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ESTUDO DE VIABILIDADE AMBIENTAL

POUSADA FLECHEIRAS LTDA

TRAIRI-CE
JANEIRO 2023
Lista de Figura
Figura 01 – Localização e Acesso ao empreendimento .............................................. 6

Figura 02 - Planta baixa do empreendimento.............................................................. 9

Figura 03 - Mapa das Áreas de Influências ............................................................... 12

Figura 04 - Mapa das unidades geoambientais de Trairi........................................... 17

Figura 05 - Faixas de Desenvolvimento Humano...................................................... 25

Figura 06 – Indicadores demográficos ...................................................................... 26

Figura 07 – Percentual dos impactos ........................................................................ 36

Figura 08 - Comparação entre Tipo de impacto e Magnitude do impacto ................. 36

Figura 09 - Comparação entre Tipo de impacto e Importância do impacto ............... 37

Figura 10- Duração do impacto ................................................................................. 38

Figura 11 – Caracterização dos coletores para Coleta Seletiva I .............................. 41

Figura 12 – Caracterização dos coletores para Coleta Seletiva II ............................. 42


Lista de Quadro
Quadro 1 - Identificação do empreendedor ................................................................. 4

Quadro 2 – Identificação do empreendimento ............................................................. 4

Quadro-3 Identificação dos Engenheiros Responsáveis ............................................. 4

Quadro 04 – Distribuição do empreendimento .......................................................... 10

Quadro 5 – Espécies da Fauna local......................................................................... 21

Quadro 6- Descritivo de empresas em transformação ativas no município do Trairi 27

Quadro 07 - Taxa de urbanização do município ........................................................ 27

Quadro 08 - Atributos de avaliação dos impactos ambientais ................................... 30

Quadro 09 - Fatores de geração de impactos nas etapas dos estudos .................... 33

Quadro 10 – Matriz de interação ............................................................................... 34

Quadro 11 - Matriz de interação de impacto da fase de Operação .......................... 35


SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 4

1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ........................................................................ 4

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO................................................... 4

2.1 MEMORIAL DESCRITIVO DO EMPREENDIMENTO .................................... 7

2.2 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ................................... 10

2.3 NÍVEL DO LENÇOL FREÁTICO, TAXA DE ABSORÇÃO DO TERRENO E


DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS ......................................................................... 13

2.4 ÁREA PERMEÁVEL..................................................................................... 13

2.5 TAXA DE OCUPAÇÃO ................................................................................ 13

2.6 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO............................................... 13

3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ............................................................................ 15

3.1 DIAGNÓSTICO - MEIO FÍSICO ................................................................... 15

3.2 DIAGNÓSTICO MEIO BIÓTICO .................................................................. 20

3.3 DIAGNÓSTICO MEIO ANTRÓPICO ............................................................ 23

3.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................ 24

4. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................. 28

4.1 METODOLOGIA .......................................................................................... 28

4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS ...................................... 31

4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES GERADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS


......................................................................................................................32

4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS....................................... 33

4.5 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .............................................. 35

5. MEDIDAS MITIGADORAS ................................................................................. 40

6. PLANOS DE CONTROLE AMBIENTAIS E MONITORAMENTO ...................... 40


6.1 PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS COMUNS ............... 40

6.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR E SEGURANÇA NO


AMBIENTE DE TRABALHO ...................................................................................... 43

6.3 PROGRAMA DE GERAÇÂO DE ENERGIA SUSTENTÁVEL ...................... 43

6.4 PROGRAMA PRAIA LIMPA ......................................................................... 44

7. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 46
1. APRESENTAÇÃO
O estudo em questão trata da regularização do Empreendimento Pousada
Flecheiras LTDA situado na Localidade de Flecheiras, Município do Trairí-CE.

1.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Quadro 1 - Identificação do empreendedor


IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDENDOR

NOME: Adilson Tavares Tobelem

Nome: Adilson Tavares Tobelem

ENDEREÇO:. Condominio Fecheiras Atlântico Lote A05 E A06, S/N – Localidade


de Flecheiras, Trairí – CE, CEP: 62.690-000

Localidade: Flecheiras TELEFONE CNPJ/CPF


(85) 451.519.972-20

Quadro 1 – Identificação do empreendimento


IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
NOME: Pousada Flecheiras LTDA
ENDEREÇO: Condominio Fecheiras Atlântico Lote A05 E A06, S/N – Localidade
de Flecheiras, Trairí – CE, CEP: 62.690-000

Quadro-2 Identificação do Engenheiro Responsável


IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL RESPONSÁVEL

NOME: Moises Cardoso Moreira

ENDEREÇO:. Rua Cosme Damião n13, Paraipaba- Ce

BAIRRO: Camboas TELEFONE CREA


(85) 99117-3211 342904CE

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O Empreendimento Pousada Flecheiras LTDA está localizado na Localidade
de Flecheiras de Trairí- CE. O principal acesso é pela CE 346. A Figura 01 ilustra a

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localização e as vias de acesso ao empreendimento, onde a localização da Pousada
está compreendido nas coordenadas de referência N 9.644.250.00m e E
468.250.00m, Datum SIRGAS 2000.
O empreendimento Pousada Flecheiras LTDA está localizado na CE 346, a
120km da capital cearense, Fortaleza, no nordeste brasileiro, em acordo com Lei de
Parcelamento do solo municipal N°460/2009, do Localidade de Flecheiras, onde
incentiva o desenvolvimento econômico e social das áreas direta e indiretamente
afetada.

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Figura 01 – Localização e Acesso ao empreendimento

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2.1 MEMORIAL DESCRITIVO DO EMPREENDIMENTO

A Pousada Flecheiras possui um terreno de 940,00 m², sendo a área


construída de 453,74 m², estando setorizada em 5 subdivisões., sendo esses o
Bloco “A” (129,59 m²), Bloco “B” (129,59 m²), Bloco “C” (129,59 m²), Block “D”
(129,59 m²), Bloco “E” (129,59 m²).
O Bloco “A” sendo subdivido em 2 Pavimentos, sendo esses o Térreo (129,59
m²), 1° Pavimento (129,59 m²). Sendo assim, o térreo possuindo; 1 Apartamentos
com uma área total de 129,59 m², Recepção (10,25m²), Administração (8,30m²),
Lavabo (3,55m²), Depósito (8,13m²), Circulação (73,18m²), Despensa (2,70m²),
Escada (5,04m²) e a Área ocupada por paredes (26,43m²).
O Bloco “B” sendo subdivido em 2 Pavimentos, sendo esses o Térreo (129,59
m²), 1° Pavimento (129,59 m²). Sendo assim, o térreo possuindo; 1 Apartamentos
com uma área total de 129,59 m², Recepção (10,25m²), Administração (8,30m²),
Lavabo (3,55m²), Depósito (8,13m²), Circulação (73,18m²), Despensa (2,70m²),
Escada (5,04m²) e a Área ocupada por paredes (26,43m²).
O Bloco “C” sendo subdivido em 2 Pavimentos, sendo esses o Térreo (129,59
m²), 1° Pavimento (129,59 m²). Sendo assim, o térreo possuindo; 1 Apartamentos
com uma área total de 129,59 m², Recepção (10,25m²), Administração (8,30m²),
Lavabo (3,55m²), Depósito (8,13m²), Circulação (73,18m²), Despensa (2,70m²),
Escada (5,04m²) e a Área ocupada por paredes (26,43m²).
O Bloco “D” sendo subdivido em 2 Pavimentos, sendo esses o Térreo (129,59
m²), 1° Pavimento (129,59 m²). Sendo assim, o térreo possuindo; 1 Apartamentos
com uma área total de 129,59 m², Recepção (10,25m²), Administração (8,30m²),
Lavabo (3,55m²), Depósito (8,13m²), Circulação (73,18m²), Despensa (2,70m²),
Escada (5,04m²) e a Área ocupada por paredes (26,43m²).
O Bloco “E” sendo subdivido em 2 Pavimentos, sendo esses o Térreo (129,59
m²), 1° Pavimento (129,59 m²). Sendo assim, o térreo possuindo; 1 Apartamentos
com uma área total de 129,59 m², Recepção (10,25m²), Administração (8,30m²),
Lavabo (3,55m²), Depósito (8,13m²), Circulação (73,18m²), Despensa (2,70m²),
Escada (5,04m²) e a Área ocupada por paredes (26,43m²).

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A pousada também oferece um espaço de lazer possuindo 2 Piscinas
(51,39m²). O local de acondicionamento dos resíduos (lixo) possui uma área de
2,57m².
O empreendimento também oferece aos visitantes um local de
estacionamento possuindo 140,00m².
Ressalta-se que o empreendimento está projetado de acordo com as
exigências legais do município através do Código de obras, edificações e
posturas do município do Trairi de 2009 e a Lei Nº 461/2009 que dispõe sobre o
Código de obras e posturas, bem como a elaboração de projetos e execução de
edificações na circunscrição territorial do município; Lei N° 460/2009 sobre
Parcelamento, uso e ocupação do solo e Lei n°457/2009 que dispõe sobre o
Plano Diretor Participativo (PDDU).
Na Figura 02 é possível visualizar a disposição das áreas construídas no
terreno.

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Figura 02 - Planta baixa do empreendimento

Fonte: Projeto de Levantamento Físico Existente


(janeiro/2023)

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Quadro 04 – Distribuição do empreendimento
Área do Terreno 940,00 m²
Áreas construídas m²
Bloco "A" 129,59
Bloco "B" 129,59
Bloco "C" 129,59
Bloco "D" 129,59
Bloco "E" 129,59
Piscinas 51,39
Lixo 2,57
Estacionamento 140,00
Área total construída 453,74 m²
Fonte: Projeto de Levantamento Físico Existente (maio/2019) e IPTU do
empreendimento

2.2 ÁREAS DE INFLUENCIA DO EMPREENDIMENTO


A delimitação das áreas de influências é um requisito básico legal determinado
na CONAMA Nº 001/1986 e Nº 349/ 2004, que tem por objetivo definir as áreas de
avalição de impactos no processo de implantação, manutenção e operação ao longo
de sua vida útil do empreendimento. Observando que neste estudo de regularização
será focado no processo de operação do Hotel.
Para tanto, a definir os limites de atuação do empreendedor no que concerne à
implantação de medidas de controle e mitigação procurando prevenir ou eliminar os
impactos ambientais significativos adversos ou reduzi-los para limites aceitáveis
durante o funcionamento do empreendimento.
Portanto, as áreas de influência observadas na Figura 03 são consideradas: a
Área de Influência Direta (AID), onde são observadas as relações sociais,
econômicas, culturais e os aspectos físico-biológicos, os quais possuem impacto
direto da atividade; a Área de Influência Indireta (AII), onde os impactos por alterações
ocorridas a área de influência direta é sentida de maneira secundária ou indireta e, de
modo a ser susceptíveis a possíveis acidentes provindos da atividade. Considerar-se-
á nesse estudo também a instituição da Área diretamente Afetada - ADA, ponderada
como área funcional do projeto, ou seja, as áreas físicas do empreendimento.

• Área Diretamente Afetada (ADA)


Corresponde às áreas ocupadas pelas atividades intrínsecas que compõem o
empreendimento objeto do licenciamento, ou seja, ambiente diretamente susceptível
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a alterações físicas, biológicas, socioeconômicas e das particularidades da atividade
do empreendimento desde de sua implantação, operação e manutenção ao longo de
sua vida útil

• Área de Influência Direta – AID


A AID consiste na Unidade de Vizinhança, onde agrega funções cívicas,
comerciais, sociais, de lazer e estação de transporte conectada, possuindo assim um
raio de 400m, tendo como referência para delimitação a Lei municipal de
Parcelamento do solo (2009) e PDDU municipal (2009).

• Área de Influência Indireta – AII


Abrange os ecossistemas e sistema socioeconômicos ameaçados pelos
impactos indiretos significativos das atividades ocorridas na AID, no qual foi definido
todo o município do Trairi.

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Figura 03 - Mapa das Áreas de Influências

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2.3 NÍVEL DO LENÇOL FREÁTICO, TAXA DE ABSORÇÃO DO TERRENO E
DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

As soluções para os impactos relacionados à drenagem e inundações nos


ambientes urbanizados são imprescindíveis para a população local quanto ao
município. Para tanto, são necessárias adoções de medidas preventivas no processo
de ocupação do solo, visando melhorar as condições de permeabilidade, taxa de
ocupação diminuindo os efeitos de escoamento superficial das águas pluviais e
fluviais em detrimento da capacidade de filtração do solo local, bem como as
capacitadas projetadas nas estruturas municipais para boca de lobos, canais e outros.
O nível do lençol freático em todos os blocos é de 2,0 m. Possuindo uma taxa de
infiltração de 80%. Serão instalados Bueiros que serão distribuídas no terreno afim de
uma melhor drenagem de águas superficiais.

2.4 ÁREA PERMEÁVEL


Atualmente área permeável total de edificação é de 940,00 m², possuindo
assim uma taxa de permeabilidade de 33,90%, estando em conformidade com a Lei
municipal n° 460/2009.

2.5 TAXA DE OCUPAÇÃO


Como verificado anteriormente, a área total construída da edificação é
453,74m², dos quais possuem três blocos para ocupação dos visitantes, possuindo
assim uma taxa de ocupação máxima de 48,27%.

2.6 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO


Sendo fundamental e requirido pela Lei federal n° 11.445/2007 que estabelece
o saneamento básico, que os municípios disponha aos habitantes uma estrutura
operacional para disposição final ambientalmente adequada dos efluentes.
Dessa forma, os efluentes passam por processos físicos, químicos ou
biológicos que removem as cargas poluentes do esgoto, devolvendo ao ambiente o
produto final, efluente tratado, em conformidade com os padrões exigidos pela
legislação ambiental.

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O sistema de esgotamento sanitário receberá os despejos provenientes dos
equipamentos sanitários e os conduzira através de rede coletora que se interligará ao
sistema da rede fossa, filtro anaeróbico e sumidouro, onde existirá 2 (dois) sistemas,
conforme indicação em plantas.
Os despejos das peças sanitárias deverão ser captados obedecendo-se todas
as indicações apresentadas nos detalhes de esgoto utilizando-se todas as conexões
previstas na planta, não se permitindo esquentes nas tubulações sob quaisquer
pretextos. Os encaminhamentos serão divididos em primários (vasos sanitários) e
secundários (lavatórios, chuveiros, pias, ralos, etc). Todos os esgotos secundários
deverão ser direcionados para ralos e caixas sifonadas e destes para os ramais de
Esgoto Primário.

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3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
O diagnóstico ambiental consiste na caracterização física, biótica e antrópica
das áreas que terão impacto ambiental de forma direta e indireta dentro das áreas de
influência definida na Figura 03.
A área de influência direta constitui a área do empreendimento Pousada
Surfistas, visando determinar, nessa, a possibilidade da existência de impactos
ambientais causadas pela intervenção do funcionamento, além do município de Trairi,
pelo porte do empreendimento, pela contratação de mão de obra local e tributação.
Considera-se área de influência indireta toda a área da propriedade e a de influência
indireta ao município de Trairi.

3.1 DIAGNÓSTICO - MEIO FÍSICO


• Aspectos climáticos
O clima da região está diretamente relacionado ao regime pluviométrico. É
notório que favoráveis níveis de precipitação facilitam o acesso aos recursos hídricos,
na qual estes associados aos demais componentes climáticos, ambientais e às
políticas públicas, são essenciais ao desenvolvimento econômico da região e à
qualidade de vida da população. Pode-se observar ainda que o clima tropical quente
semi-árido brando é predominante na região. Entre as faixas de precipitações médias
normais anuais do Estado, pode-se observar que Trairi se encontra com média de
chuva superior à média anual do estado, de 1.588,80 mm e apresenta temperatura
média entre 26 a 28ºC, como também têm período chuvoso compreendido entre os
meses de janeiro a abril.

• Geologia
A composição geológica local apresenta associações do Pré-Cambriano,
sedimentos detríticos areno-argilosos com níveis conglomeráticos do
Terciário/Quaternário e sedimentos arenosos inconsolidados do Quaternário,
conforme se observa na Figura 04. O território do município de Trairi é composto
essencialmente por terrenos cenozóicos, representados pelos terrenos da Formação
Barreiras, de idade inferida do Plio-Pleistoceno e pelos sedimentos holocênicos de
origem marinha. Os constituintes geológicos mais recentes são controlados pelos
processos oceânicos e eólicos que mobilizam e depositam uma grande quantidade de

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material. Nas regiões mais ao sul do município aparecem rochas mais antigas, do Pré-
Cambriano, expondo migmatitos, xistos, calcissilicáticas e outras rochas metamórficas
e mobilizadas pertencentes ao Complexo Nordestino, segundo Projeto
RADAMBRASIL.
As feições geomorfológicas da área em estudo podem ser agrupadas em dois
domínios principais: os Glacis Pré-litorâneos e a Planície Litorânea. Segundo Ribeiro
(2001), essa compartimentação geomorfológica está associada diretamente a litologia
e aos fatores eustáticos e morfodinâmicos, podendo essas feições se configurar como
área de recarga e descarga.
O relevo da área em estudo são os Tabuleiros Pré-Litorâneos, que representam
a faixa de transição entre o domínio das terras altas e da planície costeira, moldados
nos sedimentos mio-pleistocênico da Formação Barreiras. Sua distribuição é ao longo
da linha de costa estando situados na retaguarda da frente marinha, sendo
interrompidos pelos estuários dos rios que atingem o litoral.
O contexto geológico da área estudada é caracterizado pela ocorrência de
coberturas sedimentares cenozóica sobrepostas a terrenos cristalinos pré-
cambrianos, compreendendo a Formação Barreiras; os depósitos recentes,
representados pelos sistemas dunares e também pelos sedimentos fluviais do Riacho
Maceió.

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Figura 03 - Mapa das unidades geoambientais de Trairi

Fonte: Semace, 2016

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• Solos
No município de Trairi dominam os tipos de solos Podzólicos Vermelho
amarelos Distróficos e as Areias Quartzosas, que apresentam baixo poder nutricional.
Os primeiros são solos rasos, com textura média ou argilosa, imperfeitamente
drenados e ocorrem associados a Vertissolos, que são também rasos, mal drenados,
com fertilidade muito alta e elevada participação dos minerais do grupo da argila. Por
isso mesmo, eles são muito susceptíveis à erosão, que em seu processo pode levar
à geração de fendilhamentos superficiais durante os períodos secos. Além disso, esta
característica limita a permeabilidade do solo. Os Solos Indiscriminados de Mangues
também ocorrem no município, associados principalmente aos sedimentos flúvio-
marinhos do rio Mundaú. Este é um tipo de solo orgânico e salino, mal drenado, muito
ácido e parcialmente submerso. Os solos Planossolo Solódico, Solos Aluviais e o
Solonetz Solodizado aparecem nos níveis mais elevados do curso do rio, presentes
também nos demais cursos d'água. O Solonetz Solodizado ocorre com maior
frequência que os demais que acompanham os corpos hídricos. São solos rasos a
moderadamente profundos, mal drenados, apresentando uma pedregosidade
superficial e elevado teor de sódio trocável. Eles têm como principais limitações a
deficiência ou excesso de água e a susceptibilidade à erosão. Na área mais litorânea,
que compreende a área do empreendimento, dominam as Areias Quartzosas
Marinhas e na porção mais ao Sul do terreno as Areias Quartzosas Distróficas. Pela
nomenclatura atual da EMBRAPA, de uma forma geral, todo o conjunto de solos
Neossolos Quartizarênicos pode ser caracterizado como pobre em função da pouca
presença de nutrientes.

• Hidrografia
O município de Trairi está inserido na bacia hidrográfica do Rio Cruxati/Mundaú.
Esta bacia possui uma abrangência regional, algo em torno de 2.224 km². O
comprimento do talvegue do rio é de 95 km e o seu perímetro é de 215 km. O
escoamento anual observado na foz do rio que dá nome à bacia é de 472,0 hm3. Os
principais tributários da bacia são os rios Cruxati e Mundaú, ambos nascendo na serra
de Itapipoca, o primeiro na vertente noroeste da serra e o segundo na vertente leste.
O regime pluviométrico da bacia, embora tendo características típicas de região
semiárida, tais como forte sazonalidade e alta variabilidade espacial e interanual, é

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dos regimes mais favoráveis identificados no Estado, beneficiando a área litorânea.
Um dos problemas identificados no aproveitamento hídrico superficial refere-se à
concentração do excedente hídrico em apenas 4 ou 6 meses.
Esta concentração se reflete na classificação da bacia quanto ao volume de
água disponível que, segundo o RADAMBRASIL, é considerado como médio com um
volume de 200.000 a 700.000 m3/km2/ano. As lagoas têm caráter temporário,
secando durante o período de estiagem e enchendo novamente durante o período
invernoso, que se configura entre os meses de fevereiro a maio. Durante esta fase,
os riachos e córregos funcionam como canais de ligação entre as lagoas e as
depressões isoladas, deixando as áreas baixas totalmente alagadas, mesmo sendo
essas as principais formas de acumulação hídrica superficial. Estas lagoas trazem
grandes benefícios às populações locais, com a exploração da pesca e, até mesmo,
em algumas delas, o suprimento de água para a pecuária. Na região estudada
destacam-se os lagamares do Sal e o da Rua. Entre as dunas, durante o inverno, é
muito comum a formação de lagoas, denominadas de lagoas interdunares, que
acumulam água por uma boa parte do ano e servem de suprimento para as
comunidades e principalmente para a pecuária. Mesmo não estando entre as dunas,
outras pequenas lagoas podem surgir em regiões planas e, favorecidas pelo nível
freático elevado, apresentarem um estado de perenização facilmente identificado pela
flora que se desenvolve nestas lagoas.
Com relação as águas subterrâneas, o município de Trairi dois domínios
hidrogeológicos distintos se distinguem: o cristalino e o domínio sedimentar. O
primeiro domínio diz respeito às rochas ígneas e metamórficas, cujo armazenamento
de água subterrânea está relacionado ao grau de fraturamento, e o segundo
apresenta as Dunas, os Aluviões e a Formação Barreiras como principais unidades
hidrogeológicas. Em se considerando estes domínios, o potencial hidrogeológico da
bacia é tido como de fraco a médio.

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3.2 DIAGNÓSTICO MEIO BIÓTICO
• Vegetação
Os ecossistemas presentes fazem parte do Complexo Vegetacional de
Tabuleiro Litorâneo, este tipo de ecossistema caracteriza-se por apresentar
sedimentos do grupamento barreira, solo tipo Areia Quartzoza (Neossolos) ou
Podzólico Vermelho Amarelo (Argissolo) e vegetação formada pelo complexo
vegetacional de Tabuleiro Litorâneo.
Vegetação dos Tabuleiros Litorâneos é o mais diverso dentre os complexos
encontrados nesta região, tanto em termos de flora como de vegetação, e abriga
espécies das Matas de Tabuleiro típicas, do Cerrado e da Caatinga. As Matas de
Tabuleiro são formações arbóreas, com umidade relativamente alta devido à
influência marinha, que encerram espécies das serras e da caatinga. O cerrado ocorre
em manchas, conjugado com outros tipos de vegetação dos tabuleiros – com
fisionomias típicas do Cerrado do Centro-Oeste Brasileiro, porém com o porte
sensivelmente menor. A caatinga é a vegetação xerófila, já encontrada em maior parte
do Nordeste Brasileiro, com o predomínio de espécies adaptadas à sazonalidade
hídrica (Savana Estépica).
De acordo com o trabalho de campo realizado na área de implantação do
empreendimento foi identificada uma vegetação de espécies exóticas e nativas tais
como:
• Byrsonima sp (Murici);
• Chamaecrista ensiformis (Pau Ferro);
• Mouriri cearensis (Manipuçá);
• Ouratea fieldingiana (Batiputá).
• Guettarda viburnoides (Angélica)
• Protium heptaphyllum (Almesca)
• Coccoloba ramosíssima (Carrasco)
• Hirtella ciliata (Açoita Cavalo)
• Agonandra brasiliensis (Marfim)

• Fauna
Dentre os recursos naturais associados à vegetação encontra-se a fauna,
representada pelo conjunto de animais que ocupam um determinado espaço

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geográfico num dado momento, interagindo entre si e com os demais componentes
ambientais.
A ocorrência e manutenção da fauna silvestre estão estreitamente ligadas à
cobertura vegetal dominante no local. Os Quadros seguintes mostram as espécies
mais representativas de peixes, répteis, aves e mamíferos, respectivamente.

Quadro 05 – Espécies da Fauna local


NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO
PEIXES
Curimatã Pruchilodus sp. Pruchilodus sp.
Piau Leporinus steindachneri Leporinus steindachneri
Piranha Pygocentrus nattereri
Sardinha Cyphocarax gilbert
Tilápia Tilapia cf. rendalli
Traíra Hoplias malabaricus
Tucunaré Cichla sp.
RÉPTEIS
Calango Tropidurus torquartus
Calango Tropidurus hispidus
Camaleão Iguana iguana
Cascavel Crotalus terrificus
Cobra de Cipó Oxibelis aenus
Cobra de tabuleiro Philodryas nattereri
Cobra de veado Boa constrictor
Cobra preta Clelia occipolutea
Cobra verde Philodryas olfersii
Coral Micrurus SP
Jararaca Bothrops erythromelas
Tejo Tupinambis teguixim
Tejubina Cnemidophorus ocellifer
AVES
Anum Branco Guira guira
Anum preto Ortophaga ani

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Avoante Zenaide auriculata
Beija-flor Glausis hirsuta
Bem-te-vi Pitangus sulphuratus
Carcará Polyborus plancus
Coruja Otus choliba
Galo campina Paroaria dominiciana
Gavião preto Buteogallus urubitinga
Gavião vermelho Heterospizias meridionalis
Rolinha Sporophila albogulares
João de Barro Furnarius vigulus
Lavandeira Flucicola nengeta
Nambu Nothura boraquira
Pica-pau Celeus flavescens
Periquito Aratinga cactorum
Rolinha Columbina talpacoti
Rolinha cabocla Columbina minuta
Rolinha juriti Leptotila verreauxi
Sabiá Turdas leoco melas
Sibite Todisrostrum sp.
Urubu-preto Coragyps stratus
MAMÍFEROS
Cassaco Didelphis albiventris
Gambá Conepatus semistriatus
Gato do mato Leopardus tigrina
Gato maracajá Leopardus wiedii
Gato murisco Puma yagouaroudi
Guaxinim Procyon cancrivorus
Peba Euphractus sextintus
Preá Cavea aperea
Raposa Cerdocyon thous
Tatu Dasypus novencinctus

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3.3 DIAGNÓSTICO MEIO ANTRÓPICO
De acordo com o IBGE, a transição das décadas de 2000 e 2010, Trairi passou
de 44.527 habitantes para 51.422 habitantes, isto é, a cidade teve um aumento
populacional de aproximadamente 15,48% em uma década.
Percebeu-se que de acordo com os com os últimos Censos realizados, desde
1991 Trairi é um município com população.
Com o Decreto n. 24.414, de 29/03/1999 foi instituída uma Área de proteção
Ambiental, APA do Estuário do Rio Mundaú. A APA abrange uma área de 1.596,37
hectares e localiza-se na divisa dos Municípios de Trairi e Itapipoca, na costa oeste
do Estado do Ceará, a aproximadamente, 165 Km de Fortaleza. O acesso a esta
unidade de conservação se dá, partindo de Fortaleza, pela CE 085 (Estruturante) e a
seguir pela Rodovia CE 163. Justifica-se sua criação em decorrência das
peculiaridades ambientais do Estuário do Rio Mundaú, que o tornam refúgio biológico
de grande valor e pelo natural fragilidade do equilíbrio ecológico deste estuário, em
permanente estado de risco face às intervenções antrópicas.
A população dos Municípios de Trairi e Itapipoca, veranistas e turistas usufruem
das riquezas ambientais da área, através do desenvolvimento de práticas de
atividades turísticas e de lazer.
Inseridas nos limites da APA existem treze comunidades que sobrevivem
diretamente da utilização de seus recursos naturais, basicamente da pesca e da
agricultura de subsistência, quais sejam: As Comunidades de Palmeiras, Tigipió,
Salgado, Panã, Cajueiro Ferrado, Jandaíra, Córrego dos Pires, Vieira do Sal, Vieira
dos Carlos, Várzea do Mundaú, Marinheiros, Vila dos Pracianos e a Vila do Mundaú.

Os principais problemas existentes na APA são decorrentes da ação antrópica,


ocasionados pela especulação imobiliária, com a construção de casas de veraneio,
além de desmatamentos, queimadas, caça e pesca predatória, captura desordenada
de crustáceos e moluscos, tráfego de veículos sobre as dunas e disposição irregular
de resíduos sólidos em área de praia e mangue.
A SEMACE realiza fiscalizações semanais na área. Entretanto, a colaboração
da sociedade é imprescindível na gestão desta unidade de conservação, denunciando
as agressões ao meio ambiente e adotando atitudes que propiciem o desenvolvimento
de uma consciência ecológica na população nativa e nos visitantes.

23
3.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
A caracterização socioeconômica apresenta a descrição de serviços
relacionados ao bem-estar da população, são eles, os serviços de taxa de cobertura
e água e esgoto, a coleta de resíduos sólidos, aos serviços de energia elétrica, o índice
de desenvolvimento humano municipal, a renda tanto de populações urbanas quanto
rurais, a análise demográfica por gênero e densidade, além de empresas industriais e
taxa de urbanização presentes nas regionais.
• Taxa de Cobertura no Serviço de Água e de Esgotamento Sanitário
Ao analisar a qualidade de vida das pessoas, os serviços de infraestrutura de
saneamento básico são muito importantes. A taxa média de cobertura no serviço de
distribuição urbana de água é de 91,62%, apresentando valor superior à média do
serviço registrada no estado do Ceará, sendo esta de 92,06%, segundo o IPECE
(2017).
Nas taxas de cobertura do serviço de esgotamento sanitário da população
urbana no município, há uma representação de 23,75%.
• Consumidores de Energia Elétrica
Um serviço integrante do saneamento básico relaciona-se a disponibilidade
de energia elétrica encontrada na região e ao desenvolvimento econômico
proporcionado pela mesma.
Trairi tem um total de 20.582 consumidores dividido nas classes residencial
(12.293), industrial (15), comercial (711), público (324) e próprio (2). Trairi apresenta
também cerca de 7.237 unidades de consumidores rurais.

• Taxa de Cobertura no Serviço Coleta de Lixo


A população total atendida no Município no ano de 2010 era de 5.134,
apresentando um percentual médio de 38,41%.

• Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)


O IDHM tem o objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico de um
município bem como a qualidade de vida de sua população. Seus valores variam de
0 a 1, tendo 5 faixas de desenvolvimento humano: Muito Baixo (0 a 0,499), Baixo

24
(0,500 a 0,599), Médio (0,600 a 0,699), Alto (0,700 a 0,799) e Muito Alto (0,800 a 1).
A Figura 05 ilustra as faixas de desenvolvimento humano:

Figura 05 - Faixas de Desenvolvimento Humano

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2016.

Os aumentos nos índices de crescimento do IDHM no período analisado


foram responsáveis pelas ascensões de faixas do Município. No período que vai de
2000 à 2010 houve um aumento do IDH de 0,420 para 0,606 passando da categoria
considerada muito baixa para a categoria média.

• Análise Demográfica das Áreas Urbana e Rural por Renda


O crescimento de resíduos sólidos está diretamente relacionado a renda da
população, quanto maior for a renda, maior será o poder de compra, maior o consumo
e consecutivamente maior a geração de resíduos, por isso, é necessária a informação
acerca da renda dos habitantes.
Nos dados referentes ao rendimento médio mensal da população do município
salários mínimos (IBGE, 2018) .

• Análise Demográfica por Densidade


A densidade populacional refere-se a uma média de habitantes residentes em
uma determinada área, normalmente expressa em hab/km². A figura abaixo, retirada
do Perfil Municipal do Trairi (IPECE, 2017) oferece os dados referente, aos respectivos

25
indicadores demográficos, ao número de habitantes totais com base no censo de
1991, 2000 e 2010 .
Figura 06 – Indicadores demográficos

Com base no indicador acima e projeções realizados pelo IBGE para o ano
de 2020, A densidade demográfica ascendeu para 55,55 hab/km². Essa referencia
demostra um crescimento populacional de 9,46%, tendo como referencia o ultimo
censo.
É importante destacar que a densidade do município é fator predominante no
âmbito de avaliar a renda da população. Pois, regiões podem ser consideradas
densas quando há um processo forte de verticalização imobiliária ou mesmo quando
se encontram grandes aglomerados de moradias com baixo índice de infraestrutura
(SILVA, 2008).

• Empresas Industriais de Transformação Ativas


As empresas representam para o município uma fonte de modificação dos
cenários de renda e emprego além de serem consideradas um atrativo para visitantes
quanto ao desenvolvimento de atividades especializadas, contribuindo assim,
diretamente e indiretamente, para o avanço local e regional. Essas atividades, além
de contribuírem para a economia da região, também influenciam no aumento da
geração de resíduos, os quais podem ser reinseridos no processo produtivo ou servir
como matéria-prima para outras empresas.
De acordo com o que se observa Quadro 06, é possível perceber os tipos,
quantidades e percentuais das empresas ativas existentes no município.
26
Quadro 06- Descritivo de empresas em transformação ativas no município do Trairi
EMPRESAS N° %
Extrativa Mineral 1 0,84%
Construção Civil 13 10,92%

Utilidade Pública 21 17,65%

Transformação 84 70,59%

Total 119 100%


Fonte: IPECE, 2017.

• Taxa de Urbanização
Entende-se por taxa de urbanização a relação entre a população urbana e a
população total de um determinado município, ou seja, ela apresenta, a partir do valor
obtido, a concentração da população na zona urbana. A partir dessa taxa, pode-se
analisar que, quanto mais alta ela seja, maior será a quantidade de pessoas
concentradas e maior será a geração de resíduos sólidos.
Pode-se observar as taxas de urbanização referentes ao Censo dos anos de
1991, 2000 e 2010 que o município se encontra em processo de urbanização.
Entende-se por taxa de urbanização a relação entre a população urbana e a
população total de um determinado município, ou seja, ela apresenta, a partir do valor
obtido, a concentração da população na zona urbana. A partir dessa taxa, pode-se
analisar que, quanto mais alta ela seja, maior será a quantidade de pessoas
concentradas e maior será a geração de resíduos sólidos.

Quadro 07 - Taxa de urbanização do município


Censo 1991 2000 2010
Taxa de Urbanização 21,08% 32,37% 36,53%
Fonte: IPECE, 2017.

27
4. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) é um instrumento da gestão
ambiental, instituida na CONAMA 01/1986, na qual dispõe sobre os críterios básico e
diretrizes gerais para avaliação de estudos dos impactos ambientais provenientes das
atividades socioeconomicas no meio.
O estudo é formado por um conjunto de procedimentos capazes de assegurar,
desde o início do processo de estudo de alternativas, um exame sistemático dos
efeitos ambientais potencialmente decorrentes de uma ação proposta por um projeto,
programa, plano ou política e de suas alternativas, de modo que os resultados sejam
apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de
decisão, e por eles devidamente considerados.
A avaliação de impactos ambientais tem por objetivo contemplar, identificar,
prever, avaliar, interpretar e informar a respeito dos efeitos de uma ação ou atividades
sobre a saúde, bem estar humano e ambiental, respeitando a integridade dos
ecossistemas naturais e urbanos. Dentre outros objetivos da análise e avaliação dos
impactos ambientais, destacam-se:
• Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fase
de operação da atividade;
• Verificar a correlação – positiva e negativa – existente entre as diversas
atividades e ações inerentes ao empreendimento e o ambiente (natural e antrópico);
• Avaliar sua viabilidade ambiental;
• Subsidiar a indicação das medidas mitigadoras pertinentes;
• Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os
casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; e
• Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação
na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.

4.1 METODOLOGIA

Para a realização da AIA foi produzida uma Matriz de Interação com a finalidade
de visualizar os aspetos ambientais e os fatores gerados em decorrencia da atividade.
Dessa forma, entede-se como aspectos ambientais todo impacto significativo em

28
decorrencias das atividades provenientes do empreendimento com o meio que esta
inseridos, sendo negativos ou positivos; e fatores geradores são os elementos
provenientes do exercício da atvidade, para geração de produto ou serviço, tais como
ruídos, poluição e outros.
A matriz proposta também proporcionará, a adequação do método do método
Checklist, do inglês signidica lista de verificação, auxiliando na sequência de passos,
como na indicação das ocorrencias do impacto e alterações em cada ação geradora.
Com isto é possível verificar que várias interferências do empreendimento com o
ambiente resultam em um mesmo tipo de impacto que é então avaliado no seu
conjunto.
Na interseção de linhas (aspectos ambientais) e colunas (fatores geradores)
assinala-se então a potencialidade de ocorrência de um determinado impacto. Para
avaliar a potencialidade foram considerados os seguintes atributos: tipo, magnitude,
importância e duração do impacto. A explicação e simbologia de cada um dos atributos
encontra-se disposta no Quadro 08.
Após a identificação dos impactos ambientais, procedeu-se à caracterização e
avaliação de cada um dos impactos indicados na matriz, tendo em vista qualificar e
ponderar seus efeitos e subsidiar a indicação das medidas mitigadoras cabíveis.

29
Quadro 08 - Atributos de avaliação dos impactos ambientais
SIGNIFICADO DO PARÂMETRO DE
ATRIBUTO SÍMBOLO
AVALIAÇÃO
TIPO POSITIVO +
Quando o impacto de uma determinada ação for
Exprime o benéfico.
caráter da NEGATIVO -
modificação
Quando o impacto de uma determinada ação for
causada por
adverso.
uma
INDEFINIDO
determinada
ação. Impacto positivo ou negativo, dependendo da
forma de abordagem.
MAGNITUDE PEQUENA P
Exprime a De magnitude inexpressiva, não alterando a
extensão do característica ambiental considerada.
impacto, MÉDIA M
através de uma
De magnitude expressiva, porém sem
valoração
descaracterizar a característica ambiental
gradual
considerada ando a característica ambiental
atribuída ao
considerada.
mesmo, a partir
GRANDE G
de uma
determinada De magnitude que possa levar à uma
ação do descaracterização ambiental considerável.
projeto.
IMPORTÂNCIA NÃO SIGNIFICATIVA 1
Intensidade não significativa, não implicando em
Indica a alteração da qualidade de vida.
importância ou MODERADA 2
significância do Intensidade da interferência com dimensões
impacto em recuperáveis (se adversa) ou refletindo na melhora
relação à sua da qualidade de vida (se benéfica).
interferência no SIGNIFICATIVA 3
meio. Intensidade da interferência provoca perda da
qualidade de vida (adversa) ou ganho (benéfica).
DURAÇÃO CURTA 4
De duração breve, com possibilidade de reversão
às condições iniciais.
MÉDIA 5
Indica a
Duração média de permanência do impacto, após
permanência
a ação.
do impacto
LONGA 6
Duração grande ou permanente do impacto, após
a ação.
Fonte: Ávila, 2014

30
4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS ASPECTOS AMBIENTAIS
Como visto, os aspectos ambientais consideráveis correspondem as
singularidades dos ambientes físicos, bióticos e socioeconômicos – passíveis de
sofrerem alterações em decorrencia do empreendimento.
Com base na experiência da equipe em projetos similares e no diagnóstico
ambiental, os aspectos ambientais considerados mais relevantes para análise dos
impactos deste empreendimento são relacionados a seguir, observando que o
emprendimento está na fase de operação/ manutenção.

No meio físico são:


• Qualidade do Ar, Ruídos e Vibrações: devido à utilização de máquinas e
veículos que geram emissões de gases de combustão, ruídos e vibrações.
• Qualidade dos Solos e Capacidade de uso: pela suscetibilidade às alterações
decorrentes das intervenções que foram necessárias para a implantação do
empreendimento como exposição do solo a agentes erosivos etc.); pela geração de
resíduos sólidos e líquidos e possibilidade de contaminação dos solos.
• Qualidade da água superficial e subterrânea: devido à geração de resíduos
sólidos e líquidos e possibilidade de contaminação dos recursos hídricos superficiais
e lençol freático.
• Diminuição dos recursos hídricos: no aumento do consumo provocado na
manutenção do empreendimento.

No meio biótico:
Os principais aspectos ambientais identificados como mais relevantes são:
• Cobertura Vegetal: A vegetação da área de influência indireta afetada com a
contribuição do aumento da poluição sobre a vegetação.
• Fauna Terrestre: a fauna e a população no entorno pode ser perturbada pelo
aumento na emissão de ruído e de poluentes. Esse impacto vem sendo ser amainado
pelo aumento da arborização no empreendimento.

No meio Antrópico (socioeconômico):

31
• Uso e ocupação do solo: a instalação do empreendimento acarretou em
modificações do uso do solo em torno do empreendimento tais como: aumento da
especulação imobiliária em torno do empreendimento.
• Atividades Econômicas: a implantação do empreendimento acarretou um
aumento na oferta de emprego e consequentemente aumento de renda, com efeitos
positivos na economia local e regional e nas finanças públicas, porque implicou em
um aumento das receitas fiscais.
• Aumento na demanda de bens e serviços: um projeto de engenharia gera uma
aceleração significativa nesse setor da economia, que vai desde a contratação de
construtoras e equipamentos até serviços especializados como projetos
arquitetônicos e estudos ambientais.
• População, Qualidade de Vida, Educação e Saúde Pública: um
empreendimento desta magnitude traz à população uma série de expectativas como,
por exemplo, a possibilidade de novas oportunidades de trabalho, possibilidade de
quebra da rotina em termos de vizinhança, aumento do tráfego, entre outras. Pode
ainda atrair novos contingentes populacionais e, por consequência, provocar
alterações na qualidade de vida e costumes, e em especial nas condições de saúde
pública. Há um incentivo no setor da educação a partir de cursos profissionalizantes
para a comunidade na área de gastronomia e do turismo.
• Infraestrutura, Equipamentos e Serviços: a implantação e ocupação do
empreendimento tem sido um dos responsáveis pela geração de fluxos de tráfego,
alterando a fluidez do sistema viário. Além disso, houve uma melhora no sistema de
saneamento da área como um todo.

4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES GERADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS


Para apoiar a identificação das ações geradoras do ambientes são
consideradas as etapas de planejamento, implantação e operação. Dessa forma, os
fatores geradores de impactos das atividades oriundas do empreendimento são
relacionadas à sua natureza e porte. Abaixo estão discriminadas as ações geradoras:
❖ Planejamento: etapa em que se desenvolvem os estudos preliminares do
empreendimento e levantamentos de campo; bem como a divulgação de sua
implantação.
❖ Implantação: etapa de realização das intervenções físicas relacionadas ao

32
empreendimento propriamente dito, envolvendo toda a mobilização de mão de obra,
materiais, máquinas e equipamentos, obras civis, montagens etc.;
❖ Operação: etapa em que o empreendimento passa a funcionar.

No caso da presente instalação, o respectivo estudo objetiva é a


regularização da situação atual, considerando-se assim somente a etapa de
Operação.
O Quadro 9 abaixo encontram-se os fatores de geradores de impacots
ambientais compreendidos na fase da ação geradora atual da edificação.

Quadro 09 - Fatores de geração de impactos nas etapas dos estudos


Componentes
MEIO Operação
Ambientais
Qualidade do Ar Tráfegos de veículos - Fontes móveis e fixas
Ruídos e Vibrações Geração de ruídos e vibrações

Solo
FÍSICO

Resíduos sólidos e
líquidos gerados
Recursos Hídricos
superficiais e
subterrâneas
BIÓTICO

Vegetação Perturbação com o aumento do fluxo de


visitantes

Fauna Terrestre
Dinamização do mercado de trabalho
ANTRÓPICO

Geração de emprego e renda


Socioeconômico Desenvolvimento econômico da região
Demanda de mão de obra qualificada
Pressões sobre o sistema de transporte regional
e local

4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS


A Quadro 10 apresenta a matriz de interação com os impactos ambientais
identificados e/ou previsíveis através da interseção dos fatores ambientais
identificados e das ações geradoras de impacto ambientais pelo empreendimeto,

33
seguindo portanto a legenda apresentada a seguir de numeração e cores
estabelecidos.

Quadro 10 – Matriz de interação

IMPACTO
POSITIVO NEGATIVO INDEFI
IMPORTÂNCI MAGNITUD DURAÇÃ IMPORTÂ MAGNIT DURAÇ NIDO
A E O NCIA UDE ÃO
P M G 1 2 3 4 5 6 P M G 1 2 3 4 5 6

LEGENDA

Impacto de importância
P
pequena
Impacto de importância
M
média
Impacto de importância
G
grande
Impacto de magnitude não
1
significativa
Impacto de magnitude
2
moderada
Impacto de magnitude
3
significativa
Impacto de curta
4
duração
Impacto de média
5
duração
Impacto de longa
6
duração

34
Quadro 11 - Matriz de interação de impacto da fase de Operação
OPERAÇÃO
Componente
Ambiental
Categoria

empreendim
Operação
Parâmetros ambientais / Ações gerados de

ento
impactos

do
Qualidade do ar -P16
Água Solo Ar

Ruídos e Vibrações -P16


Meio Físico

Qualidade do Solo -P16


Capacidade de uso -P16
Qualidade da água superficial +M23
Qualidade da água subterrânea +P23
Diminuição dos recursos hídricos -M26
Fauna Flora
Meio Biótico

Diversidade e abundância de espécies


Espécies protegidas e em extinção
Diversidade e abundância de espécies
Espécies terrestres e aves
Geração de emprego e renda +G36
Aumento no valor do terreno +G36
Economia
antrópico

Aumento na arrecadação de impostos +M36


Aquecimento do comércio +M26
Aumento da demanda de bens e serviços +M36
Qualidade de vida +M36
Fonte: autor, 2022
Considera-se que haverá impactos negativos de pequena e média
importância, sendo na maioria de longa duração pois considera-se o tempo de
construção da obra, são impactos como ruídos e vibrações, mudança na estrutura
de solo e modificações na qualidade do ar.
Também é previsto impactos positivos de grande e média importância e de
média a longa duração, como geração de renda, valorização do terreno, assim como
também o aumento da arrecadação de impostos pelo município.
Não foram considerados impactos significativos de fauna e flora.

4.5 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS


As avaliações de impactos ambientais computados estão apresentadas nos
gráficos a seguir subdivididos em: Quantificação de impactos positivos e negativos,
35
Magnitude, Importância e Duração. A quantificação dos impactos de cada atributo, por
si só, não permite avaliar de maneira abrangente todo o empreendimento. Por isso,
deve-se proceder uma comparação de cada atributo com o tipo de impacto gerado,
ou seja, impactos positivos e negativos.

• Tipos de Impactos
Para o empreendimento em estudo foi possível identificar 15 impactos, sendo
8 positivos (47%), 5 negativos (29%) e 4 indefinido (24%), conforme Figura 07.

Figura 07 – Percentual dos impactos

INDEFINIDOS

NEGATIVOS

POSITIVOS

0% 10% 20% 30% 40% 50%

Fonte: autor, 2021

Pode-se observar um número bem superior de impactos positivos na área de


influência direta do empreendimento.

• Magnitude
Com relação ao atributo magnitude, foram identificados 4 impactos de pequena
magnitude (31%), 4 impactos de média magnitude (31%) e 5 impactos de grande
magnitude (38%).
Fazendo uma comparação neste atributo, pode-se perceber que os maiores
impactos serão de Grande magnitude, no qual os impactos positivos superam os
negativos em níveis significativos de magnitude.

Figura 08 - Comparação entre Tipo de impacto e Magnitude do impacto

36
Média Pequena
N

(1)
P

N
(2) P
Grande

N
(3)

0% 10% 20% 30% 40% 50%

Fonte: autor, 2021


• Importância
O atributo importância trouxe os seguintes resultados: 5 impactos não
significativos (39%), 6 impactos moderadamente significativos (46%) e 2 impactos
significativos (15%).
Nesse caso, os impactos positivos superaram os negativos em níveis
significativos de importância. O nível de importância onde os impactos negativos
superaram os positivos foi no nível não significativo em decorrência dos componentes
do meio físico, demonstrando assim as medidas mitigadoras são capazes de manter
o equilíbrio das atividades do empreendimento com o meio.
O empreendimento terá impactos de grande importância significativa para a
comunidade principalmente no meio antrópico, ou seja, coma sociedade da
comunidade.

Figura 09 - Comparação entre Tipo de impacto e Importância do impacto


Significativo Moderado Siginificativo

N
Não

(P)

N
(M)

N
(G)

0% 10% 20% 30% 40% 50%

37
Fonte: autor, 2021

• Duração
Já a aplicação do atributo duração permitiu identificar 2 impactos de curta
duração (15%), 6 impactos de média duração (46%) e 5 impactos de longa duração
(38%), sendo os 72% positivos e os 38% negativos são passíveis de minimização e
controle.

Figura 10- Duração do impacto.


Longa (6) Média (5) Curta (3)

0% 10% 20% 30% 40% 50%

Fonte: autor, 2021

No geral, os impactos positivos superam os negativos em magnitude,


importência e duração. Dessa forma, medidas de mitigação e controle dos impactos
negativos para o meio físico são necessárias e passiveis de manter o equilibrio e a
sustentabilidade do meio.
Dessa forma, foi possível identificar que houve uma aumento gradativo na
circulação de pessoas e veículos, acarretando uma pequena diminuição na qualidade
do ar e, também, um leve aumento no nível de pressão sonora da área. Além disso,
com a contratação de profisionais para atuar no empreendimento promove um
aumento no consumo de água.
Embora o empreendimento acarrete alguns impactos negativos, percebemos
que em sua maioria são de pequena magnitude e de importância não-significativa.
Contudo, verificou-se que os impactos positivos para a área de influência direta
e indireta e, na sua maioria, impactos de grande magnitude, importância significativa
38
e de longa duração, como: oportunidade de emprego, incentivo a cursos
profissionalizantes para a comunidade, aumento de renda, promoção do turismo,
valorização da localidade como um todo e, consequentemente, um aumento na
arrecadação tributária do município.

39
5. MEDIDAS MITIGADORAS
As medidas mitigadoras visão a atenuação ou nulidade do impactos e
promoção de atitudes de convivencia, segurança no ambiente de trabalho e
sustentabilidade do empreendimento, comunidade local e o microecossistema
inserido.
Dessa forma, recomenda-se para para diminuição de ruídos e vibrações a
adoção de planejamento para o monitoramento e controle dos ruídos dos maquinários
utilizados no empreendimento.
A adoção de um Programa de Educação Ambiental com os trabalhodores,
comunidade local e visitantes, na promoção de atitudes de descarte correto dos
resíduos, ações de limpeza e seminários sobre a importância da conservação da flora
e da fauna da região costeira, controle da poluição sonora, conforme estabelece a Lei
distrital N° 4.092/2008.
Particiapação do empreendimento, por meio de convênios, com as instituiççoes
profissionalizantes ou ensino técnico, na aberturas de vagas para estágios nos setores
do turismo, administração, gastronomia, meio ambiente, entre outros.

6. PLANOS DE CONTROLE AMBIENTAIS E MONITORAMENTO


Os programas ambientais pospostos neste capítulo enfocam o
acompanhamento e a supervisão da implementação e da execução dos
procedimentos de controles ambientais preventivos e mitigadores dos impactos
ambientais citados nos capítulos anteriores deste estudo. A proposição de programas
ambientais tem como objetivo contribuir para normalização e para a criação de rotinas
nas ações de caráter ambiental, empreendidas nas atividades da área do
empreendimento, de modo a proporcionar ações eficientes voltadas para o
cumprimento das legislações com ênfase no quesito ambiental.
A responsabilidade, execução e cronograma dos respectivos programas
propostos é de competência do empreendedor

6.1 PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS COMUNS


A gestão e gerenciamento correto dos resíduos sólidos comum possui caráter

40
preventivo pois promove a redução das agressões ao meio ambiente, bem como
diminuição dos índices de poluição ambiental.
Dessa forma, o objetivo do programa é promover a adoção dos 5 Rs da
sustentabilidade e a implantação da coleta seletiva.
Os 5 Rs é um programa da sustentabilidade que redefini inicialmente a forma
de pensar o consumo e com isso as atitudes e atividades. O significado e adoção de
medidas que cada R introduz esta descrito abaixo.

• Repensar: hábitos e atitudes de consumo


• Reduzir: geração de resíduos
• Reaproveitar: aumentar a vida útil dos produtos
• Reciclar: transformar materiais beneficiados em matéria prima para novos
produtos.
• Recusar: não consumir produtos que geram impactos significativos adversos

A Coleta Seletiva visa o descarte e acondicionamento adequado dos resíduos,


melhorando assim as condições de transporte, destinação e disposição final
ambientalmente correta. A realização da coleta seletiva pose ser realizada de duas
forma, representadas nas Figuras 11 e 12:
• Separação em diferentes cores: promovendo melhor segregação do
tipo de resíduo

Figura 11 – Caracterização dos coletores para Coleta Seletiva I

41
• Separação em duas etapas: secos e úmidos ou lixo comum e
recicláveis

Figura 12 – Caracterização dos coletores para Coleta Seletiva II

A adoção de cada uma das formas vai depender da estrutura do programa,


dos tipos de resíduos gerados em diferentes pontos/ locais do empreendimento e no
entorno.
Como visto com a adoção dessas medidas pode-se pensar também na
promoção de atividades artesanais no reaproveitamento de resíduos para a
ornamentação do empreendimento, como inserir nas atividades com os visitantes e
comunidade local.

➢ Diretrizes
O presente programa prevê as seguintes ações:
• Acondicionamento adequado dos resíduos gerados;
• Reaproveitamento de resíduos dentro da área e ainda doação do
material reciclável para instituições de catadores
• Contratação de transportadora licenciada pela Secretaria Municipal de
Meio Ambiente
• Destinações e disposições ambientalmente adequadas para os
mesmos

42
6.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR E SEGURANÇA NO
AMBIENTE DE TRABALHO
As atividades desenvolvidas durante a fase de operação do empreendimento
necessitam de especial atenção e cuidados dos trabalhadores para a prevenção de
acidentes. Para isto, medidas preventivas, de capacitação e conscientização podem
auxiliar na melhoria da segurança e saúde no trabalho. Para tanto este programa visa
assegurar aos trabalhadores envolvidos nas atividades desenvolvidas no Hotel, que
seja atendida a legislação específica, garantindo a prevenção e o atendimento
adequado para possíveis vítimas de acidentes ocorridos na área.
A legislação aplicável em termos de segurança e saúde do trabalho deverá ser
rigorosamente observada. As normas de saúde ocupacional respeitarão todas as
exigências constantes na Lei Federal nº 6.514/77 regulamentada pela Portaria MTb
nº 3.214/78 e Portaria MTb/SSST nº 24/94 do Ministério do Trabalho, e respectivas
Normas Regulamentadoras.
É de responsabilidade da empresa disponibilizar e exigir o uso de mecanismos
eficientes que combatam os riscos com o uso EPIs e EPC, visando minimizar as
consequências de possíveis acidentes.
O empreendedor deverá promover treinamentos e atividades que envolvam os
trabalhadores sempre visando a importância de minimização de riscos e saúde e
proteção ao meio ambiente

6.3 PROGRAMA DE GERAÇÂO DE ENERGIA SUSTENTÁVEL


O Brasil tem potencial significativo para a geração de energia solar, e estado
do Ceará não fica atrás. A geração de energia solar fotovoltaica é captada por meio
da conversão direta da luz do sol em eletricidade pelo processo dos painéis solares,
sendo o material semicondutor o principal responsável pela transformação.
De acordo, com os dados da empresa de energia COMERC realizados o
retorno sobre o investimento (payback) no litoral Cearense é o mais rápido do país em
aproximadamente 3,39 anos, visto que a vida útil é de 25 anos.
Dessa forma, a adoção desse programa trará impactos positivos econômicos e
sustentáveis para o empreendimento.

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6.4 PROGRAMA PRAIA LIMPA
Por meio da adoção do Plano de educação ambiental é possível promover
diversas ações com os colaboradores, comunidade e visitantes, entre tantas ações o
Programa Praia Limpa. Esse programa foi desenvolvido em 2010 pela
Superintendência Estadual do Meio Ambiente, o qual tem por objetivo é desenvolver
uma consciência ecológica nos diversos seguimentos sociais que trabalham ou
frequentam o nosso litoral, melhorando as condições de limpeza das praias, tendo em
vista que são espaços coletivos de lazer e de grande beleza cênica (SEMACE, 2010).

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7. CONCLUSÃO
A regularização predial do empreendimento Pousada Surfistas situado na
localidade do Guajiru no município do Trairi, objeto do presente Estudo de Viabilidade
Ambiental, está trazendo diversos benefícios sociais e econômicos para a
comunidade do entorno do empreendimento e todo o município do Trairi.
Segundo o Estudo realizado, as intervenções do empreendimento têm
acarretado em diversos impactos significativos, principalmente nos meios físico e
antrópico de caráter permanente.
No meio físico verifica-se a ocorrência da elevação dos níveis de ruídos em
função da mobilização de máquinas e equipamentos, alteração da qualidade do ar
devido ao aumento do fluxo viário. Esses impactos apesar de permanentes não são
significativos, sendo assim passíveis de atenuação por meio das medidas mitigadoras,
controle e monitoramento propostos.
No meio biótico, considera-se a perturbação da Fauna e da Flora devido ao
aumento do fluxo do sistema viário no entorno do empreendimento. Esses impactos
são passíveis de compensação e de mitigação, mediante a aplicação de medidas de
controle ambiental.
Sobre o meio socioeconômico, verifica-se um impacto, principalmente, na
Áreas de Influência Direta – AID onde houve um aumento no fluxo viário e uma
valorização imobiliária, consequentemente um adensamento urbano nas
proximidades, geração de emprego e renda na comunidade; expectativa de um novo
centro comercial local.
Tais influências em seus impactos adversos causados de forma direta ou
indireta podem ser aplainados nas áreas de influência ADA e AID, principalmente, por
meios das medidas mitigadoras em uso e as por meio das propostas neste Estudo
nas medidas mitigadoras e programas de controle e monitoramento ambientais.
Nesse contexto, conclui-se neste Estudo de Viabilidade Ambiental que se
mantendo o cumprimento dos aspectos legais relacionados às atividades oriundas do
empreendimento e havendo o cumprimento da implantação das medidas mitigadoras,
o empreendimento em estudo possuirá uma viabilidade ambiental e poderá ser
licenciado pela Secretaria de Meio Ambiente de Trairi.

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REFERÊNCIAS

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de Recenseamento de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no
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BRASIL. Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de


Classificação de Solos. 2. ed. Rio de Janeiro: Embrapa-spi, 2009. 412 p.

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LIMA, Luiz Cruz; SOUZA, Marcos José Nogueira de; MORAIS, Jáder Onofre de.
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CARACTERIZA%C3%87%C3%83O-AMBIENTAL-E-DOS-MAPEAMENTOS.pdf >.
Acesso em:28 de março 2021.

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TRAIRI. Lei N° 457/2009. Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo de Trairi e da
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do município de Trairi e da outras porvidencias. Disponível:
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TRAIRI. Lei N° 461/2009. Institui o código de obras e posturas do município de Trairi


e da outras porvidencias. Disponível: < https://www.cmtrairi.ce.gov.br/leis.php>.
Acesso em:28 de março 2021.

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Dados: 2022.09.23 09:40:59 -03'00'

Responsável técnico: Moisés Cardoso Moreira

Engº Agrícola e Ambiental, CREA - 342904CE

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