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Psicologia da Velhice

Isabel Neves - 2013


Psicologia da Velhice

No final da ação os formandos deverão ser capazes de:

Enunciar a importância da gerontopsicologia no reconhecimento dos problemas


que se colocam à pessoa idosa.

Reconhecer a importância da sexualidade na velhice.


Psicologia da Velhice

•Gerontopsicologia
• Aspetos biológicos e psicológicos do envelhecer
- Emoções e velhice
- - Motivação
- Personalidade: tipologias
• Tarefas evolutivas da Velhice
- Ajustamentos psicossociais da velhice
- Fase final da vida/reflexão sobre a morte e o luto
• Aspetos cognitivos do envelhecer
- Velhice e aprendizagem
- Avaliação das funções cognitivas
- Modificações nas funções cognitivas
- inteligência, memória e aprendizagem
- resolução de problemas e criatividade
Psicologia da velhice

Conteúdos programáticos

•A sexualidade na velhice
- Fatores que influenciam a mudança de comportamento sexual na –
velhice
- Crise da menopausa
- A Sexualidade depois dos 60
- Amor e sexualidade na pessoa idosa
Gerontopsicologia

Gerontologia - é a ciência que se dedica ao estudo do processo de


envelhecimento na sua totalidade.

A Gerontologia como ciência encarregue pelo estudo do efeito do tempo


sobre os seres vivos, com todas as repercussões biológicas, médicas,
psicológicas, sociais, económicas, demográficas, ambientais e políticas,
alcançou uma grande importância a partir da década de 50.
Envelhecimento

Contexto de envelhecimento

O envelhecimento humano é entendido como um processo de


mudança progressiva da estrutura biológica, psicológica e
social, que se desenvolve ao longo da vida
(Ministério da Saúde,2004)
Fases do processo de envelhecimento

Idoso - nesta fase não existem grandes alterações orgânicas e o indivíduo


encontra-se capaz de satisfazer as suas necessidades.

Senescência – o indivíduo passa a sofrer alterações na sua condição física,


ou de outra natureza, havendo necessidade de confiar em terceiros.

Senilidade – o indivíduo já não exerce a sua função como órgão de


adaptação, tornando-se quase dependente pelo que necessita de cuidados
completos
As sociedades desenvolvidas vêem-se caraterizadas pelo desenvolvimento
demográfico transversal.

•Aumento dos níveis de esperança de vida (politicas envelhecimento


ativo)
•Declínio das taxas de natalidade

Novos desafios em domínios como:

• na saúde (como recurso adaptativo para o envelhecimento normal);


• na prestação de cuidados (maior risco de doença/dependência,
cuidados formais e informais)
Envelhecimento normal – alterações biológicas universais que ocorrem com
a idade e que são afetadas pela doença e pelas influências ambientais.

Promoção de um envelhecimento ativo para aumentar uma maior qualidade


de vida ao longo do ciclo vital.

QUALIDADE DE VIDA = “boa saúde”= autonomia = dependência


Who (2002), define autonomia como a capacidade percebida para controlar,
lidar com situações e tomar decisões sobre a vida quotidiana de acordo com
as próprias regras e preferências.

O conceito de autonomia é descrito como um direito do utente: ”autónomo,


independente, ter autocontrolo e estar orientado”. ICN (2005)
Dependência – necessidade de ajuda e assistência nas necessidades de vida diária
ou o estado em que se encontram as pessoas que, por perda da autonomia física ,
psíquica ou intelectual, têm necessidades de ajuda na realização das AVD

Três fatores:
Uma limitação física psíquica ou intelectual;
A incapacidade da pessoa para realizar por si as atividades de vida diária;
A necessidade de assistência por parte de outra pessoa.
Paúl (2005) refere que esta nova” ordem social” para o envelhecimento tem
múltiplas implicações e deve ser encarada sob três perspetivas:

• Psicologia vivência de cada um, significado do ato de envelhecer;

• Saúde maior probabilidade de ocorrência de doenças devido ao aumento


do tempo de vida e a uma maior vulnerabilidade;

• Prestação de cuidados necessidade de adequação das tipologias dos


cuidados formais e informais, diversificação dos modelos assistenciais, de
modo a ir de encontro às necessidades das pessoas.
• Portugal como a maioria dos países ditos desenvolvidos confronta-se com
o aumento do envelhecimento devido às baixas taxas de natalidade assim
como o aumento da esperança de vida.
• Conforme refere Maria João Valente Rosa (2012), na sua obra, a
sociedade alterou-se muito significativamente, gerando um novo perfil de
sociedade, podendo mesmo ser apelidada de sociedade «4-2-1» (quatro
avós, dois pais e um filho), em substituição da sociedade passada,
apelidada de» 1,2,4» (um avô, dois pais e quatro filhos).
Tendência que se irá verificar, segundo projeções do I.N.E. até
2050
- o peso da população de 80 e mais anos de idade triplicará de 3,8%
para 10,7% .
Reflexão
Envelhecimento demográfico possível problema social?

Será que pode causar uma desaceleração do ritmo de inovação e uma


redução da flexibilidade e da mobilidade da mão-de-obra, que ele acentua o
conservadorismo político, que diminui a propensão consumo (aumentando a
poupança), gerando uma retração do mercado interno e um aumento da
obrigação de exportação .
OU será que…

Poderemos considerar que a inovação não é contrária à experiência e que a


adaptação dos trabalhadores idosos às novas tecnologias pode ser
alcançada através de reciclagens profissionais, que o conservadorismo
político não depende tanto do envelhecimento demográfico mas do
envelhecimento das instituições e das mentalidades, que o envelhecimento
demográfico não implica necessariamente uma diminuição automática do
consumo, mas sim uma modificação da sua estrutura.
• Na prática clínica, sugere-se uma abordagem individual e diferenciada ao
envelhecimento de acordo com a história e o percurso de vida de cada um

• Assim o envelhecimento, deve ser pensado numa perspetiva positiva,


centrado nas características da pessoa que envelhece e nas medidas
preventivas de controlo e redução das perdas, e não apenas nos efeitos
negativos da velhice (Fonseca,2005)
Aspetos do Envelhecimento

Envelhecimento Biológico – caraterizado pela diminuição da taxa metabólica,


redução, ou seja verifica-se uma diminuição
acentuada da capacidade de regeneração das
células, o que leva ao envelhecimento dos tecidos.

A senescência tem início com mudanças no aspeto exterior:


Sistema Tegumentar

 Adelgaçamento da pele
 Perda da flexibilidade e de elasticidade da pele
 Aparecimento de Rugas
 Aparecimento de“Pontosmarrons”=manchas da idade=lentigosenil
 Aparecimentode “púrpurasenil”–áreas hemorrágicas sob a pele
manchas da idade=lentigo senil

Adelgaçamento da pele
Perda da flexibilidade e de “púrpura senil”–áreas
elasticidade da pele hemorrágicas sob a pele
Aparecimento de Rugas
 A pele fica mais áspera e quebradiça
 Diminuição da velocidade de cicatrização
 Aparecimento de Úlceras depressão
Com a perda de tecido cutâneo verifica-se:

• Um aumento da visibilidade das proeminências ósseas(tendões, veias,


articulações das mãos e clavícula; costelas e Joelhos; concavidades sob as
axilas e por cima das clavículas acentuam - se;
• Ossos dos maxilares e maçãs do rosto vêm-se mais; as orbitas afundam-se)
• O nariz, as orelhas e os lóbulos das orelhas alongam se, as pálpebras e as
faces descaem
• Perda progressiva de pelos (no púbis, nas axilas, e nos pés e mãos a perda
de pelos é quase completa);
Sistema Ósseo

Diminuição da massa óssea (esta diminuição acentua-se nas mulheres após a


menopausa);

Perda de dentes–os restantes dentes achatam-se e o maxilar atrofia-se;

Ocorre uma diminuição da distancia entre o queixo e o nariz e os dentes


migram para traz;

Alteração do equilíbrio corporal e da marcha, de vido a:


 uma Diminuição da Altura (entre 0,5 a 5cm) devido ao estreitamento das
vértebras dorso-lombares –verificando-se ma acentuação da curva
natural da coluna.
 alargamento da cintura pélvica.
Sistema Articular
As articulações tornam-se mais rígidas
Perda da amplitude de movimentos

Sistema Neuromuscular
Diminuição da velocidade estimulo–resposta
Perda de força e de agilidade
Velocidade de contração-tempo de contração prolongada e relaxamento
médio, prolongado
Aos 80 anos da massa muscular máxima pode perder-se cerca de 50%
Aparecimento de tremor benigno (tremor senil)
Sistema Sensorial

Ao nível do paladar
 Diminuição do numero de papilas gustativas
 Diminuição ou ausência de secreção salivar provoca a sensação de
gosto amargo

Ao nível do olfato
 Atrofia dos órgãos olfativas
 Aumento do numero de pelos nas narinas
 A diminuição do olfato e do numero de papilas gustativas podem
 Levar a uma diminuição da sede e, por vezes, a perdas de apetite
Ao nível da audição

• Aumento do pavilhão auricular


• Acumulação de cera nos ouvidos
• Espessamento do tímpano
• Otosclerose
• Degenerescência da fibra nervosa de audição
• Atrofia do nervo auditivo
• Presença de acufenos – sensações auditivas como
• campainhas, estalinhos, entre outros
• Presbiacúsia - perda progressiva da audição

Ao nível do tato
• Alteração dos mecanismos reguladores de temperatura
Ao nível da visão

• As perdas de visão ocorrem de forma muito progressiva–tornando-se mais


evidentes entre os 40 e os 50anos.
• Aumento da sensibilidade à ofuscação
• Dificuldade de adaptação às mudanças de luz
• Redução marca da visão noturna
• Maior dificuldade em focar
• Perda da visão fina dos pormenores
• Modificação da perceção das cores–capta mais facilmente cores vivas
• O campo visual diminui
Sistema Cardiovascular

• Irregularidades de pulsação, arritmias, bradicardias


• Diminuição da força contráctil dos ventrículos
• Aumento da pressão sistólica
• Diminuição do fluxo sanguíneo
• Diminuição da capacidade de ajuste cardiovascular ao esforço físico
Sistema Respiratório

• A partir essencialmente dos 40 anos ocorrem modificações respiratórias


• Diminuição do oxigénio tecidular
• Aumento da fadiga dos músculos respiratórios
• Menos eficácia no combate às agressões
• Diminuição do reflexo da tosse
• Aumento da suscetibilidade dos idosos à infeção respiratória
• A capacidade inspiratória diminui
Envelhecimento Psicológico
• As alterações corporais no idoso têm repercussões psicológicas que se
manifestam na mudança de comportamentos e atitudes
 Ao nível psicológico, avalia-se o equilíbrio entre as limitações e as
potencialidades do indivíduo, de modo a minimizar as perdas associadas ao
processo de envelhecimento.

 O envelhecimento psicológico depende de fatores.


 patológicos;
 genéticos;
 Ambientais/ sociais;
 É também muito importante ter em conta, a história de vida, o sistema de valores,
a forma como cada um se vê, o contexto sociocultural em que se encontra
inserido e a forma como cada um organiza e vivencia o seu projeto de vida
Desenvolvimento cognitivo
Spar e La Rue (2005) descrevem um conjunto de variáveis medidores de
cognição no envelhecimento normal:
 fatores genéticos;
 saúde;
 escolaridade;
 atividade mental;
 atividade física;
 personalidade humor;
 meio social e cultural;
 treino cognitivo
 sexo e os conhecimentos especializados.
Processamento da informação
A capacidade de processamento está dependente em grande parte da
capacidade do idoso para receber, descodificar e reter informação, memória
de trabalho.

fluída
Inteligência

cristalizada
• Inteligência fluída – consiste no processo básico de informação;
capacidade de raciocinar, perceber a relação entre objetos, criar novas
ideias e adaptar-se a mudanças (organização da informação em situações
concretas). Atinge o seu potencial máximo aos 25 anos, iniciando-se a
partir daí o seu declínio
• Inteligência cristalizada – consiste no processo de aquisição do
conhecimento, centrando-se na educação acumulação de informações),
no conhecimento e na experiência que os indivíduos adquirem no
contexto socio cultural (aumenta a sua capacidade ao longo da vida).
• Este tipo de inteligência aperfeiçoa-se ao longo da vida, dependendo da
educação e das experiências pessoais de cada um. Assim as atividades
desempenhadas no passado tem repercussões no presente e são
fundamentais para o envelhecimento bem sucedido no futuro
Memória
É uma das funções cognitivas fundamentais para o envelhecimento ativo e da
qual depende a sua preservação, a memória é vital no quotidiano das
pessoas, na orientação, na comunicação, na relação, na execução de tarefas.

Memória de trabalho, memória a curto prazo ou imediata, está relacionada


com a relação e manipulação da informação registada na memória a curto
prazo. Este tipo de memória deteriora-se com a idade, especialmente quando
é necessário efetuar uma manipulação ativa de informação (ex.)
- repetir números por ordem inversa. Esta alteração cria dificuldades na
aprendizagem e na recordação de informação nova.
• Memória a longo prazo ou memória de recordação – mantém-se estável
ou declina muito pouco com a idade;

• Com o avançar da idade ocorre uma diminuição da velocidade de


recuperação dos vários recursos da memória, sendo maior o declínio na
memória imediata, ou seja na fixação de informação recente, em grande
parte devido a alterações no sistema sensório-motor;

• A memória do ponto de vista da recordação representa uma forte ligação


entre o sujeito e o seu mundo. As reminiscências têm um elevado valor
social e relacional, indispensável para um envelhecimento saudável.
Emoção
•A emoção relaciona-se com a situação presente e futura.
•Tem assim algo a ver com a sensação, a perceção e a representação.
• Não é por acaso que a emoção é mais durável na memória
(eventualmente se transformando em afeto) e na modificação das
atitudes, sendo então um forte componente da intencionalidade.
As seis emoções fundamentais

• Alegria
• Surpresa
• Tristeza
• Raiva
• Repulsa
• Medo
Modificações nas reações emocionais

• Isolamento
• Marginalização social
• Solidão
• Acumulação de perdas e separações
Características do envelhecimento emocional

• Redução da tolerância a estímulos


• Vulnerabilidade à ansiedade e depressão
• Acentuação de traços obsessivos
• Sintomas hipocondríacos, depreciativos ou de passividade
• Conservadorismo de carácter e de ideias (rigidez mental)
• Atitude hostil diante do novo;
• Diminuição da vontade, das aspirações, da iniciativa;
• Estreitamento da afetividade
Personalidade: tipologias

Construtivos:
São aqueles bem integrados tanto no campo pessoal, familiar e no social. As
suas vidas foram feitas de responsabilidades e estabilidades, sofrendo
poucas tensões.
Apresentam uma personalidade de auto controle, porém conscientes das suas
realizações, frustrações e limitações.
São optimistas e aceitam a aposentação sem maiores conflitos.
Não lamentam o que se passou e querem continuar a construir, pretendendo
ainda grandes realizações.
Dependentes:

 São passivos, não são ambiciosos, mas vivem uma vida com um padrão
acima das suas possibilidades.

 São cautelosos com contactos novos, mostrando-se desconfiados.

São extremamente optimistas e pouco realistas.

A aposentação livra-os da responsabilidade e não sentem nenhuma


disposição para qualquer tipo de actividade.
Defensivos

São neuróticos, descontrolados emocionalmente, convencionais no social


e apresentam um comportamento fechado.
Os seus empregos nunca forma fonte de prazer, mas apenas o caminho
para atingir um futuro promissor.
São preconceituosos e tentam passar uma imagem de auto suficientes.
São pessimistas quanto á velhice e invejam frequentemente a juventude.
Evitam reformar-se para não entrarem em contacto com o envelhecimento
e trabalham arduamente, só para parando quando são obrigados.
Hostis
 Pouco ambiciosos, pouco competentes, com constantes
sentimentos de fracasso.

São rígidos, inflexíveis no modo de pensar, agressivos, competitivos,


preconceituosos, culpam os outros pelo seu insucesso.

Tem enorme medo de envelhecer, criticam os mais jovens pelas suas


posturas e agarram-se desesperadamente ao seu trabalho.

 Tendem frequentemente á introspecção.


Pessimistas
 São sempre vitimas das circunstancias, vivendo em constante conflito.

 São hostis consigo mesmo e não se interessam pelos outros.

Consideram a velhice uma triste etapa da vida, não se revoltam contra ela,
mas também nada realizam para mudar ou construir de novo.

Não tem medo da morte porque ela representa a possibilidade de libertar-


se dessa vida tão insatisfatória.
Tarefas evolutivas da velhice

Viver mais e melhor, antes de mais nada precisamos de fugir do


condicionamentos;

A idade cronológica está registada no nosso CC mas a idade biológica e


psicológica são modificáveis e relativas;

Tudo depende das nossas perceções e estas também as podemos modificar;

Podemos mudar a perceção que temos do nosso corpo e os pensamentos


que tempos do nosso próprio envelhecimento no sentido mais positivo
Percebermos que teremos que modificar alguns comportamentos,
como:

• Fazer exercício físico;


• Ter uma alimentação saudável
• Formulação de novos projetos
• Apoio e relacionamento estreito familiar
• Apoio social e comunitário
• Sexualidade ativa
Fase final da vida/reflexão sobre a morte e o luto
Luto

Dores emocionais e/ou perturbações que surgem quando alguém sofre


uma perda ou existe um acontecimento de perda iminente (luto
antecipado).
As respostas as estas situações são formas de adaptação a que chamamos
luto.
4 fases do luto

O que acontece psicologicamente quando se verifica uma perda?

O sujeito atravessa um processo de luto, composto por uma série de


alterações emocionais específicas, ou FASES

Liliana Lobato
1 - Negação/Incredulidade

2 - Raiva

3 - Preocupação/Depressão

4 - Aceitação/Resolução
Choque/Incredulidade

Choque. O sujeito recusa-se a acreditar na perda


Raiva

O sujeito culpabiliza os outros pela sua perda. Podem verificar-se


sentimentos de cólera, dirigidos normalmente aos médicos, a Deus ou outro
alvo responsável. (Ex.: O Dr. devia ter mandado fazer análises mais cedo)
Preocupação/Depressão

O sujeito entristece.
Trata-se de uma fase intermédia que envolve preocupação com a pessoa
e/ou coisa perdida.
Surgem sintomas como: choro incontrolável, humor deprimido,
evitamento social e outros sintomas somáticos semelhantes aos da
Depressão.
Pode surgir a voz e/ou imagem da pessoa/coisa perdida, mas não de
forma alucinatória, mas sim na forma “como se …”.
Aceitação/Resolução

Aceitação do acontecimento. O sujeito resigna-se e começa a aceitar a


perda com o passar do tempo.
Os sintomas atenuam-se e a vida começa progressivamente a chegar ao
normal.
Podem decorrer vários meses até esta fase começar e alguns mais até que
esteja completa.
Nos aniversários é comum haver recorrência do luto.

Liliana Lobato
LUTO PATOLÓGICO (3 formas)

1 - Luto Ausente e Luto Diferido


2 - Luto Prolongado
3 - Luto Excessivo
1 Luto Ausente e Luto Diferido

Quando não há sinais externos de luto, apesar da ocorrência de um


acontecimento com dimensão que o justifique. Estamos perante um Luto
Ausente.
Quando o luto começa algumas semanas mais tarde, dizemos que se trata
de um Luto Diferido.
2 Luto Prolongado

Quando os sintomas persistem 6 a 12 meses mais tarde.


É de considerar uma perturbação depressiva.
3 Luto Excessivo

Intensidade excessivamente grave dos sintomas de luto.


Pode refletir-se sobretudo em pessoas com personalidade mais
vulnerável ou mais próximas do falecido.
Luto e depressão

A Depressão ocorre num terço das pessoas em luto e em 20% dos casos é
grave.
Nem sempre é fácil decidir quando se atravessa o limiar entre o Luto e a
Depressão.
Comparação depressão/luto

Ideação suicida

- Comum na Depressão (comandada pelo humor deprimido).


- Transitória no Luto (comandada pelo desejo de estar junto do/a
falecido/a).

Liliana Lobato
Culpabilização pela situação

- Culpabilidade dirigida ao próprio, na Depressão.


- Culpabilidade dirigida aos outros e ao destino, no Luto.

Lentificação psicomotora

- Verifica-se na Depressão.
- Não se verifica no Luto.

Liliana Lobato
Sintomatologia psicótica
- Pode ocorrer em casos graves e é congruente com o humor.
- Não ocorre no Luto, embora se possa imaginar ouvir/ver o falecido.

Evolução dos sintomas


- Persistente na Depressão (mais de 2 meses).
- Flutuante no Luto (remitem em 2 meses).
Perda de um filho

Pode ser mais intensa;


Podem surgir sentimentos de culpa e impotência;
Choque, negação, raiva;
Manifestações de pesar para toda a vida;
50% dos casamentos onde morre um filho culminam em divórcio.
Tratamento do luto
Aconselhamento/apoio úteis no Luto Normal.
Nota: neste caso não se fala em Perturbação; o Luto deve ser considerado
como um processo normal, embora doloroso.
Quando surgem sintomas de Luto Patológico ou de Perturbação
Depressiva, pode ser necessário persuadir a pessoa de que o seu sofrimento
exige um plano terapêutico:
- Antidepressivos e Benzodiazepinas )para problemas de sono);
- Terapia cognitivo-comportamental.
Os aspectos religiosos envolvidos no processo de
morte e luto:
Quanto maior o temor de negar a morte, maior será seu poder devastador
sobre nós

Está presente em todos os setores, e em todas as raças.

Em todos os níveis sociais, e em todas as culturas.

Sendo ela a realidade mais concreta, e independe dos vivos.


Refletir sobre a finitude humana é própria só do homem

1. O nosso inconsciente rejeita acreditar em nossa própria morte.


Vivemos como se fossemos para a imortalidade, o que não é real

2. Ao contrário do que é a vida, O ser humano se prepara para o


nascimento: pré-natal, etc.

3. Quer um exemplo?
Você compraria um livro, cujo tema fosse: “Você vai morrer...
Prepare-se?”
Por sua magnitude profissional e elevada responsabilidade a enfermagem
deve possuir conhecimentos religiosos dos seus pacientes

1. Qual a religião, credo, fé e mitos deles?

2. Há sensos de culpa e o superego?

3. E os seus familiares e amigos?

Habilidades para não incorrer em discriminação e muito


menos na ausência de empatia
Aspectos a refletir da fé do paciente

1. A vida após a morte, é do ponto de vista do religioso cristão, não


subjetivo: é concreto

2. As divergência entre os credos é na área da filosofia da doutrina e não


no pragmatismo religioso

3. É mais saudável aceitar a fé do paciente do que implantar suas


crenças

4. O silêncio é para o enfermo aterrador. A audição no contexto da


neurociência
Para a filosofia existem três tipos de medo da morte

1. Medo do que vem depois da morte (ligado as religiões, castigos, solidões,


sentimento de culpa, etc.),

2. Medo do evento ou do processo de morrer (sofrimento prolongado,


fraqueza, dependência, estar exposto e vulnerável, etc.) e

3. Medo do "deixar de ser" (é o mais terrível, é conflito entre o nada versus a


continuidade após a morte, o não ser).
Aspetos cognitivos do envelhecimento

Cognição - conceito

• Processo de estar consciente, saber, pensar, aprender, decidir e


julgar.
Funções
• Gnosias - reconhecimento de objetos familiares

• Praxias - conhecimento automático de como fazer determinada


tarefa

• Linguagem capacidade de comunicação (afasias: alterações da


linguagem e de compreender o que está a ser dito)

• Memória
Memória

• Conceito - Função cognitiva específica de armazenar e


procurar , resgatar informações.

Tipos de Memória
1. Memória episódica
2. Memória semântica
3. Memória de procedimento
4. Memória operacional
Memória episódica

• Tipo de memória utilizada para lembrar experiências pessoais


vividas num contexto próprio.

• Ex: telefonema de um amigo, jantar da noite passada.

• Lobulo temporal (hipocampo, córtex ) e prosencéfalo basal.


Memória Operacional

• Combinação das capacidades de atenção, concentração e


memória recente. Capacidade de manter ou manipular
informações de forma mais temporária.
• Ex: estudar para uma prova

• Requer memória episódica

Córtex pré-frontal e áreas sub - corticais


Alterações cognitivas

• Designa alteração de uma ou mais áreas da cognição, com


etiologia, apresentação clínica e prognósticos variados.

• Engloba as demências e os quadros confusionais agudos.


Exercícios cerebrais feitos de maneira rotineira apresentam efeitos muito
positivos sobre a memória.
Semelhante ao que ocorre com exercícios musculares realizados para se
manter a forma física, a atividade cerebral também deve ser realizada com
freqüência, sempre procurando estimular nossos principais sentidos: olfato,
paladar, tato, visão e audição, bem como nossa memória e inteligência
Os jogos e os aspectos cognitivos

• Segundo Vygotsky, o uso dos jogos proporcionam o desenvolvimento de


dois aspectos primordiais, um referente a afetividade expresso durante a
ação e outro referente aos aspectos cognitivos, no qual o jogo proporciona
avanços nos processos de aprendizagem.
• O uso dos jogos proporciona, segundo Rego (2000, p.79), ambientes
desafiadores, capazes de “estimular o intelecto” proporcionando a
conquista de estágios mais elevados de raciocínio.
O que os jogos podem proporcionar

• A ação, durante o movimento do jogo, provoca espontaneidade. Isto causa


estimulação suficiente para que o indivíduo transcenda a si mesmo. Ele é
libertado para penetrar no ambiente, explorar, aventurar e enfrentar sem
medo todos os perigos.
• Dessa experiência integrada, surge o indivíduo ativo e participativo dentro
de um ambiente total, e aparece o apoio e a confiança que permitem a ele
desenvolver qualquer habilidade necessária para a comunicação dentro
do jogo.
• Os jogos proporcionam ao indivíduo adquirir o domínio da comunicação
com os outros.
O aspecto cognitivo do uso dos jogos e sua importância para os
processos de aprendizagem e desenvolvimento.
• Segundo Vygotsky, o jogo atua na zona de desenvolvimento proximal
realizando um intercâmbio entre:
zona de desenvolvimento real, a qual abrange as aprendizagens já
consolidadas, à
zona de desenvolvimento potencial, que representa as aprendizagens que
ainda vão se consolidar.

• Nesta perspectiva, o jogo é fundamental para que os processos de


desenvolvimento se efetivem, resultando em saltos nos processos de
aprendizagem e desenvolvimento, pois um está relacionado e articulado
ao outro.
VAMOS PRATICAR A MEMÓRIA

MEMÓRIA SENSORIAL TÁTIL


JOGO DO BALDE
MEMÓRIA VISUAL E
ORGANIZACIONAL
JOGO DA TROCA DE
MATERIAIS

MEMÓRIA E
RACIOCÍNIO LÓGICO
JOGO ACRESCENTAR
UMA PARTE
MEMÓRIA AUDITIVA
JOGO DOS SONS
ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO

Segundo o aurélio,
ATENÇÃO
• Aplicação cuidadosa da mente a alguma coisa.

• Aplicaçã

CONCENTRAÇÃO

• O da atenção da mente de modo interno e exclusivo.


VAMOS PRATICAR A ATENÇÃO E A
CONCENTRAÇÃO
JOGO DA SEQUÊNCIA NUMÉRICA

MARQUE UM “X” SOBRE OS NÚMEROS NA SEQUÊNCIA DE 1 A 30


1 21 19 20 12

25 3 11 15 10 6 16 24

9 13 21 23 30 22 18 20

29 17 27 7 14 8 2 28

5 15 19 2 6 4 16 26

AO PRIMEIRO SINAL DO PROFESSOR – COMECE A TAREFA


AO SEGUNDO SINAL DO PROFESSOR – TERMINE A TAREFA
JOGO DOS 7 ERROS
JOGO DOS 7 ERROS
JOGO DA LEITURA DAS CORES

AMARELO
VERMELHO

PRETO
AZUL
COMPREENSÃO LÓGICA

A ciência das leis necessárias do


entendimento e da razão em geral ou, o que
é a mesma coisa, da simples forma do
pensamento em geral, designamo-la de
Lógica. – Kant

ENTENDER O QUE ESTÁ SENDO DITO, VISTO, OUVIDO OU


PENSADO DE MANEIRA COERENTE E ORGANIZADA.
IMPORTÂNCIA E RELEVÂNCIA

• Ela ajuda-nos a adquirir competências que nos permite avaliar a validade


dos argumentos que nos são apresentados, contribuindo assim para
desenvolver a autonomia e o espírito critico.

• Ela proporciona-nos meios que possibilitam a organização coerente dos


pensamentos, desenvolvendo competências argumentativas e
demonstrativas, a fim de podermos nos comunicar com rigor, coerência e
inteligibilidade.

• É por meio desses recursos que pensamos a realidade e a podemos


conhecer.  
VAMOS PRATICAR A COMPREENSÃO LÓGICA

JOGO DO DIA

JOGO DA DIVISÃO DA
JOGO DA HISTÓRIA AÇÃO
JOGO DO DIA

Regra única: dividir a sala em 3 grupos manhã – tarde – noite

Cada integrante de cada grupo escolherá uma ação de acordo com a parte do
dia de seu grupo.

O grupo deverá organizar o conjunto de ações feitas no seu período do dia.

Em seguida, os 3 grupos organizam o dia todo.


JOGO DA HISTÓRIA

Vamos juntos contar uma história. A


REGRA ÚNICA: sua contribuição, desde que ela tenha
coerência e faça sentido, é muito
importante.

...”ERA UMA VEZ... UM GAROTO que


carregava UMA PIPA”...
JOGO DA DIVISÃO DA AÇÃO

AÇÃO 1: “COMER UM BOMBOM”

1. Comer
2. Amassar o papel laminado
3. Jogar o papel laminado no lixo
4. Pegar o bombom na caixa
5. Desembrulhar o papel laminado
JOGO DA DIVISÃO DA AÇÃO

AÇÃO 2: “VOLTAR DO TRABALHO PARA CASA”


1. Pegar a chave no bolso
2. Desligar o computador
3. Abrir a porta de casa
4. Pegar o ônibus
5. Recolher as coisas
6. Apagar a luz
7. Fechar a porta do escritório
JOGO DA DIVISÃO DA AÇÃO

AÇÃO 3: “FAZER COMPRAS NO SUPERMERCADO”

1. Colocar os produtos no carro


2. Fazer a lista de compras
3. Dirigir o carro até o supermercado
4. Pagar
5. Pegar os produtos nas prateleiras e colocá-los no carrinho
6. Colocar as compras nas sacolas
7. Estacionar o carro no supermercado
8. Entrar na fila do caixa
9. Retirar os produtos do carrinho e colocá-los na esteira do caixa
10. Dirigir o carro até em casa e guardar as compras
11. Pegar o carrinho do supermercado
HABILIDADES DOMÉSTICAS E DA VIDA DIÁRIA

A prática de atividades domésticas e diárias auxiliam na


prevenção do envelhecimento prematuro e na promoção da
saúde.
Maus- Tratos e negligência aos idosos

• O que são maus tratos aos idosos?


– Ações ou omissões que prejudiquem as faculdades físicas e
emocionais do idoso, comprometendo a sua saúde, bem-estar e
atividade social. Podem ser:
• VISÍVEIS - quando é possível identificar, ver. Essas provocam
lesões, traumas, furtos e maus tratos.
• NÃO-VISÍVEIS - quando não são vistas a olho nu, porém
provocam distúrbios psicológicos, medos, angústias, solidão.
Quem realiza os maus tratos?

• Familiares;
• Vizinhos;
• Amigos;
• Profissionais da saúde;
• Cuidadores.
Circunstâncias agravantes

1. Agressor viver na mesma casa que a vítima


2. Filhos serem dependentes financeiramente de pais idosos
3. Idoso depender da família de seus filhos para sobreviver
4. Abuso de álcool e drogas pelos filhos, outros adultos da casa ou
pelo próprio idoso
5. Ambiente de pouca comunicação, pouco afeto e vínculos fracos na
família
6. Isolamento social da família e da pessoa idosa

7. Idoso ter sido ou ser agressivo nas relações com seus familiares

8. Haver história de violência na família

9. Cuidador ter sido vítima de violência doméstica

10. Presença de depressão ou qualquer tipo de sofrimento mental ou


psiquiátrico
Como os maus tratos são classificados

• abusos físicos;
• abusos psicológicos;
• abandono;
• negligência;
• abusos financeiros;
• abuso sexual;
• auto- negligência
• Abusos físicos – são ações utilizadas por meio de agressões físicas, como
por ex. murros palmadas, amarrar mãos e pernas, beliscões, queimaduras.

• Psicológicos - agressões verbais ou gestos que visam humilhar o idoso,


ameaças feitas com promessas de punição, trancá-lo em locais da casa,
não alimentá-lo, ofendê-lo, restringi-lo do convívio social. Pode ainda ser
toda forma de desprezo e discriminação.

• Abandono - ausência de um responsável ou responsabilidade em cuidar


de pessoa que necessita de proteção, geralmente o idoso é colocado
numa divisão afastada da casa ou encaminhado para instituições sem a
sua vontade.
Negligências - omissão de cuidados à pessoa dependente. O não respeito a
horas normais pelas refeições, tomada de medicamentos, higiene etc. Ocorre
entre os serviços de saúde, a longa espera nas filas, no serviço público como
o SNS, por exemplo. Bancos, lojas, tem disponibilizado filas preferenciais e
planos especiais.
Abuso financeiro - exploração imprópria dos recursos financeiros do
idoso, sem a sua autorização, ou apropriação do seu dinheiro, reforma ou
outros bens .
Abuso sexual - é todo contato sexual sem consentimento, incluindo o
estupro e o atentado ao pudor
Auto - negligência - quando a pessoa recusa o cuidado a si mesma, colocando
em risco sua saúde e segurança. Tentativa de suicídio.
• Violência nas instituições de apoio - ocorre nas relações e formas de
tratamento que as entidades de apoio formal de longa permanência
mantêm com os idosos.

• Em muitas dessas instituições as pessoas são maltratadas,


despersonalizadas, destituídas de qualquer poder e vontade, faltando-lhes
alimentação, higiene e cuidados médicos adequados. Os cuidadores não
têm formação na área.

• Os Idosos são vistos, em muitos casos, como um fardo. Infelizmente,


embora seja um problema público notório, como os lares ilegais, sem
condições. Revela falta de fiscalização, monitoramento e avaliação dessas
instituições pelos poderes públicos competentes.
ALGUNS SINAIS QUE PODEM IDENTIFICAR VIOLÊNCIA

 Física
 Lesão incompatível com o relato
 Cortes, feridas não explicadas
 Múltiplas fraturas
 Hematomas
 Lesões em local não visível do corpo
 Perda de peso não explicada
 Queimaduras por cigarro, etc
 Roupas inadequadas, sujas
 Erros reiterados no uso de medicamentos
 Mudanças inesperadas de comportamento
ABUSO SEXUAL

 Hematomas nas mamas e áreas genitais


 Infecções genitais
 Sangramentos vaginais ou anais inexplicadas
 Queixa de abuso sexual
PSICOLÓGICO

 Isolamento deliberado
 Medo de falar abertamente
 Relato de histórias “impossíveis”
 Confusão e desorientação
 Depressão, baixa auto-estima
 Agitação
Financeiros
 Perda inexplicada e dinheiro ou cheque
 Mudança no testamento
 Desaparecimento de jóias e pertences valiosos
 Falta de conforto em casa ou padrão de vida inadequado a renda.

Abandono/negligência
 Queixa de abandono
 Aparecimento de úlcera de pressão
 Desnutrição ou desidratação
 Agravamento da saúde
 Presença de barreiras arquitetônicas
Fatores de risco para o abuso (Jones et al. 1995)

• Excessiva dependência do idoso para actividades de vida diária


– Ressentimento do cuidador em dar muito e em receber pouco
• O cuidador distante
– Pobre qualidade pré-mórbida da relação
– Pressões exteriores (emprego, família, finanças)
– Falta de suporte social
– Sobrecarga emocional
– Depressão
– Aumento das necessidades de cuidados de um familiar demente
História de violência familiar
Abuso de crianças ou da esposa
Psicopatologia do cuidador
Abuso de substâncias
Personalidade sociopática
Hostilidade para com o idoso
Autoritário e rígido para com os outros
Dependência do idoso por parte do cuidador
Alojamento, suporte financeiro
Ambiente sociocultural
Habitação inadequada
Ressentimento e irritação do idoso sobre a diminuição do
estatuto dentro da família
Personalidade exigente do idoso
Sanções culturais contra a procura de ajuda fora da família
Indicadores de Abuso (Reis, 2000)

Cuidador:

1. Ter problemas de comportamento


2. Estar financeiramente dependente
3. Ter problemas mentais /emocionais
6. Ter problemas de abuso de álcool ou outras substâncias
7. Ter expectativas irrealistas
9. Não compreende a condição médica do idoso
10. Ter conflitos conjugais ou familiares
11. Relação atual com o idoso de baixa qualidade
12. Inexperiência na prestação de cuidados
13. Acusador
14. Relação passada com o idoso de baixa qualidade
Idoso

1. Foi abusado no passado


2. Tem conflitos conjugais/familiares
3. Pouca compreensão da sua condição médica
4. Sofre de isolamento social
5. Falta-lhe suporte social
6. Tem problemas de comportamento
7. É financeiramente dependente
8. Tem expectativas irrealistas
Idoso

9. Tem problemas de álcool ou de medicação


10. Relação atual com o cuidador de baixa qualidade
11 . Tem ferimentos e faz quedas suspeitos
12. Tem problemas mentais/emocionais
13. Acusador
14. É emocionalmente dependente
15. Não tem médico regular
Medo dos Idosos – porque os idosos ficam em silêncio

• A perda do cuidador mesmo sendo este abusivo


• Ficar só sem ter ninguém que o cuide
• Ser colocado numa instituição
• Perda de privacidade e de relações familiares
• Recriminações pelo alegado abusador
• Exposição pública e intervenção exterior
• Ninguém acreditar no abuso
• Ser responsáveis pelo comportamento abusivo
Prevalência dos maus tratos em Portugal

•A faixa etária que predomina entre as vítimas idosas, em 2012, é a faixa

entre os 65 e os 70 anos de idade (32,9%).

• De salientar também a faixa etária entre os 75 e os 80 anos, com

registos na ordem dos 27%.

Fonte: Estatísticas APAV| relatório anual | 2012


Abusos por faixa etária

65-70 anos N. 266 % 32,9


71-74 anos N. 122 % 15,1
75-80 anos N. 219 % 27,1
81-84 anos N. 88 % 10,9
85-90 anos N. 89 % 11
91 e mais anos N. 25 % 3,1

Total N. 809 % 100

Fonte: Estatísticas APAV| relatório anual | 2012


Tipologia familiar

No que se refere ao tipo de família, a esmagadora maioria das pessoas


idosas vítimas de crime tinha um tipo de família nuclear com filhos
(278; 34,4%), seguindo-se as pessoas isoladas com uma percentagem
ainda significativa, de quase 18%.

Fonte: Estatísticas APAV| relatório anual | 2012


Nível de ensino da vítima

N %
Ensino básico 1º Ciclo (4 anos) 28 3,5
Ensino básico 2º Ciclo (2 anos) 5 0,6
Ensino básico 3º Ciclo (3 anos) 4 0,5
Ensino secundário (3 anos) 7 0,9
Ensino superior 28 3,5
Nenhum - não sabe ler nem escrever 13 1,6
Nenhum - sabe ler/escrever 57 7
Outro 1 0,1
Pós-secundário (cursos de especialização tecnológica) 30 4
não sabe/não responde 663 82
Total 809 100
Fonte: Estatísticas APAV| relatório anual | 2012
•Relativamente ao nível de escolaridade foi possível destacar 2 níveis de
ensino: o ensino básico 1º ciclo (4 anos) e o ensino superior, ambos com
3,7% do total assinalado.
•No entanto, foi a ausência de qualquer nível de ensino que se revelou com
números mais elevados, na ordem dos 7%.
•Em termos profissionais, 78% (N=633) das pessoas idosas vítimas de crime
encontravam-se reformadas, tendo como principal meio de vida os
rendimentos da sua pensão/reforma (580; 71,7%

Fonte: Estatísticas APAV| relatório anual | 2012


Distrito de residência da vítima

De acordo com os dados do distrito de residência da vítima, é possível


verificar que a maior percentagem de pessoas idosas vítimas de crime
reside no Distrito de Lisboa (77; 9,5%), seguindo-se as que vivem nos
Distritos do Porto (30; 3,7%) e da Região Autónoma dos Açores (20;
2,5%).

Fonte: Estatísticas APAV| relatório anual | 2012


Local do Abuso

De acordo com a tendência que se tem verificado em anos anteriores, o


local onde a grande maioria das situações de vitimação teve lugar em
2012, foi a residência comum (466; 54,4%) à vítima e ao autor de crime.
É ainda de salientar a residência da vítima (213; 24,9%) como outro dos
locais onde ocorreram grande parte das situações de vitimação contra
pessoas idosas.
Fonte: Estatísticas APAV| relatório anual | 2012
Medidas de apoio aos idosos

O Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII) caracteriza-se por um


conjunto de medidas inovadoras que contribuem para a melhoria da
qualidade de vida das pessoas idosas, prioritariamente no domicílio e no
seu meio habitual de vida, desenvolvendo-se através de projetos de
desenvolvimento central e a nível local.
O Programa de Apoio Integrado a Idosos (PAII) tem como objetivos:

• Promover a autonomia das pessoas idosas ou pessoas em situação de


dependência, prioritariamente no seu meio habitual de vida;
• Estabelecer medidas que melhorem a mobilidade e acessibilidade a
serviços;
• Implementar respostas de apoio às famílias que prestam cuidados a
pessoas em situação de dependência, especialmente idosos;
Promover e apoiar a formação de prestadores de cuidados informais e
formais, de profissionais, familiares, voluntários e outras pessoas da
comunidade;
Desenvolver medidas preventivas do isolamento e da exclusão;
Contribuir para:
• A solidariedade entre as gerações;
• Uma sociedade para todas as idades;
• O desenvolvimento de respostas inovadoras e integradas (saúde/ação
social);
• A promoção de parcerias;
• A criação de postos de trabalho.
Quem pode desenvolver respostas sociais
Ajudante familiar - apoio domiciliário
Informação às pessoas que queiram desenvolver resposta social através da
prestação de ajuda no domicílio a pessoas que não podem assegurar com
normalidade as tarefas que fazem parte da vida pessoal e familiar.
Entidade
Informação sobre as entidades que prestam ou podem vir a prestar serviços
de apoio à comunidade.
Família de acolhimento de idosos e adultos com deficiência
Informação às famílias que queiram acolher em suas casas, de forma
temporária ou permanente, pessoas idosas e pessoas adultas com deficiência.
Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI)
A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados é constituída por um
conjunto de Instituições, públicas ou privadas, que prestam (ou virão a
prestar) cuidados continuados de saúde e de apoio social a pessoas em
situação de dependência, tanto na sua casa como em instalações próprias.

Adultos com deficiência


É um conjunto de respostas de apoio social dirigidas às pessoas com deficiência que
têm como objetivos promover a valorização pessoal, o desenvolvimento de autoestima
e de autonomia e a integração social.
Pagamento dos serviços prestados
 As pessoas que beneficiam deste tipo de apoios pagam um valor pelo serviço
prestado – comparticipação familiar – o qual é calculado com base nos
rendimentos da família.
 Existem 8 tipo de respostas:
Centro de atendimento/acompanhamento e animação
Apoio domiciliário
Centro de atividades ocupacionais
Acolhimento familiar
Lar residencial
Transporte de pessoas
Centro de férias e lazer
Apoio em regime ambulatório.
Centro de atendimento / acompanhamento e animação
Resposta social organizada em espaço polivalente, destinado a informar,
orientar, dinamizar atividades e apoiar as pessoas com deficiência e as suas
famílias.

Objetivos
– Contribuir para o desenvolvimento de capacidades e potencialidades
– Promover apoio e acompanhamento na aquisição de competências pessoais,
relacionais e profissionais, com vista ao processo de autonomia
– Promover a participação em atividades de caráter sócio-cultural, recreativo e
de lazer
– Contribuir para a criação e difusão de medidas potenciadoras de
acessibilidades
– Promover programas inclusivos facilitadores do exercício de cidadania e de
integração social e profissional
A sexualidades nos Idosos

A sexualidade é energia, dá-nos motivação para procurar o amor, o contacto,


a ternura, a intimidade, que se integra no modo como nos relacionamos, nos
sentimos, nos movemos, nos tocamos e somos tocados.

“O sexo é uma necessidade humana básica e a sexualidade um


aspeto central da vida humana, cuja dinâmica e riqueza devem
ser vividas plenamente

Woods (1995)
TABU

A dificuldade para falar sobre sexualidade é um problema


frequente entre os idosos e, quando um casal não é capaz de
conversar sobre sexo a resolução dos problemas torna-se
impossível.

Na velhice, é fundamental que exista uma boa perspetiva


relacionada com a sexualidade e que se tenha a consciência de que
esta é muito mais do que um ato físico ou a simples relação pénis-
vagina.
A Sexualidade não deve, portanto, ser confundida com relação sexual, que é
apenas uma das componentes da sexualidade.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, “o amor, o calor, o carinho e


o compartilhar entre as pessoas” são exemplos claros da complexidade da
sexualidade
Muitas vezes, os tabus sociais são os principais castradores da qualidade de
vida dos idosos, sobretudo quando se fala de sexualidade.

Segundo os especialistas, o preconceito e a falta de informação atrapalham o


desenvolvimento da sexualidade na terceira idade.

Há mudanças físicas, sim, mas elas não são as responsáveis pelo fim da
intimidade entre o casal
A sexualidade não deve ser reduzida á actividade corporal, há que ter em
conta as fantasias, os afetos do individuo, sendo que o nosso corpo, a nossa
mente, os nosso afetos podem ter múltiplos usos sem ser preciso o
contacto sexual

• O amor, o carinho, o calor e o compartilhar uma relação a dois são


exemplos da complexidade da sexualidade.
• Segundo Freud, sexualidade significa uma pulsão de vida, tudo o que nos
trás prazer. A sexualidade humana baseia-se num complexo processo de
ordem fisiológica e psicológica.
Mas existem diversos fatores que condicionam a sexualidade na velhice

 Alterações de ordem anatomofisiológicas


 O estado de saúde
 Fatores psicológicos
 Fatores sociais
Alterações anatomofisiológicas

MULHER

• Mudança na anatomia da vulva


• Menopausa causa a falta de estrogénio que vai provocar alterações físicas
que implica um atrofiamento da vulva
• Aumento não visível do clítoris
• Paredes da vagina tornam-se mais finas
• Lubrificação interna vaginal lenta e em menor quantidade.
• Atrofiamento dos ovários e do útero
Homem

 Diminuição do tamanho ,do peso e da firmeza do pénis e dos


testículos
 Diminuição da secreção de testosterona
 Aumento do tempo na obtenção da ereção
 Ereções menos firmes
 Menor quantidade de sémen
 Aumento do período refratário
 Pode não apresentar ereção durante a ejaculação
• O homem deve ter cuidado com a próstata a partir dos 45 anos de idade.

• O facto de se citar todas estas alterações fisiológicas não quer dizer que
velhice é sinónimo de doença, as alterações variam de pessoa para pessoa
e estão relacionadas como a pessoa viveu as outras etapas anteriores da
sua vida.
• É certo que todas estas alterações tanto anatómicas como fisiológicas
podem levar a algumas dificuldades a nível da prática sexual mas não
apresentam tanta dificuldade como as de origem psicológica.
Patologias

• Perturbações mentais como depressão


• Baixa auto - estima
• Vergonha
• Culpa
• Ansiedade
Alem destas patologias que derivam de origem psicológica temos outras:

• Utilização de determinados fármacos


• Patologias crónicas
• Doenças cardiovasculares
• Hipertrofia prostática

• Então podemos afirmar que os fatores psicológicos são muito


importantes

• Historia sexual
• A auto - estima elevada
• Auto - aceitaçao
• Comunicação
• Motivação
• Valorização da juventude ,beleza ,vigor físico, elegância
• Aceitação por parte do idoso da sua vulnerabilidade da vida e
da aproximação da morte
• A vontade em manter a actividade sexual
• Vínculos afetivos

Todos estes fatores contribuem para o bom desempenho sexual


do idoso.
Fatores sociais

• A reforma
• Aspetos económicos
• Crenças religiosas
• Estado civil e a falta de parceiro ou não
Obstáculos á sexualidade

• Os mitos e os tabus oferecem mais obstáculo a actividade sexual do


que as alterações fisiológicas.
• As atitudes negativas sobre a conduta sexual do idoso também
limitam este para a actividade sexual começando pela sociedade
em geral, família ,e os próprios filhos .
• No que diz respeito aos filhos isto acontece mais quando estes
sofreram uma repressão sexual ,tendem a repetir este padrão de
comportamento.
• Estamos perante uma sociedade em geral que não deixa que
favoreça um desenvolvimento da actividade sexual na velhice.
A sociedade em geral associa a sexualidade a
reprodução que vai dificultar que o idoso viva a sua
sexualidade sem preconceito.

 Falta de conhecimento de alguns profissionais nesta área


• Comportamentos de repressão
• Atitudes conservadoras por parte dos profissionais de saúde.
• O ser humano ao envelhecer, aceita passivamente a morte da
sua sexualidade.
• Esta aceitação não deriva do comodismo nem do
conformismo ,mas porque o próprio individuo é condicionado
pelo seu meio sócio - cultural.
• Quando se põe em discussão a sexualidade na velhice na
maioria das vezes esta é exposta ao ridículo e á ignorância.
O papel do cuidador em gerontologia

•Tercapacidade para realizar uma avaliação multidimensional do


idoso;

•Ter capacidade para identificar atempadamente desvios ao


envelhecimento primário;
O papel do cuidador em gerontologia

•Ser capaz de desenvolver uma análise organizacional de


equipamentos sociais gerontológicos;

•Conseguir acompanhar e/ou encaminhar a pessoa idosa em


situações agudas, reabilitação e morte;

•Ter capacidade de recolher dados relacionados com a gestão da


intervenção (prestação de cuidados – mudanças de fraldas,
cortar unhas, cuidados pessoais);
O papel do cuidador em gerontologia

Demonstrar competências para obter a informação necessária para


acompanhar de modo adequado o idoso e a sua família (busca ativa da
informação necessária para compreender e assistir o idoso)
•Conhecer as políticas, modelos e serviços específicos para a população
idosa;
•Possuir conhecimentos do idoso, da velhice e do envelhecimento nas
vertentes psicológica, biológica, social e cultural
•Conhecer, manusear e aconselhar tecnologias de apoio para a população
idosa.
Competências interpessoais - capacidades de trabalho em grupo

•Capacidade para ajudar o idoso a delimitar os seus objectivos (quais as metas


que pretende atingir, como conceptualiza os seus problemas, o que deve ser
mudado).

•Aptidão para gerar, em conjunto com o idoso, possíveis alternativas aos


problemas apresentados;

•Demonstrar comportamentos e atitudes de assertividade perante colegas,


idosos, famílias e público em geral;

•Demonstrar capacidade para comunicar eficazmente de forma verbal e não


verbal com o idoso
Competências interpessoais - capacidades de trabalho em
grupo

Capacidade de integração em equipas multidisciplinares;


•Capacidade de atendimento ativo;
•Desenvolvimento de capacidades e atitudes fundamentais na relação
interpessoal, como a escuta, a empatia, o respeito, a congruência e a clareza
•Capacidade de compreensão do contexto, percurso e narrativa do idoso
(com especial relevância para a análise e compreensão, por parte do
profissional, dos antecedentes, da idiossincrasia das suas experiências e da
sua relação com a família).
•Reconhecer a importância do papel de outros profissionais na
promoção de um envelhecimento bem-sucedido;
•Ter capacidade de crítica e autorreflexão;
•Desenvolver responsabilidade e ética profissional;
•Capacidade para encaminhar o idoso para outros profissionais
(execução de um trabalho multidisciplinar, formando equipa
com profissionais que possam impulsionar a conformidade do
processo de transição)
•Ter aptidão para manter autocontrolo emocional
•Habilidade para lidar com o stress, prevenindo o burnout
(gestão das consequências, físicas e emocionais, que derivam do
contacto constante com as problemáticas dos idosos)
Competências Sistémicas

Capacidades para aplicar conhecimento na prática, de aprender, de se adaptar


a novas situações, de gerar ideias novas, de liderança, de trabalho autónomo,
etc..

• Capacidade para criar e desenvolver políticas e programas inovadores


de apoio a idosos e família;
• Capacidade de avaliação de políticas e programas gerontológicos;
• Capacidade de planeamento e desenvolvimento de investigação
básica aplicada em Gerontologia;
• Capacidade de gestão de equipamentos gerontológicos da
comunidade.

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