Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(Meriones unguiculatus)
(Meriones unguiculatus)
Niterói, RJ
2005
N518 Neves, Margareth Costa
Análise histopatológica e morfométrica do
tumor de células da granulosa de Gerbil
(Meriones unguiculatus)/Margareth Costa
Neves.-Niterói: [s.n.], 2005
78 f.
Dissertação (Mestrado em Patologia) –
Universidade Federal Fluminense, 2005
CDD 616.992
MARGARETH COSTA NEVES
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Prof. Kalil Madi, Professor Titular, Livre Docente/Pós-Doutorado
Faculdade de Medicina, Departamento de Patologia - UFRJ
___________________________________________________________________
Profa. Simone Florim da Silva, Professor Adjunto, Doutor
Departamento de Morfologia – Histologia UFF
___________________________________________________________________
Profa. Ana Maria Reis Ferreira, Professor Adjunto, Doutor
Centro de Ciências Médicas, Departamento de Patologia e Apoio Clínico
Niterói
2005
A causa suprema de todas as causas, o sustentáculo e essência de tudo. O sabor
da água, a luz do sol e da lua, a sílaba om nos mantras védicos, Sri Krishna.
Hare krishna
Hare Krishna
The granulosa cell tumor (GCT) is part of a group of neoplasms derived from the
stromal sexual cord. These tumors originated from the ovarian mesenchyme have
clinical importance, since they can synthesize great amounts of estrogens or have
malignant behavior. As the gerbil GCT is a spontaneous disease in this species, the
characterization of several aspects – histopathology, growth, and tumor progression,
development and metastasis pattern – allows defining the biological behavior and its
use as animal model of the disease. For so much, it is fundamental to know the
mechanisms involved in the development of gerbil GCT and the aspects that
determine its biological behavior. The aim of this study was to characterize the gerbil
GCT an animal model of the disease through its histopathology and nuclear
characteristics by morphometry, and to correlate the several characteristics with the
biological behavior of the tumor. We used file material corresponding to 167 gerbil
females, among virgins and reproducers, of several ages. The animals were
maintained in the Animal Facility of the Experimental Pathology Section in the
Department of Pathology, UFF, in the period of 1982 to 1992. After the complete
necropsy, besides both ovaries, fragments of several organs were collected,
fastened in formalin and processed for microscopy. The largest incidence of GCT
was in the age group of 2 to 3 years, being mostly in virgin females. The ovaries
were described at macroscopy as normal (with incipient GCT in the microscopy) or
with developed GCT of cystic aspect, solid or mixed. The total of unilateral and
bilateral tumors for the incipient and developed GCT was 71 and 96 respectively,
being 13 solids, 63 cystic and 20 mixed. All the incipient tumors were smaller than
9mm, presented white-yellowish color, and the developed tumors varied in size (Qui-
square p<0.01) and color. All the slides were reviewed for the histopathological study
by optical microscopy, and the tumors were classified in agreement with its
morphologic characteristics in incipient, cystic, solid and mixed. The microscopic
characteristics of GCT, the local invasion and the presence, frequency location and
the metastasis were analyzed, defining the classification of GCT in malignant or not.
All the tumors were characterized by tumoral nests and cords of cubical cells; there
were luteinic cells, Call-Exner bodies, pseudofollicles, incipient cysts, necrosis, and
mitosis, except for these last ones in the incipient tumors. When comparing the
several microscopic types of GCT, there was no significant difference for nests and
strings, luteinic cells and Call-Exner bodies. Invasion was more frequent in the
ovarian hilus, periovarian fat and fimbriae, being registered microscopically. The
largest number of metastasis was abdominal, in the omentum, except for the mixed
GCT type (p<0.01). Malignancy characteristics (invasion and/or metastasis) were
present in 60 of 71 incipient tumors and in 77 of 85 cystic GCT; only one of 13 solid
tumors were benign and all the 20 mixed were malignant. All the tumors with
necrosis were malignant, as they also showed metastasis. Natural death happened
in just four virgin females with malign GCT, 2 to 3 years old. The testosterone level
was analyzed in 48 cases. The values of the testosterone level in incipient group
varied between 0.06 and 4.80ng/ml and in the developed group varied between 0.16
and 13.0ng/ml (Mann-Whitney p<0.01). This tumor can be used as animal model of
the disease giving opportunity of futures studies in the development of this ovarian
tumor including genetic, hormonal and immune modulation, and action of
antineoplasic drugs.
14
1. INTRODUÇÃO
importante nas pesquisas sobre diversas doenças, tais como diabetes (ESTEVES,
desde meados do século passado (BENITZ & KRAMER, 1965; RINGLER et al,
1972; VINCENT et al, 1979; GUZMÁN-SILVA, 1995a; HANES, 1999) devido à forma
tubulares (MURPHY, 1975). No gerbil o TCG é bem mais freqüente (BENITZ &
15
KRAMER, 1965; VINCENT & ASH, 1978; MECKLEY & ZWICKER, 1979; GUZMÁN-
2. OBJETIVOS
GERAL
ESPECÍFICOS
3. REVISÃO DE LITERATURA
primeira vez os folículos do ovário e erradamente concluiu que eles fossem ovos.
O TCG foi descrito pela primeira vez em 1855 por Rokitansky, mas a etiologia
2002). Somente na metade do século XX que o interesse pelo estudo do TCG foi
(KURMAN et al., 1979; IGLESIAS et al., 1950; BENITZ & KRAMER, 1965).
18
ovócito primário, envolvido por uma camada única de células achatadas chamadas
tecas foliculares com duas camadas: a teca interna e a teca externa. As células da
CARNEIRO, 1999).
et al., 2000; ASHLEY, 1978; CRUM, 2000). Os TCG são geralmente unilaterais,
número expressivo de células da teca. Este tumor é geralmente benigno, mas pode
uma vez que podem sintetizar grandes quantidades de estrogênios ou podem ter
al., 2000; ASHLEY, 1978; CRUM, 2000). Também foi observado que algumas
efeito virilizante de certos TCG. (ASHLEY, 1978; KURMAN et al., 1979; CRUM,
2000).
cerca de 15 a 33%, sendo assim, há alteração da real taxa de mortalidade dos TCG.
et al., 2002).
21
(3.576 casos) do total diagnosticado entre 1976 e 1980. É a oitava forma mais
tumor (KURMAN et al., 1979; CHADHA et al., 1990; MULVANY & RILEY, 1997;
JURIC et al., 2001). Estudos mais recentes tem abordado outros aspectos do TCG,
tais como proliferação celular, além das mudanças hormonais relacionadas ao tumor
GRANULOSA
gametas e hormônios sexuais; são envoltos por uma cápsula, a cápsula do ovário.
chamada zona cortical. Os vasos sanguíneos entram no órgão pelo hilo ovariano e
continuam seu curso pela região medular. A superfície livre do córtex apresenta uma
formando a teca folicular que contém duas camadas, a teca interna rica em capilares
estudados por diversos autores (FRITH et al., 1981; BEAMER, 1986). Esses
necrose (BEAMER et al., 1985) bem como, arranjo de células em cordões, ninhos e
25
(ALISON et al., 1987). Nos ratos, o TCG tem uma grande variedade de padrões
estrogênio, foi transplantado com sucesso por várias gerações (IGLESIAS et al.,
1950).
(GREGSON et al.,1984, ALISON & MORGAN, 1987, LEWIS, 1987, ALISON et al.,
C3H irradiados mostraram TCG e adenoma tubular, e acredita-se que o TCG foi
26
capaz de sintetizar estrogênio, pois foi observado no esfregaço vaginal a fase estro
1981).
vez adaptado como animal de laboratório, o gerbil vem sendo utilizado na pesquisa
nas fêmeas, corresponde aos ovários (BENITZ & KRAMER, 1965; RINGLER et al.,
1972; VINCENT et al., 1975; ROWE et al., 1974; VINCENT & ASH, 1978; MECKLEY
& ZWICKER, 1979; GUZMÁN-SILVA & ROSSI, 1990; MATSUOKA & SUZUKI,
luteínicas da granulosa (VINCENT & ASH, 1978), TCG, tumor de células da teca,
luteinizadas (ROWE et al., 1974; RINGLER et al., 1972). Os mesmos aspectos têm
1995a).
3.4 MORFOMETRIA
ovarianas humanas (RESTA et al, 1992, HABA et al., 1993, TAN et al, 1999,
MILLER et al., 2001, YIN & GU, 2002, KOLOSOV & NOVICHKOV, 2003).
29
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 AMOSTRA
Para este estudo, os animais foram distribuídos em 3 faixas etárias, jovens (1-
2 anos), adultos (2-3 anos), idosos (>3 anos) (TAB.1). As amostras provieram da
4.2 MACROSCOPIA
externo, cor e tamanho dos ovários e/ou tumores. As cores foram definidas em
O tamanho foi definido por faixas: <9mm, 10-19mm e >20mm e mensurados com o
auxílio de régua milimetrada. Os casos em que não foi possível verificar a cor ou
4.3 HISTOPATOLOGIA
4.4 TESTOSTERONA
(n=26) aos tumores sólidos, císticos e mistos, uni ou bilaterais, e quando unilaterais
combinados com qualquer uma das outras formas de TCG no ovário contralateral.
4.5 MORFOMETRIA
funções determinadas por uma função macro específica (FIG. 2). Para a captura de
32
imagens foi utilizada uma câmara JVC TK 1270 acoplada a microscópio óptico
Comandos Função
1. imgdelete "*" Apaga todas as imagens anteriores e suas
respectivas janelas da galeria
2. Gclear 0 Apaga os planos gráficos anteriores
3. ! imgload Abre na janela e na galeria a imagem a ser
"c:\ks300\margaret\incipien\8413-e.tif",1 analisada, que foi previamente gravada como
arquivo tif
4. normalize 1,2,5 Fornece contraste automático à imagem a ser
analisada
5. stop Parada automática da macro
6. # write draw nuclear line Lembrete para desenhar a membrana nuclear
7. # write save image Lembrete para gravar a imagem com os
núcleos delineados, em formato tif
8. ! imgload "c:\ks300\margaret\incipien\84- Abre na janela e na galeria a imagem a ser
13ee.tif",3 analisada, que foi previamente gravada como
arquivo tif
9. ! dislevrgb Produz semi-automaticamente a imagem
3,4,1,0,0,0,0,0,128,128,10,"RGB" binária da imagem colorida, baseada na
seleção interativa de pixels contidos no tom da
marcação da membrana nuclear
10. MSload "a:\ms\40x.ms" Carrega as condições, previamente gravadas,
de calibração geométrica específica para a
unidade “micrómetro”, de acordo com o
aumento do microscópio no qual foi obtida a
imagem
11. MSload "a:\ms\marg40.ms" Carrega os tipos de parâmetros morfométricos
a serem executados nas medições
12. ! MSmeasmask 4,1,"database",0,1,10 Realiza as medições morfométricas
automaticamente
13. datalist "database",0,0 Fornece uma lista de resultados das medições
morfométricas
14. # write edit/copy database to excel Lembrete para lançar os resultados em um
programa de planilhas
33
inflamatório intenso (COTRIM et al., 1990; TALVE et al., 1996). De cada uma das
os diâmetros mínimo e máximo (FIG. 3 e 4). Com estes valores foram determinadas
considerada regular quando o valor deste fator é igual a 1, quer seja na forma de um
área
FR =
ð
x diâmetro máximo x diâmetro mínimo
4
Fator elíptico (FE) – Avalia a forma de uma estrutura e quanto mais distante de 1 o
valor deste fator mais elíptica é a estrutura; ao atingir o valor de 1 ela é considerada
diâmetro mínimo
FE =
diâmetro máximo
Fator de forma nuclear (FFN) – Calculado pela seguinte fórmula (HABA et al., 1993):
perímetro2
FFN =
4π (área nuclear)
4
VN =
3ð r3
como média aritmética em cada caso, e média e desvio padrão do grupo (TAB. 2 e
3).
35
A B
C D
A B
C D
6. ESTATISTICA
significativos.
38
7. RESULTADOS
sendo 13 com TCG sólido (2 bilaterais e 11 unilaterais), 63 com TCG cístico (22
5). Foi considerado TCG misto aquele que apresentava área sólida e área cística no
mesmo tumor.
7.1 MACROSCOPIA
(Phi 0,382).
casos (49%) (GRÁF. 2). Também houve associação significativa entre o tipo de
tumor e a faixa etária dos animais (qui-quadrado p<0,001) com fraca intensidade
reprodutoras (GRAF. 3). Entre o tipo de tumor e o status sexual não houve
associação significativa.
40
70
60
50
40 Ovário direito
% Ovário esquerdo
30 Bilateral
20
10
0
TCG Incipiente TCG Desenvolvido
60
50
40
1-2 anos
2-3 anos
% 30
>3 anos
20
10
0
TCG Incipiente TCG Desenvolvido
41
80
60
Virgem
% 40 Reprodutor
20
0
TCG Incipiente TCG Desenvolvido
FIG. 5). Para a análise entre o tipo de tumor e o seu tamanho foi feito o teste qui-
amarelada (1%) e 2 amarelo-avermelhada (2%); a parte sólida dos mistos foi de cor
100
80
< 9mm
60
10-19mm
% > 20mm
40
20
0
TCG Incipiente TCG Desenvolvido
7.2 HISTOPATOLOGIA
pseudofolículos (6%) (FIG. 7). Mitoses e necrose não foram observadas. Com
foram observados ainda 13 tumores com células em arranjo difuso (87%) e 11 com
necrose (4%); foram observados ainda 13 casos com células em arranjo difuso
observados ainda células com arranjo difuso em 17 tumores (20%) e 3 com cistos
císticos.
foi utilizado o teste exato de Fisher que apresentou significância (p<0,01) para a
hemorrágicos (Phi 0,847) e fraca para cistos incipientes e necrose (Phi 0,402 e
0,472 respectivamente).
24 casos (21%) e ligamento largo em 3 casos (3%) (FIG. 11). A invasão local foi
ligamento largo em 1 caso (7%). Nos tumores mistos a invasão local foi observada
ligamento largo em 3 casos (13%). Nos tumores císticos a invasão local ocorreu no
em 4 casos (5%), ligamento largo em 4 casos (5%) e tuba uterina em 1 caso (1%)
(GRAF. 5).
80
70
60
50 Incipiente
% 40 Sólido
Misto
30 Cístico
20
10
0
Hilo ovariano Gordura Fimbrias Ligamento Tuba uterina
periovariana largo
46
significativa para o hilo ovariano e as fimbrias (p<0,01) pelo teste exato de Fisher,
respectivamente).
abdominal – 1 caso (1%). Nos casos com tumores mistos havia metástese em
teste exato de Fisher que apresentou significância apenas para omento, mesentério
linfonodos abdominais (Phi 0,446), omento (Phi 0,338), mesentério (Phi 0,337) e
– 2 casos (13%) de tumor sólido. Nos animais com tumor misto verificou-se
e linfonodo subcutâneo – 1 caso (1%) de tumor cístico. Nos tumores incipientes não
O teste exato de Fisher foi utilizado para a análise entre os tipos de tumores e
tipo de tumor e a presença de metástase foi fraca para linfonodo mediastínico (Phi
0,267), pleura (Phi 0,305), pulmão (Phi 0,285) e gordura subcutânea (Phi 0,355).
Gordura subcutânea
Pulmão
Cístico
Pleura Misto
Sólido
Linfonodo subcutâneo Incipiente
Linfonodo
mediastínico
0 5 10 15 20
malignos. Apenas 4 fêmeas virgens com TCG, na faixa etária de 2 a 3 anos, tiveram
7.3 TESTOSTERONA
taxas ficaram entre 0,16 e 13,0ng/ml, com valor médio de 3,57ng/ml. Houve
14
12
10
8
ng/ml
0
TCG Incipiente TCG Desenvolvido
7.4 MORFOMETRIA
0,745, FR – 0,950, e FFN – 3,27. Nos TCG sólidos verificou-se, em média, área
8). Na análise estatística pelo teste t Student houve diferença significativa apenas
para o FE (p<0,05).
51
50 180
160
40 140
120
30
100
µm3
µm2
80
20
60
40
10
20
0 0
TCG incipiente TCG sólido TCG incipiente TCG sólido
0,80 0,97
0,78
0,96
0,76 *
FE
FR
0,95
0,74
0,94
0,72
0,70 0,93
TCG incipiente TCG sólido TCG incipiente TCG sólido
3,50
3,40
GRÁFICO 8. Análise morfométrica
dos núcleos de TCG incipiente e
3,30 sólido. A. Área nuclear. B. Volume
FFN
3,00
TCG incipiente TCG sólido
52
A B
C D
E F
A B
2 1
1 2
3 3
C D
A B
C D
A B
C D
E F
A B
C D
E F
A B
C D
E F
A B
A B
C D
A B
C D
8 DISCUSSÃO
dos 2 anos de idade (BENITZ & KRAMER, 1965, GUZMÁN-SILVA et al, 1995) ou
2000, BRASILEIRO FILHO, 2000). Este último autor ainda descreve necrose e
hemorragia. Nós observamos que no TCG de gerbil do tipo incipiente houve maior
Meriones shawi .
carcinoma endometrial (COTRAN et al, 2000). FULLER & CHU (2004) relatam a
SWR/J verificou que nas fêmeas virgens os tumores apareciam em idade precoce
significativas. Os TCG tanto são regulados como podem sintetizar hormônios, então,
parece lógico pensar que mudanças moleculares que envolvem a via endócrina
2004). A incidência mais alta de TCG em virgens poderia ser explicada considerando
roedores como também em humanos, desde que há uma interrupção na ação cíclica
do FSH.
(1972) outro tumor de massa firme e cor branca medindo 7x7x10mm. Quanto à
forma cística do tumor, há relatos de cistos com diâmetro de 2,5mm (BENITZ &
63
que havia uma relação entre o tamanho e o tipo de TCG que mostrou associação de
humanos, TCGs sólidos mostram-se de cor cinza pardacento (KURMAN et al, 1979).
tumorais. O conteúdo lipídico confere cor amarelada à superfície de corte dos TCGs
a parte cística dos mistos foi transparente por apresentar conteúdo líquido seroso; a
cubóides em arranjo difuso, com ninhos, cordões e cistos ou ainda com padrão
folicular, além de figuras mitóticas (BENITZ & KRAMER, 1965, MECKLEY &
64
ZWICKER, 1979, RINGLER et al, 1972, ROWE et al, 1974, GUZMÁN-SILVA et al,
1995a), características essas que também foram observadas neste trabalho para os
humanos (KURMAN et al 1979, CHADHA et al, 1990, HABA et al, 1993). Em ratos
malignidade, e cístico (ALISON et al, 1987, ALISON & MORGAN, 1987). Esses
mesmos autores descrevem que alguns TCG são fusiformes e compostos por áreas
significativa.
cistos hemorrágicos na massa tumoral. Este mesmo aspecto foi observado em TCG
esse aspecto foi mais freqüente nos tumores mistos – 88% – sendo essa associação
significativa.
65
et al 1979, CHADHA et al, 1990, COTRAN et al, 2000) e bovinos (JONES et al,
1983), porém em camundongos e ratos não são comuns (ALISON et al, 1987,
ALISON & MORGAN, 1987, LEWIS, 1987). Estudos semelhantes em gerbil, quando
se referem à descrição desses corpúsculos, também relatam que eles não são
amostragem esse aspecto foi mais freqüente nos tumores mistos (29%).
& KRAMER, 1965, RINGLER et al, 1972, ROWE et al, 1974). Quanto ao aspecto do
que são raras (BENITZ & KRAMER, 1965, VINCENT et al, 1975). Apenas um autor
relata que encontrou muitas figuras mitóticas (MECKLEY & ZWICKER, 1979); já em
ratos são relatadas numerosas mitoses (IGLESIAS et al, 1950). Nós verificamos um
maior número de mitoses nos tumores do tipo misto – 63% – sendo essa associação
termos observado mitoses em tumores incipientes pode ser explicado talvez pelo
desenvolvimento este tumor pode passar a se manifestar nos tipos cístico, sólido
e/ou misto – 63% – nos quais verificamos mitoses mais freqüentes e com
um dos critérios para malignidade (ALISON et al, 1987, ALISON & MORGAN, 1987)
um dos critérios para malignidade (ALISON et al, 1987, ALISON & MORGAN, 1987)
características de malignidade.
difuso em TCG sólido e para mitoses e pseudofolículos em TCG misto, forte para
incipiente e necrose em TCG sólido. Não houve associação entre o tipo de tumor e
considerada um dos critérios para malignidade (ALISON et al, 1987, ALISON &
amostragem apenas 1 dos tumores sólidos não foi classificado como maligno.
significativas.
maiores e destes para os ductos torácico e linfático direito que desembocam nas
proximidade da pelve com o omento e outros órgãos abdominais torna esses locais
no peritôneo. Isto foi verificado principalmente nos TCG sólidos, onde houve
extensão na pelve, no estádio III o tumor que atinge um ou ambos ovários apresenta
observamos que nos TCG incipientes, em animais com menos de 2 anos de idade,
respectivamente, aos estádios IIc e III dos tumores ovarianos humanos (MACHADO
que corresponderia ao estádio III dos tumores ovarianos humanos (MACHADO et al,
pode apresentar células neoplásicas (MOORE & DALLEY, 2001). Outra causa de
caso com formação de ascite hemorrágica em gerbil virgem, com mais de 3 anos,
da pelve, o que corresponderia ao estádio III (MACHADO et al, 2003). Portanto, esta
roedores estão sendo usados como modelo apropriado para a resposta potencial
Os TCG tanto são regulados como podem sintetizar hormônios, então, parece
lógico pensar que mudanças moleculares que envolvem a via endócrina conduzam à
receptor para progesterona foi positiva nos mesmos tumores (MULVANY & RILEY,
Neste mesmo trabalho, nos animais tratados com testosterona, foi observado
apenas aumento dos níveis séricos de testosterona, mas não de DHEA em ambas
indução de TCG através do aumento dos níveis de DHEA. Além disso, o autor
(ALISON et al, 1987, ALISON & MORGAN, 1987). Pela análise morfométrica
nuclear. Nossos dados referentes à área nuclear, perímetro nuclear, FR e FFN não
elíptica nos núcleos de TCG incipiente quando comparado a TCG sólido. Estudos
9 CONCLUSÕES
ou mista.
e humanos.
7. O TCG de gerbil pode ser usado como modelo animal desta doença.
74
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS