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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MEIO AMBIENTE –


NÍVEL MESTRADO ACADÊMICO

Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics

OS POTENCIAIS IMPACTOS DA MUDANÇA CLIMÁTICA


NA BIODIVERSIDADE EM SISTEMAS DE FLUXO DE
ÁGUA DOCE

Jason H. Knouft¹ e Darren L. Ficklin²

¹Departamento de Biologia, Universidade de Saint Louis, St. Louis, Missouri 63103;


e-mail: jknouft@slu.edu
²Departamento de Geografia, Universidade de Indiana, Bloomington, Indiana 47405
ABORDAGEM

◉ Introdução;

◉ Traduzir o clima para características hidrológicas e térmicas


apropriadas para estudar a biodiversidade lótica;

◉ Respostas da biodiversidade da água doce às alterações na


hidrologia e na temperatura da água;

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ABORDAGEM

◉ Além das características hidrológicas;

◉ Clima e funcionamento do ecossistema de água doce;

◉ Conclusões;

◉ Questões futuras.

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INTRODUÇÃO
◉ Mudanças na temperatura e precipitação durante este século;

◉ Aumento induzido pelo homem; Concentração de GEE’s

◉ Efeitos na temperatura e hidrologia;


Impactos nas já espécies adaptadas;

◉ Interações complexas Hidrologia, clima e processos ecológicos;


Perspectiva interdisciplinar;

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INTRODUÇÃO
Volume, variabilidade de fluxo e temperatura da água

Indicadores de
variação Distribuição e diversidade das espécies

Prever as respostas das espécies Caracterizar a variação espacial na


de água doce à variabilidade hidrologia contemporânea e nas
induzida pelo clima no habitat temperaturas da água
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OBJETIVO
◉ Perspectiva sobre os impactos potenciais das mudanças climáticas sobre
a biodiversidade em sistemas lóticos de água doce;

◉ Caracterização adequada dos ambientes físicos atuais e futuros;


Regimes hidrológicos e temperatura da água

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Mudanças no clima e no ciclo da água
◉ As atividades humanas são a principal causa das mudanças;

◉ Taxa de aumento da temperatura global 0,1 ° C / década;

◉ Variam entre as áreas geográficas, mas a nível regional seguem a


tendência global;

◉ Alterações no ciclo da água e Modelos climáticos globais (GCM’s);

◉ Taxas potencialmente mais altas.

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Clima e distribuição da biodiversidade
◉ Temperatura do ar e a precipitação Efeitos diretos na distribuição e
diversidade dos táxons terrestres;

◉ Espécies de água doce tendem a seguir os padrões gerais de diversidade


global;

◉ Temperatura e a precipitação são melhores indicadores da variação das


espécies quando comparados à latitude;

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Usando dados climáticos para prever
mudanças distributivas em espécies de água
doce
◉ Modelagem da distribuição de espécies;

◉ Natureza variável das respostas;

◉ Influência das variáveis climáticas e outras variáveis físicas;

◉ Covariação de variáveis ambientais e precisão dos modelos;

◉ Limitações das variáveis a serem utilizadas e previsão dos impactos na


biodiversidade em sistemas lóticos de água doce.
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Traduzir o clima para características
hidrológicas e térmicas apropriadas para
estudar a biodiversidade lótica

Regimes de fluxo natural e da temperatura da água

Regulação da distribuição, Biodiversidade da água


diversidade e características das doce em vários grupos
espécies taxonômicos

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Temperatura, precipitação e os componentes
do fluxo
◉ Ciclo hidrológico Volume e tempo de permanência

◉ Temperatura Evaporação, evapotranspiração e precipitação

◉ Mudanças na hidrologia superficial e subterrânea geralmente seguem as


tendências regionais de precipitação;

◉ Atividades antrópicas
○ Mudanças temporais na hidrologias e na temperatura da água.

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Temperatura, precipitação e os componentes
do fluxo
◉ Fluxo de base e pluvial ; ◉ Efeitos incertos e taxas de recarga;

◉ Águas subterrâneas; ◉ Evaporação e evapotranspiração.

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Temperatura da água e sistemas de água
doce
◉ Relação temperatura do ar e da água;

◉ Modelos de temperatura ar-água (lineares e não-lineares);

◉ Modelagem a partir de abordagem estatística;

◉ Fluxo, hidrologia e tipo de água.

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Figura 1. Um esquema idealizado dos efeitos que os componentes hidrológicos de entrada
podem ter nas temperaturas da água durante as estações (a) primavera/ verão e (b) outono /
inverno.

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Temperatura da água e sistemas de água
doce
◉ Integração entre modelos hidrológicos e de temperatura da água;

◉ Modelos de temperatura de segmento de rede e fluxo (SNTEMP);

◉ Ferramenta de Avaliação de Solo e Água (SWAT);

◉ Interdependência das variáveis ;

◉ Resultados concretos a partir destes modelos;

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Variação espacial na sensibilidade do
sistema de água doce
◉ Grau em que um componente de um sistema é afetado pela variação de
outro componente;

◉ Relação temperatura do ar e da água;

◉ Uso somente de dados climáticos é insuficiente para representar com


precisão os impactos na biodiversidade.

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Figura 2. Exemplos de temperaturas da água com alta e baixa
sensibilidade às mudanças na temperatura do ar ao longo do Figura 3. Aumentos projetados nas temperaturas
tempo. dos riachos de verão entre ecorregiões de água
doce em toda a Bacia do Rio Columbia.
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Variação espacial na sensibilidade do
sistema de água doce
Processo de rio continuo Compreensão dos sistemas lóticos

Estrutura e função dos conjuntos ecológicos variam das cabeceiras aos


trechos a jusante

Características físicas e Resposta hidrológica do sistema

Distribuição diferenciada da biodiversidade resulta em respostas


ecológicas variadas às mudanças 18
Respostas da biodiversidade da água doce às
alterações na hidrologia e na temperatura
da água
◉ Investigação do processo ecológico a partir de modelos associando
temperatura da água e dados hidrológicos.

◉ Os grupos taxonômicos podem apresentar diferentes respostas;

◉ Mudanças na temperatura da água são o principal estressor, contudo


outros fatores afetam também a biodiversidade das espécies.

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Sensibilidade dos táxons às mudanças
ambientais
◉ Os indivíduos em população podem exibir diferentes níveis de
sensibilidade;

◉ A adaptação às condições ambientais locais é comum, particularmente


na borda da área de distribuição de uma espécie;

◉ Caracterizar essa sensibilidade é fundamental para realizar previsões


sobre a persistência das espécies.

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Prevendo as respostas da população às
mudanças no clima
◉ Modelos que incorporem as respostas genéticas à seleção, bem como a
plasticidade fenotípica;

◉ Necessidade de quantificar a sensibilidade dos táxons às mudanças e


porque ocorrem;

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Dispersão em sistemas lóticos

◉ Restringida pela natureza dendrítica das redes hídricas;

◉ A borda a montante de uma bacia hidrográfica representa um beco sem


saída para a dispersão;

◉ A dispersão de táxons de água doce também pode ser restringida pela


conectividade hidrológica reduzida (secagem de riachos);

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Agrupamentos de espécies e novas
interações
◉ Presença de espécies invasoras provocam novas interações e mudança
nas composições dos grupos funcionais;

◉ As novas interações podem servir como uma seleção e extinguir


algumas espécies adaptadas às condições iniciais;

◉ As interações entre as espécies nativas e invasoras não precisam


aumentar à medida que o clima muda;

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Patógenos de água doce

◉ Distribuição de patógenos de água doce e espécies que servem como


vetores para patógenos;

◉ Frequência de surtos de doenças e as taxas de transmissão;

◉ Efeitos em cascata;

◉ Pode ser influenciada também por mudanças em outros aspectos


ambientais;

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Clima e funcionamento do ecossistema de
água doce
◉ Ecossistemas de água doce servem como um nexo de integração na
paisagem e refletem as condições climáticas;

◉ Taxas de ciclagem de nutrientes, produção primária e secundária e


decomposição;

◉ As alterações que ocorrem nos ecossistemas são decorrentes de um


conjunto de fatores;

◉ Entender as interações é fundamental para prever os impactos


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Conclusões

◉ O aumento da temperatura do ar e a mudança dos padrões de


precipitação estão tendo impactos mensuráveis nas características físicas
dos sistemas lóticos de água doce, incluindo aumentos nas temperaturas
da água e alterações no volume, tempo e variabilidade dos regimes de
fluxo.

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Conclusões

◉ Os táxons de água doce não respondem diretamente às mudanças no


clima. Em vez disso, eles respondem aos impactos das mudanças
climáticas no ambiente físico de água doce, que são percebidos
principalmente como mudanças nos regimes de fluxo e nas temperaturas
da água

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Conclusões
◉ Caracterizar a sensibilidade dos sistemas de água doce é o principal
desafio na projeção dos impactos das mudanças climáticas na
diversidade biológica.

◉ Projetar com precisão os impactos potenciais das mudanças climáticas


requer o desenvolvimento de medidas apropriadas do habitat físico e
reconhecimento da sensibilidade espacialmente variável dos sistemas
físicos e biológicos às mudanças nas condições ambientais.
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Questões futuras
◉ 1. O desenvolvimento de dados de alta resolução em escala regional e
continental caracterizando descargas e temperaturas da água
contemporâneas e futuras é crítico para projetar os impactos das
mudanças climáticas na biodiversidade de água doce.

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Questões futuras
◉ 2. A variação espacial na sensibilidade dos sistemas hidrológicos e da
temperatura da água às mudanças no clima foi documentada. Os táxons
de água doce provavelmente exibem vários graus de sensibilidade às
mudanças nas condições ambientais. Como essas duas formas de
sensibilidade interagem não está claro, mas o entendimento de suas
interações é necessário para caracterizar futuras distribuições da
biodiversidade de água doce.

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Questões futuras
◉ 3. Um maior conhecimento das respostas específicas do táxon às
mudanças no clima é necessário para caracterizar o turnover dos grupos,
bem como as interações ecológicas entre as espécies sob futuras
condições ambientais. O conhecimento necessário inclui os impactos das
alterações do habitat na distribuição das espécies invasoras e suas
subsequentes interações com táxons nativos.

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Questões futuras
◉ 4. Embora a mudança climática provavelmente tenha um impacto
significativo nos sistemas de água doce, essa mudança ocorrerá no contexto de
outras atividades humanas. Em particular, as transformações da cobertura do
solo (por exemplo, urbanização, agricultura) e o crescimento da população
humana também sobrecarregarão os recursos de água doce no próximo século.
Os efeitos das mudanças climáticas sobre os recursos de água doce e a
biodiversidade serão afetados pelos efeitos cumulativos e potencialmente
sinérgicos desses estressores.
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Questões futuras
◉ 5. Os estudos ecológicos e evolutivos dos impactos das mudanças
climáticas sobre a biodiversidade de água doce devem aproveitar a
riqueza de dados de distribuição, história de vida e imagens disponíveis
em bancos de dados de informática de biodiversidade [por exemplo,
Global Biodiversity Information Facility em http: //www.gbif .org e
iDigBio (Biocoleções Digitalizadas Integradas) em
https://www.idigbio.org ].

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MEIO AMBIENTE –
NÍVEL MESTRADO ACADÊMICO

Annual Review of Ecology, Evolution, and Systematics

OS POTENCIAIS IMPACTOS DA MUDANÇA CLIMÁTICA


NA BIODIVERSIDADE EM SISTEMAS DE FLUXO DE
ÁGUA DOCE

Jason H. Knouft¹ e Darren L. Ficklin²

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