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PRÁTICA DE LEITURA

MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos,


resenhas. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2014. (Capítulo 4)
1 Conceito
Constituição da linguagem: processos históricos e
sociais;
A leitura é produzida;
O texto é o lugar de interação entre falante e ouvinte,
autor e leitor;
Sentido do texto: espaço discursivo dos interlocutores;
não é uma unidade completa; natureza intervalar;
A análise do discurso traz à tona a incompletude do
texto e suas condições de produção;
Caráter de incompletude: relação do texto com a
situação e com outros textos;
Legibilidade depende também da relação do leitor
com o texto e com o autor;
Questão de graus. É preciso considerar a relação do
leitor com o texto e com o autor, a relação de
interação que a leitura envolve.
2 Leitor e produção de leitura
A leitura é seletiva: relação do texto com o autor; texto
e outros textos; texto e referente; texto e leitor;
O texto é uma unidade que organiza suas partes;
O contexto é a situação do discurso; conjunto de
circunstâncias entre as quais se dá um ato de
enunciação;
Contexto: ambiente linguístico;
Compreensão: interação e ideologia;
Leitor virtual e real;
Leitura: momento crítico de constituição do texto;
momento de interação.
Legibilidade depende da relação autor/leitor;
Condições de produção da leitura devem ser
consideradas;
A leitura é caracterizada por um discurso que exige
iteração.
3 Fatores que constituem as condições de produção
da leitura

O sentido do texto provém de sua formação discursiva


Formação discursiva: o que pode ser dito ou não
diante de determinada situação.
Formação ideológica: conjunto de atitudes e
representações que reportam às posições de classe.
Fiorim (1990): “para entender com mais eficácia o
sentido de um texto, é preciso verificar as concepções
correntes na época e na sociedade em que foi
produzido.”
As condições de produção da leitura são a relação do
texto com outros textos, com a situação, com os
interlocutores.
A leitura é produzida. Ela é o momento crítico de
cosntituição do texto. Ao se identificarem como
interlocutores, estes desencadeiam o proceso de
significação.
É pela interação que os interlocutores constituem o
espaço da discursividade.
A incompletude do texto é resultado da
multiplicidade de sentidos possível.
O sentido de um texto resulta de uma situação
discursiva.
A incompletude do texto é gerada por pressupostos e
subtendidos, pela intertextualidade.
Pressupostos: ideias não expressas de maneira
explícita. Ideia da qual o leitor não pode duvidar, não
pode questionar.
Os pressupostos advém de advérbios (ainda, já), de
verbos (continuar, tornar-se, chegar, fazer), de
adjetivos.
+
Subtendidos: são insuniações contidas por trás de
uma informação. O subtendido depende do ouvinte
ou do leitor.
Outro fator que gera influência na leitura é o viés que
consiste no resultado da escolha dos fatos ou
acontecimentos que se faz no momento da emissao
de uma mensagem.
A ênfase que se atribui a determinados fatos ou
pensamentos gera o viés.

A incompletude do texto é intervalar. O discurso


instala o espaço da intersubjetividade.
O texto não é lugar de informações, mas processo em
que o significado vai-se formando, é um lugar de
sentidos.
Os conhecimentos das condições de produção
do discurso contribuem para a reflexão sobre
legibilidade: o tipo, o contexto e o sujeito, a
leitura parafrástica e a leitura polissêmica.
A estratégia de leitura leva em conta o tipo de
discurso:
1) Lúdico: tende para a polissemia (poético)
2) Polêmico: tende para a paráfrase (referência. Verdade disputada pelos
interlocutores)
3) Autoritário: tende para o equilíbrio – o jogo entre a polissemia e a paráfrase.
(referencial)
Quanto ao contexto, devem ser levados em
consideração:
1) O sujeito do enunciado: sintático (oculto?
Inderterminado? Explícito?)
2)O sujeito da enunciação: autor (de que perspectiva
narra os fatos? Ponto de vista neutro, favorável ou
desfavorável?)
3) O sujeito textual: contexto social (incompletude do
texto, intertextualidade, relação com o leitor)

É preciso apreender o texto em sua unidade.


Vários tipos de leitor. O que caracteriza o leitor é sua
experiência com a linguagem: grau de escolaridade,
conhecimento gramatical, capacidade de análise
linguística, capacidade de distinguir formas-padrão.

Diferentes níveis de sujeitos e diferentes tipos de


discurso determinam “o grau de relação entre... A
leitura parafrástica – reconhecimento do sentido dado
pelo autor - , e leitura polissêmica – atribuição de
muitos sentidos ao texto” (ORLANDI, 1987, P. 200)
O discurso científico reduz a possibilidade de leitura
polissêmica.
O sujeito do enunciado permite grau mínimo de
leitura polissêmica.
O sujeito textual permite maior grau de polissemia à
leitura.
A leitura é produzida. Exige atuação do leitor. É um
processo de interação.
Na leitura não há nem criatividade nem recepção.
Três tipos de leitor (MARY KATO, 1990):
1) Leitor que privilegia o processamento descendente
(leitura inspecional)
2)Leitor que privilegia o processamento ascendente
(leitura cuidadosa)
3) Leitor maduro (combina os dois)
MUITO OBRIGADA!

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