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Curso de formação

Vigilância Integrada de Doenças e Resposta (VIDR)


3ª Edição

MODÚLO DE INTRODUÇÃO

1
CPI-WHE-OMS/AFRO
MISAU
Resumo da apresentação

• Finalidade do módulo
• Objectivos de aprendizagem do módulo
• VIDR e justificação para revisão da 2ª Edição
• Componentes chaves da 3ª Edição do VIDR e as secções
revistas
• Organização das Secções da 3ª Edição do VIDR
• Indicadores de monitoria do desempenho
• Perguntas e respostas

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Finalidade do módulo de introdução

Apresentar aos participantes:


• Os objectivos gerais, a estrutura e o conteúdo do Curso
de formação sobre VIDR e como deverão frequentar o
curso
• As noções gerais inerentes à estratégia de implementação
da VIDR
• Os conceitos básicos para estabelecer e aplicar um
sistema de Vigilância de Base Comunitária (VBC)

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Novidades da 3ª Edição dos módulos de formação sobre
VIDR

• Explicita melhor a vigilância baseada em eventos, a


vigilância de base comunitária, a VIDR dentro da
abordagem "Uma Só Saúde", a VIDR e a inovação.
• Expor novas noções: a VIDR na Gestão do Risco de
Desastres (GRD), no quadro de situações de emergência
ou em contextos onde o sistema de saúde é frágil; pontos
de entrada e VIDR; comunicar sobre risco.

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Conteúdo do módulo introdutório

O módulo introdutório está dividido em 3 sub-módulos:


• Sub-módulo A: Introdução ao Curso de formação sobre
VIDR
• Sub-módulo B: Visão Geral da VIDR
• Sub-módulo C: Vigilância de base comunitária (VBC)

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Objectivos de aprendizagem

Habilitar os participantes a compreender:


• Como se organiza o Curso de formação sobre VIDR
• Quais as noções básicas da vigilância em saúde pública
• Quais os objectivos e as funções centrais da VIDR
• Quais os papéis e as responsabilidades dos diversos
intervenientes na VIDR
• Qual a essência do RSI e a sua relação com a VIDR
• Como aplicar a abordagem “Uma Só Saúde” à VIDR
• Outras ligações à VIDR
• Conceitos inerentes à Vigilância de Base Comunitária
(VBC)

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Sub-módulo A: Introdução ao Curso de
formação sobre VIDR

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Finalidade e objectivos de aprendizagem do Curso de
formação sobre VIDR

Os participantes irão adquirir:


• Conhecimentos e competências adequadas relativamente
à utilização de dados que lhes permitam detectar e
responder a doenças, patologias e ocorrências prioritárias
e assim reduzir o peso da doença, morte e
deficiência/incapacidade nas comunidades.

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Objectivos específicos (1)

1. Identificar e registar casos, estados de saúde e


ocorrências com importância para a saúde pública;
2. Comunicar casos ou patologias ou ocorrências com
importância para a saúde pública que levantam
suspeitas;
3. Analisar e interpretar dados relativos a doenças,
patologias e ocorrências prioritárias;

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Objectivos específicos (2)

4. Compreender a utilização de plataformas electrónicas


(eVRID) no reforço da implementação da VIDR;
5. investigar e confirmar ocorrências de saúde pública
suspeitos;
6. Preparar-se para surtos ou ocorrências que constituem
um motivo de preocupação para a saúde pública;

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Breve descrição dos módulos de formação - 1

• Módulo de introdução
 Apresenta a estrutura do curso sobre VIDR, os demais
módulos bem como as interligações da VIDR
• Módulo 1: Identificar e registar casos de doenças
prioritárias, patologias ou ocorrências
 Indica definições padrão de casos, processos de
planeamento e o papel dos laboratórios na vigilância e
resposta
• Módulo 2: Comunicar doenças, patologias e
ocorrências prioritárias
 Descreve de que maneira comunicar em tempo útil
doenças, patologias e ocorrências prioritárias

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Breve descrição dos módulos de formação - 2

• Módulo 3: Analisar e interpretar dados


 Descreve a análise de dados por lapso de tempo, lugar
e pessoa. Também dá orientações sobre o modo de
interpretar os dados analisados
• Módulo 4: investigar e confirmar suspeitas de surtos e
outras ocorrências de saúde pública
 Descreve os passos da investigação de um surto
• Módulo 5: Preparar-se para dar resposta a surtos e
demais ocorrências de saúde pública
 Dá orientações para a criação de estruturas de
resposta de emergência no domínio da saúde pública

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Breve descrição dos módulos de formação -3

• Módulo 6: Responder a surtos e outras ocorrências de


saúde pública
 Fornece orientações sobre o modo de responder a
emergências de saúde pública utilizando as estruturas de
resposta
• Módulo 7: Comunicar sobre riscos
 Descreve de que maneira comunicar sobre riscos antes,
durante e depois do surto
• Módulo 8: Monitorizar, supervisionar, avaliar e
proporcionar feedback para fomentar a vigilância e
resposta
 Descreve como monitorizar, supervisionar e avaliar
sistematicamente o desempenho do sistema de vigilância
e a divulgação de informação
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Breve descrição dos módulos de formação - 4

• Módulo 9: VIDR electrónica (eVIDR)


 Fornece orientações relativamente à utilização de
ferramentas/plataformas electrónicas para executar
funções de VIDR, por exemplo comunicação/notificação
• Módulo 10: Adaptar a VIDR a situações de
emergência ou a contextos onde o sistema de
saúde é débil
 Apresenta princípios fundamentais na implementação
da vigilância da saúde pública e resposta no quadro de
emergências

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Sub-módulo B: Visão geral da VIDR

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O que se entende por vigilância de saúde pública?

• Trata-se da contínua identificação, recolha, compilação, análise


e interpretação sistemática de dados relativos à ocorrência de
doença (s) e de ocorrência(s) de saúde pública com vista a
tomar medidas atempadas e vigorosas para os debelar
• Inclui:
 a divulgação em tempo útil da informação daí resultante
para desencadear uma acção adequada e eficiente
• é essencial na perspectiva do planeamento, da execução e da
aferição da prática da saúde pública

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Abordagens relativas à vigilância de saúde pública - 1

Vigilância passiva:
• Sistema pelo qual uma instituição de saúde recebe
relatórios de rotina apresentados por outras unidades de
saúde:
 Tais como hospitais, clínicas, unidades de saúde
pública, comunidade ou outras fontes
• Não faz uma procura activa de casos
• Inclui a vigilância de doenças/ocorrências recorrendo à
vigilância corrente baseada em indicadores, sistemas de
gestão da informação sanitária (SGIS) de rotina

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Abordagens relativas à vigilância de saúde pública -2

Vigilância activa:
• Procura contínua de casos junto da comunidade ou dos unidades
de saúde
• Implica contactos regulares com fontes na origem da comunicação
através de:
 Chamadas telefónicas dirigidas a prestadores de saúde de um
unidade ou laboratório
 deslocação física até ao posto de onde chega a comunicação
 Realização da análise dos registos de dados
Exemplos: 1. Investigação activa de casos de sarampo e poliomielite;
2. Identificar activamente casos adicionais durante surtos

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Abordagens relativas à vigilância de saúde pública - 3

• Garantir robustez do alerta precoce e da prontidão na


resposta, a recolha de dados da VIDR e o sistema de
análise assentam em dois canais privilegiados de
informação ou de geração de sinais:
1. Vigilância baseada em indicadores (VBI)
2. Vigilância baseada em ocorrências (VBO)

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Tipos de vigilância em saúde pública

• Vigilância baseada em indicadores (VBI): trata-se da


identificação, recolha, monitorização, análise e interpretação
sistemática (regular) de dados estruturados, tais como
indicadores produzidos por um número de fontes formais,
devidamente identificadas, sobretudo de índole médico-
sanitária
• Vigilância baseada em ocorrências (VBO): é a recolha,
monitorização, avaliação e interpretação organizadas de
informações ad hoc, principalmente não estruturadas,
relativas a ocorrências ou riscos sanitários, que podem
representar um risco agudo para a saúde.

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Vigilância baseada em indicadores (VBI) e tipos
mais comuns aplicados

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Tipos comuns de VBI - 1

Vigilância com incidência na unidade:


• Todas as unidades de notificação (por ex., unidades
sanitárias) são obrigadas a comunicar semanal, mensal,
trimestral ou anualmente as situações ao nível superior, em
função das categorias das doenças, patologias e ocorrências.
Além disso, também devem comunicar imediatamente
quaisquer doenças com propensão epidémica para o nível
superior;
• Devem comunicar imediatamente quaisquer doenças com
propensão epidémica para o nível superior;

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Tipos comuns de VBI - 2

Vigilância laboratorial:
• Vigilância realizada em laboratórios para detectar
ocorrências ou tendências que podem não ser
consideradas um problema noutros sítios ou que tem
origem em ensaios laboratoriais sobretudo rotineiros

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Tipos comuns de VBI - 3

Vigilância específica a dada doença (vertical):


• Envolve actividades apontadas a dados sanitários
relativamente a uma doença específica que é alvo de
vigilância vertical;
• Exemplos: sistemas de vigilância da tuberculose, da
Malária e do HIV;

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Tipos comuns de VBI - 4

Vigilância baseada no caso:


• Refere-se a doenças alvo na óptica de eliminação ou
erradicação ou durante surtos confirmados, cada caso
particular identificado é imediatamente notificado ao nível
superior através de um formulário referente a casos

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Tipos comuns de VBI - 5

Vigilância sindrómica:
• Sistema activo ou passivo que usa a definição padrão de
casos, baseando-se inteiramente nas características clínicas
sem qualquer diagnóstico laboratorial

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Tipos comuns de VBI - 6

Vigilância sentinela:
• Dado número de unidades sanitárias ou locais de
notificação designados enquanto postos sentinela para
promover o alerta precoce e a comunicação de ocorrências
prioritárias;
 tais como situações de pandemia ou epidemia e outras
ocorrências com importância para a saúde pública.
• Geralmente são representativos de determinada zona ou
por se situarem numa área de risco provável para uma
doença ou patologia objecto de preocupação;
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Tipos comuns de VBI - 7

Vigilância de base comunitária (VBC):


• Sistema de vigilância que recolhe informação sanitária
tendo por base a comunidade na íntegra, em que toda a
população da comunidade está sob vigilância e não apenas
um segmento da mesma.
• Nota: a VBC incorpora tanto os métodos da vigilância
baseada em indicadores como os da vigilância baseada
em ocorrência

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Vigilância baseada em ocorrências
versus Vigilância baseada em indicadores
Contrariamente à vigilância baseada em indicadores, a
vigilância baseada em ocorrências:
• Não assenta na rotina de acompanhamento dos indicadores
e de limiares automáticos para efeitos de acção
• Mas antes no rastreio de toda a informação disponível para
detectar qualquer ocorrência que se verifique no seio de
uma comunidade, tais como:
 Doença incomum;
 Mortes de seres humanos ou animais;
 Agregação invulgar de casos, ocorrências/patologias.

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CPI-WHE-WHO/AFRO
VBI e VBO constituem a espinha dorsal da
estratégia de VIDR
VBO VBI
• Ambas são componentes do Alerta Precoce e Resposta (APER) e do sistema de
informações epidémicas incorporado na estratégia de VIDR
• Ambas são mutuamente complementares, desempenhando cada uma delas um papel
e tendo uma finalidade distinto
• Captar alertas para detectar • Monitoria das tendências patogénicas ao longo
precocemente pequenos surtos do tempo
• Útil para sinalizar o início de surtos sazonais
regulares relativamente a doenças endémicas,
usando limiares epidémicos e de alerta

• Mais fina em detectar alertas • Não tem utilidade para ocorrências mais
indicativos de surtos em zonas reduzidos uma vez que os sinais ou são médias
onde o acesso a cuidados de extraídas de grandes conjuntos de dados ou se
saúde é limitado diluem em pequenos conjuntos de dados

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Níveis de aplicação e comunicação da VBO e da VBI no contexto da VIDR
Ao nível nacional:
 Implementação da VBO recorrendo a linhas gratuitas e rastreio dos media no COESP
 Supervisão da execução da VBO e VBI a todos os níveis
 
 
Ao nível regional/provincial:
• Implementação da VBO utilizando a linhas telefónicas gratuitas e ao varrimento da comunicação
• Supervisão da execução da VBO e VBI ao nível distrital
 

Ao nível distrital:
• EGDS assegura a implementação da VBO recorrendo a linhas telefónicas gratuitas e ao varrimento da
comunicação social
• Supervisão da execução da VBO e VBI ao nível da unidade sanitárias

Ao nível da unidade sanitária:


• Administradores de unidades de saúde asseguram a VBI e a VBO nas unidades sanitárias
• Supervisão da execução da VBO e VBI ao nível da comunidade 

Ao nível da comunidade:
• Ponto focal da VBC executa a VBO e a VBI ao nível da comunidade
• Detecção e notificação de alertas/sinais para as unidades sanitárias  
Sistema de alerta precoce em termos de VRID: vigilância baseada em indicadores e vigilância baseada em ocorrências

VIGILÂNCIA INTEGRADA DA DOENÇA E


RESPOSTA (VRID)

EQUIPAS DE RESPOSTA RÁPIDA EM


EMERGÊNCIAS DE SAÚDE PÚBLICA (ERRESP)

VBI VBO

PROCESSO CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSO CARACTERÍSTICAS DOS


  DADOS    DADOS
Sistemático Dados organizados Formalizado  
Rotino/Regula limitados Flexível Não organizados
  Predeterminados Activo Múltiplos e variáveis
Sobretudo passive Formal Ad hoc Não predefinidos
Sempre as mesmas Seguros e fiáveis Em tempo real Informal e formal
fontes Sobretudo originados pelos Rotina/regular Fiabilidade não
cuidados de saúde Sobretudo passivo comprovada
Sempre as mesmas
fontes

EXEMPLOS DE FONTES PARA A EXEMPLOS DE FONTES PARA A VBO


VBI   
Meios de comunicação social
Vigilância epidemiológica Comunidade
Notificação obrigatória Internet, blogs, redes sociais
Vigilância sentinela Redes informais
Vigilância sindrómica Portais oficiais (MdS, MdA, etc…)
Registos Redes de alerta
Dados da mortalidade ONG
Dados laboratoriais Sectores privados
Inquéritos/pesquisa Saúde animal
Catástrofes ambientais
Principais funções da VIDR e
níveis dos sistemas de saúde
Principais funções
Health Systems levels
A VIDR é uma estratégia abrangente
assente em elementos factuais
Identificar destinada a reforçar a vigilância
Níveis de implementação nacional da saúde pública os sistemas
Comunicar de resposta
1. Comunidade
Analisar
2. Unidade sanitária A VIDR é utilizada em primeiro lugar
investigar para vigiar, investigar surtos e dar
3. Distrito, região ou resposta a doenças comuns e
Preparar província
ocorrências prioritárias
Responder 4. Nível nacional

Informar

Avaliar

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Regulamento Sanitário Internacional (2005)

• Em 2005, através da resolução WHA58.3 o


RSI (2005) foi aprovado
• O RSI (2005) entrou em vigor em 15 de
Junho de 2007 nos termos do Artigo 59º,
vindo substituir o RSI (1969)
• O RSI (2005) é juridicamente vinculativo
para os 194 Estados-Membros da OMS
 Nos quais se incluem, na totalidade, os
47 Estados-Membros da OMS na Região
Africana

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Finalidade e âmbito do RSI (2005)

Prevenir, proteger contra, controlar e prestar uma resposta


de saúde pública perante a propagação internacional de
doenças de forma compatível com e limitada a riscos de
saúde pública, evitando interferências desnecessárias em
relação ao tráfego internacional

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Implementação do RSI através da VIDR

}
VIDR } RSI
DETECTAR
estratégia para
reforçar as CONFIRMAR / VERIFICAR
capacidades de exigência para
NOTIFICAR / COMUNICAR
vigilância, laboratório preencher as
e resposta em cada RESPONDER capacidades
nível do sistema de ATEMPADAMENTE essenciais de
saúde vigilância e resposta

Sinergias entre VIDR e RSI


A VIDR servirá de veículo O RSI servirá de força motriz
para o RSI para a VIDR
Decision instrument (Anexo 2)
Instrumento de decisão (Anexo 2)
4 doenças devem ser notificadas poliomielite
(vírus de tipo selvagem), sarampo, novas
estirpes de gripe humana, SARS.

Doença que levará sempre à aplicação do


algoritmo: cólera, peste pneumónica, febre-
amarela, FHV (Ébola, Lassa, Marburgo), febre do
Vale do Nilo (FVN), outras….

Q1: sério impacto em termos de saúde pública?


Q2: excepcional ou inesperada?
Q3: risco de propagação internacional?
Q4: risco de restrições à circulação/comércio?

Informação: reavaliar

Estados-partes que respondem “Sim” à pergunta de saber se a ocorrência satisfaz dois dos
quatro critérios acima terão de notificar a OMS em conformidade com o Artigo 6ª do RSI
Princípios do novo quadro de monitoria e
avaliação ao abrigo do RSI (QMA RSI)

PRINCÍPIOS
COMUNICAÇÃO ANUAL (À AMS)
ORIENTADORES

QMA RSI AVALIAÇÃO INDEPENDENTE/EXTERNA


Transparência
Responsabilidade
(4-5 ANOS)
mútua
Criação de clima
AFTER ACTION REVIEW de confiança
(BALANÇO EFECTUADO APÓS CADA
RESPOSTA DE SAÚDE PÚBLICA) Apreciação das
vantagens
SIMULAÇÃO Diálogo
(EFECTUADA ANTES DA RESPOSTA DE SAÚDE
Sustentabilidade
PÚBLICA )

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Papel e responsabilidades dos diversos
intervenientes na VIDR
Consultar o Anexo G da 3ª Edição das OT da VIDR no que diz respeito ao
papel de quem intervêm na VIDR:

1. Trabalhador comunitário da saúde


2. Pessoal afecto a um unidade sanitária e a pontos de entrada
3. Responsável de vigilância do nível distrital
4. Equipa de gestão sanitária no distrito
5. Dirigentes políticos ao nível distrital
6. Equipa de gestão sanitária distrital ou provincial
7. Ministério da Saúde
8. OMS e demais parceiros

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Outras ligações à VIDR

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VIDR na abordagem “Uma Só Saúde” - 1

• A abordagem “Uma Só Saúde” trata de ocorrências de


saúde pública que surgem na intersecção e interacção
entre as vertentes humana, animal (domésticos e
selvagens) e ambiental
 Seres humanos e animais partilham do mesmo
ecossistema
• A abordagem “Uma Só Saúde” é não só intrínseca a como
fortemente impulsionada pelo RSI da OMS e pela
estratégia de VIDR

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CPI-WHE-WHO/AFRO
VIDR na abordagem “Uma Só Saúde” - 2

• Os profissionais da saúde humana e animal assim como


outros parceiros relevantes devem empenhar-se aos
diversos níveis no sentido de fornecer informação para a
VIDR, de modo a facilitar ainda mais a circulação da
informação e as actividades conjuntas de resposta rápida
 Para facilitar a circulação da informação e as
actividades conjuntas de resposta rápida

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CPI-WHE-WHO/AFRO
VIDR e Gestão do Risco de Desastres (GRD)

• A GRD é um processo de aplicação sistemático das directrizes


administrativas e organizativas assim como das competências e
capacidades operacionais para executar estratégias, políticas e
capacidades de reacção aperfeiçoadas a fim de minimizar o
impacto adverso de perigos e a possibilidade de catástrofes
• A VIDR é uma ferramenta para a GRD:
 Fornece informação de alerta precoce para avaliar e reduzir
riscos
 Auxilia na identificação de perigos bem como na avaliação e
monitorização de riscos de catástrofes

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CPI-WHE-WHO/AFRO
VIDR e vigilância transfronteiriça

• Os países em colaboração com a OMS estabelecem:


 Linhas de vigilância transfronteiriça e resposta com os países
vizinhos
 Procedimentos de partilha da informação no quadro da VIDR
 Processos de comunicação relativamente a surtos detectados às
entidades de zonas e distritos limítrofes do outro lado da
fronteira
 Elaboração e organização de exercícios de simulação com equipas
distritais de um lado e do outro da fronteira
 Organização regular de reuniões transfronteiriças
• Nota: exige uma forte liderança política

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CPI-WHE-WHO/AFRO
VIDR e pontos de entrada (PdE)

• O RSI 2005 apela ao reforço das capacidades nacionais de


vigilância e de controlo, incluindo em ;
 i.e., portos, aeroportos e postos de fronteira terrestres
• As actividades sanitárias na fronteira sejam sustentáveis e
condizentes com outras actividades de vigilância no âmbito
da VIDR
• Todos os PdE designados devem possuir capacidades de
vigilância e resposta efectiva em termos de saúde pública
nas regiões/províncias e nos distritos respectivos

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CPI-WHE-WHO/AFRO
VIDR electrónica (eVRID)

A eVIDR consiste na aplicação de ferramentas electrónicas


aos princípios da VIDR para facilitar a prevenção, previsão,
detecção, notificação e resposta
• Assenta em sistemas de informação padronizados e
interoperáveis e interligados, que são administrados
dentro do contexto nacional
• É essencial na consecução dos requisites do RSI (2005)
pelos países
• Reduz a inserção manual de dados propensa a erros

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Ciclo da gestão de epidemia
Introdução ao Sub-módulo C: Vigilância
de base comunitária

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CPI-WHE-WHO/AFRO
O que se entende por vigilância de base comunitária?

• Vigilância de base comunitária (VBC) define-se como o


sistema de vigilância que recolhe informação sanitária
tendo por base a comunidade na íntegra, em que toda a
população da comunidade está sob vigilância e não apenas
um segmento da mesma

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Papel dos membros da comunidade na vigilância e
resposta de saúde pública
1. Fornecer alertas e avisos precoces em fase pré-
epidémica
2. Comunicar alertas e informação sobre ocorrências
invulgares de saúde pública na comunidade à unidade
de saúde mais próxima
3. Dar apoio à detecção activa de casos e à resposta
durante a epidemia, incluindo a identificação de
contactos, a mobilização e sensibilização comunitária
4. Proporcionar um fórum para devolver à comunidade a
informação sobre a avaliação de surtos ou ocorrências

70
Criar um sistema de vigilância e resposta de base
comunitária

Quem é responsável?
• O administrador/director da unidade sanitária ou do distrito da área
de influência com o apoio dos níveis distrital, regional/provincial e
nacional
Que papel têm?
1. Desenvolver estruturas de VBC
2. Definir critérios de selecção para as pontos focais da VBC
3. Elaborar termos de referência
4. Definir papel e responsabilidades para os pontos focais da VBC
5. Coordenar, supervisionar e monitorizar todas as actividades de VBC
implementadas pelo ponto focal

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Passos para criar um sistema de vigilância e resposta de
base comunitária - 1
• Passo 1: Implicar todas as partes interessadas
• Passo 2: Definir as fontes de informação respeitantes a
ocorrências de saúde na comunidade
• Passo 3: Identificar pontos focais de vigilância de base
comunitária (VBC)
• Passo 4: Coligir uma lista de doenças, patologias e
ocorrências/alertas em termos de VBC
• Passo 5: Elaborar definições de caso simples para
doenças, patologias e ocorrências

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Passos para criar um sistema de vigilância e resposta de
base comunitária - 2

• Passo 6: Desenvolver e divulgar ferramentas de recolha de


dados e de comunicação
• Passo 7: Definir métodos de notificação/comunicação
• Passo 8: Formar todos os intervenientes fundamentais no
sistema de VBC
• Passo 9: Desenvolver estruturas de comunicação de risco e
de mobilização social
• Passo 10: Determinar métodos de monitoria, controlo e
avaliação

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Processo para a escolha do ponto focal de VBC

A quem compete?
• A equipa sanitária distrital deve trabalhar com os chefes
comunitários de modo a identificar elementos da
comunidade a selecionar na qualidade dos pontos focais
da VBC
Quem é elegível a desempenhar a função do ponto focal da
VBC:
• Qualquer elemento da comunidade aceite pela
comunidade pode tornar-se ponto focal da VBC

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Critérios de selecção do ponto focal de VBC - 1

1. Ser aplicado e trabalhador e estar comprometido em


comunicar/notificar
2. Ser residente na comunidade
3. Ser um membro bem conhecido da comunidade, digno
de confiança e respeitado
4. Prima pelo bem-estar da comunidade
5. Ser considerado pela comunidade como alguém capaz de
comunicar com os seus habitantes

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Critérios de selecção do ponto focal de VBC - 2

6. Ter escolaridade suficientemente para escrever


ocorrências/dados no registo fornecido
7. Ser escolhido independentemente do género
8. Ser reconhecido por todos os grupos identificados
quando existem diferenças étnicas e religiosas
NB: Uma vez seleccionada, o ponto focal da VBC deverá
receber formação para ficar habilitada a desempenhar os
seus papéis e responsabilidades

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Papel e responsabilidades do ponto focal de vigilância de
base comunitária - 1

1. Recorrer a definições de casos comunitários para identificar


doenças/patologias/ocorrências prioritárias
2. Comunicar imediatamente a unidade sanitária mais próximo
no prazo de 24 horas
3. Dar apoio aos profissionais de saúde durante a investigação
de casos/surtos e na identificação de contactos e a sua
localização
4. Efectuar com regularidade visitas aos agregados familiares
5. Reunir regularmente com informadores-chave

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Papel e responsabilidades do ponto focal de vigilância de
base comunitária - 2

6. Sensibilizar a comunidade para a importância de


comunicar e procurar cuidados no que diz respeito a
doenças prioritárias, patologias e ocorrências anormais
7. Mobilizar as autoridades locais bem como os membros da
comunidade para darem apoio às actividades de resposta
8. Assistir as cerimónias e acontecimentos locais e seguir
qualquer situação inabitual. Participar no levantamento
do risco de perigos potenciais

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Definições de casos comunitários em termos de VIDR
a aplicar ao nível da comunidade

• Informar todos os elementos da comunidade acerca de


doenças/patologias/ocorrências prioritárias sob vigilância
na sua área
• Utilizar sinais e sintomas fundamentais das definições de
caso que usam linguagem simples e são mais fáceis de
compreender
• Consultar a Secção 1, Anexo 1B da 3ª Edição das OT da
VIDR Brochura Dois relativamente às definições de caso
comunitário
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CPI-WHE-WHO/AFRO
Como notificar doenças, patologias e ocorrências a
partir do nível comunitário

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Fontes de informação para efeitos de VBC - 1

• Profissionais de saúde locais, voluntários comunitários


• Assistentes de parto tradicionais, professores escolares,
farmacêuticos/comerciantes de medicamentos
• Pessoal das clínicas privados
• Técnicos comunitários em saúde animal, organizações de
base comunitária (OBC)
• Organizações de base comunitária (OBC)
• Líderes comunitários: tradicionais/juventude/religiosos

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CPI-WHE-WHO/AFRO
Fontes de informação para efeitos de VBC - 2

• Comunicação social como por exemplo rádio e imprensa,


redes sociais
• Praticantes de medicina tradicional como curandeiros
tradicionais/ervanários e guardiões de santuários

• Visitas domiciliárias
• Locais de convívio social como igrejas, mercados, escolas,
etc.

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CPI-WHE-WHO/AFRO
O quê e a quem comunicar na VBC - 1

O que deve-se comunicar imediatamente/no prazo de 24 horas:


Alguém em quem se declara uma indisposição que encaixa numa das
definições de casos comunitários em termos de VIDR na sua área de
influência
OU
Qualquer morte súbita se nessa área de influência estiver a decorrer
uma ocorrência de saúde pública conhecido e ligado a patologias
prioritárias da VIDR
OU
Qualquer ocorrência de saúde pública, por ex. um agregado
inexplicado de doenças graves apresentando semelhanças no decurso
de uma semana, absenteísmo escolar elevado

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CPI-WHE-WHO/AFRO
O quê e a quem comunicar na VBC - 2

De que forma comunicar:


• Comunicar/notificar ao supervisor da VBC ou ao
responsável de vigilância ou ao gestor da unidade
sanitária mais próxima;
• Por telefone/mensagem de texto/em mãos/utilizando
uma viatura/a pé até a unidade sanitária mais próxima;
• Registar nos formulários de alerta comunitário;

85
CPI-WHE-WHO/AFRO
Interligações entre vigilância com incidência na
unidade e VBC

• Com o apoio da EGDS, a equipa da unidade sanitária


distrito deve verificar os relatórios da ponto focal da VBC
• Caso se confirme ser VERDADEIRO:
 O ponto focal de vigilância na unidade sanitária
compila-o nos formulários sintéticos de comunicação
semanal/mensal da VIDR da respectiva área de
influência
 Seguidamente é comunicado às autoridades distritais,
provinciais e nacionais seminal e mensalmente

86
CPI-WHE-WHO/AFRO
Verificação e investigação de ocorrências no âmbito da VBC
OMS

Nível nacional: ERRSP nacional apoia as investigações


na comunidade

Nível provincial/regional: ERRSP provincial/regional apoia as


investigações na comunidade

Nível distrital: ERRSP distrital destacado para dar início a investigações


sobre ocorrência dentro da comunidade

Se os boatos correspondem a um ocorrência Se os boatos NÃO correspondem a um ocorrência


VERDADEIRO, notificar equipas de saúde distritais no VERDADEIRO, informar a comunidade disso; NENHUMA
prazo de 24 horas investigação é exigida

TOMAR MEDIDAS

Equipa da unidade sanitária /subdistrito GARANTIR a VBC e manter a


verifica os boatos no seio da comunidade VIGILÂNCIA

Ponto focal da vigilância de base focal (por ex. Voluntário da VBC,


trabalhador comunitário de saúde) detecta boato na comunidade e
notifica o seu supervisor (equipa da unidade sanitária /subdistrito)
Amostra de ferramenta de verificação para
ocorrências/alertas sanitários atípicos
2 pessoas ou mais apresentam acentuadas afecções semelhantes no seio de uma
mesma comunidade no decurso de uma semana

Fa Ve

Apenas uma
pessoa está ●
Duas ou mais
afectada pessoas que

As pessoas vivem ou
apresentam trabalham na

rda
mesma
sinais e

ls
comunidade
sintomas apresentam
distintos sinais e

Não existe sintomas

dei
elo temporal idênticos
e >1 semana ●
As pessoas

o
medeia entra afectadas
puderam estar
as afecções
expostas ou em
dos

ro
contacto umas
pacientes com as outras

As pessoas ●
A afecção das

se
que pessoas requer
apresentam internamento

se.
sintomas hospitalar

Uma ou mais
semelhantes
pessoas
residem em faleceram
comunidades

...

Existe uma

..
diferentes, fonte de
fisicamente exposição
bem comum
afastadas

91
CPI-WHE-WHO/AFRO
Passos para investigar e confirmar uma suspeita de
ocorrência de saúde pública comunicado pelo ponto focal
de VBC - 1
1. Constituir uma equipa de intervenção no terreno: equipa da
unidade sanitária;
2. Verificar a informação do ponto focal da VBC;
3. Equipa da unidade sanitária junta mais informação sobre o
caso/ocorrência suspeito de saúde pública;
4. Utilizar a ferramenta de verificação para apurar; se se trata de
um caso VERDADEIRO notificar a EGDS;
5. Mais investigações são levadas a cabo pela ERRESP do distrito;

92
CPI-WHE-WHO/AFRO
Passos para investigar e confirmar uma suspeita de
ocorrência/sinal de saúde pública comunicado ponto
focal de VBC - 2

6. A EGDS comunica à região/província e autoridade


nacional
7. Executar a resposta recomendada de acordo com as
conclusões da investigação ao surto
8. O ponto focal de VBC presta apoio às equipas da unidade
sanitária e distritais para realizarem as actividades de
resposta

93
CPI-WHE-WHO/AFRO
Proporcionar retorno de informação à comunidade - 1

• Na sequência da verificação e confirmação de casos


suspeitos em ocorrência(s) de saúde pública, a ERRESP
distrital deve:
 Estabelecer contactos com as autoridades ao nível
distrital/provincial e nacional
 Obter orientação sobre a forma de prestar
informação à comunidade
 Obedecer às indicações e mensagens-chave
facultadas pela autoridade nacional

94
CPI-WHE-WHO/AFRO
Proporcionar retorno de informação à comunidade - 2

• Os pontos focais de VBC devem actuar dentro da equipa


de intervenção no terreno para disseminar mensagens
preventivas através de:
 Organizar sessões de informação comunitárias
 Identificar canais locais
 Reunir regularmente com as partes interessadas locais
 Organizar campanhas porta-a-porta para chegar a cada
família

95
CPI-WHE-WHO/AFRO
Monitorizar, supervisionar e avaliar a
execução da VBC - 1

• Avaliar se as actividades de VBC estão no bom caminho:


 O papel do ponto focal de VBC e as suas actividades
estão bem descritas
 Existe um plano de supervisão de VBC
 Existe uma lista de verificação e está a ser aplicada
para controlar se os pontos focais de VBC estão a
executar as actividades de vigilância acordadas

96
CPI-WHE-WHO/AFRO
Monitorizar, supervisionar e avaliar a
execução da VBC - 2

• Avaliar a pontualidade e integralidade da notificação da


vigilância de base comunitária e das funções de
manutenção de registos:
 Avaliar os procedimentos de detecção e notificação de
VBC relativamente a ocorrências de saúde pública
suspeitas
 Identificar os problemas e tomar medidas correctivas

97
CPI-WHE-WHO/AFRO
Monitorizar, supervisionar e avaliar a execução
da VBC - 3

• Avaliar a execução da vigilância de base comunitária :


 Todas as actividades a implementar pela VBC devem
ser coordenadas por um agente de vigilância ou um
gestor da unidade sanitária na sua localidade:
o Um ponto focal de vigilância ou
o Um gestor de unidade sanitária na sua localidade

98
CPI-WHE-WHO/AFRO
Supervisão da VBC - 1

• A equipa da unidade sanitária realiza visitas de supervisão


aos pontos focais no quadro de VBC pelo menos uma vez
por mês

• Durante as visitas de supervisão:


 É proporcionado retroinformação aos pontos focais de
VBC
 É dada formação sobre exercício/no terreno conforme as
necessidades se algum problema for identificado

CPI-WHE-OMS/AFRO
Supervisão da VBC-2

Durante as visitas de supervisão:


• É dado seguimento a pedidos de assistência
• São actualizados planos de supervisão para reforçar a
vigilância e resposta
• São registadas as actividades bem-sucedidas e incentivada
a sua continuação
• São fornecidas soluções exequíveis para problemas
identificados

CPI-WHE-OMS/AFRO
Obrigado

CPI-WHE-OMS/AFRO

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