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2023
FACULESTE - FACULDADE DO LESTE MINEIRO
2023
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................... 5
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6
1.1 DEFINIÇÃO DE CRISPR....................................................................................... 6
1.2 HISTÓRIA DA DESCOBERTA E DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA............... 7
1.3 IMPORTÂNCIA E POTENCIAL DA CRISPR NA PESQUISA CIENTÍFICA........... 8
2. FUNDAMENTOS DA TÉCNICA CRISPR ............................................................... 9
2.1 EDIÇÃO DE GENES EM CÉLULAS E ORGANISMOS........................................ 10
2.2 USO DA CRISPR EM TERAPIA GÊNICA............................................................ 12
2.3 APLICAÇÕES DA CRISPR EM PESQUISAS SOBRE LONGEVIDADE E
ENVELHECIMENTO................................................................................................. 13
3. APLICAÇÕES DA TÉCNICA CRISPR................................................................. 14
3.1 EDIÇÃO DE GENES EM CÉLULAS E ORGANISMOS.......................................14
3.2 USO DA CRISPR EM TERAPIA GÊNICA...........................................................16
3.3 APLICAÇÕES DA CRISPR EM PESQUISAS SOBRE LONGEVIDADE E
ENVELHECIMENTO..................................................................................................16
4. GENES RELACIONADOS À LONGEVIDADE......................................................17
4.1 FOXO3A, APOE E CETP: DESCRIÇÃO, FUNÇÃO E RELAÇÃO COM A
LONGEVIDADE.................................................................................................... .....18
4.2 ESTUDOS SOBRE A EXPRESSÃO DESSES GENES EM POPULAÇÕES
LONGEVAS................................................................................................................19
4.3 POSSÍVEIS APLICAÇÕES DA CRISPR NA EDIÇÃO DOS GENES FOXO3A,
APOE e CETP PARA PROMOVER O ENVELHECIMENTO
SAUDÁVEL................................................................................................................ 20
5. ÉTICA E SEGURANÇA NA APLICAÇÃO DA TÉCNICA CRISPR........................21
5.1 A TÉCNICA DE BASE EDITION, DE GAUDELLI, KOMOR E REES (2017) ...... 23
5.2 PREOCUPAÇÕES ÉTICAS EM RELAÇÃO À EDIÇÃO DE GENES EM
HUMANOS................................................................................................................ 24
5.3 QUESTÕES DE SEGURANÇA NA APLICAÇÃO DA CRISPR EM TERAPIA
GÊNICA E PESQUISA............................................................................................... 25
6. METODOLOGIAS............................................................................................... 27
6.1 METODOLOGIA UTILIZADA PARA A ESCRITA DO TRABALHO TÉCNICO ... 27
6.2 METODOLOGIA DA PRÁTICA PROFISSIONAL PARA REALIZAÇÃO DA
TÉCNICA .................................................................................................................. 29
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 31
8. CONCLUSÃO........................................................................................................ 32
8.1 PERSPECTIVAS FUTURAS PARA A APLICAÇÃO DA CRISPR EM PESQUISAS
SOBRE LONGEVIDADE E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL.................................. 33
REFERÊNCIAS .................................................................................................... .. 36
RESUMO
6
A técnica CRISPR permite a inserção, remoção ou substituição de genes em
uma variedade de organismos, incluindo os seres humanos. Dessa forma, é possível
corrigir defeitos genéticos que causariam doenças, a posteriori; desenvolver novos
tratamentos para enfermidades genéticas e, num futuro bem próximo, se conseguirá
melhorar as características físicas ou mentais de indivíduos.
Assim, pode-se afirmar que a técnica CRISPR, dentro do âmbito da ciência, é
uma área relativamente nova e ainda há muito a ser aprendido sobre seu uso seguro
e eficaz em seres humanos. Outra questão de suma importância a que os
pesquisadores e geneticistas deverão considerar será as implicações éticas e sociais
da edição genética, garantindo sempre que ela seja usada de maneira responsável e
benéfica para toda humanidade.
Partindo dessas definições iniciais, pode-se afirmar que a técnica CRISPR é
uma ferramenta poderosa que promete revolucionar a medicina e a biotecnologia, mas
é essencial que sejam realizados estudos cuidadosos tanto para garantir sua
segurança com a efetividade no uso em seres humanos.
7
Desde então, a técnica CRISPR tem sido amplamente utilizada em pesquisas
de diversas áreas da biologia, permitindo a edição de genes em plantas, animais e,
até mesmo, em seres humanos. Sua capacidade de cortar o DNA em locais
específicos e inserir, remover ou substituir genes tem o potencial de revolucionar a
medicina, permitindo a correção de mutações genéticas que causam doenças e
abrindo caminho para tratamentos mais precisos e personalizados.
Assim, a história da CRISPR é marcada por descobertas e avanços em
diferentes áreas da biologia, que permitiram o desenvolvimento de uma técnica
revolucionária capaz de editar genes de forma precisa e eficiente.
8
resistentes a doenças, além de melhorar a qualidade de produtos derivados desses
animais, como a carne e o leite.
O potencial da técnica CRISPR é enorme e pode transformar a pesquisa
científica e a saúde humana. No entanto, o uso da técnica também deve ser
acompanhado de ética e precaução, a fim de garantir que os benefícios superem os
riscos, tema que será abordado com maior aprofundamento em item específico.
9
contém uma sequência complementar ao DNA que se deseja editar. Em seguida, o
RNA-guia se liga à enzima Cas9, formando um complexo RNA-Cas9 que reconhece
e corta o DNA em locais específicos.
Após o corte do DNA, a célula pode utilizar mecanismos de reparo para corrigir
o material genético ou introduzir alterações específicas na sequência de DNA. A
técnica CRISPR tem a vantagem de ser altamente precisa e eficiente, permitindo a
edição de genes em uma ampla variedade de organismos.
A técnica tem sido utilizada para estudar a função de genes em modelos
animais, bem como para o desenvolvimento de terapias gênicas para doenças
genéticas humanas. A CRISPR também tem potencial para a criação de plantas e
animais mais resistentes e saudáveis, contribuindo para a segurança alimentar e o
bem-estar animal.
Embora a técnica CRISPR apresente um grande potencial, também existem
preocupações com relação à sua segurança e possíveis efeitos colaterais. Por esse
motivo, a técnica deve ser utilizada com cuidado e com atenção aos riscos envolvidos.
10
Após a expressão de Cas9, as células são expostas ao sgRNA e a Cas9,
permitindo que a enzima se ligue ao DNA e corte-o no local específico.
11
2.2 USO DA CRISPR EM TERAPIA GÊNICA
13
3. APLICAÇÕES DA TÉCNICA CRISPR
“A CRISPR é uma ferramenta poderosa e versátil que pode ser usada para
editar genes e explorar a biologia dos sistemas vivos" (Doudna & Charpentier,
2014).”
14
possibilidade de cura para tais doenças que, anteriormente, eram tidas como
incuráveis.
A técnica CRISPR tem sido utilizada em pesquisas para investigar o papel de
genes específicos em diversas doenças e características. Isso inclui a investigação
de genes relacionados a doenças cardiovasculares, doenças neurológicas e doenças
metabólicas. A edição de genes também pode ser usada para estudar as vias
moleculares envolvidas em processos biológicos, permitindo a compreensão de como
os genes funcionam e como eles são regulados.
Também tem sido aplicada no estudo de diversos organismos, incluindo
bactérias, plantas, animais e humanos. Quanto à edição de genes em plantas e
animais, mostrou-se com um potencial de aumentar a produção de alimentos,
melhorar a resistência de plantas e animais a doenças e aumentar a produtividade
agrícola.
Em seres humanos, a técnica tem o potencial de curar doenças genéticas e
melhorar a saúde de indivíduos portadores de mutações genéticas, bem como, num
futuro próximo, definir características físicas e mentais na geração de bebês mais
sadios o que, neste caso, fez com que a sociedade, em geral, firmasse um discurso
ético mais acirrado e, quase polêmico, junto aos pesquisadores da área devido à
possibilidade da escolha de características diferenciadas como: cor dos olhos, tipo e
cor de cabelos, estatura, padrões elevados de QI, etc, estes definidos como “edição
de genes germinativos”, pois afetam a linhagem celular de um indivíduo e podem ser
transmitidos para as gerações futuras.
A terapia gênica é uma área da biotecnologia que tem como objetivo tratar
doenças genéticas através da manipulação do material genético do paciente utilizando
a CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) permitindo a
substituição de um gene defeituoso por um gene funcional, a correção de mutações
específicas ou a alteração da expressão de genes relacionados a doenças.
No caso da substituição de um gene defeituoso por um gene funcional, ela corta
a sequência de DNA que contém a mutação responsável pela doença e, em seguida,
insere uma sequência de DNA saudável no local. Esse processo pode ser realizado
15
em células do paciente fora do corpo (ex vivo), como em células da medula óssea, ou
diretamente no corpo (in vivo), como em tecidos do fígado.
Por exemplo, na hemofilia, uma doença hereditária que causa sangramento
excessivo devido à deficiência de fatores de coagulação sanguínea, a técnica CRISPR
pode ser usada para corrigir a mutação que causa a deficiência de fatores de
coagulação. Dessa forma, é possível restaurar a produção normal de fatores de
coagulação no sangue, o que pode levar à cura da doença.
No entanto, há desafios a serem enfrentados na aplicação da técnica CRISPR
em terapia gênica. Um dos maiores desafios é a entrega eficiente da enzima Cas9 e
do RNA guia na célula-alvo. Isso requer a utilização de vetores de entrega eficazes
que possam levar a enzima e o RNA guia para o local desejado no genoma. Além
disso, a possibilidade de efeitos indesejados no genoma deve ser considerada com
cuidado para garantir a segurança do paciente.
16
4. GENES RELACIONADOS À LONGEVIDADE
17
Neste estudo proposto, que teve como base os genes relacionados à
longevidade, concentrando-se nos genes FOXO3A, APOE e CETP, pois estes
apresentam papel importante na regulação do metabolismo lipídico, inflamação e
estresse oxidativo.
A análise dos genes associados à longevidade é um tema de grande interesse
na atualidade, uma vez que a busca por estratégias para promover um
envelhecimento saudável tem sido objeto de estudo de diversos pesquisadores.
O gene FOXO3A está envolvido em diversos processos celulares, como a
regulação da resposta inflamatória e do estresse oxidativo, além de ser associado à
longevidade em diversos organismos. Já o gene APOE é conhecido por estar
relacionado à metabolização do colesterol e ao risco de doenças cardiovasculares,
mas também tem sido associado à longevidade em estudos epidemiológicos. Por fim,
o gene CETP tem papel importante na regulação do metabolismo lipídico e do
transporte do colesterol, sendo também objeto de estudo em pesquisas sobre
longevidade.
Diante da importância desses três genes no contexto da longevidade e do
envelhecimento saudável, é fundamental compreender suas funções e como estão
relacionados com os mecanismos moleculares envolvidos nesse processo. A
descrição desses genes e de suas funções, assim como a compreensão de sua
relação com a longevidade será o foco deste capítulo.
Como já dito, os genes FOXO3A, APOE e CETP são genes que apresentam
uma relação com a longevidade e têm sido amplamente estudados em pesquisas
sobre envelhecimento saudável. Esses estudos incluem a análise da expressão
desses genes em populações longevas, a fim de investigar a relação entre a
expressão dos genes e a longevidade. Além disso, a investigação da função desses
genes e sua relação com o envelhecimento tem sido objeto de muitas pesquisas.
Com base nas referências deste estudo, é possível extrair citações que
abordam diversos aspectos relacionados à técnica de edição genômica
18
CRISPR/Cas9, bem como quanto aos genes FOXO3A, APOE e CETP e as questões
éticas e de segurança envolvidas nessa tecnologia.
No livro "The hallmarks of aging", de GREY (2015), o autor destaca a
importância da identificação dos processos moleculares que contribui para o
envelhecimento, sendo que a utilização de tecnologias de edição genômica, como a
CRISPR/Cas9, pode contribuir para a compreensão desses processos.
Em relação ao gene FOXO3A, estudos realizados por ZHANG, WANG E
WANG (2018) mostraram que a regulação desse gene está relacionada ao processo
de envelhecimento, sendo que sua expressão pode influenciar a longevidade das
células. Já em relação ao gene APOE, diversos estudos têm abordado sua relação
com a doença de Alzheimer, como destacado por DI CARLO E GIACOMAZZA (2018),
que ressaltam o papel do APOE como fator de risco para a doença.
O gene FOXO3A, por exemplo, tem sido associado a uma maior longevidade
em várias espécies, incluindo humanos. Estudos mostraram que a expressão do gene
FOXO3A é maior em populações longevas, sugerindo que sua atividade pode
desempenhar um papel na regulação do envelhecimento. Além disso, a variação
genética no gene FOXO3A tem sido associada a diferenças na expectativa de vida
em humanos.
O gene APOE também tem sido amplamente estudado em relação à
longevidade e envelhecimento saudável. Estudos mostraram que as pessoas com a
variante APOE ε4 têm um risco aumentado de desenvolver doença de Alzheimer,
enquanto que as pessoas com a variante APOE ε2 têm um risco reduzido. Além disso,
a variação genética no gene APOE tem sido associada a diferenças na expectativa
de vida em humanos.
O gene CETP, por sua vez, tem sido associado a um risco reduzido de doenças
cardiovasculares e uma maior longevidade. Estudos mostraram que as pessoas com
a variante CETP TaqIB têm um risco reduzido de doenças cardiovasculares e uma
maior longevidade. Além disso, a variação genética no gene CETP tem sido associada
a diferenças na expectativa de vida em humanos.
Em resumo, os genes FOXO3A, APOE e CETP apresentam uma relação com
a longevidade e têm sido amplamente estudados em pesquisas sobre envelhecimento
saudável. A análise da expressão desses genes em populações longevas tem
fornecido informações valiosas sobre sua relação com a longevidade e a regulação
do envelhecimento.
19
4.2 ESTUDOS SOBRE A EXPRESSÃO DESSES GENES EM POPULAÇÕES
LONGEVAS
20
A técnica CRISPR tem sido utilizada para investigar o papel desses genes na
regulação do envelhecimento e é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento
de terapias para doenças relacionadas à idade.
"A edição de genes pode ser usada para desenvolver terapias para doenças
genéticas, bem como para melhorar a saúde e a longevidade" (Budik et al.,
2020).”
A edição genética com a técnica CRISPR pode ser uma ferramenta poderosa
para estender a vida humana por mais tempo por meio da edição desses genes
relacionados à longevidade.
A edição do gene FOXO3A tem sido estudada como uma possibilidade de
aumentar a longevidade, uma vez que sua expressão elevada está associada a um
aumento na longevidade em humanos e outras espécies. Assim, a edição do gene
FOXO3A pode ser utilizada para aumentar a longevidade em humanos.
A edição do gene APOE é outra possibilidade de aplicação da técnica CRISPR
na promoção do envelhecimento saudável. O gene APOE está envolvido no
metabolismo de lipídios e tem sido associado a um risco reduzido de doenças
relacionadas ao envelhecimento, como a doença de Alzheimer. Portanto, a edição do
gene APOE pode ser usada para reduzir o risco de doenças relacionadas ao
envelhecimento, promovendo um envelhecimento saudável.
A edição do gene CETP pode ser outra possibilidade de aplicação da técnica
CRISPR na promoção do envelhecimento saudável. O gene CETP está envolvido no
metabolismo de lipoproteínas e tem sido associado a um risco reduzido de doenças
cardiovasculares e uma maior longevidade. Portanto, a edição do gene CETP pode
ser usada para reduzir o risco de doenças cardiovasculares e promover um
envelhecimento saudável.
Em resumo, a técnica CRISPR pode ser utilizada na edição desses genes
relacionados à longevidade, com o objetivo de promover um envelhecimento
saudável, aumentar a longevidade, reduzir o risco de doenças relacionadas ao
envelhecimento e reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Entretanto, mais
21
estudos são necessários para compreender a eficácia e a segurança da edição
genética com a técnica CRISPR.
22
vida útil e melhorar a saúde em idade avançada. No entanto, ainda há desafios a
serem superados antes que a edição genética possa ser aplicada em humanos.
No que diz respeito às questões éticas e de segurança, o livro "Por que editar
genes é uma questão moral", de SANDEL (2019), aborda a necessidade de se discutir
as implicações éticas da edição genômica, incluindo a técnica CRISPR.
Já GAUDELLI, KOMOR E REES (2017) destacam a necessidade de se
desenvolver novas tecnologias de edição genômica que sejam mais precisas e
seguras, sugerindo a “técnica de base editing” criada por eles em 2017, que permite
a substituição precisa de uma única base de DNA sem cortar o DNA.
23
5.2 PREOCUPAÇÕES ÉTICAS EM RELAÇÃO À EDIÇÃO DE GENES EM
HUMANOS
24
com o objetivo de torná-los resistentes ao vírus HIV. No entanto, essa ação foi
amplamente criticada pela comunidade científica e pela sociedade em geral, por
causa da falta de regulamentação e avaliação ética adequada.
Diante dessas preocupações, a comunidade científica e, a sociedade em geral,
tem enfatizado a importância de uma abordagem ética na aplicação da técnica
CRISPR em humanos.
É necessário que todos os países tenham uma regulamentação adequada e
um diálogo aberto e transparente com a sociedade em que vivem para garantir que a
tecnologia seja usada de maneira justa e segura dentro dos padrões aceitos para cada
época.
A ética deve ser uma consideração fundamental em todas as aplicações da
técnica CRISPR, para garantir que os benefícios sejam maximizados e os riscos
minimizados.
Algo que hoje é criticado e visto como um “divisor de águas” entre os seres
humanos poderá ser, a milhares de anos à frente, visto como um “elo de ligação” entre
a ciência e a uma maior expectativa de vida na Terra, entre seres humanos
geneticamente modificados.
25
essas mutações podem ser transmitidas para as próximas gerações (CYRANOSKI,
2017).
Além disso, segundo um artigo publicado na revista Frontiers in Genome
Editing, a edição de genes em embriões humanos pode resultar em “mosaicismos”,
ou seja, células com diferentes genomas, o que pode levar a problemas de
desenvolvimento e doenças (WEN et al., 2020).
As consequências do mosaicismo podem variar dependendo da extensão e da
localização das células afetadas. Em alguns casos, o mosaicismo pode causar uma
doença genética ou uma síndrome, como a síndrome de Down, que é causada por
um mosaicismo para uma cópia extra do cromossomo 21, quando da formação do
embrião. Isso resulta em uma população de células com três cópias do cromossomo
21 em vez de duas, o que pode causar uma série de problemas de desenvolvimento
e saúde. Lembrando que o mosaicismo para a trissomia do cromossomo 21 é uma
das causas mais comuns da síndrome de Down, embora a maioria dos casos seja
causada pela presença da cópia extra do cromossomo 21 em todas as células do
corpo.
Esses possíveis efeitos indesejados ressaltam a importância da realização de
estudos rigorosos de segurança antes da aplicação da técnica CRISPR em seres
humanos e da necessidade de uma regulamentação ética e legal para sua utilização.
A segurança da técnica CRISPR é uma preocupação crucial em sua aplicação
em terapia gênica e pesquisa. Embora a técnica seja capaz de gerar alterações
precisas no DNA, ainda não é possível garantir que a edição de genes seja
completamente segura. Isso ocorre porque a técnica pode afetar outras regiões do
DNA, como já citado, além daquela que está sendo direcionada, o que pode resultar
em efeitos colaterais indesejáveis. Além disso, a técnica pode ter consequências
imprevisíveis e afetar outros processos biológicos que ainda não são bem
compreendidos, ao menos até a elaboração deste estudo.
Diante dessas preocupações de segurança, é importante que a aplicação da
técnica CRISPR em terapia gênica e pesquisa seja cuidadosamente avaliada e
regulamentada. É necessário que sejam realizados estudos rigorosos para avaliar a
segurança e eficácia da técnica, além de ser importante que haja uma ampla
discussão sobre os aspectos éticos e sociais da aplicação da técnica em humanos. A
regulamentação apropriada da técnica é crucial para garantir que ela seja utilizada de
forma responsável e segura para o avanço da medicina e da ciência.
26
6. METODOLOGIAS
27
O IEEE Xplore é uma base de dados que cobre engenharia, tecnologia da
informação e ciência da computação.
O arXiv é um repositório de preprints de artigos científicos em áreas como
física, matemática, ciência da computação e biologia.
A ACM Digital Library é uma base de dados que cobre computação e tecnologia
da informação.
O ERIC é uma base de dados de educação e pedagogia que indexa literatura,
incluindo livros, artigos de periódicos e relatórios técnicos.
A JSTOR é uma base de dados que cobre várias disciplinas, incluindo história,
ciência política, literatura e ciências sociais.
O SpringerLink é um repositório que cobre diversas áreas, como ciência,
tecnologia, medicina, negócios e ciências sociais.
28
6.2 METODOLOGIA DA PRÁTICA PROFISSIONAL PARA REALIZAÇÃO DA
TÉCNICA
29
Essa análise permite detectar as mutações geradas pela quebra do DNA e avaliar a
taxa de inserções, deleções ou substituições de nucleotídeos. Outra técnica usada é
o ensaio T7E1, que utiliza uma enzima de restrição para identificar a presença de
heteroduplexes de DNA, que são formados quando há mutações na sequência alvo.
Além disso, outras técnicas como PCR quantitativo e eletroforese capilar também
podem ser utilizadas para avaliar a eficiência da edição do gene. É importante notar
que a escolha da técnica adequada dependerá do objetivo do estudo e da
disponibilidade de recursos e equipamentos para realização das análises.
A técnica CRISPR utiliza uma enzima chamada Cas9 para realizar a edição
genômica. Para isso, é necessário fornecer a Cas9 um guia de RNA específico para
o gene a ser editado, o RNA guia (sgRNA), que é responsável por guiar a enzima até
a sequência específica de DNA que deve ser cortada.
Além disso, é necessário fornecer ao sistema um molde para que a célula possa
realizar a reparação do corte feito pela Cas9. Esse molde pode ser um plasmídeo, que
é uma molécula de DNA circular que pode ser facilmente manipulada em laboratório.
Os plasmídeos são amplamente utilizados em biologia molecular como vetores
de clonagem e expressão de genes, uma vez que possuem a capacidade de se
replicar independentemente do cromossomo da célula hospedeira.
No caso da técnica CRISPR, o plasmídeo é modificado para conter uma
sequência de DNA que corresponde ao gene a ser editado, juntamente com o sgRNA
que irá guiar a Cas9 até essa sequência. O plasmídeo é então introduzido na célula a
ser editada através de um processo chamado transfeção, que permite a entrada do
material genético na célula.
Com a introdução do plasmídeo e do sgRNA, a célula começa a produzir a
enzima Cas9, que irá se ligar ao guia de RNA e encontrar a sequência específica de
DNA que corresponde ao gene a ser editado. A partir daí, a Cas9 corta o DNA nesse
ponto, e a célula inicia o processo de reparo, utilizando o plasmídeo como molde para
corrigir o corte.
No entanto, é importante ressaltar que a técnica CRISPR é uma técnica
complexa e ainda apresenta alguns desafios, como a eficiência da edição e possíveis
efeitos fora do alvo. Portanto, é fundamental que os pesquisadores sigam as boas
práticas de higiene e assepsia, além de realizar um planejamento experimental
cuidadoso, para garantir resultados confiáveis e seguros.
30
7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
31
aplicação da técnica em humanos e garantir que a pesquisa seja conduzida de forma
cuidadosa e responsável.
Identificar possíveis aplicações da técnica CRISPR na edição desses genes
para promover o envelhecimento saudável é uma área de grande interesse para
futuros estudos. As possibilidades de desenvolver terapias mais precisas e eficazes
para doenças relacionadas ao envelhecimento são empolgantes, mas é fundamental
que a segurança e a ética sejam cuidadosamente consideradas em todas as
aplicações desta técnica e das que vierem, a partir dela.
8. CONCLUSÃO
32
cuidadosamente suas implicações éticas e de segurança. É necessário o
aprofundamento dos estudos sobre essas técnicas e seus efeitos, permitindo uma
utilização responsável e benéfica das mesmas.
A continuidade das pesquisas nessa área é de extrema importância para o
avanço do conhecimento sobre envelhecimento e longevidade, bem como para o
desenvolvimento de novas terapias e intervenções genéticas no futuro.
33
centenarians" (2008), que investigou a relação entre a variação do gene FOXO3A e a
longevidade em centenários alemães. O estudo confirmou a associação do alelo G do
SNP rs2802292 do gene FOXO3A com a longevidade em humanos. Essa descoberta
sugere que o aumento da atividade do gene FOXO3A pode contribuir para a
longevidade em humanos, restando necessária uma pesquisa similar com indivíduos
brasileiros, tendo em vista terem uma alimentação diferente dos alemães, bem como
o ambiente onde vivem também ser diferenciado, além da cultura e costumes.
Considerando os resultados apresentados neste estudo, sugere-se estender a
pesquisa a nível de Mestrado (stricto sensu), para investigar questões mais
específicas e avançadas sobre a técnica CRISPR e sua relação com a longevidade e
o envelhecimento saudável.
Assim, tendo por base este estudo, a nível lato sensu, cita-se algumas
sugestões para aprofundamento em estudos futuros, sugerindo incluir os seguintes
objetivos:
34
➢ Avaliar as implicações éticas e sociais da edição genômica com CRISPR para
a longevidade humana, incluindo questões de justiça, igualdade e acesso.
35
REFERÊNCIAS
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