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DURKHEIM E O

CONHECIMENTO
 Tradições francesa e alemã:
 a defesa de uma continuidade entre a ciência natural e a ciência social;
 a defesa de uma separação entre a ciência social e o senso comum ou, numa
outra variante, entre a ciência social e a ideologia;
 Defesa da objetividade > neutralidade científica
 o senso comum x ciência social ≠ não implica necessariamente defesa da continuidade

entre ciência social e ciência natural


 Nuances:
 Continuidade CS e CN + ciência específica + objeto próprio (natureza
diferente do objeto)
 Alargamento da noção de “coisa”. Objetivação da coisa e não reificação do
objeto. Representação como “coisa”.
 Descartes x Durkheim
 Senso comum produz RC. Não são ilusões e sim formas de conhecimento.
“Verdades mitológicas”, por exemplo. A âncora realista e funcional das RCs
– vínculo necessário com a realidade.
 Separação entre CS e CN > separação entre RC e RI. A verdade é social (a
verdade está no todo)?
 Epistemologia x metodologia
 "El hombre es un producto de la historia, por
consiguiente de un devenir; no hay nada en él dado
ni definido de antemano. La historia no empieza en
ninguna parte; no termina en ninguna parte. Todo
lo que está en el hombre ha sido hecho por la
humanidad en el curso de los tiempos. Por
consiguiente, si la verdad es humana, también ella es
un producto humano. La sociología aplica la misma
concepción a la razón. Todo lo que constituye la
razón, sus principios, sus categorías, todo eso se ha
hecho en el curso de la historia"
 A verdade não pode ser reduzida a um instrumento da
ação.
 O problema da moral em Durkheim
 Separação entre individualidade e sociedade (igualdade)
 Diferença entre moral e ética: a necessidade de uma razão prática
universalista.
 O papel da educação
 A moral como forma de integração social e fonte do conhecimento
(papel da religião)
 Moral x progresso, moral x evolução. Os valores são objetivos?
Sendo objetivos, a esfera da moral pode ser universal.
 Problema filosófico e sociológico: objetivar o senso conceitual
da moral (filosofia) e sua inscrição nos fatos sociais
(sociologia).
 Como a ciência pode ajudar nas questões morais? Escapar do
subjetivismo e escapar do dogmatismo científico.
 Eclipse da sociologia da moral, apesar de Weber e de Parsons.
Sociologia do desvio e a etnometodologia. Reaparecimento da
sociologia moral, através de Bourdieu e Boudon.
 Problemas de uma sociologia do conhecimento:
 Internalismo x externalismo = programa fraco (contexto de
produção, circulação, forma de organização, padrões de
comunicação, hierarquia interna...) x programa forte (produto
cultural, recursos teóricos e adesões socialmente negociadas –
contra a visão sobre a possibilidade de representação objetiva de
um mundo natural independente – passagem da sociologia do
conhecimento para uma epistemologia social.
 a lógica científica consegue escapar dos condicionamentos
sociais? É possível separar a comunidade dos conteúdos dos
conhecimentos? Dimensão social x dimensão cognitiva
 Formas de conhecimento são ativadas por processos sociais
 Conhecimento como problema de análise sociológica
 Como é possível estudar sociologicamente o problema do conhecimento

 Teoria sociológica do conhecimento x teoria do conhecimento sociológico

 Investigação crítica do problema do conhecimento a uma investigação

autocrítica
 O kantismo sociológico de Durkheim.
 Os imperativos morais são sociais.

 As categorias a priori do pensamento (tempo, espaço, causa...) são


tb construções sociais. Categorias anteriores à experiência, porque
decorrentes da sociedade.
 A origem do conhecimento é social. São produtos da experiência
social de gerações anteriores em resposta a necessidades de
estruturação social.
 A filosofia e a ciência nasceram na religião, que desempenhava a
função de ciência e filosofia.
 Exemplo: a categoria de tempo provém do ritmo das atividades
sociais; a de espaço, do ordenamento territorial. São representações
coletivas.
 Diferença entre o conhecimento empírico e o racional. O empírico é
dado pelas R.I e o racional pelas R.C
 A sociedade é uma realidade empírica e distinta, por causa das R.C,
logo, da racionalidade, da Natureza
 Duas estratégias: o fato objetivo da emergência de uma
posição moral; o conteúdo objetivo da posição moral.
 1) o mesmo objeto com várias posições — distribuição social das
posições morais — posição culturalista;
 2) estudo da racionalidade interna da posição moral ou baseada
numa psicologia de base natural (estruturas racionais e
psicológicas do pensamento e da ação) — posição cognitivista
 A teoria das representações coletivas:
 A RC é irredutível ao individual, justamente por ser social. Por que
social? Porque a representação significa um tipo de conhecimento
do real partilhado por uma comunidade de indivíduos -
conhecimento que se constrói, assim, de forma coletiva.
 No fundo, o conceito de representação coletiva procura apreender
formas sociais de representação semelhantes ao mito, isto é,
procura discernir a formação de um imaginário, de formações
ideativas mais estruturais, mais inseridas na constituição simbólica
de uma sociedade.
 A RC recobre três campos:
 a) campo do conhecimento, pois produz um saber prático que tem,
lembrando Durkheim, um caráter necessário, portanto, nessa acepção,
"verdadeiro";
 b) campo do valor, pois as representações ordenam moralmente o mundo,
estando seu lado moral indissociável do seu lado cognitivo;
 c) campo da ação, pois a representação orienta a conduta, podendo ser
percebida como um instrumento de ação.
 A RC apresenta cinco características principais:
 a) objetal, porque sempre representação de um objeto;
 b) imagética e ideativa, possuindo a propriedade de tornar permutável o
sensível e a idéia, a percepção e o conceito;
 c) um caráter simbólico e significante;
 d) um caráter construtivo;
 e) um caráter autônomo e criativo
 f) um caráter social.

 Pode-se deduzir dessas cinco características uma dupla articulação


lógica: uma lógica cognitiva (as três primeiras características) e uma
social (as três últimas).
 Diferença entre RC e representação científica da
realidade:
 RC:
 1) é formado por conceitos e signos; 2) possui validade empírica; 3)
é dominado pelo "como"; 4) apresenta tipos de inferência fixos; 5) é
limitado nas sucessões dos atos mentais; e 6) possui apenas algumas
formas sintáticas disponíveis
   R. Científica:
 1) é formado por imagens e símbolos; 2) possui validade consensual;
3) é dominado pelo "por quê"; 4) tem uma pluralidade de tipos de
inferência; 5) apresneta uma flexibilidade na sucessão de atos
mentais; e 6) possui várias formas sintáticas disponíveis.
 RC: relação entre tipos de classificação simbólica e
organização coletiva.
 Articulação sociológica das categorias de entendimento de
nossa interpretação de mundo com as estruturas sociais
(sociologia do conhecimento). Sociogênese das formas de
conhecimento (religião, filosofia, ciência)
 Explicar a racionalidade pelas representações que cada
sociedade produz (teoria sociológica do conhecimento). A
estrutura social determina as categorias do pensamento e
estas reproduzem simbolicamente a estrutura social.

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