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Transtorno do Espectro

Autista
Dr. Cláudio Costa
TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA
ESTUDOS SOBRE PREVALÊNCIA NO MUNDO
EA? Fonte: CANAL AUTISMO
RT
UDA
EST
QUE
R
PO

O Brasil não tem estudos de prevalência de autismo. Não temos números


oficiais.
O único trabalho brasileiro neste sentido, foi um estudo-piloto, em 2011,
no interior de São Paulo, na cidade de Atibaia, que resultou em 
1 autista para cada 367 crianças — a pesquisa foi feita num bairro de
apenas 20 mil habitantes daquela cidade, coordenado pelo médico
Marcos Tomanik Mercadante, CLÁUDIOpsiquiatra da infância
COSTA - BELO HORIZONTE - MG e adolescência, 2
TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA
EVOLUÇÃO DA PREVALÊNCIA NO MUNDO
EA? Fonte: RUTHER´S CHILD AND ADOLESCENT PSYCHIATRY 6ª. ed
RT
UDA
EST
QUE
R
PO

DATA E REGIÃO QUANTIDADE


1978 – USA 4:1000
2006 – países em desenvolvimento 10:1000
2006 – Coréia do Sul e Japão 30:1000

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?
EA
DA
R T TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
E EST U
PREVALÊNCIA
U
RQ
PO

O governo dos Estados Unidos divulgou,


em abril (2018), a atualização dos
números de prevalência do 
Transtorno do Espectro do Autismo
 (TEA): 
1 para cada 59 crianças.
O número anterior era de 1 para cada 68
 (referentes a dados 2012, divulgados em
2016) — um aumento de 15%.  Esse
número foi obtido pelo órgão através da
rede de monitoramento do autismo e
deficiências criada em 2000, em 11
localizações diferentes.
(ADDM – The Autism and
Developmental Disabilities
Monitoring),

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EA? TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
RT
UDA PREVALÊNCIA EM 2020: 18:1000
E EST
R QU
PO

CDC -CDC-USA

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I COS
Ó R
T
H IS
TOS Transtornos do Espectro Autista
P EC
AS

• Um pouco de história:
• Inglaterra, 1867: Dr. Henry Maudsley descreve crianças com atraso do
desenvolvimento da linguagem e comportamento. Diagnóstico: Psicose.

• Estados Unidos, 1943: Dr. LEO KANNER estudou um grupo de crianças com
“transtornos de desenvolvimento”, com a característica básica de:
INCAPACIDADE DE SE RELACIONAREM COM AS PESSOAS

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RI CO S Transtornos do Espectro Autista
Ó
OS
HIS
T
Dr. Leo Kanner, 1943
T
PEC
AS

Nasceu na Ucrânia em: 13 de junho de 1894

Faleceu em Maryland (USA) em 3 de abril de


1981

Texto completo do original de Leo Kanner (34


páginas):

http://simonsfoundation.s3.amazonaws.com/
share/071207-leo-kanner-autistic-affective-
contact.pdf

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O S
C
H IST
ÓRI Transtornos do Espectro Autista
PECT
OS
Dr. Leo Kanner, 1943
AS

• KANNER utilizou a palavra AUTISMO e criou o


diagnóstico:
• Autistic Disturbances of Affective Contact
(Transtornos Autísticos de Contato Afetivo)

Utilizou-se da palavra “autismo”, que fora


empregada pelo psiquiatra suiço Eugen
BLEULER, quando descreveu o sintoma de
ensimesmamento nos esquizofrênicos. (1908)

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ÓR
I COS Transtornos do Espectro Autista
T
OS H IS
Dr. Leo Kanner-1943
ECT
P
AS
Constelação sintomática do Autismo Infantil de Kanner:

• Isolamento autista extremo • Estereotipias e maneirismos


• Ausência de posturas antecipatórias • Desejo de manutenção de
uniformidade: mesmice
• Atraso ou desvio no desenvolvimento
• Contato visual pobre
da linguagem
• Relacionamento interpessoal
• Ecolalias, uso da 3ª. Pessoa ao falar de prejudicado
si • Preferência por figuras e objetos
• Repetições monótonas de ruídos ou inanimados
sons vocais

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O S
RI C

SH
I STÓ Transtornos do Espectro Autista
P ECT
O
DRA. LORNA WING (Inglaterra, 1928-2014)
AS

LORNA WING trabalhou o conceito do autismo


como um espectro, que afeta pessoas em diferentes
níveis. A médica também vai estabelecer uma nova
base para o diagnóstico a partir de seis pontos
básicos:
1) verbalização correta, mas estereotipada
2) comunicação não-verbal inadequada
Motivou-se ao estudo do autismo em 3) ausência de manifestações convencionais de
face de ter uma filha autista. empatia
Recuperou o legado de Hans Asperger e
4) repetição e dificuldade de mudanças
nomeou a Síndrome, em 1981:
5) deficiências de coordenação motora
Asperger's Syndrome: a Clinical Acc 6) boa memória mecânica e limitados interesses.
ount
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O S
C
HIS
TÓRI Transtornos do Espectro Autista
PE
C TOS DR. HANS ASPERGER (VIENA, 1906-1980)
AS

Observou (independentemente de Leo Kanner) as


seguintes características nas crianças autistas:
1) falta de empatia
2) interesses restritos
3) uma forma peculiar de conversar, usando palavras
incomuns para a idade: “pequenos professores”, por
causa da habilidade de falar sobre um tema de forma
Desde criança era solitário e muito detalhada
tinha dificuldades de fazer
amizades.
4) significativas dificuldades de interação social
Colaborou com o Nazismo (III 5) aparente adequação cognitiva e verbal
Reich) promovendo a eutanásia
dos “menos dotados”.
Seu trabalho só foi reconhecido
em 1981, pela Dra. Lorna Wing
em 1981. CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 11
O S
RI C
H IST
Ó Transtornos do Espectro Autista
OS
ECT
P
AS

Michael Rutter, já em 1978, estabeleceu quatro


características do Autismo:

1- início precoce: 30 meses (2 anos e meio)


2- prejuízo no desenvolvimento social
3- prejuízo na comunicação
4- comportamentos não usuais como, por exemplo,
resistência à mudança, mesmice, inflexibilidade

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Prejuízo na Transtornos do Espectro Autista
comunicação
Inabilidade na não verbal Dificuldade em
reciprocidade iniciar e manter
sócio-emocional relacionamentos

Prejuízo na
comunicação
social Inflexibilidade Interesses
e apego às restritos e
rotinas inusitados

Repetições/
Estereotipias e padrões padrões Hipo ou hiper
de fala, movimento e repetitivos/ sensibilidade às
uso dos objetos. mesmice percepções sensoriais

RUTTER’Se
Child’s & Adolescent Psychiatry 6E CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 13
Transtornos do Espectro Autista

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Transtornos do Espectro Autista

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Transtornos do Espectro Autista

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Transtornos do Espectro Autista

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Transtornos do Espectro do Autismo
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda aos Pediatras o exame das crianças com atenção
aos aspectos desenvolvimentais. Recomenda a Escala M-Chat e dá orientações de como utilizá-la .

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cas
g nó
sti
Transtornos do Espectro Autista
dia
estões CID 10 – F84.5 SÍNDROME DE ASPERGER
Qu
O próprio Manual diagnóstico CID-10 assim introduz as
características da Síndrome de Asperger:
“Um transtorno de validade incerta, caracterizado pelo mesmo tipo de
anormalidades qualitativas de interação social recíproca que tipifica o
autismo, junto com um repertório de interesses e atividades restrito,
esterotipado e repetitivo.
Difere do autismo primariamente por não haver nenhum atraso ou retardo
global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem.
Ocorre 8x mais em meninos do que em meninas.
CID 10, Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas, OMS

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cas
g nó
sti
Transtornos do Espectro Autista
dia
estões CID-10 F84.5: Síndrome de Asperger
Qu
Outras comportamentos observados por Hans Asperger:
Pouca ou nenhuma empatia;
Pouca capacidade de estabelecer amizades;
Conversas unilaterais, fora do tema;
Certo desajeitamento nos movimentos corporais;
Aparecimento dos sintomas entre os dois e três anos de idade;
Maior proporção de meninos do que meninas;
Chamou essas crianças de “pequenos professores”, pela facilidade
demonstrada em falar de seus temas favoritos com muitos detalhes e
profundidade.
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G N. Transtornos do Espectro Autista
D IA
I OS Os Transtornos do Espectro Autista constituem um dos
ÉR
CR
IT assim chamados Transtornos do Neurodesenvolvimento:

Na CID-11 são caracterizados por transtornos comportamentais e cognitivos que


aparecem durante o período de desenvolvimento que envolvem significativas
dificuldades para a aquisição e execução de funções:

 INTELECTUAIS
 MOTORAS
 SOCIAIS
Embora outros transtornos com Esquizofrenia e Transtorno de Humor Bipolar possam também aparecer
na infância, apenas transtornos cujos principais sintomas são o deficit cognitivo e social se classificam
aqui.
A suposta etiologia para os transtornos do neurodesenvolvimento é muito complexa e, em alguns casos,
desconhecida.

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O E
AÇÃ GN.
C
S I FI S D I A
LAS RIO
C TÉ
I
CR

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O
ÇÃ GN.
Transtornos do NEURODESENVOLVIMENTO
E
CA
S I FI S D I A
LAS RIO
C TÉ DSM-IV DSM-V // CID-11
I
CR
Retardo Mental - Deficiência Intelectual (Transtorno de
desenvolvimento intelectual)
- Critério importante: baixo nível de
adaptação às necessidades da vida

Transtorno fonológico e Tartamudez Transtorno de Linguagem


Transtorno de Fluência
Transtorno da Comunicação Social

Autismo e Asperger, TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:


Transtorno Desintegrativo da Infância, Dois critérios fundamentais:
Transtorno de Rett • Déficit na interação social
Transtorno Global do Desenvolvimento ou • Padrões repetidos e repetitivos
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento
(TID) SOE

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A
O
ÇÃ GN.
E
Transtornos do Espectro Autista
C
L
S I FI S D I A
AS RIO
DEFINIÇÃO ATUAL CID-11 e DSM-5:
C TÉ
I
CR

O TEA é caracterizado por:

A- déficits persistentes na habilidade para iniciar e


sustentar interações sociais recíprocas e
comunicação social e
B- uma série de padrões restritos, repetitivos e
inflexíveis de comportamento e interesses.

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E
CA
O
ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
L
C TÉ
I
S
AS RIO DEFINIÇÃO ATUAL CID-11 e DSM-5:
CR

• O aparecimento da desordem ocorre durante o período de desenvolvimento,


tipicamente no início da infância, mas os sintomas podem não se manifestar
plenamente até mais tarde, quando as demandas excedem capacidades limitadas.
• Os déficits são suficientemente severos para causar prejuízo em questões
pessoais, familiares, sociais, educativas, ocupacionais ou outras áreas de
funcionamento e são geralmente uma característica geral do indivíduo,
observável no seu funcionamento em todas as situações, com variações de acordo
com o nível educacional ou contexto.
• Os indivíduos ao longo do espectro exibem uma gama completa de
funcionamento intelectual e as capacidades linguísticas.

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E
CA
O
ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
L
C TÉ
I
S
AS RIO Classificações Atuais: CID-10
CR
 Na CID-10 – Classificação Internacional de Doenças da OMS (1993) o
Autismo está colocado dentro do grupo de Transtornos do
Desenvolvimento Psicológico (F80 a F89)
F80 – Transtornos do Desenvolvimento da fala e linguagem
F81- Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares
F82- Transtornos específicos das habilidades psicomotoras
F83- Transtornos específicos mistos do desenvolvimento
F84- Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
F88- Outros transtornos
F89- Transtornos do Desenvolvimento não especificado

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O
ÇÃ GN.
E Transtornos do Espectro Autista
A
S
C
I FI S D I A Classificação na CID-10
LAS RIO
C TÉ
I
CR
F84- TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO (TID):
F84-0 – Autismo infantil
F84-1 – Autismo atípico
F84-2 – Síndrome de Rett
F84-3 – Outro Transtorno Desintegrativo da Infância
F84-4 – Transtorno Hipercinético + Retardo + Movimentos estereotipados
F84-5 – Síndrome de Asperger
F84-8 – Outros
F84-9 – Sem Outra Especificação

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E
CA
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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
L
C TÉ
I
S
AS RIO CID-10 - F84.0
CR
• Na classificação CID-10, o Transtorno Invasivo é definido pela
presença de comprometimento em três áreas, que aparecem até os 3
anos de idade:
• Interação Social
• Comunicação
• Comportamento restrito e repetitivo
Além disso: presença de rotinas habituais, muitas vezes não funcionais,
estereotipias motoras, resistência à mudança, irritabilidade, autoagressão

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O E
AÇÃ GN. TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA –
C
S I FI S D I A CID 11 – 6A02
AS IO
CL TÉR
I
CR Autismo na CID-11
•6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
• 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e
com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
• 6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e
com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
• 6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e
com linguagem funcional prejudicada;
• 6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e
com linguagem funcional prejudicada;
• 6A02.4 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e
com ausência de linguagem funcional;
• 6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e
com ausência de linguagem funcional;
• 6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;
• 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.

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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
L
C TÉ
I
S
AS RIO Classificações Atuais: DSM-V
CR
Aqui, o Transtorno do Espectro Autista se encontra no capítulo dos Transtornos do
Desenvolvimento. Mas não consta ASPERGER como entidade nosológica:
Isto significa que o Autismo não é um transtorno funcional, mas um transtorno do
desenvolvimento do SNC, que afeta principalmente o que se costuma chamar de
“cérebro social”, ou seja, “a dificuldade de interação dessas crianças seria
consequência de disfunção de circuitos, cadeias associativas e redes neurais’”.
(Miguel, E. e Mari, Jair in Autismo e Cérebro Social, fora de catálogo).

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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
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C TÉ
I
S
AS RIO Critérios diagnósticos: DSM-V
CR

CRITÉRIO A
Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em
múltiplos contextos:
• déficit na reciprocidade socioemocional
• déficit nos comportamentos comunicativos não verbais
• déficit para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, como
ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos, fazer
amigos, dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas

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O E
AÇÃ GN. TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA
I C I A
S S IF S D CLASSIFICÃO NO DSM-V – 299.0
A O
CL TÉRI
I
CR 299.0 – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - Nível de gravidade

Interação/comunicação social:

•Nível 1 (necessita suporte): Prejuízo notado sem suporte; dificuldade em iniciar


interações sociais, respostas atípicas ou não sucedidas para abertura social; interesse
diminuído nas interações sociais; falência na conversação; tentativas de fazer amigos
de forma estranha e mal-sucedida.
•Nível 2 (necessita de suporte substancial): Déficits marcados na conversação;
prejuízos aparentes mesmo com suporte; iniciação limitadas nas interações sociais;
resposta anormal/reduzida a aberturas sociais.
•Nível 3 (necessita de suporte muito substancial): Prejuízos graves no
funcionamento; iniciação de interações sociais muito limitadas; resposta mínima a
aberturas sociais.

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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
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I
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AS RIO Níveis de gravidade: DSM-V
CR
Nível 1 – “Convive com os outros, apesar de sua maneira um tanto diferente.”
A comunicação social é prejudicada, pois os portadores apresentam dificuldades para:
Iniciar conversações
Respostas atípicas ou sem sucesso
Podem envolver-se na conversação, porém apresentam falhas:
 dificuldades de metaforização,
 literalidade, inflexibilidade,
 apego excessivo às próprias crenças, etc.
Tentativas mal sucedidas de estabelecer amizades com pessoas de sua idade (crianças e
adolescentes permanecem mais isolados e se relacionam melhor com pessoas adultas)

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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
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I
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AS RIO Níveis de gravidade: DSM-V
CR
• Nível 1 – exige apoio mas pode ter inteligência normal ou superior
• Os comportamentos são restritos e repetitivos;
• Há dificuldade de trocas afetivas;
• Problemas para organização e planejamento são obstáculos à independência
• Habilidades inatas e “fantásticas”
• Interesses extracurriculares específicos e mutantes
• Às vezes: “pedantismo” e prosódia peculiar

• Às vezes chamado de TEAAF – Transtorno do Espectro Autista de Alto Funcionamento 


Asperger

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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
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I
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AS RIO Níveis de gravidade: DSM-V
CR
• Nível 2 – “Vive mais isolado, aparentemente não se dá conta disso, pode
alfabetizar-se e não tem atraso significativo na linguagem”
• Déficit grave nas habilidades de comunicação social e não verbal mesmo com apoio;
• Respostas reduzidas ou anormais às aberturas sociais provenientes do outro;
• Utiliza frases simples, reduzidas, eventualmente estranhas, que são facilmente observadas
pelo outro;
• Comportamentos motores obviamente percebidos pelo outro;
• Interferências inapropriadas em uma variedade de contextos.

- Às vezes chamado de Transtorno do Espectro Autista de Alto Funcionamento,


TEAAF (TEAAF não Asperger)
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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
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AS RIO Critérios diagnósticos: DSM-V
CR
CRITÉRIO B
Padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou
atividades:
Estereotipias motoras, organização obsessiva de brinquedos, ecolalia, girar objetos,
etc.;
Insistência nas mesmas atividades, rigidez, rotinas e padrões inflexíveis (sofrimento
ante pequenas mudanças), rituais de saudação, apego aos caminhos de sempre;
Interesses fixos, perseverativos, com foco excessivo em assuntos, temas,
programas de tv, científicos, etc.;
Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais , às vezes insensibilidade à
temperatura, fascínio por movimentos circulares, etc.

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AÇÃ GN. TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA
I C I A
S S IF S D CLASSIFICÃO NO DSM-V – 299.0
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CL TÉRI
I
CR 299.0 – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - Nível de gravidade

Comportamento restritivo / repetitivo:

•Nível 1 (necessita suporte): Comportamento interfere significantemente com a


função; dificuldade para trocar de atividades; independência limitada por problemas
com organização e planejamento.
•Nível 2 (necessita de suporte substancial): Comportamentos suficientemente
frequentes, sendo óbvios para observadores casuais; comportamento interfere com
função numa grande variedade de ambientes; aflição e/ou dificuldade para mudar o
foco ou ação.
•Nível 3 (necessita de suporte muito substancial): Comportamento interfere
marcadamente com função em todas as esferas; dificuldade extrema de lidar com
mudanças; grande aflição/dificuldade de mudar o foco ou ação.

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O E
AÇÃ GN. TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA
C
S I FI S D I A
LAS RIO CLASSIFICÃO NO DSM-V – 299.0
C TÉ
I
CR 299.0 – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Outros especificadores
:

• Prejuízo intelectual;
• Prejuízo de linguagem;
• Condição médica ou genética conhecida;
• Outras desordens do neurodesenvolvimento, mental ou comportamental;
• Catatonia

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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
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AS RIO Níveis de gravidade: DSM-V
CR
• Nível 3: Mais próximo da descrição do Autismo Infantil
• Déficits muito graves na comunicação social verbal e não verbal;
• pouca troca de olhares;
• Interação social predominantemente para satisfazer necessidades próprias;
• “Indiferentes” ao entorno ou “muito sensitivos” e com comportamentos de
terror, fuga, choro, agressividade física quando se sentem ameaçados ou
incomodados.
• Dependência praticamente completa dos pais e cuidadores, podem
apresentar déficits cognitivos e motores graves

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ÇÃ GN. Transtornos do Espectro Autista
I FI S D I A
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AS RIO Critérios diagnósticos: DSM-V
CR
• Os sintomas descritos anteriormente podem ser observados antes
dos 3 anos (mais especificamente até o 30º mês, mas alguns só vão
ficar mais evidentes quando as demandas sociais ficam mais fortes:
entrada para a escola, adolescência...
• Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no
funcionamento social, laboral e afetivo;

• Esses sintomas não são explicáveis por deficiência mental.

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 40


Transtornos do Espectro Autista
A HETEROGENEIDADE DO ESPECTRO DEPENDE DE
VARIAÇÕES
E DA INTENSIDADE DAS INABILIDADES
Ç ÃO N.
I CA AG
I
S SI F S D
A O
CL TÉRI
I
CR

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 41


Transtornos do Espectro Autista
A HETEROGENEIDADE DO ESPECTRO DEPENDE DE
VARIAÇÕES
E DA INTENSIDADE DAS INABILIDADES
Ç ÃO N.
I CA AG
I
S SI F S D
A O
CL TÉRI
I
CR

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 42


Transtornos do Espectro Autista
A HETEROGENEIDADE DO ESPECTRO DEPENDE DE
VARIAÇÕES
E DA INTENSIDADE DAS INABILIDADES
Ç ÃO N.
I CA AG
I
S SI F S D
A O
CL TÉRI
I
CR

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 43


Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
Como os Transtornos do Espectro Autista são muito
complexos e afetam várias habilidades, o
tratamento deve abranger:
•aprendizagem/cognição

•linguagem/expressão

•habilidades sociais e afetivas

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 44


Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
• Desde que Kanner descreveu o Autismo Infantil
Precoce (1943-44), busca-se a cura deste transtorno.
Entretanto, a falta de um tratamento curativo criou
o interesse para se descobrirem métodos eficazes de
intervenção.
• Por outro lado, a ânsia de sucesso e o
desconhecimento produziram desorientação, falsas
expectativas e abusos.

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 45


Transtornos do Espectro Autista
Um caso célebre: TEMPLE GRANDIN

“Os animais e as pessoas autistas",


não vêem as suas noções das
coisas; eles vêem as coisas
propriamente ditas. Vemos os
detalhes que compõem o mundo,
enquanto as pessoas normais
borram todos os detalhes juntos
em seu conceito geral do mundo ".

http://menosiguais.blogspot.com.br/2012/07/o-pensamento-autista.html

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 46


Transtornos do Espectro Autista
Um caso célebre: TEMPLE GRANDIN
• Não deixem de ver o filme:
Temple Grandin, 2009 (USA)

História de uma jovem perseverante que


decide enfrentar o autismo. O filme
mostra o crescimento de Grandin, sua
vida estudantil e o apoio familiar até se
doutorar. É profissional respeitada no
manejo agropecuário.

Claire Danes,
a atriz que interpretou Temple Grandin

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 47


Transtornos do Espectro Autista
Curso e Prognóstico
Autismo tem cura?
O prognóstico é “cauteloso”
Autistas com QI acima de 70 têm melhor prognóstico
Com tratamento, os sintomas dessas crianças melhoram sensivelmente
60% permanecem dependentes na vida adulta
2% adquirem condição normal, com independência financeira

Kaplan&Sadock, Manual Conciso de Psiquiatria da Infância e Adolescência. Artmed, Porto


Alegre, 2011

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 48


Transtornos do Espectro Autista
Considerações sobre tratamento
Os sintomas mais susceptíveis de responder bem às
terapêuticas, principalmente no caso dos portadores de
Síndrome de Asperger (Transtorno do Espectro Autista
de Alto Funcionamento-Asperger):
➲ baixa sociabilização
➲ comportamentos repetitivos/estereotipados
➲ transtornos de linguagem

CLÁUDIO COSTA - BELO HORIZONTE - MG 49


Transtornos do Espectro Autista
Considerações sobre tratamento
• Análise Aplicada ao Comportamento (ABA)
• Origem: Skinner (1904-1990): “behaviorismo radical”
• Não é específica para Autismo
• Objetivos:
• Ampliação e aquisição de comportamentos que se apresentam deficitários ou
inexistentes (áreas social, verbal, acadêmica, brincar, artística, profissional, etc.)
• Diminuição de comportamentos em excesso ou inadaptativos (restrição do interesse,
estereotipias motoras e vocais, birras, auto e heteroagressividade).
• Cintia Guilhardi et alii:

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Transtornos do Espectro Autista
Considerações sobre tratamento
• Programa de Comunicação PECS: Picture Exchange Communication
System
• Utiliza imagens e fotografias para incentivar e proporcionar expressões de
necessidades e desejos
• Pode melhorar a comunicação verbal
• Pode-se filmar as cenas de interação entre pais, familiares e crianças autistas.
Analisa-se o material para melhor avaliação dos aspectos negativos e
positivos da interação social.
Ana Tamanaha, Débora Rolim & Jaci Perissinoto in Autismo e Cérebro Social

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Transtornos do Espectro Autista
Considerações sobre tratamento
• Programa de Ensino Individualizado: PEI

• Após avaliação do funcionamento neuropsicológicos traça um perfil de


“forças e fraquezas”
• Respeito às habilidades e aos interesses de cada paciente
• Passos:
• Treino das habilidades sociais
• Desenvolvimento da comunicação competente
• Inserção educacional
• Orientação dos pais
• Taub Anita & Carolina L. Araújo, in Autismo e Cérebro Social

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
 Intervenções Comportamentais: são as mais efetivas;
 Intervenções Farmacológicas: importante papel auxiliar,
principalmente para sintomas que interferem no
tratamento comportamental.

 Portanto, as medicações não são substituto de outros


tratamentos nem das intervenções educacionais.

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
Farmacologia:
➲ O uso de medicamentos serve para tratar sintomas
concretos e/ou transtornos comórbidos, como
comportamentos impulsivos, irritabilidade,
hiperatividade, alterações da senso-percepção
(sintomas psicóticos), etc.
➲ Objetivo: promover um comportamento mais
permeável aos tratamentos psicoeducativos,
comportamentais, fonoaudiológicos, socioterápicos,
etc.

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
Recomendações aos médicos (psiquiatras, neurologistas e outros):
 Buscar a qualidade de vida do paciente

 Evitar ou controlar os efeitos colaterais adversos

 Basear-se em informações científicas de qualidade

 Considerar custo-benefício

 Cuidar das interações medicamentosas

 Avaliar as consequências a longo prazo

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
➲ Outros sintomas responsivos às medicações:
● Agressividade: auto e hetero
● Impulsividade
● Instabilidade afetiva
● Desorganização cognitiva
● Estereotipias, comportamentos repetitivos ou tipo obsessivo-
compulsivo
● Desatenção e hiperatividade
● Ansiedade
● Insônia

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
Antipsicóticos mais utilizados:
 risperidona, olanzapina, clozapina, ziprasidona, aripiprazol
Objetivos:
 Manejo da hiperatividade
 Controle de condutas problemáticas:
 Agressividade
 Condutas explosivas
 Comportamentos autolesivos

Efeitos colaterais: (baixa) incidência de efeitos extrapiramidais, risco


de obsesidade, hipercolesterolemia, diabetes

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
mais comuns:
• fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram, etc.

• Redução de pensamentos obsessivos e comportamentos


repetitivos e ritualistas
• Controle da ansiedade e agressividade (irritabilidade)
• Tratamento dos transtornos depressivos que aparecem
especialmente em portadores de Síndrome de Asperger

Efeitos adversos mais comuns: náuseas, tremores,


cefaléias e insônia.

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TEA: Estratégias Terapêuticas

Indicação de psicoestimulantes:
Metilfenidato e Lisdexanfetamina:

➲ TEA c/ Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H)


➲ Estereotipias e linguagem inapropriada (menos)

Efeitos adversos: retraimento, irritabilidade, perda de


peso e dificuldade para conciliar o sono.

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TEA: Estratégias Terapêuticas

Indicação de
alfa2-adrenérgico: clonidina

 Principalmente para insônia inicial: 0,05mg/à noite

➲ Também indicada para agitação e insônia no Déficit de


Atenção/Hiperatividade (TDA/H)
➲ Pode melhorar a interação social (?)

Efeitos adversos: hipotensão, sonolência.


Obs.: não existem estudos controlados, apenas relato de casos.

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
Medicamentos com baixa ou nenhuma evidência de
utilidade:
• naltrexona, melatonina (vale para sintomas de insônia),
estabilizadores de humor e ansiolíticos

Obs: Não existem estudos controlados, apenas relatos de casos


isolados. Nenhum guideline ou manual de boa prática
recomenda essas medicações.

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Transtornos do Espectro Autista
Diretrizes para o tratamento
 Atenção à família:

 Orientação, informação, ajudas econômicas ou fiscais, apoio no


lar, acompanhantes terapêuticos, programas de lazer, referência
para atendimento de crises;

 Atenção precoce intensiva a partir do diagnóstico;

 Inclusão social: escola, comunidade

 Preparação para a vida adulta

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Impacto psicossocial do TEA

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MUITO OBRIGADO!
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