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MARCO REGULATÓRIO DE FARMACOVIGILÂNCIA

RDC N° 406/2020

INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 63/2020


HISTÓRICO

CONSULTAS PÚBLICAS N° 27 DE OUTUBRO DE 2020


RDC N° 04 DE 10 DE
551/2018 E N° 552/2018 FIM DO PERÍODO DE
FEVEREIRO DE 2009
(12/09/2018 A 12/11/2018) TRANSITORIEDADE

TRANSITORIEDADE

RDC N° 406 DE 22 DE
INSTRUÇÃO JULHO DE 2020
NORMATIVA N° 14 DE
27 DE OUTUBRO DE
2009
INSTRUÇÃO NORMATIVA N°
63 DE 22 DE JULHO DE
2020
HISTÓRICO
COMPROMISSOS ANVISA-ICH
3 Guias do ICH (Farmacovigilância) –Implementação até 2021

•E2B: elementos de dados para transmissão de relatos de casos individuais de


segurança (ICSR) (Dezembro/2018)

•M1: Medical Dictionaryfor RegulatoryActivities(MedDRA) -padrão de termos


médicos (Março/2020)

•E2D: gerenciamento de dados de segurança pós-registro -definições e padrões


para relatos expedidos
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO I - Art. 1º

Para os fins do disposto no caput, ficam estabelecidos requisitos, responsabilidades e


padrões de trabalho a serem observados por todos os Detentores de Registro de
§ 1º
Medicamento de uso humano distribuídos ou comercializados no Brasil, com vistas ao
cumprimento das Boas Práticas de Farmacovigilância.

Art. 2º III- ações preventivas: ações adotadas para eliminar a causa de potencial não
(Inclusão) conformidade ou de outra potencial situação indesejável;
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO I – Seção II Definições

IX - evento adverso: qualquer ocorrência médica indesejável em paciente no qual


haja sido administrado medicamento, sem que necessariamente exista relação causal
Art. 2º
com o tratamento, podendo ser qualquer Sinal desfavorável e não intencional,
(Alteração)
sintoma ou doença temporalmente associado ao uso do medicamento;

Qualquer ocorrência médica desfavorável, que pode ocorrer durante o tratamento


com um medicamento, mas que não possui, necessariamente, relação causal com
RDC 04/2009
esse tratamento.
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO I – Seção II Definições

X - evento adverso grave/reação adversa grave: qualquer ocorrência médica


indesejável, em qualquer dose, que resulte em morte, risco de morte, situações que
Art. 2º
requeiram hospitalização ou prolongamento de hospitalização já existente,
(Alteração)
incapacidade significativa ou persistente, anomalia congênita e evento clinicamente
significativo;

Retirada da Definição de Evento Adverso Não Grave


RDC 04/2009
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO I – Seção II Definições

XII - evolução clínica: condição clínica do usuário de medicamento após manifestação


Art. 2º do Evento Adverso, contemplando óbito, não recuperado, recuperado com sequela,
(Inclusão) em recuperação, recuperado e desconhecido;

XV - informações críticas faltantes: lacunas críticas no conhecimento sobre um


Art. 2º medicamento, relacionadas a questões específicas de segurança ou a determinadas
(Inclusão) populações que fazem uso do produto;
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO I – Seção II Definições


XX - notificação espontânea: comunicação não solicitada, realizada por um profissional de
saúde ou consumidor a uma empresa, autoridade reguladora ou outra organização que
Art. 2º descreve uma ou mais reações adversas a um paciente que recebeu um ou mais
(Inclusão) medicamentos e que não deriva de um estudo ou de qualquer sistema organizado de
coleta de dados. Também se incluem os questionamentos realizados pelos representantes
de vendas aos profissionais de saúde;

XXI - notificação solicitada: refere-se àquela derivada de sistemas organizados de coleta de


Art. 2º
dados, que incluem, entre outros, ensaios clínicos, registros, programas de pós-aprovação
(Inclusão)
denominados de uso do paciente e outros programas de apoio ao paciente;
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO I – Seção II Definições

XXIII - reação adversa: qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional,


a um medicamento, que ocorre nas doses usualmente empregadas no ser humano
Art. 2º para profilaxia, diagnóstico, terapia da doença ou para a modificação de funções
(Alteração) fisiológicas. Diferentemente do Evento Adverso, a Reação Adversa caracteriza-se
pela suspeita de relação causal entre o medicamento e a resposta prejudicial ou
indesejável. Para fins de notificação, se um evento for relatado espontaneamente,
mesmo que a relação seja desconhecida ou não declarada, ele atende à definição de
reação adversa;
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO I – Seção II Definições


XIV - reação adversa inesperada: Reação Adversa cuja natureza, severidade,
especificidade ou evolução clínica não é consistente com as informações disponíveis
Art. 2º
na bula nacional do medicamento em questão, mesmo que tais reações adversas
(Inclusão)
estejam descritas para a respectiva classe farmacológica;

XXX - superdose: uso de medicamento em doses superiores à dose máxima


recomendada, isto é, em dose excessiva; e
Art. 2º XXXI - uso off label: compreende o uso intencional em situações divergentes da bula
(Inclusão) de medicamento registrado na Anvisa, com finalidade terapêutica e sob prescrição.
Pode incluir diferenças na indicação, faixa etária/peso, dose, frequência,
apresentação ou via de administração.
RDC N° 406/2020 – Dispõe sobre as Boas Práticas de
Farmacovigilância para Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO II – DAS RESPONSABILIDADES DO DETENTOR DE REGISTRO DE MEDICAMENTO

Os Detentores de Registro de Medicamento são responsáveis pelas ações de


Art. 3º
Farmacovigilância relacionadas aos seus produtos.

XV - O Detentor de Registro de Medicamento deve apresentar toda e qualquer


Art. 4º informação solicitada, para fins de Farmacovigilância, dentro do prazo estabelecido
pela autoridade sanitária.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO II – DAS RESPONSABILIDADES DO DETENTOR DE REGISTRO DE MEDICAMENTO

Os Detentores de Registro de Medicamento devem designar 1 (um) Responsável pela


Farmacovigilância (RFV), bem como seu substituto, e proporcionar meios adequados para
Art. 5º o desenvolvimento de suas funções, incluindo a disponibilização de recursos materiais e
humanos, ferramentas de comunicação e acesso a todas as fontes de informação
relevantes para o pleno desenvolvimento dessas atividades.

III - residir em território brasileiro e estar disponível sempre que for acionado.
Art. 6º
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO II – DAS RESPONSABILIDADES DO DETENTOR DE REGISTRO DE MEDICAMENTO

Os Detentores de Registro de Medicamento podem transferir para terceiros a


execução de quaisquer das atividades de Farmacovigilância de que trata esta
Art. 10º Resolução.
§ 1º O RFV e seu substituto não poderão ser terceirizados.

§ 2º Nos casos de terceirização de atividades de Farmacovigilância, permanece com


Art. 10º os Detentores de Registro de Medicamento a responsabilidade pelas obrigações legais
e sanitárias relativas ao produto.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO II – DAS RESPONSABILIDADES DO DETENTOR DE REGISTRO DE MEDICAMENTO

§ 3º Nos casos de terceirização de atividades de Farmacovigilância, deve existir


Art. 10º documentação contratual clara e descritiva definindo os envolvidos em cada atividade
de Farmacovigilância, sendo vedada a subcontratação.

§ 4º A execução das atividades de Farmacovigilância entre empresas do mesmo


Art. 10º grupo, para efeitos desta Resolução, não será considerada terceirização, sendo
necessária a manutenção de 1 (um) RFV e seu substituto por cada empresa do grupo.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO II – DAS RESPONSABILIDADES DO DETENTOR DE REGISTRO DE MEDICAMENTO

§ 5° A relação entre empresas do mesmo grupo de que trata o § 4º deste artigo


Art. 10º deverá constar em documentos ou procedimentos relacionados à Farmacovigilância
das empresas envolvidas.

§ 7º O contrato de terceirização de que trata este artigo deve mencionar a


Art. 10º possibilidade de inspeções em Farmacovigilância, do SNVS, nas instalações de
terceiros contratados, a critério das autoridades sanitárias.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 11. Os Detentores de Registro de Medicamento devem implementar Sistema de


Seção I Farmacovigilância apropriado para suas necessidades, que permita a adoção, quando
necessário, de medidas relativas aos produtos de sua responsabilidade.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 15. Todo Detentor de Registro de Medicamento deve dispor de documento com
descrição detalhada de seu Sistema de Farmacovigilância, contendo informações
Seção II – Dos quanto à sua estrutura, interfaces, processos de trabalho, responsabilidades e
Componentes do atividades relacionadas ao gerenciamento de risco.
Sistema de
Farmacovigilância
Art. 16. O RFV deve estar disponível em tempo integral, possuir graduação na área de
saúde, ter experiência e conhecimentos em Farmacovigilância, e desempenhar suas
atividades em território nacional.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 20. As equipes envolvidas em Farmacovigilância devem ser devidamente


treinadas, para que suas funções e responsabilidades sejam adequadamente
Seção II – Dos exercidas
Componentes do
Sistema de
Farmacovigilância Parágrafo único. O treinamento de que trata o caput deste artigo também envolve
pessoas responsáveis pelo processo de vendas, serviço de atendimento ao
consumidor e qualquer outra função com interface às informações envolvendo a
segurança de produtos.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 21. O Detentor de Registro de Medicamento deve dispor de programas


devidamente aprovados de treinamento, bem como dos respectivos cronogramas de
Seção II – Dos execução.
Componentes do
Sistema de
Farmacovigilância
Parágrafo único. Os registros dos treinamentos de que trata o caput deste artigo
devem ser mantidos pelo Detentor de Registro de Medicamento, para fins de
Inspeção em Farmacovigilância.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 22. A documentação é parte essencial do Sistema de Farmacovigilância e deve


abarcar todas as atividades relacionadas a esse sistema.
Seção II – Dos
Componentes do
Sistema de Art. 23. O Sistema de Farmacovigilância do Detentor de Registro de Medicamento
Farmacovigilância deve contar com instrumentos capazes de gerenciar documentos pertinentes à
execução de atividades de Farmacovigilância.
§ 1º Os documentos e informações relacionados ao Sistema de Farmacovigilância
devem ser rastreáveis pelo Detentor de Registro de Medicamento.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 24. Os Detentores de Registro de Medicamento devem possuir e seguir POP ou


qualquer outro tipo de documento que balize as atividades relacionadas à
Farmacovigilância.
Seção II – Dos I - coleta, processamento, codificação, classificação, avaliação e Notificação para a
Componentes do autoridade sanitária competente;
Sistema de II - processo de análise regular para captura de informações de Eventos Adversos de
Farmacovigilância diversas fontes de literatura científica, acessando revisões sistemáticas ou bases de
dados de referência;
III - procedimento de acompanhamento de Notificações sem Evolução Clínica
conhecida
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Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

IV - processo de detecção de duplicação de Notificações;


V - processo de elaboração e implantação de Plano de Gerenciamento de Risco;
VI - processo de elaboração de Relatórios Periódicos de Avaliação Benefício-Risco;
Seção II – Dos VII - procedimentos de Autoinspeção em Farmacovigilância;
Componentes do VIII - treinamento de pessoal;
Sistema de IX – gerenciamento de documentos;
Farmacovigilância X – detecção de Sinal e Sua revisão;
XI – avaliação Risco Benefício;
XII - interação entre questões de segurança e desvios da qualidade
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Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Seção II – Dos XIII - processo de resposta às exigências de autoridades sanitárias;


Componentes do XIV - gerenciamento de informações de segurança urgentes;
Sistema de XV - gerenciamento e uso de banco de dados e outros sistemas eletrônicos; e
Farmacovigilância XVI - gerenciamento de Ações Corretivas e Ações Preventivas
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 25. O Detentor de Registro de Medicamento deve possuir banco de dados para
o registro sistemático, atualizado e rotineiro das atividades e informações
relacionadas às Notificações de Eventos Adversos recebidas.
Do Banco de Dados
Parágrafo único. As Notificações de que trata o caput deste artigo devem ser
rastreáveis e mantidas em meio sistemático e seguro sob responsabilidade do
Detentor de Registro de Medicamento por, no mínimo, 20 (vinte) anos.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 26. A transferência de informações para o SNVS deve observar o disposto nesta
Resolução e em legislação específica.
Do Banco de Dados
§ 1º Os Detentores de Registro de Medicamento deverão encaminhar as
notificações objeto do art. 30 desta Resolução através de sistema eletrônico de
Notificação disponibilizado pela Anvisa.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano
CAPÍTULO III – DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA DO DETENTOR DE REGISTRO DE
MEDICAMENTO

Art. 27. O Detentor de Registro de Medicamento deve possuir programa de


Autoinspeção em Farmacovigilância que descreva a frequência de realização de
autoinspeções, as responsabilidades dos envolvidos, os procedimentos e demais
documentos a serem seguidos, bem como o seu cronograma de execução.
Da Autoinspeção em
Farmacovigilância Art. 28. O Detentor de Registro de Medicamento deve realizar, preferencialmente, 1
(uma) autoinspeção no Sistema de Farmacovigilância por ano, não excedendo o
prazo de 2 (dois) anos para sua a realização, mantendo em seu poder o registro
dessa atividade, com a descrição das Ações Corretivas e Preventivas necessárias ao
processo de melhoria contínua.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 29. Devem ser registradas no banco de dados de Farmacovigilância dos


Detentores de Registro de Medicamento as informações de segurança de casos
individuais, ainda que não confirmadas, relativas a:
Seção I
Registro e submissão de suspeita de reações adversas a medicamentos, inefetividade terapêutica, total ou
Notificações de Segurança parcial; interações medicamentosas; superdose de medicamentos; abuso de
de Casos Individuais medicamentos; erros de medicação; uso off label do medicamento; exposição a
medicamento durante gravidez/lactação; eventos adversos por desvio de qualidade;
e outras situações que possam vir a ser objeto da Farmacovigilância.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 30. Os Detentores de Registro de Medicamento devem notificar por meio do


sistema eletrônico de Notificação disponibilizado pela Anvisa, todos os Eventos
Adversos Graves (esperados e inesperados), relatados de forma espontânea ou
Seção I solicitada, ocorridos em território nacional, no prazo máximo de 15 (quinze) dias
Registro e submissão de corridos, contados da data de recebimento da informação relacionada à ocorrência.
Notificações de Segurança § 1º Os casos de Inefetividade Terapêutica que representem risco à vida, segundo
de Casos Individuais avaliação do próprio Detentor de Registro de Medicamento, bem como todos
aqueles relacionados a vacinas e contraceptivos, devem ser notificados no prazo
estabelecido no caput deste artigo.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 31. As demais notificações não contempladas no art. 30 devem estar


contempladas no Relatório Periódico de Avaliação Benefício-Risco, incluindo-se
casos de literatura.
Art. 32. Para ser considerada válida e reportável, a notificação deve contemplar a
Seção I
maior quantidade de informações possível, estando presentes, no mínimo, os
Registro e submissão de
seguintes dados:
Notificações de Segurança
I- identificação do notificador;
de Casos Individuais
II- identificação do paciente (nome ou iniciais; ou gênero; ou idade ou data de
nascimento);
III - descrição do Evento Adverso; e
IV - nome do medicamento suspeito.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Parágrafo único. A ausência de qualquer dessas informações torna o relato inicial


incompleto, gerando para o Detentor de Registro de Medicamento a obrigação de
busca ativa dos dados faltantes.
Seção I Art. 33. Quando informações adicionais clinicamente relevantes são recebidas para
Registro e submissão de caso anteriormente relatado, a contagem do prazo para a submissão da Notificação
Notificações de Segurança de Seguimento é reiniciada.
de Casos Individuais
Parágrafo único. Casos inicialmente classificados como Notificações não
enquadradas no art. 30 desta Resolução, poderão, após o recebimento de
informações de acompanhamento, ser reclassificados como Notificação de Evento
Adverso Grave, devendo obedecer ao prazo indicado naquele artigo.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 34. Devem ser comunicadas à Anvisa quaisquer informações relevantes


relacionadas à segurança de medicamentos.
§ 1º As situações de urgência relacionadas à utilização de seus produtos que afetem
Seção I a segurança do paciente devem ser informadas à Anvisa em até 72 (setenta e duas)
Registro e submissão de horas.
Notificações de Segurança § 2º Qualquer informação relativa à Farmacovigilância a ser divulgada publicamente
de Casos Individuais pelo Detentor de Registro de Medicamento deve ser comunicada previamente à
Anvisa.
§ 3º Em situações excepcionais, a comunicação à Anvisa, mencionada no § 2º deste
artigo, deve ser realizada simultaneamente à divulgação pública da informação.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 35. Para descrição de termos médicos e de Eventos Adversos no envio dos
relatórios e das Notificações ao SNVS, os Detentores de Registro de Medicamento
devem utilizar o Dicionário Médico para Atividades Regulatórias (MedDRA).
Seção I Art. 36. Os Detentores de Registro de Medicamento são responsáveis por
Registro e submissão de acompanhar e avaliar todos os casos de exposição a medicamentos de pacientes
Notificações de Segurança grávidas e seus filhos após o nascimento, quando do seu conhecimento.
de Casos Individuais
Parágrafo único. Diante da exposição pré-gestacional, os Detentores de Registro de
Medicamento são igualmente responsáveis por acompanhar e avaliar o caso,
levando em consideração ainda, a meia-vida da substância ou de seus metabólitos,
bem como os efeitos a longo prazo.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 37. Os Detentores de Registro de Medicamento devem elaborar Relatório


Periódico de Avaliação Benefício-Risco, para rever e avaliar o perfil de segurança de
seus produtos.
Art. 38. Os Detentores de Registro de Medicamento devem incluir todas as
Seção II Notificações de Eventos Adversos recebidas no Relatório Periódico de Avaliação
Relatórios Periódicos de Benefício-Risco, inclusive as não graves, ainda que o evento tenha ocorrido em
Avaliação Benefício-Risco outro país.
Parágrafo único. O Relatório Periódico de Avaliação Benefício-Risco também deve
contemplar uma avaliação sobre os casos de Inefetividade Terapêutica ocorridos no
período, tanto aqueles abarcados pelo § 1º do art. 30, quanto os demais casos.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 41. O Detentor de Registro de Medicamento deve manter rotina de avaliação


da Relação Benefício-Risco de seus produtos.
Seção III
Avaliação da Relação Parágrafo único. Qualquer alteração no equilíbrio entre os benefícios e os riscos de
Benefício-Risco seus produtos deve ser informada imediatamente à Anvisa, inclusive novos dados
que possam existir provenientes de estudos pós-registro, indicando a ocorrência de
Sinais ou mudanças na Relação Benefício-Risco dos medicamentos.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 42. Os Detentores de Registro de Medicamento devem elaborar Plano de


Seção IV Gerenciamento de Risco, a ser apresentado por ocasião do registro nas situações
Do Plano de previstas nos marcos regulatórios vigentes, que descreva as ações de rotina de
Gerenciamento de Risco Farmacovigilância, bem como contemple as ações adicionais propostas, para a
minimização de riscos de cada medicamento, no que couber.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO IV – DA OPERAÇÃO DO SISTEMA DE FARMACOVIGILÂNCIA

Art. 43. Especial atenção e rigor deve ser dado na elaboração do Plano de
Gerenciamento de Risco nas seguintes situações:
I - novas entidades moleculares sintéticas, semi-sintéticas e biológicas;
II - vacinas;
Seção IV III - produtos biológicos registrados pela via de desenvolvimento por
Do Plano de comparabilidade;
Gerenciamento de Risco IV - em casos de alterações significativas no registro, que impactem na segurança
do produto;
V - quando um dano inesperado for identificado; ou
VI - quando solicitado pela autoridade sanitária competente.
Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para
Detentores de Registro de uso Humano

CAPÍTULO V – DISPOSIÇÕES FINAIS

Os Detentores de Registro de Medicamento podem receber, a qualquer tempo,


Inspeções em Farmacovigilância, conduzidas pelo SNVS, anunciadas ou não, sempre
Art. 47.
que houver necessidade de avaliação do cumprimento da legislação vigente.
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO I

Esta Instrução Normativa dispõe sobre o Relatório Periódico de Avaliação Benefício-


Art. 1º Risco (RPBR), a ser submetido à Anvisa por Detentores de Registro de Medicamento
de uso humano.

O RPBR é documento técnico cuja elaboração é responsabilidade de todos


Art. 2º os Detentores de Registro de Medicamento, e deve ser apresentado à Anvisa nos
prazos informados no Portal da Anvisa, de acordo com o princípio ativo envolvido.
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

Definições:
I - Company Core Data Sheet (CCDS): documento preparado pelo Detentor de Registro
de Medicamento contendo, além de informações de segurança, material relacionado a
indicações, dosagens, farmacologia e outras informações referentes ao produto;
 II - Company Core Safety Information (CCSI): documento integrante do CCDS, que
Art. 3º contempla todas as informações de segurança relevantes (eventos adversos listados) e
apresentadas a todas as autoridades sanitárias em cujas jurisdições o medicamento é
comercializado, com exceção de exigências estritamente locais;
III - Data de Nascimento Internacional: data do primeiro registro sanitário de dado
produto, relacionado a determinado princípio ativo, concedido em qualquer país do mundo;
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

O RPBR consiste em atualização dos dados, nacionais e internacionais, de


Art. 4º segurança, com as respectivas análises da Relação Benefício-Risco, de forma
padronizada e consolidada.
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

RPBR O RPBR deve fornecer informações sobre as indicações, formas


Princípio Ativo Único farmacêuticas e posologias, por princípio ativo.

Para associações de princípios ativos, a apresentação do RPBR deve seguir o


prazo estipulado pela Anvisa, disponibilizado no Portal da Anvisa.
RPBR
No caso de associações de princípios ativos para as quais a Anvisa não estipule prazo
Associações de princípios
de apresentação de RPBR, o Detentor de Registro de Medicamento deverá considerar
ativos em dose fixa
o prazo estipulado para o princípio ativo isolado que possuir a maior frequência de
apresentação.
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

Os Detentores de Registro de Medicamento são responsáveis pela submissão do RPBR de seus


produtos. 
Quando empresas estiverem vinculadas por relações contratuais para a fabricação
RPBR e/ou comercialização de determinado produto, as respectivas ações para a elaboração do
Medicamentos RPBR devem ser claramente especificadas em acordos escritos.
fabricados por e/ou
comercializados por mais
de uma empresa
Em situações envolvendo medicamentos clones, 1 (um) único RPBR deve ser elaborado,
contendo as informações consolidadas de todos os medicamentos (matriz e clones), que
deve ser peticionado por todos os Detentores de Registro de Medicamento envolvidos.
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

O Detentor de Registro de Medicamento deve contar com seu próprio


Referência de Documento de Referência sobre Segurança do Medicamento (DRSM), que deve
Informação sobre apresentar dados consolidados sobre a segurança do medicamento, com vistas a
segurança proporcionar abordagem prática, eficiente e consistente da avaliação Benefício-
Risco, podendo ser apresentado da seguinte forma:
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

I - Company Core Data Sheet (CCDS):

a) o CCDS compreende a ficha técnica de segurança ou Company Core Safety


Information
Referência de
b) o CCDS deve incluir seções relativas à segurança, indicações, dosagem, farmacologia
Informação sobre e outras informações relativas ao medicamento; e
segurança  
c) quando o CCDS não contém informações sobre as indicações aprovadas, o Detentor
de Registro de Medicamento deve especificar claramente qual documento é usado como
informação de referência para as indicações aprovadas no RPBR;
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

I - Company Core Data Sheet (CCDS):

a) o CCDS compreende a ficha técnica de segurança ou Company Core Safety


Information (CCSI)
Referência de
b) o CCDS deve incluir seções relativas à segurança, indicações, dosagem, farmacologia
Informação sobre e outras informações relativas ao medicamento; e
segurança  
c) quando o CCDS não contém informações sobre as indicações aprovadas, o Detentor
de Registro de Medicamento deve especificar claramente qual documento é usado como
informação de referência para as indicações aprovadas no RPBR;
Instrução Normativa N° 63/2020 - Dispõe sobre o Relatório
Periódico de Avaliação Benefício-Risco (RPBR)
CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

II - outras opções para referência de informação sobre segurança:

 a) quando não houver CCDS ou CCSI para um produto, o Detentor de Registro de
Medicamento deve especificar claramente o documento de referência de informação sobre
segurança utilizado; 
Referência de b) o Detentor de Registro de Medicamento deve avaliar continuamente se é necessária
Informação sobre a realização de qualquer revisão da referência de informação sobre segurança do
segurança produto, sempre que novas informações de segurança sejam obtidas ao longo do intervalo
entre as apresentações dos RPBRs; e 
c) mudanças significativas podem incluir: 
i.mudanças quanto a contraindicações, seções de advertência/precauções; 
ii.inclusão de Reação(ões) adversa(s) ao Medicamento (RAM) e interações;
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CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

Fica adotada a utilização compulsória do Dicionário Médico para Atividades Regulatórias


Da utilização de MedDRA MedDRA.
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CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

Art. 16. Cada medicamento possui sua Data de Nascimento Internacional, que
deve ser disponibilizada no Portal da Anvisa

Parágrafo único. Quando se tratar de diferentes formas farmacêuticas, formulações ou


usos (indicações, vias de administração e/ou populações-alvo) relacionados ao mesmo
Da periodicidade, da
medicamento, a data da primeira aprovação de comercialização para qualquer dos
Data de Nascimento registros sanitários implicados deve ser considerada como a Data de Nascimento
Internacional e da data Internacional.
de fechamento do banco
de dados  Art. 17. A data de fechamento do banco de dados é a data designada como data limite para a
inclusão de dados em determinado RPBR.

 Art. 18. O RPBR deve ser submetido à Anvisa, respeitando a periodicidade


disponibilizada no Portal da Anvisa.
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CAPÍTULO II - DO RELATÓRIO PERIÓDICO DE AVALIAÇÃO BENEFÍCIO-RISCO

Art. 19 - O intervalo entre a data de fechamento do banco de dados e a submissão dos RPBR
será
Da periodicidade, da
Data de Nascimento  I - 70 (setenta) dias, para RPBR com periodicidade de até 12 (doze) meses;
Internacional e da data  
de fechamento do banco II - 90 (noventa) dias, para RPBR com periocidade superior a 12 (doze) meses; e
de dados
III - 90 (noventa) dias, para RPBRs excepcionais, a menos que outro prazo seja determinado
pela Anvisa.
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CAPÍTULO III – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Os RPBRs submetidos à Anvisa devem seguir o modelo constante da versão atualizada do Guia
Art. 20° E2C do International Conference on Harmonization (ICH).

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