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VIOLÊNCIA E

CRIMINALIDADE
SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL
• Entre as décadas de 1930 e 1980, a sociedade
brasileira sofreu diversas transformações.
• A mais drástica delas foi a transição de uma economia
agrário-exportadora para um modelo urbano-industrial.
• Nesse processo, a intensa industrialização, associada
ao êxodo rural e à urbanização acelerada.
• Propiciou o surgimento de espaços urbanos
diferenciados.
• Criou-se assim uma distinção social entre bairros,
empreendimentos comerciais e residenciais.
• Embora se observe o intenso fluxo de capital, serviços e bens
de consumo nos espaços urbanos.
• Os investimentos públicos em infraestrutura foram – e ainda
são – concentrados em áreas ocupadas pela população de
maior renda.
• Enquanto isso, as classes sociais menos favorecidas se
estabeleceram em espaços precários, periféricos e
desprovidos dos serviços sociais mais básicos.
• O avanço das desigualdades sociais nas cidades
brasileiras incide de maneira direta na organização
espacial.
• Produzindo uma apropriação desigual dos espaços
urbanos pelas diferentes classes sociais.
• Esse fenômeno é denominado segregação
socioespacial.
• Tal processo inicialmente se estruturou nas cidades
brasileiras tendo como base a relação entre o centro e a
periferia.
• Assim, até o início da década de 1980, era comum uma
organização espacial das cidades que separava
geograficamente diferentes grupos sociais:
• As classes média e alta de um lado e as classes menos
favorecidas de outro.
• Enquanto aquelas ocupavam os bairros centrais,
desfrutando de melhor infraestrutura urbana.
• Estas habitavam as regiões periféricas, menos
acessíveis e equipadas.
• Segregação socioespacial: o sociólogo espanhol
Manuel Castells entende o processo de segregação
socioespacial como reflexo da distribuição espacial.
• Das diversas classes sociais, de acordo com
determinações políticas, econômicas e ideológicas.
• Tal modelo de urbanização foi sendo substituído de
forma gradativa, a fim de diminuir a distância física
entre ricos e pobres.
• Entretanto, mesmo que diferentes grupos sociais se
encontrem espacialmente mais próximos.
• Esses são separados por outras barreiras, como
muros, tecnologias de segurança, sistemas de
identificação e controle.
• Além delas, há também as barreiras materiais e
simbólicas.
• Tais como a desigualdade de acesso aos investimentos
públicos e as formas de marginalização social.
• As barreiras materiais são instituídas no fato de que, enquanto
alguns grupos sociais usufruem amplamente das infraestruturas
urbanas.
• Esgoto, saneamento, iluminação pública, coleta de lixo,
instituições de ensino, postos de saúde, parques e áreas
recreativas, segurança pública, etc.
• Outros, estabelecidos em regiões periféricas ou em favelas, não
recebem os mesmos recursos e investimentos dos poderes
públicos.
• As barreiras simbólicas são fundadas em diversas
categorias preconceituosas.
• Que estipulam distinções rigorosas entre as classes
sociais, por exemplo a estigmatização das camadas
populares.
• Decorrente da associação entre pobreza e
criminalidade.
• Ou seja, existe uma rotulação, estabelecida no senso
comum e muitas vezes pela mídia.
• De que a favela e a periferia são espaços dominados
pela criminalidade e insegurança.
• E que devem ser controlados por meio da intervenção
e repressão estatal.
• Ao contrário do que é disseminado como senso
comum.
• Não são apenas as ocupações irregulares que explicam
os índices mais altos de violência.
• Trata-se, na realidade, de uma questão mais complexa,
que envolve uma série de variáveis.
• Articuladas em torno de uma estrutura social desigual e
injusta.
• Nessa estrutura, verificam-se a escassez de
oportunidades culturais, esportivas e sociais, a ausência
de empregos, o baixo grau de escolaridade, a escassez
de políticas públicas que diminuam a desigualdade
social, a falta de investimentos em infraestrutura
urbana, habitação, saúde pública, etc.
• Embora a violência urbana tenha aspecto multifatorial,
centrada na desigualdade social, é comum as ações dos
poderes públicos priorizarem políticas de controle e
repressão social.
• Tal compreensão deriva das representações sociais
negativas quanto às favelas, centradas na noção de que
tais locais são o foco de diversos problemas sociais.
• Em suma, parece existir na sociedade uma dissociação
entre favela e cidade formal.
• A favela é vista como aglomerado invasor, espaço da
violência, do crime e da ilegalidade.
• Afinal, foi a negligência dos poderes públicos nas
áreas com moradores de menos recursos que
encorajou o surgimento, nesses lugares, de poderes
paralelos ao Estado.
• https://www.youtube.com/watch?v=9--9SzoxKK4
• COMO SURGIRAM AS FAVELAS BRASILEIRAS?

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