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Cardiologia

Febre Reumática

Dr. Nelson Miaque


Cardiologia

Febre Reumática

É uma síndrome inflamatória que às vezes


surge após as infecções faríngeas
estreptocócicas do grupo A beta-
hemolítico, porém, não ocorre em nenhuma
outra infecção, muito menos infecções
estreptocócicas de outros lugares, como a
pele. Uma de suas características é a
tendência para recaídas.

Taranta & Markowitz, 1989


Cardiologia

FEBRE REUMÁTICA

FARINGITE

FEBRE REUMÁTICA

ARTRITE CARDITE

NÓDULOS SUBCUTÂNEOS ERITEMA MARGINADO

CORÉIA
Cardiologia

FEBRE REUMÁTICA

 INCIDÊNCIA
 EUA Anos 40 - 50/100.000 hab.
Anos 80 - 0.5 a 2.0/100.000 hab.
1987 - várias ocorrências
 BRASIL - não existem dados definitivos

 PREVALÊNCIA (cardiopatia reumática)


 BRASIL - 30 % das cirurgias cardíacas
Cardiologia

FEBRE REUMÁTICA
ETIOLOGIA

 O estreptococo é a causa de
aproximadamente 20% das faringites infantis
 Estreptococos específicos “reumatogênicos”
sorotipos 3,5,18,19 e 24
 Somente 3% dos casos de infecção por
estreptococo desenvolvem febre reumática
Cardiologia

Febre reumática

ESTREPTOCOCO
REUMATOGÊNICO

HOSP. PREDISP.
FEBRE REUMÁTICA IDADE 5-15 a
3-5 a Brasil

MEIO AMBIENTE
Cardiologia
FEBRE REUMÁTICA
PATOGÊNESE
FARINGITE ESTREPTOCÓCICA

 Doença pós-estreptocócica - não supurativa


 Estreptococo com fimbrias - Proteína M- maior
aderência
 Produtos tóxicos - cardiotóxicos
 Teoria imune - alergia, hipersensibilidade,
autoimunidade
articulação
Infecção anticorpos coração
cérebro
semelhança antigênica
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FEBRE REUMÁTICA
CLÍNICA
ARTRITE


Manifestação mais comum
 Artralgia
 Artrite - calor, rubor, inchaço ou hiperestesia ao
toque ou franca limitação dos movimentos
 Afetam duas ou mais articulações - poliartrite
migratória
 Joelhos (75%), tornozelos (50%), cotovelos, punhos,
quadril e articulações pequenas dos pés (12 a 15%);
ombros e pequenas articulações da mão (7 a 8%)
Cardiologia

FEBRE REUMÁTICA CLÍNICA


CARDITE


50% dos pacientes com cardiopatia
. reumática negam ter sofrido ataques
anteriores - CARDITE SILENCIOSA

 Manifestação mais grave da febre


reumática, porque é a única que pode
causar a morte durante o ataque agudo, ou
produzir anormalidades estruturais que
podem levar a uma incapacidade residual e
finalmente à morte
Cardiologia

FEBRE REUMÁTICA
CLÍNICA
CARDITE
 Assintomática -----> Curso fulminante
 Dispnéia, edema, dor precordial, dor abdominal
 Taquicardia
 Sopros cardíacos
 Sopro holossistólico de ponta

regurgitação mitral
 Mesodiastólico apical
Carey - Coombs
 Sopro diastólico basal

insuficiência aórtica
 Atrito pericárdico - sinais de tamponamento
Cardiologia
FEBRE REUMÁTICA
CLÍNICA
CORÉIA DE SYDENHAM

 Movimentos involuntários, debilidade


muscular e transtornos emocionais
 Movimentos desaparecem durante o sono
Pode haver hipotonia difusa
 Manifestação tardia, podendo ocorrer
semanas ou meses depois da artrite
 Raramente ocorre depois da puberdade
 Mais predominante em meninas (2:1)
Cardiologia
FEBRE REUMÁTICA
CLÍNICA
NÓDULOS SUBCUTÂNEOS

 Aparecem depois das primeiras semanas


da doença, e na maioria das vezes em
pacientes com cardite
 Nódulos firmes, indolores, movem
livremente e a pele que os recobre não está
inflamada
 Duração de uma ou mais semanas,
raramente um mês
 Incidência de 4 a 34%. Raros nos adultos
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FEBRE REUMÁTICA
CLÍNICA
ERITEMA MARGINADO

Aparecem em qualquer período da doença,
geralmente associado à cardite
 Erupção cutânea não pruriginosa,
passageira, rosada com variável número de
placas eritematosas de 1 a 3 cm de
diâmetro, ligeiramente elevadas
 Afeta tronco e partes próximas dos
membros
 Incidência de 2% a 13%. Raro no adulto
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FEBRE REUMÁTICA
EXAMES LABORATORIAIS

 EVIDÊNCIA DE INFECÇÃO
Índices de anticorpos
 Antiestreptolisina O (ASO) - 80% positividade

(> 333U)
 Anti-hialuronidase, antiestreptoquinase

declinam após um a dois meses


 Cultura geralmente negativa
EVIDÊNCIA DE INFLAMAÇÃO
 VHS, proteína C reativa, mucoproteínas
ENVOLVIMENTO CARDÍACO
 Rx de tórax, ECG, ECO
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FEBRE REUMÁTICA
DIAGNÓSTICO - CRITÉRIOS DE JONES

CRITÉRIOS MAIORES CRITÉRIOS MENORES


CARDITE CLÍNICOS
POLIARTRITE FEBRE
ARTRALGIA
CORÉIA
F.R.ou CARD. REUM.
ERITEMA
MARGINADO LABORATÓRIO
REAÇÕES F. AGUDA
NÓDULOS
VHS, LEUCOCITOS E P-C-R
SUBCUTÂNEOS
ELETROCARDIOGRAMA
AUMENTO DO PR

Infecção recente: ASO, cultura, escarlatina


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FEBRE REUMÁTICA
PROFILAXIA

PRIMÁRIA - Tratamento da faringe estreptocócica


 Indivíduos de 3 a 20 anos

 Faringe com febre alta, dor para engolir,

linfadenopatia,exsudato amarelado e início agudo


 Penicilina Benzatina < 30 kg - 600.000 U
> 30 kg - 1.200.000 U
Penicilina V(oral) 250 a 500 mg 2x/dia - 10 dias
Eritromicina 20 a 40 mg/kg/dia - 10 dias
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FEBRE REUMÁTICA
PROFILAXIA

SECUNDÁRIA - evitar ataques recorrentes


 Penicilina Benzatina - 1.200.000 U cada 3

semanas
 Sulfadiazina - < 30 kg - 0.5 g/dia

< 30 kg - 1.0 g/dia


 Penicilina oral - 125 mg 2x dia

 Duração da profilaxia

- sem cardite até 21 anos


- com cardite - permanente pelo resto da vida

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