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O livro de Jó e o
restante da Bíblia
Texto básico Jó 30.20-26; Salmo 60.1-5

Versículo-chave Tiago 5.11


“Eis que temos por felizes os que perseveraram
firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes
que fim o Senhor lhe deu...”

Alvo da lição
Ao estudar esta lição, você vai perceber que,
não obstante a pouca menção do livro de Jó
ao longo da Bíblia, o ensino nos poucos textos
que examinaremos está em harmonia com o restante
e o enriquece.
O aluno será capaz de

Saber identificar a importância que as Escrituras


dão ao livro de Jó;
aprender que o livro de Jó é relevante para
várias áreas da vida e do ministério;

Sentir valorizar os ensinos que o livro de Jó


apresenta, especialmente para lidarmos com
o sofrimento;
O aluno será capaz de

Agir ter postura diferente diante do sofrimento


próprio ou alheio depois dos aprendizados no
livro de Jó.
Introdução

Concluímos a lição anterior citando o apóstolo


Paulo. Mas ele não citou Jó. A única citação de Jó
no Novo Testamento se encontra em Tiago 5.11, e
as únicas no Velho Testamento em Ezequiel 14.14,
20. Então, como estudar a relação entre Jó e o
resto da Bíblia? Naturalmente começaremos com
as citações que temos.
Introdução
Depois observaremos o quanto o ensino em Jó
está em harmonia com o ensino de toda a Bíblia.
Porém, uma ressalva importante. Para detectar
estes fios comuns a Jó e as Escrituras em geral,
seria preciso ler todo o livro de Jó. Não basta se
limitar ao primeiro e último capítulo – como
tantos fazem. O tesouro está no miolo e não
somente no final feliz de uma tragédia pessoal.
I. Citações do livro de Jó na Bíblia
1. As referências no Antigo Testamento
Em Ezequiel 14.14,20, o profeta está advertindo o
povo de Deus acerca do pecado da idolatria e o
juízo certo de Deus contra os praticantes (Ez 20.
6-13). Nem a presença de Noé, de Daniel e de Jó
evitaria o castigo divino, pois, “pela sua justiça,
salvariam apenas a sua própria vida” (Ez 14.14).
I. Citações do livro de Jó na Bíblia
2. A referência no Novo Testamento
Em Tiago 5.11, Jó é citado como exemplo da
perseverança que deveria marcar a vida cristã.
Notamos que:
• a perseverança é o caminho para a felicidade;
I. Citações do livro de Jó na Bíblia
• para Tiago, a perseverança de Jó é notória.
Embora impaciente com as “explicações” dos
amigos, Jó perseverou na grande meta de não
perder a fé em Deus, mesmo em meio às
aflições;
• foi o Senhor que agiu, livrando Jó dos
sofrimentos.
II. Jó e a realidade, e atividade de
Satanás
Em Jó fica claro que:
• Satanás age somente com a permissão de
Deus: Jó 1.6-12; 2.1-7. Deus não é o autor do
mal (Dt 32.4; Tg 1.17);
• o próprio Jó entendeu que “Deus o cercou de
todos os lados” ( Jó 3.23), isto é, não foi
Satanás que o prendeu e o prejudicou.
II. Jó e a realidade, e atividade de
Satanás
Em Jó fica claro que:
• Satanás tem prazer em ver o povo de Deus
voltando atrás e negando o seu Senhor (1.11).
Satanás é o “acusador de nossos irmãos, o
mesmo que os acusa de dia e de noite, diante
do nosso Deus” (Ap 12.10). Acusa a fim de
derrubar-lhes a fé.
III. Jó em perspectiva missionária
É fácil esquecer que Jó e seus amigos não
pertenciam ao povo de Israel; que o livro nada diz
sobre a escolha de Abrão, a saída do Egito, o
sistema sacrificial, os grandes profetas do Antigo
Testamento... A mensagem missionária do livro é
clara: Deus age fora das fronteiras de Israel!
IV. Jó em perspectiva pastoral
Conforme vimos em lições anteriores, a
mensagem dos amigos de Jó se resume a isto: “Jó,
o fato de você estar sofrendo tanto é prova de que
você é um grande pecador”. E, até hoje, muitos
cristãos alegam que a ausência de prosperidade
material é sinal da desaprovação divina.
V. Jó em perspectiva pessoal
É salutar lembrar quanto os amigos de Jó eram
bem-intencionados – e totalmente enganados –
em suas conclusões legalistas embora
(aparentemente) ortodoxas, e como eram cruéis
em suas atitudes negativas. Além de nos ensinar a
lidar com a nossa própria dor, levando-a a Deus
em oração perseverante, o livro de Jó nos ensina a
ajudar outros em seus sofrimentos.
Conclusão
O livro de Jó não se parece com uma planta
exótica no jardim da Bíblia toda – estranho, lindo,
mas sem relação com o resto. Também não é um
tratado acadêmico sobre a Teologia do Sofrimento
ou coisa parecida. É o relato pessoal de um
simples ser humano que lutou para entender os
caminhos de Deus.
Conclusão
De um Deus que Se recusa a responder às
perguntas angustiantes, que não pede perdão
pelo incômodo causado ou pela demora em
reagir, que Se recusa a explicar a conversa de
Jó 1.6-7 e as decisões tomadas ali. De um Deus
soberano e bom, que deseja somente que Jó se
curve perante Ele. Ter fé no Deus da Bíblia é assim
mesmo.

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