Você está na página 1de 46

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas


E.R.V.A.S.

PLANTAS TÓXICAS
INTRODUÇÃO
Conhecimento antigo e usos diversos.

Grécia antiga, índios, farmaceutica.

Segundo dados do Sinitox (Sistema Nacional de


Informações Tóxico-Farmacológicas), cerca de 60%
dos casos de intoxicação por plantas tóxicas no Brasil
ocorrem com crianças menores de nove anos.

No Brasil os números parecem baixos. Segundo


dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), as
plantas ocupam o nono lugar, sendo responsáveis por
cerca de 2% dos casos de envenenamentos.
O QUE SÃO PLANTAS TÓXICAS?
São plantas as quais produzem substâncias capazes
de exercer ação tóxica sobre organismos vivos.

A ação tóxica.

Caladium bicolor Vent Coffea arábica L.


TOXICIDADE
Definição de tóxico.

Via de administração da droga vegetal;

Dosagem

Sensibilidade do indivíduo.
PRINCÍPIOS ATIVOS TÓXICOS
Como são produzidos?

Princípios ativos?

O metabolismo secundário

Funções a planta

Por que produzir princípios “tóxicos”
PRINCÍPIOS ATIVOS TÓXICOS

1. Diferentes partes de uma planta (raiz, caule, flores, frutos e


sementes) freqüentemente contêm diferentes substâncias químicas ou
diferentes concentrações de uma mesma substância;

2. A idade da planta e o estado de amadurecimento dos frutos


contribuem para a variação nas concentrações das substâncias;

3. Clima, solo e estação do ano alteram a síntese de alguns


compostos. Existem relatos de cultivares diferentes da mesma espécie
e variedade apresentando diferentes constituições de algumas
substâncias;
PRINCÍPIOS ATIVOS TÓXICOS
4. Variedades da mesma espécie podem apresentar
constituições químicas diferentes;

5. Patologias vegetais como ataques de fungos, ataques de


bactérias e até mesmo a predação por herbívoros, podem induzir o
vegetal a produzir substâncias que normalmente não produz;

6. Indivíduos diferentes apresentam diferentes taxas de


sensibilização a certos compostos vegetais;
ALGUMAS CLASSES DE PRINCÍPIOS ATIVOS TÓXICOS:


Proteínas Tóxicas
Defesa contra patógenos
ricina


Ácidos Orgânicos
Proteção contra herbivoria
Ácido Oxálico


Alcalóides
Auxiliam no crescimento; proteção
Alcalóides Tropânicos


Glicosídeos Cardiotônicos
ATUAÇÃO NO ORGANISMO
Proteínas tóxicas

Trato gastrintestinal

Ácidos Orgânicos

Estômago convergindo para os rins

Alcalóides

SNC

Glicosídeos Cardiotônicos

Musculos estriados (Cardiaco)
ALGUMAS PLANTAS TÓXICAS
AVELÓS
Família:Euphorbiaceae.

Nome científico:Euphorbia tirucalli L.

Nome popular: graveto-do-cão, dedo- do- diabo.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele


mucosas,edema (inchaço) de lábios,boca e língua, dor em
queimação e coceira; o contato com os olhos provoca
irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e
dificuldade de visão; a ingestão pode causar náuseas,
vômitos e diarréia.

Princípio ativo: látex irritante.


Avelós (Euphorbia tirucalli L.)
BELADONA
Família: Solanaceae

Nome científico: Atropa belladona L.

Nomes popular: beladona, cereja-da-loucura

Partes tóxicas: a planta toda, mas principalmente os


frutos, devido à facilidade de ingestão

Sintomas: boca seca, diminuição das secreções,


vermelhidão e secura da pele, hipertermia,
alucinações, câimbras.

Princípio ativo tóxico: alcalóides tropânicos


(atropina, escopolamina)
Beladona (Atroppa belladona)
BUCHINHA
Família :Cucurbitaceae

Nome científico:Luffa operculata Cogn.

Nome popular: buchinha-do-norte, buchina-paulista,


cabacinha

Parte tóxica: A planta toda.


Ação biológica: as cucurbitacinas apresentam ações
laxativas, hemolíticas,embriotóxicas e abortivas

Sintomas: aparecem cerca de 24 horas após a ingestão de


chás preparados com os frutos da planta. Náuseas, vômitos,
dores abdominais e dores de cabeça são os sintomas
primários. Posteriormente advêm hemorragias que podem
levar ao coma e à morte.

Princípio(s) tóxico(s): Isocucurbitacina B.


Buchinha (Luffa operculata Cogn.)
CHAPÉU-DE-NAPOLEÃO
Família: Apocynaceae.
Nome científico: Thevetia peruviana Schum.
Nome popular: jorro-jorro, bolsa-de-pastor.
Parte tóxica: todas as partes da planta.

Sintomas: Quadro semelhante à intoxicação por


digitálicos. Ingestão: dor/queimação, sialorréia, náuseas,
vômitos, cólicas abdominais,diarréia. Manifestações
neurológicas com cefaléia, tonturas, confusão mental e
distúrbios visuais. Distúrbios cardiovasculares: arritmias,
bradicardia, hipotensão. Contato ocular: fotofobia,
congestão conjuntival, lacrimejamento.

Princípio Ativo: Glicosídeos Cardiotóxicos


Chapéu de Napoleão (Thevetia peruviana Schum)
COMIGO-NINGUÉM-PODE

Família: Araceae.

Nome científico: Dieffenbachia picta Schott.

Nome popular: comigo-ninguém-pode, aninga-do-Pará.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Sintomas: a ingestão e o contato podem causar


sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios,
boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação
abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato com
os olhos pode provocar irritação e lesão da córnea.

Princípio ativo: oxalato de cálcio, saponinas.


comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schott.)
COPO-DE-LEITE

Família: Araceae.

Nome científico: Zantedeschia aethiopica Spreng.

Nome popular: copo-de-leite.

Parte tóxica: todas as partes da planta

Sintomatologia: a ingestão e o contato podem causar


sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca
e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante,
dificuldade de engolir e asfixia; o contato com os olhos
pode provocar irritação e lesão da córnea.

Princípio ativo: oxalato de cálcio.


Copo de leite (Zantedeschia aethiopica Spreng.)
COROA-DE-CRISTO

Família: Euphorbiaceae.

Nome científico: Euphorbia milii L.

Nome popular: coroa-de-cristo.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Sintomas: a seiva leitosa causa lesão na pele e


mucosas, edema (inchaço) de lábios, boca e língua,
dor em queimação e coceira; o contato com os olhos
provoca irritação, lacrimejamento, edema das
pálpebras e dificuldade de visão; a ingestão pode
causar náuseas, vômitos e diarréia.

Princípio ativo: látex irritante.


Coroa de cristo(Euphorbia milii L.)
ESPIRRADEIRA

Família: Apocynaceae.

Nome científico: Nerium oleander L.

Nome popular: oleandro, louro rosa.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Sintomas: a ingestão ou o contato com o látex podem


causar dor em queimação na boca, salivação,
náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais,
diarréia, tonturas e distúrbios cardíacos que podem
levar a morte.

Princípio ativo: glicosídeos cardiotóxicos


Espirradeira (Nerium oleander L.)
MAMONA

Família: Euphorbiaceae.

Nome científico: Ricinus communis L.

Nome popular: carrapateira, rícino, mamoeira, palma-


de-cristo, carrapato.

Parte tóxica: sementes.

Sintomas: a ingestão das sementes mastigadas


causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarréia
mucosa e até sanguinolenta; nos casos mais graves
podem ocorrer convulsões, coma e óbito.

Princípio ativo: toxalbumina (ricina).


Mamona (Ricinus communis L.)
PINHÃO-ROXO

Família: Euphorbiaceae.

Nome científico: Jatropha gossypiifolia

Nome popular: pinhão-de-purga, pinhão-paraguaio,


pinhão-bravo, pinhão, pião, pião-roxo, mamoninho,
purgante-de-cavalo.

Parte tóxica: folhas e frutos.

Sintomas: a ingestão do fruto causa náuseas,


vômitos, cólicas abdominais, diarréia mucosa e até
sanguinolenta, dispnéia, arritmia e parada cardíaca.

Princípio ativo: toxalbumina (curcina).


Pinhão roxo (Jatropha gossypiifolia .)
Pinhão roxo (Jatropha gossypiifolia .)
MANDIOCA-BRAVA
Família botânica: Euphorbiaceae

Nome ciêntífico: Manihot esculenta Crantz

Nomes populares: mandioca-brava, mandioca-


mulatinha, mandioca-preta, manipeba.

Partes tóxicas: folhas e cascas das raízes

Sintomas: vômitos, diarréia, sonolência, dores


abdominais, convulsões musculares, torpor e coma

Princípio ativo tóxico: glicosídeo cianogênico, que


interfere na condução de oxigênio para as células.
.
Mandioca brava (Manihot esculenta Crantz)
TROMBETA DE ANJO

Família: Solanaceae.

Nome científico: Datura suaveolens L.

Nome popular: trombeta, trombeta-de-anjo,


trombeteira, cartucheira, zabumba.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Sintomas: a ingestão pode provocar boca seca, pele


seca, taquicardia, dilatação das pupilas, rubor da face,
estado de agitação, alucinação, hipertermia; nos casos
mais graves pode levar a morte.

Princípio ativo: alcalóides beladonados (atropina,


escopolamina e hioscina).
Trombeta de Anjo (Datura suaveolens L.)
TINHORÃO

Nome científico: Caladium bicolor Vent.

Nome popular: tajá, taiá, caládio

Família: Aráceas.

Parte tóxica: todas as partes da planta.

Sintomas: a ingestão e o contato podem causar


sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios,
boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação
abundante, dificuldade de engolir e asfixia; o contato
com os olhos pode provocar irritação e lesão da
córnea.

Princípio ativo: oxalato de cálcio.


Tinhorão (Caladium bicolor Vent.)
CICUTA

Família botânica: Apiaceae

Nome ciêntífico: Conium maculatum L.

Nomes populares: cicuta, funcho-selvagem

Partes tóxicas: folhas, caule, raízes, sementes e frutos


não maduros

Sintomas: as intoxicações com esta planta são mais


comuns em animais. São eles: náuseas, vômitos, e às
vezes com sangue; vertigens, distúrbios neurológicos,
confusão mental, paralisia e coma.

Princípio ativo tóxico: alcalóides (coniina, coniceína)


Cicuta (Conium maculatum L.)
PLANTAS TÓXICAS NA
HISTÓRIA
Histórico

Sócrates e a cicuta

Beladona

Índios e o curare
USO DE PLANTAS TÓXICAS
ATUALMENTE
Catharantus roseus
Estes foram os primeiros medicamentos eficazes no
combate a leucemia.

•Vimblastina = Velban
•Vincristina = Oncovin
MEDIDAS PREVENTIVAS
1 - Mantenha as plantas toxicas fora do alcance das crianças e dos animais
domésticos.

2 - Procure identificar se possui plantas tóxicas em sua casa e arredores, buscando


informações como nome e características.

3 - Oriente as crianças para não colocar plantas na boca e nunca utilizá-las como
brinquedos (fazer comidinhas, tirar leite, etc.).

4 - Não utilize remédios ou chás caseiros com plantas sem orientação


especializada.

5 - Evite comer folhas, frutos e raízes desconhecidas. Lembre-se de que não há


regras ou testes seguros para distinguir as plantas comestíveis das venenosas.
Nem sempre o cozimento elimina a toxicidade da planta.

6 - Tome cuidado ao podar as plantas que liberam látex, pois elas podem provocar
irritação na pele e principalmente nos olhos. Evite deixar os galhos em qualquer
local onde possam atrair crianças ou animais. Quando estiver mexendo com plantas
venenosas use luvas e lave bem as mãos após esta atividade.

7 - Cuidados especiais também devem tomados com os animais domésticos.


Animais filhotes e adultos muito ativos têm uma grande curiosidade por objetos
novos no meio em que vivem e notam logo quando há um vaso diferente em casa
ou uma planta estranha no jardim.

Você também pode gostar