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Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação

Universidade de Coimbra

Docente: Dr. Daniel Rijo

Discentes:

Ana Luísa Amaral Pacheco. Nº 20052462

Cristiana da Cunha Barbosa. Nº 20051663

Margarida Magalhães Cardoso. Nº 20051756

Sofia Alves Coelho. Nº 20051703


 Introdução
 Definição de Exposição
- Exposição ao vivo vs. Exposição em
Imaginação
 Objectivos da técnica
 Descrição do procedimento
 Eficácia da Exposição em Imaginação
 Conclusão
 Bibliografia
 Últimas décadas

Averiguar a razão pela qual os Teoria dos Dois Factores de


comportamentos de Mowrer (1950)
evitamento resistem à extinção
por tão longos períodos de
tempo, na ausência de Modelos de Reestruturação
qualquer perigo real. Cognitiva

Técnicas para o tratamento de alguns medos e fobias.

Reduzir as reacções emocionais intensas que Exposição ao vivo e em


um indivíduo possui na memória, em relação a imaginação
uma determinada situação, através da
introdução de uma nova perspectiva de
compreensão e aprendizagem. (Emmelkamp, 1990; Peres et al., 2005;
Kendall, 2005)
Exposição
Técnica largamente utilizada na Terapia Cognitivo-Comportamental.

Utilizada em variadas perturbações de ansiedade.

- Agorafobia
- Pânico
- Fobia social
- Perturbação de stress pós-traumático
- Perturbação de ansiedade generalizada

Aplicada recentemente a abuso de substâncias.


Auto-controlada vs. controlada pelo terapeuta

Exposição
Dessensibilização prolongada ao vivo
sistemática e Modelação
(Agras, 1999; Emmelkamp, 1990)
Importante:
 Identificação e mudança de crenças mal-adaptativas, e formulação de novos pontos
de vista sobre si mesmo e o mundo;
 Codificação sensorial da informação apresentada.

Efeito terapêutico – Ocorre a partir de:


- Confrontos repetidos com as memórias;
- Forma como as memórias são questionadas para promover a reestruturação
cognitiva e terapêutica.

Progresso Lento e, por vezes, com alguns


retrocessos.
Aumenta à medida que o paciente vai ganhando alguma
experiência com variadas situações temidas.

(Kendall, 2005; Peres et al., 2005; Tarrier et al.,


1999; Kozac, 1986)
Tratamento por Exposição

Em Imaginação Ao Vivo
(situações imaginadas) (situações reais)
Dessensibilização sistemática A Exposição ao
Vivo precedida pela
Exposição em
Medos difíceis de incluir na Imaginação
exposição ao vivo, como situações
ética ou economicamente inviáveis

Útil para que o paciente aprenda a expor-se


antes do confronto com situações reais.

(Agras, 1999; Knapp & Caminha, 2003;


Soares & Lima, 2003; Tarrier et al., 1999)
 Objectivos
- Diminuir a intensidade da reacção Permitir que a situação
emocional. temida deixe de causar
inquietação no paciente.

Habituação

- Eliminação da resposta ansiosa e o confronto repetido da situação, sem Extinção


experiência de medo.

O indivíduo deixa de ter uma posição Abertura de outros conteúdos de valência


passiva perante a memória positiva.
perturbadora, passando a mediar
cognitivamente o seu conteúdo Re-interpretação da memória.
semântico.
(Agras, 1999; Tarrier, et al., 1999; Knapp & Caminha,
2003; Peres et al., 2005)
 Objectivos (cont.)
- Reforço das competências sociais que - Desenvolver novas aptidões;
o paciente possui e a criação de novas - Reforçar alianças com o sistema
situações. de apoio social do paciente;
- Ampliar as situações de
convívio social, familiar e
profissional.

Paciente Progressos significativos

O terapeuta deve:
- Introduzir elementos de prevenção da recaída;
- Preparar o paciente para potenciais situações
de risco no futuro.

(Knapp & Caminha, 2003)


 Joseph Wolpe (Anos 50) Pacientes com fobias.

Associação de uma sensação de prazer e


relaxamento a situações imaginárias ou reais de
medo e evitação.

Terapia de Exposição e Reestruturação Cognitiva

Três fases de reconstrução terapêutica da memória traumática (Peres et al., 2005):


(1) Anamnese;
(2) Exposição em Imaginação;
(3) Reestruturação Cognitiva.

Desenvolvida para eliminar o comportamento


 Dessensibilização sistemática de medo e o evitamento.
Dois componentes:
(1) Exposição gradual ao estímulo provocador de medo;
(2) Ensinamento, ao paciente, de uma resposta contrária à (Emmelkamp, 1990;
ansiedade Peres et al., 2005)
1. Recolha de informação cuidada:

 História pessoal - Experiências escolares;


- Nível educacional;
- História médica e de saúde;
- Informação relativa aos seus pais
cônjuge e filhos;
- Relações interpessoais;
- Nível de vida;
- Sistemas de apoio social.

 Comportamento - problema Definição do problema


Determinantes do problema
- Natureza
- Condições que o intensificam e o aliviam; - Gravidade
- Origens percebidas; - Generalidade
- Antecedentes e consequentes específicos.

(Gonçalves, 1990)
2. Listagem e descrição detalhada de todas as situações que
desencadeiam ansiedade.

Identificação de dimensões específicas, com as quais


podemos organizar as respostas de ansiedade.

3. Construção de hierarquias

“Unidades Subjectivas de Desconforto” (USD)

Classificação de todas as cenas referidas pelo Não incluir intervalos


sujeito em USD’s de USD maiores do
que 10 valores

4. Relaxamento progressivo

Contracção e relaxamento de Relaxamento por recordação.


grupos musculares.
(Gonçalves, 1990; Emmelkamp, 1990;
Tarrier et al., 1999)
5. Inicia-se o processo de dessensibilização propriamente dito

1. Induz-se o relaxamento através da


recordação;
2. O terapeuta introduz a cena de controlo;
3. Sujeito indica USD desencadeada pela
imaginação;
4. Passa-se para a próxima cena da hierarquia;
5. Aplicam-se as instruções para a nova cena;
6. Progressão hierárquica.
Procedimentos passíveis de serem combinados com a Exposição em Imaginação:
- Biblioterapia ;
- Identificação e discussão de crenças irracionais, que constituem a manutenção da
perturbação;
- Detecção das distorções cognitivas;
- Auto exposição ao vivo;
- Diário.

(Gonçalves, 1990; Ito et al., 2008; Remor,


2000)
 Estudos demonstram eficácia da Exposição em Imaginação.

Várias perturbações do foro ansioso Melhoria a longo prazo em cerca de


75% dos agorafóbicos e obsessivo-
compulsivos


Exposição ao vivo > Exposição em imaginação.

 Alguns dos pacientes que foram dessensibilizados em imaginação com sucesso,


voltam, ainda assim, a manifestar-se ansiosos quando confrontados com situações
fóbicas ao vivo (Agras, 1967; Barlow, Leitenberg, Agras, & Wincze, 1969; Hain, Butcher, & Stevenson, 1966;
Meyer & Crisp, 1966; Sherman, 1972; cit. in Emmelkamp, 1990).

 Eficácia aumenta quando combinada com outras técnicas:


- Reestruturação Cognitiva (Perturbação de Stress Pós-Traumático)
- Técnica de Exposição e estratégia de bloqueio (Perturbação obsessivo-compulsiva)
(Emmelkamp & Kuipers, 1979; cit. in Foa & Kozak,
1986; Foa et al., 1983; cit. in Foa & Kozak, 1986; Peres
et al., 2005; Steketee & Cleere, 1990)
 A Exposição em Imaginação, embora menos eficaz que a exposição ao vivo, parece
ser uma mais valia para o tratamento ao vivo (Steketee & Cleere, 1990).

 A prática frequente é mais efectiva que a prática espaçada (Foa, Jameson, Turner, and
Payne, 1980; cit. in Emmelkamp, 1990).

Fornecer menos probabilidade de exposição acidental entre as sessões de tratamento


e de reforço do comportamento de fuga ou evitamento (Emmelkamp, 1990).

 A exposição prolongada ao estímulo provocador de medo é superior à exposição


breve (Rabavilas et al., 1976; Stern e Marks, 1973; cit. in Emmelkamp, 1990)
Exposição ao vivo

A duração de tempo não


parece produzir resultados Exposição em imaginação
diferentes.

 Exposição gradual e a exposição rápida parecem ser igualmente efectivas (Hodgson et al.,
1972; cit. in Emmelkamp, 1990).
 Muitos distúrbios psicológicos são caracterizados por medos intensos;
 O mecanismo mais efectivo de manutenção destes distúrbios é o evitamento, que
impede um confronto seguro e controlado com o estimulo fóbico (Capacchione, 2008);
 A exposição pode ser uma forma de diminuir ou extinguir os nossos
comportamentos de evitamento;
 A exposição tem efeitos positivos em situações que provocam medo e ainda em
situações em que a respectiva técnica é direccionada para sensações corporais
indesejáveis, pensamentos involuntários ou emoções indesejáveis (Parpaglione, 2008);
 A eficácia da exposição tem na base um mecanismo de habituação (Parpaglione, 2008);
 Os programas de exposição têm revelado resultados positivos tanto na
diminuição de respostas disfuncionais, como na manutenção de estados
emocionais mais adaptativos;
 Exposição associada à realidade virtual (Capacchione, 2008);
 Em suma, pressupomos um futuro promissor quanto ao uso da exposição
na prática cognitivo-comportamental.
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