Execução Faculdade Carajás Direito Processual Civil IV Docente:Joana Lima
Marabá. Orla do Rio Tocantins.
2018. A competência na execução “A competência é exatamente o resultado de critérios para distribuir entre vários órgãos as atribuições relativas ao desempenho da jurisdição. (...) É o âmbito dentro do qual o juiz pode exercer a jurisdição” (Fredie Didier Jr.) Competência na execução do título executivo judicial: Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. Art. 109, X, CF/1988: Apesar do STJ ser o órgão competente para homologar a sentença estrangeira, a execução será realizada pela Justiça Federal. Competência na execução do título executivo extrajudicial: Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. Competência para deliberação dos atos executivos Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá. § 1o O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana. § 2o Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará. § 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes. § 4o A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo. § 5o O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial. Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento. Jurisprudência do STJ: A inscrição indevida em cadastro de inadimplentes pode gerar responsabilidade civil por danos morais. Competência internacional As regras sobre a homologação de sentenças e decisões interlocutórias estrangeiras constam nos arts. 960 a 965 do CPC/2015.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
(...) § 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação para serem executados. § 3o O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação. Questão de concurso - CESPE Questão de concurso - FUNDEP As partes no processo de execução O NCPC adotou a nomenclatura de exequente (autor) e executado (réu).
Os termos credor e devedor são utilizados para referir-
se à situação material do título executivo. Legitimação ativa REGRA GERAL: “A execução deve ser promovida pela pessoa que que no título executivo figurar como credor e deve sê-lo contra a pessoa que no mesmo título tiver a posição de devedor” (José Alberto dos Reis). Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. (legitimidade ativa ordinária originária).
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir,
em sucessão ao exequente originário:
I o Ministério Público, nos casos previstos em lei; (legitimidade
ativa extraordinária). Ex.: Ação Popular; Direito do Consumidor: execução de processo coletivo e em processo de ACP; Ação Civil Pública. II o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; (legitimidade ativa derivada)
III o cessionário, quando o direito resultante do título executivo
lhe for transferido por ato entre vivos; (legitimidade ativa derivada) arts. 286 a 298, CC. (Direito Civil III – obrigações).
IV o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou
convencional (legitimidade ativa derivada) arts. 346 e 347, CC. (Direito Civil III – obrigações). § 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado. O caput e inciso I tratam de legitimação originária.
Os demais incisos do §1º são de legitimação
derivada, que corresponde às situações formadas posteriormente à criação do título e que se verificam nas hipóteses de sucessão mortis causa ou inter vivos. Outros legitimados O advogado: A lei nº 8.906/1994 legitima o advogado a executar, em nome próprio, a sentença proferida em favor do seu constituinte, na parte que condenou o adversário ao ressarcimento dos gastos de honorários advocatícios.
O ofendido: a vítima não figura no polo ativo ou
passivo do processo criminal, mas pode executar a indenização pelos danos que sofreu, após devida liquidação da sentença, em juízo cível. Assim como no processo de conhecimento, o exequente deve:
I. Ser capaz, ou estar representado de acordo com a lei
civil por pai, tutor ou curador (relativamente incapazes – art. 4º, CC); II. Outorgar mandato a advogado. Legitimação passiva Art. 779. A execução pode ser promovida contra: I o devedor, reconhecido como tal no título executivo; (legitimidade passiva originária)
II o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; (legitimidade
passiva derivada). Sucessão devido morte ou sucessão de empresa: fusão, incorporação ou cisão. Casos de desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 137 do CPC).
III o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a
obrigação resultante do título executivo; (legitimidade passiva derivada) IV o fiador do débito constante em título extrajudicial; (legitimidade passiva derivada) art. 1647, do CC (cônjuge não pode, sem autorização do outro, prestar fiança ou aval).
Súmula 332 d STJ: A fiança prestada sem autorização de um
dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. V o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; (legitimidade passiva derivada) Garantia real: hipoteca, penhor ou anticrese. O BEM dado como garantia que será penhorado. A responsabilidade dessa pessoa só é no valor desse bem.
VI o responsável tributário, assim definido em lei.
Arts. 128 a 138 do CTN. O empregador pode ser executado por danos causados pelo empregado? O empregador responde objetivamente pelos danos causados pelo empregado no exercício de suas atividades. A vítima pode ajuizar ação de ressarcimento em face do empregado, do empregador ou de ambos, em litisconsórcio facultativo.
Se o empregador não figurar no polo passivo da ação de
ressarcimento que cria título executivo judicial reconhecendo a obrigação, não poderá ser executado. Caso figure no polo passivo, o empregador poderá ser executado. Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Ex.: João possui 4 cheques e 2 notas promissórias assinadas
por um mesmo devedor, ele poderá ajuizar um só processo de execução, já que seguem o mesmo rito processual e o mesmo juízo é competente. A legitimação passiva pode ser dividida em:
I. Devedores originários, segundo a relação obrigacional de
direito substancial: “devedores” definidos pelo próprio título; II. Sucessores do devedor originário: espólio, herdeiros ou sucessores, bem como o “novo devedor”; III. Apenas responsáveis (e não obrigados pela dívida): o “responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito” e o “responsável tributário”. Dívida x Responsabilidade A dívida tem caráter pessoal, a responsabilidade tem caráter patrimonial.
Sempre que o responsável não for o primitivo
obrigado, o credor terá que provar a responsabilidade do executado, já que o processo de execução não apresenta, em seu curso, uma fase probatória, e só pode ser aberto mediante demonstração prévia de direito líquido, certo e exigível do promovente contra o executado. No cumprimento de sentença, nem sempre o réu é o executado, visto que o autor pode decair do seu pedido e ser condenado aos efeitos da sucumbência (custas e honorários advocatícios).
No caso de título executivo extrajudicial, sempre será
legitimado passivo aquele que figurar no documento negocial como devedor. Espólio e sucessores Espólio: enquanto não se ultima a partilha e não se fixa a parcela dos bens que tocará a cada herdeiro ou sucessor, o patrimônio do de cujus apresenta-se como uma universalidade que é tida como uma unidade suscetível de estar em juízo, ativa e passivamente.
Herdeiros: A penhora só pode alcançar bens que o
herdeiro tenha recebido do autor da herança, salvo se tiver havido alienação, hipótese em que serão alcançados outros bens do sucessor até a proporção da cota hereditária. Sucessão entre empresas Nos casos de incorporação, fusão e cisão de empresas há transferência universal de direitos e obrigações. Tal como o espólio e os herdeiros, as empresas sucessoras podem ser executadas pelas dívidas constantes de títulos executivos de responsabilidade das empresas extintas ou sucedidas.
Assim como na herança, observa-se o limite do
patrimônio absorvido pela empresa sucessora. Requisitos da execução 1. O título executivo; 2. O inadimplemento do devedor;
Inadimplemento absoluto x mora:
No caso de mora, o devedor está resistindo a pagar no tempo certo, mas ainda é possível solver a dívida, com juros e correção monetária. Já o inadimplemento absoluto ocorre quando já não é mais possível solver a dívida, e então será convertida em perdas e danos. Tempo no cumprimento de obrigações Se a obrigação é a termo, isto é, tem data certa de vencimento, no primeiro dia posterior poderá ser ajuizada ação de execução caso não foi cumprida.
Se a obrigação não tem data certa de vencimento, é
preciso notificar o devedor da mora. Lugar do cumprimento da obrigação Regra: domicílio do devedor.
Caso as partes tenham convencionado, no lugar onde
acordaram. Prova do pagamento A prova do pagamento caberá sempre ao devedor, já que não é possível ao credor fazer prova negativa.