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Francisco José Punguja

José Samuel Jacinto


Nilza da Conceição
Tomé Albano Antonio
Zainabo Sadique
Movimentos Sísmicos
Movimentos Sísmicos
É um movimento vibratório brusco da superfície terrestre,
devido a libertação de energia em zonas instáveis do
interior da Terra.
Ou seja as ondas sísmicas correspondem a manifestações de
energia, resultante da fratura de rochas ou do movimento
dos blocos ao longo de uma falha, e que se propagam em
todas as direções, acabando por atingir a superfície
terrestre.
As ondas sísmicas normalmente ocorrem quando material
terrestre é sujeito a um nível de tensão e acumula
progressivamente uma dada quantidade de energia.
Caso a acção da força prossiga, o material pode apresentar
um comportamento dúctil (induzindo do barramento do
material) ou quando ultrapassa do seu limite elástico
(comportamento frágil) sofre fractura que provoca
movimentação dos blocos dando origem a uma falha.
Quando as rochas fracturam libertam, por ressalto
elástico, a energia acumulada provocando vibrações no
solo que se propagam em forma de ondas sísmicas.
Classificação das ondas sísmicas
Os sismos podem ser agrupados em 2 grandes grupos sismos
naturais e sismos artificiais.
 Os sismos artificiais - incluem explosões em minas e
pedreiras, explosões nucleares;
os sismos naturais – que se subdivide em:
o sismos tectónicos - resultam de movimentos das placas
tectónicas, originando as falhas (inversa, transformante e
normal).
o os sismos de colapso – resultam do abatimento de grutas, de
avalanchas ou deslizamento de terrenos.
o sismos vulcânicos - que resultam de movimentos magmáticos
e das fortes pressões que se fazem sentir num vulcão antes de
entrar em erupção
A - sismos tectónicos. B – sismos de colapso C – sismos vulcânicos.
Tipos das ondas sísmicas
Existem vários tipos de ondas sísmicas, que se podem agrupar
em;
 Ondas de profundidade, interiores ou volumétricas: ondas
P e ondas S.
 Ondas superficiais ou longas – Ondas Love e ondas
Rayleigh.
Ondas P – primaria, Longitudinais ou de compressão
As ondas P ou primárias são as primeiras a serem sentidas
quando há um abalo sísmico, uma vez que são as mais
rápidas. Propagam-se em meios sólidos, líquidos e gasosos,
paralelamente à direção da propagação da onda. À
superfície ouvem-se como um trovão distante.
Ondas S - Secundárias Ou Transversais
As ondas S são as segundas a serem detetadas, uma vez que
são mais lentas do que as ondas P. Apenas se propagam em
meios sólidos, de forma perpendicular à direção de
propagação das ondas. À sua passagem a terra treme.
Ondas Superficiais ou Longas
Ondas L ou de Love
As ondas L formam-se depois que as ondas P e S chegam à
superfície. São mais lentas, mas possuem uma maior
amplitude, logo provocam maiores estragos. Propagam-se
em sólidos. As partículas vibram horizontalmente, segundo
movimentos de torsão, fazendo um ângulo de 90º com a
direcção de propagação.
Ondas Rayleig
Nas ondas de Rayleigh as partículas descrevem movimentos elípticos
paralelamente à direcção de propagação da onda. Propagam-se em
meios sólidos e líquidos.
o movimento resultante das partículas podem ser consideradas uma
combinação de ondas P e S V. Tomando o sentido de propagação
da onda para a direita no eixo horizontal, cada partícula atingida
pela perturbação descreve um movimento elíptico retrógrado,
sendo que o eixo maior está alinhado com a vertical e o eixo menor
com a direção de propagação, como na figura tal.
A passagem da onda Rayleigh não perturba apenas a superfície livre
do meio, abaixo deste as partículas também são afetadas. A
amplitude do movimento decresce com o aumento da
profundidade, para obter a profundidade de penetração é comum
usar o conceito de skin depth, ou seja, a profundidade.
Efeito dos sismos
A zona do interior do globo onde tem origem a ruptura ou
simplesmente a deslocação das rochas denomina-se por foco
sísmico ou hipocentro.
A libertação de energia, lentamente acumulada no hipocentro
traduz-se pela libertação de partículas rochosas que se
transmitem segundas superfícies concêntricas denominadas
por ondas sísmicas.
Cada frente de onda separa uma região que experimenta uma
perturbação sísmica partículas de uma região que ainda não a
experimentou. Qualquer trajectória perpendicular á frente da
onda denomina-se por raio sísmico.
Para um sismo o epicentro é a zona da superfície do Globo
onde o sismo é sentido em primeiro lugar, e geralmente com
maior intensidade. Assim o epicentro é o local que fica mais
próximo do hipocentro, em virtude de se encontrar na
vertical que por ele passa.
Maremotos
Ocorrem quando o epicentro de um sismo se localiza no
oceano, dando origem a uma vaga enorme que se designa de
maremoto ou tsunami. Estas vagas atingem a costa, varrem
o litoral provocando muitas vezes mais destruição e mortes
que o próprio sismo.
A velocidade da vaga que constitui um maremoto está
relacionada com a profundidade em cada lugar. O
decréscimo da profundidade age como um travão da
velocidade da base da vaga. Contrariamente, a crista da vaga
não experimenta esta diminuição da velocidade, tendendo a
elevar-se cada vez mais e a rebentar sobre a costa como uma
força de destruição terrível.
1. A ruptura causada pelo sismo no
mar empurra a água para cima, dando
início à onda
2. A onda gigante move-se nas
profundezas do oceano a grande
velocidade
3. Ao aproximar-se da terra, a onda
perde velocidade, mas fica mais alta
4. Ela então avança por terra,
destruindo tudo ao longo do seu
caminho
Escalas de medição dos sismos
Os sismos são avaliados recorrendo a dois parâmetros, um qualitativo
– intensidade, e um quantitativo – magnitude. Cada um destes
parâmetros é medido recorrendo a duas escalas diferentes – Escala
de Mercalli modificada (para a intensidade) e Escala de Richter
(para a magnitude)
A intensidade é um parâmetro que carateriza os efeitos produzidos
pelos sismos nas pessoas, objectos, estruturas construídas e meio
ambiente, num determinado local. A cada conjunto de efeitos
corresponde um grau de intensidade. A intensidade depende:
 Da quantidade de energia libertada pelo sismo no foco (magnitude);
 Da profundidade do foco;
 Da distância do epicentro;
 Das caraterísticas geológicas do terreno;
 Do comportamento das populações.
Escala de Mercalli Modificada
A escala de Mercalli, na actualidade em rigor a Escala de
Mercalli Modificada, é uma escala qualitativa usada para
determinar a intensidade de um sismo a partir dos seus
efeitos sobre as pessoas e sobre as estruturas construídas e
naturais.
Foi elaborada pelo vulcanólogo e sismólogo italiano Giuseppe
Mercalli, em 1902, daí o nome que ostenta. Os efeitos de um
sismo são classificados em graus, denotados pelos numerais
romanos de I a XII, com o grau I a corresponder a um tremor
não sentido pelas pessoas, e o grau XII à
alteração calamitosa do relevo da região afectada.
Escala Intensidade Efeitos

I Imperceptível Não sentido. Efeitos marginais e de longo período no caso de grandes sismos.

II Muito fraco Sentido pelas pessoas em repouso nos andares elevados de edifícios ou
favoravelmente colocadas.
III Fraco Sentido dentro de casa. Os objectos pendentes baloiçam. A vibração é semelhante à
provocada pela passagem de veículos ligeiros. É possível estimar a duração mas
pode não ser reconhecido como um sismo.
IV Moderado Os objectos suspensos baloiçam. A vibração é semelhante à provocada pela
passagem de veículos pesados ou à sensação de pancada de uma bola pesada nas
paredes. Carros estacionados balançam. Janelas, portas e loiças tremem. Os vidros e
as loiças chocam e tilintam. Na parte superior deste grau as paredes e as estruturas
de madeira rangem.
V Forte Sentido fora de casa; pode ser avaliada a direcção do movimento; as pessoas são
acordadas; os líquidos oscilam e alguns extravasam; pequenos objectos em
equilíbrio instável deslocam-se ou são derrubados. As portas oscilam, fecham-se ou
abrem-se. Os estores e os quadros movem-se. Os pêndulos de relógio param ou
iniciam ou alteram o seu estado de oscilação.
VI Bastante Sentido por todos. Muitos assustam-se e correm para a rua. As pessoas sentem falta de
forte segurança. Os pratos, as loiças, os vidros das janelas, os copos partem-se. Objectos ornamentais
e livros caem das prateleiras. Os quadros caem das paredes. As mobílias movem-se ou tombam.
Os estuques fracos e alvenarias de qualidade inferior (tipo D) fendem. Pequenos sinos tocam
(igrejas e escolas). As árvores e arbustos são visivelmente agitadas e ouve-se o respectivo ruído.

VII Muito É difícil permanecer em pé. É notado pelos condutores de automóveis. Objectos pendurados
forte tremem. As mobílias partem. Verificam-se danos nas alvenarias de qualidade inferior (tipo D),
incluindo fracturas. As chaminés fracas partem ao nível das coberturas. Queda de reboco, tijolos
soltos, pedras, telhas, cornijas, parapeitos soltos e ornamentos arquitectónicos. Algumas
fracturas nas alvenarias de qualidade intermédia (tipo C). Ondas nos tanques. Água turva com
lodo. Pequenos desmoronamentos e abatimentos ao longo das margens de areia e de cascalho.
Os grandes sinos tocam. Os diques de betão armado para irrigação são danificados.

VIII Ruinoso Afecta a condução dos automóveis. Danos nas alvenarias de qualidade intermédia (tipo C) com
colapso parcial. Alguns danos na alvenaria de boa qualidade (tipo B) e nenhuns na alvenaria de
qualidade superior (tipo A). Quedas de estuque e de algumas paredes de alvenaria. Torção e
queda de chaminés, monumentos, torres e reservatórios elevados. As estruturas movem-se sobre
as fundações, se não estão ligadas inferiormente. Os painéis soltos no enchimento de paredes
são projectados. As estacarias enfraquecidas partem. Mudanças nos fluxos ou nas temperaturas
das fontes e dos poços. Fracturas no chão húmido e nas vertentes escarpadas.
IX Desastroso Pânico geral. Alvenaria de qualidade inferior (tipo D) destruída; alvenaria de qualidade
intermédia (tipo C) grandemente danificada, às vezes com completo colapso; as
alvenarias de boa qualidade (tipo B) seriamente danificadas. Danos gerais nas
fundações. As estruturas, quando não ligadas, deslocam-se das fundações. As estruturas
são fortemente abanadas. Fracturas importantes no solo. Nos terrenos de aluvião dão-se
ejecções de areia e lama; formam-se nascentes e crateras arenosas.

X Destruidor A maioria das alvenarias e das estruturas são destruídas com as suas fundações.
Algumas estruturas de madeira bem construídas e pontes são destruídas. Danos sérios
em barragens, diques e aterros. Grandes desmoronamentos de terrenos. As águas são
arremessadas contra as muralhas que marginam os canais, rios e lagos; lodos são
dispostos horizontalmente ao longo de praias e margens pouco inclinadas. Vias-férreas
levemente deformadas.

XI Catastrófico Vias-férreas grandemente deformadas. Canalizações subterrâneas completamente


avariadas.

XII Cataclismo Grandes massas rochosas deslocadas. Conformação topográfica distorcida. Objectos
atirados ao ar. Jamais registado no período histórico.
Escala de Richter
A escala de Richter serve para avaliar a magnitude de um
sismo. Foi estabelecida pelo sismólogo norte-americano
Charles Francis Richter (1900-1985) em 1935.
A escala de Richter está compreendida entre 1 e 9 graus e é
uma forma precisa para medir a intensidade de um
terramoto, calculada a partir da amplitude das ondas
sísmicas observadas a uma distância conhecida a partir
do epicentro. Esta escala indica-nos o máximo de energia
libertada por um terramoto.
A escala Richter, também conhecida como escala de
magnitude local,
Princípio da escala de Richter
É uma escala logarítmica: a magnitude de Richter corresponde
ao logaritmo da medida da amplitude das ondas sísmicas de
tipo P e S a 100 km do epicentro.
A fórmula utilizada é 
ML = logA – logA0,
Onde:
A = amplitude máxima medida no sismógrafo
A0 = uma amplitude de referência.
Assim, por exemplo, um sismo com magnitude 6 tem uma
amplitude 10 vezes maior que um sismo de magnitude 5.
Como visto acima, o sismo de magnitude 6 liberta cerca de 31
vezes mais energia que o de magnitude 5.
Descrição Magnitude Efeitos Frequência

Micro < 2,0 Micro tremor de terra, não se ~ 8000 Por dia
sente .

Muito pequeno 2,0-2,9 Geralmente não se sente mas é ~1000 Por dia
detectado/registrado.

Pequeno 3,0-3,9 Frequentemente sentido, mas ~49000 Por ano


raramente causa danos.

Ligeiro 4,0-4,9 Tremor notório de objetos no ~6200 Por ano


interior de habitações, ruídos
de choque entre objetos. Danos
importantes pouco comuns.

Moderado 5,0-5,9 Pode causar danos maiores em 800 Por ano


edifícios mal concebidos em
zonas restritas. Provoca danos
ligeiros nos edifícios bem
construídos.
Forte 6,0-6,9 Pode ser destruidor em zonas 120 Por ano
num raio de até 180 quilômetros
em áreas habitadas.

Grande 7,0-7,9 Pode provocar danos graves em 18 Por ano


zonas mais vastas.

Importante 8,0-8,9 Pode causar danos sérios em 1 Por ano


zonas num raio de centenas de
quilômetros.

Excepcional 9,0-9,9 Devasta zonas num raio de 1 a cada 20 anos


milhares de quilômetros.

Extremo >10,0 Desconhecido Extremamente raro


desconhecido)
Zonas Sísmicas
Anualmente são divulgados pelo International Seismological
Centre os epicentros de cerca de 30.000 sismos.
A distribuição geográfica da sismicidade global indica quais as
áreas da Terra que são teutonicamente ativas. O mapa de
sismicidade é uma importante evidência da teoria de
tectônica de placa.
As principais zonas sísmicas a nível mundial coincidem
com os limites das placas tectónicas
 Zona circumpacífica;
 Zona dorsal médio-oceânica;
 Limite entre o continente Euro-Asiático e o continente
africano.
As regiões mais sujeitas a terremotos são regiões
próximas às placas tectônicas como o oeste da América
do Sul onde está localizada a placa de Nazca e a placa
Sul-Americana; e nas regiões em que se forma novas
placas como no oceano Pacífico onde se localiza o
Cinturão de Fogo. O comprimento de uma falha causada
por um terremoto pode variar de centímetros a milhões
de quilômetros como, por exemplo, a falha de San
Andreas na Califórnia, Estados Unidos.  Só nos Estados
Unidos acontecem cerca de 13 mil terremotos por ano
que variam de aproximadamente 18 grandes terremotos
e um terremoto gigante sendo que os demais são leves ou
até mesmo despercebidos
 O arco circum-Pacífico - responsável pela libertação de cerca
de 75 - 80% da energia sísmica anualmente libertada; forma
uma cintura que abarca as cadeias de montanhas da costa
Oeste das Américas e os arcos insulares que se dispõem ao
longo das costas da Ásia e da Austrália.
 A zona mediterrânica - transasiática é responsável pela
libertação de cerca de 15 a 20 % da energia sísmica anual; Esta
zona começa na junção tripla dos Açores, continua pela zona
de fractura Açores - Gibraltar, pelo norte de África, encurva
através da península itálica, passa pelos Alpes, Grécia, Turquia,
Irão, Himalaias e termina finalmente nos arcos insulares do
sudoeste da Ásia.
 O sistema das cristas oceânicas - forma a terceira zona de
maior sismicidade, com 3 a 7 % da energia sísmica anualmente
libertada.
Zonas sísmica em Moçambique
Porém, como foi demonstrado ao longo dos anos passados,
a possibilidade de ocorrência de sismos em Moçambique
é real. Desde Fevereiro de 2006 verificaram-se cerca de
80 abalos sísmicos concentrados todos na província de
Manica numa zona a, sensivelmente, 200 km do Chimoio
e da Beira, e a 500 km de Maputo. O pico desta
actividade sísmica deu-se com o sismo de magnitude da
escala de 7.0, no dia 23 de Fevereiro de 2006.
Gratos pela atenção dispensada

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