastes intra- plicação e acharam essa técnica segura, simples e eficaz.
medulares, é necessário um planejamento cuidadoso antes da Em nossa instituição, as fraturas mais graves são tratadas com
ciru rgia. Não existe um a correlação entre o comprimento do osso o uso de uma mesa de fratu ra para os procedimentos intramedulares
e o tamanho ou contorno do seu canal. Jovens atletas com ossos com haste anterógrada. Não achamos o tempo adicional de posicio-
fortes costum am ter um pequeno canal medular no istmo, onde as namento do paciente ou de configuração da mesa como sendo
corticais grossas invadem o canal. Em contraste, pacientes idosos, excessivo e achamos fácil o uso de imagem para compensar as des-
geralmente, têm grandes canais; mesmo uma haste de 15 mm pode vantagens da mesa.
não ser grande o suficiente. Em um paciente médio, o menor diâ-
metro do canal situa-se na parte distal do terço proximal da diáfise. • HASTE INTRAMEDULAR FECHADA
O canal, gradualmente, amplia-se proximal e distalmente. As fra- A colocação de haste em fraturas da diáfise de ossos longos sem
turas através de uma parte ampliada do canal são menos firme- exposição do local da fratura foi defendida pela primeira vez por
mente fixadas por uma haste intramedular-padrão do que as Kuntscher em 1940 e surgiu como a base do tratamento para a maioria
fraturas através da parte mais estreita . das fraturas do fêmur nos Estados Unidos e no mundo. Várias grandes
O comprimento apropriado da haste deve ser determinado no séries concluíram que a taxa de consolidação da fratura, o retorno à
pré-operatório; isso é mais benfeito por radiografia para garantir a sustentação de peso, o retorno às atividades e a função do quadril e
variedade adequada de tamanhos que estão disponíveis no intraope- do joelho são excelen tes após a fixação de haste intramedular fechada.
ratório. Mesmo com essa informação, o diâmetro adequado da haste A colocação de haste fechada é uma técnica exigente. Um
é mais bem determinado no momento da cirurgia devido aos erros conj un to completo de hastes, fresadores, extratores e equipamentos
de medição inerentes que possam estar presentes no software de relacionados, mais um intensificador de imagem, deve estar dispo-
imagem eletrônica se nenhuma ferramenta de cal ibração for utili- nível. Além disso, uma mesa de fratura radiotransparente achatada
zada. Independentemente do seu diâmetro, o canal em um ad ulto ou uma mesa de fratura adequada que permita a rotação livre do
deve ser preparado de modo que passe a ter um diâmetro 1 mm a intensificador de imagem para a visualização da fratura é um pré-re-
1,5 mm maior do que o diâmetro da haste planejada. quisito. As radiografias pré-operatórias do fêmur não lesionado
A instrumentação de inserção para os procedimentos com podem ser usadas para estabelecer o diâmetro adequado das hastes,
haste fechada é comum, com os conceitos gerais sendo um padrão. a quantidade esperada de fresagem e o comprimento da haste final
Diferentes fabr icantes podem ter uma variedade de características nas fraturas gravemente cominuídas. Modelos rad iográficos estão
que permitam, por exemplo, várias opções de bloqueio. Portanto, a disponíveis para o planejamen to pré-operatório. O comprimento
familiar idade com os sistemas de implantes disponíveis sinaliza adequado deve ser atingido com tração antes da colocação da haste
diretamente para o entendimento do cirurgião sobre sua utilidade intramedular anterógrada fechada. O comprimento da haste deve
em circunstâncias especiais ou inesperadas no intraoperatório. permitir que a extremidade proximal fique alinhada com a ponta do
Gara nti r a disponibilidade e a presença dos implantes e da instru- trocânter maior e com a extremidade distal para deitar-se entre o
mentação é um dos passos mais importantes no planejamento polo proximal da patela e a cicatriz da epífise femoral distal.
pré-operatório para o sucesso do procedimento.
Devem-se também considerar as vantagens e as desvantagens • HASTE FEMORAL ANTERÓGRADA (TRIGEN)
da utilização de uma mesa de fratura no tratamento destas lesões. O Trigen (Smith & Nephew, Memphis, TN) é wn sistema de haste de
McFerran e Johnson relataram que a prática da técnica com haste terceira geração para o tratamento de todas as fraturas de ossos longos
femoral sem um a mesa de fratura é vantajosa em várias situações. de todas extremidades inferiores que podem ser tratadas por hastes
As mesas de fratura podem ser de configuração demorada, a tração intramedulares. Esse sistema permite a utilização de uma haste no
co ntínua gerada por um a mesa de fratura pode levar à paralisia dos modo de bloqueio normal ou em um modo de reconstrução com
nervos no pós-operatório e as mesas de fratura representam dificul - ângulo de 130 graus, fixação por parafuso duplo e pode ser utilizado a
dades para outros cirurgiões que podem precisar operar lesões asso- partir da porção subcapital do colo do fêmur a 4 cm do entalhe femoral.
ciadas. Suas principais indicações para essa técnica foram uma A haste é feita de titânio 6AL4V com um revestimento especial para
frat ura acetabular ipsilateral ou fratura pélvica de corte vertical, minimizar o anexo ósseo ao metal. As hastes são codificadas por cores
lesões instáveis associadas na coluna vertebral e lesões bilaterais de para o lado adequado. Elas são oferecidas em 10 mm, 11,5 mm e 13
membros. McFerran e Joh nson, inicialmente, excluíram os pacientes mm de diâmetro. As hastes proximais de 7 cm de 10 mm e de 11,5 mm
obesos ou muito musculosos, muito pequenos ou com esqueleto são expandidas para 13 mm para proporcionar a fo rça adicional para a
imaturo, e os pacientes com fraturas do colo ipsilateral e da diáfise; fixação de os parafuso proximal. Parafusos ósseos de 5 mm totalmente
no entanto, ass im que eles ganharam experiência, apenas os pacien- rosqueados, autoperfurantes e batedores são usados para os bloqueios
tes com fraturas do colo ipsilateral e da diáfise e com fraturas com proximal e distal para permitir a fixação bicortical e para reduzir a
mais de 24 horas foram excl uídos. possibilidade de os parafusos saírem. Nós recomendamos o bloqueio
McFerran e Johnson recomendaram escanogramas pré-opera- estático (proximal e distal) para todas as fraturas do fêmur. As hastes
tórios do fêmur não envolvido no departamento de emergência para de 8,5 mm de diâmetro estão disponíveis no sistema, mas diferem no
avaliar seu comprimento. Devido ao seu sucesso na realização de seu portal de partida, geometria de bloqueio e tamanho do parafuso de
haste femoral com uma tração femora l, suas técnicas evoluíram para bloqueio. Elas são indicadas para fraturas em adolescentes e, às vezes,
haste femora l sem uma mesa de fratura usando apenas a tração para ad ultos com canais intramedulares muito pequenos que não
manual. Essa técnica reduz o tempo que é necessário para colocar o podem acomodar um tamanho maior. Se o canal medular for sufi cien-
distratar femoral. Um assistente qualificado é necessário para reali- temente grande, as hastes podem ser inseridas sem fresagem. As indi-
zar essa técn ica. A redução de fraturas não cominuídas pode ser cações e contraindicações são as mesmas para essa haste assim como
difícil. A redução de fraturas cominuídas é mais fácil, mas é mais para as outras hastes femorais anterógradas. A técnica cirúrgica, embora
difícil de julgar o comprimento e a rotação. Karpos, McFerran e específica para esse implante, é aplicável à maioria dos sistemas moder-
Johnson relataram 32 hastes femorais rea lizadas sem uma mesa de nos de hastes atualmente disponíveis.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS IN FERIORES
O@mtJBl!EI Técn ica de Ru sse ll-Taylor de co locação de haste de bloque io. A, Pacient e na posição supina. B, Paciente em decúbito
lat eral. VEJA A TÉCNICA 54-31.
PREPARAÇÃO DO FÊMUR
•Faça uma curta incisão ob líqu a na pele começando 2 cm
a 3 cm da ponta proxi ma l do trocânter ma ior e continu -
ando proximalmente e mediaimente. Uma longa incisão h!ijii;i·!eD Inserção do fresador de ca nal na metáfise femoral
proxima l pa ra a criação de um portal de partida pa ra a haste
pode ser necessária nos pacientes obesos.
anterógrada. VEJA A TÉCNICA 54-31.
•Faça uma incisão na f áscia do múscu lo glúteo máximo de
acordo com as suas fibras.
•Identifique o plano subfascial do músculo glúteo máximo
e palpe a fossa piriforme ou o portal trocantérico. • Quando o pino estiver devidamente colocado, avance-o
•Avance a ponta rosqueada do fio guia ao nível aproximado para abaixo do trocânter menor.
da fossa piriforme. Se uma técnica anterógrada trocanté-
rica for usada, o ponto de entrada situa-se ao longo da PREPARAÇÃO DO PORTAL DE ENTRADA PROXIMAL
inclinação med ial do trocânter maior (Fig. 54-83) •Remova a guia de tecidos moles deixando o f io guia e a
•Obtenha uma imagem da reg ião trocantérica para ajustar ferram enta do portal de entrada na incisão. Se a inserção
a posição do guia de tal modo que a trajetória perm ita a não for necessária, coloque a cânula de tecidos moles
colocação no centro do canal medular distalmente. antes de criar o portal de entrada para proteger a inserção
• Verifiqu e a posição do pino com imagens anteroposterior do músculo abdutor.
e latera l. Se o pino não estiver centra l no canal femora l, • Coloque a montagem do fresador de entrada, que consiste
mas adequado em um plano de imagem, então a gu ia em um fresador de cana l de 14 mm, um conector de fresa-
de tecidos moles com inserção com múltiplos pinos pode dor de entrada e um fresador de entrada (Fig. 54-84), na
ser utilizada. Esse dispositivo permite o aj uste fino do fio ferramenta do portal de entrada e sobre o fio guia.
guia de partida para a posição correta por meio da adição •Frese o conjunto no fêmur até que ele encoste na ferra-
de um segundo pino . menta do portal de entrada.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
j )
A B
e D
O@l!;tJ.imlm Haste femora l anterógrada. Quando o redutor estiver no cana l medular e t iver capturado o fragme nto dista l, a haste
de guia com ponta de esfera é inserida através dele com o uso de uma pinça no fêmur distal, na região da antiga cicatriz epifisária.
(Redesenhado de Femoral antegrade nailing: technique manual, Memphis, TN, 2001, Smith & Nephew Richards) VEJA A TÉCNICA 54-31.
• Verifiqu e a posição do fresador durante a inserção com REDUÇÃO E INSERÇÃO DO FIO GUIA
imagens anteroposterior e lateral. •Coloque a ferram enta de redução, que consiste em um
•Remova o fresador de entrada e o fio guia deixando o redutor e um suporte em T, no alargador do canal e no
tubo do porta l de entrada e o fresador do cana l no lugar. conector no fêmur (Fig . 54-85)
• Alternativamente, o fresador do canal não pode ser utili- • Ava nce a ferramenta de redu ção para o local da fratura.
zado. O fresador de entrada canulado pode ser posicio- Utilize a ferramenta para manipu lar o fragmento proxi -
nado sobre o fio guia de partida . Para as fraturas simp les ma l e envolva o fragmento distal com a ponta da ferra-
da diáfise, o fresador do cana l gera lmente não é neces- menta. Alternativamente, se a ferramenta de redução
sário. As vantagens do dispositivo tornam -se evidentes intramedular não for usada, a redução unicortical per-
nas fraturas mais proximais como um meio de controlar cutânea em "joysticks" pode ser utilizada para facilitar
externamente a deformidade característica muitas vezes a redução ou os dispositivos de redução externa também
vista nos pad rões de fratura subtrocantérica . estão disponíveis. )
mzm, PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
INSERÇÃO DA HASTE
•Anexe a montagem do guia de perfu ração para a haste
O@l!;Mml:!I Fi o guia int ramed ul ar com ponta de ta lão inserido
selecionada.
de forma co ncê ntrica com o fêmur dista l no nível da cicatri z fisária
• Retire o tubo do portal de entrada e o fresador do cana l
dista l do f êmur ou porção média da patela. VEJA A TÉCNICA 54-31 .
deixando o fio guia no lugar.
•Coloque a haste no fêmur e avance manua lmente. A
haste pode exigir impactação suave para se assentar
tota lmente.
•Se houver res istência sign ificat iva, remova a haste e frese
o canal em mais 0,5 mm.
•Assente a haste completamente assim como confirmado
na intensificação de imagem mu lt iplanar.
h@ll;!;imiJI Fresagem do ca nal femo ral sob re a haste gui a
de 3,2 mm. VEJA A TÉCNICA 54-31. BLOQUEIO DA HASTE
•Para os bloque ios proxima l e dista l, use parafusos de
bloqueio de 5 mm. Dependendo da configuração do
implante esco lhida, as opções de bloque ios proxima l e
) •Quando o fragmento distal for atingido e reduzido,
dista l podem variar. O bloqueio estático-padrão com esse
avance o fio guia com ponta de esfera de 3 mm em toda
implante se dá a pa rt ir do trocânter ma ior dirig ido ob li -
a fratura. Use o dispositivo de aperto vice para fazer
avançar o f io guia (Fig. 54-85) quamente ao trocânter menor.
•Confirme a redução e a posição do fio guia com imagens •Coloque a cânula de perfuração dourada no gu ia proxi-
mal e perfure a pele.
anteroposterior e lateral em vários níveis. O objetivo deve
ser a colocação central concêntrica do f io dista l ao nível • Faça uma incisão neste ponto e espalhe o tecido para o osso.
da cicatriz epifisária (Fig. 54-86) • Insira a cânula de perfuração dourada com o revesti -
mento interior de prata e use a broca-piloto longa para
•Retire a ferramenta de redução com o suporte em T se
usado. ir à cortica l interna, mas não através dela.
• Meça o comprimento da broca ca li brada no topo do gu ia
PREPARAÇÃO DO CANAL prateado. Em seguida, penetre na cortical distal. Remova
•Remova o redutor e frese o cana l sequencia lmente em a broca e a cânula prateada.
intervalos de 0,5 mm até que haja "vibração" moderada • Insira um parafuso de comprimento adequado e avance-o
ou até a fresagem exceder o diâmetro da haste selecio- manualmente a ou t ra cortical.
nada por 1 mm a 1,5 mm. O fresador do cana l deve ser •Verifique a posição com uma imagem anteroposterior.
substituído por fresadores maiores do que 12,5 mm (Fig. •Aval ie se o compriment o satisfatório e o alinhamento
54-87) .. um obturador é usado para evitar a remoção rotaciona l foram restaurados antes de prosseguir com o
1nadvert1da do fio com ponta de esfera a partir da posição bloqueio distal.
correta dentro do segmento distal do fêmur. Isso deve ser
TÉCNICA DE MÃO LIVRE PARA DIRECIONAMENTO
feito durante a retirada do fresador com cada passagem.
DISTAL
Se o fio for retirado, reposic ione e confirme a localização
•Coloque o intensificador de imagem na posição latera l e
na fluoroscopia antes da fresagem.
obtenha imagem da metáfise dista l do fêmur. Uma
•Conf irme o comprimento apropriado da haste pelo
imagem lateral verdadeira deve ser buscada. Isso é con-
posicionamento do fio guia no ponto da posição dista l
fi rmado com a visualização dos furos de bloqueio distal
desejada, norma lmente entre o po lo supe rior da
aparecendo como círculos livres perfeitos. Se os furos
rótula e o níve l da cicatriz epif isária distal na imagem
parecerem ob longos ou com dupla densidade, a imagem
anteroposterio r.
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES flZ!llll
•Traga a broca paralela e em linha com o feixe de fluoros-
copia. Tenha o cuidado de manter pressão constante para
evitar o movimento da ponta da broca.
•Insira na cortical lateral. Retire a broca do condutor e
confirme na imagem lateral a broca colocada dentro do
furo de bloqueio. Se não estiver, faça os ajustes apropria-
dos no alinhamento. Em seguida, reco loque o condutor
e insira na cortical medial.
A •Brocas calibradas são usadas nessa parte do processo, e
elas aumentam em muito a fac il idade de determinar o
comprimento do parafuso. Alternativamente, um medidor
de profundidade-padrão pode ser usado. Coloque à mão
o parafuso de bloqueio de comprimento adequado, o que
confirma a aquisição satisfatória.
•Repita se parafusos adicionais de bloqueio distal forem
desejados.
•As imagens anteroposterior e lateral devem confirmar a
B posição apropriada do parafuso e o comprimento.
•Irrigue e feche as incisões da forma em camadas
tradicional.
AVALIAÇÃO FINAL
•Antes de deixar a sala de operação, vários elementos-
chave devem ser ava liados.
• Em primeiro lugar, se a haste t iver sido bloqueada na
forma-padrão, avalie o colo do fêmur com imagem fluo-
roscópica multiplanar para se assegurar de que nenhuma
e fratura oculta do colo do fêmur seja identificada.
•Em seguida, confirme o comprimento e as reduções de
rotação e compare com o membro ileso para garantir a
simetria.
•Avalie os compartimentos da coxa e, se existirem preocu-
pações clínicas, então obtenha medições objetivas do
compartimento.
•Examine os ligamentos do joelho ipsilatera l.
D • Uma radiografia pós-operatória da pelve anteroposterior com
ambos os quadris rotacionados internamente fornece a visão
de perfil ideal do colo do fêmur como mais uma forma de
O@mMmD Técni ca de mão livre. A, O furador é co locado verificar as fraturas ocultas do colo do fêmur e ela deve ser
sobre o o rifíci o do parafuso proxima l com o se u identificado r em
obtida e revista antes de a anestesia ser interrompida.
ângu lo de 45 graus. B-D, O fura dor é ajustado na intensificação
de imagem até o ponto em que esteja ce ntral izado no buraco do
parafuso e, em seg ui da, é oscilado perpendicul armente à diáfise
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO A sustentação de peso
depende da estabi lidade da fixação da fratu ra. A susten-
do osso (C) e co nduzido para o lado lat eral da hast e (D). VEJA A
tação de peso no nível tolerado é permitida imediatamente,
TÉCNI CA 54-31 .
independentemente do tamanho da haste, se o contato
cortical satisfatório foi atingido. Na rara circunstância em que
adequada não foi obtida. Assegure que isso represente uma haste de adolescente é usada em um adu lto, a susten-
uma imagem lateral verdadeira da haste e não necessa- tação de peso protegida deve ser iniciada até que a consoli -
riamente do fêmur distal. dação radiográfica precoce seja observada. A sustentação
•Quando os furos estiverem completamente circulares, parcial de peso ou de toque em baixo é permitida nas lesões
centra lize um fó rceps de ane l ou a ponta de um bisturi cominuídas. A amplitude de movimento do quadril e do
ao longo do orifício do bloqueio escolhido no lado lateral joelho é incentivada. Os exercícios de elevação do quadríceps
da perna. Faça uma incisão longitudinal através da pele, e de perna reta são iniciados antes da alta hospitalar. Os
do tecido subcutâneo e da banda iliotibial centrada em exercícios de abdução do quadri l são iniciados após a cicatri-
cima do furo de bloqueio na haste. zação das feridas. A sustentação de peso é progredida assim
•Coloque uma broca de ponta trocânter sobre o furo do que ocorrer a formação de calos. Ajudas ambulatoriais, tais
parafuso em ângulo de aproximadamente 45 graus para como muletas ou andador, são usadas para as primeiras 6
perm it ir a visualização sob fluoroscopia (Fig. 54-88). Faça semanas. Os exercícios de amplitude de movimento e de
os ajustes apropriados até que a ponta esteja centrada forta lecimento do quadri l e joelho são recomendados
sobre o furo desejado; cada ajuste deve ser acompanhado durante esse tempo. A deambu lação não assistida é permi-
por uma imagem fluoroscópica até que a posição ade- tida assim que a recuperação da força e a consolidação
quada seja obtida. radiográfica prog redi rem.
MHil:t PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EMADU LTOS
um estudo realizado por Bain et ai. 2 anos após a lesão, a dor tro- 1 ERROS NA INSERÇÃO DA HASTE
cantérica foi relatada em 40%, dor na coxa em 10%, 13% mancavam, Nós recomendamos a posição supina por muitas razões. As visões
e 10% tiveram dificuldade em caminhar e escalar. Uma redução laterais verdadeiras do quadril e do fêm ur proximal são facilmente
significativa na força do abdutor do quadril também foi observada. obtidas e é imperativo que o portal de partida esteja diretamente em
A presença de ossificação heterotópica, encurtamento femoral ou de linha com o centro da diálise em ambas as visões. Esse está, geral-
proeminência da haste proximal não se correlacionou com essa mente, na fossa piriforme perto da parede med ial do trocânter
perda de força do abdutor. Postula-se que a fraqueza do abdutor no maior, às vezes ligeiramente dentro do trocânter maior. Determinar
pós-operatório foi causada por uma lesão no glúteo médio e no o portal de partida correto vale tempo e esforço extras. Um portal
músculo mín imo ou no nervo glú teo superior durante a criação do excêntrico pode causar fragmentação e perda de fixação. As fraturas
portal ou pela reabilitação pós-operatória inadequada. Esses pesqui- do colo do fêmur também foram relatadas ocorrendo após a remoção
sadores sugeriram retrair os glúteos médio e mínimo anteriormente do fresador e uso indevido de um furador.
ao expor o local da inserção da haste para se evitarem danos a esses Se existir dificuldade na passagem do fio guia fresador, várias
músculos e a seus suprimentos nervosos. Os pacientes devem ser técnicas podem ser utili zadas. A ferramenta de redução in tramedu-
orientados sobre a recuperação pós-operatória esperada. lar canulada pode ser inestimável em efetuar uma redução difícil de
uma forma fechada. Se não estiver disponível, o segmento proximal
1 POSICIONAMENTO DO PACIENTE E TRAÇÃO pode ser fresado para acomodar um a pequena haste intramedular,
A colocação da haste femoral em decúbito dorsal utilizando um a que pode, então, ser colocada no lugar de uma ferramenta de
mesa de fratura é a técnica mais com umen te relatada em séries mais redução para obter o mesmo objetivo. O fragmento proximal geral-
recentes. Nesta técnica, o quadril é ad uzido para melhorar o acesso mente deve ser estendido e, dependendo do nível da fratura com
à fossa piriforme, ou o portal de entrada trocantérico e a tração relação ao poste perineal, ser ad uzido ou abduzido. A contenção do
intraoperatória são utilizados. A adução do quadril aumenta a fio guia deve ser confirmada sob visualizações ortogonais. Se um fio
pressão sobre o nervo pudendo, resultando em paralisia deste nervo. guia é, inadvertidamente, retirado parcialmente com o fresador, sua
A tração deve ser minimizada para evitar essa complicação. Usar um posição deve ser imediatamente verificada sob uma visão anteropos-
poste perineal bem acolchoado e minimizar o tempo operatório e a terior; se corretamente localizado, ele pode ser inserido na cicatriz
tração foram recomendados. epifi.sária. Se o fio guia for reinserido após uma retirada parcial sem
Nós recomendamos as seguintes modificações na técnica para se verificar o seu nível de retirada sob urna visão anteroposterior, é
limitar a adução intraoperatória do quadril e a tração ao se usar uma necessário confirmar sua posição sob visualizações anteroposterior
mesa de fratura. O paciente é colocado sobre a mesa de fratura e a e lateral. A passagem da haste através da fratura deve ser vista nas
tração é ap licada com o quadril em posição neutra para confirmar visualizações ortogonais para se evitar o choque na cortical.
a capacidade de reduzir a fratura. A tração é liberada du rante a As complicações de fresagem são eliminadas por meio da
preparação e a cobertura da extremidade e durante a criação do técnica não fresada . As hastes de seção fechada podem ser condu-
portal de entrada. O quadril é aduzido para se ter acesso ao local de zidas sobre o fio guia inicial. Para evitar a extensão da fratura, os
inserção da haste, mas é trazido de volta para a posição neutra fragmentos distais curtos devem ser apoiados assim que a haste
quando o portal de entrada tiver sido criado. A tração é reaplicada estiver sendo conduzida. O fio guia deve entrar no fragmento distal
para a redução da fra tura. bem centrado e deve permanecer centrado na fossa intercondilar
Nós identificamos dois padrões de lesão em que a tração exces- para os fragmentos distais muito curtos para evitar o mau alinha-
siva pode ser necessária para a redução da fratura, levando a uma mento em varo ou em valgo. Todas as fraturas devem ser bloqueadas
maior incidência de paralisias dos nervos pudendo e fibular: fraturas estaticamente (parafusos proximal e distal) e parafusos de bloqueio
segmentares do fêmur e lesões flutuantes no joelho (que necessitam podem ser indicados para proporcionar uma cortical artificial para
de haste femoral anterógrada). Devido à remoção dos tecidos moles contenção das hastes quando existir incompatibilidade metafi.sária
que muitas vezes ocorre com as fraturas segmentares do fêmur, o has te-canal (parafuso poller).
fragmento segmentar pode não se redu zir com a aplicação de até Uma haste que seja maior do que o canal medular pode torn ar-
mesmo grandes quantidades de tração. Nestes casos raros, nós pre- se firmemente encarcerada e resistir a todos os esforços para dirigi-la
ferimos uma redução aberta limitada ou manipulação joystick per- para mais longe ou para extraí-la. Para remover a haste, uma
cutânea para o uso da tração excessiva. Para as lesões flutuantes no pequena incisão é feita latera lmente no nível do encarceramento,
joelho, nós preferimos a colocação de haste no fêmur em primeiro dois orifícios de 5 mm a 6 mm são feitos na cortical lateral 3 cm a
lugar, aplicando tração por meio de um pino inserido em qualquer 4 cm distantes um do outro e são conectados com uma serra ou
extrem idade distal do fêmur ou da tíbia proxi mal, fl exionando o osteótomo. A haste pode ser retirada. Se o portal de partida estiver
joelho e apoiando a fratura da tíbia com uma tala para redu zir a correto, uma haste menor deve ser utili zada ou a secção de constri-
tensão no nervo fibular. ção do canal deve ser fresada para se obter um diâmetro maior.
A colocação precoce da haste é tecnicamente mais fácil do que A modelagem pré-operatória cuidadosa e o preparo do canal devem
a colocação tardia da haste. É necessária menos força de tração e a praticamente eliminar a complicação de encarceramento da haste.
redução do fragmento é mais fácil. Se a colocação da haste fo r ad iada
por mais de 12 horas, o fêm ur deve ser estabilizado com tração, o 1 HASTES TORTAS OU QUEBRADAS
que pode facili tar a manutenção do comprimento em antecipação à As hastes do fêmur em uso comum hoje têm uma ponta de direção
fixação defi ni tiva. em forma de bala para facilitar a inserção e são ligeiramente inclinadas
Carlson et ai. relataram a síndrome compartimentai ou para- anteriormente. Esse arco anterior pré-formado deve ser dirigido ante-
lisia do nervo fibular em pernas não tratadas mas feridas como riormente quando a haste for inserida. A seleção imprópria (inserção
resultado da elevação em um supo rte de perna e de apoio da pan- de uma haste "retà' em um fêmur esquerdo) resulta em alinhamento
turrilha. Nós também observamos essa complicação e recomenda- impróprio do orifício do parafuso de bloqueio proximal.
mos colocar a perna não operada, independentemente do prejuízo Uma haste torta geralmente indica um ato imprudente por
sofrido, na posição supina estendida na mesa de fratura. parte do paciente ou que a haste era muito pequena (Fig. 54-91).
CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES flDll
•Remova os parafusos de fixações proxima l e dista l na
forma-padrão
•Coloque um fio guia na coxa e obtenha uma imagem por
fluoroscopia do quadril proximal. Ajuste o fio de forma a
coincidir com a haste do fêmur na visão lateral. Desen he
um a linha ao longo do fio, estendendo-a para a nádega.
Externamente, gire a coxa e, utilizando imagem por flu-
oroscopia, marque uma linha de uma forma similar para
determinar a posição anteroposterior da haste. A interse-
ção das duas linh as indica o local da incisão para a colo-
cação do extrator. A incisão pode ser diferente da que foi
in icialmente utilizada para inserir o disposit ivo, especial-
mente se tiver sido originalmente colocada com o paciente
em sup ino.
•Se osso heterotópico foi removido, a incisão terá que ser
maior.
•Insira um fio guia de 3,2 mm ao longo das tesouras até
tocar na haste.
•Ajuste o pino guia até que ele avance na haste.
•Obtenha imagens anteroposterior e lateral do quadril
para confirmar o posicionamento do fio guia na haste.
•Insira o extrator femoral em forma de cone na barra de
extração para dentro da incisão sobre o pino guia.
Parafuse o extrator na ha ste . Se hou ve r osso coberto,
utilize uma cânula de proteção de tecidos moles e
coloque um fresador de entrada canu lada sobre o fio-
guia para remover a tampa óssea antes da inserção do
O@ih!ljeEI Curvatura da haste intramedu lar femoral após extrator de haste. A primeira passagem pode não engatar
trauma secundário repet ido. a haste tota lmente, mas ele remove a ma ior parte dos
tecidos moles interpostos.
•Reinsira o extrator sobre o pino gu ia ou fio e aperte-o na
A haste em forma de diamante entorta mais faci lmente do que a haste com força suficiente para exigir o uso de chaves .
haste de trevo. Uma haste torta não é uma indicação para a mani- •Use o martelo com fenda para martelar a haste para fora.
pulação; ela só consegue se enfraquecer ainda mais. Em vez disso, a Irrigue e feche a inci são na forma -padrão.
haste torta deve ser removida e uma nova deve ser inserida. Quando
a dobra da haste tiver ocorrido, é desejável esperar que a consolidação
ocorra antes da dobra ou quebra da haste, uma situação muito mais
complicada. Pouco antes de uma haste torta ser extraída, a perna deve EXTRAÇÃO DE UMA HASTE FEMORAL
ser manipulada o mais próximo do alinhamento normal possível. ANTEROGRADA QUEBRADA
Uma haste quebrada quase sempre pode ser extraída através da
incisão da nádega usando- se uma variedade de ganchos de extração TÉCNICA
para envolver a ponta distal e entregar as duas metades. Se um gancho
não for bem-sucedido, a metade proximal é removida por meio de •Posicione o paciente conforme descrito anteriormente.
seu extrator condutor normal. Em seguida, um fio guia de ponta de • Remova todos os parafusos de fixação.
esfe ra é colocado através da metade distal da haste e enroscado em •Aproxime-se do fêmur proximal como descrito anterior-
posição com outros fios guias. O fio guia inicial é retirado com o mente com um pino guia longo de 3,2 mm.
segmento distal da haste. •Insira o pino na haste.
• Remova o osso heterotópico com curetas ou um fresador.
• Remova o pino guia e insi ra um fio guia na forma de um
EXTRAy\O DE UMA HASTE FEMORAL gancho e faça-o avançar para a ponta da haste quebrada .
ANTERÓGRADA NÃO QUEBRADA •Force o f io guia com vários fios guia menores. Isso deve
alinhar as pontas quebradas para fazer a haste quebrada
TÉCNICA torn ar-se uma peça única e evitar a captura dos lados do
fêmur. A manipulação do fêmur pode ser necessária se
•Coloque o paciente em posição de decúbito latera l linear uma deformidade estiver presente para permitir a remoção
utilizando um coxim ou outro dispositivo de posiciona- retilínea .
mento sobre uma mesa radiotransparente. •Aperte os vários fios guia por meio de bloqueio com
• Prepare toda a perna, a nádega lateral e do torso para as alicates ligados a um extrator deslizante universal.
costelas . Arme a perna para permitir o movimento do •Extraia cuidadosamente a haste com golpes suaves. Se
quadril e joelho completo para o posicionamento. não for bem-sucedido, uma abordagem aberta pode ser
•Flexione o quadril em quase 90 graus. necessária .
@ijf» PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
Ot§iiij·Hm'.B A e B, Fratura de fêmur em um paciente com doença de Paget que foi fixada com placas dup las. C e D, Uma fratura
ocorreu abaixo das placas; as placas foram removidas e o fêmur foi estab ilizado com haste intramedular.
O!ffll;bJeEI A, Paciente politraumatizado com fratura da diáfise femoral esquerda e lu xa ção femoracetabular associada. Observe
também o anel pélvico complexo concom itante e a lesão acetabular do lado esquerdo . B, O fê mur proximal fo i reduzido utilizando
pino de Schanz percutâneo posicionado no momento da laparotomia e xploratória do paciente . O pino foi então incorporado no fi xador
e xterno uniplanar para a estabilização temporária da fratura femoral secund ária à condi ção geral do paciente na apresentação.
m ais segura ap ós a haste intra medular d o que após a aplicação d e para qu ase todas as fraturas d a diáfise d o fêmur do trocânter menor
pl acas e parafu so s. A terapia d e radiação loca l pod e se r d ad a após a para os cô ndilos do fêmur. As fraturas proxi mais envolve ndo o tro -
haste se m efe ito de d oença. cân te r m en o r exige m uma has te cefalom edula r, além do travam ento
Grundy relatou 63 fraturas do fêmur em pacientes com a doença d istal-padrão n a metáfise distal. Co minuição envolve ndo a fossa
de Paget. O local mais comum da fratura foi a área subtrocan térica, piriform e apresenta alguns probl em as para as hastes intramedulares,
com a diáfi se superior a próxim a mais comum (Fig. 54-92). Ele reco- m as esses po dem ser sup erad os se a redução d o principal fragm ento
m endou o tratam ento d as fraturas da di áfise com tração segui da por da cabeça e d o colo proxim a l é m an ti da em relação à diáfi se. A RAFI
imobilização em gesso. Para as fraturas subtrocantéricas, ele sugeriu com con struções de placa e parafu so continua a ser a o utra opção
o uso de uma pequena haste intram ed ul ar, ressaltan do que há, no r- de tratamento p r im ário. O tratam ento d as frat uras subtrocan téricas
m alm ente, curvatura e que uma longa haste se tornar ia encarcerad a está in cl uído no Capítulo 55 .
ou iri a cortar-se por causa da d efo rmidade. A fixação de haste curta
permitiu que as fraturas cicatr izassem e im pediu a deformidade em
varo progressiva, que tende a ser o resultad o d o tratamento conser- FRATURA DO FÊMUR COM LUXAÇÃO DO
vador de fratu ras subtrocantéri cas na doença de Page t. QUADRIL
As lesões metastáticas com frequência estão na região subtro -
cantéri ca e podem ser multicêntricas. Elas são lentas na cicatrização Anterio rmente, acreditava-se qu e o m esmo mecanismo que produz
po r causa de perda d e m assa óssea, extensão do tumor e terapia de uma fra tura d o colo do fêmur com uma fratura da diá fise também
rad iação. No entanto, os implantes intram edul ares são bem adequa- pod ia pro duzir u m quadril d eslocad o. Em cad áve res, H elal e Skevis
dos para o tratam ento d e processos patológicos secu nd ários por causa puderam pro duzir a comb inação d e luxação do quadril e fratura da
d a capacidade d e tolerarem a susten tação d e peso imediata. Além diáfi se apenas po r duas fo rças di stintas. Segundo eles, o quad ril é
disso, as hastes cefalom edulares m odern as fo rnecem fixação rígid a de d eslocado p or uma fo rça ap li cada em linha com a diáfise enquanto
tod o o fêmur do colo do fê mur à fossa intercondilar e a rotação e o o joelho e o qu adril estive rem fl exionad os em 90 graus e o quadril
comprimento são mantidos pelos parafusos de bloqueios proxim al e estiver aduzido; a di áfise fem oral é fraturad a po r outra força aplicad a
distal. Em um estudo prospectivo multicêntri co, 25 lesões m etastáti- ao aspec to lateral da coxa. O fato de qu e nesta lesão a fratura d a
cas do fêmur em 22 pacientes foram tratadas com a reconstrução com diáfise ge ralm ente é tran sve rsal apoia as suas co nclusões. Eles obser-
hastes Russell -Taylor. As fraturas patológicas haviam ocorrido em 15 varam qu e, em 50% d e to d os os ferim ento s relatados na literatu ra,
fêmures e 10 tiveram fraturas patológicas iminentes. Vinte e quatro a luxação do quadril não foi inicialm ente reconhecida. A adução d o
das 25 lesões produziram dor incapacitante e o alívio da dor era evi- fragmento prox imal, com o visto nas radiografias do fêmur, é um a
d ente imed iatamente após a cirurgia em tod as elas. Em um acompa- forte ev idência d e que o qu adril está d eslocad o; Helal e Skevis obser-
nhamento de 1 ano em m édia, a fixação não tin ha sido perdid a em varam que, em 85% d as fratu ras da di áfise d o fêmur sem luxação d o
qualquer paciente e 16 dos 22 pacientes ainda estavam vivos. q uadr il, o frag m en to p roxima l é abd uzido. Isso ilustra e apoia a
importância d e uma ava liação sistem ática radiog ráfi ca completa n o
cenário d e um trauma d e alta energia para incluir, no mínimo, um a
FRATURA SUBTROCANTÉRICA DO FÊMUR im agem ortogonal das arti cul ações adj acentes à área anatôm ica d a
lesão pr imária. Nós tem os uma regra absoluta d e que, em todas as
As melhorias no design das h as tes intram edul ares d e bloqueio per- fraturas d a diáfise do fêmur, um a radiografia da p elve d eve ser
miti ram que esta técnica se tornasse nosso tratam ento d e esco lha obtida. Desd e a instituição d essa regra, nós temos diagnostica dos
MJIGI PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
vários deslocamentos precoces do quadril que de outro modo não O conhecimento do fabricante e o uso dos componentes de artroplas-
poderiam ter sido reconhecidos. tia são fundamentais se a fixação intramedular estiver planejada. No
Nesta lesão combinada, a luxação do quadril é uma emergên- entanto, se a haste intrarnedular retrógrada for impossível, uma placa
cia e deve ser reduzida rapidamente, para evitar a osteonecrose submuscular minimamente invasiva pode ser usada se houver osso
da cabeça femoral (Fig. 54-93). Nós preferimos tratar a fratura da adequado para a fixação de um parafu so distal e os designs poliaxiais
diálise femoral em definitivo no mesmo ambiente se a condição do mais recentes podem proporcionar uma melhor utilidade neste
paciente permitir um cuidado total imediato. Ingram e Turner rela- cenário. Se a fratura estiver muito perto da interface osso-cimento ou
taram um paciente com lesões bilaterais no qual um pino de um nítido afrouxamento do componente for observado, a artroplastia
Steinmann pesado foi inserido de anterior para posterior através do de revisão com uma prótese de haste pode ser a única opção.
trocânter maior, uma grande curva de tração foi aplicada ao pino e
o deslocamento foi reduzido por manipulação. Em seguida, a fratura
da diáfise femoral pôde ser tratada com fixação interna. Em outro REFERÊNCIAS
método, o paciente é levado imediatamente para a sala de cirurgia
e a fratura da diálise, se adequada, é estabilizada por fixação intra- GERAIS
medular; a luxação do quadril é desconsiderada até que essa parte
da operação esteja concluída. A luxação é, então, reduzida por mani - Swiontkowski MF, MacKenzie E), Bosse MJ, et ai: Factors influencing the
pulação; no entanto, isso atrasa claramente o tempo de redução e, decision to amputate or reconstruct after high-e nergy lower extrem ity
portanto, outros métodos de redução fechada devem ser esgotados trau ma, f Trauma 52:641, 2002.
antes de se usar esse método.
TORNOZELO (FRATURAS DO PILÃO)
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urna prótese ou perto dela resultam, frequentemente, em um a Bava E, Charlton T, Thordearson D: Ankle fracture syndesmos is lixation and
fratura nesse nível. Essas fraturas podem ser classificadas em três management: the current practice of orthopaedic surgeons, Am j Orthap
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ponta da prótese de modo que a posição dos fragmentos é mantida Bhattacharyya T: Case controve rsy. Pos iti on: open reduction and internai
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O tratamento depende da morfologia da fratura, da e
2006.
dos parâmetros do paciente.
Blauth M, Bastian L, Krettek C, et ai: Surgical options fo r the treatment of
Nós ternos tratado as fraturas do tipo I, aquelas que ainda estão
seve re tibial pi lon fractures: a study ofthree techniques, f Orthap Trauma
estabilizadas pela haste da prótese, com tração esquelética durante 6 15: 153, 200 1.
a 8 semanas. Normalmente, nesse momento, o calo já é suficiente para Boden BP, Osbahr DC: Hi gh-ri sk stress fractures: evaluation and treatment,
permitir a deambulação protegida; uma cinta femoral com uma banda f Am Acad Orthap Surg 8:344, 2000.
pélvica pode ser necessária. Problemas com mau alinhamento angular, Boraiah S, Kemp TJ, Erwteman A, et ai: Outcome fo llowing open reductio n
longas internações e complicações consideráveis têm sido relatados. and intern l lixation of open pilon fractures, j Bane faint Swg 92A:346,
As medidas conservadoras podem ser possíveis para as fraturas do 20 10.
tipo II, mas substituir a prótese anterior por uma com haste mais Borens O, Kloen P, Richmond j, et ai : Minimally invasive treat ment of pilon
longa deve ser considerado. As fraturas do tipo III podem ser tratadas fractures with a low prolile plate: prel iminary results in 17 cases, Arch
Orthap Trauma Surg 129:649, 2009.
de forma conservadora ou por RAFI usando-se fixação da fratura com
Borrelli j )r, Ellis E: Pilon fractures: assessment and treatment, Orthap Clin
placa de compressão. As fraturas do tipo III ocorrem no terço distal
Narth Am 33:23 1, 2002.
do fêmur e também podem ser tratadas com haste intramedular retró -
Borrelli ), Prickett W, Song E, et ai: Extraosseous blood supply of the tibia
grada ou inserção de placa subm uscular percutânea. Nós temos usado and effects of different plating techniques: a human cadaver study,
a fixação femoral da fratura com placa com tiras de aloenxerto femoral j Orthap Trauma 16:691, 2002.
adicionais e placas especiais que permitem a fiação por cerclagem para Bõstman OM, Pih lajamake HK: Adverse tissue reac tions to bioabsorbable
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e fio de cerclagem com a fixação de placas com parafusos distalmente Candal-Couto J), Burrow D, Bromage S, et ai: Instabi lity of the tibio-libular
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e fios de cerclagem proximalmente (construção Ogden). Eles conclu-
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íram que "a construção Ogden era mais rígida do que o suporte de
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grada, desde que o componente femoral tenh a um design em "caixa Chen PY, Wang TG, Wang CL: Ultrasonographic exam ination of the deltoid
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CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
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CAPÍTULO 54 FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES
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FRATURAS DO COLO CLASS IFI CAÇ ÃO 2731 Hastes lntramedulares 2745
DO FÊMUR 2719 TRATAMENTO 2732 Fixação com Placa 2749
CLASSI FICAÇÃO 2719 Tratamento com Dispositivo LUXAÇÕES DO QUADRIL E
DIAGNÓSTICO 2720 Placaparafuso Deslizante 2732 FRATURAS DA CABEÇA
TRATAMENTO 2720 Tratamento com Hastes FEMORAL 2753
Tratamento Cirúrgico 2722 Intra medulares 2736 MANOBRAS DE REDU ÇÃO DA
RESULTADOS E COMPLICAÇÕES 2727 Fixação com Placas Comparada à LUXAÇÃO POSTERIOR DO QUADRIL 2756
Fa lha da Fixação 2727 Fixação com Haste lntramedular 2742 MANOBRA DE REDU ÇÃO PARA
Osteonecrose e Pseudoartrose 2727 LUX AÇÃO ANTERIOR DO QUADRIL 2759
FRATURAS FEMORAIS
ARTROPLASTIA 2730 SUBTROCANTÉRICAS 2744 FRATURAS DO COLO
FRATURAS CLASS IFI CAÇÃO 2745 E DIÁFISE FEMORAL
INTERTROCANTÉRICAS IPSILATERAL 2761
TRATAMENTO 2745
DO FÊMUR 2731
Enquanto o número de fraturas do quadril continuar a aumentar nos [Fig. 55-2]), pela class ificação de Garden ou pela classificação de
Estados Unidos (com uma estimativa de 458.000 a 1.037.000 de fra- Pauwels. A classificação de Garden (Fig. 55- 3) é o sistema de clas-
turas de quadril por ano até 2050, em pacientes com 45 anos ou mais), sificação mais utili zado e base ia-se no grau de desvio:
cirurgiões ortopédicos continuarão a cumprir um importante papel Estágio I: linha de fra tura incompleta (impactada em va lgo)
nesta iminente crise de saúde pública. Embora a maioria das fraturas Estágio II: linha de fratura completa; não desviada
do quadril ocorra na população geriátrica, cada vez mais os pacientes Estágio III: linha de fratura completa; parcialmente desviada
jovens sobrevivem a acidentes automobilísticos e apresentam lesões Estágio IV: linha de fratura completa; completamente desviada
decorrentes de traumas de alta energia sobre o quadril. As fraturas do Os Estágios III e IV podem ser diferenciados radiografica-
quadril nessas duas populações apresentam características muito mente ao se examinar cuidadosamente os padrões trabec ulares da
diferentes, e a compreensão de tais diferen ças irá ajudar a determi- cabeça do fêmur e do acetábulo. Em fraturas Estágio III, há contato
nar o tratamento adequado para se restaurar o estado funcional que entre o colo e a cabeça do fêmur, e os padrõ es trabeculares entre a
o paciente apresentava antes de ocorrer a lesão. cabeça e o acetábulo não estão alinhados. Fraturas do Es tágio IV
não mantêm contato entre o colo e a cabeça do fêmur, e os padrões
trabec ulares entre a cabeça e o acetábulo apresentam-se realinhados.
FRATURAS DO COLO DO FÊMUR A confiabilidade interobservadora entre os estágios é baixa; no
entanto, a maioria dos cirurg iões é capaz de diferenciar entre fratu -
As fraturas do colo do fêmur ocorrem predominantemente em idosos, ras do colo do fêmur não desviadas (Fases I e II) e desviadas (Está-
geralmente secundárias a quedas de baixa energia, e podem ser asso- gios III e IV).
ciadas à osteoporose. As fraturas do colo do fêmur em pacientes A class ificação de Pauwels (Fig. 55-4) foi inicialmente des-
jovens são totalmente diferentes e são tratadas de man eiras variadas. crita em 1935, na literatura alemã, e foi dese nvolvida para des -
Fraturas do colo femo ral em pacientes jovens costumam ser resultado cre ver o padrão dos veto res das forças prese ntes no local da
de um mecanismo de alta energia, e as lesões associadas são comuns. fratura. A classificação tem sido citada erroneam ente n a litera -
A maioria das fraturas do colo do fêmur é intracapsul ar e pode com- tura através dos anos, causando alguma confusão, m as a pre-
prometer o tênue forn ecimento de sangue para a cabeça femoral (Fig. m issa básica p erm anece: o aum ento da vertica lidade da linha de
55-1). Fraturas basocervicais são extracapsulares e frequentemente fratura do colo do fêmur es tá associado ao aumento da ocorrên -
são consideradas como fraturas in tertrocantéricas. cia de cisalharnento no local da fratur a. A class ificação baseia-se
no ân gulo entre a linha da fr atura e o plano horizontal. A linha
em uma fratura de Pauwels do tipo I está entre O e 30 graus em
CLASSIFICAÇÃO referência à hori zo ntal; a do tipo II es tá entre 30 e 50 graus; e a
do tip o III é m aior que 50 g raus (Fig. 55- 5). A classificação é
As fraturas do colo femoral podem ser classificadas pela localiza- relevante, pois o tratamento ideal provavelmente varia de acordo
ção da linha da fratura (subcapital, transcervical, ou basocervical com o ângulo de Pauwels.
2719
@pj1) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
cervica is
ascendentes
TRATAMENTO
O@IJ;tJ.im. Classificação das fraturas do co lo f emora l por Uma redução satisfatória é fundamental para se minimi za r as com-
loca lização: su bca pita l, transcerv ical, basocervica l. plicações associadas ao tratamento de fraturas do colo do fêmur,
incluindo a pse udoartrose e a osteonecrose. A redução fincruenta
pode ser tentada em todo paciente para o qual a fixação interna é
planejada. A técn ica de Whitman envolve a aplicação de tração com
o quadril abduzido e estendido, saindo de rotação externa e tra-
zendo o quadril para rotação interna. Tentativas de redução não
DIAGNÓSTICO devem ser forçadas e nem repetidas mais que duas ou três vezes.
Uma vez que a redução foi ap licada, a angulação e o alinhamento
O diagnóstico de urna fratura do colo do fêmur tem como base devem ser avaliados criteriosamente. O índice de ali nhamento de
histórico, exame físico e avaliação das radiografias. A maioria do s Garden (Fig. 55-6) pode ser utilizado para avaliar a angulação e
pacientes com fraturas do colo femoral tem um histórico de evento alinhamento do colo femora l. O alinhamento trabecular padrão
traumático, com exceção dos pacientes com fraturas por estresse. (Fig. 55-7) é ava liado com radiografias ou fluoroscopia através de
Além disso, muitos pacientes jovens com fratur as de alta energia incidências anteroposterior e perfil. Na imagem anteroposterior, o
têm lesões associadas, incluindo lesões na cabeça, e podem não ser ângu lo entre o eixo medial e o eixo central das trabéculas de com-
capazes de prover um histórico. O índice de suspeita de uma pressão medial deve medir entre 160 e 180 graus. Um ângulo menor
fratura do colo do fêmur deve ser extremamente alto, visto que as que 160 graus indica alinhamento em varo, enquanto um ângulo
consequências de uma fratura negligenciada podem ser desastro - maior que 180 graus indica va lgo excessivo. Na imagem em perfil, a
sas. O exame físico geralmente revela uma extremidade encurtada angu lação deve ser de aproximadamente 180 graus e o desvio m aior
e rodada externamente. que 20 graus indica anteversão ou retroversão excessiva.
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL
lê!§lhHE119 Radiografia (A), tomografia computadorizada (B e C) e uma fotografia da apresentação clínica (D) de fratura
do colo do fêmur de alto ângulo de Pau wels.
@pj) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
1 ESCOLHA DO IMPLANTE
A escolha do implante e da técnica operatória dep ende em grande
parte da idade fisio lógica do paciente. Pacientes mais idosos com
frat uras desviadas são mais bem tratados com hemiartroplastia
ou ar troplas tia total do quadril. Os pacientes mais jovens são
tratados com fixação interna. Por algum tempo, em nossa institui -
ção, pacientes idosos com fra tura do colo do fêm ur desviada foram
tratados com hemiartroplas tia. Existem certas controvérsias com
relação à utili zação de hastes cimentadas ou não cimentadas, bem
como próteses unipolares ou bipolares. Dados recentes de vários
estudos indicam que pacientes deambuladores comunitários apre-
sentam melhores resultados quando tratados com artroplastia total
de quadril do que quando tratados com hemiartroplastia, o que pode
exigir a reavaliação da abordagem de tratamento nesses pacientes.
Embora a maioria dos procedimentos de hemiartroplastia e artro-
plas tia total do quadril em nossa instituição seja realizada através
de uma abordagem posterior, existem preocupações quanto a luxação
da prótese, fazendo com que as abordagens anterior ou anterola-
teral devam também ser consideradas.
A B
IUêjiJ;@ Li19 Contorno côncavo do colo do fêmur encontra o contorno convexo da cabeça femoral em curva "S" ou "S" reversa
superiormente, inferiormente, anteriormente e posteriormente; restauração desses sinais de "S" é indicativo do alinhamento anatômico .
(Redesenhado de Lowel l JD: Results and comp lications of femoral neck fractures, Clin Orthop Relat Res 152 : 162, 1980.)
O[êill;fflml!I A p inça de redução (Fa rabeuf) pod e se r usada para obter co m pressão na frat ura d o co lo d o fê mur. A, Frat u ra d esviada.
B, Fratura reduz ida. VEJA A TÉCNICA 55-2.
Existem controvérsias sobre o melhor método de fixação para que três parafusos canulados. Um estudo clínico retrospectivo que
fraturas subcapitais e transcervicais desviadas. Os tipos de fixação comparou dispositivos de fixação para fraturas do colo femoral do
incluem parafusos canulados (Fig. 55-11) e placa-parafuso desli- tipo III de Pauwels não encontrou nenhuma evidência definitiva
zante. Estudos biomecânicos sugerem que, para o tratamento de indicando o dispositivo de fixação ideal. Houve maior taxa de pseu-
fraturas basocervicais instáveis, a placa-parafuso deslizante asso- doartrose com parafusos canulados do que com dispositivos de
ciada a um parafuso antirrotatório (Fig. 55- 12) provê maior rigidez ângulo fixo (placa-parafuso deslizante, haste cefalomedular, placa
-parafuso 95 graus); no entanto, essa diferença não foi estatistica-
mente significativa. Dados biomecânicos recentes em um modelo de
fratura do colo femoral de Pauwels tipo III sugerem que a placa
bloqueada do fêmur proximal pode ser superior a ambos (parafusos
canulados e placa-parafuso deslizante). No entanto, nenhuma
grande série clínica relatou resultados funcionais em pacientes com
fraturas do colo femoral tratadas com este dispositivo. Nós geral-
mente reservamos a utilização de placas bloqueadas do fêmur pro-
ximal (Fig. 55-13 ) para fraturas com cominuição significativa do
colo (Fig. 55-14).
A técnica para a fixação com placa-parafuso deslizante é des-
crita na seção sobre fratura femoral intertrocantérica (Técnica 55-4).
Cuidados devem ser tomados com parafusos de compressão de
grande diâmetro em pacientes com osso não osteoporótico. Deve-se
considerar a utilização de dreno como rotina, bem como a associa-
ção de um parafuso antirrotatório.
A influência da restauração do comprimento do colo do fêmur
no resultado funcional tem sido enfatizada em vários estudos recen-
tes. Zlowodzki et ai. avaliaram retrospectivamente o efeito do encur-
tamento do colo do fêmur (Fig. 55-15) no resultado funcional em
70 pacientes com fraturas consolidadas, de quatro instituições.
Desta amostra, 64% das fraturas estudadas eram intracapsulares
sem desvio. Todos os pacientes foram tratados com parafusos
canulados e 69 dos 70 apresentaram reduções aceitáveis de acordo
com o índice de alinhamento de Garden. Curiosamente, dos 70
h@i@SmlJ Fixação de fratura desv iada do colo do fêmur pacientes estudados, 46 (66%) apresentaram encurtamento de
com parafuso canu lado após a redução aberta. mais de 5 mm e 27 (30%) apresentaram mais de 5 graus de varo.
O@i!;HE:1:9 Frat ura do co lo femoral desv iada (A), neste caso fr atura ipsilatera l à fratura da diáfise femoral , fixada com placa-pa-
raf uso deslizante e parafuso ant irrotatór io (B).
@pJit PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
O[ijii@m!I Rad iografias anteroposterior (A) e perfil (B) de uma fratura desv iada do co lo do fêmur, em processo de conso lidação,
com cominuição sign ifi cativa tratada com uma placa bloqueada do fêmur proxima l.
0@1!;?4m:D Encurtamento significativo do co lo do fêmur após o tratam ento com parafusos canu lados de rosca parcial em fratura
minimamente desviada . A, Vista fluoroscópica intraoperatória anteroposterior. B, Radiografia anteroposterior reve lando encurtamento
sign if icativo do co lo do fêmur.
O@il;HmD Em uma tentativa de se minimizar o encurtamento do colo do f êm ur, o parafuso de rosca parcial normalmente utili-
zado para a compressão é alterado para parafuso de rosca total. A, Radiografia no momento da lesão. B e C, Após redução operatória
e fixação.
Htijil;f4mf» Má redução da frat ura do colo femo ral, res ultando em varo (A) e retrocurvato (B) . C e D, Após revisão co m redução
aberta e f ixação interna.
de aproximadamente 2 cm de loban em torno da junção Christa et ai. Mostraram, em um estudo de cadáveres, que a
da lâmina/cabo (Fig . 55 -20) pa ra diminui r a probabilidade capsulotomia guiada por fluoroscop ia é segura e efetiva para fins de
de dissociação da lâmina durante a manipulação. se diminuir a pressão intracapsular. Dissecções de cadáveres após a
•Através da incisão lateral feita para fixação com parafusos, capsulotomia revelaram que as distâncias médias da artéria femora l
placa-parafuso deslizante ou placa bloqueada de fêmur e do ramo mais lateral do nervo femora l até o corte na cápsula foram
proximal, utilizando-se uma sensação táctil e orientação de 40,3 e 19,5 mm, respectivamente. As distâncias mínimas foram de
fluoroscópica, avance o bisturi ao longo da porção anterior 36 mm da artéria femoral e 15 mm do ramo mais lateral do nervo
do colo do fêmur com a lâmina voltada inferiormente. femoral. A pressão intracapsular foi substancialmente diminuída
•Uma vez que a cabeça do fêmur é encontrada, gire a após a caps ulotomia.
lâmina 90 graus e retire o bisturi, aplicando força no Uma metanálise de 106 estudos sobre fraturas desviadas do colo
sentido posterior para completar a capsulotom ia. do fêmur em pacientes idosos (65 anos ou mais) reportou incidências
de osteonecrose e pseudoartrose de 16% e 33%, respectivamente.
MflJ1) PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
HtijlhMm:EI Pseudoartrose de fratura do co lo do fêmur. Rad iografia anteroposterior (A) e tomografia co mputadorizada (B).
C, Conso lidação após f ixação com uma p laca- lâmi na. (Cortesia de David Templeman, MD, Minneapolis, MN.)
A taxa de reoperação em 2 anos variou entre 20% e 36% após fixação ambulatoriais com idade de 70 anos ou mais. Houve falha, defi nida
interna, a qual foi maior quando comparada à hemiartroplastia. como a perda de redução precoce, pseudoartrose, osteonecrose
com colapso, ou infecção, em 43% dos pacientes tratados com
fixação interna e em 6% dos pacientes tratados com artroplastia
ARTROPLASTIA em 2 anos. Um estudo mais recente que acompanhou a mesma
coorte revelou que, após 10 anos, esses res ultados mantiveram-se
A decisão de prosseguir com fixação ou artroplastia depende das estáveis ao longo do tempo: em nenhum mom ento os pacientes
características da fratura e da idade fisiológ ica do paciente. Fratu- com fixação interna bem-sucedida mostraram melhores resultados
ras do colo femora l com desvio em pacientes mais jovens ( < 65 no que diz respeito à dor no quadril ou mobilidade do que os
anos) devem ser tratadas com redução anatômica e fi xação interna pacientes com artroplastia bem-sucedida.
estável. Fraturas do colo femora l desviadas, em pacientes mais Uma vez tomada a decisão de proceder com art roplastia,
idosos, devem ser tratadas com artroplastia. Uma metanálise de vários temas polêmicos ainda precisam ser considerados: tipo de
alta qualidade que incluiu nove estudos randomizados mostrou artroplastia (hemiartroplastia ou ar trop lastia total do quadril), uni-
que a artroplastia reduziu substancialmente o risco de cirurgia de polar ou bipolar (caso a hemiartroplastia seja escolhida) , haste
revisão em comparação com fixação interna no tratamento de fra- femora l cimentada ou não cimentada e abordagem cirúrgica. Ao
turas do colo femoral desviadas em pacientes com 65 anos ou mais. longo dos últim os anos, tem se intensificado o debate sobre a pro-
Artroplastia, no entanto, foi associada à maior perda de sangu e, babilidade de artroplastia total do quadril (Fig. 55-21) ser superior
maior tempo operatório e infecções mais frequentes . Hudson et ai. à hemia rtroplastia (Fig. 55-22) para fraturas desviadas do colo
encontraram maior taxa de reoperação após fixação interna do que femoral em pacientes ativos, fisio logicamente mais velhos. Histori-
após hemiartroplastia, em pacientes com mais de 80 anos; no camente, é rara a utilização de artroplastia total do quadril para fra-
entanto, não encontraram diferença nas taxas de reoperação em turas desviadas do colo femoral. Estudos mais recentes, no entanto,
pacientes entre 65 e 80 anos de idade. Em um estudo randomizado, têm identificado vários benefícios potenciais da artroplastia total de
Rogmark et ai. compararam fixação interna e artroplastia para o quadril sobre hemiartroplastia, incluindo pontuações superiores do
tratamento de fraturas do colo femoral desviadas em pacientes resu ltado func ional, diminuição da dor, melhora da deambulação e
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADR IL tm:llll
i' y, Mueller
-
FRATURAS INTERTROCANTÉRICAS
DO FÊMUR
CLASSIFICAÇÃO
Muitas classificações para fraturas peritrocantéricas e intertrocanté-
ricas do fêmur foram propostas ao longo dos anos. Boyd e Griffin,
H[ril!;Hml!J Fa ixa de Joban co locada ao redor da junção da inicialmente, descreveram quatro tipos de fraturas femorais peritro-
lâmina com o cabo do bisturi para evitar a dissoc iação da lâmina cantéricas em 1949 (Fig 55-23.):
e do cabo durante a capsulotomia. VEJA A TÉCNICA 55-3. Tipo 1: fraturas que se estendem ao longo da linha intertrocantérica
lllDD PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
TRATAMENTO
FIXAÇÃO DE FEMORAIS
INTERTROCANTERICAS COM PLACA-
PARAFUSO DESLIZANTE
TÉCNICA
POSICIONAMENTO DO PACIENTE
O@ii;MmJI Artroplastia tota l do quadril para tratamento de •Coloque o paciente em uma mesa de fratura com um
fratura do co lo femoral. A, Radiografia anteroposterior pré-ope- poste perineal .
ratória . B, Um ano após a artroplastia total do quadril. (Cortesia • Posicione o pé do membro inferior contralatera l em uma
de Andrew Schmidt, MD, Minneapolis, MN. ) bota e coloque a perna em posição de tesoura (quadril
não afetado estendido em relação ao lado lesionado) (Fig.
55-27) ou use um bom suporte para a perna.
• Posicione a extremidade afetada em uma bota depois que
a manobra de redução ti ver sido realizada (ver a seguir).
Nós normalmente colocamos a extremidade afetada em
20 a 30 graus de flexão do quadril.
Tipo 2: fraturas cominuídas, com a linha principal de fratura ao • Posicione o fluoroscópio no lado contralatera l ou entre as
longo da linha intertrocantérica, mas com múltiplas linhas de pernas do paciente, dependendo da posição da perna
fraturas secundárias (pode incluir linha de fratura coronal vista não lesionada. Boas imagens fluoroscópicas devem ser
em radiografia de perfil) alcançadas antes de se prosseguir.
Tipo 3: fraturas que se estendem ou são distais ao trocânter menor
Tipo 4: fraturas da região trocantérica e da diálise proximal com REDUÇÃO
traços em pelo menos dois planos •A redução da extremidade afetada costuma ser feita com
É provável que a classificação mais útil de fraturas intertrocan- tração e rotação interna. A deformidade típica do plano
téricas do fêmur seja a classificação AO/OTA (Fig. 55-24): sagital (desvio posterior) pode exigir correção com uma força
31Al: traços simples, sem cominuição aplicada no sentido anterior ao fragmento distal, antes de
31A2: fraturas cominutivas, em var iados graus de fragmenta ção se completar a redu ção com tra ção e rotação interna.
31A3: fraturas com obliquidade reversa ou padrões de extensão •Uma vez reduzida a fratura provisoriamente, posicione a
subtrocantérica perna afetada na bota e obtenha visualizações fluoroscó-
Cada grupo contém subgrupos para descrever ainda mais as picas nos planos sagita l e coronal. Faça qualquer ajuste
características de cada fratura. A classificação AO/OTA tem sido
CAPÍTU LO 55 FRATU RAS E LUXAÇÕES DO QUAD RIL
O!êJll;füm!t Hem ia rt rop lasti a pa ra tratame nto de frat uras do co lo do fêmur. A e B, Radiog rafi as no pré-operat ório anteropost erio r
e perfi l. C, Depo is da hemiartrop lastia .
A1 .1
Tipo 1 Tipo 2
A2 .1
Tipo 3 Tipo4 A3 .1 .2
do parafuso até o áp ice da cabeça femoral em amb as as visuali - (fraturas Al e A2). Curiosamente, apenas 3% dos pacientes com
zações, anteroposterior e lateral. Quando a dis tâ ncia ponta-ápice fraturas Al. l , A l.2, A 1.3 e A2. l tiveram fraturas intraoperató rias da
for maior qu e 25 mm , o risco de falha aumenta expo nencia lmen te parede lateral, enquanto 31% dos pacientes com fraturas A2.2 e A2.3
(Fig. 55 -31*) . tiveram esse tipo de intercorrência. Em outro estudo que avaliou
A integridade da parede lateral do trocânter é outro ponto a fatores associados ao insucesso no tratamento de fraturas estáveis
ser considerado no tratamento de fraturas intertrocantéricas do (3 1Al ) com placa- parafu so deslizante, Im e Chung identificaram a
fêmur com placa-parafuso desli zante. Em um a sé ri e de fraturas tra- fratura iatrogênica da parede lateral como o preditor mais signifi-
tadas com este tipo de implante, 22% dos pacientes com um a parede cante para a ocorrência de perda de redução. Esses autores sugeri-
lateral fraturada (fraturas A3 ou fraturas iatrogênicas em fraturas Al ram a utilização de uma placa com estabi li zação tro cantérica (Fig.
e A2) necessitaram de uma segunda operação no prazo de 6 meses; 55-32) ou fixação com implante alternativo (haste intramedular)
74% das fraturas da parede lateral ocorreram no intraope ratório caso uma cominuição iatrogênica seja identificada no intrao perató-
rio. Esses estudos suge rem ca utela ao se utilizar placa-parafuso des-
*Di sponível, em inglês, em www.expertconsult.com. lizante em fraturas mais complexas que A2.l e que a parede lateral
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
li!§il;@nfa Posição "tesoura" para fi xação de fratura fe- • TRATAMENTO COM HASTES INTRAMEDULARES
moral intertrocantérica com placa-parafuso deslizante. VEJA A Fraturas intertrocantéricas instáve is do fêmur (A3 e provavelmente
TÉCNICA 55-4. algumas fraturas A2) são mais bem tratadas com um implante intra-
medular. Já há algum tempo, a segunda geração de dispositivos cefa-
lornedulares, tais como o dispositi vo intramedular Gamma (IMHS),
seja cuidadosamente avaliada qu ando este tipo de implante for con- tem sido utili zada com sucesso.
siderado para padrões de fratura mais estáve is. Teo ri camente, os benefícios das hastes intramed ulares sobre as
Outro dispositivo que tem a intenção de diminuir o risco de placas incluem melhor biomecânica (menor braço de alavanca), dimi-
fratura iatrogênica da parede lateral é a placa de Go tfried (placa nuição da perda de sangue, incisões menores e diminuição da inci-
de compressão percutânea), que é fixada com dois parafusos inseridos dência de encurtamento do colo do fêmur. A maior metanálise
percutaneamente no colo e na cabeça do fêmur. Os dois parafusos comparando os dois implantes, a partir da base de dados Cochrane,
proporcionam compressão intraoperatória, mas também permitem a concluiu que as placas laterais são superiores às hastes intramedulares
compressão dinâmica enquanto os pacientes deambulam. Os primei- no tratamento de fraturas intertrocantéricas do fêmur. A metanálise, no
ros resultados publicados referentes a esta placa incluíram 97 fraturas entanto, incluiu versões mais antigas de hastes cefalomedul ares, qu e
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LU XAÇÕ ES DO QUADRIL fmllll
h(ril!í@a l Fratura intertroca ntéri ca de alta energ ia. A, Rad iog rafia pré-operató ri a. B e C, Visuali zações f luo roscópicas no intra-
operat ó rio. VEJA A TÉCNICA 55-4.
tiveram problemas com fraturas femorais na ponta da haste. •Posicione o paciente em uma mesa de fratura com um
Embora esta complicação ainda ocorra, é muito menos frequente com poste perinea l.
os designs mais recentes das hastes. • Posicione a extrem idade inferior contra latera l em uma
bota e a perna em posição de tesoura (quadri l em exten-
FIXAÇÃO DE FEMORAIS são em re lação ao lado contralatera l).
INTERTROCANTERICAS COM HASTE •Posicione a extremidade afetada em uma bota depois que
a manobra de redução tiver sido real izada. Em gera l,
INTRAMEDULAR co locamos a extremidade afetada em 20 a 30 graus de
TÉCNICA flexão do quadril.
•Aduza o dorso do paciente e fixe o braço ipsilateral sobre
POSICIONAMENTO DO PACIENTE seu tórax.
• O posicionamento do paciente é semelhante ao descrito •Posicione o fluoroscópio no lado contralateral. Fl uorosco-
na Técnica 55-4. Em geral, preferimos colocar o paciente pia adequada deve ser alcançada antes de proceder.
em supino, mas o decúb ito latera l pode ser benéfico em
certos padrões de fratura e em pacientes portadores de REDUÇÃO
obesidade mórbida. •Reduza a fratura como descrito na Técn ica 55-4. )
mml PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADU LTO S
A B e
E F
O@ihMm:J Fi xação de fratura intertrocantérica com p laca-parafuso des lizante . (Modificada de Baumgaertner MR: Compression hip
screw plates: technique manual, Memphis, TN, 2000, Smith & Nephew.) VEJA A TÉCNICA 55-4.
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL f.Dm
=
iâ@'hflnlI!) Cálculo da distância ponta-ápice (TAD). Distân-
cias da ponta do implante ao áp ice da cabeça femoral em visões
anteroposterior (esquerda) e perfil (direita) são somadas (X + X
AP Lat) . TA O menor que 25 mm deve ser atingida. (Redesenhado
de Powel l J, Dirschl DR: Fractures of the proxima l femur. ln Baumgaert-
ner MR, Tornetta P, editors: OKU Trauma 3, Rosemont, IL, 2005, American
Academy of Orthopaedic Surgeons; and Lindskog DM, Baumgaertner
MR: Unstable intertrocha nteric hip fractures in the elderly, J Am Acad
Orthop Surg 12 179, 2004.) iâ@il;M m!I Pl aca com estab ilização trocantérica pode ser
utilizada como adjuvante ao parafuso deslizante. (Redesenhado de
Synthes [USA]: Trochanter stabilization p/ate for DHS: technique guide,
Paol i, PA, 2000, Synthes.)
PONTO DE ENTRADA
)
• Para a f ixação das fratu ras intertrocantéricas do fêmur,
uti lizamos um porta l trocantérico medial modificado (Fig.
55-33). O portal trocantérico medial está local izado na
face media l do trocânter maior na visua lização anteropos-
terior e em linha com a diáfise femoral na visão em perfil.
Em um estudo em fêmures de cadáver, Perez et ai. não
encontraram danos ao tendão do glúteo médio com este
porta l, que pode estar associado à menor fraqueza abdu-
tora que o porta l trocantérico padrão.
•Faça uma incisão de aproximadamente 3 cm, começando
3 cm proxima l ao ápice do trocânter maior e a estenda
proximalmente (esta incisão pode precisar ser estendida
dependendo do biotipo do paciente).
•Faça uma incisão na aponeurose do múscu lo glúteo
máximo.
• Posicione um fio-guia na face medial do trocânter maior
(portal trocantérico medial modificado). Insira o fio-guia
entre 2 e 3 cm no fragmento proximal (Fig. 55-34A).
Neste ponto, use fluoroscopia para ava liar a posição do
f io-guia em ambos os planos. Faça as correções da
posição do fio-guia utilizando técnica com dois fios ou
com um gu ia tipo "favo de mel". Acred itamos que o uso
da técnica com dois fios diminu i de maneira significante
o tempo de fluoroscopia na sala de ciru rgia. 0@11;(4a l Portal trocantérico medial modificado. VEJA A
• Use a broca ini cial proximal para alargar o espaço ao TÉCNICA 55-5.
redor do f io-guia até um nível pouco abaixo do trocânter
menor (Fig . 55-348). Corrija qualquer má redução antes
deste passo. colocação de uma haste ma ior pode aumentar o risco de
•Insira o fio-guia com ponta esférica (ba/1-tip) em direção perfuração da cortical anterior.
à diáfi se do fêmur até ele alcançar a cicatriz fisári a, e •Frese o fêmur até um diâmetro de 1,5 mm maior que o
meça o f io-guia para determin ar o comprimento ade- diâmetro da haste intramedula r. Preste muita aten ção à
quado da haste intramedular. curvatura anterior do fêmur e, se necessário, frese 2 mm
• Em geral, utilizamos uma haste de 1O mm de diâmetro a mais que o diâmetro da haste.
para fraturas intertrocantéricas do fêmur. Acreditamos •Depo is de selecionar o comprimento e o diâmetro ade-
que, na ma ioria das situações, não há benefício sign ifica- quados da haste, monte a haste e o gu ia para as perfu-
ti vo em se colocar uma haste de diâmetro maior e que a rações (Fi g. 55-34C ). )
BD> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADU LTOS
A e
0!§1i;bim9 Fi xação de fratura intertrocantérica com haste intramedular. A, Localização do fio-guia no aspecto media l do trocânter
maior e inserção de 2 a 3 cm no frag mento proxima l. B, Uso da broca inicia l para alargar ao níve l de trocânter menor. C, Montagem
da haste e guia da broca. D, Ava nço do fio-guia até a distância de 5 mm do osso subcondral. E, Medição do comprimento do parafuso
através do gu ia.
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL fmllllll
Parada
positiva
l#@i@U}J§I(.],\ F, Fresagem para inserção do parafuso (broca ajustada com 5 mm a menos que a medição de fio-guia). G,
Inserção do parafuso seg uido pela guia de centralização (H). 1, Inserção de parafuso de compressão após soltar a tração. (Modificado de
Albert JS: Compression hip screw nails: technique manual, Memphis, TN, 2000, Smith & Nephew.) VEJA A TÉCNICA 55-5.
• Insira a haste com o guia rodado anteriormente, uti - • Faça uma pequena incisão lateral através da pele e da
)
li zando a curvatura da haste para fac il itar a introdução. fáscia e avance o protetor de partes moles da broca
Gire o guia na direção posterior depois de a haste até o aspecto lateral do fêmu r.
ter sido inserida cerca de metade do caminho do cana l • Insira um fio-guia até 5 mm do osso su bcondral (Fig.
intramedular. Durante a inserção da haste, ava lie o 55-340). Confirme a posição do fio-guia, que deve estar
se u posicionamento com fluoroscopia em perfil para no centro da cabeça femoral.
evitar a perfuração da cortical anterior. •Meça o comprimento do parafuso (Fig. 55-34E).
• Insira a haste a uma profundidade que possibi lite o posi- •Frese ao redor do fio-guia para a apropriada inserção
cionamento do fio-guia no centro da cabeça do fêmur. do parafuso (Fig. 55-34F)
Remova o fio-guia com ponta esférica (ball-tip). •Use um dreno caso o paciente não tenha osso osteo-
•Avalie a versão da haste na visão fluoroscópica em perfil; porótico.
a versão estará correta quando haste, gu ia, colo e cabeça •Insira o parafuso (Fig. 55-34G); utilize guia para auxiliar
femoral estiverem todos alinhados. a inserção e centra lização do parafuso (Fig. 55-34H) )
E» PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
h[riii;Qm?ll Dispositivo lnterTAN usa dois parafusos de bl oqueio prox ima l integra dos que perm item co mpressão li near no intra-
operató ri o . A, Radi ograf ia pré-ope rató ri a. B, Após f ixação .
• Uma vez localizado o fio-guia sob fluoroscopia, introduza certificar-se de que o fio-guia que passa pelo cabo de
a fresa inicial de 12, 5 mm/broca de fresa de cana l 16-mm inserção seccione a haste e ca beça/colo fe moral.
através do guia de partes moles (guia do portal de •Confirme a profundidade apropriada da haste através do
entrada) Insi ra a fresa do ca nal at é o níve l do trocâ nter ali nhamento na f lu oroscop ia no plano anteroposteri or.
menor (com stop no guia do porta l de entrada) (Fig. •Retire o f io-gu ia de ponta esf érica.
55-37 A). Em gera l, utiliza mos um a lnterTAN longa e, •Faça uma pequena incisão lateral através da pel e e da
nesse momento, removemos a fresa inicia l e o f io-gu ia, f áscia , e coloque a cam isa protetora para perfura ção ade-
deixando a fresa de cana l no lu gar. quada na face lateral do fêm ur (Fi g. 55-37 0 ).
•I ntroduza o fio-guia com ponta esférica (ou o redutor e, em •I nsira os dois parafusos integ rados de bloqueio proxima l.
seguida, o fio-guia) e avance até o nível da cicatriz f isá ria. Use a broca de 4,0 mm pa ra inserir o fio-guia de 3,2 mm
• Meça o comprimento da haste intramedular. e o avance até a porção central da cabeça femora l, a 5
• Se necessário, frese sequencialment e até um diâmetro mm do osso subcond ral (Fig. 55-37 E). Meça o compri -
1, 5 mm maior que a haste a ser usada (Fig. 55-37B). Nós mento do pa rafuso, subtra indo de 5 a 1O mm do com-
normalmente usamos uma haste de 1O mm de diâmetro primento do fio-guia , de acordo com a quantidade de
e fresamos sequencialmente até 11 ,5 mm. comp ressão desejada.
• Monte a haste e a introduza no fêmu r. Tal como acontece •Use a broca de 7,0 mm na posição inferi or ao fio-guia
co m todas as hastes femorais anteróg radas in se ridas pa ra perfura r o loca l da barra ant irrotatória e do subse-
através de um portal trocantérico ou troca ntérico modi- quente pa rafu so de compressão (Fig . 55-37 F). Insi ra a
f icado, co loq ue a haste co m o guia voltado anteri or- barra antirrotató ri a.
mente, com o objetivo de usar a curvatura da haste para • Use a broca de 10,5 mm pa ra perfura r ao redor do f io-
fac ilitar a inserção (Fig. 55-37C) Gire o guia posterior- guia de 3,2 mm (Fig. 55-37G), e insira o parafu so de
mente depois que a haste tiver sido inserida até cerca de comprimento adequado (Fig. 55-37 H).
metade do canal intramedu lar. Mon itore a inserção da •Remova a ba rra antirrotatória e insira o parafu so de com-
haste com fluoroscop ia em perfil para evitar perfuração pressão integrado (Fig. 55-371). Retire a tração antes de
da cortical anterior. comprimi r completamente a fratura.
• Antes de introduzi r a hast e comp letamente, aval ie a ante- •I nsira um ou mais parafusos distais para bloq ueio dinâ-
versão com fluoroscopia em perfil, e gire a haste pa ra mico ou estáti co, conforme desejado. )
_, PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
A
e
«
,rsmm
h@l!;Mm:fl Fixação de fratura intertrocantérica com lnterTAN. A, Inserção de fresa inicial/alargador de cana l ao nível do trocânter
menor. B, Fresagem sequencial através do alargador de canal. C, Inserção de haste começando com guia voltado anteriormente. D,
Inserção da camisa da broca através de pequena incisão. E, Inserção de fio-guia na posição de centro-centro na cabeça femoral. F,
Perfuração para barra antirrotatória e parafuso de compressão subsequente.
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL fJZm
· •i}Jfi(.].i G, Perfuração para parafuso de comp ressão com barra antirrotatória posicionada. H, Inse rção do parafuso de
compressão. 1, Inserção de parafuso de compressão integrado . (Modificado de Ruecker AH, Russell TA, Sanders RW, Tornetta P: TRIGEN lnter-
TAN: surgical technique, Memphis, TN, 2006, Smith & Nephew. ) VEJA A TÉCNICA 55-6.
A B
llA ll B
e D
iliopsoas e, portanto, são menos desviadas nos se ntidos da flexão e (Fig. 55-4 1B), que acred itamos resultar em menores taxas de fresa-
rotação extern a. ge m excêntrica e mau alinhamento. Um estudo retrospectivo de
A escolha do posicionamento do paciente na hora da fixação nossa instituição revelou menores taxas de mau alinh am ento após
pode também ser influenciada pelas características da fratura. A haste o conceito de "controle de traj etóri a" ter sido implementado e uma
intramedular para fraturas subtrocantéricas do fêmur pode ser reali- fresa de ca nal ter sido usada rotineiramente no tratamento de fra-
zada com o paciente em decúbito dorsal ou lateral. Nós preferimos a turas subtrocantéricas do fêmur.
posição supina com um portal trocantérico medial modificado para
a maioria das fraturas femorais subtrocantéricas, e reservamos a HASTES INTRAMEDULARES NO
posição em decúbito lateral para pacientes obesos e para algumas
fraturas com padrões mais complexos. Em geral, utilizamos uma mesa
MODO DE RECONSTRUÇÃO
de fratura, mas urna mesa comum também pode ser efetiva se um TÉCNICA
número ad equado de ass istentes estiver disponível. Em geral, utiliza-
mos um sistema de haste que permite bloqueio proximal padrão, bem • Posicione o paciente em decúbito dorsal (ou lateral) em
corno o bloqueio no modo de reconstrução (dois parafusos cefalome- uma mesa de fratura, com a extremidade lesada em tração
dulares). As fraturas IB, IIA e IIB de Russel -Taylor são proxirnalmente (através de um pino transesquelético ou bota de tração),
bloqueadas no modo de reconstrução (Fig. 55-40). Fraturas IA de com o quadril flexionado entre 30 e 40 graus (Fig. 55-42A) .
Russell -Taylor podem ser bloqueadas no modo padrão ou de recons- •Use fluoroscopias anteroposterior e em perfil para ca lcu-
trução; no entanto, nas fraturas IA mais perto do trocãnter menor, lar a quantidade de rotação do fragmento proximal. Este
tend emos a bloquear proximalmente a haste no modo de reconstru- cá lculo baseia-se em uma imagem em perfil verdadeiro
ção. Com base em dados biomecãnicos, sugere-se que todas as fratu- do colo femoral em que a inclinação da ampola do flu-
ras subtrocantéricas do fêmur devem se r bloqueadas no modo de roscópio fica a 15 graus com o eixo do solo (média de
reconstrução. Pacientes com estoque ósseo inadequado da cabeça anteversão). Um método alternativo e que apresenta
femoral podem ser tratados com um dispositivo tipo haste Gama maior precisão é a determinação da anteversão do lado
(haste Gama, parafuso intramed ular de quadril) ou InterTAN. contralateral, pela obtenção de uma imagem em perfil
Defendemos, também, o "controle de traj etó ria" (F ig. 55-41) verdadeiro do quadril e joelho do lado não lesionado. Este
no tratamento dessas fraturas. Tal controle envo lve a criação precisa valor mais preciso de anteversão é, então, subtraído do
do portal de entrada da haste sob orientação fluoroscópica (Fig. grau de inclinação da am pola em relação à horizontal na
55-41A), obtenção de suporte cortical anterior e lateral , e fre sagem incidência em perfil verdadeiro do lado lesionado. )
através do canal (Fresa de Canal, Smith & Nephew, Memphis, TN)
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL fDm
O!§il;@m:JII Fratura femoral subtrocantérica tratada com haste anterógrada proximal b loqueada no modo de reconstrução. A,
Radiografia pré-operatória. B e C, Depois da fixação com haste intramedular.
E9 PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
j)
A B
Conector de entrada
1
E F
G H
O!ijii;Hm!I Fixação de fratura subtrocantérica com haste intramedular bloqueada anterógrada no modo de reconstrução. A,
Paciente colocado em decúbito dorsal (ou lateral) na mesa de fratura. B, Pequena incisão começando aproximadamente 3 cm proximal
ao trocânter maior e ampliada proximalmente. C, Cria ção de portal de entrada preciso (portal medial trocantérico ou na fossa piriforme,
dependendo da haste selecionada) . D, Introdução da combinação fresa inicial proximal/fresa de canal e (E) alargamento proximal. F,
Ferramenta de redução utilizada para reduzir a fratura (G). H, Inserção do guia da haste com ponta esférica através da fratura.
lllEm> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
li!dl!zjUjfj+!.i I, Medição do tamanho da haste. J, Fresagem da diáfise femoral sequenc ialmente através da fresa de cana l.
K, Inserção de haste intramedular com bloqueio proximal no modo de reconstru ção. VEJA A TÉCNICA 55-7.
bloqueada de fêm ur proximal (Fig. 55-48). Algu ns estud os clínicos septo intermuscu lar. Solte a origem do vasto lateral, que
em fases iniciais questionaram a efetividade da placa bloqu eada de se situa na linha áspera no trocâ nter mai or.
fêmur proximal de um fabricante específi co, devido a frequentes •Com base na imagem pré-operatória, esco lh a entre a
fa lhas precoces; no entanto, dados biomecânicos recentes compa- técnica de placa em ponte ou redução direta com fixação
rando placas bloq ueadas com placas lâm ina são promissores. A fixação interfragmentária e placa de neutralização. Em gera l,
com placa bloqueada de fêm ur proximal pode ser tecnicamente mais usamos uma técnica de placa em ponte e contamos com
fáci l que a fixação com placa-lâmina. Esses implantes podem ser
moldes pré-operatórios do lado contra latera l para ava liar
inseridos com técnica percutânea ou técnica aberta, com base nas o comprimento .
características da fratura. Uma placa- lâmina pode ser inserida por •Uma vez alcançado o alinhamento apropriado, intro-
meio de técnicas diretas ou indiretas de red ução; no en tanto, a forma
duza a placa através da incisão proximal em uma altura
percutânea não é uma opção. A placa-lâmina pode ser muito útil
que permita a inserção de um fio-guia imediatamente
em situações de revisão (Fig. 55-49).
proximal ao ca lcar (Fi g. 55-51 A). Em gera l, utilizamos
uma placa longa que permite a fixação com quatro ou
FIXAÇÃO DE F,RATURAS FEMORAIS cin co parafusos bem espa ça dos (mo ntage m de baixa
SUBTROCANTERICAS COM PLACA densidade).
BLOQUEADA DE FÊMUR PROXIMAL •Fixe a placa proxima l e dista lmente com fios provisórios
(Fig . 55-51 B). Um parafuso cortica l pode ser colocado
TÉCNICA para aproximar a placa ao osso, se necessário.
• Insira o parafuso de bloqueio imediatamente acima do calcar
•Posicione o paciente em decúbito dorsal sob re uma mesa (Fig. 55-5 1C) e, em seguida, insira um parafuso cortical distal
de fratura, conforme descrito na Técnica 55-7. à fratura, na diáfise, a fim de aproximar a diáfise à placa, com
• Caso o trocânter menor no lado afetado esteja intacto, especial atenção para o alinhamento da fratura.
obtenha uma visão anteroposterior flu oroscóp ica do •Insi ra um parafuso cortica l no orifício mais distal na placa.
quadri l co ntra lateral com a patela em rotação neutra (esta Evite colocar um parafuso de bloqueio bicortica l no orifí-
posição pode ser confirmada através de uma incidência cio mais distal da placa, devido à possível criação de uma
em ant eroposterior verd adeira do joelho). Sa lve essa área com aumento significativo de estresse. Alternati va -
imagem no fluoroscópio para usar o contorno do trocân- mente, insira um parafuso de bloqueio unicortical na
ter menor como referência (Fig. 55-50). parte mais dista l da placa.
• Obtenha uma imagem em perfil verdadeiro do quadril •Fixe a porção proximal da placa com o maior número de
afetado e calcule a quantidade de rotação externa do parafusos possível, com base na anatomia do paciente.
fragmento proximal, conforme descrito na Técnica 55-7. Se, inicialmente, um parafuso cortica l proxima l tiver sido
•Faça uma abordagem lateral para o fêmur proximal inserido, troque-o por um parafuso de bloqueio.
(Técn ica 1-56). •N este momento, aval ie a rotação. Caso o trocânter menor
•Divida a fáscia lata em linha com a incisão na pele. Divida est eja intacto, alinhe o pé com a patela direcionada ante-
a fáscia do músculo vasto latera l, e eleve o músculo do riorm ente . Compare o contorno do trocânter menor ao )
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL fJDllll
O(rill;f.Sm!I Uso de elevador e punçor para correção da deform idade residual do segmento proximal. A, Deformidade pré-opera -
tória. B, Imagem fluoroscópica intraoperatória em perfil sem ajuda de redução . Fluoroscopia anteroposterior intraoperatória (C) e em
perfil (D) mostrando elevador e punçor utilizados para corrigir deformidades no plano sagital e coronal. E, Após redução. (Cortesia de
Richard Kyle, MD, Minneapolis, MN .) VEJA A TÉCNICA 55-7.
llllJiD PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
lij(§ihfüLi19 Uso de fio de cerclagem para manter a correção da deformidade do segmento proximal. Radiografia s pré-operatórias
(A) e pós-operatórias (B). (Cortesia de Wil liam Albers, MO, Memphis, TN.) VEJA A TÉCNICA 55-7.
l;Cijil;@ m:Ill Fi xação de placa bloqueada de fêmur prox ima l em fratura femoral su btrocantér ica com extensão proxima l. A, Radio-
grafia pré-operatória . B, TC axial no pré-operatório mostra extensão proximal envo lven do a fossa piriforme. C e D, Após fi xação com
placa bl oqueada.
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LU XAÇÕES DO QUADRIL
O@ll;f4E:ID Fixação de pseudoartrose subtrocantérica com placa-lâmina. A, radiografia pré-operatória. B e e, Depois da fi xação.
(Cortesia de David Templeman, MD, Minneapolis, MN .)
A B e D
O!§m!ijlm!I Rota ção pode ser ava liada pela comparação do contorno do trocânter menor afetado com o do quadril contra lateral.
(Redesenhado de Krettek C: Fractures of the distal femu r. ln Browner BD, Jupiter JB, Levine AM, et ai, editors: Skeletal trauma, ed 4. Ph iladelphia,
2009, Elsevier.) VEJA A TÉCNICA 55-7.
A apresentação clínica do membro lesionado pode fornecer Um tipo raro de fratura-luxação do quadril inclui uma luxação
importantes informações sobre o tipo e a direção da luxação do coxofemoral pura associada à fratura da cabeça do fêmur. Este padrão
quadril. A maioria das luxações do qu ad ril é posterior, situação em de lesão ocor re unicamente quando o qu adril e o joelho estão ligeira-
que a extremidade lesionada apresenta-se com encurtamento, rotação mente fletidos e o quadril em rotação neutra (Fig. 55-52). Mehta e
interna e adução. Luxações anteriores são muito mais raras (< 10%) e Routt descreve ram este padrão de lesão e advertiram sobre as conse-
se ap resentam com o membro encurtado e rodado externamente. quências da tentativa de redu ção fechada.
@fl1iJ PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTO S
A B D
O@ii;tginEJ Fi xação de fratura subtrocantérica com placa de bloqueada de fêmur proxi mal (ver te xto). A, A placa é introduzida
através da incisão proxima l e avançada distalmente até o nível que permite a co locação do fio-guia imed iatamente proximal ao calcar
e no centro da cabeça femoral na visão em perfi l. B, Pla ca é fi xada proximal e distalmente, uma vez que a posi ção ideal tenha sido
atingida . C, Parafuso de bloqueio é co locado imed iatamente proxima l ao calcar. D, Construção fina l após inserção dos pa rafusos pro-
xima is e distais. (Modificado de Peri-Loc /ocked plating system: surgical technique, Memphis, TN, 2011, Smith & Nephew.) SEE TECHNIQUE 55-8.
A avaliação de um paciente com suspeita de luxação do quadril cabeça femoral que resultam em uma redução incongruente são
não deve ser demorada, iniciando-se com um a radiografia pélvica indicação para tratamento cirúrgico. Pacientes com incongru ência
na incidência anteroposterior antes de qualquer tentativa de redução. articular devido à presença de fragmentos intra-articulares (Fig.
O tamanho da cabeça femoral e a projeção do trocânter menor em 55-54) após redução fec hada são submetidos à tração esquelética
comparação com o lado contralateral fornecem informações impor- femoral distal. O tamanho e a localização dos fragmentos intra-ar-
tantes sobre a direção da luxação. ticulares são avaliados com tomografia computadorizada (Fig.
Em caso de uma luxação posterior, a cabeça femora l geral- 55-55). Os pacientes são então tratados em caráter de emergência
mente aparenta ser menor, e o trocânter menor pode não ser visto ou urgência, dependendo do tamanho do fragmento e a condição
por conta da rotação interna da extre midade (Fig. 55-53). Já em do paciente.
uma luxação anterior, a cabeça femora l costuma aparentar ser
maior, e o trocânter menor pode ser visto na sua totalidade por
causa da rotação externa da ext remidade. A perda de concentrici- MANOBRAS DE REDUÇÃO DA LUXAÇÃO
dade da cabeça do fêmur com o acetábulo é também considerada POSTERIOR DO QUADRIL
uma luxação.
A luxação pura do quadril deve ser reduzida o mais rapida- Muitas manobras de redução incruenta têm sido descritas, incluindo
mente possível para minimi zar o risco de osteonecrose. Houve a manobra de elevação East Baltimore e manobras de Allis, Bigelow
alguma discussão recentemente sobre o local (departamento de e Stimson . A elevação de East Baltimore (F ig. 55-56) é conve-
emergência ou sala de cirurgia) onde as reduções devem ser reali- niente para o cirurgião, e nós a consideramos extremamente
zadas; esta decisão deve basear-se nos recursos individuais dos hos- efetiva. O cirurgião que rea li za a manobra de redução fica no lado
pitais. O risco de osteonecrose claramente aumenta com o aumento da extremidade afetada do paciente. O quad ril e o joelho do paciente
do tempo até a redução da luxação. A osteonecrose pode ocorrer em são flexionados a 90 graus. O braço mais cefálico do cirurgião é posi-
1 a 22% das luxações posteriores do quadril. É necessário evitar cionado por baixo da região proximal da panturrilha do paciente e
várias tentativas de redução incruenta, a fim de se minimizar o risco apoiado no ombro de um assistente. O assistente retribui colocando
de lesão iatrogênica da cabeça femoral. Radiografias simples e tomo- a sua mão no ombro do cirurgião para dar estabilidade. O braço m ais
grafia comp utadorizada da pelve devem ser obtidas após a redução caudal do ciru rgião é usado para controlar a rotação da extremidade
incruenta. Fragmentos intra-articulares da parede posterior ou da através da posição do tornozelo. Um segund o assistente estabiliza a
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL flm
O@ll;§inE» Luxação pura do quadri l com fratura da cabeça femoral concomitante . A e B, Característica da posição assumida pe la
extremidade. C, Radiografia no pré-operatório. Imagens da TC pré-operatória axial (D e E) e coronal (F). G, Radiografia anteroposterior
pélvica mostra conso lidação.
- PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
mmim• mi Art icula ção incongruente após redução incru enta devido a fragmentos intra-articu lares. A, Radiog rafia pré-redução.
B, Radiografia após a redução. Imagens de TC Ax ial (C) e corona l (D) após a redu çã o.
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LUXAÇÕES DO QUADRIL EA1i*
H[Ciii;füE:m Incongruência sutil em uma radiografia simples (A) pode ser melhor avaliada em tomografia computadorizada (B).
mmiu· a i Luxação cirúrgica do quadril para tratamento de fraturas Pipkin tipo IV (redução aberta e fixação interna da fratura
acetabular da parede posterior e debridamento da fratura da cabeça femora l infrafovea l) . A, Radiografia pré-operatória. B, Radiografia
pós-operatória. TC axia l pós-operatório (C) e coronal (D). E, Radiografia pé lvica pós-operatória.
CAPÍTULO 55 FRATURAS E LU XAÇÕ ES DO QUADRIL f.mlll
H@ii;f;im9 Fixação de fraturas do colo e d iáfise do fêmur ipsilateral. A, Radiografia pré-operatória . B e C, Rad iografias
pós-operatórias .
do colo femoral , a redução e a fixação são rea li zadas com o paciente baseia-se na quantidade de desvio do fragmento e do tipo da haste
na mesa de fratura, a fim de possibilitar imagens em perfil de maior que foi utilizada. Se a fratura do colo do fêmur não tiver sido diag-
qualidade. Fraturas sem desvio do colo e diáfise femoral ipsilateral nosticada até este ponto, a fratura é provavelmente não desviada ou
podem ser tratadas com um único implante (haste intramedular minimamente desviada. Se a fratura do fêmur for sem desvio e o
anterógrada); tal técnica, no entanto, pode se mostrar difícil e com sistema da haste tiver um a opção de bloqueio em direção à cabeça
maior potencial de complicações. femoral, o parafuso de bloqueio padrão proximal pode ser removido
Para evita r que fraturas do colo femoral associadas sejam e dois parafusos cefalomedulares colocados. Em geral, a posição da
negligenciadas, imagens fluoroscópicas são obtidas na sala de haste deve ser aj ustada cefálica ou caudalmente para possibilitar a
cirurgia, com o paciente ainda anestesiado, após a inserção da haste inserção dos dois parafusos cefalomedulares. Se este ajuste forneces-
intramedular. Uma incidência anteroposterior da pelve com as sário, dois fios-guia são posicionados através do colo do fêmur para
extremidades em rotação interna é obtida. Mesmo com este proto- evitar o desvio da fratura. Caso o sistema da haste não permita a
colo, é possível que uma fratura do colo do fêmur passe desperce- opção do parafuso cefalomedular, parafusos canulados podem ser
bida, e caso o paciente apresente alguma queixa de dor no quadril, inseridos em torno da haste.
é indicado repetir a imagem radiográfica. Pacientes com fraturas da diáfise e colo femoral ipsilateral são
Se uma fratura do colo do fêmur for diagnosticada após a orientados a realizar descarga de peso somente touch-down durante
inserção de uma haste intramedular (Fig. 55-63 ), o tratamento as primeiras 1O a 12 semanas após a cirurgia.
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇ ÕES EMADULTOS
Olijl!;Hm l Fratura do colo femoral ipsilateral descoberta no intraoperatório após a fi xação com haste intramedular. A, Radiografia
pré-operatór ia. B, Fluoroscopia intraop eratória após a inserção de haste intramedular. C, Fluoroscopia intraoperatória após mobilização
do quadril sob fluoroscopia. D, Fluoroscopia intraoperatória após a remoção do parafuso de bloqueio proximal padrão e a inserção de
parafusos de reconstru çã o.
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FRATURAS ACETABULARES 2771 Momento da Cirurgia 2781 MANEJO INICIAL 2794
TRATAMENTO INICIAL 2771 Escolha da Abordagem Cirúrgica 2782 ANATOMIA 2795
ANATOMIA 2771 Padrões Específicos de Fratura 2783 CLASSIFICAÇÃO 2795
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA 2774 CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS 2789 AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA 2799
CLASSIFICAÇÃO 2777 RESULTADOS E COMPLICAÇÕES 2789 TRATAMENTO 2803
TRATAMENTO 2778 ARTROPLASIA TOTAL DO Tratamento Inicial 2803
Indicações para Tratamento QUADRIL COMO TRATAMENTO Fase Reconstrutiva 2808
Conservador 2778 PARA FRATURAS ACETABULARES 2792
Indicações para Tratamento FRATURAS PÉLVICAS 2793
Cirúrgico 2781
2771
WW) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
O!ijli;f!im'19 A, Porcentagem de
reduções anatômicas por grupo
de 20 para os 100 primeiros casos. B,
Número de reduções insatisfatórias
de fraturas acetabulares desviadas
por grupo de 20 para os 100 primeiros
casos cirúrgicos de Matta. (De Matta
JM , Merritt PO: Di splaced acetabul ar
1-20 20-40 40-60 60-80 80-1 00 1-20 20-40 40-60 60-80 80-1 00
fractures, Cfin Orthop Relat Res 230:83,
Grupos de 20 Grupos de 20
A B 1988 )
100
=Cirurgião experiente
=Cirurgião menos experiente
80
60
40
O@ihHEIJt Radiografia pélvica anteroposterior (A) e tomografia computadorizada (B) de luxação do quadril irredutível com
fratura acetabular da parede posterior. Fragmento da parede posterior está preso, bloqueando a redução.
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE fmllll
Eminência
iliopectínea
- Coluna -
Coluna anterior Coluna
posterior posterior
A B
O!§li;HEl19 Conceito de duas colunas de Letournel e Judet
utilizado na classificação de fraturas acetabulares (ver texto). O@ll;MEIJt A, Eminência iliopectínea sobrepõe a cúpula do
acetábulo. B, Superfície quadrilátera localizada adjacente à parede
medial do acetábulo.
Artéria e nervo
Músculo
reto
l
abdominal
Margem
posterior do
ílio e da
incisura
isquiática
Coluna
iliopúbica
Lábio
posterior
do acetábulo
Lábio
anterior do
acetábulo
A B
deter minação da quantidade do teto qu e permanece intacta em a partir d e uma imagem à outra, seguindo as linhas de fratura e
cada um dos três padrões de incidência radiográficas: anteropos- visualizando as obliquidades e deslocamentos das linhas de frat ura
terior, ob líqua obturatriz e oblíqua ilíaca. O arco medial do te to é mostradas. Um modelo plásti co da pelve é útil para treinar e, pos-
medido na incidência anteroposterior, desenhando uma linh a ver- teriormente, para o entendimento de fraturas mais complexas dire-
tical através do teto do acetábulo até o seu centro geom étrico. Uma tamente no modelo. No geral, as linhas de fratura transversais e
seg unda linha é então desenhad a através do ponto em que a linha fraturas das paredes anterior e posterior estão no plano sagital,
da fratura intersecta com o teto do acetáb ul o e, novamente, até o encontrando-se paralelas à superfície quadrilátera quando são vistas
centro geométrico do acetábulo. O ângulo assim formado representa em imagens axiais de TC (Figs. 56-14 e 56-15). Fraturas da coluna
o arco medial do teto (Fig. 56-13 A). Os arcos anteriores e posterio- anterior e posterior geralmente se estendem através da superfície
res do teto são determinados da mesm a maneira com as incid ên- quadrilátera e no forame obturador co m uma orientação mais
cias oblíqua obturatriz e ilíaca oblíqua, respectivamente (Fig. 56-13 coronal; contudo, tipos de fratura variantes podem não seguir essas
B e C) . Embora estas sejam quantificações aprox imadas, elas são generalidades.
útei s na avali ação de fraturas da coluna posterior ou anterior, Alguns autores sugerem que as imagens axiais de TC superes-
fraturas transversas, fraturas tip o T e fr aturas hemitransve rsas timam a extensão da cominuição d as frat u ras acetabulares; no
associadas a fraturas da coluna anterior e posterior; apresentam entanto, na verdade, apenas as linh as de fratura s existentes são mos-
utilidade limitada para ava liação das fraturas de dupla coluna, tradas nas im agen s. Por exemp lo, em fraturas transversais, movendo -
assim como d e fraturas qu e envo lvam a parede posterior. De se prox imamente em cortes sucessivos, pequenos fragmentos das
acordo com Matta et ai., se alguma das medições do a rco do teto paredes anterior e posterior se a mpliam e coalescem através do teto,
em fraturas desviadas for inferior a 45 g rau s, o tratam ento cirúr- tornando-se o corte transversal axial do ílio. O que pode parecer se r
gico deve ser considerado. fragmentos separados d a parede anterior e posterior em co rtes
A tomografia computadorizada (TC) é imprescindível no m a is inferiores é, na verdade, a extensão d istal de um único frag-
tratamento de fraturas acetabulares . Os cortes axiais devem ser mento proximal. Uma linh a de fratura oblíqua divide o acetábulo,
reali zados com intervalos finos (3 mm) e espessuras de corte cor- d e modo que os cortes mais infe riores da TC pareçam ter três
respondentes. Em geral, é incluída a pelve inteira para evitar perda fragmentos, quando, n a verdade, existem apenas dois. Ao estudar
de uma porção da fratura e a comparação com o quadril oposto é os fragmentos individuais em múltiplos cortes sucessivos, toda a
realiza da rotin eiramente. O cirurgião deve aprender a interpretar fratura pode ser apreciada, fornecendo uma imagem tridimensional
MHZ$ PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTO S
0<:>
,_....,<0,..
00 ....
· j-0 ........
Feixe de Roentgen
......................................... Arco anterior ,i;.·....
A B e
H@l!;fflm!I Medi ção do "arco do teto", co nforme descrito por Matta et ai. A, Arco medial do teto é medido na incidência ante-
roposterior. B, Arco ante rior do teto é medido em uma incid ê ncia ob líq ua obt urat riz com ângulo de 45 graus. C, Arco posterior do teto
é medido em uma inc id ê ncia ilíaca ob líqu a com â ngulo de 45 graus.
mental verdadeira. As reconstruções coronal e sag ital da fratura de oblíqua e anteroposter ior. Exames de TC axiais mostram que os
alta resolução são úteis na avaliação pré-operatória de fraturas com- 10 mm superiores ao teto acetab ular estão intactos e correspondem
plexas d elineand o fraturas que se encontram diretamente no p lano às medições radiográficas do arco do teto com ângulo d e 45 graus.
de uma determinada imagem axial de TC. A fratura da fossa cotilo id e parece não prejudicar a estabilidad e da
Exames de TC podem fornecer a mesma informação sobre a cabeça femora l sob a cúp ula se a fossa se estender para dentro de
cúpula acetabular como as medidas do arco do teto nas radiografias 10 111111 do ápice do teto e a superfície articular estiver intacta.
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁB ULO E DA PELVE
As reconstruções tridimensionais de TC (Fig. 56- 16) de uma ou coluna anterior e fraturas transve rsa. Os tipos de fraturas asso-
fratura se tornaram sofisticadas e podem ser projetadas em várias ciadas apresentam geometrias de fraturas mais complexas e incluem
vistas diferentes, com subtração da cabeça do fêmur que mostra carac- as fraturas do tipo T, fraturas combinadas da coluna e parede pos-
terísticas únicas dos vários padrões de fratura. Alguns cirurgiões que terior, fraturas combinadas transversas e parede posterior, fraturas
tratam fraturas acetabulares consideram bastante útil o uso rotineiro da coluna anterior com uma frat ura hemitransversa posterior e fra-
dessas reconstruções. Nós obtemos, ocasionalmente, reconstruções turas de dupla coluna.
tridimensionais em fraturas complicadas, mas geralmente depende- Embora vários dos tipos de fratura associadas envolvam ambas
mos de TC axiais com reconstruções coronal e sagital correlacionadas as partes da coluna do acetáb ulo, a designação de fratura de dupla
com as vistas de radiografia padrão tridimensionais. coluna nessa classificação indica que nenhum dos fragmentos da
fratura articu lar do acetábulo mantém a continuidade óssea com o
esqueleto axial: uma linha de fratura divide o ílio, de modo que a
CLASSIFICAÇÃO articulação sacroilíaca não fique ligada a qualquer segmento articular.
- Fraturas da coluna
h[rill;b'Ll19 Orientação das linhas de fratura at ravés do ace- iâ@ii;ME!ID A, Fratura da coluna a nter ior com orientação de
tábulo, como observada na tomografia computadorizada. fratura típ ica . B, Frat ura da parede posterior.
A B e D E
F G H J
0(dll;MD9 Classificação de Letournel e Judet de fraturas acetabulares. A, Fratura da parede posterior. B, Fratura da coluna pos-
terior. C, Fratura da parede anterior. D, Fratura da coluna anterior. E, Fratura transversa. F, Fratura da coluna posterior e da parede
posterior. G, Fratura transversa e da parede posterior. H, Fratura tipo T. 1, Fratura hemitransversa posterior e da coluna anterior. J,
Fratura completa de dupla coluna.
TRATAMENTO
O conceito de congruência secundária foi descrito por Letournel e A fixação com parafusos percutâneos com o auxílio da fluoros-
o tra tamento fechado dessas frat uras produziu res ul ta dos razoáveis copia tem sido recomendada para fraturas em pacientes gravemente
e, ocasionalmente, excepcionais. O conceito se aplica ap enas a este lesionados e em pacientes com comorbidades médicas graves. Embora
subconjunto específico .de fraturas, em qu e todos os fragmentos não seja um substituto para RAFI forma l, ela pode ser considerada
art iculares são livres para se posicionar em torno da cabeça femoral em pacientes selecionados para permitir a mobili zação (Fig. 56-22).
luxada e não pode ser aplicado a outros tipos de frat ura.
1 PROBLEMAS LOCAIS DOS TECIDOS MOLES, TAIS
1 CONTRAINDICAÇÕES MÉDICAS À CIRURGIA COMO INFECÇÕES, FERIMENTOS E LESÕES NOS
Em pacientes com múltiplos traumas, as contraindicações médicas TECIDOS MOLES DECORRENTES DE TRAUMA
como lesão de múltiplos sistemas são comuns, até mesmo em CONTUSO
pacientes previamente saudáveis. Embora a fixação e a mobilização Um ferimen to aberto no provável local do campo cirúrgico é um a
precoce das fraturas sejam os princípios básicos dos protocolos de contraindi cação, pois é uma infecção sistêmica. A lesão de Morel-La-
tratamento do politrauma, fraturas complexas podem exigir proce- vallée é um a área localizada de necrose da gordura subcutânea na face
dimentos cirúrgicos longos com perda significativa de sangue. Oca- lateral do quadril, causada pelo mesmo trauma que provoca a fratura
sionalmen te, a gravidade da condição médica ordena que a acetabular (Cap. 53) . O tam anho e a extensão da lesão são variáveis,
intervenção cirúrgica seja adiada. Se possível, a carti lagem articular e operar através dela tem sido associado a uma maior taxa de infecção
do quad ril deve ser protegida durante esses atrasos, com o paciente pós-operatória, com taxas de infecção de até 12% sendo relacionadas
em tração esquelética. No caso, um trauma grave no crânio com um com repetidos desbridamentos, preenchimento com compressas e
espectro tênue envolvente da lesão pode impedir um procedimento cicatrização da ferida pós-operatória por segunda intenção. Alterna-
cir úrgico. No entanto, um a lesão no crânio não é necessariamente tivamente, algumas fraturas podem ser tratadas por meio de aborda-
uma contraindicação para cirurgia. A eve ntu al evolução neurológica gens anteriores, evitando-se assim a área afetada. A existência de uma
frequentemente não pode ser avaliada de modo confiável logo após lesão de Morel-Lavallée sign ificativa pode ser suspeitada pela hiper-
o período posterior à lesão, quando uma RAFI acetab ular pode ser mobilidade da pele e tecido celular subcutâneo na área afetada a partir
realizada de maneira mais confiável. da separação do tipo "cisalhamento" do tecido subcutâneo da fásc ia
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE ta
• INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO CIRÚRGICO
1 CARACTERÍSTICAS DA FRATURA
Uma fratura acetabular com 2 mm ou mais de desvio na cúp ula do
acetáb ul o, co nfor me definida por quaisquer medições do arco do
teto de menos de 45 graus, é um a indicação para intervenção cirúr-
gica, assim como qualquer subl uxação da cabeça femoral em um a
fratura acetabular desviada observada em qu alquer um a das três
projeções rad iográficas. Além disso, o tratamento cirúrgico deve ser
considerado para fraturas da parede poste ri or com mais de 50% de
envo lvimento da superfície art icular da parede posterior, ou insta-
bilidade clínica com flexão do qu ad ril a 90 graus. Como afirmado
anteriormente, as fraturas da parede posterior co m m ais de 50% da
parede envolvida são, em geral, consideradas instáveis e não neces-
sitam de qualquer teste de es tabilidade. No entanto, as fraturas da
parede posterior, que envo lve m menos do 50% da parede, podem
se r instáve is e são avaliad as clinicamente por flexão do quadril a 90
graus com o paciente sedado ou anes tesiado, bem como p or exame
de "estresse" dos casos duvidosos sob anestesia com fluoro scopia.
O@il;§iEl!I Artrop lastia tota l de quadril após a fixa ção percutânea da frat ura acetabu lar em um paciente idoso.
A redução anatômica torna-se mais difícil depois desse período, pois femora l no tratamento de fr aturas selecion adas, e tem sido descrita
a organização do hematoma, a contratura dos tecidos moles e a for- para fr aturas acetabu lares associadas a fraturas de Pipkin na cabeça
mação subsequ ente e precoce de calo dificultam o processo de redução femora l.
da fratura, especialmente se exposições mais limitadas forem utiliza- Fraturas mais complicadas podem n ecessitar de abordagens
das. Madh u et aJ. encontraram uma diminuição da capacidade de es tendidas, como a abordagem iliofemoral estendida descrita por
atingir reduções anatômicas em padrões de fratura associados após 5 Letournel e Jude t, a abordagem trirradiada de Mears e Rubash ou a
di as e em padrões elementares após 15 dias. Após um atraso de mais abordage m em T descrita por Reinert et ai. Caso um a exposição
de 3 semanas, uma exposição estendida pode se r necessária para obter exten sível seja utilizada, a confirmação da patência da artéria glútea
a redução cirúrgica em fraturas que poderiam ter sido tratadas por superior co m angiografia tem sido recom endada, visto qu e este pode
m eio de exposições mais limitadas. ser o úni co pedículo vascu lar promovendo fornecimento para os
músculos abdutores. Essa reco mendação foi primeiramente baseada
• ESCOLHA DA ABORDAGEM CIRÚRGICA na obse rvação clínica dos pacientes com exposições extensíveis,
Se a es tabilização cirúrgica for indi cada, a avaliação detalhada da assi m co mo nas preocupações sobre a circul ação colateral da massa
co nfiguração e a classificação da fratu ra são necessá rias para pla- do músculo abdutor, e teve um suporte maior devido a estudos em
nejar a abordagem cirúrgica. Algun s padrões de fratura são roti- cadáveres. Tal recomendação não é universalmente aceita, e um
n eiramen te redu zidos por m eio de uma abordagem ilioinguin al estudo de cães não conseguiu sustentar essa teoria, com a ligação da
anteri or ou de Stoppa, en quan to a abo rd age m pos terior de Kocher artéria glútea superi or seguida de diversas abordagens cirúrgicas,
-Langenbeck é mais apropriad a para outros padrões. Deixa r o mostrando isquemias sem necrose franca com as abordage ns exten -
p aciente em dec úbito ven tral pode aj ud ar na redução de algumas síve is. Mesmo assim, ainda recome nd a-se ter atenção ao consid erar
fr aturas acetabulares tratadas através da abordagem de Ko cher o uso de uma abordage m es tendid a com uma suspeita de lesão da
-Lange nb eck, pois ela não p ermite qu e o peso da perna ca use artéria glútea superior.
desloca mento na fratura. No caso de fraturas transversas, a escolha Para evitar complicações de exposições es tendidas, exposições
de um a abordagem anterior ou posterior é determinada por qual limitadas e técnicas de red ução indi reta têm sido reco mend adas,
exposição p er mitir acesso à lateral da fratura co m o máximo de ass im como as abordagens anterior e poste rior para algumas fratu-
desvio. A os teo tom ia do trocânter também pode aj udar na expo- ras. As abo rd agens anterio r e posterior podem ser feitas de fo rm a
sição d e fraturas transve rsas ou de extensão supra-acetabular na sequencial ou simultânea, com o paciente em uma posição "lateral
colun a e pa rede posteriores. Essa osteotomia não parece afetar a solta". As modificações da abo rd agem il io in guin al para perm itir
vasc ulari zação da ca beça femoral e tem alta taxa de união. Sie- o acesso à face late ral da asa ilíaca tamb ém têm sido de sc rita s.
benroc k et ai. de screve ram a os teotom ia trocanté rica tipo flip, A abord agem de Stoppa modificada utiliza um a incisão na linha
deixando o vasto lateral ligado ao fragmento trocantérico. Tal osteo- média p ara expor a superfície intern a da pelve e a superfície qua -
tomia ta mb ém foi combinada co m luxação cirúrgica da cabeça dri látera. A combinação das abordagens ilioinguin al e de Stoppa foi
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO AC ETÁBULO E DA PELVE fJZ!!m
suge rid a para melhorar o acesso e a fixação da sup erfície qu adril á- O frag mento trocantéri co é deslocado anteriormente para expor a
tera em padrões de fratura anterior. superfície supra- acetabular do ílio. O quadril é tracionado pa ra
Tradicionalmente, a maior parte dos cirurgiões tem preferido lim pa r qu aisqu er fragm entos encarcerad os, antes da redu ção dos
utili za r a tração esquelética em uma mesa de tração radiotranspa- fra gmentos de parede. Um a inspeção cuidadosa é feita para identi -
rente para a m aioria das fraturas. Al gun s cirurgiões p referem cada fica r fragmentos arti cul ares impactados na margem da coluna pos-
vez mais deixa r o membro livre para permitir o pos icionamento teri or intacta. Segmentos impactados são elevados e enxerto ósseo é
des te e fac ilitar a exposição. As abordage ns cirúrgicas-padrão estão utili zado. Frequ entemente utili za mos a técnica descrita por Gian-
descritas no Capítulo 1. noudis, Tzioupis e Moed pa ra reconstrução em dois níveis de fra tu -
ras da pa rede posteri or co minutivas co m fragmentos marginais
• PADRÕES ESPECÍFICOS DE FRATURA presos por mini parafusos subco ndrais (F ig 56-25) . Após a red ução
As recomendações cirúrgicas detalhadas e as técnicas para a estabi - dos fragm entos de parede, a fixação provisória com fio s de Kirs-
li zação da fratura acetabular são num erosas demais para serem chner pode se r utilizada enqu anto a fixação definitiva é reali zada
incluídas aqui, e recomenda-se que o leitor consulte os textos- pa- com parafusos interfragmentári os e um a placa de reconstrução
drão de Letourn el e Judet e de Tile et ai. Instrum entai s especializa- mold ada, instalada a partir do ísqui o, ao longo da superfície retro-
dos para a pelve, implantes e instal ações são necessá rios para o acetabular e até o íli o lateral (Fig. 56-26).
tratamento ideal dessas fraturas, incluindo um a mesa de fratura O uso de placas em mola tem sido defendid o para melhorar a
radiotransparente, um conjunto completo de parafu sos com diferen- estabilidade em fraturas co minutivas. Estas podem se r fe itas de
tes co mprimentos (até 110 mm ) e pl acas de reconstrução que podem placas tubul ares de um terço de ca na, por corte da placa através do
ser moldadas em três dimensões, con fo rme exigido pela con figura- último furo de parafu so e curva nd o a extremidade em dentes, qu e
ção co mplexa da pelve óssea (F ig. 56-23) . Pinças pélvicas desenvo l- são utili zados para prender os fragmentos ósseos que não podem
vidas pelo grupo AO/ASIF para a redução dos fragmentos da fratu ra ser facilmente fixa dos com parafusos. Placas em mol a previamente
são es pecialmente úteis. As es tratégias de tratamento para fraturas moldadas tamb ém estão di sponíveis. A placa em mola é levemente
específicas são exibidas na Figura 56-24. contornada em excesso, para que, qu ando a placa de reconstrução
fo r aplicada sobre a pl aca em mola, os fragm entos capturados sejam
1 FRATURAS DA PAREDE POSTERIOR mantidos firm emente em sua posição. A técnica é útil em fraturas
A fr atura mais comum tratada pelos ortopedistas é a fratur a d a com múlti plos fra gmentos e fraturas qu e se es tendem perto da borda
parede pos teri or. Essas fratur as são tratadas po r m eio d e um a acetabular (Fig. 56-27) .
abo rd age m d e Ko cher-Langenb eck (Técni ca 1-67), co m o pac iente Emb ora a fratura d a parede pos terior seja o padrão de fratura
em dec úbito ve ntral ou em de cú bito lateral, so bre um a mesa pa ra m ais fác il de se r redu zido, os res ultados a longo prazo relatados
fra turas ou co m a pern a li vre. Para evitar a os teo necrose da parede após a frat ura variaram . A osteo necrose da cabeça femoral com o
posterior, os seus fragmentos não devem ser separados da cápsul a pos- co nsequência do d eslocam ento do qu ad ril associado, da impacção
terior du rante a exposição. Se a fra tura estender-se superi ormente marg inal, m últiplos frag mentos da fratura e lesões osteoco ndrais
para dentro do teto acetabular, uma osteo tomia tro cantérica pode da cabeça fe moral afetam negativamente o resultado dessas fraturas.
se r realizada para permitir uma exposição adicional. A osteo tomi a Evite coloca r o parafuso intra-a rticul ar. A fluoro sco pia intraope-
com flip trocantérico, deixa ndo o músc ulo vasto lateral anexado ao ratória co m mú ltiplas posições deve se r utili zada para garantir qu e
fra gm ento tro ca ntéri co, além do glúteo m édio , pode se r utili zad a. todos os parafu sos es tejam extra- arti culares.
BD PARTE XV FRATURAS E LUXAÇ ÕES EM ADULTOS
A B
f
e D \
O!§ihME I A, Fratura da parede posterior multifragmentada com cominuição intra-articular. B, Fratura da coluna posterior com
parafuso interfragmentário alcançando a coluna anterior. C, Fratura transversa com parafuso interfragmentário alcançando a coluna
anterior. D, Fratura associada da parede posterior e transversa. E, Fratura acetabular associada do tipo T. Parafusos interfragmentários são
inseridos em ambas as partes da coluna anterior e posterior. F, Fratura da coluna anterior. Vários parafusos interfragmentários são colo-
cados entre as tábuas interna e externa do osso inominado. G, Fratura associada da coluna anterior e hemitransversa posterior. Parafusos
inseridos a partir da borda pélvica devem chegar distalmente à linha da fratura e se encai xar na coluna posterior. H, Fraturas de dupla
coluna operada através da abordagem ilioinguinal. Parafusos inseridos a partir da borda pélvica chegam até a coluna posterior.
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE
li!ijlhMBfJM!•l1IM 1, Fratura de dupla coluna. A fi xação interna é realizada através da abordagem iliofemoral estendida. Dois
parafusos muito longos são inseridos na coluna anterior e chegam até o ramo púbico superior.
O@ii;f.!E!IB Fratura da parede posterior fixada com placa de Fratura acetabu lar da parede posterior tratada
reconstrução pélvica moldada de 3,5 mm. com placa em mola e placa de reconstru ção pé lvica moldada.
mzll A, Fratura da co luna posterior do acetábu lo. B, Rad iografia pós-operatória mostrando fixação definitiva e também
oss ificação heterotópica de Brooker de grau Ili.
1 FRATURAS DA COLUNA POSTERIOR a fixação com um parafuso interfragmentário combinado com uma
Fraturas da coluna posterior são relativamente incomuns e, se desloca- placa de reconstrução moldada ao longo da coluna posterior.
das significativamente, precisam da indicação de RAFI; ou seja, redução
abe rta e fixação interna (Fig. 56-28). A abordagem de Kocher-Lan- 1 FRATURAS DA COLUNA ANTERIOR E DA PAREDE
genbeck é rotineiramente utilizada. A deformidade rotacional, além do ANTERIOR
deslocamento, deve ser corrigida através da inserção de um pino de Fraturas da parede anterior isoladas são raras e algumas vezes asso-
Schanz no ísquio para controlar a rotação enquanto a fratura é reduzida ciadas à luxação no quadril anterior. Fraturas qu e precisam de ciru rgia
com um pequeno grampo de redução )ungbluth. Um exemplo típico é são fixadas por meio de um a abordagem ilioinguinal ou abordagem
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO AC ETÁBULO E DA PELVE fJZm
colocado na colun a anterior a partir de um a posição por cima do
acetábul o. Deve-se ter cuidado ao coloca r o parafuso in terfragmen-
tário anteri or, devido à proximidade dos vasos ilíacos.
A partir da abordagem ilioingu inal, a redução é geralmente feit a
por meio do uso da placa de red ução ao longo da coluna anterior, para
fechar as fraturas; uma grand e pinça de redução presa na superfície
qu adril átera e na superfície lateral do ílio na região da espinha ante-
roinferior controla o deslocamento medial e a rotação do fragmento
caud al. A fixação típica é um a placa m odelada ao longo da borda
pélvica com parafusos interfragmentários direcionados para a parte
de baixo da coluna posterior (Fig. 56-30). Quando isso for realizado,
abordage ns combinadas ou estendidas serão necessárias para fraturas
transversais mais compl exas.
li!@ll;MEII!I A -E, Fratura acetabular transversa com deslocamento anterior primário, fi xada a part ir da abordagem ilioinguinal
anterior.
1 FRATURAS HEMITRANSVERSAS Elas apresentam diferentes graus de co minui ção e podem se r extre-
POSTEROANTERIORES DA COLUNA mamente complexas e difíce is de tratar. M uitas fraturas de dupl a
Estas fratura s freq uentemente apresentam um mínimo de deslo ca- coluna podem ser tratadas com uma abordagem ilioinguinal anterior
mento do co mp onente hemitransve rsal e podem se r tratadas através (Fig. 56-34), mas uma exposição posterior o u estendida será necessá-
da abordagem ilio inguin al co m fixação típica d a fratura da colun a ria para o envolvimento da a rticul ação sacroilíaca, uma fratura sig ni -
anterior e parafusos interfrag mentários separados a partir da fossa ficat iva da parede poster ior, ou co minuição intra-articul ar que exige
ilíaca adjacente à borda pélvica, estendendo -se para baixo da co lun a redução sob visão direta. Em ge ral, a redução com eça a partir da
poste rior. Fratura s com desvio posterior significati vo ou cominuição parte mai s proximal da fratura e prossegue em direção à articulação.
intra-articular co m ou sem fragmento s impactad os po d em exigir Cada pequeno fragmento deve ser anatomicamente reduzido, porque
abordagens combinadas ou estendidas. as p eq uenas m ás- red uções n o ílio, ac im a da fr atura, torn am -se
ampli adas no nível da articu lação. Abordage ns anteriores e posterio-
1 FRATURAS DE DUPLA COLUNA res combin adas são d efendi das por alguns para limitar a morbid ade
Por definição, fraturas d e dupla co luna não apresentam segme ntos associada a abordagens estendidas. A fixação é tão variada qu anto os
a rticulares d o acetábul o em co ntinuid ad e com o es qu eleto axia l. padrões de fratura e as abordagens utili zadas.
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE
CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIO S
RESULTADOS E COMPLICAÇÕES
As taxas gerais de mortalidade relatada após fraturas do acetábulo
va riam entre O a 2,5%. Na série clássica de Letournel, a mortalidade
em pacientes com idade acima de 60 anos foi de 5,7%. Mais recen -
temente, uma revisão dos dados do National Trauma Data Bank
envolvendo 8.736 pacientes com fraturas do acetábulo indico u m or-
talidade intra- hos pitalar de 1,5%, enquanto a metanálise da litera-
tu ra revelou uma taxa de 3%.
O@l!;fdmJ:t Fratura acetabular da parede posterior e da
A sé ri e de Letoumel com 940 pacientes com fraturas do ace-
coluna posterior fi xada com duas placas. A primeira placa recons-
táb ulo continua se ndo a maior publicada na literatura. D os 569
trói a coluna posterior, e a segunda placa de reconstru ção (placa
pacientes qu e se submeteram à RAFI nos primeiros 21 dias da lesão,
em mola suplementar) fixa fragmentos da parede posterior.
H@i!;ME:i19 A-D, Fratura acetabular da parede posterior tran sversa fi xada por meio da abordagem de Kocher-Langenbeck com
osteotomia trocantérica associada.
llllD> PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
O@m@E:ID Fratura da coluna anterior com com inui çã o da superfície quadrilátera tratada através de uma abordagem ilio inguinal
com o intervalo de Stoppa utilizado para estabi lizar a superfície quadrilateral.
17% dos observados por pelo menos 1 ano tiveram artrite pós- trau- fra tura e recomendaram que a TC pós-operatória deveria ser consi-
máti ca. Após a redução perfeita de 4 18 fraturas, a taxa de artrite derada para a avaliação da redução operatória.
pós-traumática foi d e 10,2%; e d epois d a red ução imp erfeita de 151 A osteonecrose ocorre mais frequentemente após fraturas
fraturas, a taxa foi de 35,7%. As fraturas transversas com parede associadas à luxação posterior. As taxas relatadas d e Letournel sobre
posterior e dupla coluna tiveram res ultados piores que os outros a osteonecrose após luxação posterior foram de 7,5%. Para outras
tipos d e fratu ras associadas, p rin cipalmente devido à redução fraturas em sua sé ri e, a osteonecrose ocorreu em 1,6% dos casos.
imp erfeita. Fraturas d a parede posterior, embora redu zidas quase Mais recentemente, uma metanálise relatou uma incidência geral d e
perfeitam ente em 98% dos casos, resultaram em artrite pós-t ra umá- osteon ecrose de 5,6% em 2.010 pacientes; a incidência era de 9%
tica em 17% dos casos. A m etanáli se m ais rece nte encontrou naqueles com luxação posterior e 5% nos que não apresentava m
uma in cidência geral d e osteoartrite em 27% de 1. 2 11 pacie ntes , luxação posterior. A osteon ecrose é radiograficam ente aparente em
com incidência de 13% com redução satisfatóri a ('.S: 2 mm) e 43% com lesões de até 2 anos, na ma ioria dos pacientes. A osteonecrose d a
redução insati sfatória. Um estudo epidemiológico prospectivo de 16 parede posterior po d e ser causada por lesão ou po r exposição exces-
anos, envolvendo 351 pacientes, relatou qu eda na taxa de os teoar- siva do lo ca l da fratura, pois o úni co fornecimento vascul ar d esses
trite (de 31 para 14%) durante o p eríodo do estudo. fragmento s é a cáps ul a posterior les ion ada do quadril.
Um dos motivos para a progressão d e alguns pacientes com Infecções ocorrem em 1 a 5% dos pacientes e elas podem des-
reduções anatôm icas em radiografias simples para artrite pós-trau- truir a articu lação do quadril. Alguns fatores são considerados para
mática é a falta de sensibilidade que as radiografias simples tê m em aumentar o ri sco de infecção, incluindo a presença de mn cateter
detectar pequenas incongru ências na redu ção. Moed et ai. mostra- suprapúbico em abordagens ilioinguinais e a lesão de Morel -Lavallé
ram que, apesar das reduções anatôm icas obtidas em 97% de suas na abordagem de Kocher-Langenbeck e abordagens estendidas. Tem
fraturas da parede posterior, 16% tiveram in congru ência de 2 mm sido mostrado que a obesidade aumenta a taxa de várias complica-
ou mais quando m edidas pela TC. Outros estudio sos também têm ções, incluindo infecções. Estudos demonstram que pacientes com
alegad o que a TC é mais se nsível em mostrar as falhas ou d eg raus índi ce de massa co rporal superior a 40 têm risco cinco vezes maior
no pós-operatório d as redu ções obtidas em diversos padrões d e de infecção com a cirurgia acetabu lar, bem como compli cações de
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO AC ETÁBULO E DA PELVE Gm
h@l!;f.Sm:I A-F, Fratura do acetábulo tipo dupla co luna, tratada através da abordagem ilioinguinal com redução indireta do
acetábulo e fixação nas superfícies internas da pelve.
BD PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
cicatrização de lesões gerais mais frequentes (46% versus 12% para ela não é eficaz em sua séri e prospectiva. Uma dose baixa de irra-
pacientes com índi ces < 40) . diação demonstrou ser efi caz na redução da incidência de ossifi-
A parali sia do n ervo isquiático res ultante da lesão inicial cação significativa heterotópica, e um efeito aditivo fo i observado
ocorre entre 10 a 15% dos pacientes com fr at uras acetabulares. quando os dois regimes foram combinados.
A lesão do nervo isq uiático resultante da cirurgia ocorre entre 2 Para a maioria dos pacientes tratados com a abordagem de
a 6% dos pacientes e é mais freq uentemente assoc iada a padrões Kocher-Langenb eck, utilizamos a indometacina (25 mg, três vezes
de fratura posterior tratada através da abordagem de Kocher por dia, de 4 a 6 semanas) ou, ocasionalmente, a terapia de radiação
-Langenbeck e exposiçõ es extensíve is. Muitos autores têm pro- com um a dose única de 700 cGy em pacientes nos quais a indome-
posto o monitoram ento intraoperatório de potenciais evocados tacina é contraindicada. Utilizamos a terapia de radiação mais fre-
somatossensoriais como fo rma de diminuir a incidência de lesão quentemente em pacientes com exposições estendidas. Temos a
do ner vo isquiático intraoperatória, especialmente com aborda- tendência de não utilizar a te rapia de radiação de rotina em pacien -
gens posteriores. Outros autores, no entanto, descobriram que, tes muito jovens. Desbridamos o músculo glúteo mínimo que está
com exper iência, suas taxas de lesão ner vosa iatrogênica sem desvitalizado, conforme defendido por Rath et ai.
monito ra mento fora m semelhantes aos níve is citados em estudos Complicações trombo embólicas podem ser devastadoras; o
qu e recomendam o monitoramento de rotina; eles não recomen- risco relatado de embolia pulmonar va ria entre 2% a 6% . Há relatos
dam o monitoramento intraoperatór io e questionaram a utili - de que a trombose venosa profunda ocorre entre 8% a 61 % dos
dade deste quando o cirurgião tem experiência sufi ciente. Uma pacientes com fraturas ace tabulares; no entanto, isso depende do
pesquisa com 181 membros da Orthopaedic Traum a Associati on, método utilizado para detectar a trombose. Exame com Doppler
os quais comum en te realizam cirurgia acetabular, revelou que venoso pode subestimar a presença de coágulos significativos
ape nas 15% ut ilizaram rotineiramente o monitoramento do devido à incapacidade qu e o ultrassom tem de detectar uma trom-
nervo durante a cirurgia acetab ul ar. bose ven osa intrapélvica confiável em comparação com estudos
Em um relatório com 14 pacientes apresentando lesões do venográficos mais invasivos.
nervo isq ui ático, o componente fibular do nervo isquiático foi mais A venografia por ressonância magnética (MRV) tem demo ns-
frequentemente envolvido que o componente tibial, e este tinha trado ser mais sensível que a venografia na detecção de coágulos nas
chance maior de rec uperação; paralisias fibul ares completas tiveram veias intrapélvicas e na extremidade contralateral, detectando a
o pior prognóstico. A recuperação funcional tem sido demonstrada trombose venosa profunda assintomática em 34% dos pacientes,
em 65% dos pacientes, e a função pode melho rar em até 3 anos após sendo que, destes, 49% estavam acima do nível do ligamento ingui-
a lesão. nal. No entanto, outros autores descobriram que a MRV e a TC com
A ossificação heterotópica ocorre depois da maio ria das abor- contraste tiveram altas taxas de falso-positivos para a detecção de
dagens estendidas, com a mesma entre moderada a grave ocor- trombose venosa profunda quando correlacionados com a venogra-
rendo entre 14% a 50% dos pacientes quando a profilaxia não é fia seletiva, e recomendaram que, caso uma destas fosse utili zada
utilizada; ela ocorre após a abo rd agem de Kocher-Langenb eck em como teste de triagem para a tromb ose venosa profunda assintomá-
25% dos pacientes nos quais a profilaxia não é utilizada (Fig. tica, a venografia seletiva associada deveria ser utilizada antes de se
56-35). A ossificação heterotópica é rara após a abord agem ilioin- optar por tratamentos profiláticos agressivos, tais como filtros de
guinal, exceto se a sup erfície extern a do ílio fo r desperiosti zada. A veia cava inferior. Slobogea n et ai. realizaram uma metanálise da
eficácia e a escolha de m edidas profiláticas para evitar a ossifi cação literatura disponível envolvendo recomendações para a profilaxia
heterotópica permanecem controve rsas. Diversos autores desco- tromboembólica em pacientes com fraturas acetabulares e da pelve,
briram que a indometacina é eficaz na redução da ossificação hete- e não conseguiram identificar evidências suficientes para apoiar um
rotópica significativa após cirurgia de fratura acetabular, mesmo método em detrimento de outro.
que isso tenha levan tado a questão por outros qu e acreditam que Nosso protocolo atual envolve o uso de heparina subcutânea
ou enoxaparina, bem como botas de compressão intermitente
enquanto os pacientes aguardam a cirurgia. Realizamos o Doppler
Scan Duplex na triagem pré-operatória em qualquer paciente no
qual a lesão tiver ocorrido há mais de 4 dias e em pacientes que
não receberam profilaxia. Utilizamos filtros de veia cava Greenfield
em pacientes com anormalidades no Scan Duplex e também , oca-
sionalmen te, em outros grupos de alto risco. Esses grupos de alto
risco identificados incluem pacientes acima dos 60 anos, pacientes
com contraindicações para anticoagulação e pacientes nos quais
obesidade mórbida, tum ores m alignos ou históri co anterior de
trombose ve nosa profunda sejam um fator. No pós-operatório, a
anticoagulação com enoxaparina seguida de va rfarin a é utili zada
continu amen te durante 6 a 12 semanas, a menos qu e seja medi ca-
mente co ntraindi cada.
ruins, com o uso da fixação associada da fratura acetabular com placas correlacionando-se bem com uma taxa de 6% de afro uxamento
ou cabos de fixação com múltiplos parafusos. Utilizamos esta técnica radiográfico de 10 anos relatada mais tarde em uma população
para o resgate de função do quadril em indivíduos mais velhos com semelhante de pacientes.
indicações semelhantes (Fig. 56-36). Uma preocupação com esta
técnica é o fato de que o componente acetabular sem cimento poderia
não ser incorporado de maneira adequada na cicatrização da região FRATURAS PÉLVICAS
acetabu lar. Em sua série com 57 pacientes, Mears e Velyvis descobri-
ram que os acetábulos podem migrar rotineiramente entre l a 3 mm As fraturas pélvicas em adultos, excluindo o acetábulo, geralmente
durante a consolidação da fratura e, em seguida, estabilizarem-se nor- são fraturas estáveis resultantes de traumas de baixa energia (como
malmente. Eles enfatizaram que se deve evitar abordagens estendidas quedas de idosos) ou fraturas causadas por traumas de alta energia,
para diminuir o risco de infecções. os quais resu ltam em morbidade e mortalidade significativas. Como
Foi descoberto que a artroplastia total de quadril realizada é o caso com fraturas em outros ossos, traumas de baixa energia na
em artrite pós-traumática após um a fratura acetab ular requer pelve geralmente produzem fraturas estáveis que podem ser tratadas
tempo maior de cirurgia, com maior perda de sangue e mais trans- sintomaticamente com muletas ou com andador e que se espera
fusões quando comparada com a artrop lastia total de quadril rea- consolidação sem problemas na maioria dos pacientes. As fraturas
li zada para artrite degenerativa. Cada uma dessas descobertas foi da pelve de alta energia muitas vezes requerem cirurgia, com o
maior nos pacientes que haviam sido submetidos à RAFI para suas método de tratamento determinado pelo grau de estabilidade
fraturas acetabulares quando em comparação com aqueles que pélvica remanescente após a lesão. O foco aqui está nessas lesões de
realizaram um tratamento conservador inicial em suas fraturas. alta energia, como tratá-las tanto nas fases de reanimação quanto
A taxa de sobrevivência de 10 anos para esses quadris foi de 97%, nas de reconstrução, e as suas complicações em potencial.
O@lj;Mm:1I!9 Fratura transversa e da parede posterior em um homem idoso tratado com fixação da fratura combinada com a
artroplastia primária tota l de quadril.
@}ijt PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
Artéria ilíaca
comum
Arté ri a il íaca /
externa - - ; - - - - - - - - -____,
Arté ria il íaca
intern a
Artéria
vesical
superior
Artéria
obturatória
Fraturas de alta energia da pelve resultam mais comumente de circunferencial em pacientes com fraturas instáveis e complexas,
acidentes com veículos, motos, quedas, colisão entre automóvel e mas Ghaemmaghami et al. não acharam que cintas pélvicas redu-
pedestre e lesões por esmagamento industrial. As complicações em ziam a hemorragia ou a mortalidade associada a fraturas pélvicas.
potencial de fraturas pélvicas de alta energia incluem lesões de Um estudo recente observou um posicionamento inadequado,
grandes vasos e nervos da pelve (Fig. 56-37) e as principais vísce- acima do nível dos trocânteres maiores, associado à redução insufi-
ras, tais como intestino, bexiga e uretra. O desluva mento das lesões ciente da fratura.
nos tecidos moles circundantes, tanto abertos quanto fechados, Assim que estiver em um ambiente controlado, na sala de
também pode acompanhar essas fraturas e complicar o seu trata- cirurgia, o fixador externo pode ser aplicado para manter a estabi-
mento. A mortalidade relatada para fraturas pélvicas graves varia de lidade da pelve, ao mesmo tempo em que permite o acesso ao
10% a mais de 50% em algumas séries iniciais das fraturas pélvicas abdome e ao períneo. A redução das necessidades de transfusão tem
abertas. Os fatores de risco para o aumento da taxa de mortalidade sido relatada em pacientes com fraturas pélvicas instáveis que foram
incluem a idade do paci ente e o ISS (Injury Severity Score), trauma- tratados com fixação externa imediata em comparação com aqueles
tismo craniano ou lesão visceral, se há perda de sangue, hipotensão, que não foram submetidos à fixação imediata. Lesões com desloca-
coagulopatia e instabilidade ou se são fraturas pélvicas abertas. mento posterior significativo podem se beneficiar de um fixador
A mortalidade precoce mais comumente resulta de lesão com hemor- externo tipo clampe em e, que é idealmente aplicado na sala de
ragia ou traumatismo craniano fechado ; a mortalidade tardia ocorre cirurgia, quando a situação assim o permitir (Técnica 56-3).
por sepse ou falência múltipla de órgãos. O paciente com uma lesão do anel pélvico qu e apresente
hipotensão persistente após uma cinta pélvica circunferencial e
que não tenha nenhuma outra fonte de hemorragia deve ser
MANEJO INICIAL considerado para reali zar a arteriografia. A hemorragia frequen-
temente resulta de superfícies de fratura e pequenos vasos no
A manejo imediato de um paciente com urn a fratura pélvica e retroperitônio. Somente 5% a 10% dos pacientes com fraturas
hemorragia incessante continua sendo um desafio para o cirurgião pélvicas sangram a partir de fontes arteriais identificadas p ela
ortopédico. Uma abordagem multidisciplinar com cirurgiões orto- angiografia e são tratados com embolização. Taxas maiores de
pédicos, cirurgiões gerais, anestesiologistas é fundamental para oti- hemorragia arterial foram identificadas na população geriátrica
mizar os resultados. Os exames iniciais de trauma, incluindo TC do por Henry et al. Um algoritmo por O 'Brien e Dickson (Fig.
tórax e abdome, lavagem peritonial supraumbilical e ultrassom 56-39) tem sido proposto; no entanto, os autores recomendaram
abdominal, deve rão excluir outras fontes de sangrarnento. Ao reco- que cada instituição desenvolva o seu próprio protocolo, dep en-
nhecer uma lesão do anel pélvico instável, aplicamos rotineiramente dendo dos recursos e instalações . Mais recentemente, resultados
uma cinta pélvica circunferencial (Fig. 56-38) . Descrita pela pri- favoráveis foram relatados com tamponamento associado à
meira vez na literatura por Routt et ai., a técnica engloba envolve r fixação extern a. Esta técnica é muito popular na Europa e tem
um lenço l (ou uma cinta disponível no mercado) ao redor da pelve sido uti li zada em alguns centros nos Estados Unidos. Embora a
e dos trocânteres maiores. Depois de apertar circunferencialmente, técnica e o algoritmo sejam intrigantes, a sua utilização requer
o lençol será preso com grampos. A cinta, assim corno a fixação investigação mais aprofundada nos Estados Un idos, onde a
extern a, reduz teoricamente o vo lume pélvico, es tabili za as sup er- implementa ção de cuidados de trauma é mu ito diferente.
fícies da fratura e auxilia o ta mponamento. Preferimos a cinta Fraturas pélvicas abertas são lesões extremamente difíceis de
pélvica circunferencial à fixação externa no estágio de reanimação manejar, com taxas re latadas de mortalidade de até 50%. Se o
aguda, devido a sua facilidade e rapidez de aplicação. Croce et al. espaço retrop eritoneal for aberto, o efeito de tamponamento não
demonstraram diminuição na necessidade de transfusões quando ocorre para evitar o sangramento excessivo. A sepse causada pela
um dispositivo ortopédico pélvico foi usado para aplicar pressão contaminação fecal é uma das principais causas de mortalidade
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETABULO E DA PELVE faillll
com esta lesão, e a colostomia de derivação imed iata é indicada em sacroilíaco posterior porque a própria artic ulação sacroilíaca não
pacientes com feridas perineais. Faringer et ai. classificaram anato- apresenta estabilidade óssea intrínseca. Tile comparou esta relação
micamente ferimentos pélvicos abertos em zo nas e reco mend aram das estruturas liga mentares e ósseas da pelve posterior a uma ponte
a derivação fecal seletiva para pacientes com feridas abertas envol- suspensa com o sacro suspenso en tre as duas espinhas ilíacas pos-
vendo o reto o u o ân us, feridas de partes moles perto do ânus, ou teross uperiores (Fig. 56-41 B) .
grandes áreas avulsionadas com tecido pélvico isqu êmico asso- A es tab ilidade pél vica é determi nada por estru tu ras ligamen-
ciado (F ig. 56-40). tares em vá rio s planos. As rest rições primárias para rotação
Exames vaginais e retais de rotina devem ser realizados em extern a da hemipelve são os ligamentos da sínfise, o ligamento
pacientes com fraturas pélvicas abertas porque fragmentos da mesma sacroespinal e o ligamen to sacroilíaco anterior. A rotação no plano
fratura podem penetrar nessas est ruturas, com consequências devas- sagita l é resistida pelo ligamento sac rotuberoso. O deslocamento
tadoras se o desbridamento não for realizado a tempo e de forma ve rtical da hemipel ve é controlado por todas as estruturas ligamen-
adequada. A fixação externa pode minimizar o movimento da fratura tares mencionadas, mas se o utros ligamentos estiverem ausentes,
e mais lesões das partes moles. ele pod e se r controlad o por ligamentos sacroilíacos interósseos e
posteriores juntamente com o ligame nto iliolombar íntegro. Fre-
quentemente, uma hemipel ve rotacionalmente in stável pode per-
ANATOMIA manecer vert icalmente estável devido a essas estruturas ligamentares
intactas. Isso tem implicações significativas na classificação, prog-
A pelve é composta anterio rm ente pelo anel dos ramos púbicos e nósti co e tratamento.
ísquiáticos conectados com a sínfise púbica. Um disco fibrocarti-
laginoso separa os dois corpos púbicos. Posteriormente, o sacro e
os doi s ossos inominados unem-se na articu lação sacroilíaca pelos CLASSIFICAÇÃO
ligamentos sacroilíacos interósseos, os ligamentos sacroilíacos ante-
rior e posterior, os ligamentos sacrotub era is, os li gamentos sacro- Bucholz, em um estudo clássico de 150 vítimas consec utivas de
espinais e os ligamen tos iliolombares associados (Fig. 56-41 A). ac identes fatais com veícu los automoto res, descobriu fraturas da
Este complexo ligamentar proporciona estabilidade ao complexo pelve em 31% dos casos . El e os separo u em três grupos: o grupo I
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
Exigência de
transfusão contínua
Hemodinamicamente instável
Laparotomia*
Fixação externa pélvica Angiografia
Hemodinamicamente estável
ou redução aberta e
fixação interna
Angiografia
Fi xação externa ou
Manejo definitivo da fratura pélvica
H[riii;tijm!ID Avaliação e manejo iniciais do paciente com fratura do anel pé lvico. Os protocolos devem ser individualizados de
acordo com os recursos e instalações . (De O'Brien PJ, Dickson KF: Pelvic fractures: evaluation and acute management. ln Tornetta P 111, Baum-
gaertner M, editors: Orthopaedic know/edge update, trauma 3, Rosemont, IL, 2005, Ame ri can Academy of Orthopaedic Surgeons.)
teve lesões do anel anterior com desvio mínimo, fraturas sacrais estabilid ade pélvica (Quadro 56- 1): A, estável; B, rotacionalmente ins-
es táveis ou rotura incompleta do ligamento sacroilíaco anterior; o tável, mas verticalmente estável; e C, rotacional e verticalmente instá -
grupo II teve lesões anteriores associadas à abertura rotac ional da veis. Esta classificação é amplamente utilizada na literatura atual.
articulação sacroilíaca, com rompim ento apenas dos ligamentos As fraturas do tipo A (es táveis) são subdivididas em três
sacroilíacos anteriores, poupando o complexo sacroilíaco poste- grupos. As fraturas do tipo A I não envolvem o anel pélvico, com o
rossuperior; e o grupo III teve o rompim ento completo da hemi - fraturas por avulsão das espinh as ilíacas ou da tuberosidade isquiá-
pelve anterior e posterior. tica e fraturas isoladas da asa do ilíaco. As fratu ras do tipo A2 são
Pennal et ai. desenvolveram uma classificação mecanicista na fraturas estáveis do anel pélvico com deslocamento mínimo, co m o
qual as fraturas da pelve são descritas como lesões de compressão as que comumente resultam de quedas de baixa energia em pacien-
anteroposterior, lesões por compressão laterais ou lesões por cisalha- tes idosos. As fraturas do tipo A3 são lesões transversas do sacro e
mento vertical. Tile modificou o sistema de Pennal para torná-lo um cóccix; estas são consideradas lesões na coluna vertebral em vez de
alfanumérico e composto por três grupos com base no conceito de lesões do anel pélvico.
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE
Posição anterior Posição posterior Tipo C: Instáveis (ruptura completa do arco posterior)
C1 Unil at erais
O@mfrjEIIi) Três zonas de lesão que guiam d ecisões com C 1- 1 Fratura do ilíaco
rela ção à necessidade de colostomia em fraturas pél vicas abertas, C 1-2 Fratura-luxação sacroilíaca
de acordo com Faringer et ai. Lesões na Zona 1 geralmente exigem e 1-3 Frat ura sacra l
colostomia, enquanto a derivação é raramente necessária para C2 Bilaterais, com um lado do t ipo B e o outro do tipo C
lesões na Zona Ili. Lesões na Zona li são d erivadas seletivamente, C3 Bilat eral
com lesões no subcutâneo da virilha anterior ou na coxa medi al
possivelmente precisando de colostomia .(Retirado de: Faringer PD, De Til e M: Acute pelvic fractures, part 1: Causation and classification, JAm Assoe
Mu llins RJ, Feliciano PD, et ai: Selective fecal diversion in complex open Orthop Surg 4: 143, 1996.
pelvic fractures from blunt trauma, Arch Surg 129:958, 1994.)
Ligamento
sacroilíaco
Bordo
(
"- - -·- L"1gam ento
}- sacrotuberoso
Pelve
Ligamento
sacrotuberoso - - - - - \ sacroespin al
sacroespinal
A
,__-"-.,-----Ligamento
iliolombar H!dll;frjEIJI A, Estruturas estabiliza-
--Espinha doras posteriores principais do anel pél vi co
ilíaca (vista posterior e sagital). B, Tile comp ara
posterossuperior a rela çã o entre os ligamentos pél vicos pos-
teriores e as estruturas óssea s a uma ponte
su spensa, com o sacro suspenso entre as
duas espinhas ilíacas posterossuperiores.
(De Tile M: Acute pelvic fractures, part 1. Cau -
sation and classification, J Am Assoe Orthop
B
Surg 4143, 1996)
111!1) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
o@•i;Mml!I Classificação de Til e das fraturas pélvicas com base nas forças que agem sobre a pelve. A, Tipo B1: rotação externa
ou compressão anteroposterior através do fêmur esquerdo (setas) rompe os ligamentos da sínfise, pelve e sacroilíaco anterior até
que o íli o impacte cont ra o aspecto posterior do sacro. Se a força parar neste nível, uma estabil idade parcial da pe lve é mantida
pelos ligamentos sacroilíacos interósseos. B, Tipo 82-1: uma força em compressão lateral (rotação interna) implode a hem ipelve . Os
ramos podem ser fraturados anteriormente, e a impacção posterior do sacro pode ocorrer com alguma lesão de estruturas poste-
riores, mas a estabilidade é parcialmente mantida pelo assoalho pélvico intacto e pela compressão do osso sacro . C, Tipo C: força
em cisalhamento (translacional) rompe a sínfise, o assoalho pélvico e as estrut uras posteriores, dei xa ndo a hemipelve completamente
instável . (De Tile M: Acute pelvic fra ctures, part 1. Causation and classificat ion, J Am Assoe Orthop Surg 4: 143, 1996.)
As fraturas do tipo B são rotaciona lmente instáveis. As fraturas bilaterais com uma hemipelve verticalmente estável e a outra instá-
do tipo Bl incluem fraturas em "livro aberto" ou lesões por com- vel. Fraturas do tipo C3 são as fraturas bilaterais que estão instáveis
pressão anteri or, nas quais a pelve anterior abre através de uma verti cal e rotacionalmente. A classificação de Tile para fraturas do
diás tase da sínfise ou de um a frat ura do anel pélvico anterior (Fig. anel pélvico se relaciona diretamente com o tipo de tratamento
56-42 A) . Os ligamentos sacroilíacos posterior e interósseo conti- indicado e com o prognósti co da lesão.
nu am intac tos. Tile descreveu as etapas desta lesão. Na primeira fase, Young e Burgess propuseram um a mod ificação diferente da
a separação da sínfise é inferi or a 2,5 cm, e o ligam ento sacroespinal classificação de Pennal original, criando uma nova categoria de
permanece intacto. No segundo estágio, a diástase é maior que 2,5 lesões por mecanismo combinado (Ta bela 56- 1). A classificação
cm, com ruptura dos ligamentos sacroes pinal e sacroilíaco anterior. também é mecanicista, com os principais vetores de energia sendo
No terceiro estágio, as lesões são bilate rais, cri ando uma lesão do a compressão anteroposterior, a compressão lateral e o cisalham ento
tipo B3. Fraturas do tipo B2- l são lesões por compressão lateral com verti cal. Uma das conclusões originais do seu trabalho foi a de que
fraturas ipsilaterais (Fig 56-428); as do tipo B2-2 têm um compo- a classificação pélvica pode ser utili zada para detectar outras mor-
nente de co mpressão lateral, mas as fra turas são contralaterais - bidades em um paciente politraumatizado. No entanto, o sistema se
lesão do tipo "alça de balde''. As estrutu ras ligame ntares, em geral, encaixa muito bem com os concei tos de estabilidade rotacional e
não são rompidas pela rotação interna da hemipelve. ve rtical desc ritos por Tile. As fraturas AP I (tipo de compressão
As frat uras do tipo C (Fig. 56-42 C) são instáveis tanto rota- anteroposterior do tipo I) e a LC I (compressão lateral do tipo I) são
cional quanto verticalmente. Estas incluem lesões por cisalharnento rotacional e verticalmente estáveis (Tile A) . As fraturas AP II (F ig.
ve rtical e lesões de co mpressão anterior com rompimento do com- 56-43) e LC II (Fig. 56-44) são rotacionalmente instáveis, mas ver-
plexo ligamentar posterior. Fraturas do tipo C l incluem fraturas ticalmente estáveis (Tile B). A fraturas AP III (Fig. 56-45) e muitas
unil aterais do complexo anterior e posterior, subdivididas pela loca- vezes as LC III (Fig. 56-46) são rotac ional e verticalmente instáveis
li zação da fratura posterior. Fraturas do tipo C2 inclu em lesões (Tile C). Em uma série contínua, lesões de compressão lateral eram
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE EV:P*
56-1 Relação dos Sistemas de Classificação para Fraturas do Anel Pélvico
o padrão de lesão mais comum, respond end o por 41 % dos pacie n- pélvico qu e pode não ser vista corre tamente em radiografias-padrão.
tes, seguidas por lesões de compressão anteropos terior (26%), fra- Antes do uso generalizado da TC, mui tas fraturas pélvicas eram
tu ras ace tabulares (18%), lesões po r mecan ismo combinado (10%), consideradas corno lesões pu ramente anteri ores, embora as lesões
e lesões de cisalhamento vertical (5%). O choque hipovolêmico e anteriores isoladas sejam, de fato, raras. A TC também pode revelar
grandes requisitos de sangue eram mais comu ns em pacientes com linhas de fratura minimamente desviadas qu e entram no acetábulo
lesões ve rticalmente instáve is tip o AP III do que naqueles com e possivelmente afetam o planejamento do tratamento.
compressão anteroposterior verticalmente estável ou lesões de com- Diversos sinais radi ográficos devem ser procurados como
pressão lateral. Na série de Young e Burgess, pacientes com as m ais indicações de estabilidade da fr atura. O alargamento de mais de
graves lesões por compressão lateral (do tipo III) não ap resentavam 2,5 cm da sí nfise é correlac ionado com a ruptura do ligamento
traum atismo craniano, enquanto aqueles com lesões por compres- sacroespinal e uma pelve ro tacionalmente instável. As fr atu ras por
são lateral menos graves apresentaram taxas de traumatismo cra- avulsão da porção lateral do sacro e espinha isqu iática também são
niano semelhantes aos de pacientes com outros padrões de lesões sinais de instab ilidade rotacional. O alargamento da pelve anterior
pélvicas. Acreditam os que esta class ificação seja útil para descrever resulta na ruptura do ligamento sacroilíaco anterior, faze ndo com
e comunica r lesões do an el pélvico. que a art iculação sacroilíaca aparente esteja alargada na incidência
Fraturas sacrais fo ram classifica das separadamente por dive r- an teroposterior. No entanto, co nfo rme mostrado por imagens de TC
sos autores. Atualmente, a classificação mais utilizada é a proposta axiais, os ligamen tos posteri ores da articulação sacroilíaca podem
por Denis, Davis e Corn fo rt (Fig. 56-47): fratu ras do tip o I que permanecer intactos, mantendo a estabilidade verti cal da pelve (Fig.
ocorrem lateralmente ao forame neural através da asa sacra!; fra tu ras 56-49). Fraturas impac tadas do córtex anteri or do sacro são comuns
do tipo II são transforaminais; as do tipo III ocorrem medial ou nas lesões por compressão latera l e geralmente são estáveis, mas uma
centralmente em relação ao forame neural. Fraturas tra nsversais do fratu ra sacra! com uma fa lha ge ralmente indica instabilidade verti -
sacro são classificadas como lesões do tip o III, pois envolvem o canal cal. Em sua revisão de fra turas por compressão lateral tratadas sem
espi na l e mu itas vezes têm fo rm ato em H ou em U (chamada fratura cirurgia, Bruce et ai. desco briram qu e mais da metade (68%) das
do "sui cida': devido a sua associação com quedas de alturas eleva- fratu ras sacrais completas com fra tu ras de ramos bilaterais desviou,
das). Essas fratu ras podem ter translação significat iva observada na enquanto nenhuma fratu ra sacra! incompleta com uma fratura de
rad iografia sacra! lateral. Como essas fraturas do tipo III podem ramos ipsil atera is desviou. Descarga de peso protegida e moni tora-
fac il mente passar despercebidas em radiografias convencionais e em mento adequado são essenciais para essa pop ulação de pacientes.
TC axiais, uma radiografia sacra! latera l e/ou TC com reconstru ção A instabilidade ve rtical geralmente é defini da como 1 cm ou
sagital da pelve deve ser cuidadosamente analisada. mais de mi gração cefálica de um a hemipelve. Em algum as lesões
pélvicas, a instabilid ade ve rti cal é aparente; mas se a estabilidade
ve rtical for qu es ti onável, tes tes so b es tresse podem ser benéficos.
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA Q uando a es tabilidade pélvica é qu es tionada, a avaliação sob an es-
tesia pode ser útil. A rotação intern a e externa da pelve pode
As projeções radiográfic as-padrão necessári as para a avaliação das de monstra r a instabil idade rotacio nal. Sagi et ai. descreve ram um
fra turas pélvicas são uma incidência anteroposterior da pelve, uma exame sob estresse do anel pélvico utilizand o fluoroscopia din â-
incidênc ia in let caudal de 40 graus e um a outlet cefálica de 40 graus mi ca in traopera tória na qual a rotação interna e externa e mano-
descritas por Pennal et ai. (Fig. 56-48). A incidência inlet mostra a bras de emp urrar-puxar eram aplicadas a ambas as extremidades.
defo rmidade ro tacional o u desvio anteroposteri or da hemipelve. Utilizando este método, eles iden tificaram a instabilidade na metade
A incidência outlet mostra o deslocamento verti cal da hemipelve, das frat uras do anel pélvico que supostamente eram lesões estáveis,
fraturas sacrais e alargamento ou fratura da pelve anterior. ti po AP- I. Suzuki et ai. relatara m o uso da medição da diás tase da
A TC, uma parte essencial da avaliação de qu alquer lesão sín fise em radiografi as sob estresse para dife renciar entre as lesões
pélvica significativa, possibilita a avaliação da parte posterior do anel AP- I e AP- II. Sob o co nt ro le radiográfico, o examinador empur ra
lll!m> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
Lesão do anel pélvico do tipo compressão lateral li (LC li) de Young e Burgess com fratura em crescente posterior. A-D,
Incidências pré-operatórias em anteroposterior, outlet, inlet e oblíqua, respectivame nte.
@}:t.p) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
H[êill;bi,iiGM!.J•IM E, TC pré-operatória. F e G, Após a redução aberta e fixação interna com placa de reconst rução de 3,5 mm e
dois parafusos interfragmentários entre as tábuas corticais do ilíaco .
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETABU LO E DA PELVE flm
Oldll;füE'!ll Lesão do anel pé lv ico do tipo anteroposterior Ili (AP Ili) de Young e Burgess com diástase púbica e fratura dos ramos
púbicos bilaterais. A-C, Incidências pré-operatór ia s anteroposterior, inlet e outlet, respectivamente. D, TC pré-operatória.
0(dll;f4'11kl(.],\M E-G, Incidências pós-operat órias ant eropost erior, inlet e outlet, res pecti va mente.
estabi lidade pélvica temporária e permitir o acesso ao abdome e com frequência essa montagem quando a protuberância abdomi-
períneo. Ela também pode ser utilizada como fixação definitiva em nal é significativa.
alguns pacientes ou em conjunto com a fixação interna em outros.
As fraturas que envolvem a asa do ilíaco, o acetábulo, ou ambos,
geralmente são contraindicações para a fixação extern a pélvica.
FIXAÇÃO EXTERNA
O ideal seria dois pinos de 5 mm colocados entre as tábuas corticais
TÉCNICA
ilíacas e com o posicionamento confirmado na fluoro scopia. Quando
um fixador é aplicado a um paciente gravemente ferido durante o •Posicione o paciente em decúbito dorsal em uma mesa
atendimento da emergência, utilizamos três pinos em cada asa do radiotra nspa rente.
ilíaco para garantir a fixação exata dos pinos. Uma simples estrutura •Tente alcançar e manter a redução com tração ou cinta
modular qu e permite o acesso abdominal é desejável; no entanto, pélvica posicionados distalmente antes da colocação do
muitas variações de fixadores extern os de pelve estão disponíveis. fixador externo.
Fraturas verticalmente instáveis também costumam ser tratadas • Palpe a asa do ilíaco entre 2 a 4 cm proxima lmente à
com tração esquelética femoral dista l ipsilateral, até que a fi xação espinha ilíaca anterossuperior. Esta é a proção mais larga
interna definitiva possa ser feita. A instalação do pino supra-acetabu- do osso que permite a inserção do pino.
lar para a fixação pélvica externa utiliza um ponto de entrada na •Fa ça uma incisão perpend icu lar à asa do ilíaco.
espi nha ilíaca anteroinferior. A inserção desses pinos requer orien- •Coloque um f io-gu ia ao longo da táb ua interna para
tação fluoroscópica e compreensão da anatomia pélvica. A principal fornecer orientação da inclinaçã o pélvica.
va ntagem é uma excelente fi xação do pi no na pelve; uma desvan - • Perfure ao longo do terço interno da asa do ilíaco.
tagem é a flexão limitada do quadril em alguns pacientes. Utilizamos
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE fJmt#
O[ril!;@m?ll Lesão por compressão lateral do tipo Ili (LC Ili) de Young e Burgess com marca do deslocamento do ramo do púbico direito.
O tratamento foi feito com redução aberta e fixação interna (RAFI) da articulação sacroi liaca esquerda e RAFI da sínfise púbica e das fraturas
do ramo púbico direito. A-C, Incidências pré-operatórias anteroposterior, inlet e outlet, respectivamente. D, TC pré-operatória.
Ili
iâ[riil;f4E!19 Classifica çã o de Denis para fraturas sacrais, na qual três zonas de lesão são diferenciadas: zona 1, a asa sacra!; zona li,
região foramin al; e zona Ili, canal espinal. A extensão mais medial da fratura é utilizada para classificar a lesão. (Retirado de: Den is F,
Davis S, Comfort T: Sacra! fractures: an important problem-retrospect ive analysis of 236 cases, Clin Orthop Re/at Res 227:67, 1988.)
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETABULO E DA PELVE
mSl!IIl·l\• E!19 A, Incidência inlet da pelve com incl inação ca udal · m:D
A, Lesão pé lvica tipo Til e 81 com diástase da
sínfise e alargamento anterior da articu lação sacro ilíaca. B, TC
de 40 graus. B, Incidência outlet da pelve com inclinação cefáli ca de
mostra que os ligamentos posteriores da articul ação sacroilíaca
40 graus.
estão intactos.
.,..:::.1o:.1-111'111
• mi
Ponto de entrada para a fi xação externa supra -
acetabular. VEJA A TÉCNICA 56-2.
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
CLAMPES PÉLVICOS
TÉCNICA
(GANZ ET AL.) • FASE RECONSTRUTIVA
Fraturas pélvicas sem desvio e estáveis (do tipo A de Tile, tipos LCI e
•Com o paciente em decúbito dorsa l, palpe a espinha ilíaca API de Young e Burgess) não precisam de estabilização cirúrgica e
posterossuperior e desenhe uma linha imaginária entre ela podem ser manejadas adequadamente com mobilização precoce e anal-
gésicos. Estudos históricos que descrevem o tratamento conservador
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETABULO E DA PELVE flB
H@ii;f4'1m Aplicação do fixador de Ganz (ver texto): A, Local de inserção do prego . B, Os pinos de Steinma nn são inseridos, e o
deslizamento livre do braço lateral é garantido. C, Os pinos são direcionados 1 cm dentro do osso. D, Parafusos rosqueados são dire-
cionados para dentro e aplicam compressão para fechar a diástase e estabilizam o anel pélvico posterior. E, A barra pode ser girada
para possibilitar a laparotomia ou acesso ao fêmur proximal. (Cortesia de R. Ganz, MD.) VEJA A TÉCNICA 56-3.
das fraturas pélvicas deslocadas (dos tipos B e C de Tile) com tração redução tem sido relatad a co m o uso destes, especialmente em pacien-
ou um balancim pélvico têm mostrado resultados decepcionantes, tes idosos e com parafusos colocados de forma retrógrada.
especialmente em pacientes com fraturas sacrais deslocadas e luxa- A fixação externa tem sido amplamente desc rita para o trata-
ções sacroilíacas. Na m aioria dos relatos dessas lesões, quase metade mento definitivo de lesões do tipo B de Tile (tipo AP II de Young e
dos pacientes apresentou dor moderada a grave após o tratamento Burgess), com a fun ção mantida normal em pacientes nos quais uma
conservador. redução adequada (< 1 cm de deslocamento) foi obtida. Este método
A morbidade significativa associada ao tratamento conservador pode se r especialmente útil em pac ientes com lesões geniturinárias
de fraturas pélvicas instáveis e desviadas levou a uma abordagem associadas ou lesões gastrointestinais com contaminação significativa,
cirúrgica mais agressiva. A redução e a estabilização cirúrgica têm ou outros problemas das partes moles qu e podem impedir a RAFI
sido defendidas para fraturas rotacionalmente instáveis, mas vertical- anterior. A base do tratamento para as lesões dos tipos APC-II ou
mente estáveis (tipo B de Tile, e tipo AP II de Youn g e Burgess, Figs. APC-III é a RAFI da sínfise púbica quando a situação clínica permite.
56-42 e 56-43), com uma diástase da sínfise púbica de mais de 2,5 cm, Tornetta, Dickson e Matta relataram ausência de dor ou dor
fraturas de ramos púbicos com mais de 2 cm de desvio, ou outras apenas com atividade extenuante em 96% de seus pacientes após a
lesões pélvicas rotacionalmente instáveis com discrepância significa- fixação interna anterior de fraturas instáveis rotacionalmente, mas
tiva no comprimento dos membros de mais de 1,5 cm ou deformi - verticalmente estáveis. Eles recomend aram o uso de uma única placa
dades rotacionais pélvicas inace itáve is. O tratamento cirúrgico de de reco nstrução com quatro ou seis furo s de 3,5 mm; placas de dois
fraturas pélvicas rotacionalmente instáve is pode ser reali zado com um furos demo nstraram elevadas taxas de insucesso. Em co ntraste
fixador externo anterior utilizado para tratamento definitivo ou RAFI com muitos outros autores, Matta não citou um cateter suprapúb ico
com placa anterior. Parafusos para o ramo púbico retrógrado, coloca- como urna contraindicação para a fixação interna anterior de fraturas
dos por via percutânea ou com uma técnica aberta, tamb ém foram pélvicas, e defe nde o reparo primário precoce de lesões da bexiga
descritos para a fixação anterior, mas uma taxa de 15% de perda de para evitar a contaminação do hem atoma da fratura pélvica. Ele não
mm> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
O!rilltt'!E:EI Fi xação interna anterior da fratura pé lvica (ver texto). A, Posicionamento do pac iente . B, Afastador co locado . C e D,
Di ástase da sínfise do tipo li é reduzida com a pinça de Weber colocado anteriormente ao músculo reto .
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO AC ETÁBULO E DA PELVE fj:UM
h@iif+ifil$1%•ul• E e F, As pontas
da pinça são colocados no mesmo nível
no corpo púbico, para que, com o fecha-
mento, qualquer rotação em plano sag ital
da sínfise seja reduzida. G e H, Visão das
partes interna e externa da pelve mostra
o posicionamento da pinça de Jungbluth
com furo deslizante e placa de ancora-
G gem. VEJA A TÉCNICA 56-4.
Lesões pélvicas do tipo C de Tile (tipos AP III, LC III e cisa- no res ultado fin al do paciente. Uma comparação de resultados
lhamento vertical de Yo ung e Burgess; Figuras 56-45 e 56-46) exigem em 80 pacientes com fraturas pélvicas, dos quais 61 % foram
fixação posterior para recuperar a estabilidade vertical. A fixação tratados com fixação ex terna e 39% foram tratados conservado-
externa exclusivamente não é recomendada como tratamento defi- ramente, re ve lou taxas similares de retorno à ocupação anterior
nitivo de fraturas pélvicas verti calmente instáveis, pois a instabili- para lesões do s tipos A, B e C de Tile (75 a 81 %). O deslocamento
dade posterior não pode se r controlada por meio deste método de ve rti cal resi dual médio da hemipel ve em lesões do tipo Cera de
tratamento. Na série de Kellam, após a redução adequada de fraturas 21 mm. O núm ero de pacientes que percebiam a dor como a pior
do tipo e, apenas 50% dos pacientes ficaram livres da dor sem sequela da lesão fo i se melhante entre os três grupos, independen-
mudanças de emprego ou de estilo de vida. Após a redução inade- tem ente do tratamento.
quada de lesões do tipo e, apenas 33% dos pacientes retornaram às Para fraturas do tipo C de Tile (rotacional e verticalmente ins-
suas ocupações anteriores. Nas fraturas do tipo C que envolvem a táveis), o anel anterior pode ser fixado com um fixador externo ou
articulação sacroilíaca, Kellam recomenda a redução anatômica da uma placa anterior, conforme desc rito anteriormente. O tratamento
lesão posterior e a fixação interna com fusão da articulação sacroilí- posterior geralmente é determinado pela parte do anel posterior que
aca. Mullis e Sagi observaram resultados piores em pessoas com foi romp ida. Para fraturas sacrais e luxações sacroilíacas, a fixação com
luxações sacroilíacas puras que foram reduzidas incorretamente do parafuso direcionado por intensificador de imagens a partir do ílio
que naquelas com reduções anatômicas. posteriormente até o corpo sacra! (Fig. 56-55) tem sido recomendada.
Alguns autores, no entan to, são céticos sobre o fato de que Esta técnica tem como risco danificar as raízes nervosas de L5 e S1 e
a redu ção anatôm ica das lesões do tipo C tem efeito considerável os vasos ilíacos anteriores ao corpo do sacro e as raízes nervosas
@}:lf) PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
lnlet
h@l!;ijmJ Fixação posterior com parafuso em fraturas sacra is e luxações sacroil íacas - posicionamento do paciente. Projeções
anteroposterior, caudais e cefá li cas com um intensificador de imagens mostram a posição do furo e do parafuso. (Reformu lado de Matta
JM, Saucedo T: Internai fixatio n of pelvic ring fractures, Clin Orthop Relat Res 242:83, 1989; origina l by Zilbert.) VEJA A TÉCNICA 56-5.
•Afaste a ?arte postenor dos músculos glúteos a partir da 1 FIXAÇÃO PERCUTÂNEA COM PARAFUSO
) ILIOSSACRAL PARA LUXAÇÕES SACROILÍACAS E
asa do rl1aco posterior e a origem do glúteo máximo a
partir do sacro (Fig. 56-62 A e B). FRATURAS SACRAIS (DECUBITO DORSAL)
•Exponha a incisura isquiática maior para ava liar a redução. Routt et al. descreveram esta técnica, relatando seus resultados e com-
Para fratura s sacrais, eleve os músculos multífidos para plicações, e estudaram as variações anatômicas e radiográficas das
expor a fratura da lâm ina sacra l posterior (Fig. 56-62 C). características morfológicas das porções superiores do sacro que afetam
•Para luxações sacroilíacas, coloque uma pinça de redução a técnica cirúrgica. Suas séries de artigos são leituras essenciais para
com ponta a partir do sacro até a asa do ilíaco, para a ajudar cirurgiões de trauma a realizar esta técnica. Eles enfatizam o fato
redução. Palpe através da incisura isquiática maior e de que a asa sacra! normal apresenta w1rn superfície anterossuperior
também observe diretamente para ava liar a redução. inclinada, a inclinação alar sacral, que se estende da parte proximal-pos-
•Sob o controle do intensificador de imagens, insira para- terior até a distal-anterior (Fig. 56-63). Anterior à asa sacra! nesta região,
fusos perpendiculares à asa do ilíaco, através da articu - passa a raiz nervosa de L5 e os vasos ilíacos. O córtex da inclinação alar
lação sacroi líaca até a asa sacra l, direcionando-os para forma a fronteira anterior da "zona de segurança" para a passagem dos
a corpo vertebral de S1. Cuidadosamente, marque os parafusos iliossacrais no corpo de Sl. A fronteira posterior da zona de
locais de perfuração dos parafusos através de mú ltip las segurança é formada pelo forame da raiz nervosa de Sl.
projeções fluoroscópicas em anteroposte riores, caudais A inclinação da asa do sacro (slope) pode ser estimada em urna
e cefálicas . incidência fluoroscópica lateral ve rdadeira do sacro através da iden-
•Para fraturas sacra is, realize a redução da mesma maneira, tificação da densidade co rtical ilíaca (DCI), a qual demarca o espes-
verificando a redução com palpação através da incisura samento cortical anterior da porção ilíaca da articulação sacroilíaca
isquiática maior e observando a lâmina sacral posterior. (Fig. 56-64). A angulação da inclinação alar pode ser mais aguda em
•Insira um ou dois parafusos no corpo vertebral de S1 pacientes com displasia sacra!, estreitando a zona de segurança para
fixado a partir da superfície lateral da asa do ilíaco. Se a passagem do parafuso. Routt et ai. detectaram displasia sacra! em
necessário, apliq ue uma placa de reconstrução de 3,5 mm 28 de 80 pacientes com fraturas pélvicas avaliadas por incidências
ao longo do sacro posterior entre os ílios, como um a laterais verdadeiras, inlet e outlet. Em 94% dos pacientes com seg-
banda de tensão (Fig . 56-57) logo acima da incisura isqui- mento sacra! superior não displásico, a DCI coincidiu com a incli-
ática maior. nação alar, conforme visto na TC pré-operatória. Isso a torna um
•Suture a fáscia glútea à espinha sacral. marco radiográfico útil para determinar a borda anterior da zona de
•Feche as incisões da maneira convencional sob re os segurança (Fig. 56-65). No entanto, 6% das asas sacrais não displá-
drenos de sucção. sicas exibiram concavidade ou recesso anterior quando visualizadas
no plano axia l, projetando a DCI anterior para a inclinação alar na
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE
Raiz
nervosa
de 81
h!§il;@m t Inclinação alar e localizações das raízes nervosa de LS e de 51 e suas relações com a asa.
W}:H$ PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
h!§ii;ftim l A densidade cortica l ilíaca (DC I) pode ser identificada na radiografia latera l (A) e na TC (B) para a esti mativa da incli-
nação a lar sacra l.
O@ii;MmD TC confirma a zona segura estreita (setas sólidas) O@ii;HEm Asa sacra l re ba ixa da (setas sólidas) re lacio nada
resu ltante do segme nto sacra l superior disp lásico . Supe rfíc ies arti- com osso il íaco de nso adjacente à arti cu lação sacroilíaca - dens i-
cu la res a nteriores das art iculações sacroilíacas parecem ser bilate- dade cortica l ilíaca (DC I) (seta aberta) . TC ex ibe me lh or essas
ra lmente planas. Partes onduladas t ipo tongue-in-groove são situações incomu ns. As ra ízes nervosas podem se r ce rcadas por
situa d as posteriormente . A DCI é bi latera lmente notada (setas gordura dentro das asas reba ixadas, especia lme nte no lado
abertas) . (Retirado de Chip M, Chip LJr, Simonian PT, et ai: Radiographic d ire ito do pacient e que não estiver les ionado . (Retirado de Routt
recognition of the sacral alar slope for optimal placement of iliosacral MLC Jr, Simonian PT, Agnew SG, et ai: Radiographic recognition of the
screws: a cadaveric and clinicai study, J Orthop Trauma 1O:171, 1996.) sacral alar slope for optima l placement of ili osacral screws: a cadaver
and clinicai study, J Orthop Trauma 1O:171, 1996.)
incidência lateral verdadeira. A TC pré-operatória foi útil para em 5 1 pacientes consecutivos. Os parafusos utilizados para fixa r as
determinar as dimensões da zona de segurança e para identificar os luxações da articulação sacroilíaca são colocados perpendicular-
recessos na s asas sacrais (Fig. 56-66). Um recesso na asa sacra! mente à articulação, enquanto os parafusos utilizados para fixar as
possibilita a entrada de parafusos in-out-in, os quais podem les io- fraturas sacrais são colocados mais transversalmente, para possibi-
nar a raiz nervosa de L5 (Fig. 56-67). Routt et al. enfatizaram que litar a passagem do parafuso para a asa contralateral.
a pelve posterior deverá ser precisame nte reduzida para permitir U ma avaliação minuciosa das características morfológicas
a superimpo sição das in cis uras isqu iáticas maiores e ambas as sacrais superiores deve rá ser realizada para garantir que haja um
DCI na incidência lateral verdadeira. Com isso sendo um critério corredor seguro para a colocação de um parafuso iliossacral. Um
necessário para a passagem do parafuso, o uso da DCI como mar- sacro displ ásico pode ter uma inclinação alar sacra! atípica, bem
cador anterior para a zona de seg urança e estando atento ao recesso como um pequeno corredor, e isso, por consequência, colocaria as
sacra! anterior, nenhum erro de colocação de parafusos foi notado estruturas neurais em risco (Fig. 56-68) .
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO AC ETÁBULO E DA PELVE
Otd!l;MmJ A-P, !Fi xação com parafuso iliossacral (veja texto e Técnica 53-6).
CAPÍTULO 56 FRATURAS DO ACETÁBULO E DA PELVE
lll!n> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM AD ULTOS
(
O@lhtJ.im!Z!) Abordagem anterior e estabi-
li zação da articula ção sacro ilíaca. A, Incisão
para a abordagem anterior. B, Após a redu ção,
a asa sacral é fi xada ao ílio com duas placas de
co mpressão dinâmica de dois furos. VEJA A
TÉCNICA 56-7.
A B
•Verifique a incidência sacral latera l para certificar-se de lesar a raiz nervosa de L5 que descansa a 2 a 3 cm mediai-
)
que o pino esteja dentro do corpo sacral. mente à articu lação.
•Meça o comprimento do parafuso. •Ancore dois afastadores de Hohmann de ponta f ina dentro
•Perfure sob re o f io-gu ia (Fig. 56-69 K) da asa sacra l para afastar os conteúdos abdominais med iai-
•Avance com o parafuso sobre o fio-guia; verif ique a posição mente. Utilize com cu idado e afastamento intermitente
nas incidências inlet e outlet (Fig . 55-69 L e M) para evitar neura lgias ilioingu inais e das raízes nervosas
•Confirme a posição do parafuso nas incidências antero- lombossacra is.
posteriores, inlet e outlet (Fig. 56-69 N a P). • Uma vez exposta a articulação sacroil íaca através da dissec-
ção retrofascial, manipule a hemipelve com uma pinça óssea
pesada apl icada na crista ilíaca, enquanto o assistente mani-
pu la a perna. Rotação interna da hemipelve e tração distal
ABORDAGEM ANTERIOR E da perna geralmente são necessárias para redução.
•Não debride as superfícies cartilaginosas da arti cu lação .
ESTABILl?AÇÃO DA ARTICULAÇÃO •Após a redução, f ixe a asa sacra l ao ílio com placas de
SACROILIACA compressão dinâm ica de dois ou três fu ros e parafusos
Simpson et ai. descreve ram uma técnica de f ixação ante- de 4,5 mm (Fi g. 56-70 B) .
rior que inicialmente utilizava grampos, mas agora util iza •Feche as partes moles sobre drenos.
placas de compressão dinâmica, placas de reconstrução
ou placas com quatro furos. Enfatizam a proximidade da raiz CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Quando a dor do paci-
nervosa de L5 com a articulação sacroi líaca durante a expo- ente permiti r, a deambu lação é in iciada com muletas ou
sição. Estudos subsequentes em cadáveres têm mostrado andador, sem ca rga no lado afetado.
que a raiz nervosa de L4 e o tronco lombossacra l estão
próximos à articulação sacroilíaca, especia lmente em seu
t erço inferi or, e deverão ser cu idadosamente protegidos.
Fraturas da asa do ilíaco podem ser abordadas por um acesso
TÉCNICA
retroperitoneal similar. A redu ção é realiza da com uma pinça de
(SIMPSON ET AL.) redução com ponta, e a fixação é obtida com uma placa d e recons-
trução de 3,5 mm e uma técnica com parafu so interfragmentário
padrão (Fig. 56-44).
•Coloque o paciente em decúbito dorsal e faça a metade
superior de uma incisão de Smith-Petersen ao long o da
crista ilíaca anterior (Fi g. 56-70A). Estenda a incisão até a REFERENCIAS
parte ma is superio r da crista anteriormente e até a esp inha
ilíaca ant eroinferior inferiormente. FRATURAS ACETABULARES
• Subperiostea lmente, disseque o múscu lo ilíaco e afaste-o
mediaimente, bem como os conteúdos abdom inais para Anglen )0, Burd TA, Hendricks KJ, et ai: Th e "gull sign": a harbinge r of
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CLAVÍCULA 2823 FRATURAS PERIPROTÉTICAS DA FRATURAS DA CABEÇA DO RÁDIO OU
OPÇÕES DE TRATAMENTO 2824 DIÁFISE DO ÚMERO 2855 COLO COM LUXAÇÃO DA ARTICULAÇÃO
Fixação com Placa e Parafusos 2824 FRATURAS DO ÚMERO DISTAL 2856 RADIOULNAR DISTAL
Fixação lntramedular 2826 FRATURAS, LUXAÇ{>ES E (FRATURA-LUXAÇÃO
FRATURAS LATERAIS FRATURAS-LUXAÇOES DE ESSEX-LOPRESTI) 2878
DA CLAVÍCULA 2830 DO COTOVELO 2864 FRATURAS DO TERÇO PROXIMAL
FRATURAS DA CABEÇA DA ULNA COM LUXAÇÃO
FRATURAS DO OMBRO 2830
DO RÁDIO 2864 DA CABEÇA RADIAL
FRATURAS DA ESCÁPULA 2830
Tratamento Cirúrgico 2864 (FRATURA-LUXAÇÃO
Opções de Tratamento 283 1 DE MONTEGGIA) 2878
FRATURAS DO PROCESSO
FRATURAS DO ÚMERO PROXIMAL 2832
CORONOIDE 2866 FRATURAS DAS
Classificação 2833 LUXAÇÕES ISOLADAS DO COTOVELO 2867 DIÁFISES DO RÁDIO
Avaliação Radiográfica 2834 FRATURAS-LUXAÇÕES E ULNA 2881
Tratamento Não Cirúrgico 2834 DO COTOVELO 2867 FRATURAS DO TERÇO DISTAL
Tratamento Cirúrgico 2835 Tratamento 2867 DO RÁDIO COM LUXAÇÃO DA
Complicações 2845 LESÕES "TRÍADE TERRÍVEL" ARTICULAÇÃO RADIOULNAR
FRATURAS DA DO COTOVELO 2868 DISTAL (FRATURA-LUXAÇÃO
DIÁFISE DO ÚMERO 2846 Tratamento 2869 DE GALEAZZI) 2882
TRATAMENTO CIRÚRGICO 2847 Complicações 2872 FRATURAS DO RÁDIO
OSTEOSSÍNTESE COM PLACA 2847 FRATURAS DA CABEÇA E
DISTAL 2884
Escolha do Implante 2847 COLO DO RÁDIO ASSOCIADAS CLASSIFICAÇÃO 2886
Abordagem 2848 À LUXAÇÃO DO COTOVELO 2873 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE 2886
Cuidados Pós-Operatórios 2848 FRATURAS E OPÇÕES DE TRATAMENTO 2887
Complicações 2849 FRATURAS-LUXAÇÕES Tratamento Fechado 2887
FIXAÇÃO INTRAMEDULAR 2850 DO OLÉCRANO 2873 Redução Aberta e Fixação
FRATURAS DA DIÁFISE DO ÚMERO Fraturas 2873 com Placa 2892
COM LESÃO DO NERVO RADIAL 2855 Fraturas-Luxações 2873 COMPLICAÇÕES 2899
Traumatismos nas extremidades superiores frequentemente repre- com a mão espalmada. A maioria das fraturas da clavícula consolida
sentam um desafio difícil para os cirurgiões ortopédicos se o pro- sem interco rrências ou sérias consequências com tratamento não
blema encontrado fo r uma fratura, fratu ra-luxação ou lesão grave cirúrgico. Historicamente, as deformidades ósseas res ultantes foram
aos tecidos moles ou aos elementos neurovasc ul ares. Os resultados co nsideradas sendo preferíve is a uma cicatriz inestética da redução
funci onais fin ais após as lesões na extremidade sup erior muitas aberta e fixação interna (RA FI). As diretri zes do tratamento tiveram
vezes dependem das condições dos tecidos moles adjacentes, bem como base du as grandes séri es de Nee r e Rowe, qu e mostraram taxas
como do(s) osso(s). Uma fratura da extremidade infe rior pode con- de não consolidação de menos de 1% em fraturas tratadas não
solidar com encurtamento, alguma perda de movimento das articu- cirurgicamente em comparação com cerca de 4% em fraturas ciru r-
lações adj acentes ou outro comprometimento dos tecidos moles, gicamente tratadas. Esses res ultados es tabeleceram o conceito de
mas, ainda assim, produz bom resultado fun cional; enquanto, na qu e as taxas de consolidação e fun ção eram excelentes com trata-
extremidade sup erior, frequentemente ocorrerá grave comprometi- mento conservador de fraturas da clavícula, e eram melhores que
mento fun cional se a consolidação da fratura for acompanhada por aqu elas após o tratamento cirúrgico. Os estudos mais recentes ques-
essas sequelas, embora o próprio osso tenha co nsolidado de form a tionaram as taxas de consolidação, recuperação func ional e a mor-
satisfa tória. Es te capítulo discute o tratamento cirúrgico das fraturas bidade das consolidações viciosas após o tratamento conservador.
e fraturas- luxações da extremidade superior e cintura escapular. O Um estudo observacional prospectivo de 868 pacientes com fraturas
cirurgião também precisa estar atento às lesões aos tecidos moles. da clavícul a tratadas não cirurgicamente descobriu uma taxa de
pse udoart roses de 6,2%. Os fa tores de risco identificados fo ram
idade avançada, sexo feminino, 100% de desvio (falta de contato
CLAVÍCULA co rti cal) e presença de cominuição. Uma metanálise incluindo 2.1 44
fraturas mostro u uma taxa de não consolidação de 15% para fra tu ras
A fratura da clavícula é um a das mais comuns do corpo; na maioria da clavícul a desviadas tratadas não cirurgicamente; enquanto a taxa
das vezes, a fratura é resultante de um traumatismo direto ou queda de pseudoartrose para RAF I foi de apenas 2% (Tabela 57-1). Dessa
2823
_, PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM AD ULTOS
% DE TRATAMENTO
TRATAMENTO PSEUDOARTROSE TRATAMENTO NÃO
FRATURAS DESVIADAS E NÃO DESVIADAS CIRÚRGICO CIRÚRGICO
(N = 62) (N = 49)
Não cirúrgico (1 .145 fraturas) 5,9%
COMPLICAÇÃO/EVENTO ADVERSO
Placas (635 fraturas) 2,5%
Pseudoartrose 2 7
Fixação intramedular (364 fraturas) 1,6%
Consolidação viciosa que O 9
Todas as fraturas (2.144) 4,2%
requer tratamento adicional
FRATURAS DESVIADAS
Infecção da ferida/deiscência 3 o
Não cirúrgico (159 fraturas) 15%
Incômodo pelo implante, 5 o
Placas (460 fraturas) 2,2% exigindo remoção
Fixação intramedular (152 fraturas) 2,0% Síndrome da dor complexa O
Todas as fraturas desviadas (771) 4,8% regional
Dados de Zlowodzki M, Zelle BA, Cole PA, et ai : Treatment of acute Cirurgia para fratura com O 2
midshaft clavicle fractures: systematic review of 2144 fractures. On behalf exposição iminente
of the Evidence-Based Orthopaedic Trauma Working Group, J Orthop Sintomas transitórios do 8 7
Trauma 19:504, 2005. plexo braquial
Anormalidade da 2 3
articulação AC ou SC
fo rma, parece haver um subgrup o de pacientes - aqueles com fra- Falha mecânica precoce do o
turas com desvio - que não respondem tão bem ao tratamento não implante
cirúrgico como se pensava anteriormente. Outros 2 2
Essas preocupações levaram a Sociedade Canadense de Trauma TOTAL 23 (37%) 31 (63%)
Ortopédico a iniciar um estudo multicêntrico prospectivo randomi- APARÊNCIA DO OMBRO
zado para comparar o tratamento não cirú rg ico com o tratamento
Ombro caído O 10
cirúrgico com fixação interna com placa de fraturas desviadas da
Protuberância e/ou O 22
clavícula. Eles concluíram que o tratamento cirúrgico levou a resul-
assimetria
tados fu ncionais melhores e menores taxas de consolidação viciosa
e pseudoartrose. As complicações ocorreram em 23 (37%) dos 62
Cicatriz inestética 3 o
pacientes tratados cirurgicamente, em comparação com 31 (63%) Local da fratura 9 10
dos 49 tratados não cirurgicamente (Tabela 57-2). doloroso e/ou sensível
Incômodo e/ou saliência 11 o
do implante
OPÇÕES DE TRATAMENTO Parestesias na incisão 18 o
Satisfação com a 52 (84%) 26 (53%)
A maioria das fraturas da clavícuJa ainda é tratada não cirurgica- aparência
m ente. O tratam ento, no entanto, não deve ser uma abordagem "tudo Resultados funcionais
ou nada': mas deve ser individualizado para cada paciente e lesão, com
AC, acromioclavicular; SC, esternoclavicular.
o objetivo de fornecer os m elhores resultados. Os trabalhos recentes Pontuações dos escores Constant e DASH de aproximadamente 1Opontos
da literatura ajudaram a prever de forma mais precisa as complicações melhor no grupo cirúrgico em todas as reavaliações (6, 12, 24 e 52 semanas).
após as fraturas desviadas e permitir uma discussão franca com o Dados da Sociedade Canadense de Trauma Ortopédico: Nonoperative
paciente para escolher a forma apropri ada de tratamento. treatment compared with plate fi xation of displaced midshaft clavicu-
O tratamento não cirúrgico co nsiste no uso de uma tipoia para lar fractures : a multicenter, randomized clinicai triai, J Bane Joint Surg
conforto. Nós raramente utilizamos im obilização no formato de o ito 89A:1, 2007.
por causa do desconforto do paciente e a falta de benefício compro-
vado. O tratam ento cirúrgico norm alme nte con siste em RAFI com
fixação com placas e parafusos o u hastes intramedulares. A fixação
externa foi descrita, mas raramente é necessária - exceto em situa- faci lmente moldadas, mas podem ser muito fracas para manter a
ções específicas. As indicações relativas para o tratamento ci rúrgico redução. Atualmente, a técnica mais comumente utilizada é a colo-
são mostradas no Quadro 57-1. cação superior da placa (Fig. 57-1), mas quando a configuração da
fratura permite, prefere-se a colocação da placa na cortical antero in-
• FIXAÇÃO COM PLACA E PARAFUSOS ferior, em virtude da trajetória segura do parafuso e menor irritação
As técni cas de fixação com placas continuam a evoluir. As placas do implante (Fig. 57-2) . Ind epend entemente da técnica de colocação
mais n ovas pré-moldadas possibilitam encaixe mais preciso, man- da placa, deve-se preservar o periósteo e ter cuidado p ara evitar a
tendo grande resistência tênsil; no entan to, as complicações foram lesão dos pulmões e vasos subcláv ios; um parafuso interfragm entá-
relatadas com placas de reconstrução de 3,5 mm, que podem se r rio deve ser utilizado quando possível.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
ij11fü•liltJ 57-1 Indicações relativas para fixação primária das fraturas do terço médio da clavícula
De McKee MD: Clavicle fractures. ln Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, Tornetta P 3rd, editors: Rockwood and Green's fractures in adults, 7th ed,
Phil adelphia, 201 O, Lippincott Williams & Wilkins.
O@ihHEf19 Fratura da clavícula (A) fixada com placa na cortical superior (B).
O@il;J4m. Fratura da clavícu la (A) fi xa da com placa na cort ical anterior-inferior (B) .
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
-
DAS FRATURAS DA CLAVICULA
TÉCNICA
(COLLINGE ET AL, MODIFICADA)
FIXAÇÃO ANTEROINFERIOR COM PLACA E
Acr
PARAFUSOS
• Coloque o paciente em decúbito dorsa l com um grande
SN-- ------
--- ---
r.._)
FIXAÇÃO SUPERIOR B
• Para fixa ção superior, molde a placa para ajustar a borda
superior da clavícula (Fig. 57- 1). Insira os parafusos a partir
da extrem idade superior para a inferior, toma ndo cuidado
para evitar a lesão das estruturas neurovasculares.
•Uma vez que o pino sai da clavícula, a sua ponta pode ser o mandri l sobre os passos do pino, tanto lateral como
)
sentida subcutaneamente. Faça uma pequena incisão sobre medial), e retraia com cuidado o pino no fragmento
a ponta palpável, e afaste o tecido subcutãneo com uma lateral (Fig . 57-5H) Assegure que o pino seja inserido
pinça hemostática (Fig. 57-5G). Coloque a ponta da pinça sob corretamente.
a ponta do pino da clavícula para facilitar a sua passagem • Reduza a fratura e passe o pino no fragmento medial.
através da incisão. Em seguida, remova o pino lateralmente Avance o pino até que todos os passos mediais do pino
até os passos mediais do pino encostarem na cortical. passem o local da fratura. Devido ao peso, o braço
•Insira o mandril de Jacobs e cabo T na extremidade do geralmente é puxado para baixo - levantar o ombro vai
pino sa li ente lateralmente (tome cuidado para não colocar facilitar a passagem do pino no fragmento medial.
A B
e D
E F
O!§ihHgm Fi xação intramedular da fratura da clavícula. A, Elevação da extremidade proximal da clavícula medial. B, Perfuração
do canal medular. C, Fresagem do canal medular. D, Perfuração do canal medular. E, Passag em da broca através da cortical posterolateral.
F, Fresagem do can al medular.
CAPÍTULO 57 FRATU RAS DO OM BRO, BRAÇ O EANTEBRAÇ O flm
h[êjihf4,jU;.J,\ G, Incisão sobre a ponta da haste intramedu lar. H, Retra ção do pino no fragmento late ral. 1, Posi ção fin al da
hast e intramedu lar. (Redesenho de Lippert S: Rockwood clavicle pin surgical tech nique, Warsaw IN, DePuy.) VEJA A TÉCNICA 57 -2.
H@ii;'41:i9 Classificação de Neer para as fraturas da clavícula lateral. A, Tipo 1, ligamentos intactos mantêm os fragmentos no
lugar. B, Tipo llA, ligamentos conoide e trapezoide estão no fragmento distal ; fragmento proximal, sem estruturas ligamentares, está
deslocado. C, Tipo llB, ligamento conoide está rompido, o ligamento trapezoide permanece intacto no fragmento distal, o fragmento
proximal está deslocado .
• TIPO
1
li
_
57 3
DESCRIÇÃO
Classificação de Neer para
fraturas laterais da clavícula
I
I
I
I
I
I
I
/1
//
/ I
/ I
I
I
I
I
I
/ I
/
/ I
/ I
/ I
// I
b/ / ª' I
// I
/ I
/ I
/ I
// I
B / I
h!§ll;Hml!I Ângulo glenopolar normal (A) e anormal (B). O ângulo é medido entre a linha que conecta o ponto mais cranial ao
mais caudal da cavidade glenoide (a) e linha que conecta o ponto mais cranial da cavidade glenoide com o ponto mais caudal do corpo
da escápula (b) . O ângulo glenopolar normal varia de 30 a 45 graus.
Colo
anatômico
Colo
cirúrgico
Tubero-
sidade
maior
O!iji!ajEilJI A terminologia de Neer
pa ra a classifica ção de quatro partes das fra-
turas desviadas e fraturas-lu xações se rela-
Tubero-
ciona com o padrão de desvio (duas partes,
sidade
menor três partes ou quatro partes) e principais
fragmentos desviados. Em cada padrão de
duas partes, o segmento chamado é deslo-
Superfície
cado. As fraturas de duas partes do colo são
articular
Fratura- impactadas (A), não impactadas (B) e comi-
luxação nutivas (C) . Todo padrão de três partes tem
desvio da diáfise, e a tuberosidade desviada
Anterior identifica o tipo de fratura de três partes. No
Posterior padrão de quatro partes, todos os fragmen-
tos estão desviados. As fraturas-luxações são
identificadas pela posição anterior ou poste-
rior do fragmento articular. Os grandes defei-
tos da superfície articular exigem identificação
diferente.
A B
O[êjil;ijli19 A e B, Incidência radiográfica especial perpendicular ao plano da escápula pa ra mostrar a articu lação g lenoume ra l em
anteroposterior (A) e parale lo ao plano da escápu la para mostrar o desvio anterior e posterior (B) .
fíl úmero .
TC de uma fratura com divisão da cabeça do
posição aceitável. Uma tipoia é utilizada para o conforto, e trata- sutura transóssea, fios percutâneos, haste intramedular ou fixação
mento com fisioterapia com exercícios pendulares é iniciado geral- com placa - utilizado depende da idade, nível de atividade e quali-
mente dentro de 1 semana. Se a cabeça do úmero e a diáfise não se dade do osso do paciente; tipo de fratura e fraturas associadas e
movem como uma unidade, o início da fisioterapia pode ser adiado habilidade técnica do cirurgião (Tabela 57-5).
para 2 a 4 semanas em pacientes que são candidatos cirúrgicos ruins Antes de considerar a cirurgia, é importante determinar se a
por causa da idade, baixas exigências funcionais ou comorbidades irrigação sanguín ea e a qualidade óssea são adequadas. Os critérios
que impedem a participação na reabilitação. Em pacientes jovens e radiográficos de Hertel para perfusão da cabeça do úmero (Fig.
ativos, a fixação cirúrgica precoce deve ser considerada. Em geral, 57-16) podem ser utilizados para prever a isquemia: extensão meta-
quanto maior o período de imobilização, maior o período de trata- fisária da cabeça do úmero menor que 8 mm e desvio da dobradiça
mento e maior a incapacidade. Um estudo randomizado controlado medial maior que 2 mm são previstas da isquemia. A combinação
envolvendo 74 pacientes com fraturas impactadas do úmero proxi- da extensão metafisária da cabeça do úmero, desvio da dobradiça
mal descobriu que a mobilização passiva inicial (dentro de 72 horas medial maior que 2 mm e padrão de fratura do colo anatômico tem
de lesão) foi segura e mais efetiva em restaurar a função do que a um valor preditivo positivo de 97% para a isquemia da cabeça do
imobilização convencional (3 semanas) seguida por fisioterapia. úmero. De acordo com o sistema de classificação AO/ ASIF, as fra-
turas extra-articulares do tipo A têm a irrigação sanguínea intacta,
• TRATAMENTO CIRÚRGICO enquanto as fraturas do tipo B têm uma possível lesão na irrigação
A decisão de que o tratamento cirúrgico é apropriado é complicada sanguínea e as fraturas articulares do tipo C têm alta probabilidade
pelas inúmeras e variadas técnicas descritas para fixação de fraturas de osteonecrose. A espessura cortical da diáfise do úmero foi suge-
do úmero proximal. Em geral, o desvio da fratura é utilizado como rida ser um indicador confiável e reprodutível de densidade mineral
o indicador de estabilidade. O objetivo é a restauração da anatomia do osso e o sucesso da fixação interna. A espessura cortical combi-
do úmero proximal com fixação estável que permite movimentação nada é a média da espessura cortical medial e lateral em dois níveis
funcional precoce. As consolidações viciosas crônicas e pseudoar- (Fig. 57- 17). Em geral, uma espessura cortical menor que 4 mm
troses que são subsequentemente tratadas cirurgicamente estão impede a fixação interna porque a pega adequada do parafuso não
associadas a resultados ruins. Consequentemente, é imperativo criar pode ser obtida; imobilização com tipoia, suturas transósseas ou
novamente a anatomia do úmero proximal normal com relação à hemiartroplastia podem ser melhores opções.
redução das tuberosidades e a relação cabeça-colo. As indicações As técnicas de fixação com suturas transósseas são bem-defi-
para o tratamento cirúrgico incluem fraturas de duas partes do colo nidas na literat ura ortopédica. Park et al. relataram 78% de resul-
cirúrgico desvidas, fraturas da tuberosidade maior desviadas (>5 tados excelentes em pacientes com fraturas de duas partes e três
mm), fraturas de três partes desviadas e fraturas de quatro partes partes do úmero proximal tratadas com fixação através de suturas.
desviadas em pacientes jovens. O tipo de fixação - fixação com A utilização de fortes suturas não absorvíveis fornece a vantagem de
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADU LTOS
\ metafisária
(mín ima)
B
Tuberosidade
medial
\ (não desviada)
e D
O!ijll;fflm:lll Critérios
rad iográficos de Herte l para viabi lidade da vascular ização da cabeça do úmero. A, Exte nsão metafisária da
cabeça do úmero maior que 9 mm . B, Extensão met afisária da cabeça do úmero menor que 8 mm . C, Dobradiça medi al não desviada .
D, Dobradiça medial com desvio medial maior que 2 mm .
Níve l 2
O(dl!;f4mfl Dois níve is utilizados para med ir a espessura co rtica l da d iáfise do úmero. Nível 1, aspecto mais proximal da diáfise
do úmero, está no nível em que as bordas end ostea is dos có rtex medial e lat era l são para lelas . Nível 2 está 20 mm dista l ao níve l 1.
Exemp los de pacientes com baixa densidade minera l do osso (A) e alta densidade mineral do osso (B) . (De Tingart MS, Apprelexa M, von
Stechow D, et ai: The cortical th ickness of the proximal humeral diaphysis predicts bone mineral density of the proximal humerus, J Bane Joint Surg
858:6 11, 2003.}
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OM BRO, BRAÇ O EANTEBRAÇO fl!m
med ial do úm ero geralmente adi cionam estabilidade para a fixação.
Em fra turas co m cominuição metafisária, a fixação percutânea é
contraindicada.
Haste intramedular (Técnica 57-3) fo rnece fixação mais estável
que os fios percutâneos, embora m enos qu e a fixaçã o com placa
bloqueada. A haste Polari s (Accumed, Por tland, OR) m ostro u fo r-
necer maior es tabilidade biomecâ nica que a fixação com fi os, e bons
resultados clínicos foram relatados com este dispositivo. O modelo
das hastes ma is novas com parafusos ortogonais têm m aior estabi-
lidade que as hastes mais ant igas, e a adição de buchas de polietileno
pode aum en ta r a estabilidade e evitar a soltura dos parafu sos (Fig.
57-22). A inserção de uma haste intramedular no úmero proximal
viola o manguito rotador, o que pode levar à dor pós-operatória no
ombro. As va ntage ns da técnica incluem preservação dos tecidos
moles e as propriedades biomecânicas teóricas das hastes in tram e-
dul ares. Uma corti cal lateral co minuída ou fraturas envolve nd o as
tub erosidades podem ser uma contraindicação para as hastes
int ra medul ares.
Fixação com placa e parafusos forn ece a fixação mais estáve l
dos três métodos de fixação (F ig. 57-23). As placas bloqueadas adi -
cionam estabilidade, especialmente no osso osteoporótico. Uma
redu ção aberta e fixação rígi da possibilitam a redu ção precisa e a
estabilização das tuberosidades, o que é importante, porque a con-
solidação viciosa das tub erosidades é mal tolerada e está associada
a resultados ruins em art roplasti a do ombro pós- traum ática. Um
H(êjmH EflEI Suturas não absorvíve is tran sósseas,incluindo o estudo rece nte prospectivo randomizado por Zhu et ai. desco briu
manguito rotador para aumentar a fi xação e ajudar a control ar que, no acompa nh amento de 1 ano, os pacientes tratados co m placas
os fragmentos de tuberosidad e. bloqueadas ti veram melhores res ultados em comparação com
aqu eles tratados co m has te intramedul ar bloqueada; no entanto, no
acompanh am ento de 3 anos, os resultados foram iguais. O grup o
tratado com hastes bloqueadas teve um a taxa de complicação signi -
inco rporar a inserção do m anguito ro tad or au mentando a fixação fi cativame nte menor (4%) do que o grupo com placa de bloqueio
em pacientes com má qualidade óssea (Fig. 57- 18) . A dissecção dos (13%). Konrad et ai. também relataram resultados sem elhantes em
tecidos moles não é grande, e taxas relativam ente baixas de osteo- fraturas de três partes do úm ero proximal tratadas com has tes intra-
nec rose foram relatadas com esta técnica. As preoc up ações incluem medulares (58 fraturas) ou fix ação com placa (1 53 fraturas).
a capacidade do paciente em mover a articulação do ombro e a perda Historicam ente, a fi xação do úmero p roxim al co m pl aca
de redução secundári a à fixação não rígi da. Mais rece ntemente, es tava cheia de co mpli cações, com co nsolidaçã o viciosa e pse u-
Dimakopoul os et ai. relataram bons resultados em 188 fraturas des- d oa rtrose ca usadas po r fi xação ruim d a cabeça do úm ero (Fig.
viadas do úm ero proxi mal tratadas com fixação transóssea (F ig. 57-24). Além di sso, a extensiva dissecção dos tecidos moles aum enta
57-19 } Eles suge riram como vantagens desta técnica: m enos dis- a possibilidade de osteonec rose da cabeça do úm ero, levando a
secção dos tecidos moles, baixa taxa de os teonecrose da cabeça do uma articulação dolo rosa e um ombro fun cionalm ente limitad o.
úmero, fixação sufic iente para permitir movi men tação passiva O d ese nvo lvime nto d as pl acas bloquead as do úme ro p roxi m al
precoce da articulação, além do fa to de evitar a utilização de im plan - melhoro u o tratamento d essas lesões muito compl exas. A va nt a-
tes caros e vo lumosos. gem da RAFI com um a placa blo quead a é a capacidade de redu zir
Fios percutâneos têm a vantagem de evita r dano ao envelope os fragm entos d a fr atura em um a pos ição anatô mi ca e es tabilizá
dos tecidos m oles e ao suprimento sanguíneo para a cabeça do -los rigidam ente para p ermitir a movimentação precoce. Inúme-
úmero (F igs. 57-20 e 57-21). Tamb ém é uma técnica relativamente ros es tu dos estão atu almente d isp oníve is, visto qu e a placa
barata, e vári as séries relataram bons resultados em fraturas de du as blo qu eada do úm ero p roxim al foi ampl am en te utili zada por mais
par tes, três partes e quatro partes impactadas em valgo. O proced i- de 10 anos; no en tanto, co m o fo i apontado em uma revisão da
mento é tecnicamente desafiador e requer um a red ução fechada Coc hran e, há po uca ev id ência de nível I o u II. Um rece nte es tud o
satisfatória, es toque ósseo adequ ado, mínima co minui ção (particu - rand omi zad o controlad o comparand o as placas blo queadas com
larmente das tuberosidades), um paciente com calcar medi al intacto o tratam e nto co nse rva dor de fraturas d e três e qu atro partes em
e um pacien te cooperativo. Em sua série de 74 pac ientes idosos pacie ntes idosos não enco ntrou di ferença em res ultad os no
(idade m édi a, 71 anos), Calvo et ai. demonstraram que a redu ção ac ompanh amento de 1 ano. Ap esa r da fa lta de suporte na litera-
estava associada ao resultado. Se uma redu ção fec hada satisfatória tura, a pl aca bl oqu ead a do ú mero p roximal é considerad a, pela
não pode ser obtid a, outro tipo de redução e fixação deve ser utili- mai ori a dos cirurgiões d e tra um a, um grand e avan ço no tra ta-
zado. Perd a de fixação, infecção do trajeto dos fi os e lesões do nervo mento d as fr aturas do úm ero proxim al, e tornou -se o implante
axilar são complicações comuns. Os pinos de Schan z rosqueados e d e escolha para essas fra turas.
pinos bicorticais inseridos desde a maior tub erosidade até a diáfise Algum as ques tões co m relação à redução aberta e fixação com
placas bloqueadas incluem a exposição extensa necessária para apli-
cação da placa que carrega um ri sco de dano às estruturas neuro-
*Disponível, em inglês, em www.expertco nsult. co m. vasculares, especialmente o ramo as cendente da artéria circunfl exa
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
O[ijiiimm!I A, Fratu ra desviada de duas partes do colo cirú rgico com extensão para as tuberosi dades ma ior e menor. B e C, Após
a fi xação com p laca bloqueada . Observe o parafuso na reg ião inferior da cabeça por causa da cominuição media l.
li[ijl!;fflmllll Técn ica de pa raquedas uti liza ndo a osteotomia de impactação e m va lgo e fixa çã o com banda de tensão incorporando
as suturas transósseas.
Eil!I Coloca ção do inte nsificador de imagem para fixação da fratura do úmero prox im al com haste intramedular (A e C).
O posionamento para trás (A) torna possível a visualização anteroposterior (B), enquanto o posicionamento para a frente permite a visua-
li zação lat eral (D) do ombro e úmero . VEJA AS TÉCNICAS S7-3 E 57-4.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO f.mmlll
•Para fraturas de três ou quatro partes, passe suturas nos
)
tendões do manguito rotador ligados às tuberosidades
desviadas para auxilia r na redução (Fig. 57-32).
• Para padrões de fratura mais simples, reduza a fratura e, pro-
visoriamente, fixa-a com f ios de Kirschner; confirme a redução
com fluoroscopia. Se a cominuição medial estiver presente,
verif ique que uma má redução em varo não ocorreu.
•Coloque a placa na maior tuberosidade, posterior ao
tendão do bíceps, e, provisoriamente, fixe-a no loca l com
fios de Kirschner; confirme a posição correta da placa
com a fluoroscopia . Uma placa colocada muito alta pode
causar síndrome do impacto, e uma placa colocada muito
próxima ao tendão do bíceps pode lesar a artéria ci rcun-
flexa anterior do úmero.
•Coloque dois parafusos de bloqueio através dos orif ícios
da placa no segmento da cabeça do úmero e um ou dois
parafusos na diáfise. Confi rme a colocação subcond ral
dos parafusos proximais e a qualidade da redução com
fluoroscop ia; isto é ma is fác il com a un idade de flu oros-
copia no lado da mesa oposto ao cirurgião.
•Quando a redução precisa é confirmada, insi ra os para-
fusos remanescentes sob orientação fluoroscópica direta.
•Para fraturas com com inuição med ial, fixe a placa ao
segmento proximal com parafusos e reduza o segmento
da diáfise em relação à placa. Isso ajuda a evita r a má
posição em varo, a qual está associada a maiores taxas
de falha. A f ixação do parafuso infero med ial na cabeça
do úmero também ad iciona estabilidade para fratu ras
com com inui ção med ial (Fig. 57-238).
• Em fraturas de três ou quatro partes, as suturas inseridas
nos tendões supraespina l e subescapular aj udam a con-
trolar os fragmentos da fratura (Fig. 57 -32).
• Reduza as tuberosidades em re lação à superfície articular
e uma em relação à outra com fios ou suturas, ou ambos
(Fig. 57-33); A observação ou pa lpação através do interva lo
rotador pode ajudar na redução da tuberosidade menor
em rela çã o à cabeça do úmero. Muitas vezes, há um
pequeno fragmento da superfície articu lar com a tubero-
sidade menor que é a chave para redução. A fl uoroscopia
é útil durante uma difíci l redução do úmero proxima l.
• Fixe a placa da mesma forma que para a fratu ra de duas
partes. As suturas do manguito rotador podem ser incor-
poradas na placa para adicionar estabi lidade.
•Confirme a redução e a colocação dos parafusos nas
imagens de fluoroscop ia anteroposterior e latera l.
OC§lhtgiml!I Haste intramedular fixando a fratura do úmero proximal. A, Fratura de duas partes do colo cirúrgico. B, Fio roscado
utilizado como "joystick" para reduzir a fratura. C, Co locação do fio-guia inicial. D, Após a inserção da haste e colocação dos parafusos
de bloqueio. VEJA AS TÉCNICAS 57-3 E 57-4.
•Faça uma incisão na pele de 1O cm a partir da borda o dano ao nervo axilar. Co loq ue uma sutura na borda
)
anterolatera l pa lpável do acrômio distalmente de acordo inferior da rafe do deltoide pa ra evitar o dano ao nervo
com as f ibras do deltoide. axi lar da sua dissecção dista l.
•Identifique a fáscia do deltoide e rafe do deltoide anterior •Se o nervo estiver próximo a um tra ço da fratura, exp lo-
entre as cabeças méd ias anteri ores do deltoide (Fig. re-o gentilmente . Se estiver enca rcerado na fratura,
57-34A) e divi da a rafe de acordo com as suas fibras por solte-o suavemente.
vários centímetros. Para máxima exposição, divida o del- •Reduza os fragmentos da fratura com técnicas de redução
toide até a margem do acrômi o, mas não o divida dista l- indireta, trabalhando com os traços de fratura da tube-
mente mais de 5 cm a partir da sua origem, para evitar rosidade prese ntes. Se for necessá ri a uma abordagem do
intervalo subdeltoide anteriorm ente, tome cu idado ao
manusear os tecidos mo les.
•Com a fratu ra reduz ida e o nervo axila r protegido, deslize
a placa de proximal a distal sob o nervo axilar em um nível
em que o nervo axi lar passe sobre à junção da cabeça
umeral e a diáfise (Fig . 57-34B) Ao posicionar a placa,
certif iq ue-se de permanecer no "bare spot " no córtex
latera l posteri or ao sulco bicipita l (Fi g. 57-34C) para evitar
lesão dos vasos penetrantes na cabeça do úmero.
•Fixe a placa na diáfise do úmero atra vés da pequena
janela de tecidos moles, distal ao nervo axil ar.
•Após a irrigação completa, feche as camadas do rafe e
fásc ia do deltoide com sutura absorvível. Coloque um
dreno de sucção e f eche o tecido subcutâ neo em ca madas.
• COMPLICAÇÕES
A complicação mais com um das fraturas do úmero proximal é a
perda de movimento (rigidez). A fis ioterapia precoce está associada
à melhor movimentação, mas muitos pacientes não recuperam o
movimento completo mesmo com a fisioterapia precoce. A presença
de tub erosidades elevadas ou de aderências subacromiais também
pode limita r a movimentação. A pseudoartrose também é bastante
comum, mas as taxas de não uni ão foram diminuindo com o uso de
novas tecnologias como placas bloqueadas e hastes intramed ulares
melhores. A consol idação viciosa pode resultar da fixação da fratura
instável ou tardia, os fatores do paciente e técnica cirúrgica ruim.
O@m@ Eflg Redu ção aberta e fi xação interna de um a fratu ra Em pacientes mais velh os com demandas funcionais limitadas, a
do úmero proximal. As suturas colocadas no manguito rotador consolidação viciosa costum a ser bem tolerada, mas ela pode ser
podem ser utilizadas para auxiliar na redu ção das tuberosidades. debilitante em pacientes mais jovens por causa da função ruim
VEJA A TÉCNICA 57-4. do ombro, síndrome do impacto, ou lesões do manguito rotador.
O!ijil;@ Lil!I Redu ção aberta e fi xação interna de uma fratura do úmero proximal (veja o t exto). A e B, Fios de suturas são utilizados
para redu ção e fi xação dos fragmentos das tuberosidades. VEJA A TÉCNICA 57-4.
@}:$($ PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
e
lâ!§il;MEfla Fixação interna de uma fratu ra do úmero pro ximal através da abordagem acromia l anterol atera l. A, Incisão entre o
deltoide anterior e médio é desenvolvida. B, Com o nervo axi lar protegido, a placa é deslizada profundamente ao nervo. C, "Bare spot"
na região lateral do úmero, posterior ao sulco bicipita l; posi ção da placa evita os vasos penetrantes na cabeça umeral. (De Gardner MJ,
Lorich DG, Werner CM L, Helfet DL: Second-generation concepts for locked plating of proxima l humeral fractures, Am J Orthop 36:460, 2007.)
VEJA A TÉCNICA 57-5 .
A osteonecrose é relativamente incomum após as fraturas não des- viabilidade de movimentação do ombro e cotovelo, custo relativa-
viadas ou não operadas de duas e três partes; o resultado funcional mente baixo e resultados reprodutíveis. Inicialmente popularizada por
é melhor se a anato mia do úmero proximal tiver sido restaurada. Sarmiento em 1977, a órtese funcional atua sobre os princípios do
A presença de osteonecrose nem sempre leva a um resultado ruim; efeito biomecânico da imobilização, contração ativa dos músculos,
a osteonecrose pode ser evidente radiograficarnente, mas causa sin- e efeito benéfico da gravidade. As taxas de consolidação de 90%
tomas mínimos. Pelo fato de a herniartroplastia tardia ter resultados a 100% foram relatadas com esta técnica. Atualmente, utilizamos
muito piores que a herniartroplastia precoce, é importante ter uma pinça de confeiteiro ou gesso pendente para os primeiros 7
certeza de que RAFI pode estabilizar adequadamente as fraturas de a 10 di as, para possibilitar que a dor diminua e, então, converter
quatro partes e restaurar a anatomia do úmero antes que esta opção para urn a órtese fun cional pré-fabricada. O uso de uma tipoia é
seja escolhida. desencorajado para evitar as deformidades em varo e rotação
interna. Os exercícios pendulares são iniciados precocemente, e o
uso da extremidade é encorajado conforme tolerado, evitando a
FRATURAS DA DIÁFISE DO abd ução ativa do ombro. A órtese é utilizada até que o paciente
ÚMERO esteja livre de dor e haja evidência radiográfica da consolidação.
A maceração da pele é uma preocupação; assim, a higiene diária é
encorajada. A obesidade mórbida pode aumentar o risco de defor-
As fraturas da diáfise do úmero correspondem a aproximadamente midades em varo; no entanto, tais deformidades são mais uma
3% de todas as fraturas; a maioria pode ser tratada não cirurgica- questão estética do que uma questão funcional, e muitas vezes não
mente. Charnley declarou: "Dos principais ossos longos, talvez seja são evide ntes em um braço obeso.
o mais fáci l de tratar por métodos conservadores". A amplitude de Um estudo não randomizado conduzido por Jawa et ai. com-
movimento garantida pelas articulações do ombro e cotovelo, parou resultados em 21 fraturas diafisárias do terço distal tratadas
juntamente com uma tolerância para pequenos encurtamentos, com órtese funcional com 19 tratadas com fixação com placa e
possibilita imperfeições radiográficas que causam mínimo déficit parafusos. O tratamento cirúrgico resultou em alinhamento mais pre-
funcional e são bem toleradas pelo paciente. Historicamente, os visível e consolidação mais rápida, mas fo i associado a mais compli-
métodos do tratamento conservador incluíram tração esquelética, cações, tais corno lesão iatrogên ica do nervo, perda de fixação e
pinça de confeiteiro, Velpeau e gesso pendente, cada um com suas infecção. A fixação com placa e parafusos foi realizada em dois
próprias vantagens e desvantagens. pacientes inicialmente tratados com órtese por causa de complica-
A órtese funcional substitu iu essencialmente todos os outros ções em relação ao alinhamento. As complicações associadas ao uso
métodos conservadores e tornou-se o "padrão-ouro" para tratamento da órtese incluíram lesões da pele e consolidação viciosa. As vanta-
não cirúrgico devido à sua fac ilidade de aplicação, adaptabilidade, gens, as desvantagens e os riscos de ambos os tratamentos cirúrgico
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
• ABORDAGEM
Inúmeras abordagens podem ser utilizadas para fixação da placa no
úmero. As fraturas dos terços médio ou proximal geralmente são mais
bem abordadas através de uma abordagem anterolateral (abordagem
com divisão do braquial). Uma abordagem posterior (divisão do tríceps
ou abordagem posterior modificada) é melhor para fraturas que são do
terço médio da diálise ou que se estendem no terço distal do úmero
(Fig. 57-39). Gerwin, Hotchkiss e Weiland descreveram tmrn aborda-
gem posterior modificada em que o tríceps é refletido mediaimente a
partir do septo intermuscular lateral (Técnica 57-6). Esta abordagem
expôs tm1a média de 10 cm a mais da diáfise do úmero do que a abor-
dagem padrão posterior. Menos frequentemente, pode ser apropriada
uma abordagem lateral ou anteromedial direta.
• CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS
No período pós-operatório, a amplitude de movimento do ombro e
cotovelo é iniciada dentro da primeira semana, e o suporte de peso
geralmente é permitido se a fixação for estável. Um estudo biomecãnico
descobriu que tanto as placas de grandes fragmentos (4,5 mm) quanto
as de pequenos fragm entos (3,5 mm) apresentariam deformação plás-
tica durante o suporte de peso utilizando muletas bilateralmente em
pacientes pesando 50 kg (- 110 libras) ou mais. As placas de grandes
fragmentos não falharam co m cargas de 90 kg (quase 200 libras) ou
Dm!JDl:ill!I Pl acas duplas para fixação de uma fratura do menos, enquanto a de pequenos fragmentos foi prevista falhar em
úmero distal metafisária-diafisária. pacientes pesando 70 kg (aproximadamente 150 libras) ou mais.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO Gim
H@ilajmlll A, Fratura d iaf isária segmentar com extensão para o úmero proximal. B e C, Placa longa uti li zada para obter f ixação
adequada.
fechadas do úm ero e 5% das fraturas expostas. As refraturas ocorrem O sucesso das hastes intramedulares nas extremidades inferiores
em aproximadamente 1% dos pacientes. A não co nsolidação das levou a um entusiasmo inicial para has tes int ramedulares da diáfise
fraturas da diáfise do úmero não é frequ ente. O tratamento da pse u- do úmero. Embora existam muitos trabalhos na literatura com bons
doartrose é discutido no Capítulo 59. resultados com técn icas com hastes, os problemas como a morbi-
dade no local da inserção e taxas de união diminuíram o en tu-
siasmo inicial para este modo de tratamento. A dor no ombro foi
REDUÇÃO ABERTA E FIXAÇÃO relatada após a fixação com hastes int ramedulares anterógradas em
16% a 37% dos pacientes em estudos mais recentes, e Bhandari et ai.
INTERNA DA DIAFISE DO UMERO
descobriram que uma ciru rgia adicional e a síndrome do impac to
ATRAVÉS DE UMA ABORDAGEM do ombro foram significativamente mais comuns após as hastes
MODIFICADA {ELEVAÇÃO in tramedulares do que após a fixação com placa . As variáve is de
DO TRICEPS) co nfusão - tais como pinos flexíveis ou rígido s, inserção anteró-
grada ou retrógrada e portal lateral, anterolateral ou extra-art icular
TÉCNICA para inserção anterógrada - tornam as conclusões difíceis de inter-
pretar. Um grande estudo bem controlado é necessário.
•Coloque o paciente em uma posição de decúbito lateral. Os pinos flexíveis iniciais, como Rush e Enders, forn eciam
•Utilize uma ampla preparação proximal e estenda para pouca estabilidade axial ou rotacional e exigiam formas adicionais de
possibil itar o uso de um torniqu ete estéri l. estabilização (fixação com cerclagem ou imobilização prolongada) em
•Faça uma in cisão a parti r do garrote para a ponta do frat uras cominuídas ou instáveis (Fig. 57-41). Mesmo com estabiliza-
olécrano de acordo com o úmero (Fig. 57-40A). ção adicional, a fixação resultante geralmente não era estável o sufi-
• Real ize a dissecção abaixo da fáscia do t ríceps, faça a incisão ciente para possibilitar movimentação precoce ou suporte de peso em
da fáscia e realize a dissecção latera lmente ao septo inter- pacientes com m últiplas lesões e lesões concomitantes da extremidade
muscular (Fig . 57-40B). infe rior. O desenvolvimento das hastes bloqueadas melhorou a esta-
•I dentifiqu e o nervo cutâneo braqu ial lateral e siga-o de bilidade e o controle rotacional, mas os resultados ainda não atingi-
modo proximal onde se encontra o nervo rad ial, ond e ele ram os resultados bem-sucedidos obtidos nas fraturas da extremidade
perfura o septo (Fi g. 57-40C). Isso gera lmente está no inferior. Como os tamanh os das hastes eram limitados, o alargamento
níve l do garote. Libere o garote. era necessári o para inserção da maioria das hastes bloqueadas, e a
•Identifique o nervo rad ial. distração da fratura era um problema, especialmente em pequenos
•Descole o múscu lo do tríceps de modo proximal ao septo canais medulares. Os pinos mais novos vêm em menores tamanhos
intermu scu lar. (7, 8 ou 9 mm) para que possam se ajustar aos ossos menores, e
podem ser inseridos com ou sem fresagem.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
Uma abordagem anterógrada é mais comumente utilizada para Devido à frequência de dor no ombro após a inserção anteró-
fixação da haste intrarnedular das fraturas da diáfise do úmero em grada, a inserção retrógrada foi defendida para evitar esta compli-
adultos. No entanto, a colocação específica do portal é controversa. cação; no entanto, a inserção retrógrada foi associada à propagação
Tradicionalmente, uma incisão lateral na região mediana do acrômio distal da frat ura do úmero. O ponto de início tradicional para pino
foi utilizada, o que tende a colocar a haste através da região posterior retrógrado do úmero é na linha média, 2 cm acima da fossa do
da cabeça do úmero. Além disso, a incisão através do manguito rotador olécrano. Mais recentemente, a inserção através do aspecto sup erior
não está de acordo com as fibras do tendão (Fig. 57-28). Um portal de da fossa do olécrano foi recomendada. As vantagens propostas do
início anterolateral está de acordo com o canal medular do úmero, e a local na fossa do olécrano incluem aumento no comprimento da
incisão está de acordo com as fibras do manguito rotador. Vários área de trabalho eficaz do segmento distal da fratura e alinhamento
autores postularam que a dor no ombro após a haste anterógrada é direto com o canal medular; no entanto, os estudos biomecânicos
causada pela incisão transversal através do manguito rotador. Alterna- mostraram menos resistência ao torque e redução da força para fa lha
tivas para a haste anterógrada do úmero (p. ex., osteossíntese com do implante com esta abordagem, em comparação com o portal
placa) devem ser consideradas em pacientes com patologia do ombro mais superior.
preexistente ou que exigem suporte do peso pela extremidade superior Embora os pinos flexíveis para o úmero tenham sido bem-
para deambulação (pacientes paraplégicos ou quadriplégicos). sucedidos em obter a união das fraturas, a morbidade no local da
w::ww.·m;i' l!flDRedução aberta e fixação interna da fratura da diáfise do úmero através da abordagem posterior modificada (elevação
do tríceps) . A, Incisão . B, In cisão da fáscia para expor o septo intramuscular. C, Identifica ção do nervo cutâneo lateral do braço.
D, Mob ilização do nervo radial.
Wj:fj) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
u@ilitlffll•M;.J.i• E, Pinça de redu ção utilizada para controlar os fragmentos. F, Após o debridamento, fixação com parafuso
interfragmentá rio. G, Após a fi xaçã o da placa . VEJA A TÉCNICA 57-6.
iâ[§ihflli19 Fratura diafisária do úmero tratada com haste intramedu lar (veja o texto). A, Fratura diafisária transversa em um
paciente com múltiplo trauma. B e C, Após a fixação com haste intramedular. D, Fratura segmentar da diáfise. E e F, Dispositivo de
redução é utilizado para reduzir a fratura . G, Fresagem é feita 1,0 a 1,5 mm maior que o diâmetro da haste.
_, PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
pmlJ'lm,fjfi(,],\4 H, Um guia é util iza do para inserção de parafusos de bloque io proximais. 1, Red uçã o e co loca ção dos parafusos
co nfirm adas co m fluorosco pi a. (D-1 courtesy of Thomas A. Russell, MD, Memphis, TN .) VEJA A TÉCNICA 57-7.
em certos pacientes com politrauma (Fig. 57-42A a C). Nós utilizam os • Coloqu e o fi o-gui a inicial posteri or ao tend ão do bíceps,
uma incisão an terolateral com inspeção d ireta e reparo do manguito e ava nce-o sob ori entação flu oroscópica na posição
rotador. A lesão do nervo radial iatrogênico fo i relatada, e o cuidado apropriada, co mo mostrado nas incidências anteropos-
deve ser tomado durante a redução da fratura, fresagem , inserção da teri or e lateral (Fig . 57-27).
haste e colocação do parafuso de bloqueio. As hastes intramed ulares são • Avance cu idadosamente a fresa proxima l inicial, prote-
contraindicadas em pacientes com canais medulares muito estreitos. gendo o manguito rotador.
•Uti lize o dispositivo de redução para reduzir a fratu ra
e passe o fio-guia com ponta esférica (Fig. 57-42E e
HASTES INTRAMEDULARES F). Com fresas seq uencialmente maiores, alargue o úmero
ANTERÓGRADAS PARA FRATURAS pa ra o diâmetro predeterminado, geralmente 1,0 a 1,5
DA DIÁFISE DO ÚMERO mm maior que o diâmetro da haste (Fig. 57-42G) Nas
fraturas do terço médio da diáfise, um a pequena incisão
TÉCNICA pode ser fei ta no loca l da fratura para ga ranti r manu-
almente que o nervo radial não seja aprisionado na
• Ava lie cui da dosa mente as rad iografias pré-operatóri as (Fig. fra tura antes da red ução e fresagem.
57-420) para garantir que o diâmetro diafisário seja ade- • Quando a fresagem do ca nal é concluída, passe a haste
quado pa ra acomodar a haste intramedular; se o diâmetro para ba ixo no ca nal med ular do úmero, evita ndo a
for mu ito pequeno, a fixação com placa é ind icada. distração da frat ura; assegure que a haste est eja abaixo
• Posicione o paciente em uma mesa cirúrgica radiotrans- da superfície articu lar da cabeça do úmero.
pa rente com o t órax elevado a 30 a 40 graus. Coloq ue • Co m o uso do gu ia de bloq ueio, in sira os parafusos
a unidade do intensificador de imagem no lado da proxima is de bloqueio (Fi g. 57-42 H). Afaste cu idado-
mesa oposto ao cirurgião (Fig. 57-27); ro lar a unidade samente os tecidos moles pa ra evit ar a lesão do nervo
para trás possi bi lita uma incidê ncia anteropost eri or ade- ax il ar.
quada, e rolar para a frent e permite uma incidência • Co loque os parafusos de bloque io dist ais em uma
lateral adequada de ombro e úmero. direção de ante ri or pa ra posterior para evitar o nervo
•Faça uma incisão diagonalmente a pa rtir do ca nto ante- rad ial. Faça uma incisão de 4 a 5 cm ant eri orm ente
ro lateral do acrôm io, dividindo o deltoide de acordo para expor a musculatura do bíceps; divida delicada -
com suas f ibras na rafe entre os terços anterior e méd io mente o músculo para evit ar dano iat rogê nico à arté ria
do deltoide (Fig. 57-28) . Para proteger o nervo axilar, braquia l.
evite dividir o deltoide mais de 5 cm distal ao acrômio. • Repare o manguito rotador com sutu ras de espessura total.
• Sob observação di reta, faça a incisão do manguito • Confi rme a redução e o comprimento dos parafu sos
rotador de acordo com as suas fibras (Fig. 57-28A). nas imagens de fluoroscopia anteroposterior e latera l
Repare o ma nguito rot ador com suturas de espessu ra (Fig. 57 -42 1).
co mpleta para protegê-lo do dano durante o alarga- •I nicie um progra ma de reab ilitação precoce com exe r-
mento do cana l do úmero. cícios da am pl itu de de movime nto ativo-assistid os.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
Roto
Parcialmente roto
Transferência tendínea
após a consolidação
da fratura
1i@lhijili19 Algoritmo de tratamento para paralisia do nervo radial assoc iada à fratura d iafisária do úmero (Shao et ai.) . ENMG,
eletroneuromiografia .
requerem RAFI. A fixação com fios d e ce rcl agem ou parafusos iso- Os princípios gerais d e tratamento das fraturas periprostéti cas
lad am ente é insatisfatória. Uma placa com fios d e cerclagem proxi- do úmero em torno do componente umeral das artroplastias totais d o
m ais e parafusos distais é preferida. Pelo menos quatro fio s de cotovelo são os m esmos. As fraturas d a colun a medial ou latera l com
cerclagem proximais e quatro parafusos distais, envolvendo oito um implante firmemente fixo podem ser tratadas com imobili zação.
corticais, são necessários. Recomendamos utilizar fio s de 2 mm em A união d a fratura das colunas é desnecessári a para um bom resu l-
vez dos fios habituais de 1,6 mm . U ma redução anatômica é neces- tado func ional.
sária para a união, e o enxerto ósseo n o local da fratura deve ser
considerad o.
Quando há má qualidade óssea, a fixação pode ser complemen- FRATURAS DO ÚMERO DISTAL
tada com cimento ortopédico de metacrilato de m eti!. O cimento
d eve se r mantido fora do local da frat u ra . Se houver osteopenia As fraturas do úmero distal permanecem um problema d esa fi ador
grave, reco mendamos adic ionar um aloen xerto co rtical de espes- apesa r dos avanços na técnica e implantes. Estas lesões muitas vezes
sura completa, aplicado com fios d e cerclage m a dicion a is d e 90 envolvem co minuição articular, e muitas ocorrem em pacientes mais
g raus para o ele m e nto da placa-cabo-parafu so. O en xe rto ósseo velh os com osso osteoporótico. A função da articulação muitas
autólogo d eve se r aplicado no local da fr atura. Nós não ac re dita - vezes é comprometid a por causa d a rigid ez, dor e fraqueza. Rara-
mo s qu e uma boa artrop lastia be m fi xa e funci o nal do ombro ou m ente é um cotovelo "normal" o resultad o após essas fraturas, mas
co tovelo deve se r revisada para u m impl a nte d e haste longa para os resultados foram melh o rados com avanços na tecnologia dos
o rep aro d e uma fra tura da di áfise no pós-operatório. Os res ul- implantes, as abord age ns cirúrgicas, e protoco los de reabilitação,
tados com artropl as tia de revisão do ombro e co tovelo n ão são com resultados bons a excelentes relatados em aproximadamente
tão sat isfa tó rios co mo a a rtroplast ia primária. Em vez disso, acre- 87% dos pac ientes. A m aioria d as fraturas do úmero distal em
dita mo s qu e ca d a esforço d eve se r feito pa ra alcan ça r a união adultos d eve ser tratada cirurgicam ente, em co ntraste com as fratu-
primária da fratura. ras do úmero proximal ou diálise do úmero. O tratamento não
As fraturas intraoperatórias durante a artroplastia do o mb ro cirúrgico co m a técnica "saco de ossos" pode ser razoável em um
podem ser evitadas por atenção cuidad osa para detalhar e respeitar paciente idoso com comorbidades m éd icas significativas.
o osso osteopênico. As fraturas int raoperatórias d eve m ser repa radas A complexidade d as fraturas do úmero distal em adu ltos é
no mom ento da cirurgia por fixação interna ou revisão por um refletida nas tentativas de class ificar a varied ade de lesões possíveis
implante da haste mais longa. nesta locali zação. A classificação AO/OTA, se todas as classifi cações
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
W=4iiiliW'.,. Ei19
A e B, Fratura do côndilo lateral isol ado fi xa da com parafuso interfragmentário e placa de mini-
fragmentos de suporte.
Çlit7i·*·' 57-3 Objetivos técnicos para fixação das fraturas do úmero distal
•Todo pa rafuso deve passar através da placa. • Cada parafuso deve envolver o máximo de fra gmentos
• Cada parafuso deve envolver um fragmento no lado oposto articu lares.
que também é fixado a uma placa . • As placas devem ser aplicadas de modo que a compressão
• O máximo possível de parafusos deve ser colocado nos seja alcançada no nível supracondilar para ambas as colu nas.
fragmentos distais. • As placas uti lizadas devem ser fortes e ríg idas o suficiente
• Cada parafuso deve ser o mais longo possível. para resistir à quebra ou torção antes que a un ião ocorra
no nível sup raco ndilar.
De Sanchez-Sotelo J, Torchia ME, O'Drisco ll SW: Principle-based internai fi xati on of dista l hum eru s fractures, Tech Hand Upper Extremity Surg 5:179, 2001.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO fj:fj8
•M:i!'+i 57-6 Abordagens cirúrgicas utilizadas para o tratamento das fraturas do úmero distal
ABORDAGEM
CIRÚRGICA INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES VANTAGENS DESVANTAGENS
POSTERIOR Osteotom ia RAFI para frat u ras ATC Bom acesso às Não un ião e falha da
do envo lvendo superfícies fixação da
olécrano ambas as co lunas art icu lares osteotomia
e a superfície posteriores para Acesso ruim para
articu lar reconstrução região anterior
(capítulo)
Divisão do RAFl/ATC Abordagem da Evita complicações Acesso ruim à
tríceps para fraturas osteotom ia do associadas à superfície articu lar
envolvendo olécrano anterior osteotomia do para f ixação
ambas as co lunas Pacientes com olécrano interna
e a superfície problemas de Risco de rotura do
articular cicatrização tríceps
El evação do Fraturas que ex igem RAFI Evita comp licações Risco de rotura do
tríceps ATC Osteotomia do associadas à tríceps
olécrano prévia osteotomia do
Pacientes com olécrano
problemas de
cicatrização
Desprendi- RAF l/ATC para Abordagem da Evita comp licações Acesso ruim para as
mento do fraturas osteotom ia do associadas à superfícies
t ríceps envolvendo olécrano anterior osteotomia do articu lares para
ambas as co lunas Pacientes com olécrano fixação interna
e a superfície prob lemas de Risco de rotura do
articu lar cicatrização tríceps
MEDIAL Fraturas do Co luna latera l
ep icôndilo medial inacessíve l
Fraturas da coluna
media l
Koher Fraturas da co luna Fratura suspeita da Nervo radial Co luna media l
lateral superfície articular protegido inacessível
Fraturas do mais complexa
ep icôndi lo latera l
Fraturas capitulares
LATERAL Koeber Risco de lesão do
nervo radia l
Co luna med ial
inacessível
Jup iter Fraturas comp lexas Envolvimento Co luna media l
da superfície significativo das inacessível
articular colunas
ANTERIOR Henry Lesão vascular Fixa ção com placa das Bom acesso à artéria Acesso limitado às
colunas ou braquial co lunas
reconstru ção da
superfície articular
RAFI, redução aberta e fixação interna; ATC, artroplastia total do cotovelo.
Modificado por Robinson CM : Fractures of the distal humerus. ln Bucholz RW, Heckman JD, Court-Brown CM, editors: Rockwood and Green's fractures in
adults, ed 6, Ph iladelphia, 2006. Lippincott Williams & Wil kins.
r
Flexão
\ do triceps
'
A B
iâ!iji!;Hm:I!I Abordagem com elevação do tríceps e de um pedículo do ancôneo . A, Abordagem lat era l modificada de Koc her é
co mbinada com a abordagem de elevação medial do tríceps. B, Acesso ao úmero distal é sim il ar ao fornecido por uma osteotomia do
o lécra no .
iâ[dihtijl!flD Abo rd agem através divisão do t ríceps para o úmero distal. A, Incisão do tríceps. B, Incisão estend ida para a borda
transcutânea da ul na. (De Frankle MA: Tri ceps split technique for total elbow arthroplasty, Tech Shoulder Elbow Surg 3:23, 2002.)
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEB RAÇO fJ:jj@
li@ll;tglEfE!I A,Fratura supracondilar com extensão intra-articu lar. B, Fi xação com placas bloqueadas 90-90 através de uma abor-
dagem com osteotomia do olécrano. C, Após a remoção do implante sintomático.
---Tríceps
Ot§il;@1i.E9 Abordagem
através uma osteotomia do olé-
crano. A, Osteotomia do olé-
crano é marcada no formato de
um V raso ou chevron. B, Serra
oscilante com lâmina fina é uti-
lizada para iniciar a osteotomia .
C, Fragmento osteotomizado
do olécrano proximal é elevado
de modo proximal; nervo ulnar
é isolado, mobilizado e prote-
gido. SEE TECHNIQUE 57-8.
A B
Tipo 1 Tipo li
Tipo Ili Ti po IV
FRATURAS, LUXAç_ÕES E
FRATURAS-LUXAÇOES DO
COTOVELO
FRATURAS DA CABEÇA DO RÁDIO
• TRATAMENTO CIRÚRGICO
As fraturas d esviad as Mas on tipos II e II I que faze m pa rte de uma ou sem uma placa de supor te colocad a na "zona seg ura" (área d a
luxação do cotovelo (M ason do tipo IV) ou qu e leva m a urn a limi- cabeça radial que n ão articula com a ulna [Fig. 57-57]) , teve bons
tação do movimento exigem tratam ento cirúrgico. res ul tad os. Além di sso, a ressecção parcial d a cabeça radial foi mo s-
trada tendo resultados satisfatórios. Se a superfície articular rem a-
1 TRATAMENTO DAS FRATURAS TIPO li DE MASON nescente for pequena, ressecção com a substituição d a cabeça radial
RAFI é a fo rma usual d e tratam ento para estas lesões quando a é necessária como um estabilizad or primário do cotovelo em uma
cirurgia é indicada. O uso d os parafu sos d e mini fragm entos, com fratura- luxação.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
O@mMml Redução aberta e fi xação interna das fraturas da cabeça do rádio. A, Fratura Mason do tipo li estabilizada com dois
pequenos parafusos. B·D, Frat ura Mason do tipo Ili estab ilizada com placa e parafusos. VEJA A TÉCNICA 57-9.
1 TRATAMENTO DAS FRATURAS TIPO 111 DE MASON da articulação radiocapitular levando à erosão, dor e diminuição do
Estas fraturas, muitas vezes, fazem parte de uma lesão mais grave e movimento (Cap. 12). A vantagem primária da substituição protética é
podem ocorrer com a luxação do cotovelo e outras lesões do cotovelo. a manutenção da relação radiocapitular para a estabilidade do cotovelo
Elas são frequ entemente menos apropriadas para RCFI do que as e estabilidade longitudinal radioulnar.
fraturas do tipo II. A ressecção da cabeça radial pode ser uma boa
opção para fraturas isoladas em pacientes idosos, mas foi associada a
resultados variáveis em pacientes mais jovens. As lesões concomitan-
tes não provavelmente diagnosticadas desempenham um papel no REDUÇÃO ABERTA E FIXAÇÃO INJERNA
resultado de longo prazo. Artrose tardia, instabilidade do cotovelo em DA FRATURA DA CABEÇA DO RADIO
valgo e instabilidade longitudinal do antebraço levaram muitos a
evitar a ressecção radial em pacientes mais jovens. Em um grupo de TÉCNICA
cinco pacientes, no entanto, os resultados satisfatórios foram relatados
•Exponha a cabeça e o colo radial com uma abordagem
no acompanhamento de 16 a 21 anos. Antes da ressecção, é necessário
Kocher ou Kaplan (Cap. 1).
descartar a instabilidade da cabeça radial, cotovelo e antebraço.
•Tenha cuidado para preservar o ligamento colateral lateral.
É possível realizar RAFI com bons resultados em pacientes sele-
Em lesões "tríade terrível", o ligamento será reinserido no
cionados; Ikeda et al. relataram maior força e melhor fun ção em 15
fin al do proced imento.
pacientes com RAFI do que em 13 pacientes com ressecção da cabeça
radial para fraturas do tipo III de Mason. A fratura ideal para RAFI tem FRATURA TIPO li DE MASON
três ou menos fragmentos, cada um dos quais grande o suficiente para •Reduza a fratura parcial, com cu idado para não lesar o
aceitar um parafuso para fixação, com mínima perda óssea metafisária. periósteo; descoladores, pequenos ganchos ou elevado-
Caso contrário, é necessário considerar excisão ou substituição. A subs- res de Freer podem ser utilizados quando necessário.
tituição protética com implantes metálicos forneceu bons resultados no • Estabilize a redução com um ou dois pequenos parafusos
acompanhamento de curta duração. A técnica cirúrgica pode ser desa- (Fig. 57-58A). Ocasionalmente, uma placa de suporte pode )
fiadora, com a principal complicação sendo o preenchimento excessivo
@Hdit PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
)
ser útil se o ápice da fratura estiver com inuído e um grande Classificação da fratura coronoide
defeito permanece sob o fragmento articular. -. (O' Driscoll et ai.)
• Se uma fixação confiável não puder ser obtida (como nas
fraturas-luxações), considere a artroplastia da cabeça radial. FRATURA SUBTIPO DESCRIÇÃO
Tipo 1: Ápice 1 :Q mm da a ltura do processo
FRATURAS TIPO Ili DE MASON
coronoide (ou seja, lasca da
•Se for necessária melhor exposição, libere a origem do
fratura)
ligamento colateral lateral; que será reparado no fina l do
2 >2 mm da altura coronoide
procedimento.
•Reduza e, provisoriamente, fixe a superfíci e articular com Tipo li: Borda anteromedial
fios de Kirschner. Ocasionalmente, remover os fragmen- Anteromedial
tos e montá-los sobre a mesa podem facilitar a redução. 2 Borda anteromedial + ápice
•Proteja o nervo interósseo posterior pronando o ante- 3 Borda anteromedial + apófise
braço. coronoide (± ápice)
•Ap li que uma pequena placa ao longo da superfície latera l Tipo Ili : Basal Corpo e base do processo
do rádio proxima l com o punho em neutro (zona segura) coronoide
(Fig. 57-57) e f ixe-a com parafusos interfragmentários 2 Fratura d a base do processo
quando necessário (Fig . 57-588). coronoide transolecra n iana
•Enxerto ósseo no defeito, se necessário.
•Verifique a pronação e a sup inação do antebraço.
Fratura da faceta
anteromedial,
subluxação/luxação,
lesão do LCL
Artroplastia da cabeça RAFI da cabeça
radial planejada radi al planejada
Abordagem posterior
O@li;fdLillt Algoritmo para conduta nas fratura s dos tipos 1 e li de O' Drisco ll do corono ide e lesões associadas. RAFI, Redu ção
aberta e fi xaçã o interna; LCL, ligamento co lateral latera l. (De Manidakis N, Sperelakis 1, Hackney R, Kontak is G: Fractures of the ulna r coronoid
process, lnjury 43:989, 2012.)
De Pugh DMW, Wild LM, Schemitsch EH, et ai: Standard surgical protocol to
treat elbow dislocations with radial head and coronoid fractures, 1 Bane Joint
Surg 86A: 1122, 2004.
• TRATAMENTO
Vá rias vias ci rúrgicas para o cotovelo foram descritas, e a melhor
abordagem para o tratamento das lesões "tríade terrível" permanece
co ntroversa. A escolha da via cirúrgica depende principalmente do
padrão da fratura, tipo de instabilidade, lesão dos tecidos mol es e
experiência do cirurgião. Uma abordagem lateral direta ou uma
incisão na linha médi a posterior com retalhos sub cutâneos para o
intervalo Kocher geralmente é utili zada; a última permite um segundo
intervalo mediaimente, se necessá rio. Em geral, a estratégia de fixação
é das estruturas mais profundas para sup erficial conforme visto a
partir da abordagem lateral (coronoide, em seguida a cápsula ante-
rior, a cabeça radial e, na sequência, o ligamento colateral lateral e
a origem comum dos extensores). Independentemente da aborda-
lj@i@HiJD Fratura-luxação do cotovelo. A, Fratura-luxação gem selecionada, todo esforço deve ser fe ito para operar através dos
posterior com fraturas da cabeça e colo do rádio irreparáveis. A planos traum atizados e minimizar a dissecção cirúrgica.
fratura do tipo li do processo corono ide não é aparente. Essas A fi xação do coronoide depende do tamanho do fragm ento.
lesões do paciente foram b il aterais e quase idênticas. B, Um dos As pequenas avulsões da ponta geralmente são reduzidas e fixas
cotove los lu xou novamente, mesmo imobilizado com tala poste- com suturas através de orifícios perfurados no olécrano posterior-
rior a 90 graus de flexão do cotove lo. O grande fragmento da m ente. Isso, efetivamente, prende a cápsula anterior ao coronoide.
cabeça radial e a fratura do processo coronoide são visivelmente Os m aiores fragmentos são es tab ili zados com parafusos interfrag-
aparentes. A fratura do coronoide teve de ser reparada para m entários a partir do olécrano posteriormente. A fixação do coro-
fornecer estabilidade antes que a cabeça radial pudesse ser res- noide é mais fac ilmente observada quando a lesão da cabeça radial
secada. (De Crenshaw AH: Adult fract ures and complex joint injuries necessita de excisão e substituição.
of the elbow. ln Stanley D, Kay NRM, editors: Surgery of the elbow: O tratamento da fratura da cabeça radi al é determinado pela
practical and scientific aspects, London, 1998, Arno ld ) capacidade em obter a red ução e se a qualidade do osso permitir que
a redução seja mantid a. Se a fratura não puder ser reduzida e estabi-
lizada adequadamente, a substituição com uma prótese metálica é
indicada. Embora esta decisão seja feita inicialmente no processo de
tratamento, geralmente colocamos a prótese da cabeça radial após a
no entanto, res ultados excelentes ou bons foram relatados em 70% fixação da fratura do co ronoide, visto que a remoção da cabeça radial
de 105 pacientes em quatro estudos (Pugh et ai., Ego! et ai., Fo r- fornece boa exposição do fragmento do coronoide.
thman et ai. , e Linden hovius et ai.). McKee et ai. relataram res ul- Após a es tabili zação ou substituição do coronoide e cabeça
tados bons a excelentes em 78% de 36 lesões "tríade terrível" radial, o ligamento colateral lateral é reinserido na sua origem, como
tratadas com um protocolo cirúrgico padroni zado (Quadro 57-4), é a origem comum dos extensores. O restabelecimento dos apoios
e Lindenhovi us et ai. relataram res ultados bons a excelentes em 15 de tecidos mol es adiciona muito para a estabilidade geral na articu-
(83%) do s 18 pacientes. lação do cotovelo.
@J:fl1) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇ ÕES EM ADULTOS
E
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
e D
OMll;@m!fl Tratam ento da lesão d o cotovelo " tríade terríve l" . A, Abordagem latera l. B, Cápsula anterior reparada com fios de
sutura não absorvíveis através de orifícios perfurados no loca l de redução da fratura do coro no ide . C, Redução e fixação com dois para-
fusos tipo Herbert. D, Complexo ligamentar latera l avulsio nado reparado no cônd il o latera l. (De McKee MD, Pugh DM, Wild LM, et ai:
Standard surgical protocol to treat elbow dislocations with radial head and coronoid fractures, J Bane Joint Surg Am 87 Suppl 1(Pt 1):22, 2005.) VEJA
A TÉCN ICA 57-10.
A ossificação heterotópica pode causar quase anquilose do fraturas foram classificadas por Schatzke r com base no padrão da
cotovelo se for grave o suficiente (Fig. 57-69); é comum após as fratura e considerações mecâ nicas como o tipo de fixação interna
fraturas- luxações e pode ser vista nas radiografias de 3 a 4 semanas necessá ria para o tratam en to (Fig. 57-70) .
após a lesão. A sua gravidade parece estar associada à magnitude da O obj etivo do tratamento das fraturas do olécrano é a restau-
lesão e ao tempo de imobilização. ração da função sem dor. Nas fraturas desviadas, a perda da extensão
ativa é comum. A redução anatômica e a fixação interna estável são
vitais para tanto para a fun ção quanto para a prevenção da artrose.
FRATURAS DA, CABEÇA _E COLO DO RÁDIO A implementação de um program a de amplitude de movimento
ASSOCIADAS A LUXAÇAO DO COTOVELO precoce vai diminuir as chances de artrofibrose pós- traumáti ca, qu e
fazem a fi xação interna estável obrigatória para tolerar a movimen-
O tratamento das fraturas da cabeça e colo do rádio associadas às tação precoce. As fra turas não desviadas ou minimamente desviadas
luxações do cotovelo é controverso. A cabeça do rádio, similar ao com man utenção da extensão ativa podem ser tratadas não ciru r-
processo coronoide, é um estabilizador importante da articulação do gicamente. O cotovelo é colocado em tala a 90 graus de flexão por
cotovelo. RAFI das fraturas da cabeça radial é preferível à excisão se 3 a 4 semanas, seg uido por movimento pass ivo com progressão para
a cabeça radial for viável. Se a cabeça radial não puder se r preservada, o movimento ativo assistido e, em seguida, ativo.
o ligamento colateral medial e a massa flexo ra-pronado ra devem ser As compli cações como da ferida cirúrgica e implante sinto-
reparados. O cotovelo deve ser imobilizado em 90 graus ou mais por m ático se deve m à pequ ena co bertura de partes moles na reg ião
3 a 4 semanas, e acompanhado de perto para evitar nova luxação. olecraniana. Além disso, as forças de di stração através d a fl exão
Broberg e Morrey recomendaram excisão completa precoce da cabeça ou exte nsão ati va no foco de fratura podem contribuir para a nã o
radial para fraturas do tipo III e imobilização por um período não uni ão.
superior que 4 semanas. O uso de urna prótese metálica da cabeça A maioria das fraturas d o olécrano é desviada e exige cirur-
radial após a excisão da cabeça radial é controverso, mas deve ser gia. Assim como em todas as fraturas cirurgicamente tratadas, é
considerado se a instabilidade ainda estiver presente após o ligamento necessário que haja uma ava li ação pré-operatória apropriada e
colateral medial e a massa flexora -pronado ra serem reparados. planejamento. O tratamento co rreto deve ser escolhido para cada
Se a excisão da cabeça radial for necessária, a cabeça é reco ns- tipo de fratura para garantir um resultado bem-sucedido. Funda -
truíd a no campo cirúrgico para garantir que todos os fragmen tos mental para o manejo é o reco nh ecimento de lesões e luxações do
sejam removidos. Se a cabeça radi al for ressecada, o ligamento cotovelo concom itantes.
medial colateral e a massa fl exo ra- pronado ra são reparados. Se o
cotovelo ainda estiver instável para o estresse em valgo, uma prótese 1 TRATAMENTO
da cabeça radi al é aj ustada como um espaçador permanente ou Excisão. A excisão do olécrano e o avanço do tríceps não são, na
temporári o. O objetivo da intervenção cirúrgica é um cotovelo maioria das vezes, necessá rios, visto que a redução e a fixação
estável e, se necessário, todas as estruturas devem se r reparadas para interna geralmente são atin gíveis. Nos casos com grave cominuição
alcançar isso. proxi mal, baixa demand a e pacientes com múltiplas comorbidades,
ou revisão após a fa lha da fixação, a excisão do frag mento proximal
com fixação da sutura do tríceps no olécrano distal foi relatada co mo
E FRATURAS-LUXAÇÕES DO sendo bem- sucedida. Os dados recentes biomecânicos sugerem qu e
OLECRANO a reinse rção posterior, ao invés da anterior, do tríceps no olécrano
leva a um a m aior fo rça do tríceps.
• FRATURAS Banda de tensão. A técnica de banda de tensão foi pretendida para
As fraturas do olécrano podem ser causadas por trauma di reto, criar uma compressão na extremidade articular de uma fratura do olé-
como cair sobre a ponta do cotovelo, ou por trauma indireto, como crano quando a cortical dorsal é tensionada sob a flexão do cotovelo;
cair com o cotovelo parcialmente flexionado com forças indiretas no entanto, os estudos biomecânicos não foram capazes de demonstrar
geradas pelo músculo tríceps causando avulsão do olécrano. Essas a conversão de forças de tração para forças de compressão. A band a
@}:ijl PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM ADULTOS
O coronoide é redu zido e estabilizado com parafusos interfragmen- exigem diagnóstico preciso, um entendim ento das múltiplas lesões
tários, seguido por redu ção articu lar com fi xação provisória e/ou presentes e um plano de tratamento sólido para um resultado bem-
fixação com parafu so interfragmentário e, em seguida, a fixação da sucedido. Beingessner et al. relataram bons resultados em 16 pacientes
placa abrangendo toda a lesão (Figs. 57-75 e 57-76). com um protocolo cirúrgico específico do fragmento: (1) fixação ou
As luxações posteriores são um erouln ar e radioulnar e podem substituição da cabeça radial; (2) redu ção da diálise ninar, incluindo
ser consideradas variantes das fraturas-luxações de Monteggia o fragmento corti cal anterior oblíquo se presente; (3) redução e esta-
Bado tipo II. As fraturas do coronoide, fraturas da cabeça radial, bilização do processo coronoid e com parafusos ou suturas tran -
e lesões do ligamento lateral colateral são comuns, e estas lesões sósseas; ( 4) redução e fixação do processo do olécrano em rela ção
são semelhantes às lesões "tríade terríve l". Essas lesões desafiadoras à diálise uln ar e fixação definitiva do componente da diálise ninar;
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM AD ULTOS
1 HASTE INTRAMEDULAR
Houve um interesse recente n o uso de hastes intramedu lares para
o tratamento de fraturas do olécrano. Rodriquez e Eglsede r des-
creveram uma técni ca em que um parafuso intramedul ar é com-
binado com um a placa de mini frag m ento de baixo p erfil na
periferia. Os seus resu ltados foram sem elh antes aos relatados após
a fixação com placas de compressão dinâmicas de contato limitado
de 3,5 mm. Nijs et ai. utilizaram uma has te de osteotomia do olé-
crano (OleON, Synthes, Wes t Ch ester, PA) em 21 pacientes com
bons res ultados. Edwards et ai relataram o uso de uma haste intra-
medu lar de bloqueio multiplanar (O lecraNail, Mylad Orthopaedic
Soluti o ns, McLean, VA) para o tratamento de fraturas proximais
do olécrano, incluindo aquelas com padrões complexos de insta-
bilidade (F ig. 57-77).
H@ll;tlEflil A e B, Fratura-lu xação do cotovelo . C e D, Fi xação com haste intramedular com bloqueio multiplanar.
A
tn --+-- - R uptura da
membrana
interóssea
H@il;@mD A-D, Frat ura-luxação de Essex-Lopresti. E, A pós a fixação externa, o encu rtamento rad ial é evidente. F, Revisão com a
prótese da cabeça radial restaura o compr imento radial.
lllE!I> PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
A B
e D
pode ser tratada de form a conservadora em crianças, mas rotinei- resultados. Ring e Jupiter relataram 83% de res ultados bons e
ramente requer a redução aberta em adultos. excelentes com redução aberta e fixação estável. Os resultados
Bado sugeriu a classificação em quatro tipos (Fig. 57-81): tipo ruins são mais frequentes em fraturas Bado do tipo 2, que são
1, fratura do terço médio ou proximal da ulna com luxação anterior lesões mais complexas com luxações do cotovelo e fraturas do
da cabeça radial e angulação com ápice anterior característico da processo coronoide e cabeça radial e maior comprometimento
ulna; tipo 2, fratura do terço médio ou proximal da ulna (o ápice dos tecidos moles.
geralmente é angulado posteriormente) com luxação posterior da Os deslocamentos da fratura de Monteggia com fratura da
cabeça radial e muitas vezes uma fratura da cabeça radial; tipo 3, cabeça radial associada podem representar um difícil problema .
fratura da ulna imediatamente distal ao processo coronoide com Reynders et ai. reconheceram a ressecção da cabeça radial como
luxação lateral da cabeça radial; e tipo 4, fratura do terço proximal um fator de contribuição para o retardo de consolidação ou pseu-
ou médio da ulna, luxação anterior da cabeça radial, e fratura do doartrose da fratura ulnar pelo aumento das forças angulares na
terço proximal do rádio abaixo da tuberosidade bicipital. Em todas fixação da fratura ulnar. Eles recomendaram que as fraturas da
as séries, tipo 1 excede todas as outras em frequ ência, embora as cabeça radia l sejam fixadas, substituídas com uma prótese ou dei-
lesões das crianças estejam incluídas na maioria das séries. Vários xadas no local até a união da fratura ulnar. Ring e Jupiter recomen-
mecanismos de lesão provavelmente existem, incluindo golpes daram a artroplastia da cabeça radial para fraturas cominutivas da
diretos para o aspecto ulnar do antebraço e queda com hiperprona- cabeça rad ial. Embora o tratamento fechado seja usual em crian-
ção ou hiperextensão, com a forte força de supinação do bíceps ças, As lesões de Monteggia em adultos precisam de intervenção
puxando a cabeça radial anteriormente conforme a fratura da ulna cirúrgica. RAFI anatômica da ulna com fixação estável qu ase
é produzida pelas forças de compressão da queda. sempre (90%) possibi li ta a redução fechada da luxação da cabeça
Historicamente, o tratamento desta lesão, especialmente da radial. A instabilidade radiocapitular persistente frequentemente é
lu xação da cabeça radial, foi controverso. Os primeiros trabalhos causada por má redução da ulna. A cominuição da fratura ninar
declaram que todas as fraturas-luxa ções de Monteggia poderiam pode tornar a redução anatôm ica difícil. Uma má redução com ápice
ser tratadas não cirurgicamente, enquanto in ves tigações poste- dorsal pode forçar a cabeça radial posteriormente. Jupiter e Kellam
riores determinaram que os melhores resu ltados foram obtidos recomendaram uma placa dorsal nesta situação. Nós também
durante a redução aberta da cabeça radial com reparo ou recons- observamos que, com as fraturas mais proximais, o contorno da
trução do ligamento anular e fixação interna da ulna. Um traba- placa deve combinar com o arco ulnar proximal. Uma placa reta
lho realizado por Boyd e Boals, com 159 lesões do tipo Monteggia, (não moldada) não vai reduzir a fratura e não permite que a cabeça
recomendou a fixação rígida interna da ulna fraturada com placa radial fiqu e redu zida.
de compressão ou uma haste intram edular e redução fechada da Quando a subluxação ou a luxação da cabeça radial persistem
cabeça radial. Bons resultados em aproximadamente 80% dos mesmo com redução anatômica da fratura ulnar, a articulação
pacientes foram relatados com este protocolo de tratamento. Um radiocapitular deve ser exposta e inspecionada.
melhor entendimento da lesão e uma consciência da necess idade Muitas vezes, a cápsula e os tecidos moles (podendo se r o
de tratar os processos patológicos associados levaram a melhores nervo interósseo posterior) estão interpostos e devem ser liberados.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇ O fm:llll
A articul ação radi ocapitular pode se r exposta, estend endo a abor- articul ação fun cional, com consequ ente comprometimento da prona-
dage m de Boyd-Thompso n ou utili zando um a abor dagem de ção e supinação. É importante restabelecer o comprimento, o alinha-
Kocher (Cap. 1). A reconstru ção do ligamento anul ar raramente é mento e a rotação para o antebraço manter a sua função din âmi ca.
necessá ria. Ro tineira mente utiliza mos placas de compressão din â- O tratamento cirúrgico é indicado para quase todas as fraturas
mi cas de co ntato limitado de 3,5 mm para fixação ulnar. Se a dos ossos do antebraço em adultos. O objetivo é restabelecer a
co m inui ção estive r presente, tentam os redu zir e co rri gir a fratura relação anatômica entre o rádio e uln a com fixação rígida. Não há
co m parafu sos de pequenos diâmetros em todos os fra gmentos qu ase nenhum papel para o tratam ento fechado, exceto nos pacien-
poss íveis, co m o obj etivo de obter redu ção anatômi ca qu e va i tes mais enfermos e, apesa r de as hastes intramedulares do antebraço
produzir um a articulação radiocapitular es tável. Para lesões mais terem suas indicações, a form a mais comum de estabilização é a
proximais, desco brimos qu e as placas do olécrano pré-contorn adas fixação co m placa e parafu sos. Os relatos desta clínica em 1975
fac ilitam a fi xação estável. Uma avali ação flu oroscópica completa (And erson) encontraram resultados excelentes ou satisfatórios em
da arti cul ação radi ocapitul ar é fund amental após a fixação uln ar. 86% dos pacientes, com taxas de união de 98% e 96% do rádio e
Qualquer subluxação obse rvada pede reavaliação da redu ção uln ar uln a, respec tivamente. Chapman et ai. relataram resultados seme-
ou consideração de exploração da arti cul ação radi ocapitular para lhantes com placas de 3,5 mm. Estes e outros relatos na literatura
ve ri ficar interposição de tecidos. estabeleceram que a RAFI do rádi o e da uln a previsivelmente leva à
As co mplicações das fra turas de Mon teggia incluem artro fi - consolidação óssea e a bons resultados.
brose, sinos tose, não união, consolidação vi ciosa, infecção e lesão Rotinei ramente, utili zam os a fixação com placa para ambas as
neurológica. Em 20 pacientes com lesões va ri adas de Monteggia, fraturas do osso do antebraço em adultos (Fig. 57-82). A abordage m
Ego! et ai. descobriram qu e nove tinh am res ultados ruins ou regu- volar de Henry (Cap. 1) é utilizad a qu ase sempre, mas nas fraturas
lares no aco mpanh amento de 2 anos; em geral, sete tiveram ossifi- mais proximais do rádio, uma abordage m dorsa l de Thompson é
cação heterotópica, 14 tive ram alterações artríti cas em radiografias, utilizada. As placas de compressão din âmi ca de contato limitado de
e oito tiveram cirurgia de revisão necessári a. 3,5 mm são as mais comumente utili zadas. Se um fragm ento em asa
de borboleta estiver presente, a fixação com parafu so interfragmen-
tário (co m pa rafu sos de 2,4 ou 2,7 mm ) é utili zada para obter a
FRATURAS DAS DIÁFISES DO redução anatômi ca, seguida por aplicação de um a placa de neutra-
RÁDIO E ULNA li zação. Para fraturas transve rsais ou oblíquas curtas, um a técnica
de placas de compressão é utili zada. Para fraturas da ulna distais ou
A relação entre o rádio e ulna no antebraço é fund amental para a fratur as do rádio proximal, em qu e urna placa de 3,5 mm pode ser
fun ção, especialmente da pronação e supinação. Esta relação é tão muito grande, as placas de 2,7 mm e parafusos de bloqueio podem
fundamental que o antebraço foi chamado de "articulação funcional:' se r utilizados para redu zir o tam anho do implante, forne cendo esta-
As fraturas não consolidadas corretamente podem prejudicar esta bilização rígida.
PARTE XV FRATU RAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
As fraturas expostas com contaminação relativamente minima do tecido mole se a fratura estiver em uma posição encur-
são tratadas com debridamento, irrigação e RAFI imediata. Nas lesões tada por um período de tempo prolongado.
totalmente contaminadas, após o debridamento e a irrigação, uti - • Para fraturas transversais, apl ique uma placa de compres-
liza-se imob ilização ou fixação externa temporár ia, com repetição são de con t ato limitado de 3,5 mm. Se houver um frag -
do debridamen to e irrigação seguida por RAFI em segundo tempo mento em asa de borboleta, estab il ize-o com parafusos
se a aparência dos tecidos for satisfatória. O uso de m icroesferas de interfrag mentários de 2,0 ou 2,4 mm antes da ap licação
PMMA impregnadas de antibiótico é considerado para fraturas da placa (Figs . 57 -84 e 57-85)
totalmente contaminadas. Se os tecidos moles impedirem o uso de •Para fraturas ob líquas, reduza a fratu ra e est abi lize-a com
fixação interna, as hastes intramedul ares são utilizadas para mini- um pa raf uso interfragmentá ri o de 2,0, 2,4 ou 2, 7 mm,
mi zar a zona de lesão e exposição dos implantes metálicos. segu ido po r uma placa de compressão de contato li mi-
tado de 3,5 mm.
HASTE INTRAMEDULAR PARA AS • Para fraturas extensivamente cominuídas, utilize uma placa
em ponte no compri mento apropriado. Se a extensão da
FRATURAS DO ANTEBRAÇO
placa fo r maior que 6 ou 7 orif ícios, mo ldar o contorno
Historicamente, as hastes intramedu lares para as fraturas do latera l da placa va i ajudar a aj ustar ao arco rad ial.
antebraço t iveram resu ltados ru ins com os disposit ivos como •Após a f ixação da fratura radial, a abordagem da ulna
fi os de Kirschne r e hastes de Ru sh. O pino Sage abordou a através do interva lo entre o fl exor ulnar do carpo e do
questão do arco radia l, possibil itando melhores resu ltados extensor ulnar do ca rpo (Fig. 57-83 0 , E). As estratég ias das
f uncionais e uma diminu ição da taxa de pseudoartrose. O placas utilizadas pa ra o rád io são aplicáveis para a fratu ra
pino ForeS ight (Smith e Nephew, Memphis, TN), uma hast e ulnar. Nós t entamos evitar a colocação ulnar direta da placa
bloq ueada que pode ser moldada para recriar o arco rad ial, por causa da irritação do implante proem inente.
teve resultados satisfatórios em muitos estudos. Apesa r dos •O aspecto volar ou dista l da ulna é escolhido para dissec-
result ados satisfatórios com hastes intramedula res moder- ção com intu ito de ser menos t raumático. Tome cuidado
nas, os resulta dos da redução aberta e f ixação com placa pa ra preservar o peri ósteo.
permanecem superi ores. Reservamos o uso de hastes intra- •Após a estabilização do rádio e da ulna, confirme a redução
medu lares pa ra lesões em que o envelope de tecidos moles adequada e a fixação com fluoroscopia (Fig. 57-86).
é tão t raumatizado, que a aplicação segu ra da placa não é • Feche as fe ri das no modo padrão.
possível. Os ri scos de amplitude de movimento diminuída e
taxas reduz idas da un ião são compensa dos pelo risco de Veja também o Vídeo 57-2.
salvamento do membro. Muitas vezes, uma haste intrame-
dular pode ser utilizada pa ra um osso (em gera l, a ul na) com
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Em gera l, apenas um
fixação com placa na outra (em geral, o rádio) para limitar curativo macio é necessário. A imobi lização é util izada se
a art icu lação do cotovelo ou punho estiver envolvida ou
as complicações dos tecidos moles. Também utilizamos esta
t écn ica pa ra frat uras segmenta res da ulna. se a estab il idade da f ixação fo r questionável. Os exercícios
de amplitude de movimento são iniciados em 3 a 7 dias
após a ci rurg ia; o trabalho pesado é evitado até que a
REDUÇÃO ABERTA E FIXAÇÃO consol idação da frat ura seja evidente.
INTERNA DE AMBAS AS FRATURAS
DO OSSO DO ANTEBRAÇO
FRATURAS DQ TERÇO DISTAL D9 RÁDIO
TÉCNICA COM LUXAÇAO DA ARTICULAÇAO _
RADIOULNAR DISTAL (FRATURA-LUXAÇAO
•Após a ava liação das radiografias, planeje a sequência de
DE GALEAZZI)
f ixação
Se a red ução anatômica for possível, comece com a f ixação
do rád io. A combinação da fratura do terço distal ou médio da diáfise do rádio
Se ambas as fraturas forem extensivamente cominuti vas, e da luxação da artic ulação radioulnar distal foi chamada de "a
comece com a fixação do rádio . fratura da necessidade" por Campbell.
Se o rád io fo r com inuído e a fratu ra ulnar for mais simp les, Semelhante à fratura-luxação de Monteggia, fratura-luxação de
red uza e estabi lize a primeira ulna. Galeazzi muitas vezes passa despercebida. As frat uras isoladas da
•Para a maioria das fraturas, faça uma abordagem de Henry diáfise do rádio são raras; mais freq uentemente, há algum envolvi-
valar para o rád io dista l (Fig. 57-83A) Caso uma fratura mento da articulação rad ioulnar distal. A luxação da articulação
requeira fixação proxima l à tuberosidade do bíceps, faça radioul nar distal no momento da lesão deve ser suspeitado com uma
uma abordagem dorsa l de Thompson (Técnica 1-102) fratura desviada do terço distal da diáfise do rádio. Os achados radio-
• Preserve o periósteo juntamente com os segmentos pro- gráficos que sugerem urna lesão na articulação radioulnar d istal
xima l e distal (Fig. 57-838, C) incluem (1) fratura na base do estiloide ulnar, (2) alargamento da
• Desbride as bordas da fratura (hematoma e detritos). articulação radioul nar dista l na incidência anteroposterior, (3) deslo-
•Avalie a necessidade para ganhar comprimento no foco de camento da ulna relativo ao rádio em uma radiografia lateral verda-
fratura; as opções para obter o comprimento incluem para- deira do punho, e (4) mais de 5 mm de encurtamento do rádio relativo
lisia química, distração utilizando um parafuso na diáfise do à ul na em comparação com o punho contralateral. Os deslocamentos
rádio e um afastador de lâm ina (spreader), e as liberações da fratura de Galeazzi foram classificados com base na direção do
deslocamento radial (Fig. 57-87).
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO fl!l!m
radial do carpo
B Pronador redondo
ulnar
do carpo
D
O@ilj@ Lil!I Redução aberta e fi xação interna das fraturas dos ossos do antebraço. A, Abordagem volar. B e C, Dissecção profunda .
D e E, Abordagem à ulna. VEJA A TÉCNICA 57-12.
O tratamento com redução fechada e imobilização com gesso Kirschner (quatro córtices para possibilitar a remoção em caso de
tem alta taxa de resultados insatisfatórios. A redução aberta da quebra) com o antebraço em supin ação (Fig. 57-90). Os fios de
fratura da diálise do rádio através de uma abordagem anterior de Kirschner são removidos após 6 semanas, e a rotação do antebraço
Henry (Cap. 1) e fixação interna com uma placa de compressão ativa é iniciada. Alternativamente, o processo estiloide da uln a pode
din âmica AO de 3,5 mm é o tratamento de escolha em adultos (Figs. ser fixado ou o complexo da fibrocartilagem triangular pode ser
57-88 e 57-89). A fixação anatômica rígida da fratura da diálise do reparado (Fig. 57-91). A fratura da diálise do rádio geralmente é
rádio geralmente reduz a luxação da articulação radioulnar distal. muito distal para possibilitar a fixação com um dispositivo intrame-
O antebraço deve, em seguida, ser imobilizado na posição de maior dular. Uma articulação rad ioulnar distal irredutível geralmente
estabilidade, geralmente em supinação, por 6 semanas, embora os indica a interposição de tecidos moles e requer tratamento aberto.
trabalhos recentes indiquem que a imobilização em posição neutra Em um acompanhamento de 7 anos de 40 pacientes com instabili-
por 2 semanas é muito efetiva. Se esta articulação ainda estiver dade da articulação radioulnar dista l após a fixação da fratura da
instável, ela deve ser temporariamente fixada com dois fios de diálise do rádio, Korompilias et ai. descobriram que a instabilidade
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
O@ii;fum l Fratura dos ossos do antebraço. VEJA A TÉCNICA 0!dlJ;f4ml?!I Redução e colocação da placa confirm ada na
57-12 . f luoroscop ia. VEJA A TÉCNICA 57-12.
com plicam é a distribuição bimoda l dos pacientes é: o qu e torna A qualidade do osso tamb ém é uma va ri ável de confusão pre-
jove ns e idosos tão dife rentes? Múltiplos trabalhos recentes sente na tentativa de determinar o melhor tratamento para um
indicam que os pacientes mais velhos de baixa dem anda tende m a paciente pa rticular. A qualidade do osso está diretamente relacio-
tol erar a in co ngru ência, defo rmid ade e a co nsolidação viciosa; no nada com a capacidade de obter e manter a redução. Em pacientes
entanto, Madh ok et al. obse rvaram que, em pacientes idosos tra - co m má qu alidade óssea, o trauma de baixa energia pode produzir
tados não cirurgicamente, 26% rela taram comprometim en to fun - desvio signi ficativo e cominuição. Ketter et ai. sugeriram que a
cional. Essencialm ente, sabem os qu e os pac ientes idosos vão osteoporose deve ser incluída em sistemas de classificação para fr a-
tolera r m aior desvio (e tratamento fec hado) que os pacientes mais turas do rádi o distal.
jove ns, m as alguns ainda têm res ultados ruins. Ain da não se sabe Urn a co nstante na literatura recente é que determinada téc nica
qu ais pac ientes se beneficiariam da restauração anatômica cirú r- específica não é tão importan te como a obtenção da redução anatô-
gica. Os pacientes de alta dem anda representam ap enas um a mi ca. Tanto os res ultados clínicos co mo estudos biornecânicos
pequ ena porcentage m na maioria das séries e, emb ora faça bem demonstram que a manutenção da inclinação palmar (em geral, 11
para a m aiori a dos pacientes, a res tauração da anatomia do rádio graus), da va ri ação uln ar (e m geral, -2 mm) e da altu ra radial (em
dista l é impor tante para minimizar as co mplicações de artrose e geral, 12 mm ) é o fa tor mais importante em obter bons resultado s.
co mprom etimento funcion al nestes pacientes. Inúmeras técnicas estão disponíveis (p. ex., redução fechada e pino
PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
Fratura de
Galeazzi
Reduzida, 1rredutível
estável
Estabi lização da
ARUD com fio K da
uln a para o rádio
h[dl!;f4l:JID Algoritmo de tratamento para fra-
Tala de proteção Imobilização em supinação com turas de Galeazzi em adultos. RAFI, Redução aberta
com movimentação gesso acima do cotovelo por e f ixação interna; ARUD, articulação radioulnar distal;
precoce 4 a 6 semanas CFCT, complexo da fibrocartilagem triangular.
k
1;
(;
I
I
Banda de
A B e
O@mfümJI Redução aberta e fi xação interna da fratura do
esti loi de ulnar com parafuso interfragmentário (A}, fios (B}, e
técnica de banda de tensão (C). (Adaptado de Katolik LI , Trumble T:
Dista l radiouln ar joint dysfunction, J Am Soe Surg Hand 5:8, 2005. )
OPÇÕES DE TRATAMENTO
• TRATAMENTO FECHADO
As fraturas es táveis podem se r tratadas com sucesso com redução
fechada e imobilização, inicialmente com uma tala seguida por um
gesso, e avaliação radiográfica se manal por 3 semanas. As alterações
significativas no comprimento radial, inclinação palmar ou inclina-
ção rad ial devem ser levadas em consideração para o tratamento
ci rúrgico. Em pacientes com múltiplas comorbidades e de baixa
demand a, o tratamento fechado muitas vezes é apropriado mesmo
com fatores indicativos para o tratamento cirúrgico na maioria do s
pacientes ativos. Em um estudo prospectivo randomizado compa-
rando o tratamento não cirúrgico com a fixação com placa valar
bloqueada em 73 pacientes com idade de 65 anos ou mais, Arara et
ai. não encontraram diferenças na amplitude do movimento ou níve l
de dor com 1 ano de seguimento; embora a força de preensão tenha
sido melhor naqueles tratados cirurgicamente, a reconstrução ana-
tômica não melhorou a capacidade dos pacientes de reali za r ativi-
dades da vida diária. Ego! et ai. também verificaram que pequenas
limitações na amplitude de movimento do punho e força de preen-
são diminuída após o tratamento não cirúrgico não limitam a recu-
peração funcional em 90 pacientes com mais de 65 anos de idade.
Os achados destes estudos foram sem elhantes daqueles de Diaz-
Garci a et ai., cuja revisão sistem ática sugeriu qu e, apesar dos piores
resultados radiográficos após o tratamento com gesso, os resultados
funci onais não são diferentes daqueles pacientes tratados cirurgica-
O@ii;MBD A e B, Fratura-luxação de Galeazzi. e e D, Fixação mente com 60 anos ou mais.
do rádio com a placa de compressão dinâmica; fix ação da artic u-
lação radioulnar distal com dois fios de Kirschner paralelos. 1 FIXAÇÃO PERCUTÂNEA
A fixação percutânea após a redu ção fec hada é útil para fraturas do
rádio distal com instabilidade metafisária ou desvio intra-articular
mais simples. Uma redu ção anatôm ica deve ser obtida em primeiro
características iniciais da lesão, alinhamento após a red ução, idade lugar e, então, a estabilidade é fornecida pelos fios de Kirschner. Em
do paciente, qualidade do osso, exigência do paciente e resultado espe- geral, os primeiros fio s são colocados a partir do processo estiloide
rado. Se o tratamento fechado for escoUlido para LUna fratura com esta- do rádi o, cruzando para a metáfise e diáfise radial medial. Em geral,
bilidade questionável, o monitoramento é aconselliável. É importante utilizam os pelo menos dois fios e confirmamos a redução ad equada
lllll!!D PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
lij@ii;f!jEfl!I Redução fechada e fixação percutânea das fraturas do rádio distal. A, Redução da fratura. Tração pelos dedos possi-
bilita a desimpactação da fratura, seguida por pressão aplicada com o polegar sobre o fragmento distal. B, Incisão longitudinal. C, Pino
percutâneo confirmado fluoroscopicamente. D, Configuração do pino cruzada. (De Wolfe SW: Distal radius fractures. ln Wolfe SW, Hotchkiss
RN, Pederson WC, Kozin SH, editors: Green's operative hand surgery, ed 6. Philadelphia, 201 1, El sevier.) VEJA AS TÉCNICAS 57-13 E 57-14.
•Avalie a redução fluoroscopicamente; se adequada, pros- •Coloque um fio de Kirschner de 1,6 mm percutanea-
siga com a fixação percutânea. Se a redução não for mente 90 graus ortogonalmente a estes fios, começando
anatômica, se houver grave cominuição, técnicas alterna- na borda dorsal do rádio distal imediatamente distal ao
tivas como RAFI podem ser indicadas. tubérculo de Lister. Confirme o ponto de início correto
•Faça uma incisão de 1,5 cm longitudinalmente, come- com fluoroscopia, e oriente o fio em uma direção proxi-
çando no processo estiloide do rádio e prosseguindo dis- mal e volarmente cruzando o local da fratura e fixando-o
talmente (Fig. 57-92B). na cortical valar do rádi o proximal à fratura (Fig. 57-92C).
• Identifique os ramos do nervo radial superficial , mobilize-os •Se houver cominuição dorsal, um segundo fio dorsal pode
com dissecção romba e retra ia-os. ser colocado na extremidade dorsal do rádio distal ou
•Identifique o primeiro compartimento do extensor, e utilizando-o como um fio intrafocal. Se houver cominuição
coloque dois fios de Kirschner de 1,6 mm (0,062 polega- radia l e na pré-redução da fratura ocorrer translação rad ial
das) sequencialmente do processo estiloide do rádio cru- do fragmento distal, um f io de estabilização ad icional pode
zando o local da fratura fixando-os na cortical ulnar do ser colocado no aspecto radial da fratura e fixado na cor-
rádio proximal ao traço da fratura. Coloque estes fios tical ulnar proximal do rádio. Uma configuração de f ios
dorsalmente ou volarmente ao primeiro compartim ento cruzados, em que os f ios são colocados a partir da cortica l
do extensor, dependendo do padrão da fratura e varia- distal ulnar radial e passados fixando na cortical intacta
ções anatômicas. radialmente, tam bém pode ser útil (Fig . 57-920) )
lllm> PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕ ES EM ADULTOS
o@•i;Mml A, Do is meio-p inos de 3 mm introduz idos na base do segu ndo metacarpo e do is no rádio distal. BR, braqu iorradial;
ERCC, exte nsor radi al curt o do carpo; ERLC, extensor rad ial longo do carpo. B, Barra de co nexão ún ica para fixação externa da fratura
do rád io dista l (De Wolfe SW: Distal radius fractures. ln Wo lfe SW, Hotchkiss RN, Pederson WC, Kozin SH, editors: Green's operative hand surgery,
ed 6. Philadelphia, 2011, Elsevier.) VEJA A TÉCNICA 57-14.
H@ll;hJm l Fixação com fios de Kirschner percutâneos com f ixação externa complementar.
excelentes. Apesar do número de relatórios de uso bem-suced ido, a • Faça uma incisão de 4 cm na pele, 8 a 1O cm proximal à
fixação externa não se tornou uma técnica utilizada frequentemente articu lação do punho e imediatam ente dorsal à linha média.
para a fixação da fratura radial distal. •Com dissecção romba, expon ha os ramos superficiais do
Há uma variedade de dispositivos de fixação externa transarticu- nervo cutâneo latera l do antebraço e o nervo sensorial
lar e não transarticular disponíveis, e as técnicas de aplicação diferem rad ial, este último perfura a f áscia no meio do antebraço
ligeiramente de acordo com o dispositivo específico escolhido. entre o braquiorradial e exte nsor radial longo do carpo
(Fig . 57-93A)
•Insira dois pinos de 3 mm, 1,5 cm de distância, através
FIXAÇÃO EXTER,NA DA de um protetor de tecidos moles entre os exte nsores do
FRATURA DO RADIO DISTAL punho em um ângulo dorsa l de 30 graus para o plano
frontal do antebraço (Fig. 57-93B). Os pinos devem per-
. TÉCNICA furar o córtex medial do rád io. Conf irme a posição do
pino e o comprimento com fluoroscopia.
FIXAÇÃO EXTERNA TRANSARTICULAR • Irrigue e feche ambas as incisões com suturas de náilon 4-0.
• Com o uso do bloqueio do plexo braquial ou anestesia •Aplique a estrutu ra de fixação externa selecio nada de
ge ral, prepare e este nda a extremidade superior e acordo com as instru ções do fabricante. Para fraturas rela-
ap lique um garrote no braço . Redu za a fratura manu al- t ivamente estáveis e ao uti lizar os fios de Kirschner como
mente ou com o auxílio de dispositivo de tração (Fig. adjuvante da fi xação, uma estrutu ra simples com uma barra
57-92 A) única geralmente é suficiente (Fig . 57-94); fi xa dores mais
•Fa ça uma incisão de 2 a 3 cm sobre o aspecto dorsorradia l complexos permitem translação palmar do carpo indepen-
da base do segundo metacarpo, e utilize a dissecção dentemente para ajustar a inclinação valar do rádio.
romba com tesoura para expor o metacarpo. Tome
cuidado para preservar e afastar os ramos do nervo se n- FIXAÇÃO EXTERNA NÃO TRANSARTICULAR
sorial radial dorsal. •Se a fixação externa não transarticular for escolhida para
•C oloque um protetor de partes moles no metacarpo, e uma fratura minimamente cominutiva extra-articular
insira meio-pino de 3 mm em um ângulo dorsa l de 30 a ou arti cular sim ples em um paci ente com bom estoq ue
45 graus ao plano frontal da mão e antebra ço. Confir me ósseo, insira os pinos proxima is confo rm e descrito ante-
a posição do pino e o comprimento com flu oroscopia. riormente. )
@}:pt) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
•Insira os pinos distais no fragmento dista l. Coloque um dorsal, e novas placas de perfil baixo podem diminuir as complica-
) ções. Em certas situações, tais como fraturas die-punch dorsais ou
pino no lado radia l através de uma pequena incisão dorsa l
radia l entre os extensores do punho na metade radial do fraturas com fragmentos dorsais da faceta do semilunar desviados,
fragmento distal. Direcione o pino de dorsal para palmar, uma abordagem dorsal com uma placa de perfil baixo específica para
para lelo à superfície articular ao plano sagita l. o fragmento parece funcionar bem. Neste momento, a maior parte das
• Insira um segundo pino no aspecto ulnar do fragmento placas dorsais é utilizada para fixação de um fragmento específico,
distal através da incisão limitada entre o quarto e quinto muitas vezes em conjunção com outras formas de fixação.
compartimento extensor. Também oriente este pino dorso
palmarmente, mas direcione-o um pouco de modo oblíquo 1 PLACA VOLAR
para fixá -lo na cortical ulnar palmar do fragmento distal. A popularidade da utilização da placa radia l distal volar bloqueada
•Utilize os pinos distais como joysticks para reduzir a fratura continua a levar ao desenvolvimento de novos dispositivos. Capo et
e restaurar a inclinação volar. al. demonstraram a superioridade biomecânica da placa volar sobre
•Monte os pinos com clampes e hastes separadas para a placa dorsal e fixação em dupla coluna, e vários estudos clínicos
criar uma estrutura triangular. relataram melhores resultados funcionais com placa va lar do que
com placa dorsal ou fixação externa e pino percutâneo; no entanto,
ADJUVANTES DA FIXAÇÃO EXTERNA a taxa de complicação de aproximadamente 15% também foi rela-
• Para todas as fraturas extra-articulares minimamente comi - tada com placa volar, principalmente problemas como rupturas ten-
nutivas, o uso de fixação complementar à fixação externa é díneas e tenossinovite pelos parafusos proeminentes. A penetração
recomendado para fornecer suporte adicional para os frag- do parafuso da articulação radiocarpal ocorreu em 11 de 40 pacien-
mentos individuais da fratura e aumentar a estabilidade. tes descrita por Knight et ai. Uma placa valar de baixo perfil não
•Para fraturas instáveis sem fragmentos articula res afun- produziu rupturas tendíneas em 95 pacientes relatados por Soong
dados, introduza os fios de Kirschner de 1,4 ou 1,6 mm et al. A colocação da placa volar precisa na área metafisária do rádio
nos fragmentos da fratura; uma configuração cruzada distal pode diminuir os problemas de irritação do tendão flexor e
pode ser uti lizada para aumentar a estabilidade (Fig. eventual ruptura (Fig. 57-96).
57-95A e B). Introduza um ou dois fios no fragmento do
processo estiloide do rádio e um através do fragmento
ulnar dorsal com direção à diáfise do rádio, para produzir FIXAÇÃO COM VOLAR DA
a máxima estabi lidade. Os fios devem perfurar a cortical FRATURA DO RADIO DISTAL
ulnar do rád io, mas não penetrar na diáfise da ulna.
•Corte os fios 1 cm externamente à margem da pele e TÉCNICA
dobre-os em um ângulo agudo.
•Ap li que o fixado r externo de acordo com as instruções (CH UNG)
do fabricante (Fig. 57-95C e D). Alguns fixadores contêm
componentes para acomodar os fios de Kirschner. •Faça uma incisão de 8 cm sobre o antebraço entre a
artéria radia l e o flexor radia l do carpo. A extensão da
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO O punho permanece imo- incisão dista lmente na dobra do punho em um formato
bilizado em uma posição supinada com uma tala em U em V pode fornecer maior exposição da fratura e ajudar
por 1O dias até que a dor e o edema tenham diminuído. a evitar a contratura da cicatriz. A incisão distal não
Isso promove a estabil idade da articulação rad iou lnar precisa cruzar para a região pa lmar (Fig. 57-97 A* ).
dista l e facil ita a recuperação da supinação comp leta . A • Realize a incisão ao longo da bainha do flexor radial do carpo
estrutura do fixador externo geralmente é removida em (Fig. 57-97B* ). Abra a bainha e faça a incisão da fáscia
6 semanas; quaisquer pinos complementares são manti- profunda do antebraço para expor o flexor longo do polegar.
dos no local por 8 semanas. O movimento dos dedos •Coloque um dedo ind icador na ferida e faça a liberação
ativo e passivo é iniciado assim que o efeito da anestesia do flexor longo do polegar e desloque-o ulnarmente.
desaparece, e é estimu lado durante todo o tempo que a Solte parcia lmente o músculo flexor longo do polega r do
estrutura estiver no local. A supinação e a pronação do rádio para obter exposição completa do pronador qua-
antebraço são iniciadas no primeiro retorno pós-operató- drado (Fig. 57-97C* ).
rio. A terapia ocupaciona l supervisionada é recomendada • Faça uma incisão em formato de L sobre o estiloide radial
para pacientes relutantes ou incapazes de mobilizar os e ao longo da borda radial do rádio para expor o pronador
seus dedos e antebraço de forma independente. quadrado, e utilize um elevador Freer para elevá-lo a partir
do rádio (Fig. 57-970* ). Toda a linha da fratura através
do rádio distal agora é totalmente exposta (Fig. 57-97E* ).
• Insira um elevador Freer ou pequeno osteótomo na linha
• REDUÇÃO ABERTA E FIXAÇÃO COM PLACA
da fratura para servir como uma alavanca para reduzir a
1 PLACA DORSAL fratura. Insira o elevador ou osteótomo através da linha
da fratura em todo o caminho para o córtex dorsal para
A maioria das fraturas do rádio distal resu lta em uma angulação com possibi litar a desimpactação e a redução do fragmento
ápice volar e cominuição da cortical dorsal. A primeira geração de distal. Ap lique a pressão do dedo para o córtex dorsal
placas dorsais foi uma solução lógica, mas havia muitas complicações para reduzir os fragmentos dorsais.
secundárias como alterações funcionais e ruptura tendíneas, o que
levou a uma mudança com o uso de placas volares após o desenvol-
vimento de parafusos de ângulo fixo. Ainda há um papel para placa *Disponível, em inglês, em www.expertconsult.com.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
O@il;M ela A e B, Fratura do rádio distal fixada com fios de Kirschner cruzados e fixador externo (C e D). (De Wo lfe SW: Distal
radius fractures. ln Wolfe SW, Hotchkiss RN, Ped erson WC, Kozin SH, ed itors: Green's operative hand surgery, ed 6. Phi ladelphia, 2011, Elsevier.)
VEJA A TÉCNICA 57-14.
•Com a fratura deslocada do estiloide radial, o braquior- •Faça a desim pactação e red uza a fratura através da liga-
radial pode evitar a redu ção, puxando o estilo id e radial. mentotax ia com a tração dos dedos por um assiste nte.
Para aliviar a força de deformação, o braqui orradi al pode Após a redução bem-sucedida da fratura, posicione a placa
ser transacionado ou separado do rádio distal. volar sob orientação fluoroscóp ica e insira um parafuso no
•Se necessá rio, utilize um fio de Kirschn er para reduzir orif íci o deslizante para possibilitar o ajuste do posiciona-
temporariamente o fragm ento distal em relação ao frag- mento proximal-distal da placa (Fig. 57-97F*). Utilize uma
mento proxima l. Isso geralmente não é necessário, visto broca de 2,5 mm para perfurar no centro do orifício des-
que a tração dista l deve manter a redu ção, enquanto a liza nte, e insira um parafuso autoperfurante de 3,5 mm. )
placa volar é colocada.
*Disponível, em inglês, em www.expertconsult.com.
@}:@t PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕES EM ADULTOS
•Confirme a colocação adequada da placa valar com flu- •Suture o pronador quadrado com suturas absorvíveis.
)
oroscopia. Se necessário, mude a placa de modo proximal Observe que o pronador não será capaz de cobrir toda a
ou distal mente para fornecer a melhor colocação para os placa; a porção distal deve ser coberta quando possível
parafusos distais. para reduzir o contato tendão flexor-placa. Para melhor
•Utilize uma broca de 2,0 mm para perfurar os orifícios resu ltado, o pronador quadrado pode ser sutu rado para
distais. Meça os orifícios para o comprimento adequado dos a borda do braquiorrad ial (F ig . 57-97 1*).
parafusos e insira os parafusos de bloqueio. Utilize um para- •Se o processo estil oide ulnar for fraturado e desviado, e
fuso que seja 2 mm menor que o comprimento medido, a a articulação radiou lnar distal estiver instável, fixe o esti -
f im de evitar que um parafuso distal proeminente perfure loide com um ou dois fios de Kirschner percutâneos (Fig .
a cortica l dorsal; em geral, parafusos de 20 a 22 mm são 57-98). Uma abordagem valar pode ser úti l para obter a
ideais, exceto para parafusos direcionados ao estiloide redução do processo esti loide ulnar. Fragmentos menores
radial, que são significativamente menores. Os parafusos geralmente não precisam de tratamento; no entanto, se a
podem obter melhor osso dorsalmente; no entanto, pinos articu lação radiouln ar distal estiver instável após a fi xação
podem ser suficientes quando a qualidade do osso é ruim. da fratura radial, os fragmentos do esti loide podem ser
•Uma vez que o primeiro parafuso é inserido, a tração ressecados e o complexo da fibrocartilagem triangular deve
distal nos dedos pode ser liberada, visto que a fratura ser fixado na base do estiloide ulnar com sutura não absor-
geralmente é reduzida e fixada de forma apropriada (Fig. vível através de orifícios transósseos.
57-97G* ). •Feche a ferida em camadas e ap li que a tala.
•Por causa do projeto de ângulo fixo, os parafusos podem
perfurar a articu lação radiocarpal se a placa for colocada CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Em 1 semana, as suturas
mu ito distalmente. Obtenha as incidências tangenciais são removidas e o movimento ativo do punho é ini ciado
fluoroscópicas para o osso subcondral em ambos os quando há confiança na estabilidade da fratura. Uma
planos sagital e coronal, a fim de avaliar a penetração tala Orthoplast remo vível é utilizada por 6 semanas.
intra-articular. Ajuste a placa ou os parafusos, ou ambos, A maioria dos pacientes recebe um programa de trata-
como indicado. mento domiciliar, mas os pacientes idosos podem preci-
•Após a colocação dos parafusos distais, coloque os para- sar de tratamento domiciliar supervisionado 2 vezes por
fusos proximais remanescentes (Fig. 57-97H * ). semana.
..
posto. Ruch et ai. relataram resultados bons a excelentes em •Eleve a fossa do semilunar através da incisão sobre o
90% de 22 pacientes utilizando esta técn ica . tubérculo de Lister.
•Insi ra um parafuso de 3,5 mm através da placa e sob a
TÉCNICA fossa sem ilunar elevada para servir como suporte .
•Fragmentos da superfície articu lar podem ser estab iliza-
(BURKE E SINGER COMO MODIFICADO POR RUCH ET AL.) dos utilizando fios de Kirschner.
•Coloque enxerto ósseo nos defeitos através da incisão
• Faça uma incisão long itudina l de 4 cm sobre o aspecto média utilizando autoenxerto, aloenxerto ou substituto
dorsal da diáfise do metacarpo do terceiro dedo. Exponha de enxerto ósseo.
o osso afastando os tendões extensores dos dedos. • Avalie a estabilidade da articulação radiou lnar distal. Se
•Faça uma segunda incisão dorsal de 4 cm pelo menos for instável, imobilize o punho com uma ta la em U.
4 cm proximal da fratura cominutiva do rádio, e exponha
o osso. CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Os exercícios com os
•Faça uma terceira incisão dorsal de 2 cm sobre o tubér- dedos e outras articulações da extremidade superior são
culo Lister, expondo o tendão do extensor longo do iniciados imediatamente. Se a tala tiver sido aplicada, ela
polegar. deve ser removida em 3 semanas. Os fios percu tâneos de
•Passe uma placa de 3,5 mm com 12 a 16 orifícios, a partir Kirschner devem ser removidos em 6 semanas. As ativi -
da incisão distal em uma direção proximal utiliza ndo o plano dades da vida diária são perm itidas, mas a elevação deve
entre os tendões extensores (quarto compartimento dorsal) se r restrita a 2,5 kg. Ao obter a un ião, a placa de distração
e a cápsula articu lar e periósteo. Mobilize os tendões exten- é removida e os exercícios pa ra ganho de ampl itude de
sores, se necessário. movimento são iniciados.
PARTE XV FRATURAS E LUXAÇÕ ES EM AD ULTOS
O@ii;M HJ*Mi·],\# D e E, Redução e colocação dos f ios de Kirsch ner para f ixação provisória. F e G, Ap licação da pl aca . H e 1, Pl aca
no loca l após a remoção dos f ios de Kirschne r.
CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
Coluna radial
/ Parede dorsal
Intra-articu lar /
radial fractures with metap hyseal and diaphyseal comm inution, J Bone O@i@iEflI!I!) Elementos da fratura do rádio distal.
Joint Surg 87A:945, 2005.) VEJA A TÉCNICA 57-16.
Envergamento
O!ijiiltjlm:I!!) Placa-pino rad ial possibilita que fios de Kirschner Ht§il@mr!D Placa-pino ulnar. Aplicação da placa-pino ulnar
transest il o ides façam f ixação com do is pontos, melhorando a esta- para estab ili zação do fragmento por divisão ulnar dorsal. Com
bil idade. A placa adiciona apoio para a coluna radia l e ajuda a res istir uma mode lagem adeq uada, a p laca pode fec har lacu nas no plano
ao torque dorsal incidente na fratura da coluna rad ial. (Redese- sagital.
nhado por Dr. R. Medoff.)
A e
h[rill;!ijmr!D A, Grampo para fragmento pequeno. O fragmento da parede cortical dorsal foi estabi lizado pelo grampo para frag-
mento pequeno que fornece aperto do tipo pinçamento com o implante de f io extraósseo e endosteal. B, Pino de suporte. Os fragmentos
intra-articulares são estabi lizados ao ser efetuada a reconstrução cort ica l periférica em torno do fragmento, além de adicionar apoio
endosteal, como mostrado aqui . C, O uso do grampo para fragmento pequeno/pino de apo io comb ina as funções desses dois imp lantes
em um mesmo dispositivo, para fornecer estabi li zação simu ltânea do fragmento da parede dorsal e componente intra-articular.
li
foram identificadas em 23%; a freq uência das complicações dimi-
nuiu com o aumento da experiência do cirurg ião. A revisão siste-
mática da literatura das fraturas instáveis do rád io distal em pacientes
idosos (60 anos ou mais) identificou a ruptura ou a aderência do
INCIDÊNCIA Nº DE
COMPLICAÇÃO (%) ESTUDOS * tendão flexor longo do polegar, extensor longo do polegar, ou
Artrite/artrose ambos, como a complicação mais comum que exige cirurgia após
7% a 65% 4
a placa valar bloq ueada. Em urn a comparação com pacientes mais
Perda de movimento 0% a 31 % 10
jovens (20 a 40 anos) e mais velhos (60 anos ou mais) tratados com
Complicações relacionadas 1,4% a 26% 14 placa va lar de bloqueio, Chung não encontro u aumento nas taxas
com o implante
de complicação em pacientes mais velhos. Hanel et al. relataram
Compressão do nervo/ 0% a 17% 11 16 complicações (12 %) em 144 fraturas tratadas com placa de
Osteomielite
distração do rsal, observando que os pacientes cujas placas foram
Osteomielite 4% a 9% 2 deixadas no local por mais de 16 semanas tiveram uma taxa de
Contratura de Dupuytren 2% a 9% 4 complicação geral de 21 %, em comparação com a taxa de compli-
Dor persistente/síndromes 0,3% a 8% 11 cação de 8,5% naquelas placas que fo ram removidas precocemente.
de dor (SDCR) Rhee et a!. listaram vá rias medidas para evitar as lesões tendíneas,
Tend ão (ruptura, 0% a 5% 3 incluind o a colocação da placa volar proximal a watershed line,
engatilhamento, fechame nto do pronador quadrado sobre uma placa volar, e uso
tenossinovite) de parafusos uni corticais menores ou pinos não ros qu eados nas
União tardia/não uni ão 0,7 % a 4% 4 placas valares. Uma incidência tangencial dorsal do punho é útil
Radioulnar (sinostose, lesão) 0% a 1,3 % 2 para detectar a penetração dos parafusos no córtex dorsal durante
a fixação de uma placa volar.
*Número de estudos dos quais as frequências foram determinadas para
A síndrome compartimentai associada às fraturas do rád io
calcular a incidência.
distal é rara, ocorrendo em aproximadamente 1% dos pacientes,
SDCR, síndrome da dor complexa regional.
(Dados de McKay SC, MacDermid JC, Roth JH, Richards RS : Assessment of principalmente em pacientes mais jovens com lesões de alta energia.
complications of distal radius fractures and development of a complication A sí nd rome de dor complexa regional (SDCR) ocorre mais comu-
checklist, J Hand Surg 26A:916, 2001.) mente em pacientes idosos e naqueles com condi ções psicológicas
ou psiquiátricas, e foi relatada em 8% a 35% dos pacientes com
fraturas do rádio distal. Um estudo randomizado, controlado, mul-
ticêntrico envolvend o 416 pacientes com 427 fraturas do rádio distal
descobriram taxas de complicação geralmente va riando de 6% a 80% determinou que a vitamina C (SOO mg por dia) pode reduzir a
e taxas de artr ite pós-traumática que variaram de 7% a 65% (Tabela prevalência de SDCR, e isso foi listado como tendo "evidência ade-
57-10). Jupiter e Fernandez identificaram a consolidação viciosa quada para apoiar seu uso" nas diretrizes da prática clínica AAOS
com uma deformidade intra-articular ou extra-articular como a recente para fraturas do rádio distal.
complicação mais freq uente. A incidência relatada de consolidação O nervo mediano é o mais freq uentemente lesionado (0% a
viciosa do rádio distal é de aproximadamente 17%,e é mais comum 17%), seguido pelos nervos radial e ulnar, principalmente por causa
após o tratamento não cirúrgico do que o cirúrgico. As deformida- da sua proximidade com a fratura e seu trajeto dentro do túnel do
des mais comuns após a frat ura do rádio distal extra-articular são carpo. As síndromes do túnel do carpo leves ocorrem em até 20%
encurtamento, rotação do fragmento distal, perda de inclinação dos pacientes, mas a maioria se resolve sem tratamento. A síndrome
valar e perda de inclinação ulnar. As osteotomias e outros procedi- do túnel do carpo aguda que precisa de liberação imediata é mais
mentos cirúrgicos para o tratamento destes problemas após a fratura provável após as fraturas de alta energia e gravemente cominuídas.
radial distal são discutidos no Capítu lo 69. A neuropatia mediana tardia pode estar associada à consolidação
Outras complicações menos frequentemente relatadas incluem viciosa, desvio palmar residual, formação de calo da fratura compri-
pseudoartrose, complicações do implante, ruptura ou aderências mindo o nervo ou imobilização prolongada com o punho em flexão
tendíneas e lesões neurológicas. A pseudoartrose das fraturas do e desvio ulnar. A lesão dos nervos radial e ulnar é menos comum
rádio distal é incomum, ocorrendo em menos de l % dos pacientes, (0% a 10%). É necessário evitar a imobilização com o punho em
e é mais frequente após o tratamento cirúrgico do que o tratamento flexão excessiva (mais de 20 graus) e desvio ulnar, visto que isso
não cirúrgico. Os fatores sugeridos para predispor a não uni ão aumenta a pressão do túnel do carpo.
incluem fraturas expostas cominutivas, infecções, lesões patológi- Independentemente da estratégia de tratamento escolhida para
cas, interposição de partes moles, fi xação inadequada, distração as fra tu ras do rádio distal, as complicações podem ocorrer mesmo
excessiva com um fixador externo e uma fratura concomitante da quando o cuidado apropriado é realizado. A seq uela das complica-
ulna dista l. ções pode ser reduzida por meio de um a intervenção rápida e espe-
As complicações tendíneas são mais freq uentes após a placa cífica do problema.
valar bloqueada quando a placa é colocada muito distal ou distante
da cortical óssea ou quando os parafusos utili zados são muito
grandes, resultando em impacto sobre os tendões fl exores. A colo- REFERÊNCIAS
cação da placa va lar além da watershed line, em que os tendões
fl exores estão mais próximos da cortical óssea e da placa, também ÚMERO PROXIMAL
foi implicada como uma causa de ruptura dos tendões flexores por
abrasão. As rupturas dos tendões flexores foram relatadas em até Anavian ), Conflitti JM , Khanna G, et ai: A reliabl e radiographic measure-
12% dos pacientes com placa volar bloqueada. Em uma série de 96 ment techn iqu e for extra-articular scapular fract ures, Clin Orthop Relat
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CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO f.mllll
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CAPÍTULO 57 FRATURAS DO OMBRO, BRAÇO EANTEBRAÇO
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PÉ 2912 DIÁFISE FEMORAL 2933 Olécra no 2948
FALANGES DOS DEDOS Consolidação Viciosa Terço Proxi mal da Ulna com
DOS PÉS 2912 Femoral em Crianças 2937 Luxação Anterior da Cabeça
METATARSOS 2912 REGIÃO TROCANTÉRICA Radial (Fratura de Monteggia) 2948
TARSOS 2913 DO FÊMUR 2938 Sinostose entre o Rádio e a Ulna 2949
TÁLUS 2913 Osteotomia Subtroca ntérica pa ra DIÁFISE DO RÁDIO E ULNA
Consolidação Viciosa do Coxa Vara e Deform idades EM ADULTOS 2950
Colo do Tálus 20 13 Rotaci onais 2938 Consolidação Viciosa do
Consolidação Viciosa do REGIÃO CERVICOTROCANTÉRICA Antebraço com Instabilidade
Corpo do Tálus 29 14 DO FÊMUR 2939 Articular Radioulnar Distal 2952
CALCÂNEO 291 4 PELVE 2940 Di áfise da Ulna 2953
TORNOZELO 2920 RECONSTRUÇÃO EM TRÊS TEMPOS REGIÃO DISTAL DO RÁDIO 2953
ARTRODESE PARA FRATURAS PARA CONSOLIDAÇÃO VICIOSA AVALIAÇÃO CLÍNICA 2953
CONSOLIDADAS VICIOSAMENTE PÉLVICA 2941 AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA 2954
DO TORNOZELO 2924 CLAVÍCULA 2941 TRATAMENTO OPERATÓRIO 2954
PERNA 2924 CONSOLIDAÇÃO VICIOSA MÉDIO- CONSOLIDAÇÃO VICIOSA COM
DIÁFISE DA TÍBIA E FÍBULA 2924 DIAFISÁRIA DA CLAVÍCULA 2942 ANGULAÇÃO DORSAL
CÔNDILOS DA TÍBIA 2930 ÚMERO 2943 EXTRA-ARTICULAR 2956
Fratu ras Invertidas em Y dos AVALIAÇÃO 2944 Osteotomia e Enxertia do Rádio 2956
Côndilos Tibiais 2932 TRATAMENTO 2945 CONSOLICAÇÃO VICIOSA
Fratura da Eminência lntercondi lar COLO ANATÔMICO 2947 COM ANGULAÇÃO VOLAR
da Tíbia 2932 COLO CIRÚRGICO 2947 EXTRA-ARTICULAR 2958
PATELA 2932 TERÇO PROXIMAL 2947 CONSOLIDAÇÕES VICIOSAS
FÊMUR E QUADRIL 2932 TERÇO MÉDIO 2947 INTRA-ARTICULARES 2962
CÔNDILOS DO FÊMUR 2932 REGIÃO DISTAL DO ÚMERO 2947 Procedimentos de Salvamento 2963
Côndilo Femoral Latera l 2932 ANTEBRAÇO 2947 INCONGRUÊNCIA DA
Côndilo Femoral Medial 2933 TERÇO PROXIMAL DO RÁDIO E ARTICULAÇÃO RADIOULNAR
Ambos os Côndilos Femorais 2933 DA ULNA 2947 DISTAL E ARTROSE 2964
SUPRACONDILIANA Cabeça Radi al 2947 CARPO 2967
DO FÊMUR 2933 Colo Radi al 2948 MÃO 2967
Uma fratura co nsolidada viciosamente aprese nta a co nsolidação dos consolidação. A maiori a das consolidações viciosas poderia ser
fragmentos em uma posição não anatômica. Independentemente de evitada po r meio do tratamento hábil das fratu ras recentes; contudo,
a defo rmidade ser, ou não, desagrad ável à vista, ela pode prej udicar às vezes elas ocorrem, apesar do tratamento do especialista. É
a fun ção de várias maneiras: (1) urn a superfície articul ar anorma l comum a ocorrência de consolidação viciosa em pacientes politrau-
pode causar a transferência irregul ar de peso e artrite da art iculação, rn atizados nos quais se priorizo u as lesões que ameaçavam a vida.
principalmente nos membros inferi ores; (2 ) rotação ou angul ação Especialmente em pacientes com trauma craniano, a negligência da
dos frag mentos pode interferir no equi líbrio ou na marcha adequada redução das fraturas pode resultar em deform idades e limitação da
nas extremidades inferiores ou no posicionamento das extremida- capacidade fu ncional quando o pac iente se recupera.
des sup eri ores; (3) excesso de fr agmentos ou perd a óssea podem Ao tratar as co nsolidações viciosas os segui ntes fatos devem
resultar em encurtamento pe rceptível; e (4) os movimentos das arti- ser considerados. Das quatro característi cas qu e determinam a ace i-
culações vizinhas podem ser bloqueados. As consolidações viciosas, tabilidade de redu ção da fratura, a primeira em importância é o
por definição estrita, em geral, são a reg ra no tratamento fechado de alinhamento; a segu nda é a rotação; a terceira é a restauração de
fra tu ras; no entanto, elas são, fre qu entemente, compatíve is com a comprimento normal e a quarta e menos importante, a posição real
fun ção. Uma fratura viciosamente consolidada tem importância dos frag mentos. Uma leve deformidade pode ser seriamente inca-
cirúrgica apenas quando há comprom etimento da função. pacitan te quando a co nsolidação viciosa envolve uma articulação ou
As consolidações viciosas costumam ser causadas por um a es tá em sua proxim idade. Se uma consolidação viciosa provoca
red ução inadequada ou urn a imobi lização insufi ciente durante a apenas uma leve defic iência, a função, por vezes não pode ser
2911
@pif) PARTE XV FRATURAS E LUXAÇ ÕES EM ADULTOS
AP
LAT
/
/
\ z
\
ângulo no plano verdadeiro (T) da deformi-
dade. (Redesen hado de Ri es M, O' Neill D: A method
to determi ne the true angulation of long bane
deform ity, Clin Orthop Relat Res 218: 191, 1987.)
A B
melhorada o bastante para justificar uma operação; no entanto, uma restauração simultânea de alinhamento, rotação e extensão. Essas
deformidade de rotação pode ser tão limi ta nte a ponto de ser neces- técnicas requerem um conhecimento profundo do desenh o da
sária uma correção. A deformi dade do alinhamento axial em crian- armação e construção, aconselhamento intensivo do paciente e fisio-
ças menores de 9 anos pode se corrigir espo ntaneamente com o terapia intensiva. Resultados impressionantes fo ram relatados em
crescimento, especialmente se ela estiver perto de um a articulação algumas das situações mais desafiadoras, especialmente nas pseu-
e no plano de se u movimento. Um deslizamento epifisário, em geral, dartroses infec tadas e problemas de perda óssea. As técnicas de
também se co rrige espontaneamente em uma criança se a li.se não fixação circulares têm um papel determinante na cirurgia da pseu-
tiver sido lesada. dartrose para a restauração do comprimento e qu ando a infecção
A análise da deformi dade deve leva r em consideração que a prévia fa z as técnicas de redu ção abertas convencionais inadequa-
maioria das deformidades pode ser descri tas em um plano com das. Instruções pormenorizadas e experiência com essas técnicas são
relação à deformidade anteroposterior, varo ou valgo. Ries e O' Neil! necessárias; no entanto, para que sejam utilizadas para a reconstru-
desenvolveram uma análise trigonométrica da deformida de e con- ção das consolidações viciosas complexas.
ceberam um gráfico para determinar a verdadeira defo rmidade
máxima com base nas visualizações radiográficas verdadeiras ante-
roposteri or e lateral (Fig. 58-1 ). Outras análises trigonométricas de PÉ
angulação das osteotomias também fo ram relatadas.
O objetivo da cirurgia para a consolidação viciosa é restaurar FALANGES DOS DEDOS DOS PÉS
a fun ção. Embora a melhora da ap arência do membro possa ser
igualmente importan te para o pacien te, a cirurgia raramente é jus- A consolidação viciosa de fra tu ras das fa langes dos dedos, rara -
tificada apenas por razões estéticas. O tratamento cirúrgico da con- mente, causa deficiência sufic iente para justifica r a cirurgia. Uma
solidação viciosa da maioria das fraturas não deve ser considerado deformidade que provoca dor pode ser fac ilmente co rrigida, mas
até 6 a 12 meses após a fratura ocorrer. Em fr aturas intra-artic ulares, por meio de um a incisão lateral ou dorsal qu e não cause lesão aos
a cirurgia pode ser necessária antes se fo r a forma de se alcançar tend ões. A osteotomia e o alinhamento dos fragmentos podem ser
uma função satisfatória. Ao considerar a ciru rgia, deve ser avaliado sufi cientes. Para a correção completa, no entanto, a ressecção ampla
o grau de osteoporose e de atrofia dos tecidos moles, e uma decisão pode ser necessária; isso pode ser feito sem problemas, pois os
deve ser fe ita se a cirurgia precoce seria preferível a uma reab ilitação movimentos hábe is dos dedos não são necessári os.
ativa seguindo-se então a intervenção operatória. A ciru rgia corre-
tiva no local da consolidação viciosa nem sempre é viável.
Em alguns casos, um procedimento alternativo pode ser neces- METATARSOS
sário para res taurar a fun ção; em outros, a dor pode ser o sintoma
predom inante, o que pode exigir a fusão de uma articulação. Ilizarov Se a consolidação viciosa do colo ou do eixo de um metatarso for
foi o pioneiro no trabalho sobre a regeneração de membros interca- incapacitante, os fragmentos quase sempre são angulad os na
lares com o uso de técnicas de fixação externa circulares e várias di reção da sup erfí cie plantar, pro duzindo uma massa óssea; se a
construções ar ticul adas. Esses desenvolvimentos torn am possível a fratura foi severamente cominutiva, a massa pode simular um tumor.
CAPÍTULO 58 FRATURAS VIC IOSAMENTE CONSOLIDADAS f.Ji)F@
A cirurgia não deve ter corno objetivo restaurar a aposição perfeita
e o alinhamento, mas ape nas a angulação correta para que a susten- CORREÇÃO DE MÁ UNIÃO DO TARSO
tação de peso não cause pressão dolorosa na planta.
TÉCNICA
CORREÇÃO DA ANGULAÇÃO DO •Faça uma incisão tanto latera l aos tendões extensores
METATARSO sobre o dorso do pé quanto media imente em li nha com
o terceiro metatarso; reflita o periósteo e exponha a
TÉCNICA antiga fratura.
•Se a lesão tiver apenas alguns meses, divida os ossos com
•Faça uma incisão no dorso do antepé, paralelo com o eixo osteótomo na fratura; se os fragmentos sobrepõem
dos ossos afetados; muitas vezes, uma incisão na pele dá excessivamente, remova uma pequena seção de cada um.
acesso a dois ossos. •Usando um desl izador de osso ou elevador periosteal,
•Exponha as velhas fraturas e divida-as com um pequeno alavanque os fragmentos para a posição.
osteótomo . Em alguns casos, uma cunha de osso deve •A redução é geralmente estável; se desejado, no entanto,
ser removida para permitir a elevação dos fragmentos, os grampos de ossos ou fios de Kirschner cruzados podem
mas a ressecção não deve ser grande o suficiente para ser utilizados para manter a posição .
resu ltar em não uni ão. •Se a má união estiver presente há vários meses ou anos,
•Levante os fragmentos em uma posição ligeiramente o tarso pode ser comp letamente fundido e a linha da
sobrecorrigida, pressionando por baixo e forçadamente fratura antiga pode ser invisível; nesses casos, osteoto-
flexionando os dedos. mize os ossos sem levar em consideração as articulações,
•Fixe os fragmentos com um pino intramedular, como ou para o possível local da fratura antiga . Se a deformi-
descrito para fraturas recentes (Cap. 88). dade for grave, a redução é impossível sem a ressecção
ampla dos ossos.
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Um gesso é apl icado a •Se a má união causar tenossinovite dos tendões extenso-
partir do tubérculo tibial para os dedos dos pés; a parte res e contratura dorsal dos dedos dos pés, as deformida-
inferior do gesso deve ser bem moldada para manter a des podem ser corrigidas posteriormente por uma
posição sobrecorrig ida. Em 3 semanas, qualquer pino operação para dedos em garra (Cap. 86) .
intramedular ou pinos e o gesso são removidos, e uma
bota de gesso é aplicada; uma almofada de feltro é inse- CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Com o pé em um ângulo
rida debaixo das fraturas para segurar os dedos dos pés reto com a perna, um molde de gesso é aplicado a partir
em flexão plantar. Em 6 semanas, o gesso é substituído dos dedos dos pés até um pouco abaixo do joelho. Após 1
por um sapato resistente, equipado com um arco de semana, radiografias são feitas através do gesso para con-
apoio e almofada de metatarso. firmar a posição. Em 2 semanas, o gesso e as suturas são
removidas, o pé é inspecionado e, se necessário, qualquer
deformação residual é corrigida com o paciente sob anes-
TARSOS tesia geral. Um gesso de perna curta é aplicado e é usado
por 1 mês. Impressões para suporte de arco são feitas, e
As consolidações viciosas dos tarsos, exceto o tálus e calcâneo, podem uma bota de gesso é aplicada; o molde é bem moldado por
ser discutidas em conjunto. Pelo fato de a maioria das fraturas nesta baixo dos pescoços do metatarso e do arco longitudinal, e
região ser causada por trauma violento, vários ossos podem ser envol- é usado durante 4 semanas. O gesso é removido e o
vidos, e talvez gravemente rnultifragmentados, e urna ou mais articula- paciente é instruído em exercícios de pé e dedo do pé; os
ções do tarso podem ser luxadas. O fragmento distal ou fragmentos, suportes de arco são usados de 4 a 6 meses.
em geral, são deslocados em direção dorsal e, às vezes, os ossos se
sobrepõem ligeiramente; nesses casos, o fragmento dista] produz urna
proeminência no dorso do pé e o fragmento proximal abaixo forma TÁLUS
urna massa na planta. Ocasionalmente, os movimentos laterais do pé,
podem ser preservados em certa medida por osteotomia através da A consolidação viciosa de urna fratura do tálus é sempre gravemente
antiga fratura e redução dos fragmentos. Mesmo quando a ressecção incapacitante. O colo, corpo ou ambos podem estar envolvidos na
das superfícies articulares é desnecessária, no entanto, os movimentos consolidação viciosa, e podem produzir uma irregularidade da arti-
laterais normalmente são perdidos. A ressecção total ou parcial e artro- culação do tornozelo ou articulação subtalar ou talonavicular.
dese de uma ou mais das articulações do tarso frequentemente são
necessárias, não apenas para corrigir a posição dos ossos, mas também • CONSOLIDAÇÃO VICIOSA DO COLO DO TÁLUS
para aliviar a dor e evitar artrite traumática. Em decorrência que os Fraturas viciosamente consolidadas do colo do tá lus são análogas às
movimentos laterais muitas vezes já estarem parcial ou completamente fraturas intracapsulares do colo do fêmur, em que elas muitas vezes
perdidos, a artrodese, que elimina totalmente o movimento lateral, não prejudicam a circulação e podem causar degeneração ou até mesmo
acrescenta muito à deficiência, especialmente entre os jovens. Quando osteonecrose da cabeça ou corpo do tálus, e consequente irregulari-
a articulação subtalar não está envolvida, seu movimento deve ser pre- dade de uma ou mais superfícies articulares. A união pode ocorrer
servado por meio da fusão somente das articulações mecliotársicas. com o fragmento distal em rotação ou em desvio lateral ou medial,
A menos que a deformidade e a dor sejam graves, as operações produzindo urna deformidade varo ou valgo; em geral, a deformi-
para a correção da consolidação viciosa nessa região não são aconse- dade é em va lgo, com a cabeça do tálus desviada medial e dorsal-
lháveis até que o suporte de peso tenha sido tentado por 6 a 12 meses. mente. O tratamento da consolidação viciosa em varo do colo do
wpa1 PARTE XV FRATURAS E LU XAÇÕES EM ADULTOS
tálus tem sido limitado à artrodese tríplice, com resultados impre- in ferior da fíb ula e disfunção dos tendões fibulares . A diminuição
visíveis. O encurtamento da coluna latera l ou alongamento da da altura do calcâneo resulta em um tálus mais orientado horizon-
coluna medial, para corrigir a rotação do an tepé, também é sugerido. talmente, o que provoca impacto an terior tibiotalar, diminuição da
É possível fazer a osteotomia do colo do tálus no ápice da deformi- dorsiflexão e força de impulso diminuída. Prejuízo da articulação
dade, com um enxerto ósseo autógeno tricortical da crista ilíaca calcâneo-cuboídea pode ocorrer a partir da saliência da parede ante-
impactada em forma de romboide, dentro da osteotomia, para rolateral do calcâneo. A defo rmidade em varo leva ao estresse exces-
manter a correção; no entanto, é necessário cuidado para conservar sivo na região lateral do pé, enquanto a incongruência subtalar
o fornecimento de sangue extraósseo ao tálus para impedir a oste- provoca artrose pós-traumática.
onecrose. Quando o corpo do talo é avascu lar, o tratamento é tal Pelo fato de a dor após fra turas do calcâneo poder melhorar
como descrito no Capítulo 84. A artrodese tríplice, com ressecção em 1 a 2 anos após a lesão, o tratamento cirúrgico costuma ser
de cunhas adequadas de osso, pode ser necessária para corrigir a adiado, desde qu e o paciente esteja progredindo na reabilitação. Se,
inversão do calcanhar e antepé varo (Cap. 84). no entanto, a função de um paciente não progredir durante este
Uma fratura consolidada viciosamente da base do colo ou da tempo a intervenção cirúrgica é necessária. A avaliação pré-opera-
parte anterior do co rpo, com o deslocamento dorsal do fragmento tória deve incluir a análise da localização da dor. A dor lateral geral-
distal, pode bloquear anteriormente e dolorosamente a articulação mente é causada por impac to da parede lateral ou tendinite peroneal;
do tornozelo. A excisão da parte saliente do osso pode restaurar o enquanto a dor mais circunferencial é provavelmente causada pela
movimento do tornozelo, emb ora a artrite traumática possa se ar trose subtalar. A dor anterior do tornozelo pode ser causada por
desenvolver. Se os sintomas de artrite traumática forem incapacitan - impacto, já a dor na regi ão posterior do tornozelo, por um espi nh o
tes, a artrodese de tornozelo é indicada. de osso calcâneo posterior atrás da face ta. Uma inj eção de lidocaína
de J % na articulação subtalar pode ser útil para diferenciar a origem
• CONSOLIDAÇÃO VICIOSA DO CORPO DO TÁLUS da dor. O tratamento cirúrgico pode consistir em osteotomia, artro-
As fraturas do corpo do tálus, embora raras, muitas vezes unem-se dese ou ressecção de uma proeminência do calcâneo lateralmente,
em má posição. A deficiência é extrema quando a fratura envolve a para liberar os tendões peroneais ou uma combinação dessas técni-
articu lação subtalar ou do tornozelo ou ambos. Artrodese ou talec- cas. Uma osteotomia de cunha aberta com base lateralmente para
tomia é o tratamento preferido. Se uma superfície ar ticul ar do tálus fraturas extra-articulares viciosamente consolidadas tem sido rela-
for grosseiramente distorcida e o osso es tiver viáve l e não estiver tada com bons resultados para pacientes com um calcanhar valgo
infectado, a artrodese é o procedimento indicado. Quando as sup er- sintomático, an tes do início da artrite subtalar. Se a artrodese fo r
fícies articulares superiores e inferiores do tálus são irregulares, a considerada, fazer com qu e o paciente use um imobilizador ou um a
artrodese posterior do tornozelo (Cap. 11 ), incluindo a articulação bota imobilizadora com salto em acrílico para marcha, por 8
subtalar, é preferível. Quando o corpo estiver inviável, a artrodese semanas, com movimento limitado, pode ser útil em predizer o
calcaneotibial (Cap. 84) é indicada, pois o movimento nas articula- sucesso do procedimento.
ções mediotársicas pode ser preservado. Apesar de o tabagismo não ser um a contraindicação absol uta
A artrite traumática pode ser limitada à articulação do tornozelo para tratamento cirúrgico, ele aumenta a incidência de pseudartrose
ou articulação subtalar. Nesses casos, a artrodese do tornozelo (Cap. após artrodese subtalar e a probabilidade de complicações da fe rida.
11) ou fusão subtalar pode ser indicada. Bons resultados seguem a Os fumantes devem ser encorajados a parar no pré-operatório e
fusão subtalar sem artrodese das articu lações mediotársicas. aconselhados sobre as possíveis complicações.
Ocasionalmente, uma fratura cominutiva consolidada viciosa- A avaliação radi ográfica inclui ra diografias laterais padrão
mente do corpo ou do colo do tálus pode ser tratada por artrodese e latera is com suporte de peso e visuali zações do calcâneo. Uma
pantalar. Artrodeses pantalar e calcaneotibial são operações difíceis in cidência de Broden pode fo rn ecer informações so bre a ar ti cu-
e extensas. lação subtal ar; no entanto, um a tomografia com putadorizada
Para fraturas expostas complicadas por infecção e fístulas mostra com mais precisão o alinhamento e a congruência subta-
secretantes e sequestro do tálus, a talectomia foi recomendada no lar. Tomografias computadorizadas são obtid as no plano trans-
passado. A técnica de excisão do tálus é semelhante ao descrito para ve rso e coronal.
a tuberculose deste osso (Cap. 23). Para preservar o comprimento Stephens e Sanders usaram TC para identificar três tipos de
do membro, utili zamos técnicas de fixação circular de Ilizarov e consolidações viciosas do calcâneo (Fig. 58-2) e desenvolver diretri-
transporte do segmento ósseo após corticotomias da região distal da zes de tratamento (Tabela 58-1). Usando essas diretrizes em 26 con-
tíb ia, para facilitar a ar tro dese calcaneotibial, especialmente após a solidações viciosas, eles obtiveram 18 excelentes, 5 bons e 3 resultados
perda do corpo do tálus de fraturas expostas ou sepse. Esta técnica regul ares. Apesar dos resultados deteriorarem na medida que a com-
requer um paciente compatível, desbridamento radical do osso plexidade das consolidações viciosas aumentaram, a melhora clínica
infectado e terapia antibiótica adequada. significativa foi obtida até mesmo nas deformidades mais graves. Em
um estudo de acompanhamento, Clare et al. reportaram que a abor-
dagem lateral extensível possibilitou a descompressão adequ ada dos
CALCÂNEO tendões fibulares, a artrod ese do bloco ósseo, a osteotomia do cal-
câneo, tudo através da mesma incisão, o que não é possível com
A dor e a incapacidade muitas vezes persistem após fraturas do outras abordagens propostas (Gallie, Ollier) . Em 93% das artrodeses
calcâneo, mesmo que a lesão original tenha sido tratada com habi- consolidadas, todos os pés fora m plantígrados, e 93% estavam em
lidade; isto é especialmente provável caso a ocupação do paciente alinhamento neutro ou valgo. Vinte e quatro por cento tinham
requeira andar em terreno acidentado. As deformidades associadas at raso na cicatrização, mas apenas um a infecção profunda ocorreu
a tratamento não cirúrgico de fratu ras do calcâneo incluem alarga- e nenhuma enxertia foi necessária. Uma tendência não significativa
mento calcanhar, incongruência subtalar, perda de altura do calcâ- de aum ento de problemas de feridas e pseudartrose foi observada
neo (diminuição do ângulo de Bõhler) e alinhamento em varo. O em fumantes, e a dor residual leve es tava presente em 64% dos
alargam ento do calcanhar pode levar a um impacto da porção pacientes, geralmente laterais. Não houve falhas de implantes, o que
CAPÍTULO 58 FRATURAS VICIOSAMENTE CONSOLIDADAS
--incisão
/ colocada Através do
lateralmente seio transverso
ao tendão (
calcâneo
Enxerto ósseo
retirado
da superfície
íl
anteromedial - - em dois
da tíbia
D F G
H@ii;f4'1l19 Fusão subtalar de Gallie para fratura consolidada viciosamente do calcâneo. A, Linha de incisão na pele. B e C, Encaixe
removido a partir da articulação subtalar, que se estende a partir da superfície posterior para o seio transverso. D-G, Enxertos na tíbia
inseridos para preencher encaixe.
- - - - A e B, Artrodese de distração. (De Robinson JF, Murphy GA: Arthrodesis as salvage for calcaneal malunions, Foot Ankle Clin
7 107, 2002.) VEJA A TÉCNICA 58-4.
CORREÇÃO DA CO!'JSOLIDAÇÃO,
RESSECCÃO DA PROEMINÊNCIA VICIOSA DO CALCANEO ATRAVES DA
LATERA( DO CALCANEO ABORDAGEM LATERAL EXTENSÍVEL
De acordo com Kash iwagi, a dor nas fraturas viciosamente TÉCNICA
consolidadas do ca lcâneo, por vezes, é ca usada por mudan-
ças em torno dos t endões peronea is. Os tendões podem (CLARE ET AL.)
ser enterrados em calos, capturado por fragmentos ósseos,
afetados por aderências ou deslocados superiormente por • Coloque o paciente na posição de decúbito lateral sobre
uma proeminência óssea. Kashiwag i recomendou tomo- um coxin de suporte, com a perna normal para baixo e
grafia peroneal para mostrar as mudanças em torno dos na frente da extremidade lesionada.
tendões e suas bainhas (Fig. 58-6) . Se a dor for causada • Coloque um torniquete na coxa. Prepare e campeie a
por tais mudanças, ele aconselhou liberar os tendões e perna e faça a exsanguinação da extremidade com a
bainhas, ressecar a proeminência óssea lateralmente e, se utilização de uma faixa de Esmarch. Infle o torniquete a
necessário, a artrodese subtalar. 350 mm Hg.
•Faça uma incisão lateral extensível sobre o calcâneo e
TÉCNICA levante um retalh o subperiostea l de espessura total. O
membro vertical da incisão deve ser apenas anteri or ao
(KASHIWAGI, MODIFICADA) t endão de Aquil es e posterior ao nervo sura l, possibi li-
tando que o nervo seja elevado com o reta lho de espes-
•Faça uma incisâo de Kocher, mas estenda a sua metade sura total posteriormente . Evite a violação do nervo na
distal um dedo de largura superior à planta e termine-a porção terminal do membro horizontal da incisão .
na base do quinto metatarso. •Coloque três f ios de Kirschne r de 1,6 mm, um na região
• Identifique os tendões fibulares longo e curto e, sem abrir distal da fíbu la, um no colo do tá lus e o terceiro no
suas bainhas, aprofunde as incisões para a superfície lateral cuboide, para a retração dos tendões fibulares e o retalho
do ca lcâneo 0,6 cm inferiores ao tendão do fibular longo. subperiostea l.
Estenda a dissecção superiormente, próxima ao osso e pro- •Cuid adosamente, libere a parede lateral do ca lcâneo de
fundo aos tendões, separando o retinácu lo fibu lar do osso . todo o tecido mole adjacente, chegando distalmente até
• Retraia os tendões superiormente, sobre a ponta do a articu lação calcaneocuboidea. Em todos os três tipos de
ma léo lo lateral. Libere a origem do extensor curto dos consolidação viciosa do ca lcâneo, a exostose da parede
dedos a partir do ca lcâneo, e recolha-o superiormente lateral deve ser ressecada.
também. A superfície lateral do ca lcâneo é exposta, • Coloque um retrator de Hohmann no aspecto plantar
incluindo o aspecto lateral das articulações subtalares e do calcâneo e um sobre o processo anterior do calcâ-
calcaneocuboide. neo ; execute uma exostectomia usando uma serra de
• Com um osteótomo grande, faça uma osteotomia sag ital osteotomia AO de lâmina fina (Sy nthes EU A, Pao li , PA)
através do ca lcâneo, estendendo-se desde a articu lação Começan do no posterior, angu le a lâm in a da serra
calcaneocuboide anteriormente à tuberosidade do osso ligeiramente medial em rela ção ao eixo longitudinal do
posteriorm ente, e a partir da articu lação subta lar supe- ca lcâneo , deixando o osso mais res idu al plantarmente
riormente à superfície plant ar infer iormente. e proporcionando a descompressão da área de imp acto
CAPÍTULO 58 FRATU RAS VICIOSAM ENTE CONSO LIDADAS
na reg ião subfibu lar (Fig. 58-7A*). Não vio le a articu la- ma ior estabilidade. Evite co locar um pino no aspecto
ção talofibular. lateral da articu lação do tornozelo.
•Continue a exostectomia no nível da articulação calcaneo- •Obtenha imagens fluoroscópicas em anteroposterior e
cuboide, pois a saliência residua l da parede latera l, mu itas ob líqua do tornozelo, e obten ha uma radiog rafi a axia l do
vezes, resulta em um bloqueio ósseo para o movimento ca lcâneo, pa ra verifica r o posicionamento correto do pino
dessa articulação. Remova a saliência e o quarto latera l do e al inhamento do retropé.
aspecto dista l do ca lcâneo, pois a articu lação desta porção •Se for necessária f ixação mais estável, coloque um ter-
latera l com o cuboide é quase sempre artrítica. ceiro pino de gu ia a partir da margem plantar do processo
•Complete a exostectom ia dista lmente com osteótomo, anterior do ca lcâneo, dentro do aspecto dista l do colo e
para evitar danos de serra de lâm ina ao cuboide, e da cabeça do tá lus, para a f ixação ma is estável. Evite
remova o fragmento em bloco (Fig. 58-7B*). O frag- violar a articulação ta lonavicu lar.
mento de parede lateral extirpado deve ser mantido •Coloque parafusos interfragmentários de grandes frag -
como um único fragmento, se possível, para poste ri or mentos parcialmente rosqueados (7,3 ou 8 mm) no modo
util ização como um bloco ósseo de enxe rto autó logo em interfragmentá rio pa ra f ixação defin it iva.
má união dos tipos li e Ili. • Em pacientes com uma consolidação viciosa do t ipo Ili, a
• Nas consolidações viciosas do ca lcâneo dos tipos li e Ili, a correção do mau ali nhament o axial também é necessária .
atenção é dirigida para a articu lação subtalar. Se for artrítica, Como a rotação do médio-pé no plano corona l em torno
rea lize uma artrodese subtalar. Coloque um distrator dentro de um eixo anteroposterior (pronação-sup in ação) não
da articulação e desbride a superfície articular remanescente corrige uma tuberosidade do ca lcâ neo ma l- posicionada
usando um elevador periosteal afiado ou osteótomo. cicatrizada em varo ou va lgo, a osteotom ia do ca lcâ neo
• Prepare as superfícies ósseas inferior do tálus e superior do é real izada antes da co locação da f ixação pa ra artrodese
ca lcâneo com uma broca de 2,5 mm, criando várias per- subta lar. Para mau alinhamento em varo, rea lize uma
furações no osso subcond ral para o crescimento vascu lar. osteotomia de cunha de fechamento latera l de Dwyer,
•Com o distrator tota lmente expandido dentro da articu- posterior à faceta posterior (Fig. 58-7 0 *). Use uma oste-
lação subta lar posterior, verifique por fl uoroscopia qual otomia do calcâneo de deslocamento med ial com rotação
altu ra precisa ser obtida. A cabeça do tálus deve ser al i- para pacientes com mau al inhamento em valgo.
nhada anatomicamente com o navicu lar, indicando a res- •Quando for concluída a osteotom ia, in sira os pin os-g uia,
tauração da coluna med ial, o ângu lo normal da declinação da maneira descrita anteriormente. Deste modo, a oste-
do tá lus e o ângu lo ta loca lcâneo. otomia e a fusão podem ser comp ri midas simulta nea-
•Quando o ali nhame nto est iver confirmado radiografica- mente. Se o osso fo r remov ido du rante a osteotom ia de
mente, meça as dimensões do defeito com uma régua, cunha de fechamento, isso também pode ser usado como
permitindo que o bloco de autoenxerto de osso seja materia l para enxerto.
contornado pa ra coincidir com o def eito. Se a articu lação • Remova os f ios de Kirschner e exam ine se os tendões não
estiver excessivamente apertada med iaimente, coloque estão luxados. Em mu itos tornozelos com óbvia subluxação
distratores no seio do tarso e da faceta posterior da arti- do tendão pré-operatório, a remoção da exostose possibilita
culação subtalar. Um distrator femora l não é util izado que os tendões caiam para trás da f íbu la e nenh um t rata-
med iaimente, pois é pesado e não tão efetivo quanto à mento adicional é necessário. A bainha do tendão f ibular
distração intra-articu lar di reta. Evite a incisão do liga- deve ser inserida distalmente, com um elevador de Freer, no
mento deltoide a pa rti r do interior da articu lação subta lar, enta nto, para avaliar a estenose proximal da bainha.
pois isso torna a articulação instável e pode resu ltar em •Se a estenose for encontrada, incise a ba inha sobre um
distração excessiva do enxerto. comprimento de 2 a 3 cm ao longo da superfície inferior
•Co loque o fragmento de parede latera l anteriormente do reta lho subperiostea l, de modo que uma tenó lise possa
exti rpado dentro da articu lação como um bloco ósseo de ser rea lizada.
autoen xerto (Fig. 58-7C*). Este osso pode ser dobrado •Se uma luxação do tendão f ibular for identificada, recons-
sob re si mesmo para que seja obtida ma is altura, se trua o retinácu lo f ibul ar superior através de uma peq uena
necessário, mas deve preencher a articu lação subtalar, incisão separada no retalho.
pois a altura do calcâneo latera l (e o enxerto) é gera l- •Coloque um dreno profundo sa indo na ponta proxima l
mente igual à largu ra da faceta posterior. Frag mentos de do membro verti ca l da incisão, e fec he o reta lho subpe-
aloenxerto esponjosos ad icionais podem ser colocados no riostealmente em camadas.
seio do tarso desbridado para auxil iar a fusão. •Suture as camadas profundas do reta lho subperiostea l
•Se uma artrodese subta lar for necessária isoladamente com pontos simp les de Vicryl O, tracionando de modo
(consolidação viciosa t ipo 11), use a fixação neste momento. que o reta lho seja avançado para o ápice da incisão.
Com a articulação subta lar posicionada em alin hamento • Grampeie as sutu ras até que todas as suturas profundas
neutro a li geiramente va lgo, coloque dois pinos gu ias sejam colocadas . Quando co ncluída, aperte as suturas
rosqueados na ponta 3,2 mm, percutaneamente a part ir manualmente, em sequência, a partir das extremidades pro-
da borda posterior plantar do ca lcâneo, e avance pela ximais e distais e trabal hando em direção ao ápice da incisão.
arti cu lação subtalar perpendicu lar ao plano da faceta pos- • Feche a camada subcuticu lar de modo semelhante com
terior e para dentro da cúpula do tálus. Angule o pino pontos simples de Vicryl 2-0. Feche a pele com sutura de
guia de forma divergente, dentro da cúpula do tálus para náilon 3-0, começando nas extremidades e progredindo para )
o ápice. Se a restauração da altura impedir o fechamento da •Com uma abordagem posterior, coloque um pa rafu so
)
ferida, a porção vertica l da incisão pode ser este ndido interfrag mentar através do eixo longo do calcâneo.
proxima lmente para possib il itar que o reta lho seja deslo-
cado e girado para ba ixo, com a ferida proximal sendo CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO No pós-operatório, o
deixada aberta para granular. paciente é mantido sem suporte de peso em um gesso
durante 6 semanas, e, em segu ida, coloca do em um
CUIDADO PÓS-OPERATÓRIO Pacientes com consoli- gesso para marcha por um adicional de mais seis semanas.
dações viciosas do tipo 1 são mantidos sem suporte de Depo is disso, o paciente pode usar sapatos norm ais .
peso até que a incisão tenha cicatri zado, e fi siote rap ia
(com as primeiras atividades de amp litude de movimento
e treino de marcha com suporte de peso total) é in iciada
depois, geralmente por três semanas. Pacie ntes com con- TORNOZELO
soli dações viciosas dos tipos li e Ili são mantidos sem
suporte de peso, com a perna engessada por 12 semanas Ocasionalmente, a consolidação viciosa ocorre até mesmo após uma
(com tro ca de gesso a cada quatro a seis semanas). Isto redução acurada de fraturas fechadas de tornozelo ou, mais com u-
é seguido pela progressão de suporte do peso e o início mente, após fraturas "estáveis" que as deslocam com alargamento da
da fisioterapia, após ser confirmada a evidência radiográ- mortalha por causa do rompimento sindesmótico. A consolidação
fica de união da massa de fusão subta lar. viciosa também pode se desenvolver se a fixação da fíbula estiver
inadequada e a fíbula puder encurtar e girar. A deficiência de um a
fratura no tornozelo consolidada viciosamente pode ser tão extrema
que o alívio somente pode ser obtido por cirurgia. Até mesmo uma
CORREÇÃO DA CONSOLIDAÇÃO deformidade menor em varo ou valgo da articulação produz um
VICIOSA EM VALGO DE FRATURA DO alinhamento do suporte de peso anormal e artrite pós-traumática.
CALCÂNEO EXTRA-ARTICULAR Embora um estudo em cadáver ten ha sugerido qu e a magnitude das
tensões de contato normais seja um fator de importância na pato-
Para fraturas extra-articu lares viciosamente consolidadas, génese da artrite pós-traumática, outro estudo em cadáver concluiu
Aly descreveu uma osteotomia de cunha de abertura com que 2 mm ou mais de encurtamento ou deslocamento lateral e 5
base lateralmente para deformidade em valgo sintomática graus ou mais de rotação externa aumentam significativamente as
do ca lcân eo em 34 pacie ntes. Ele obteve bons ou exce len- pressões de contato nos quadrantes posterolateral e mediolateral da
tes resultados em 91 % e resu ltados insatisfatórios em 9% cúp ula do tá lus, observou-se também uma diminuição correspon-
em um acompanhamento médio de 56,2 meses. A média dente das pressões de contato nos quadrantes mediais da cúpula do
de pontuação AOFAS do retropé e tornozelo melhorou, tálus. Recomenda-se a redução anatômica das fraturas em rotação
passando de 57 no pré-operatório para 90 no pós-opera- latera l e pronação do maléolo lateral para diminuir o risco de artrite
tório. Nos pacientes com maus resultados, fraturas bilate- pós-traumática .
rais e artrite subtalar contribuíram para suas anormal idades As osteotomias para correção de deformidades não complica-
da marcha e movimento restrito do retropé. das causadas por fraturas recentemente viciosamente consolidadas
do tornozelo, em geral, são satisfatórias, mas o deslocamento do
TÉCNICA tálus da mortalha do tornozelo por mais de 3 meses pode res ultar
em alterações patológicas na cartilagem articular, com um potencial
(ALY) de diminuição de resultado satisfatório com osteotomia. Alguns
auto res, no entanto, relataram melhora nos pacientes com cirurgia
•Aborde o calcâneo através de uma in cisão latera l ob líqua adequada após luxações com mais de 3 meses.
Proteja e retra ia os ramos superficiais do nervo f ibul ar. No entanto, todos concordam que quando a deformidade for
•Identifique o sustentácu lo do talo, sondando sobre o recente e tive r sido corrigida com um mínimo de trauma para as
dorso do ca lcâneo exposto. superfícies articulares, a boa função, em geral, pode ser obtida se o
•Raspe a borda lateral do calcâneo alargado. Faça a incisão alinhamento do suporte de peso normal da extremidade inferior e
do periósteo de acordo com a osteotom ia planejada, as relações normais entre as superfícies articulares da tíbia, fíbu la
começando lateralmente em torno de 2,5 cm proximal à e tálus forem restaurados (Fig. 58-8). A luxação e a inclinação resi-
arti culação ca lcaneocuboide no interva lo entre as facetas dual do tálus são associados a maus resultados, assim como a técni ca
média e posterior da articulação subta lar. cirúrgica ruim e a redução imprecisa.
•Faça uma osteotomia oblíqua lateral para medial. A linha As osteotomias são menos bem suced idas no tratamento das
de osteotom ia deve ser feita li geiramente oblíqua, a parti r consolidações viciosas das fraturas bimaleolaes, associadas à artrite
de proxima l lateral para distal-medial. A profund idade moderada a grave. Uma osteotomia pode restaurar o alinhamento
necessária da osteotom ia deve ser calculada a partir das do suporte de peso do tornozelo, mas a dor e o inchaço podem
rad iografias axiais pré-operatórias do calcâneo. persistir por causa da deterioração da artrite. Alguns autores reco-
•Abra a osteotomia com um grande osteótomo. Preserve mendam osteotomias de realinhamento como o tratamento inicial
o periósteo do calcâneo medial para evitar o desloca- de todas as consolidações viciosas do tornozelo sintomáticas, inde-
mento medial do fragmento posterior. pendentemente da idade do paciente, do tempo da lesão inicial, da
•Pegue um enxerto ósseo tricortical adequado da crista gravidade da consolidação viciosa ou da presença de alterações ar trí-
ilíaca posterior e coloque-o no loca l da osteotomia e ticas. No entanto, embora a artrite não seja uma contraindicação para
adicione os fragmentos de osso. a osteotomia, danos condrais foram encontrados como um indicativo
de um resul tado ruim. A artrodese do tornozelo ou artroplasti a de
CAPÍTULO 58 FRATURAS VICIOSAMENTE CONSOLIDADAS GDll
HtêijiifiiEII!I Técn ica de alongamento fibu lar (ver texto) . A, Pl aca de cinco furos é presa à fíbu la com dois parafusos distais, e a
osteotomia é feita . B, A longament o é obtido com dispositivo de d istração . C, Enxerto corticoesponjoso da tíbia é co locado na osteo-
tom ia e compressão é ap licada; os parafusos restantes são inseridos pa ra anexa r a placa à fíbu la. VEJA A TÉCNICA 58-8.
•Fixe uma placa de compressão dinãmica de 3,5 mm de •Fixe o pequeno distratar AO, e distra ia a fíbula até que
)
cinco ou seis furos ao fragmento distal da fíbula com dois esteja anatomicamente alinhada.
parafusos (Fig. 58-1 OA). Antes da aplicação da placa, faça •Preencha o espaço com enxerto ósseo e aplique a com-
um pequeno recesso na reg ião distal da fíbula para que pressão com o distratar.
a placa não fique proeminente. Posicione a placa ligeira- •Aplique uma placa de um terço de tubo para estabi lizar
mente posterior ao fragmento distal, para possibilitar a a fíbula.
rotação interna do fragmento. Corrija a rotação do frag-
mento distal, rodando-o internamente em 1O graus.
• Fixe o dispositivo de tensionamento articu lado a partir de
um sistema de fragmento pequeno AO à extremidade QE DIASTASE
proximal da placa (Fig. 58- 1OB) . Aplique distração até que
a fíbu la distal seja reduzida anatomicamente para suas
DA TIBIA E FIBULA
articu lações com a tíbia e o tá lus. As operações para diastase da tíbia e fíbu la devem permitir
•Confirme a redução com radiog rafias ou fluoroscopia. uma mudança do tálus mediaimente e reposicionamento
•Se uma osteotom ia transversa tiver sido feita, preencha do maléolo latera l.
o espaço criado pela distração com um enxerto de osso
corticoesponjoso, a partir da metáfise tibial media l acima TÉCNICA
do ma léolo medial (Fig. 58-1 OC)
•Altere o dispositivo de tensão AO para o modo de compres- • Yablon e Leach re lataram que uma dissecção ma is extensa
são e aplique compressão para o local da osteotomia. Fixe é norma lmente necessária para restaurar o alinhamento
a placa à região proximal da fíbula por meio de três parafu- anatômico da consolidação viciosa da fíbu la associada ao
sos corticais de 3,5 mm. Yablon e Leach recomendaram a desvio latera l do tá lus.
adição de um parafuso de sindesmose se a membrana •Faça uma osteotomia da fíbula, e a rotacione distalmente
interóssea for desinserida durante a dissecção da fíbu la. Em em 180 graus para possibi litar a remoção de uma quan-
fraturas muito distais, isso pode ser necessário para estabi- tidade adequada de cicatriz da área da sindesmose.
lizar a fíbu la com fios de Kirschner transfixantes. • Faça uma segunda incisão sobre o aspecto anterior do
•Alternativamente, Ward et ai. descreveram o uso do maléolo media l, e faça a excisão da cicatriz do tecido
pequeno distratar AO para restaurar o comprimento fibular entre o maléolo medial e o tá lus.
e a rotação. Exponha a fíbu la, resseque o tecido da cicatriz •Reduza o tálus e coloque um pino de Steinmann a partir
e osteotomize a fíbula, como descrito anteriormente. da tíbia dentro do tálus, para manter a redução tempora-
•Insira dois pinos de 2, 5 mm, parcialmente rosqueados , riamente, enquanto a fíbula é reduzida e colocada a placa,
no fragmento fibu lar distal anterior em 1O graus de como descrito para consolidações viciosas bimaleolares.
rotação externa . •Se o maléolo medial também t iver se unido em uma
•Corrija a rotação do fragmento distal e insira dois pinos posição ruim, faça uma segunda incisão longitudinal pro-
de 2,5 mm na fíbula proximal no mesmo plano. xima l à sua base e dirija um osteótomo de cima através
CAPÍTULO 58 FRATURAS VICIOSAM ENTE CONSOLIDADAS
osteotomia supramaleolar (Técnica 58-10) pode ser preferível se a metáfise distal tibial, absolutamente para lelo ao pil ão
fratura anterior tiver sido demorada para consolidar, coberta com tibial.
tecidos moles pobres ou conter osso esclerótico extremamente •Se o alongamento estiver planejado ou se a fíbula inter-
denso. Russell et al. descreveram uma osteotomia em cúpula para o ferir na correção da tíbia, faça uma osteotomia oblíqua
tratamento de fraturas complexas não consolidadas da diáfise tibial da fíbula, idealmente no nível do local proposto para a
ou femora l, e observou que é especialmente útil em consolidações osteotom ia da tíb ia .
viciosas que têm um segmento longo mal-alinhado. • Exsanguine a perna com uma bandagem de pressão, infle
O alinhamento satisfatório após a osteotomia é difícil de o torniquete a 300 mm Hg (39,99 kPa) e remova a ban-
manter sem algum tipo de fixação interna, como uma placa de dagem de pressão.
compressão ou haste intramedular ou fixador externo. Se uma haste •Faça uma incisão anterior extensível padrão para expor a
intramedular for usada, o canal medular deve ser aberto em ambas tíbia.
as extremidades da fratura antiga, e quaisquer lacunas criadas pela •Identifique a área da consolidação viciosa e, subperioste-
osteotomia devem ser preenchidas com osso esponjoso. A haste almente, disseque todos os tecidos moles da região.
intramedular bloqueada fresada é recomendada para a estabilização Coloque os afastadores de Hohmann para proteger as
de osteotomias feitas para corrigir consolidações viciosas tibiais. Nós estruturas neurovasculares.
preferimos usar hastes estaticamente bloqueadas para aumentar a •Esculpa o osso para remover o excesso de calo enquanto
estabilidade da osteotomia. As pequenas incisões utilizadas para a a tíbia ainda estiver intacta; poupe o osso que é removido
osteotomia são fechadas após a abertura dos canais medulares em para ser utilizado mais tarde como um enxerto local.
ambos os fragmentos e a passagem do fio-guia de fresagem, mas •Coloque um distratar femoral (Synthes EUA, Paoli, PA)
antes da fresagem e inserção da haste. O bloqueio estático pode ser nos pinos de Schanz, com a articulação universal bloque-
convertido para o bloqueio dinâmico em algumas semanas, se ada, deixando a articulação rotacional aberta (Fig. 58-15B) .
necessário, para promover a consolidação. Se a liberação de uma Faça a osteotomia tibial com um único corte perpendicular
grande quantidade de partes moles for necessária para corrigir a ao plano da deformidade máxima (Fig. 58-15B) Se o alon-
deformidade, outros métodos de fixação são preferíveis às hastes gamento não for necessário, mantenha a serra em um
intramedulares, pois a fresagem intramedular, frequentemente, ângulo de 30 a 45 graus no plano coronal do osso, sufi-
devasculariza ainda mais o segmento de osso exposto. Uma história ciente para possibilitar que, em ambos os lados do corte,
de fixação externa anterior, especialmente se associada à infecção do se sobreponham e sejam desfasados em conjunto.
trajeto do pino, também é uma contraindicação relativa às hastes • Se for necessário maior alongamento, a quantidade
intramedulares, devido a um risco aumentado de infecção. exata, em milímetros, a ser obtida com o alongamento
Osteotomias oblíquas tibiais, estabilizadas com placas de com- axial já foi determinada pelo planejamento pré-operató-
pressão dinâmica e parafusos in terfragmentares, são indicadas para rio. Obtenha esse comp rim ento, diminuindo o ângulo
o tratamento das deformidades da tíbia multiplanares, com bons entre a osteotomia e o eixo da tíbia no plano corona l, de
resultados (Fig. 58-14). Sanders et al. recomendaram essa técnica modo que os ossos possam deslizar longitudina lmente
para deformidades diafisárias da tíbia, que exigem menos de 25 para além do corte, permanecendo em contato. O ângu lo
mm de alongamento. As contraind icações para este procedimento do corte no plano corona l é determinado no pré-opera-
incluem a cobertura de partes moles inadequada e infecção ativa. tório e marcado no osso com uma caneta de marcação,
A incapacidade de restaurar o comprimento tota l, o retardo de con- e angule o modelo a partir do conjunto de instrumentos
solidação, a insuficiência da placa, a infecção, a lesão vascular e a de placa de lâmina angu lada (Synthes EUA, Paoli, PA)
deiscência da ferida são as complicações possíveis. Gire a serra para este ângu lo no plano coronal e faça o
Osteotomias para consolidações viciosas tibiais infectadas e corte tibial em conformidade. Os cortes feitos em ângu los
consolidações viciosas associadas a um envelope pobre de tecidos de menos de 20 graus em re lação ao eixo coronais são
moles, podem ser mais bem tratadas pela técnica de Ilizarov de impossíveis de rea lizar.
corticotomia, e a correção gradual da deformidade com o uso de um •Assim que o distratar femoral é alongado, o alongamento
fixador com fios e anéis. Essa técnica é descrita no Capítulo 54. se translaciona em correção angu lar. Deixar a articulação
rotacional aberta (Fig. 58-15B) perm ite a correção simu l-
tânea da deformidade multiplanar, girando os dois seg-
OSTEOTOMIA OBLÍQUA TIBIAL mentos da tíbia em torno de um eixo perpendicular à
superfíci e do corte. Continue essa correção até que os
dois pinos de Schanz fiquem paralelos (Fig . 58-15C).
TÉCNICA
•Se o corte não for perfeito, o osso adicional pode ser
(SANDERS ET AL.) raspado a partir das superfícies do corte, para corrigir o
alinhamento.
•Coloque um torniquete sobre a parte proxima l da coxa. •Se o alongamento axial não for necessário, coloque um
Prepare e campeie ambas as pernas, para que possam ser parafuso interfragmentar, perpendicular à superfície do
comparadas após a correção. corte e o aperte. Se o alongamento axial for necessário,
•Se o alongamento axial estiver planejado, coloque eletrodos use uma pinça redutora com pontas pontiagudas para
para medição de potenciais somatossensoriais evocados. manter as duas superfícies do corte juntas, até que a
•Sob o controle de fluoroscopia, insira um pino de Schanz correção angular seja obtida e, em segu ida, bloqueie a
de 6 mm na metáfise proximal da tíbia absolutamente articulação rotacional do distratar. O alongamento adicio-
paralelo à sua superfície proximal (Fig. 58-15A). Da nal do distratar, agora, alonga a t íbia axialm ente . Delica-
mesma forma, co loque um pino de Schanz de 6 mm na damente, solte o grampo de osso, mas o mantenha no )
CAPÍTULO 58 FRATURAS VIC IOSAMENTE CONSO LI DADAS
0
®
/
o
1
Pino Schanz
paralelo ao
conjunto
1- -,,+ Área de
osteotomia
Jr Osteotom1a
"º'°'''
b
Correção
angular
.. _ _ proposta
Osteotomia_J
Schanz pino
da fíbula
ªf conjunto
- -
----r a
Porca
A B rotacional
aberta
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§ 1
l
Parafuso : ';:;
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Alonganpento
da perna
interfragme Jlta r
da diá ise :
1
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16
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1 /!
1
1
1
a
Correção angular
e alcançada: apertar a porca D
h@ihf4E:B Osteotomia ob líquas para consol idação viciosa tibial (ver texto) . A, Visualizações anterior e lateral, mostrando a colo-
cação de pinos de Schanz, paralelo aos planos das articulações proximal e distal e para o local de osteotom ia proposta. B, Vista anterior
(à esquerda) após o distratar femoral tiver sido aplicado; o dispositivo de rotação (a) é deixado aberto para possibilitar a correção
angular lateral. Osteotomia oblíqua (b) é feita para corrigir a angulação em varo e procurvatum; a correção axial ocorre assim que a
porca (c) é torcida para alongar o distratar. Vista lateral (à direita). Marcações no distratar indicam que correção angular não foi obtida.
C, Após a correção angul ar ser obtida, o dispositivo rotacional é bloqueado e o alongamento do distratar mais adiante resulta em puro
alongamento axial. Marcações (à direita) indicam agora que a correção angular foi obtida. D, Visualizações anterior e lateral após a
co rreção; parafuso interfragmentàrio foi inserido perpendicular à osteotomia.
CAPÍTULO 58 FRATU RAS VICIOSAM ENTE CONSO LI DADAS
1
1
_____ J ______ _ de pós-operatório. O dreno é removido quando menos
de 1O m l de drenagem ocorrer em um período de 8
horas, em geral, até ao segundo dia após a cirurgia . O
curativo é retirado em 3 dias e, se a ferida parecer satis-
fatória, um gesso sintético curto é ap licado permitindo-se
apoio proprioceptivo. O paciente recebe alta do hospital
quando for capaz de andar independentemente. As
suturas são removidas em 1O a 14 dias e o gesso é
\
1
\
r A exostose
é removida
trocado. Em 1O a 12 semanas, o gesso é removido e uma
órtese t ibial removível é encaixada. Se a ponte trabecu lar
através da osteotomia estiver visível nas radiografias ante-
roposterior e latera l, o suporte de peso parcial é perm it ido
\
1 1 e é progredido o quanto tolerado. Exercícios de treino de
/ 1 9 fu ros LC/DCP marcha, de ampl itude de movimento e de forta lecimento
1
1 co locados são iniciados. Ao fina l de 16 semanas, se a osteotomia
1
1
neutralmente
da tíbia estiver conso lidada cl ínica e rad iograficamente, o
uso da órtese é interrompido e as atividades da vida diária
e o suporte de peso total são incentivados. O paciente é
examinado a cada seis meses, durante dois anos. A placa
é removida, se solicitado pelo paciente, por causa da dor,
mas não antes de 12 meses após a cirurgia .