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As figuras de linguagem são recursos

utilizados pelos autores para realçar uma


ideia.

Um bom cronista tem dois instrumentos


básicos: o olhar e a linguagem.

Com o olhar ele reconhece o


acontecimento, o momento que merece ser
preservado, o qual outros nem notam; com
a linguagem, retrata a situação, e as
figuras de linguagem o ajudam a fazer isso
com sucesso.
O cronista: Antonio de Góes e Vasconcellos
Prata (São Paulo, 24 de
agosto de 1977) é
um escritor, cronista e roteirista
 brasileiro

Escreveu crônicas para a revista Capricho entre 2001 e 2008 e


também para o jornal O Estado de S. Paulo, entre 2003 e 2009
Foi um dos 16 participantes do projeto Amores Expressos,
passando um mês em Xangai para escrever um romance, até
hoje não publicado.
Em 2012, foi incluído na edição brasileira da
revista Granta como um dos vinte melhores escritores nacionais
com menos de 40 anos.
Em novembro de 2013, publicou o livro de contos e crônicas
semi-memorialísticas Nu, de botas, pela editora Companhia das
Letras.
A crônica

Acho que crônica é uma espécie de lupa que você coloca em


um assunto. E qualquer
assunto que você olhar com uma lupa é interessante.
[...] consigo ir puxando esse fio para ver aonde ele leva. A
crônica é um exercício livre
de escrita. Você não precisa de uma história. Uma das
graças de escrever é ver onde
aquilo vai dar. [...]
Muitas vezes também a crônica não nasce de algo vivido; às
vezes eu crio uma situação,
um encontro com uma pessoa, um vizinho. A crônica não é
um relato fiel, a situação que
eu estou dizendo que aconteceu, muitas vezes não
aconteceu, é ficção.
Atividades
• Após a leitura da crônica “O novo normal” de Antonio Prata, vamos
fazer o reconhecimento das figuras de linguagem.

Uma convidada abandona, discretamente, a taça de vinho sobre uma mesa.


Um convidado dispensa uma empada num vaso de pacová.

eufemismo: no lugar de escrever que a convidada joga a empada fora, o autor dá uma amenizada, dizendo
que ela “dispensa” . O mesmo com a taça de vinho, no lugar de dizer que a pessoa deixa de lado,
“abandona”. Falando então do personagem central dessa crônica, o Novo normal, podemos entender que o
cronista criou esse personagem metaforicamente para apresentar essa nova situação em que estamos vivendo
a partir das restrições e do isolamento social com a pandemia do novo Coronavírus.
Outras crônicas lidas...
1 antítese: embora pareça que
esteja tudo bagunçado, porque
ele carrega de tudo (as
chamadas tralhas), ele se diz Catadores de tralhas e sonhos
um homem de paz, que se
ajusta a viver em ordem com Milton Hatoum
suas coisas e entre as pessoas.
“Aqui só carrego bagunça, mas sou homem de paz” (1). A que mais me
chamou atenção foi uma carroça linda, com uma pintura geométrica que
lembra um quadro de Mondrian. Na lateral, estava escrito: “Carrego todo
2 metáfora: Carregar um
tipo de tralha, e carrego um sonho dentro de mim” (2) ./ Sei que não é
sonho é uma maneira fácil encontrar um sonho nas ruas; mas encontrei carroceiros simpáticos e
metafórica de dizer que tem um assunto para escrever esta crônica
entre suas metas, uma em
especial que é um sonho. Na
realidade não se pode
“carregar” um sonho, somente
no sentido figurado..
A carcaça de uma poltrona repousa na esquina da Nascer. Apresenta cicatrizes de queimadura.
(1)
Se divertem assistindo ao balé das labaredas. (2)
As ruas daqui são pobretonas. Desvalidas. (3)
Tento passar indiferente por essas pessoas jogadas nos colchões úmidos pelos líquidos da
madrugada. (4)

“Conduções” de Lilia Guerra

2 personificação: as
4 metáfora: referência
labaredas passam a bailar,
1 personificação: dá aos aos líquidos (urina,
ou seja assumem uma
objetos traços de chuva, bebidas).
ação humana.
humanos e animais. Já 3 personificação: As ruas
que a poltrona ganha uma passam a adquirir
carcaça (que qualidades e ações dos
normalmente é um seres humanos.
elemento do corpo do
animal).
Vanessa Bárbara

“As locutoras da
quarentena”

Vanessa Bárbara é jornalista, escritora e tradutora. Nasceu em São Paulo no ano


de 1982. Nos últimos cinco anos, ela tem atuado como colunista em diversas
publicações, como os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, e
atualmente segue com uma coluna de opinião no The International New York
Times e na Revista Piauí . Entre suas obras, estão o romance Noites de alface,
que veio na sequência à primeira obra, O livro amarelo do terminal. Não se
restringindo ao gênero crônica, a escritora dedicou-se também a um projeto de
roteiro para HQ (A máquina de Goldberg, ilustrada por Fido Nesti). Foi com o
livro de crônicas Operação impensável que ela venceu o Prêmio Paraná de
Literatura 2014, quando começou a ficar mais conhecida entre o público. Outra
coletânea de crônicas, O louco de palestra (2014), fez parte da edição especial da
revista Granta, que escolheu os 20 Melhores Jovens Escritores Brasileiros.
Agora é com você...

Escreva uma nova crônica sobre algum acontecimento


interessante vivenciado durante o isolamento social.
Retome os elementos importantes que já foram estudados
nas oficinas anteriores de modo que atenda às
características do gênero. 
Lembrando que, como toda narrativa, a crônica apresenta
os elementos esperados: acontecimento a ser narrado,
narrador, personagens, desenrolar da narração, ou seja, o
enredo, o conflito e uma finalização.

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