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Revisão de Redação –

Eixo temático III: Educação


Qual é o papel das escolas na
construção da equidade social?
Novo Ensino Médio:

Divisão: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) fará parte de 60% das matérias estudadas em sala de aula. O
restante ficará reservado para uma das áreas específicas, também chamadas de itinerários formativos;

→ Flexibilidade: os estudantes terão que escolher um itinerário formativo já no início do ensino médio. As opções
são: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas/Sociais e Formação Técnica/Profissional;

→ Disciplinas obrigatórias: as disciplinas de Matemática e Português, preservando o direito à língua materna (no
caso de indígenas), serão obrigatórias em todo o ensino médio;

→ Manutenção de disciplinas: apesar de excluídas do texto inicial da MP, as disciplinas de Educação Física, Artes,
Filosofia e Sociologia serão obrigatórias na BNCC;

→ BNCC: será formada pelos conteúdos das disciplinas obrigatórias e das disciplinas tradicionais do ensino
médio, como História, Geografia, Biologia, Física, Química e Literatura. O conteúdo foi aprovado no final de 2018
pelo Conselho Nacional de Educação e, dias depois, homologado pelo Ministério da Educação (MEC).
CAMPOS, Lorraine Vilela. "Novo Ensino Médio: entenda a reforma"
a) Mais tempo para aprender o essencial e para se aprofundar nos conhecimentos que lhe interessam

No Novo Ensino Médio a carga horária será ampliada de 2400 horas para 3000 horas. Desse total, pelo
menos 1200 horas poderão ser escolhidas por você, para poder se aprofundar em um ou mais caminhos
relacionados às áreas do conhecimento ou à formação técnica e profissional. Você poderá estudar todos os
conhecimentos imprescindíveis para a vida em sociedade e ainda irá sair do ensino médio mais preparado
para o mundo do trabalho!

b) Desenvolvimento de seu projeto de vida

O Novo Ensino Médio torna obrigatório que o projeto de vida dos estudantes seja desenvolvido em todas as
escolas. Ou seja, você desenvolverá habilidades como ser cooperativo, saber defender suas ideias, entender
as tecnologias, compreender, respeitar e analisar o mundo ao seu redor. Além disso, terá apoio para escolher
os caminhos que irá seguir no próprio ensino médio e em seu futuro pessoal e profissional.
c) Menos aulas expositivas. Mais projetos, oficinas, cursos e atividades práticas e significativas

A BNCC está organizada por áreas do conhecimento e não disciplinas. Você continuará aprendendo
conhecimentos de todas disciplinas, pois elas estão contempladas nas habilidades e competências da BNCC
Contudo, a organização por áreas estimula novos formatos de aula, menos expositivas, como projetos,
oficinas e atividades com maior participação dos estudantes e que conectam conhecimentos e professores de
diferentes áreas.

http://novoensinomedio.mec.gov.br/#!/pagina-inicial
 Dados do Censo Escolar de 2019 mostram que apenas 56.8% das turmas dos anos finais do ensino
fundamental possuíam professores com formação compatível com as disciplinas que lecionavam.
Enquanto em língua portuguesa, três em cada 10 turmas não possuíam professores com formação
compatível; em matemática, a proporção era de 42,2%.
 A aprendizagem adequada em matemática no 9º do ensino fundamental de alunos ricos foi de 54,7%, já
para os estudantes pobres, apenas 8,8% chegaram no nível tido como condizente. A desigualdade é ainda
maior quando se analisa a qualidade adequada da mesma disciplina nos alunos do 3º ano do ensino
médio: enquanto os ricos adquiriram 45,7% do nível esperado, somente 3,2% dos estudantes pobres
obtiveram o mesmo patamar de aprendizagem. A saber, tais informações são do Saeb (Sistema de
Avaliação da Educação Básica) 2017 e destacadas no Anuário;
 Sobre laboratórios de ciências, nos anos iniciais do ensino fundamental, somente 9,7% das escolas
possuem tal área. Nos anos finais há um pequeno aumento, chegando a 23,7% e somando as duas etapas,
12,5% das escolas com ensino fundamental possuem laboratórios de ciências. Por fim, já no ensino
médio, 48% têm infraestrutura laboratorial.
Revista Educação, 3 de agosto de 2020
Mais da metade (55%) dos estudantes de favelas do Brasil estão sem estudar durante a pandemia. Parte
(34%) não consegue participar por falta de acesso à internet, e outra parcela (21%) não está recebendo as
atividades da escola ou faculdade na qual está matriculada. A informação é de uma pesquisa realizada
pelo instituto DataFavela, uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Locomotiva e a Central Única das
Favelas (Cufa). Ainda segundo o estudo, os principais motivos que afastam alunos de favelas de
atividades educacionais remotas são a falta de local adequado de estudo, que seja sem barulho e permita
concentração; má conexão com a internet e ausência de dispositivos adequados; e a distância dos
professores.

O Globo: Maioria dos alunos que moram em favelas ficou sem estudar na pandemia, mostra pesquisa, 9/11/2020.
Um estudo recente mostrou que optar apenas por uma política de expansão de ensino, dentro de um prazo
razoável, não é suficiente para melhorar os salários e impactar na distribuição mais igualitária de renda do
trabalho no país. A pesquisa foi realizada pelos sociólogos Marcelo Medeiros, do Instituto de Pesquisas
Econômica Aplicadas (Ipea), Rogério Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP), e Flávio Carvalhes, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
"Em termos globais, a educação já não é mais uma grande solução para os problemas de pobreza e desigualdade
no Brasil. Ela pode ser vista como uma alternativa apenas num prazo muito longo", explica Medeiros.
Através de simulações com dados estatísticos, o grupo concluiu que, se desde 1994 o Brasil tivesse conseguido
um sistema educacional "perfeito" em que os alunos de todo o país saíssem da escola com, no mínimo, o ensino
médio completo direto para o mercado de trabalho, a desigualdade hoje teria caído apenas 2%.
A pesquisa apontou ainda que o quadro não seria muito diferente caso uma grande reforma garantisse que
ninguém deixasse o sistema de ensino sem um diploma universitário. Em um caso hipotético em que todos os
alunos tivessem conseguido um diploma semelhante ao de formação de professores e Ciências da Educação, uma
das profissões mais mal pagas do mercado, a desigualdade teria recuado 4%.
Com respeito à pobreza, a pesquisa "Educação, desigualdade e redução da pobreza no
Brasil" mostrou que os impactos da educação são um pouco mais relevantes. No
entanto, os estudiosos ponderam que o poder de redução da pobreza por essa via
diminuiu, ao longo das últimas décadas, já que uma série de políticas do mercado de
trabalho e de programas de assistência —como o Bolsa Família, de transferência de
renda— tornaram a população menos pobre independentemente da formação escolar.
Para que o Brasil reduzisse a pobreza para menos da metade, seriam necessárias
enormes melhorias, como, por exemplo, garantir a universalização da formação
superior. Uma mudança ambiciosa, mas mais realista, segundo os pesquisadores, seria
a de garantir que ninguém saísse da escola sem o ensino médio completo. No entanto,
mesmo com esse nível de instrução da população, a pobreza ainda seria igual a três
quartos da atualmente observada.
Apenas acesso à educação não é suficiente para reduzir desigualdade no Brasil, diz estudo. EL país Brasil.
Paulo Freire foi pedagogo, filósofo e é um dos grandes nomes da educação
mundial. Nascido em 1921, em Recife (PE), ficou conhecido internacionalmente
pela sua teoria de que a educação é o caminho para a emancipação e para o
empoderamento de sujeitos para que transformem sua realidade por meio da
reflexão crítica. O seu trabalho de alfabetização de adultos é reconhecido
mundialmente. Entre as inúmeras obras publicadas está a trilogia: “Pedagogia do
Oprimido”, “Pedagogia da Esperança”, “Pedagogia da autonomia”.
 Maria Margarida Machado, docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG) 
Penso em suas casas, em sua classe social, em sua vizinhança, em sua escola.
Penso, entre outras coisas mais, no testemunho que lhes deram de pensar e de
como pensar. A posição do pobre, do mendigo, do negro, da mulher, do
camponês, do operário, do índio neste pensar. Penso na mentalidade
materialista da posse das coisas, no descaso pela decência, na fixação do prazer,
no desrespeito pelas coisas do espírito, consideradas de menor ou de nenhuma
valia. Adivinho o reforço deste pensar em muitos momentos da experiência
escolar em que o índio continua minimizado. Registro o todopoderosismo de
suas liberdades, isentas de qualquer limite, liberdades virando licenciosidade,
zombando de tudo e de todos. Imagino a importância do viver fácil na escala de
seus valores em que a ética maior, a que rege as relações no cotidiano das
pessoas terá inexistido quase por completo. Em seu lugar, a ética do mercado,
do lucro. As pessoas valendo pelo que ganham em dinheiro por mês.
Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério,
com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o
sonho, inviabilizando o amor.
Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a
sociedade muda.

Terceira carta pedagógica. Paulo Freire, 21 de abril de 1997.


ENEM:
 A importância da EJA para a sociedade brasileira ;
 Consequências da expansão da educação superior a distância no Brasil;
 Prejuízos da evasão escolar no ensino básico brasileiro;

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