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LEI 9.455/1.

997 – LEI DE TORUTURA


Define os crimes de tortura e dá outras providências.
CONSTITUI TORTURA:
1. Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou
mental.

2. Tortura Castigo/Pena: Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de
violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo. (Crime Bi-próprio, pois exige condições específicas do
Sujeito Ativo e também do Passivo).

3. Tortura Carcerária: Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de
segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou
não resultante de medida legal.

PENA: R28 → Reclusão, de 2 a 8 anos.


4. Tortura Omissão/Imprópria/Atípica/Anômala: Aquele que se omite em face dessas condutas,
quando tinha o dever jurídico de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de 1 a 4 anos.

NÃO É CRIME HEDIONDO, mas é CRIME PRÓPRIO. Tortura como um todo é um


CRIME FORMAL. Exclusivamente nesse caso, cabe: Indulto, Fiança, Anistia ou Graça.

PENA: D14 → Detenção, de 1 a 4 anos. (Regime Aberto ou Semiaberto)


5. Tortura Qualificada: Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de
reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

PENA: R410 → Reclusão, de 4 a 10 anos.


PENA: R816 → Reclusão, de 8 a 16 anos.

Tortura Lesão Grave ou Gravíssima/Morte


DOLO CULPA

PRETERDOLO (Dolo seguido de culpa)


O Dolo tem que ser Tortura, pois se for Dolo em matar, se enquadra
em Homicídio, enquanto que as lesões podem ter ou não Preterdolo.

Previsão Constitucional - Artigo 5; Inciso XLIII:


A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da Tortura, o
Tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o Terrorismo e os definidos como Crimes Hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

3T (Tráfico, Terrorismo e Tortura) + Crimes Hediondos: São inafiançáveis (SEM fiança) e


insuscetíveis de graça ou anistia, ou seja, NÃO “perdoáveis”.
Respondem: Mandantes, Executores e os que Omitirem.
A TORTURA/TORTURADOR VISA:
I. OBTER: Informação Da vítima ou de terceira pessoa.

Declaração Tortura Confissão / Persecutória / Prova /


Probatória / Institucional ou Inquisitorial
Confissão

Não exclusivo a Agente Público; abrange todos os cidadãos.

NÃO precisa ser NECESSARIAMENTE de natureza criminosa.

Para ser Tortura, a


II. PROVOCAR: Ação ou Omissão De natureza criminosa. Violência/Grave Ameaça
deve ter um fim
Tortura Crime / Meio específico, os quais estão
especificados ao lado.

III. RAZÃO DE: Discriminação Racial Tortura Preconceituosa


Religiosa ou Discriminatória

A Tortura NÃO absorve NECESSARIAMENTE o Abuso de Autoridade (pode, ou não absorver):


De modo que, geralmente a violência praticada na tortura já seria o Abuso de Autoridade então, nesse
caso a Tortura absorve o Abuso de Autoridade. Ou quando há a tortura para obter confissão e
posteriormente, há a prisão ilegal, nesse caso houve a separação dos crimes em 2 situações:
1- Torturar para obter a confissão e; 2- Prisão ilegal.
Assim, um não é meio para o outro, logo não há o Princípio da Consunção/Absorção (um crime menor
faz parte de um delito maior e, por isso, ele será julgado como parte do delito maior, e não como um
crime em separado. O Crime Fim absorve o Crime Meio).

Tortura Castigo (Artigo 1; Inciso II) Maus Tratos (Código Penal: Artigo 136)

 Ânimo de Sadismo (Satisfação, prazer com a  Ânimos Corrigentes (Ius Corrigendi →


dor alheia); Direito de Corrigir/Exercer a Correção
Moderada);
 Intuito de causar dor, intenso sofrimento físico
ou mental, mediante violência ou grave ameaça;  Expõe a perigo a vida ou saúde;

 Forma de punição/castigo ou medida de caráter  Com o fim de educação, ensino, tratamento ou


preventivo; custódia.

 Privação de alimentação ou cuidados


indispensáveis

 Sujeição a trabalho excessivo ou inadequado;

 Abuso/exagero dos meios de correção ou


disciplina;
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MAJORANTES → Causas de Aumento de Pena: De 6 a 3
Deficiente físico;
Sujeito Passivo (Vítima):
Idoso (maior de 60 anos);
Criança;
Adolescente ou
Gestante.

Automaticamente
Sujeito Ativo (Torturador): Agente Público Perda do cargo, função ou emprego
público e a proibição de ingressar em
futuros cargos públicos pelo dobro do
prazo da pena aplicada.
Mediante: Sequestro
NÃO se aplica, caso o Sujeito Ativo
REVOGADO Artigo 233 da Lei 8.069/1.990 (ECA): seja funcionário público, pois
O Artigo 233 do ECA foi revogado logo no surgimento configuraria Bis In Idem (Não se deve
da Lei de Tortura uma vez que a mesma, já traz a aplicar 2 penas para uma falta).
tipificação de todas as formas de tortura.

SOBRE A LEI: Lei nascida/introduzida através de Mandado Expresso Constitucional de


Criminalização. Portanto torna-se obrigatório mediante a Constituição Federal a punição e
condenação de Tortura como crime.

CRIME DE TORTURA É PRESCRITÍVEL: Após um determinado período de tempo, o Estado perde


o direito de punir o indivíduo que cometeu o crime.
 Tem Natureza Hedionda ou pode ser Equivalente/Equiparado a Crime Hediondo.

Extraterritorialidade Específica: Crime de Tortura

Vítima Brasileira

Tortura Extraterritorial Aplica-se o disposto


OU nesta Lei.

Sujeito Ativo estando


Extraterritorialidade
em local sob jurisdição
Incondicional
Brasileira.

Âmbito Nacional: Crime Próprio (Próprio de agentes públicos) /


Comum (Comum a todas as pessoas); Prescritível.

LEI DE TORTURA
Âmbito Internacional: Crime Próprio (Próprio de agentes públicos);
Imprescritível (O Estado não perde o poder de julgar independente de
quanto tempo se passe desde o caso concreto do crime).
Tortura Qualificada por Morte Homicídio Qualificado por Tortura

 Há a intenção de torturar, porém não  A intenção do agente é eliminar a vida da


intencionalmente a vítima vem a óbito por vítima (“animuns necandi”) por meio da
exagero do Sujeito Ativo; tortura. Ou seja, o agente quer matar a vítima,
mas deseja que ela tenha um intenso
 NÃO há intenção de matar a vítima; sofrimento antes de morrer;

 Morte é resultado não intencional;  A tortura se torna um meio de execução do


homicídio e não um fim em si mesma;
 DOLO: Tortura CULPA: Morte
 A intenção e objetivo é a MORTE DA
VÍTIMA;

 O agente usa a tortura como um meio para


alcançar esse objetivo;

 DOLO: Morte

SÚMULA Nº 192 STJ: Compete ao juízo das Execuções Penais


do Estado a execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça
Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos
sujeitos à Administração Estadual.

Ou seja:
1. Se for recolhido na Justiça Federal, competência do Juízo
Federal.
2. Recolhido na Justiça Estadual, competência do Juízo Estadual.

Cumprimento da Pena em Regime Fechado, EXCETO TORTURA POR OMISSÃO


+2
Livramento Condicional: Somente após o cumprimento de da pena.
3
Reincidente específico em Crimes Hediondos ou Equiparados, perde o direito.
Ou quando tais delitos virem acompanhado de resultado Morte.

Válido para reincidentes em crimes comuns. Para Crimes Hediondos ou Crimes Equiparados a
eles se, e somente se, não for reincidente.

ATENÇÃO: STF julgou inconstitucional e afastou a obrigatoriedade de se iniciar a pena em


Regime Fechado unicamente pelo crime ser considerado Hediondo ou Equiparado a Hediondo.

SÚMULA Nº 698 STF: Estabelece que a Progressão de Regime Prisional prevista para o Crime de
Tortura NÃO se aplica aos demais Crimes Hediondos. Isso significa que, mesmo que um indivíduo
condenado por tortura possa progredir de regime prisional, essa possibilidade não se estende
automaticamente a indivíduos condenados por outros crimes hediondos. Cada Crime Hediondo tem suas
próprias regras e requisitos para a Progressão de Regime Prisional.

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