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“[…] recheei a meia preta de mulher.

Enrolei ela num barbante e cortei a


ponta do pé. Depois onde tinha sido o
pé peguei uma linha bem comprida de
papagaio e amarrei. De longe, puxando
devagarzinho parecia uma cobra e no
escuro ela ia fazer sucesso. […]
Pronto! Lá vinha uma mulher. […]
Comecei a puxar a linha da cobra. Ela
deslizou devagar no meio da rua.
Só que eu não esperava aquilo. A
mulher deu um grito tão grande que
acordou a rua.” (Pág. 63/64)
“— Quando o portão está só encostado,
eu entro depressa e roubo uma flor. Mas
lá tem tanta que nem faz falta.
— Sim. Mas isso não é direito. Você não
deve fazer mais isso. Isso não é um roubo,
mas já é um “furtinho”.
— Não é não, D. Cecília — O mundo não é
de Deus? Tudo que tem no
mundo não é de Deus? Então as flores são
de Deus também...
Ela ficou espantada com a minha lógica.”
(Pág.76/77)
“— [...]. A Dorotília é mais pobre do que eu. E
as outras meninas não gostam de brincar com
ela porque é pretinha e pobre demais. Então
ela fica no canto sempre. Eu divido o sonho
que a senhora me dá, com ela.” (Pág.77)
“Meu rosto quase não se podia mexer,
era arremessado. Meus olhos abriam-se
para se tornar a fechar com o impacto das
bofetadas. […] O cinto zunia com uma
força danada sobre o meu corpo. Parecia
que o cinto tinha mil dedos que me
acertavam em qualquer parte do corpo.
Eu fui caindo, me encolhendo no cantinho
da parede. Estava certo que ele ia me
matar mesmo.” (Pág.141)
“— Então porque você não vai lá em casa
e não pede para Papai me dar para você?
Ele ficou tão emocionado que se sentou e
me segurou o rosto com as duas mãos.
— Tu gostarias de ser meu filhinho?
— A gente não pode escolher o pai antes
de nascer. Mas se pudesse eu queria
você.” (Pág.158)
Trabalho realizado por:
- Liliana Silva nº 13 9º A

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