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Introdução à Ciência dos Materiais

A pesquisa para obter novas propriedades de materiais ou


novos materiais nunca vai parar!
1
Ligações Atômicas

2
Ex: que tipo de ligação existe entre o sódio e o
cloro para forma sal?

Que tipo de ligação existe entre o alumínio e o


oxigênio para formar óxido de alumínio?

3
Que tipo de ligação existe numa molécula de gás
cloro?

Que tipo de ligação existe numa molécula de gás


nitrogênio?

Que tipo de ligação existe numa molécula de gás


oxigênio?
4
Ligação Atômica em Sólidos

- Forças e Energias de Ligação

Os princípios de ligação atômica são melhores ilustrados


considerando a interação entre dois átomos isolados à medida
que eles são colocados em proximidade um do outro a partir
de uma distância infinita de separação entre eles.

Estas forças são de dois tipos: atração e repulsão. A


magnitude de cada uma é função da separação ou distância
interatômica.
Ligação Atômica em Sólidos

- Forças e Energias de Ligação

A origem da força de atração (FA)depende do tipo particular de


ligação que existe entre dois átomos. Sua magnitude varia com
a distância.

A força de repulsão (FR) se origina da superposição da camada


mais externa.

FL= FR + FA

A força resultante (FL) é a soma das duas forças.


Ligação Atômica em Sólidos

- Forças e Energias de Ligação

No estado de equilíbrio a força líquida é nula. Os centros de


dois átomos permanecerão separados por uma distância de
equilíbrio (ro).

Uma vez na posição, os dois átomos reagirão com ação oposta


a qualquer tentativa de separá-los ou de aproximá-los.

Energia de ligação: corresponde a energia no ponto mínimo


da curva.
Ligação Atômica em Sólidos

- Forças e Energias de Ligação


Ligação Atômica em Sólidos

- Forças e Energias de Ligação

A energia de ligação representa a energia necessária para


separar estes dois átomos até uma distância infinita.
Ligação Atômica em Sólidos
Três tipos de ligação química
são encontradas em sólidos:
iônica, covalente e metálica.
A ligação envolve os elétrons
de valência. Em geral, cada
uma destes tipos de ligação
surge a partir da tendência
dos átomos de assumir
estruturas eletrônicas
estáveis, tais como aquelas
dos gases nobres.
Ligação Atômica em Sólidos

- LIGAÇÃO IÔNICA

É sempre encontrada em compostos que são constituídos de


ambos elementos metálicos e não-metálicos.

No processo de união, todos os átomos adquirem configuração


de gás nobre ou estáveis e adicionalmente carga elétrica,
tornando-se íons. O cloreto de sódio é um material iônico
clássico.
Ligação Atômica em Sólidos

- LIGAÇÃO COVALENTE

A configuração eletrônica estável se dá pelo compartilhamento


de elétrons de átomos adjacentes.
Que tipo de ligação existe numa molécula de gás
cloro?

Que tipo de ligação existe numa molécula de gás


nitrogênio?

Que tipo de ligação existe numa molécula de gás


oxigênio?
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Ligação Atômica em Sólidos

- LIGAÇÃO COVALENTE

O número de ligações covalentes permitida para um


determinado átomo é especificada pela quantidade de elétrons
de valência.

Para N’ elétrons de valência, o átomo pode se ligar de maneira


covalentemente com no máximo
(8 – N’) outros átomos.

Por exemplo, para o átomo de cloro, N’=7 e 8-7=1, o que


significa que um átomo de cloro pode se ligar apenas com
apenas um átomo, (Cl2).
Ligação Atômica em Sólidos
Ligação Atômica em Sólidos

-LIGAÇÃO METÁLICA

É encontrada em metais e suas ligas. Materiais metálicos tem


um, dois ou três elétrons de valência sendo estes livres para se
mover pela estrutura do material.
Ligação Atômica em Sólidos

-LIGAÇÃO METÁLICA

A ligação metálica é encontrada para os grupos IA e IIA e para


todos outros metais.
ASSUNTO
Materiais cristalinos
-Estrutura cristalina: conceitos fundamentais,
célula unitária,
- Sistemas cristalinos,
- Polimorfismo e alotropia
- Direções e planos cristalográficos, anisotropia,
- Determinação das estruturas cristalinas por
difração de raios-x.

20
O que é um material cristalino, de um exemplo.

21
O que é um material amorfo, de um exemplo

22
Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Conceitos Fundamentais

Materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a


regularidade com que seus átomos ou íons se combinam entre
si.

Um material cristalino é um material no qual os átomos, íons


ou moléculas estão situados em um arranjo repetitivo ou
periódico por grande distâncias atômicas, ou seja, os átomos se
posicionarão entre si num modo tridimensional, onde cada
átomo está ligado a seus átomos vizinhos mais próximos.
Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Conceitos Fundamentais

Todos os metais, muitos materiais cerâmicos e certos


polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais
de solidificação.

As propriedades dos sólidos cristalinos depende da estrutura


do cristal do material, referente a maneira, na qual átomos,
íons e moléculas são espacialmente dispostos.

Existe uma grande quantidade de estruturas cristalinas


diferentes.
Felizmente para metais somente são possíveis
três estruturas diferentes:

25
Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Quando se descrevem estruturas cristalinas, átomos ou íons


são considerados como esferas sólidas tendo diâmetros bem
definidos.

Isto é denominado modelo atômico de esfera rígida, no qual


as esferas representam os átomos que se tocam entre si.
Estrutura dos Sólidos Cristalinos

Na descrição de estruturas cristalinas, é conveniente subdividir


em pequenas porções menores denominas de células
unitárias.

Células unitárias para maior parte das estruturas cristalinas são


paralelepípedos ou prismas que possuem três conjuntos de
faces paralelas.

Uma célula unitária é escolhida para representar a


simetria da estrutura cristalina.
Estrutura dos Sólidos Cristalinos

A célula unitária pode ser definida como a unidade estrutural


básica ou bloco de construção da estrutura cristalina .

Ela define a estrutura do cristal em função de sua geometria e


da posição de seus átomos no seu interior.
ESTRUTURAS CRISTALINAS METÁLICAS

Nesse grupo a ligação é metálica e não-direcional.

Estrutura cristalina Cúbica de Face Centrada (FCC)

 Tipo de estrutura cristalina encontrada para muitos metais.

 Os átomos são localizados em cada um dos cantos e nos


centros de todas as faces do cubo.

 Os elementos metálicos ouro, prata, cobre e alumínio


apresentam essa estrutura cristalina.
Estrutura Cristalina (EC) do Fe
Apresenta diferentes formas estruturais (EC) dependendo da
temperatura:
• Ferro α: É o que se encontra na temperatura ambiente, até os 788 
°C. O sistema cristalino é uma rede cúbica centrada no corpo e é
ferromagnético.
• Ferro β: 788 - 910 °C. Tem o mesmo sistema cristalino que o α,
porém a temperatura de Curie é de 770 °C, e passa a ser 
paramagnético.
• Ferro γ: 910 - 1400 °C; apresenta uma 
rede cúbica centrada nas faces.
• Ferro δ: 1400 - 1539 °C; volta a apresentar uma rede cúbica
centrada no corpo.

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O que é Cristal?
Um cristal é um sólido no qual os constituintes,
sejam eles átomos, moléculas ou íons, estão
organizados num padrão tridimensional bem
definido, que se repete no espaço, formando
uma estrutura com uma geometria específica.
Por volta de 1912, Max von Laue concebeu a
possibilidade de realizar difração de raios X,
utilizando uma estrutura cristalina como rede
de difração tridimensional.
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34
Nobel em Química 2011: Descoberta dos Quasicristais,
uma Nova Classe de Sólidos

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Ordem sobre longas distâncias
atômicas
37
Padrão de Difração

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Material cristalino?

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43
Um cristal é um sólido no qual os constituintes,
sejam eles átomos, moléculas ou íons, estão
organizados num padrão tridimensional bem
definido, que se repete no espaço, formando
uma estrutura com uma geometria específica.

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ARRANJAMENTO ATÔMICO
• Os materiais sólidos podem ser classificados em cristalinos
ou não-cristalinos de acordo com a regularidade na qual
os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos.
• Material cristalino é aquele no qual os átomos
encontram-se ordenados sobre longas distâncias
atômicas formando uma estrutura tridimensional que se
chama de rede cristalina
• Todos os metais, muitas cerâmicas e alguns polímeros
formam estruturas cristalinas sob condições normais de
solidificação

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ARRANJAMENTO ATÔMICO
• Nos materiais não-cristalinos ou amorfos não existe
ordem de longo alcance na disposição dos átomos

• As propriedades dos materiais sólidos cristalinos


depende da estrutura cristalina, ou seja, da maneira na
qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente
dispostos.

• Há um número grande de diferentes estruturas


cristalinas, desde estruturas simples exibidas pelos
metais até estruturas mais complexas exibidas pelos
cerâmicos e polímeros

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Célula unitária

(É a menor parte do cristal que contém as suas características, e


que é repetido tridimensionalmente)
ESTRUTURA CRISTALINA DOS
METAIS
• Como a ligação metálica é não-direcional não há
restrições quanto ao número e posições dos vizinhos
(átomos) mais próximos.
• Então, a estrutura cristalina dos metais têm
geralmente um número grande de primeiros
vizinhos e alto empacotamento atômico.
• Três são as estruturas cristalinas mais comuns em
metais: Cúbica de corpo centrado, cúbica de face
centrada e hexagonal compacta.
compacta
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54
SISTEMA CÚBICO
Os átomos podem ser agrupados dentro do sistema
cúbico em 3 diferentes tipos de repetição

– Cúbico simples
– Cúbico de corpo centrado
– Cúbico de face centrada

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SISTEMA CÚBICO SIMPLES

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SISTEMA CÚBICO SIMPLES

 Apenas 1/8 de cada átomo


cai dentro da célula unitária,
ou seja, a célula unitária
contém apenas 1 átomo.
 Essa é a razão que os metais
não cristalizam na estrutura
cúbica simples (devido ao
a
baixo empacotamento
atômico)
Parâmetro de rede 59
NÚMERO DE COORDENAÇÃO
PARA CS

 Número de coordenação corresponde


ao número de átomos vizinhos mais
próximos
 Para a estrutura cúbica simples o número de
coordenação é 6.

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61
Número de coordenação

62
RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O
PARÂMETRO DE REDE (a) PARA O SITEMA
CÚBICO SIMPLES

 No sistema cúbico
simples os átomos se
tocam na face

 a= 2 R

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FATOR DE EMPACOTAMENTO ATÔMICO PARA CÚBICO SIMPLES

Fator de empacotamento= Número de átomos x Volume dos átomos


Volume da célula unitária

Vol. dos átomos=número de átomos x Vol. Esfera (4R3/3)


Vol. Da célula=Vol. Cubo = a3

 Fator de empacotamento = 4R3/3


(2R) 3
O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CÚBICA SIMPLES É O,52

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Empacotamento compacto

Os átomos tendem a ficar


arranjados de forma a
melhor ocupar o espaço

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Sistema cúbico de corpo centrado
CCC

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Sistema cúbico de corpo centrado
CCC

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EST. CÚBICA DE CORPO
CENTRADO
 O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO ESTÃO
RELACIONADOS NESTE SISTEMA POR:
accc= 4R /(3)1/2

 Na est. ccc cada átomo dos vertices do cubo


é dividido com 8 células unitárias
 Já o átomo do centro pertence somente a
sua célula unitária.
 Cada átomo de uma estrutura ccc é cercado
por 8 átomos adjacentes
Filme  Há 2 átomos por célula unitária na estrutura
ccc
 O Fe, Cr, W cristalizam em ccc
72
RELAÇÃO ENTRE O RAIO ATÔMICO (R) E O
PARÂMETRO DE REDE (a) PARA O SITEMA
CCC

 No sistema CCC os
átomos se tocam ao
longo da diagonal do
cubo: (3) 1/2.a=4R

accc= 4R/ (3)1/2

73
NÚMERO DE COORDENAÇÃO
PARA CCC

 Número de coordenação corresponde


ao número de átomos vizinhos mais
próximos
 Para a estrutura ccc o número de
coordenação é 8.

74
NÚMERO DE COORDENAÇÃO
1/8 de átomo

1 átomo inteiro

Para a estrutura ccc o número de coordenação é 8


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FATOR DE EMPACOTAMENTO
ATÔMICO PARA CCC

 Fator de empacotamento= Número de átomos x Volume dos átomos


Volume da célula unitária

O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CC É O,68

(demonstre)

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EST. CÚBICA DE FACE
CENTRADA
 O PARÂMETRO DE REDE E O RAIO ATÔMICO
ESTÃO RELACIONADOS PARA ESTE SISTEMA
POR:

acfc = 4R/(2)1/2 =2R . (2)1/2

 Na est. cfc cada átomo dos vertices


do cubo é dividido com 8 células
unitátias
 Já os átomos das faces pertencem
somente a duas células unitárias
Filme  Há 4 átomos por célula unitária na
estrutura cfc
25  É o sistema mais comum encontrado
nos metais (Al, Fe, Cu, Pb, Ag, Ni,...)
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NÚMERO DE COORDENAÇÃO
PARA CFC

 Número de coordenação corresponde ao


número de átomos vizinhos mais próximo
 Para a estrutura cfc o número de
coordenação é 12.
12

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO
PARA CFC

Para a estrutura cfc o


número de
coordenação é 12.
12

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Demonstre que acfc = 2R (2)1/2

 a2 + a2 = (4R)2
2 a2 = 16 R2
a2 = 16/2 R2
a2 = 8 R2
a= 2R (2)1/2

82
FATOR DE EMPACOTAMENTO
ATÔMICO PARA CFC

 Fator de empacotamento= Número de átomos X Volume dos átomos


Volume da célula unitária

O FATOR DE EMPACOTAMENTO PARA A EST. CFC É O,74

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DEMONSTRE QUE O FATOR DE EMPACOTAMENTO
PARA A EST. CFC É O,74

 Fator de empacotamento= Número de átomos X Volume dos átomos


Volume da célula unitária
Vol. dos átomos=Vol. Esfera= 4R3/3
Vol. Da célula=Vol. Cubo = a3
Fator de empacotamento = 4 X 4R3/3

(2R (2)1/2)3
Fator de empacotamento = 16/3R3
16 R3(2)1/2

Fator de empacotamento = 0,74

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TABELA RESUMO PARA O
SISTEMA CÚBICO

Átomos Número de Parâmetro Fator de


por célula coordenação de rede empacotamento

CS 1 6 2R 0,52
CCC 2 8 4R/(3)1/2 0,68
CFC 4 12 4R/(2)1/2 0,74

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NÚMERO DE COORDENAÇÃO
PARA O SISTEMA CÚBICO

 Número de coordenação
corresponde ao número
de átomos vizinhos mais
próximo

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SISTEMA HEXAGONAL
SIMPLES

 Os metais não cristalizam


no sistema hexagonal
simples porque o fator de
empacotamento é muito
baixo
 Entretanto, cristais com
mais de um tipo de átomo
cristalizam neste sistema

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EST. HEXAGONAL
COMPACTA
 O sistema Hexagonal Compacta é
mais comum nos metais (ex: Mg,
Zn)

 Na HC cada átomo de uma dada


camada está diretamente abaixo ou
acima dos interstícios formados
entre as camadas adjacentes

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Materiais com diferentes
estruturas

2,93 Å

3,64 Å

2,86 Å

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EXERCÍCIO
 O ferro passa de ccc para cfc a 910 ºC. Nesta temperatura os raios atômicos são
respectivamente , 1,258Å e 1,292Å. Qual a percentagem de variação de volume
percentual provocada pela mudança de estrutura?
 Vccc= 2a3 Vcfc= a3
accc= 4R/ (3)1/2 acfc = 2R (2)1/2
Vccc= 49,1 Å3 Vcfc= 48,7 Å3

V%= 48,7 - 49,1 /49,1 = - 0,8% de variação

Dica: Para o cálculo tomar como base 2 células unitárias da estrutura CCC.

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CÁLCULO DA DENSIDADE

 O conhecimento da estrutura cristalina


permite o cálculo da densidade ():
 = nA
VcNA
n= número de átomos da célula unitária
A= peso atômico
Vc= Volume da célula unitária
NA= Número de Avogadro (6,02 x 1023 átomos/mol)

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EXEMPLO:
 Cobre têm raio atômico de 0,128nm (1,28 Å), uma estrutura
cfc, um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcule a densidade do
cobre.

 Resposta: 8,89 g/cm3


 Valor da densidade medida= 8,94 g/cm3

O Alumínio têm raio atômico de 0,1431nm (1,431 Å), uma


estrutura cfc,pesquise o seu peso atômico e Calcule a
densidade teórica do alumínio. Compare seu resultado com
o reportado na literatura.

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RAIO ATÔMICO E ESTRUTURA
CRISTALINA DE ALGUNS METAIS

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Os metais que são CCC, como o cromo,
normalmente são mais duros e menos
maleáveis que os metais com estruturas
compactas CFC ou HC, como a prata e o
ouro. Quando o metal é deformado, os
planos de átomos podem escorregar uns
sobre os outros, e isto é mais difícil nas
estruturas ccc como veremos adiante.
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Um metal é considerado continuo para
dimensões superiores a 1mmx1mmx1mm

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SISTEMAS CRISTALINOS

 Estes sistemas incluem todas as possíveis


geometrias de divisão do espaço por
superfícies planas contínuas

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OS 7 SISTEMAS CRISTALINOS

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AS 14 REDES DE BRAVAIS

Dos 7 sistemas cristalinos


podemos identificar 14 tipos
diferentes de células unitárias,
conhecidas com redes de
Bravais. Cada uma destas
células unitárias tem certas
características que ajudam a
diferenciá-las das outras células
unitárias. Além do mais, estas
características também
auxiliam na definição das
propriedades de um material
particular.
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111
POSIÇÕES NOS CRISTAIS

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS

114
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Dentro de uma celula
unitaria cubica, esboce
as seguintes direções

116
DIREÇÕES NOS CRISTAIS
Uma direção cristalográfica é definida como uma
linha entre dois pontos, ou um vetor

• São representadas
entre
colchetes=[uvw]
• Família de direções:
<uvw>

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS
• São representadas
entre colchetes=
[hkl]

• Se a subtração der
negativa, coloca-se
uma barra sobre o
número

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS
• São representadas
entre colchetes= [hkl]
• Quando passa pela
origem

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DIREÇÕES NOS CRISTAIS
• São representadas
entre colchetes= [hkl]

Os números devem ser divididos


ou multiplicados por um
fator comum para dar números
inteiros

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121
DIREÇÕES?

(o,o,o)

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DIREÇÕES PARA O SISTEMA
CÚBICO
• A simetria desta estrutura permite que as
direções equivalentes sejam agrupadas para
formar uma família de direções:
• <100> para as faces
• <110> para as diagonais das faces
• <111> para a diagonal do cubo <110>

<111>
<100>
123
As duas direções
pertencem a mesma
família?
[101]

124
Algumas direções da
família de direções <100>

125
DENSIDADE ATÔMICA LINEAR E
PLANAR

As densidades linear e planar são considerações


importantes por estarem relacionadas com o
processo de deslizamento — isto é, o mecanismo
segundo o qual os metais se deformam
plasticamente. O deslizamento ocorre nos planos
cristalográficos mais densamente empacotados e,
naqueles planos, ao longo das direções que possuem
o maior empacotamento atômico.
126
DIREÇÕES PARA O SISTEMA CCC

• No sistema ccc os átomos se tocam ao longo da diagonal do


cubo, que corresponde a família de direções <111>
• Então, a direção <111> é a de maior empacotamento
atômico para o sistema ccc
127
DIREÇÕES PARA O SISTEMA
CFC

• No sistema CFC os átomos se tocam ao longo da diagonal da


face, que corresponde a família de direções <110>

• Então, a direção <110> é a de maior empacotamento atômico


para o sistema cfc 128
DENSIDADE ATÔMICA LINEAR
Densidade linear= átomos/cm (igual ao fator de
empacotamento em uma dimensão)

129
Exemplo
Calcule a densidade linear para a direção [100] em uma
estrutura cristalina CCC.

130
131
Dentro de uma celula
unitaria cubica, esboce
as seguintes direções

132
PLANOS CRISTALINOS
Por quê são importantes?
· Para a determinação da estrutura cristalina Os métodos de difração medem diretamente a distância
entre planos paralelos de pontos do reticulado cristalino. Esta informação é usada para determinar os
parâmetros do reticulado de um cristal.
Os métodos de difração também medem os ângulos entre os planos do reticulado. Estes são usados para
determinar os ângulos interaxiais de um cristal.
· Para a deformação plástica
A deformação plástica (permanente) dos metais ocorre pelo deslizamento dos átomos, escorregando uns sobre
os outros no cristal. Este deslizamento tende a acontecer preferencialmente ao longo de planos direções
específicos do cristal.
· Para as propriedades de transporte
Em certos materiais, a estrutura atômica em determinados planos causa o transporte de elétrons e/ou acelera a
condução nestes planos, e, relativamente, reduz a velocidade em planos distantes destes.
Exemplo 1: Grafita
A condução de calor é mais rápida nos planos unidos covalentemente sp2 do que nas direções perpendiculares a esses planos.
Exemplo 2: supercondutores a base de YBa2Cu3O7
Alguns planos contêm somente Cu e O. Estes planos conduzem pares de elétrons (chamados pares de cobre) que são os
responsáveis pela supercondutividade. Estes supercondutores são eletricamente isolantes em direções perpendiculares as dos planos
Cu-O.
133
PLANOS CRISTALINOS
• São representados de maneira similar às
direções
• São representados pelos índices de Miller =
(hkl)
• Planos paralelos são equivalentes tendos os
mesmos índices

134
PLANOS CRISTALINOS

135
PLANOS CRISTALINOS

Planos (010)
• São paralelos aos eixos x
e z (paralelo à face)
• Cortam um eixo (neste
exemplo: y em 1 e os
eixos x e z em )
• 1/ , 1/1, 1/  = (010)

136
PLANOS CRISTALINOS

Planos (110)
• São paralelos a um eixo
(z)
• Cortam dois eixos
(x e y)
• 1/ 1, 1/1, 1/  = (110)

137
PLANOS CRISTALINOS

Planos (111)

• Cortam os 3 eixos
cristalográficos
• 1/ 1, 1/1, 1/ 1 = (111)

138
PLANOS CRISTALINOS

• Quando as
intercessões não
são óbvias
desloca-se o
plano até obter as
intercessões
corretas

139
FAMÍLIA DE PLANOS {110}
É paralelo à um eixo

140
FAMÍLIA DE PLANOS {111}
Intercepta os 3 eixos

141
PLANOS NO SISTEMA CÚBICO
• A simetria do sistema cúbico faz com que a
família de planos tenham o mesmo
arranjamento e densidade
• Deformação em metais envolve deslizamento
de planos atômicos. O deslizamento ocorre
mais facilmente nos planos e direções de
maior densidade atômica

142
PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA
NO SISTEMA CCC
• A família de planos
{110} no sistema ccc é o
de maior densidade
atômica

143
PLANOS DE MAIOR DENSIDADE ATÔMICA
NO SISTEMA CFC
• A família de planos
{111} no sistema cfc é o
de maior densidade
atômica

144
Planos em cristais hexagonais

145
146
147
DENSIDADE ATÔMICA PLANAR
Densidade planar= átomos/unidade de área
(igual ao fator de empacotamento em duas
dimensões)
149
EXEMPLO
Calcule a densidade planar para o plano (110)
em uma estrutura cristalina CFC.

150
151
152
DENSIDADE ATÔMICA LINEAR E
PLANAR

As densidades linear e planar são considerações


importantes por estarem relacionadas com o
processo de deslizamento — isto é, o mecanismo
segundo o qual os metais se deformam
plasticamente. O deslizamento ocorre nos planos
cristalográficos mais densamente empacotados e,
naqueles planos, ao longo das direções que possuem
o maior empacotamento atômico.
153
154
• As densidades linear e planar são considerações
importantes por estarem relacionadas com o
processo de deslizamento — isto é, o mecanismo
segundo o qual os metais se deformam
plasticamente (Seção 7.4). O deslizamento ocorre
nos planos cristalográficos mais densamente
empacotados e, naqueles planos, ao longo das
direções que possuem o maior empacotamento
atômico.

155
156
Sítios Intersticiais
• Nas estruturas cristalinas existem pequenos espaços
vazios entre os átomos da rede, nos quais átomos
menores podem se alojar. Essas regiões da estrutura
são denominadas de sítios intersticiais.

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162
163
164
1.) Diferencie materiais cristalinos de materiais não-cristalinos em termos de arranjo
atômico.
2.) Quais são as estruturas cristalinas mais comuns encontradas nos materiais metálicos?
3.) O que você entende como “fator de empacotamento atômico” e de que depende?
4.) A - O ferro tem estrutura cúbica de corpo centrado (CCC) e raio atômico de 1,241 Å a
temperatura ambiente. Calcule o parâmetro de rede e o fator de empacotamento
atômico para o ferro nestas condições. R: a = 2,86x10-8 cm ou 0,2864 nm e F.E. = 0,68
• B - A 910 °C o ferro passa de estrutura cúbica de corpo centrado (CCC) para estrutura
cúbica de face centrada (CFC) e raio atômico de 1,292 Å. Calcule o parâmetro de rede e
o fator de empacotamento atômico para o ferro nestas condições.
• R: a = 3,51x10-8 cm ou 0,351 nm e F.E. = 0,74
5.) Sabendo que o Pb cristaliza no sistema CFC calcule o parâmetro de rede para o Pb e o
seu raio atômico. Dados: A = 207 g/mol, ρ = 11,34 g/cm3
6.) O que é polimorfismo ou alotropia? Quais as conseqüências deste fenômeno nas
propriedades dos materiais? Cite 2 exemplos de materiais que exibem polimorfismo.
7.) A - Como são representadas uma única direção e uma família de direções
cristalográficas?
• B - Como são representados um único plano e uma família de planos cristalográficos?
8.) O que você entende por anisotropia?

165
DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA POR
DIFRAÇÃO DE RAIO X

Raíos-x tem comprimento de onda


similar a distância interplanar

0,1nm

166
DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA POR
DIFRAÇÃO DE RAIO X

O FENÔMENO DA DIFRAÇÃO:
Quando um feixe de raios x é dirigido à um
material cristalino, esses raios são difratados
pelos planos dos átomos ou íons dentro do
cristal

167
DETERMINAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA POR
DIFRAÇÃO DE RAIO X

Fonte: Prof. Sidnei Paciornik, Departamento de Ciência dos Materiais e Metalurgia


168
da
PUC-Rio
DIFRAÇÃO DE RAIOS X
LEI DE BRAGG

n= 2 dhkl.sen

 É comprimento de onda
N é um número inteiro de
ondas
Válido

dhkl= a
para d é a distância interplanar
sistema
(h2+k2+l2)1/2 cúbico  O ângulo de incidência
169
Espaçamento Interplanar

170
DISTÂNCIA INTERPLANAR (dhkl)
• É uma função dos índices de Miller e do parâmetro de rede

dhkl= a
(h2+k2+l2)1/2

171
TÉCNICAS DE DIFRAÇÃO
• Técnica do pó:
É bastante comum, o material a ser analisado
encontra-se na forma de pó (partículas finas
orientadas ao acaso) que são expostas à radiação
x monocromática. O grande número de partículas
com orientação diferente assegura que a lei de
Bragg seja satisfeita para alguns planos
cristalográficos

172
O DIFRATOMÊTRO DE RAIOS X
• T= fonte de raio X
Amostra • S= amostra
• C= detector
• O= eixo no qual a amostra e
Fonte o detector giram

Detector
173
DIFRATOGRAMA

Fonte: Prof. Sidnei Paciornik, Departamento de


174
Ciência dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio

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