ECG 1 - Introduo Eletrocardiografia - Curso

Eletrocardiografia Básica 01
Introdução à Eletrocardiografia
Dr. Américo Alves de Almeida Júnior

Intensivista do CTI Cardiovascular do HAT
Eletrocardiograma de
Repouso de 12
Derivações
?
?
?
N SA
-
-
+ -
+ -
+
+
A D A E
P o rç ã o p o rç ã o
basal V D N AV basal V E
S e p to
in te rv e n tric u la r
P a re d e P a re d e
V D V E
liv re V D liv re V E
P o n ta V D P o n ta V E
NSA ------------> NAV ------------ > His-Purkinje
60-100 40-60 8-40
Ritmo Ritmo Ritmo

sinusal idiojuncional idioventricular
Sistema de Condução
Eletrofisiologia cardíaca
M e io E x tra c e lu la r
Célula polarizada
N a N a N a Ca Ca N a N a N a + +
+ + + + + + + + Potencial
+ + + + + de repouso
+ + + + + +
DDP: - 90mV (potencial

de repouso transmembrana -
PRTM)
- - - - - - - - - - - - -
K + K + M g +
K + K +
M e io In tra c e lu la r
C u rv a d o p o te n c ia l d e
a ç ã o tra n s -m e m b ra n a
1
2
0 m V
0 3
P o te n c ia l lim ia r
4
-9 0 m V E s tím u lo s
PRTM
s u b -lim in a re s
Fases da despolarização:
Fase 0: abertura de canais de sódio (rápidos) / despolarização
Fase 1 e 2: repolarização / Platô – entra Ca e Cl
Fase 3: perda de potássio
Fase 4: reequilíbrio iônico: K dentro e Na fora
Estímulo
• Célula automática (auto estimulando-se) -

células cujo potencial de ação depende da
entrada de cálcio, ou células de resposta
lenta;
• Células não-excitáveis, onde potencial chega
sobre esta célula, gerando a despolarização
(também chamadas de células de resposta
rápida ou células cujo potencial de ação
depende da entrada de sódio)
- +
Dipolo elétrico
A
C
N SA
-
-
+ -
+ -
+
+
A D A E
P o rç ã o p o rç ã o
S e p to
in te rv e n tric u la r
V D V E
N SA
-
-
+ -
+ -
+
+
A D A E
P o rção p o rç ã o
S e p to
in te rv e n tr ic u la r
V D V E
Onda P = Despolarização atrial

Complexo QRS = Despolarização ventricular
Onda T = Repolarização ventricuclar
AD e AP (onda P)  (retardo fisiológico representado por

linha isoelétrica entre a onda P e o QRS/Segmento PR) Nó
AV  Septo interventricular (V1)  Pontas e paredes livres
(V2)  porções basais (V3)  Recuperação ventricular
(Onda T)
Derivações Eletrocardiográficas
Willem Einthoven (21 May 1860 – 29

September 1927)
Plano Frontal
Einthoven
Derivações Bipolares:
 Diferença de potencial entre 2 pontos
• DI
• DII
• DIII
Plano Frontal
Frank Wilson (1934)
Derivações Unipolares:
 Potencial absoluto de um determinado

ponto
• VR
• VL
• DVF
Goldberger (1942)
• aVR
• aVL
• aVF
aVR aVL Plano Frontal
Derivações Bipolares:
• Diferença de potencial entre 2 pontos

• DI
• DII
• DIII
Derivações Unipolares
• Potencial absoluto de um determinado

ponto
• aVR
aVF
• aVL
• aVF
Plano Frontal
aVR aVL
aVF
Sistema Hexaxial de Bailey
• Uma Unipolar é perpendicular

a uma bipolar
• Ponto em comum = centro=
coração
• Ponta da seta aponta para
parte positiva (ponta do coração
para baixo e para esquerda)
• Podemos identificar se o
coração está para cima ou para
baixo, para esquerda ou para
direita, mas não informa se está
para frente ou para trás.
As derivações do plano frontal
permitem apenas uma orienta-
ção bidimensional:
• Para baixo e para cima

• Para esquerda ou para direita
Não fornece informação sobre o

sentido anteroposterior  Deriva-
ções precordiais (plano horizontal)
Determinação do Eixo elétrico do Coração
Determinação do Eixo elétrico do Coração
Plano Horizontal – Derivações Precordiais
L in h a m é d io -c la v ic u la r
L in h a a x ila r a n te rio r
L in h a a x ila r m é d ia
V é rte b ra
V 6
V 6 V E
V 1 V 2
E s te rn o
V 3 V 5
V 4
V D
V 5
V 4
V 1 V 2 V 3
V1, V2. V3, V4, V5 e V6

V é rte b ra
V 6
E s te rn o V E
V D
V 5
V 4
V 1 V 2 V 3
São unipolares
Mais próximas do coração  maior amplitude
Lembre-se: o VD está anterior e à direita, o VE está
posterior e à esquerda
V é rte b ra
V 6
E s te rn o V E
V D
V 5
V 4
V 1 V 2 V 3
V1 e V2: septo interventricular e VD

V3 e V4: parede anterior do VE
V5 e V6: parede lateral do VE
L in h a m é d io -c la v ic u la r
• V1: 4º espaço intercostal, à borda esternal
L in h a a x ila r a n te rio r
direta;
L in h a a x ila r m é d ia
• V2:4º espaço intercostal, à borda esternal
esquerda;
• V3: No meio de uma linha imaginária entre
V 6
V2 e V4;
V 1 V 2
V 3 V 5 • V4: No 5º espaço intercostal, à linha
V 4
médio-clavicular;
• V5: No mesmo nível de V4, à linha axilar
anterior;
• V6: No mesmo nível de V5, à linha axilar
média.
Outras Derivações
Precordiais direita: V3R, V4R (infarto de VD)
V7 e V8: infarto de parede posterior do VE

Resumindo:
DII, DIII, aVF  Parede inferior

DI e aVL  Parede lateral alta
V1 e V2  Parede septal
V3 e V4  Parede anterior
V5 eV6  Parede lateral
V7 e V8  Parede posterior
V3R e V4R  VD
Interpretação do ECG
1º
1º Identificação
1º Identificação
• Idade
• Biotipo
• História Clínica
• Medicamentos em uso
2º
2º Padronização
Padronização
Papel do ECG
Voltagem
Tempo
Cada quadradinho pequeno: 1mm (unidade de Ashman)

A cada 5 quadradinho a linha é mais espessa (horizontal/vertical)
Papel do ECG
• Horizontal
– Velocidade do papel: 25mm/s
– Cada quadradinho: 1mm
– Cada quadradinho é percorrido em 0,04 seg
(1/25) ou 40ms
• Vertical
– Cada quadradinho mede 0,1mV (1 mm)
– 1mV = 10mm (padronização N)
Tem po
V o lta g e m 0 ,1 m V 0 ,5 m V
0 ,0 4 s
0 ,2 s
3º
3º Eixo Elétrico do Coração

-30º e + 90º (- 30º e 120º)

Determinação do Eixo Elétrico do Coração
aV F -
(- 9 0 º)
Q u a d ra n te Q u a d ra n te
s u p e rio r s u p e rio r
d ire ito esq u e rd o
D 1 - (+ /- 1 8 0 º) D 1 + (0 º)
Q u a d ra n te Q u a d ra n te
in fe rio r in fe rio r
d ire ito esq u e rd o
aV F +
(+ 9 0 º)
• Com DI e aVF, determina-se o quadrante que o eixo
se encontra
• Se D1 é positivo, a despolarização desloca para a
esquerda aV F -
(- 9 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV F +
(+ 9 0 º)
• Se D1 é negativo, a despolarização caminha direita,
mas entre – 90º e + 90º (passando por +/- 180º).
aV F -
(- 9 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV F +
(+ 9 0 º)
• Se a onda é positiva em aFV, a despolarização
resultante caminha para baixo
aV F -
(- 9 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV F +
(+ 9 0 º)
• Se a onda é negativa em aVF, o vetor resultante da
despolarização está para cima
aV F -
(- 9 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV F +
(+ 9 0 º)
Resumindo:
– Se DI for positivo  Vetor para esquerda

– Se DI for negativo  Vetor para direita;
– Se aVF for positivo  Vetor para baixo;
– Se aVF for negativo  Vetor para cima;
QRS Positivo em D1 e positivo em aVF

Se D1 positivo (vetor para a esquerda) e aVF positivo
(vetor para baixo): Quadrante inferior esquerdo (para
esquerda e para baixo):
aV F -
(- 9 0 º)
+
+ +
+ + +
+ + + +
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - + + + + D 1 + (0 º)
+ + + +
+ + +
+ +
+
aV F +
(+ 9 0 º)
Se D1 for positivo (vetor para esquerda) e aVF for
negativo (vetor para cima): quadrante superior
esquerdo
aV F -
(- 9 0 º)
- +-
- - +- +-
- - - +- +- +-
- - - - +- +- +- +-
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - + + + + D 1 + (0 º)
+ + + +
+ + +
+ +
+
aV F +
(+ 9 0 º)
Se D1 for negativo (vetor para esquerda) e aVF for
negativo (vetor para cima): quadrante superior direito
aV F -
(- 9 0 º)
- -
- - - -
- - - - - -
(+ /- 1 8 0 º) D 1 -
- - - - - - - - D 1 + (0 º)
aV F +
(+ 9 0 º)
Se D1for negativo (vetor para direita) e aVF for
positivo (vetor para baixo): quadrante inferior direito
aV F -
(- 9 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV F +
(+ 9 0 º)
Resumindo a história (e aproveite para fazer uma
revisão): aV F -
(- 9 0 º)
D 1 - D 1 +
aV F -
aV F -
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
D 1 - D 1 +
aV F + aV F +
aV F +
(+ 9 0 º)
Para quê saber o eixo elétrico do coração?

Para quê saber o eixo elétrico do coração?
A orientação normal do coração está entre - 30º

e + 120º, desvios para a esquerda ou para a
direita, geralmente estão associados a
determinadas doenças.
Além da determinação do quadrante, podemos

precisar ainda mais o vetor resultante, para isso
temos algumas regras, vejamos duas delas.
a) Regra da perpendicularidade
“Toda vez que um vetor passar perpendicular a uma

derivação ele inscreve uma deflexão isodifásica (com
componente positivo e negativo semelhantes)”
aV F -
(- 9 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV F +
(+ 9 0 º) Deflexão Isodifásica
A
• lembre-se, uma derivação bipolar é sempre
perpendicular a uma unipolar:

– DI é perpendicular a aVF;
– DII é perpendicular a aVL;
– DII é perpendicular a aVR.
•
Deve ficar claro que: quando uma deflexão é
isodifásica em aVF, quer dizer que o vetor corre
paralelo a D1. Se D1 for positivo, ele vai para a
esquerda, se D1 for negativo, ele vai para
direita.
D1
aVF aDI
VF
Responda:
Veja se entendeu, qual o eixo do coração
baseado nas derivações abaixo.
D 1 aV F
Responda:
Veja se entendeu, qual o eixo do coração
baseado nas derivações abaixo.
aV F -
(- 9 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
D 1 aV F A
aV F +
(+ 9 0 º)
Qual o eixo elétrico do coração neste caso?
D 3 aV R
D 3 aV R
D 3 aV R
aV F -
(- 9 0 º) D 3 -
(- 6 0 º)
aV R +
- 150º
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV R -
(+ 3 0 º)
D 3 +
(+ 1 2 0 º) aV F +
(+ 9 0 º)
Quer mais um?
Quer mais um? O último.
Quer mais um? O último. Qual o eixo do vetor
que gerou a deflexão abaixo?
D 2 aV L
Quer mais um? O último. Qual o eixo do vetor
que gerou a deflexão abaixo?
D 2 aV L
aV F -
(- 9 0 º) D 3 -
D 2 - (- 6 0 º)
(- 1 2 0 º)
aV R + aV L +
- 150º (- 3 0 º)
(+ /- 1 8 0 º) D 1 - D 1 + (0 º)
aV R -
aV L - (+ 3 0 º)
(+ 1 5 0 º)
D 3 + D 2 +
(+ 1 2 0 º) aV F + (+ 6 0 º)
(+ 9 0 º)
E se não tivermos deflexões isodifásicas?
E se não tivermos deflexões isodifásicas?
Não há problema, existem outras regras para

determinação do eixo, vejamos mais uma.
b) Regra do paralelismo
• Não existindo isodifasismo, podemos aplicar

esta regra:
– Vai-se em DI, DII e DIII para ver qual possui maior

positividade. Assim, na derivação de maior força
eletromotriz (f.e.m.), o vetor tende a ser paralelo.
Veja:
D 1 D 2 D 3
A maior positividade é em D3, portanto o vetor caminha

paralelo e D3 (que pode ser + 120º ou - 60º). Como D1 é
negativo, ele também aponta para a direita, logo este
vetor está a +120º.
• Veja outro exemplo. Qual a orientação do
vetor que gerou as deflexões abaixo?
D1 D2 D3
A maior deflexão positiva está em D2, ou

seja, o vetor tende a ser paralelo a D2,
podendo estar a + 60º ou - 120º, como D1
é positivo, este vetor aponta para
esquerda, logo o eixo deste coração este
em torno de + 60º.
Pesa que acabou? Temos mais umas regras:
Podemos também procurar quem mais se aproxima

de ser isodifásico, observamos se nesta há maior
negatividade ou positividade, determinado se ela
“caminha” mais para o lado negativo ou positivo do
eixo. Veja:
D1 D2 D3 aV R aV L aV F
No caso anterior, quem mais se aproxima de ser
isodifásico é aVF, só que ele é ligeiramente positivo,
então podemos concluir o seguinte: se a deflexão
fosse isodifásica em aVF, ela estaria paralela a D1,
como D1 é positiva, o vetor está para a esquerda (do
paciente), mas repare que na verdade aVF é
ligeiramente positivo, para isso acontecer o vetor tem
que estar um pouquinho para baixo (se ele estivesse
para cima aVF seria negativo), então estão em torno
de 15º entre 0º e + 30º.
Quer mais uma?
Saiba que ainda tem outra (“não há desculpa para

não determinar mais o eixo cardíaco, acho que 4
regras são mais que suficientes”).
Determinar o quadrante, usando DI e aVF, em

seguida toma-se as derivações perpendiculares às
que se encontram no quadrante determinado (ou seja,
toma-se as derivações que não passam pelo
quadrante em questão) e, utilizando-se de sua
negatividade ou positividade no ECG, determina-se o
eixo
Vejamos alguns exemplos:
Como nós já sabemos D1 e aVF +, colocam o vetor

resultante no quadrante inferior esquerdo.
As derivações que não passam por esse quadrante
são D3 e aVL. Como em D3 a deflexão é negativa, o
vetor caminha no sentido negativo de D3.
Assim, temos o SÂQRS entre 0º e 30º.

D 1 D 2 D 3 aV R aV L aV F
Neste caso o SÂQRS continua no quadrante inferior

esquerdo, mas perceba que D3 é isodifásico, ou seja,
caminha paralelo a aVR. Como aVR é negativo o
SÂQRS está exatamente na linha de aVR a 30º.
Percebemos que o vetor está entre + 30º e

+ 90º
Agora é a sua vez de treinar:
D1 D 2 D3 aV R aV L aV F
Agora é a sua vez de treinar:
Bloqueios de Ramo
Bloqueios de Ramo
Bloqueios de Ramo
Bloqueios de Ramo
Bloqueios de Ramo
Bloqueios de Ramo
Obrigado
Quando pensar que já está sabendo algo,

é hora de voltar e estudar novamente.
(Autor desconhecido)

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Eletrocardiografia Básica 01

Dr. Américo Alves de Almeida Júnior

60-100 40-60 8-40

Ritmo Ritmo Ritmo

DDP: - 90mV (potencial

• Célula automática (auto estimulando-se) -

Onda P = Despolarização atrial

AD e AP (onda P)  (retardo fisiológico representado por

Willem Einthoven (21 May 1860 – 29

 Diferença de potencial entre 2 pontos

Frank Wilson (1934)

 Potencial absoluto de um determinado

• Diferença de potencial entre 2 pontos

• Potencial absoluto de um determinado

• Uma Unipolar é perpendicular

• Para baixo e para cima

Não fornece informação sobre o

V1, V2. V3, V4, V5 e V6

V1 e V2: septo interventricular e VD

Precordiais direita: V3R, V4R (infarto de VD)

V7 e V8: infarto de parede posterior do VE

DII, DIII, aVF  Parede inferior

Cada quadradinho pequeno: 1mm (unidade de Ashman)

3º Eixo Elétrico do Coração

-30º e + 90º (- 30º e 120º)

– Se DI for positivo  Vetor para esquerda

QRS Positivo em D1 e positivo em aVF

Para quê saber o eixo elétrico do coração?

Para quê saber o eixo elétrico do coração?

A orientação normal do coração está entre - 30º

Além da determinação do quadrante, podemos

“Toda vez que um vetor passar perpendicular a uma

Não há problema, existem outras regras para

• Não existindo isodifasismo, podemos aplicar

– Vai-se em DI, DII e DIII para ver qual possui maior

A maior positividade é em D3, portanto o vetor caminha

A maior deflexão positiva está em D2, ou

Podemos também procurar quem mais se aproxima

Saiba que ainda tem outra (“não há desculpa para

Determinar o quadrante, usando DI e aVF, em

Como nós já sabemos D1 e aVF +, colocam o vetor

Assim, temos o SÂQRS entre 0º e 30º.

Neste caso o SÂQRS continua no quadrante inferior

Percebemos que o vetor está entre + 30º e

Quando pensar que já está sabendo algo,

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