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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

DEPARTAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO

GRS 129
ATERRO SANITÁRIO
COLOCAÇÃO DO PROBLEMA
TIPOS DE ATERROS E LEGISLAÇÃO VIGENTE

Prof. DSc. André G. C. Ribeiro


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INTRODUÇÃO

RESÍDUOS SÓLIDOS = PROBLEMA MUNDIAL


Processo de urbanização

Aumento populacional

Industrialização
Periculosidade dos novos resíduos

Estilo da produção descartável


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Classificação dos Resíduos Sólidos (NBR 10004)

Categoria Característica

  Apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente,


Classe I caracterizando-se por possuir uma ou mais das seguintes
(perigosos) propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade
e patogenicidade. Ex.: Metais pesados e solventes.
Classe II-A Podem ter propriedades como: combustibilidade, biodegrabilidade
(não-inertes) ou solubilidade, porém, não se enquadram como resíduo I ou II-B.
Ex.: Matéria orgânica, produtos celulósicos, madeira, etc.

Classe II-B Não têm constituinte algum solubilizado em concentração superior ao


(inertes) padrão de potabilidade de águas. Ex.: Rochas, tijolos, vidros, etc.

Aterros sanitários só recebem resíduos Classe II.


Não são preparados para resíduos Classe I.
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DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


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Disposição Final

No Brasil existem basicamente três tipos de


disposição final dos resíduos:

• Lixão

• Aterro Controlado

• Aterro Sanitário
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DISPOSIÇÃO FINAL DE RSU NO BRASIL POR TIPO DE


DESTINAÇÃO (T/DIA)

Fontes: Pesquisas ABRELPE 2015


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Quantidade de Municípios por Tipo de Disposição


Final Adotada – 2015

Prof. DSc. André Ribeiro


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Disposição Final
Lixões
• Lançamento de resíduos no solo, sem medidas de proteção
ambiental ou à saúde pública;

• Facilita a proliferação de vetores (moscas, baratas, ratos, etc);

• Não evita a geração de odores indesejáveis;

• Não evita a poluição do solo, águas superficiais e subterrâneas


pelo lixiviado;

• Não há controle dos tipos de resíduos encaminhados ao local.


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“LIXÃO” OU VAZEDOURO A CÉU ABERTO


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Disposição Final
Aterros
Tratamentos do "lixo" urbano gera rejeitos

Aterro Resíduos e rejeitos sem valor


econômico

Racionalizar o uso dos aterros para aumentar a sua vida útil


Minimizar, reciclar e reaproveitar
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ATERRO CONTROLADO
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ATERRO SANITÁRIO
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Disposição Final
Classificação dos aterros

Forma de disposição Técnica de operação

aterros em depressão
aterros de rejeitos
aterro controlado de rampa
aterro energético aterros de superfície de área
aterro sanitário de trincheira
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Forma de Disposição

Aterro de rejeito:

Aterramento simples. Recebe rejeito e


materiais inertes de um processo prévio de
tratamento.

Aterro controlado:
Disposição do "lixo" bruto no solo com
recobrimento diário no término de todo
trabalho.
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Forma de Disposição

Aterro energético : construído dentro dos


princípios do aterro sanitário, porém com
modificações que permitam maior geração
de gás e seu aproveitamento como fonte de
energia.
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Técnica de Operação

Os aterros são diferenciados basicamente pelas formas


construtivas e operacionais adotadas.

1 – Acima na cota natural do terreno: Este método


consiste na formação de camadas de resíduos
compactados, que são sobrepostas acima do nível
original do terreno.

CONFIGURAÇÕES TÍPICAS DE "ESCADA“ OU DE


"TRONCO DE PIRÂMIDE"
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Técnica de Operação

1 – Acima na cota natural do terreno:

• Método da Rampa : Quando o terreno onde será


implantado o aterro apresenta topografia
acidentada;
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Técnica de Operação
ATERRO EM RAMPA Os resíduos são descarregados junto à
base de um desnível já existente, sendo
em seguida compactados por um trator
de esteiras.
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ATERRO EM RAMPA
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Técnica de Operação

1 – Acima na cota natural do terreno:

• Método da Área : Empregado geralmente em locais


de topografia plana e lençol freático raso.
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Técnica de Operação
ATERRO EM ÁREA os resíduos são amontoados e
compactados, formando uma elevação
do formato de um tronco de pirâmide,
que posteriormente, é coberta com solo.
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ATERRO EM ÁREA
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Técnica de Operação

2 – Abaixo do Nível Original do Terreno:

Os aterros sanitários podem também ser construídos


abaixo do nível original do terreno, aproveitando
escavações já existentes ou preenchendo valas
especialmente escavadas para o recebimento de
resíduos.

Pode-se optar pela escavação de valas


especialmente projetadas para o aterramento de
resíduos – “VALAS OU TRINCHEIRAS”
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Técnica de Operação

2 – Abaixo do Nível Original do Terreno:

• Método de Vala ou Trincheiras : Empregado para


terrenos que sejam planos ou poucos inclinados, e
onde o lençol freático esteja situado a uma
profundidade maior em relação à superfície.
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Técnica de Operação
ATERRO EM VALAS Os resíduos são dispostos e
compactados em valas ou trincheiras, na
qual o material escavado serve para
cobertura dos resíduos.
Somente deve ser utilizado nas seguintes situações:
• Quando há interesse na formação de um excedente de solo;
• Quando não se deseja alterar a topografia original do terreno;
• Quando se pretende construir outras camadas de resíduos acima
das valas já aterradas, permitindo um melhor aproveitamento da
área;
• Quando se deseja aterrar resíduos especiais, seja pelo seu estado
físico, seja pela sua composição química ou biológica, que pode
torná- los perigosos à saúde pública e ao meio ambiente.
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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS


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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS

As dimensões da trincheira depende da quantidade de


resíduos a ser aterrada e da vida útil desejada.

Por sua vez, as dimensões da trincheira definirão os


métodos construtivos, a forma de operação e os
equipamentos a serem utilizados, além, obviamente,
dos custos da obra.

• TRINCHEIRAS DE GRANDES DIMENSÕES

• TRINCHEIRAS DE PEQUENAS DIMENSÕES


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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS

TRINCHEIRAS DE GRANDES DIMENSÕES

• Após a compactação, os resíduos são cobertos com uma


fina camada de solo, como nos aterros anteriormente
descritos.

• Para a cobertura dos resíduos, geralmente, é utilizado o


material resultante da escavação da própria trincheira,
que permanece estocado nas mediações.

• Com a sobreposição de camadas, tem-se o


preenchimento total da trincheira, que deve devolver ao
terreno a sua topografia inicial.
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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS

TRINCHEIRAS DE GRANDES DIMENSÕES


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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS

TRINCHEIRAS DE PEQUENAS DIMENSÕES

Problema dos municípios de pequeno porte.

• Escassos recursos financeiros para a construção de


aterros sanitários;

• Disponibilidade de equipamento para a sua operação.

• Muito utilizado como técnica de operação para aterros


de rejeitos (aterros sanitários de pequeno porte).
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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS

TRINCHEIRAS DE PEQUENAS DIMENSÕES


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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS


TRINCHEIRAS DE PEQUENAS DIMENSÕES
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ATERRO EM VALAS OU TRINCHEIRAS


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Aterro Sanitário segundo a definição (NBR 8419):

• Técnica de disposição de resíduos sólidos no


solo;
• Sem danos à saúde pública;
• Minimiza impactos ambientais;
• Utiliza princípios de engenharia;
• Confina resíduos à menor área com menor
volume possível;
• Cobertura de solo ao final da jornada ou a
intervalos menores.
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ATERRO SANITÁRIO

• Além de respeitar os aspectos locacionais definidos


pela DN 118, este método de disposição final dos
resíduos deve contar com todos os elementos de
proteção ambiental:

 sistema de impermeabilização de base e laterais;


 sistema de recobrimento diário e cobertura final;
 sistema de coleta e drenagem de líquidos percolados;
 sistema de coleta e tratamentos dos gases;
 sistema de drenagem superficial;
 sistema de tratamento de líquidos percolados;
 sistema de monitoramento.
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ATERRO SANITÁRIO
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Licenciamentos
Os trâmites para licenciamento do aterro devem obedecer os seguintes
passos:
• Estudo de três áreas possíveis para implantação do futuro aterro;
• Seleção e indicação de uma das três áreas estudadas;
• Elaboração do EIA e acompanhamento pelo órgão estadual; Poderá ser
• Elaboração do RIMA; RCA
• Audiência Pública;
• Obtenção da Licença Prévia (Aterro);
• Elaboração do projeto executivo de engenharia;
• Análise e aprovação pelo órgão estadual competente;
• Obtenção da Licença de Instalação (LI);
• Implantação do aterro;
• Obtenção da Licença de Operação (LO).

A Licença de Operação deverá ser renovada anualmente.


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Aterro Sanitário
• NBR 1264 - Armazenamento de resíduos Classe II-A e Classe II-B

• NBR 13896 - Aterro de Resíduos não Perigosos: Critérios para projeto,


implantação e operação.

• NBR 10157 - Aterros de resíduos perigosos – Critérios para projeto, construção e


operação.

• NBR 8418 - Apresentação de Projetos de Aterros de Resíduos industriais


perigosos

• NBR 8419 - Apresentação de Projetos para Aterros Sanitários de RSU

• NBR 8849 - Apresentação de Projetos para Aterros Controlados de RSU

• NBR 15849 - Aterros sanitários de pequeno porte

• DN 118 – Estabelece novas diretrizes para adequação da disposição final de


resíduos sólidos urbanos no Estado de MG.
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ATERRO SANITÁRIO
NBR 8419

Licenciamento Ambiental
RCA ou EIA/RIMA

- Memorial Descritivo
- Memorial Técnico
- Cronograma de Execução
- Estimativa de Custos
- Desenhos
- Anexos (opcional)
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Memorial Descritivo
Informações cadastrais:
• qualificação da entidade responsável pelo aterro;
• qualificação da entidade ou profissional responsável pelo projeto e sua situação
perante ao CREA.

Informações sobre os resíduos a serem dispostos no aterro:


• origem, qualidade e quantidade diária e mensal, frequência e horário de
recebimento;
• características dos equipamentos de transporte;
• massa específica dos resíduos;

Caracterização do local destinado ao aterro:


• critérios básicos para a seleção;
• localização e caracterização topográfica;
• caracterização geológica e geotécnica;
• caracterização climatológica;
• caracterização e uso de água e solo.
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Memorial Descritivo
Concepção e justificativa de projeto.

Descrição e especificações dos elementos de projeto:


• drenagem superficial;
• drenagem e remoção do percolado;
• tratamento do percolado;
• impermeabilização inferior e/ou superior;
• drenagem de gases.

Operação do aterro:
• acessos e isolamento da área;
• preparo do local de disposição;
• transporte e disposição dos resíduos;
• empréstimo do material de cobertura;
• controle tecnológico;
• plano de encerramento do aterro e cuidados posteriores;
• uso futuro da área do aterro.
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Memorial Técnico
O cálculo dos elementos do projeto:
• dados e parâmetros;
• critérios, fórmulas e hipóteses de cálculo;
• justificativas;
• resultados.

Vida útil do aterro – prazo de operação:


• quantidade de resíduos sólidos a ser disposta (diária, mensal e anual);
• peso específico adotado;
• capacidade prevista para a área;
• prazo de operação do aterro estimado em função da quantidade de resíduos a
serem dispostos e capacidade da área.

Sistema de drenagem superficial:


• intensidade da chuva;
• tempo de recorrência;
• duração;
• coeficiente de escoamento superficial.
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Memorial Técnico
Sistema de drenagem e remoção do percolado.
• Cálculo do volume de lixiviado;

Sistema de drenagem de gases.


• Cálculo do volume de biogás;

Sistema de tratamento de percolado.


• Dimensionamento das lagoas;

Cálculo de estabilidade dos taludes (consultar NBR 11.682).


• Determinação dos parâmetros de resistência dos resíduos;

Estimativa de custo.

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