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Expansão Marítima e

Comercial
O encontro de culturas
O mundo conhecido até o século XV
• Como seria o mundo sem

redesenhado no século 15 / Autor Desconhecido / British


televisão, internet, telefone ou
qualquer outra forma de

Imagem: Mapa do mundo segundo Ptolomeu,

Library Harley  /United States Public Domain.


comunicação imediata?
• Era essa a realidade dos
navegadores europeus no início
das Grandes Navegações. O
conhecimento marítimo
limitado, a carência de recursos
tecnológicos e o imaginário da
época dificultavam a prática
marítima.
• O mundo conhecido pelos europeus limitava-se a vizinhança: a
própria Europa, parte da África e parte da Ásia. Esse conhecimento
relacionava-se as trocas comerciais estabelecidas e aos processos de
expansão territorial.
• O conhecimento do mundo era proveniente dessas trocas e relações
comerciais e dos poucos estudos cartográficos feitos pelos gregos e
romanos que já não atendiam aos interesses da burguesia crescente.
• Os europeus contavam também com as informações dos viajantes
que buscavam descrever suas viagens, colaborando com o
conhecimento do Oriente e estimulando o imaginário europeu*.
Esses relatos eram quase sempre imprecisos e repletos de figuras
fantásticas que impressionavam a população.
• O livro do viajante Marco

Marco Polo“ / Autor Desconhecido / Public Domain.


Imagem: Marco Pollo viajando / miniatura do livro "As Viagens de
Polo, nascido em Veneza, é
um exemplo* de fonte de
informação, em que relatava
as viagens que fez pelo
Oriente (incluindo a China),
as riquezas encontradas, as
características e os costumes
dos povos com que teve
contato.
As visões de mundo antes do Renascimento científico

• Na época, acreditava- -se que a Terra era plana (semelhante


ao formato de um prato).
• Os navios, quando chegavam ao fim do mundo (na linha do
horizonte), caíam em um abismo sem fim.
• O Oceano Atlântico era conhecido como “Mar Tenebroso” com
temperaturas escaldantes, povoado por monstros e outros
perigos.
• As criaturas que viviam nas terras distantes eram disformes e
monstruosas.
Imagem: Nau de Rui Vaz Pereira levantada por um monstro marinho
Imagem: Xilogravura de St. Brendan celebrando uma missa no corpo de um monstro / Victorcouto / Public domain.
marinho, século 15 / autor desconhecido / United States Public Domain.
Em busca de novos caminhos
• Com o desenvolvimento do comércio, a expansão das cidades e o
desenvolvimento científico, os europeus se lançaram em busca de novas
rotas, buscando desvendar os mistérios do Mar Tenebroso, conquistando
novas rotas comerciais e ampliando seus domínios.
• Nos mares, estava a oportunidade de encontrar novos mundos, que os
levariam as riquezas orientais descritas pelos viajantes, instigando a
aventura e a busca por uma vida melhor.
• O desbravamento do Atlântico foi uma alternativa encontrada por
portugueses e espanhóis, uma vez que as rotas comerciais conhecidas (por
onde eram trazidas as riquezas do Oriente) eram controladas por
mercadores árabes e comerciantes de Gênova e Veneza (cidades italianas).
• Todo esse esforço era para ter acesso
às especiarias do Oriente, além das
riquezas minerais. Você sabe que
especiarias eram essas?
(Especiarias podiam ser uma flor, um
fruto, uma semente, uma casca de
planta, secos e com forte aroma,
como cravo, canela, noz-
-moscada, canela, gengibre, sândalo,
entre outras.)
• Além das especiarias e dos recursos
minerais, a Expansão Marítima
pretendia conquistar mais terras,
conquistar fiéis para a Igreja Católica
e ampliar o mercado consumidor
europeu.
O pioneirismo português
• O primeiro povo que se propôs a explorar o Oceano Atlântico foram os
portugueses. Uma série de fatores favoreceram essa iniciativa pioneira:
• Posição geográfica favorável.
• Centralização política.
• Capital disponível para investir.
• Domínios das técnicas de navegação (destaca-se a importância da Escola
de Sagres, um centro de estudos náuticos que reunia geógrafos,
cartógrafos, matemáticos, astrônomos, navegadores e construtores que
desenvolveram e aperfeiçoaram instrumentos náuticos (bússola e
balestilha), mapas, embarcações e estudos sobre navegação.)
• Neste contexto, vários navegadores
portugueses se destacaram:

- Bartolomeu Dias: chegou ao sul da


África (1488), até então denominado
“Cabo das Tormentas”, passando a
chamar-se “Cabo da Boa Esperança”;
-Vasco da Gama: primeiro navegador
a chegar à Índia (1498), trazendo um
grande carregamento de especiarias;
- Pedro Álvares Cabral: veio ao Brasil
(1500) antes de seguir até a Índia.
A navegação espanhola
• A Espanha foi a segunda Coroa europeia a iniciar o empreendimento das
navegações. Seu atraso deveu-se à finalização do processo de expulsão
dos muçulmanos de seu território, chamado de Reconquista Ibérica.
• Incapacitada em “dar a largada” nas expedições marítimas, a corte
espanhola decidiu contratar navegadores em seu nome, que deveriam
encontrar uma rota alternativa para se chegar as Índias.
• Destacaram-se:
- Cristóvão Colombo: (natural de Gênova) propôs chegar à Índia navegando
em sentido oeste, mas acabou descobrindo a América (1492);
- Fernão de Magalhães: (natural de Portugal) fez a primeira expedição que
circunavegou o mundo.
A divisão do mundo e o Tratado de Tordesilhas
• A Expansão Marítima gerou um grande desentendimento entre
Portugal e Espanha, pelas terras recém-encontradas do “Novo
Mundo”, batizadas de América, e pelo controle das rotas marítimas.
Para evitar um conflito ainda maior, em 1493, o papa Alexandre IV foi
chamado para resolver a questão, decidindo, através da Bula Inter
Coetera, dividir as “novas terras” com um meridiano situado à 100
léguas a oeste da ilha de Cabo Verde ( a Bula Intercoetera).
• Percebendo que não sairia ganhando, Portugal exigiu a elaboração de
um novo documento. E assim foi feito: um ano depois foi assinado o
Tratado de Tordesilhas, que estabelecia um meridiano a 370 léguas a
oeste da Ilha de Cabo Verde.
• Vale salientar que reis de outros
países europeus não aceitaram
tranquilamente o Tratado de
Tordesilhas, pois não participaram
da divisão do mundo e das áreas
encontradas a partir das
navegações, como França,
Inglaterra e Holanda. Francisco I,
rei da França, declarou a famosa
frase que questionava ó acordo
entre portugueses e espanhóis:
“Gostaria de ver o testamento de
Imagem: Mapa da América do Sul em 1650  / Tzzzpfff / GNU Free
Adão para saber como ele dividiu o
Documentation License.
mundo”.
Desdobramentos
• A Expansão Marítima e Comercial possibilitou aos europeus o
conhecimento de novos continentes, novos povos e novas culturas.
• O homem europeu ampliou sua visão e pode olhar para fora de seu
próprio mundo. Entretanto, o preconceito foi mais significativo. E o olhar
eurocêntrico acabou permitindo que essas culturas fossem destruídas ou
subjugadas.
• O comércio com o Oriente promoveu uma intensa troca não só de
mercadorias, mas também de costumes e hábitos.
• Um exemplo de troca cultural é a notável mudança na alimentação do
europeu, com a inclusão da batata, do milho, da mandioca e do tomate,
produtos dos quais usufruímos até hoje.

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