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TUMORES TESTICULARES:

SEMINOMAS E NÃO SEMINOMAS

Alysson Bastos Lustosa


Médico Residente de Oncologia Clínica
Instituto do Câncer do Ceará

05/07/2021
Epidemiologia
• Relativamente raro.
• < 1% dos tumores masculinos.
• Neoplasia mais comum em homens de 20 a 34 anos.
• Incidência crescente.
• Estimativa de 9470 novos casos nos EUA em 2021, resultando em 440
mortes  Sobrevida global de 95% em 5 anos.
• Fatores de risco:
 História familiar;
 Criptorquidismo.
NCCN, 2021
Manifestações clínicas e avaliação
• Nódulo testicular, doloroso ou não;
• Massa testicular;
• Edema testicular sem nódulos palpáveis  Dd: Orquite;
• Sintomas torácicos em casos de doença avançada: dispneia, dor
torácica, tosse.
• Sintomas neurológicos em casos de meta em SNC: cefaleia,
convulsões e outros.
• USG testicular  lesão hipoecogênica, vascularizada.

NCCN, 2021
Manifestações clínicas e avaliação
• Nódulo suspeito  orquiectomia radical inguinal;
• Orquiectomia parcial (cirurgia conversadora do testículo) pode ser
realizada em casos selecionados (dúvida diagnóstica, testículo único
ou contralateral atrófico);
• Sempre considerar banco de esperma;
• Biópsia transescrotal não é recomendada.

NCCN, 2021
https://radiopaedia.org/cases/cannonball-metastases-1
Classificação

Tumores de células germinativas (95% dos tumores


testiculares)

Não-seminomas Seminomas

Carcinoma
Coriocarcinoma Saco vitelino Teratoma
embrionário

NCCN, 2021
Classificação

Tumores de células germinativas (95% dos tumores


testiculares)

Não-seminomas Seminomas

Carcinoma Maduro
Coriocarcinoma Saco vitelino Teratoma
embrionário
Imaturo

NCCN, 2021
Classificação
• Tumores podem ter componentes seminomatosos e não-
seminomatosos  conduzidos como não-seminomas.

• Não-seminomas mistos (mescla elementos de mais de um tipo).

• Teratoma com transformação somática maligna  conduzidos


diferentemente dos TCG.

NCCN, 2021
Marcadores tumorais
• Fundamentais para estratificação de risco, estadiamento e
seguimento.
• Beta-HCG:
 Produzido principalmente pelos não seminomas (carcinoma
embrionário e coriocarcinoma);
 15 – 25% dos seminomas;
 Falso-positivo: hipogonadismo, anticorpos heterófilos, uso de
maconha, hipertireoidismo e produção por outras neoplasias (bexiga,
pulmão, neuroendócrino e próstata).

UpToDate, 2021
Marcadores tumorais
• Alfafetoproteína (AFP):
 Presente nos não seminomas (principalmente nos tumores de saco
vitelínico);
 10 – 20% estádio I;
 40 – 60% de todos os TCG disseminados;
 Não é produzido pelos seminomas puros;
Falso positivo: lise tumoral, hepatocarcinoma.

UpToDate, 2021
Marcadores tumorais
• LDH:
 Menos sensível e menos específicos;
 40 – 60% dos pacientes com TCG;
 Valor prognóstico e foi incorporado à classificação de risco
do International Germ Cell Cancer Collaborative Group
(IGCCCG);
 Falso-positivo: injuria celular, lise tumoral, hemólise.

UpToDate, 2021
Estadiamento

Voss, James & Dudderidge, Tim. (2017). Testicular cancer: an overview of contemporary practice. Trends in Urology & Men's
Health. 8. 21-24. 10.1002/tre.590.
NCCN, 2021
Manejo dos seminomas
Manejo dos seminomas
• Estadiamento: TC de abdome e pelve + Rx de tórax. Se presença de
doença metastática  TC de tórax;
• RNM de crânio:
 Beta-HCG > 5000UI/L;
 Metástases pulmonares extensas;
 Metástases viscerais não pulmonares.

NCCN, 2021
Manejo dos seminomas
• Estágios IA e IB:

 Vigilância;
 Quimioterapia adjuvante com platina em monoterapia;
 RxT.

NCCN, 2021
SG 5 anos IIa SG 5 anos IIb
RxT (99%) x QT (93%) RxT (95,2%) x QT (92,4%)
P = 0,027

Glaser SM, et al., Stage II Testicular Seminoma: Patterns of Care and Survival by Treatment Strategy, Clinical Oncology (2016).
Não seminomas
• Incluem os tumores não seminomas, mistos (seminoma + não
seminomas) e seminomas com AFP elevada.
• Estadiamento: TC de tórax, abdome e pelve.
• Uso do PET/CT não é recomendado.
• RNM de crânio se:
 Sintomas neurológicos;
 AFP > 1000ng/mL;
 Coriocarcinoma;
 Metástase visceral não pulmonar;
 Metástases pulmonares extensas.
NCCN, 2021
Não seminomas
• Não-seminoma estágio I sem fatores de risco:
(Fatores de risco: invasão angiovascular, invasão do cordão espermático
ou invasão do escroto).
 Seguimento;
 RPLND (dissecção linfonodal retroperitoneal profilática);
 Quimioterapia: BEP x 1.
End-point primário: SLR.
Tempo de seguimento: 4,7 anos.
BEP (99,4%) x Lindadenectomia (91,8%)
p: 0,001
Status Ocorrência SLR e SG em 10 anos após EPx2 de resgate
linfonodal
pN1 19,2% 100%
pN2 78,2% 98%
pN3 2,6% 99%

N: 156 pacientes
Tratamento da recidiva tumoral
https://eortc.shinyapps.io/IGCCCG-Update/
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