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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


PROFESSOR: DR. RENATO KLEIBSON DA SILVA
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA I/INTRODUÇÃO À CIÊNCIA
POLÍTICA
AULA: A POLÍTICA COMO VOCAÇÃO I – MAX WEBER
Max Weber [1864-1920]
Cronologia da vida de Max Weber

1864 – Nascimento e infância num ambiente politizado;

1870-1871 – Guerra Franco-Prussiana e unificação da Alemanha.


Criação da comunidade imaginada alemã;

1891 – Escrita da dissertação sobre a propriedade de terra na Roma antiga;

1892 – Weber lança um estudo sobre a propriedade Junker, ao leste do Rio Elba;

1894 – Aula inaugural na cadeira de economia da universidade de Freiburg;

1897 – Primeira crise aguda de depressão, afastamento do trabalho e aprofundamento


dos estudos sobre o capitalismo alemão e mundial;
1904-1905 – Lançamento de A ética protestante e o “espírito” do capitalismo após
minucioso escrutínio sobre a propriedade Junker.

1906 – Estudo sobre a burguesia russa e sua relação com à alemã. A “questão da liderança”
política alemã após Bismarck – burgueses versus social-democratas.

1914 – Primeira Guerra.

1918-1919 – Período da Revolução Alemã. Weber ventilou a possibilidade de se filiar ao


PSD – Partido da Social-Democracia e participou da comissão que instituiu a constituição
de Weimar.

1920 – Falecimento.
Teoria sociológica Teoria da Projeto político
modernidade
Sociologia Racionalidade da Neutralidade
compreensiva cultura e da absoluta
sociedade
Metodologia Objeto formal Objeto material
Metodologia Ação social Compreensão
compreensiva [Verstehen]
Modernidade Max Weber
Características essenciais Racionalização da cultura e da
sociedade
Problemas/desafios Perda de sentido e perda da
liberdade
Delimitação do conceito:

“Entenderemos por política apenas a direção do agrupamento político


hoje denominado ‘Estado’ ou a influência que se exerce em tal sentido”
Delimitação do alcance da política para Max Weber:
“Por política entenderemos [...] o conjunto de esforços feitos com vistas
a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre
Estados, seja no interior de um único Estado.”
“Sociologicamente, o Estado não se deixa definir por seus fins [...] o
Estado não se deixa definir a não ser pelo específico meio que lhe é
peculiar, tal como é peculiar a todo outro agrupamento político, ou seja, o
uso da coação física”
Prerrogativas do poder político

1. Coerção. O poder político é sempre e inevitavelmente coercitivo;

2. Monopolização. O poder econômico não precisa eliminar a concorrência de outros para existir
[...] O poder político não funciona dessa maneira. Em cada território só pode existir uma liderança
central;

3. Universalidade. Cada governo tem monopólio em determinado território;

4. Inclusividade (pervasividade). Gradualmente, o poder político entra e tende a entrar em todas


as esferas da vida individual, até nas mais privadas. Note como você não pode fazer o que quiser
com seu corpo (eutanásia, drogas, regulamentação de comida). [GIANTURCO, 2020]
Os três tipos de autoridade:

Tradicional;

Legalista;

Carismática
Da especificidade da autoridade carismática:

“Condutores de homens e que a ele se dá obediência não por costume ou


devido a uma lei, mas porque neles se deposita fé” [p. 47]
Propaganda política de Getúlio Vargas no
período do Estado Novo [1937-1945]
Peça da campanha eleitoral
do candidato FHC em
1994. Autor: Nizan
Guanaes
Peça da campanha do
candidato José Serra em
2002. Autor: Nelson Biondi
Peça da campanha do candidato
Lula em 2002. Autor: Duda
Mendonça
Peça da campanha da candidata
Dilma Rousseff, em 2014.
Autor: João Santana.
“A dominação organizada necessita, por um lado, de um estado-maior
administrativo e, por outro lado, necessita dos meios materiais de
gestão [...]. Do primeiro exemplo, depreende-se que “a obediência
funda-se, antes, em duas espécies de motivo que se relacionam a
interesses pessoais: retribuição material e prestígio social.”
“O Estado moderno é agrupamento de dominação que apresenta caráter
institucional e que procurou (com êxito) monopolizar, nos limites de
um território, a violência física legítima como instrumento de domínio
e que, tendo esse objetivo, reuniu nas mãos dos dirigentes os meios
materiais de gestão” [p. 51]
REFERÊNCIAS

COLLINS, Randall. Quatro tradições sociológicas. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.


GIANTURCO, Adriano. A ciência política – uma introdução. São Paulo: Editora Forense,
2020.
GIDDENS, Anthony. Política, sociologia e teoria social. São Paulo: Unesp, 1998.
WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2011.
______, Max. Economia e sociedade, vol. 1. Ed. UnB, 2001.
______,Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.

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