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A REFORMA

PROTESTANTE
As transformações religiosas na
Europa Moderna do século XVI
1.
 
As Causas da Reforma
 
 Desencadeada a partir de 1517, por Matinho Lutero

 Na Idade Média foi precedida por várias manifestações de insatisfação religiosa, chamadas de
heresias*. Embo­ra não tivessem levado a uma ruptura definitiva com a Igreja Católica, tais ma­
nifestações levantaram importantes questões que seriam retomadas pelos reformadores do século
XVI.
 A condenação da usura pela Igreja, que dificultava o de­senvolvimento do comércio e das ativi­
dades financeiras, e mostrava a insen­sibilidade dessa instituição às novas necessidades da
burguesia europeia
 Grande distância entre o que a Igreja pregava e o que faziam muitos mem­bros do clero. Por isso, a
Igreja era obje­to de críticas entre os intelectuais hu­manistas, inclusive membros do clero, e entre a
população em geral.
O Início da
Reforma: Lutero na
Alemanha

A fragmentação po­lítica no
Sacro Império Romano­-
Germânico mantinha a força
e o po­der material da Igreja,
sobretudo pe­la cobrança de
dízimos.
Em 1517, Lutero afi­xou na porta da igreja
do Castelo de Wittenberg, na Saxônia, um
documen­to contendo 95 teses, nas quais
denunciava o que considerava irregularida­
des da Igreja. Apoiado por Frederico,
príncipe da Saxônia, o monge pregava a
salvação pela fé, e não por práticas
religiosas como a venda de indulgências, e
a inutilidade de me­diadores (clero) entre
Deus e os fiéis.
Em 1520, o Papa excomunga o monge re­belde.
Lutero quei­mou em praça pública a bula papal que comunicava a
decisão.
Em 1521, Lutero foi julgado e condenado pela Dieta de Worms,
convocada pelo imperador Carlos V (católico), mas conse­guiu escapar,
graças à ajuda do prín­cipe da Saxônia, que o acolheu em seu castelo.

Ali, o monge traduziu a Bíblia do latim para o alemão e aprofundou suas


reflexões sobre a doutrina cristã, formulando os princípios de uma nova
religião, que estabelecia:

Ideias de Lutero
 a livre interpretação da Bíblia e a su­pressão das imagens nos templos;
a substituição do latim pelo idioma nacional nos cultos religiosos;
a simplificação do culto, que se li­mitaria à leitura e à interpretação das
Escrituras pelos próprios fiéis;
a preservação de apenas dois sa­cramentos da tradição católica: ba­
tismo e eucaristia;
a rejeição da hierarquia religiosa e do celibato obrigatório dos sacer­
dotes
AS REVOLTAS As novas ideias causaram profun­do impacto entre as
populações do Sacro Império, particularmente entre a
CAMPONESAS população rural.

Descontentes com a opressão servil, os camponeses


germânicos se revolta­ram em 1524. Liderados por
Thomas Münzer, os revoltosos atacavam a Igreja pela
cobrança de dízimos e rei­vindicavam a reforma agrária e
a abo­lição dos privilégios feudais. O movi­mento se
espalhou por várias regiões do Sacro Império, com
assaltos a cas­telos, queima de mosteiros e pilhagens de
colheitas. A essas manifestações seguiu-se uma
repressão violenta, com a prisão e a decapitação de
Münzer e o massacre de milhares de camponeses.

Lutero, chamado a se pro­nunciar, escreveu em 1525 o


texto Con­tra as turbas de camponeses assassi­nos e
saqueadores, no qual afirmava que somente com o
extermínio dos re­beldes seria possível restaurar a au­
toridade política. Isso forneceu aos príncipes a justificativa
moral para desencadear violenta repressão aos
camponeses
As desavenças entre os luteranos e o
imperador católico do Sacro Império
Romano-Germânico só chegariam ao
fim em 1555, quando foi assinada a Paz
de Augsburgo, que reconhecia ofi­
cialmente a nova doutrina, conceden­do
aos príncipes germânicos o direito de
impor aos seus súditos a religião de sua
escolha. Na prática, a decisão sig­nificou
“cujus Regis ejus religio”,
dividir o Sacro Império entre católicos e
luteranos.
 
Enquanto os luteranos acreditavam na salvação pela fé, Calvino
defendia a ideia de que esta não era suficien­te, pois as pessoas já
nasciam pre­destinadas por Deus para a salvação ou para a
condenação. A riqueza ma­terial era um sinal da graça divina so­bre
o indivíduo

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