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I Simpósio On-line Sobre o Uso Racional de Medicamentos

Medicamentos Ineficazes para prevenção e tratamento da COVID-19


Profa. Dra. Danielle Gomes Santana
Sumário
• Panorama Geral da COVID-19
• Formas de transmissão do SARS-CoV-2
• Medidas de barreira para prevenção de transmissão
• Medicamentos Ineficazes para prevenção e tratamento da COVID-19
Panorama da
COVID-19
• No
mundo:
Total de casos:
aprox. 169.471.649

3.523.126 mortes • No Brasil


• Total de casos:
aprox. 16.391.930

459.095 mortes

• Fonte: Coronavírus (COVID-19) - Google Notícias


atualizado em 15/05/2021
Formas de transmissão do SARS-
CoV2
• A via de transmissão pessoa a pessoa do SARS-CoV-2 ocorre por meio
de:
 Gotículas respiratórias
 Contato direto ou indireto com pessoas, objetos ou superfícies
contaminadas
• Além disso, acredita-se na possibilidade de transmissão do SARS-CoV-
2 por meio de aerossóis, gerados durante alguns procedimentos
específicos
Medidas de Barreira
para Prevenção de
Transmissão

• Higienização das Mãos


• Precauções Padrão
• Precauções de Contato
• Precauções Respiratórias
(gotículas e aerossol*)
• Limpeza e desinfecção de
superfícies e equipamentos
• Não existe tratamento precoce contra a covid-19.
• Não há remédios que previnem contra a infecção
ou desenvolvimento da doença.
Medicamentos • Esse é o posicionamento até abril de 2021 das
para prevenção principais autoridades de saúde e medicina do
mundo e no Brasil, incluindo a OMS (Organização
da COVID-19 Mundial da Saúde), o CDC americano (Centro de
Controle e Prevenção de Doenças), a Agência
Europeia de Medicamentos,a SBI (Sociedade
Brasileira de Infectologia) e a Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária).
• As avaliações são baseadas em dezenas de
pesquisas científicas de diversas instituições ao
Medicamentos redor do mundo, que testaram a eficácia de
remédios como a cloroquina, ivermectina e
para prevenção azitromicina contra a covid-19 e concluíram que
eles não têm efeito contra a doença.
da COVID-19 • Ainda assim, no Brasil, surgiu em Abril 2020 o Kit
Covid
Em junho de 2020, o ministério da
Saúde ampliou o protocolo de
orientações para uso da cloroquina,
Medicamentos incluindo a recomendação para casos
para leves e moderados de covid-19.
prevenção e
Em janeiro de 2021, a pasta chegou a
tratamento da testar um aplicativo que
COVID-19 recomendava o tratamento precoce,
retirado do ar pouco depois diante de
críticas de especialistas.
Medicamentos para prevenção e tratamento
da COVID-19
Entre os riscos da divulgação da ideia de tratamento precoce
estão também o estímulo à automedicação e o consumo
excessivo de remédios sem supervisão médica. De acordo com
SBFARMA, as vendas de hidroxicloroquina aumentaram 173%
em fevereiro desse ano, em relação ao ano passado, as de
ivermectina mais de 700%.

Os kits variam pelo país e comumente incluem remédios para


tratar sintomas como dor de cabeça ou dor de garganta ou
proteger o organismo debilitado contra outras infecções virais
ou bacterianas. Embora tenham sua utilidade para esses
propósitos específicos, tais medicamentos não podem ser
considerados tratamento contra a covid-19.
Tanto a cloroquina, como seu derivado hidroxicloroquina, considerado menos tóxico, são
originalmente usados no combate à malária, lúpus e artrite.

Não há comprovação de eficácia contra a covid-19. Sucessivos estudos e pesquisas


descartaram a cloroquina e da hidroxicloroquina como tendo algum tipo de ação contra a
covid-19. “Temos evidências suficientes para saber que não há nenhum impacto para
pacientes hospitalizados com covid-19”, disse Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS
(Organização Mundial da Saúde).
Em janeiro de 2021, o próprio autor do trabalho que desencadeou a ideia de que a cloroquina
Cloroquina e poderia ser uma opção contra a doença do novo coronavírus, o médico francês Didier Raoult,
voltou atrás e admitiu a inutilidade do remédio para esse tipo de tratamento.

hidroxicloroquina
Entre os efeitos decorrentes do uso da cloroquina já registrados estão arritmia cardíaca,
complicações renais e comprometimento da saúde ocular. No Brasil, já se acumulam os casos
de pacientes de covid-19 que tiveram esse tipo de condição depois de ingerir o remédio, com
diversos casos de óbitos.

Já a hidroxicloroquina registrou efeitos como retinopatia, que pode resultar em vazamento do


líquido da retina, neuropatia, dormência e formigamento nos nervos do corpo, e alterações
cardíacas.
• O remédio é usado no tratamento de infecções por parasitas,
como piolhos, sarnas e lombrigas, entre elas a escabiose.

- Não há comprovação de eficácia contra a covid-19. Em julho de


2020, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rejeitou
a utilização do remédio na prevenção e tratamento da covid-19.

Ivermectina
Um estudo divulgado em janeiro de 2021, que teria apontado a
potencial eficácia do remédio, foi rechaçado por especialistas.
- Segundo eles, o trabalho contém erros metodológicos e falta de
revisão por pares. “É tão mal feito que não dá para tirar qualquer
conclusão, o que os próprios autores reconhecem no fim do
artigo.
- O próprio laboratório Merck, que fabrica a ivermectina, declarou
que não existem dados que comprovem qualquer resultado da
substância na prevenção da covid-19.
- A ivermectina pode causar tontura, vertigem, tremor, febre, dores
abdominais, dores de cabeça, coceira e queda brusca na pressão
sanguínea. Há casos de pessoas com covid-19 que morreram de
hepatite medicamentosa depois de tomar ivermectina.
• Antibiótico, a azitromicina costuma ser indicada no tratamento de
doenças respiratórias, como bronquite ou pneumonia, ou
sexualmente transmissíveis, como a gonorreia.
• Pesquisas apontaram que o medicamento não tem eficácia contra
a covid-19.
• A extensiva pesquisa Recovery, em que especialistas de
universidades britânicas como Oxford e King’s College Londres
testaram diversos tratamentos em pacientes do sistema de saúde
público do país, não conseguiu encontrar evidências de que o

Azitromicina remédio pode ajudar a deter a covid-19.


• Ela passou a integrar o kit de prevenção da covid-19 devido a seu
uso eficaz contra bactérias. Nesse sentido, segundo especialistas,
ele funcionaria bem como arma para evitar outras infecções em
um organismo enfraquecido pelo novo coronavírus, mas não
contra a covid-19 em si. Esse uso só deve acontecer mediante
prescrição médica.
• O remédio possui registro de efeitos adversos. Estes podem
incluir dor de cabeça, vômito, baixa da pressão arterial, dor
abdominal, diarréia e tontura.
Antiparasitário que atua em infecções virais causadas por rotavírus, por
parasitas como nematódeos, cestódeos, trematódeos (incluindo oxiúro,
lombriga, solitária) e por protozoário. Anitta é a marca de referência deste
remédio.

Não há eficácia comprovada, apenas estudos que precisam de mais


aprofundamento. Algumas publicações científicas internacionais já relataram
a eficácia da nitazoxanida junto com azitromicina em outros tipos de
coronavírus.

Nitazoxanida Uma pesquisa do Laboratório Nacional de Biociências, em Campinas (SP),


vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, indicou que a
nitazoxanida teria eficácia em pessoas na fase inicial da covid-19. O trabalho
foi questionado por especialistas pela falta de transparência em relação a
sua execução.

Além de causar alterações na cor da urina e do esperma por conta da


coloração de alguns de seus ingredientes, o remédio pode causar dor de
cabeça, enjoo e diarreia, entre outros efeitos.
Previne o surgimento da gripe comum e da gripe A, provocada pelo
vírus Influenza A H1N1.

Não há comprovação científica de que tenha eficácia contra a covid-


19. De acordo com infectologistas entrevistados pela Folha de

Tamiflu
S.Paulo, o uso do remédio fazia sentido no começo da pandemia
como maneira de separar pessoas infectadas por influenza de
doentes da covid-19. O jornal revelou que o Ministério da Saúde
gastou R$ 125 milhões em compras de Tamiflu.

As reações adversas mais comuns são náusea, vômito, dor e dor de


cabeça.
 
• A Associação de
Medicina Intensiva
Brasileira, a
Sociedade Brasileira
de Infectologia e a
Sociedade Brasileira
de Pneumologia e
Tisiologia publicaram,
em consenso, as
Diretrizes para o
Tratamento
Farmacológico da
COVID-19. 

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