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APLICAÇÃO DA LEI PENAL

• PRINCÍPIO DA LEGALIDADE/ RESERVA LEGAL E DA ANTERIORIDADE


• CF - Art. 5º, Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
• XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal;
• 
• CP - Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há
pena sem prévia cominação legal.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE/ RESERVA LEGAL E DA ANTERIORIDADE

Crime previsto em lei (stricto sensu)


Lei escrita
Fato definido como crime na lei antes de acontecer
Conduta tipifica deve ser precisa
Veda emprego de analogia para criar crimes
Proibir crime criados pelos costumes
Proibir retroatividade das leis penais
Lei penal no Tempo
A aplicação da lei penal no tempo importante para saber como serão aplicadas as novas leis, de
acordo com o fenômeno da revogação e promulgação de leis.

TEMPO DO CRIME
Identifica qual lei deve ser aplicada aquele fato tido como criminoso, em relação a sucessão de
leis. O Art. 4ª do Código Penal.

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado. 

TEORIA DA ATIVIDADE

TEORIA DA RESULTADO

TEORIA DA UBIQUIDADE
Lei Penal no Tempo
• EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL
• Esse atributo permite que a lei penal seja modulada no tempo, sendo de duas formas,
Ultritividade e Retroatividade.
• Este atributo so será aplicado a lei penal mais benéfica ao Réu, ou seja, mais branda e abolitio
criminis.

• ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL

• RETROATIVIDADE DA LEI PENAL


• Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.                       
• Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.   

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVADE DA LEI PENAL


Lei Penal no Tempo
• Lei Penal Temporária e Excepcional
Está intimamente ligado a ultratividade da lei penal
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período
de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram,
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
LEI PENAL NO ESPAÇO
• LUGAR DO CRIME
A definição do lugar do crime possui a capacidade definir a lei de qual
país será aplicada ao crime.

TEORIA DA ÇÃO
TEORIA DO RESULTADO
TEORIA DA UBIQUIDADE

CP - Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a


ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou
deveria produzir-se o resultado.
Territorialidade
O Brasil adotou a Teoria da Territorialidade Temperada, isso quer dizer
que por conta de Tratados e Convenções Internacionais, em alguns
casos a lei estrangeira se aplica no Brasil.
O Território brasileiro se compreende em toda extensão terrestre,
subsolo, mar territorial e espaço aéreo correspondente.
Ademais a regra é que aos crimes praticados no Brasil seja aplicada a lei
Brasileira, conforme Art. 5º do CP.

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados


e regras de direito internacional, ao crime cometido no território
nacional.
TERRITORIALIDADE POR EXTENSÃO
• É considerado território brasileiro por extensão, conforme Art. 5º, § 1º do
CP:
• Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
• § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo
correspondente ou em alto-mar.
• § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada,
achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE
Prevê situações em que a lei brasileira se aplica aos crimes praticados no estrangeiro.
Se divide em duas espécies condicionada, incondicionada, todas previstas no Art. 7º
do CP.

EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA, Art. 7º I, do CP.


• Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
• I - os crimes:
• a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
• b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
• c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
• d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
• § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE
• EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA, Art., 7º, II e §2º do CP.
• II - os crimes:
• a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
• b) praticados por brasileiro;
• c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

• § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
• a) entrar o agente no território nacional;
• b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
• c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
• d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
• e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
PRINCÍPIO DA
EXTRATERRITORIALIDADE
A lei brasileira também se aplica ao crimes praticados por estrangeiros
contra brasileiros fora do brasil, quando além dos condições do §2º
também ocorrerem as condições do §3º do Art. 7º do CP.
• § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições
previstas no parágrafo anterior:
• a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
• b) houve requisição do Ministro da Justiça.
EXTRATERRITORIALIDADE
• PRINCÍPIOS RELATIVOS A EXTRATERRITORIALIDADE:
• A) NACIONALIDADE ATIVA (Art. 7º, II, b, CP) – Aplica-se a lei do país a que
pertence o agente, pouco importando o local do crime, a nacionalidade da
vítima ou o bem jurídico violado.
• B) NACIONALIDADE PASSIVA (Art. 7ª, §3º, CP) – Aplica-se a lei o penal da
nacionalidade da vítima.
• C) DEFESA OU REAL (Art. 7º, I, “a”, “b” e “c”, do CP) – A lei penal é aplicada
será a da nacionalidade do bem jurídico lesado, onde quer que tenha sido
cometido, independentemente da nacionalidade do agente.
• D) JUSTIÇA UNIVERSAL OU COSMOPOLITA (Art. 7º, II, “a”) – O agente fica
sujeito a lei do país onde for encontrado, não importando sua nacionalidade.
• REPRESENTAÇÃO/ PAVILHÃO/ BANDEIRA (Art. 7º, II, “c”, do CP) – A lei
nacional aplica-se aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações
privadas quando no estrangeiro e lá não sejam julgados.
• PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO. ART. 8º CP)
• 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

• CONTAGEM DE PRAZO – PRAZO PENAL


• Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calendário comum.

• FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA


• Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos,
as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

• LEGISLAÇÃO ESPECIAL
• Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispuser de modo diverso.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
• Ocorre conflito aparente de normas quando aparentemente existem duas ou mias normas a
serem a plicadas a um caso concreto. Contudo meios de descobrir qual norma deve aplicar
ao referido caso concreto, resolvendo assim o conflito de normas.

• SUCESSIVIDADE – Neste caso se analisa o período de tempo de tempo entre as normas,


aplicando a norma posterior em detrimento da anterior (lex posterior derogat priori);

• ESPECIALIDADE – Neste caso aplica-se a lei especial em detrimento da lei geral (Art. 12, CP);

• SUBSIDIARIEDADE - Neste caso uma norma é considerada subsidiária em relação a outra,


quando a conduta nela prevista integra o tipo penal da outra. A lei principal afasta a
aplicação da lei secundária. Funciona como um soldado de reserva.
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Subsidiariedade explicita: se dá quando a própria lei informa ser subsidiária de outra com as
seguintes expressões: “se o fato não constitui crime mais grave”, “se o fato não constitui
elemento de crime mais grave”, “ se o fato não constitui elemento de outro crime”

• Ex. Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

• Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

• Subsidiariedade implícita (tácita): se dá quando a norma entra como componente ou


agravante de outra norma.

• Ex. dano no crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo (arrombamento).


CONFLITO APARENTE DE NORMAS
• ABSORÇÃO OU CONSUNÇÃO – Se dá quando o fato previsto por uma lei está
previsto em outra como simples fase de realização desta. O crime meio é
absorvido pelo crime fim.
• Ex. porte ilegal de arma no crime de roubo majorado pelo emprego de arma.
ALTERNATIVIDADE - Se dá quando a aplicação de uma norma a um fato exclui a
aplicabilidade em outro, que também o prevê, de algum modo.
Ex. Conjunção carnal, pode ser aplicada em vário delitos estupro (Art.213), posse
sexual mediante fraude (Art. 215), estupro de vulnerável (Art. 217-A).
TEORIA DO CRIME

• O Código Penal não traz o conceito de crime, sendo este conceito definido na doutrina.
Ademais, é importante frisar que a doutrina entende que crime é qualquer conduta (ação
ou omissão) humana, que lesa ou põe risco bem jurídico tutelado na lei penal.

• No Brasil existe uma sistema dualista do delito que divide em crime e contravenção penal,
sendo o segundo as condutas descritas na lei de contravenções penais, as demais normas
penais.

• Existem três conceitos de crime que são : Material, Formal e Analítico.

• Contudo, de acordo com o conceito analítico de crime o Brasil atualmente adota a teoria
Tripartite do Crime, ou seja, para esta teoria crime é fato típico, antijurídico e culpável.
FATO TÍPICO - CONDUTA
• FATO TÍPICO – O fato típico é dividido em alguns elementos que são eles: Conduta, Resultado naturalístico, nexo
causal e tipicidade.
• CONDUTA – É uma ação humana voluntária dirigida a uma determinada finalidade. A conduta se dá também por
omissão.

• DOLO – É a vontade livre e consciente de praticar a conduta criminosa, existem alguns tipos de dolo, que são: DOLO
DIRETO e DOLO EVENTUAL.
• CULPA – É a conduta praticada pelo agente que resulta em crime, sem a intensão de praticá-lo. Se configura por
meio de Negligência, Imprudência ou Imperícia.
• Tipos de Culpa: Culpa Inconsciente e Culpa Consciente.
• Art. 18 - Diz-se o crime:
• Crime doloso
• I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
• Crime culposo
• II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
• Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão
quando o pratica dolosamente.
FATO TÍPICO – NEXO DE
CAUSALIDADE
• Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente
é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
• Teoria da Equivalência dos Antecedentes – Teoria Sine qua non.
• Processo Hipotético de Eliminação de Thyrén, limite dolo.
FATO TÍPICO – TIPICIADE
• A tipicidade se divide em tipicidade formal e material.
• Tipicidade formal - É a adequação completa de uma conduta humana
ao fato previsto em lei como crime (Tipo).
• Tipicidade Material – É a ocorrência de uma verdadeira ofensa lesão
ou risco de lesão) ao bem jurídico.

RESULTADO NATURALISTICO
É a alteração da realidade fática, não se aplica a todos os crimes pq
alguns crimes não possuem resultado naturalístico, outros é
desnecessário.
Crimes Materiais, Formais e de Meraconduta.

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