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INDEPENDÊNCIAS NA

AMÉRICA
PROF. PAULO
HISTÓRIA
LICEU PASTEUR
• AMÉRICA ESPANHOLA: NASCIMENTO DAS REPÚBLICAS LATINO-
AMERICANAS
• Estagnação econômica das metrópoles ibéricas - as matérias-primas
e os produtos agrícolas provenientes da América não encontravam
mercado consumidor adequado nas metrópoles.
• Duas economias – única atividade – colônias produziam metais
preciosos.
• Divisão do trabalho excepcional não beneficiou a Espanha.
• História moderna – economia colônia dependente de uma
metrópole subdesenvolvida (Lynch, John).
• Resultado – comércio cada vez mais intenso entre as colônias e a
Inglaterra.
• Penetração das ideias iluministas na América espanhola.
• Ajudou a articular uma ação política contra a metrópole.
• Líderes: elite criolla – Simón Bolívar, Francisco Miranda, Manuel
Belgrano.
• Reformas bourbônicas – aumento dos impostos metropolitanos /
rigor na cobrança – situações de tensão.
• Ameaça de uma revolta mais ampla – com participação das camadas
inferiores.
• Os criollos se uniam à autoridade espanhola para reprimir o
movimento.
• Incorporar a defesa do liberalismo iluminista – exclusão dos
interesses coletivos.
• Objetivo das elites criollas – criar uma administração estatal
subordinada tão somente aos seus interesses.
• Independência – ajuste político – suspensão do regime de
monopólios e a prática do livre comércio.
• Movimento popular – almejavam mudanças sociais e econômicas
como o resgate da identidade indígena.
• Impacto da independência das colônias inglesas na América do
Norte (1776) e os desdobramentos da Revolução Francesa a partir
de 1789 criaram uma situação ao rompimento com a metrópole.
• MOVIMENTO POPULAR – PERU
• Década de 1770 – Tupac Amaru – chefe indígena.
• Criticava a mita, a violência dos funcionários espanhóis e a cobrança de
altos impostos.
• Alvo de perseguição por parte dos chapetones.
• Tupac Amaru iniciou uma revolta armada.
• A elite, mais uma vez, se aliou às autoridades espanholas para reprimir o
movimento.
• Pretendia a independência – caráter antiespanhol.
• Possibilidade de restauração do Império Inca.
• Repressão foi violenta.
• Execução de seu principal líder em 1781.
• MOVIMENTO POPULAR – MÉXICO
• 1810 – revolta liderada pelo padre Miguel Hidalgo – mobilização de
índios e mestiços.
• Saquearam propriedades de espanhóis, pregavam o fim da
escravidão e a devolução de terras às comunidades indígenas.
• Rebelião popular se espalhou e mobilizou centenas de milhares de
camponeses.
• Derrotado – preso – executado em 1811.
• Continuidade – padre José Maria Morelos – liderar um movimento
em defesa da independência.
• Derrotado militarmente (1814) – preso e executado (1815).
• MOVIMENTO POPULAR – HAITI
• Colonização francesa – 1665/1697 – corsário – Rei Luís XIV.
• Plantation – latifúndio, monocultura, trabalho escravo.
• População – 40.000 franceses / + ou – 450.000 escravos.
• MOVIMENTO POPULAR – HAITI
• Início – 1791 – grande revolta de escravos.
• Líder: Toussaint L’Ouverture (1743-1803).

• AÇÕES:
• Destruição dos canaviais e cafezais;
• Assassinatos – fuga da maior parte da
população branca.
• Movimento – pioneiro na proclamação do fim
da escravidão nas colônias – Convenção de
1793.
• MOVIMENTO POPULAR – HAITI
• Não viam a separação da França como algo necessário - “Todos os
homens aqui nascem, vivem e morrem livres e franceses”.

• Poder napoleônico (1801) – interesse – reassumir o controle do


território.
• Retomar a exploração da economia açucareira haitiana.

• Toussaint L’Ouverture – preso – enviado para a França – morto


(1803).
• MOVIMENTO POPULAR – HAITI

• Ex-escravo Jean-Jacques Dessalines.

• Liderança da revolução haitiana (1803-4).

• Mobilização da população contra o exército francês.

• Proclamação da independência do Haiti em 1804.


• MOVIMENTO POPULAR – HAITI
• Boicote – dificuldades econômicas.
• Dificuldades na organização de um Estado.
• Regressão a uma estrutura quase tribal.
• Rivalidades entre clãs e a violência política.
• O MOVIMENTO CRIOLLO
• Detenção do rei da Espanha por Napoleão (1807).
• Instalação de Juntas Provisórias na colônia.
• Administração autônoma dos territórios vizinhos.
• Utilização do cabildo.
• Atuação – assembleias (a partir de 1811).
• O MOVIMENTO CRIOLLO

• Após a derrota de Napoleão – a metrópole reconstituída rejeitou a


autoridade das juntas e passou a planejar a recolonização.
• O MOVIMENTO CRIOLLO

• Guerra de Independência da América.

• Enfrentamento entre tropas espanholas x exércitos locais (grande


mobilização popular, mas sob liderança criolla).
• O MOVIMENTO CRIOLLO
• “Libertadores da América”.

• José de San Martín (Argentina).


• Simón Bolívar (região da Venezuela).
• Bernardo O’Higgins (Chile).
• Antonio José de Sucre (Venezuela).
• Apoio da Inglaterra.
• O MOVIMENTO CRIOLLO
• Marcharam em direção ao Vice-
Reinado do Peru (resistência dos
chapetones).
• Local do movimento de recolonização.
• Encontro de Bolívar e San Martín –
1822.
• Marco na derrota espanhola.
• DOIS PROJETOS:

• Grupos locais de grandes proprietários – controle político de seus


territórios.

• Simón Bolívar – defendia a união latino-americana – criação de uma


única República.
• CARTA DA JAMAICA (1815)

• “Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a


maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que
pela liberdade e glória”.

• Bolívar articulou o Congresso do Panamá – 1826 – esvaziado.


• Oposição: Estados Unidos e da Inglaterra.

• Pouco interessados na criação de um país potencialmente forte.

• Diversidade do território – dificuldade de aceitação de um poder


supremo.

• Fragmentação territorial – surgimento de várias repúblicas.


• EUA – primeiros a reconhecer as independências dessas colônias.

• Doutrina Monroe – 1823 – “a América para os americanos”.

• Afastamento da influência europeia.

• EUA – potência sem rivais no continente americano.


• CONSEQUÊNCIAS:

• Inalteradas as antigas estruturas sociais e econômicas herdadas do


período colonial.

• Instauração de um regime de instabilidade política e guerra civil


quase permanente nos novos países.
• DOIS GRUPOS OLIGÁRQUICOS:

• Unitaristas (partidários de um governo central forte).

• Federalistas (defensores da descentralização).


• CAUDILHO:

• Grandes proprietários que passaram a exercer um poder local


fundado no monopólio da violência, fraudes eleitorais e
paternalismo diante da população empobrecida.

• Presidentes – poder autoritário – utilização do poder público para


fins privados.
• ESTRUTURA POLÍTICA:

• Fundada no poder individual.


• Lealdades pessoais.
• Autoridade do patrão e dependência do peão.
• Conseguiram transformar um interesse particular – a
estância, orientada para exportações – num interesse
nacional.

• Tendo à disposição os recursos do Estado, o caudilho


emergia então como um distribuidor de patronato,
concedendo espólios à sua clientela e recebendo dela mais
serviços ainda.
• PERÍODO JOANINO
• 1777 – D. Maria I (filha) assumiu o poder após morte o rei D. José I.
• 1792 – D. João – assumiu o poder como príncipe regente.
• Quadro político europeu:
• Instabilidade (Rev. Francesa).
• Política imperialista – Napoleão.
• Bloqueio Continental (1806) – dilema (manter relações comerciais
com a Inglaterra) – ameaça francesa de invasão do país.
• Transferência da corte portuguesa.
• Convenção de Neutralidade e Subsídio (1804) – pagamento de 40
mil libras por mês aos franceses.
• Tratado de Fontainebleau (1807) – permitia trânsito de tropas
napoleônicas em direção a Portugal – reino seria dividido em três
partes e suas colônias divididas entre França e Espanha.

• Romper com a Inglaterra colocaria em risco as suas colônias.

• Transferência da corte portuguesa para o Brasil (riquezas


embarcáveis: tesouros do Estado, bibliotecas e mudas de espécies
vegetais) – sob proteção britânica.
• Transferência da corte e da família real ao Brasil – 29/11/1807 – 15
mil pessoas – com apoio da Inglaterra.

• População (desespero e desolação) – os negócios foram tomados e


administrados pelos franceses e espanhóis.

• Dificuldades : confiscos e a carestia (escassez/encarecimento do


custo de vida).

• Agitações e protestos contra os invasores – eclosão de uma guerra


que se arrastou até 1811.
• A CORTE NO BRASIL
• Estreitamento da relações / proteção da marinha inglesa.

• CARTA RÉGIA (1808)


• Abertura dos portos às nações amigas.
• Fim do pacto colonial (descaracterização das relações –
metrópole/colônia).
• Reativação do comércio exterior (impostos – nova estrutura
administrativa no RJ / pagamento do funcionalismo público).
• Brasil – forte mercado interno, gerador de riquezas e também de
tributos.
• TRATADO DE COMÉRCIO DE NAVEGAÇÃO (1810)
• Concessão de taxas alfandegárias preferenciais:
• Ingleses – taxa 15%.
• Portugueses – taxa de 16%.
• Nações amigas – taxa de 24%.
• O Brasil deveria reconhecer a “inutilidade e a injustiça do tráfico
negreiro”.

• Brasil – fornecedor de produtos agrícolas / aberto às importações de


produtos ingleses.
• TRATADO DE ALIANÇA E AMIZADE (1810)

• Liberdade religiosa.
• Direito a um tribunal especial.
• Atracar suas embarcações no litoral brasileiro.
• Criação do Banco do Brasil.
• Liberdade manufatureira.
• Criação da imprensa régia.
• Criação do Jardim Botânico.
• Criação da Biblioteca Nacional.

• 1815 – Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (estatuto político).


• GUERRA – POLÍTICA EXTERNA
• Invadiram o território francês da Guiana (1809) – desocupou após
Congresso de Viena (1815).

• Anexação do Uruguai – Banda Oriental/ Cisplatina (1821).

• Objetivo: combater a onda separatista e manter as possessões


portuguesas no sul.

• Os espanhóis não tinham forças para organizar tropas para a sua


retomada.
• REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817)
• Reflexos do separatismo no Brasil.
• Objetivo: desejo de formação de uma república independente.
• Participantes: aristocracia agrária e dos homens livres e pobres.

• Motivação: contrários à política joanina de cobrança de impostos e


tributos para sustentar os gastos de manutenção e construção do
governo da corte do RJ.

• Situação econômica: queda do comércio de algodão e açúcar e


aumento dos preços dos escravos.
• REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817)
• Influência das antigas lojas da maçonaria.
• Difusão de princípios republicanos, liberais e iluministas na região.
• Formação de um sentimento emancipacionista entre a população
local.
• Movimento chegou a organizar um governo republicano e
revolucionário.
• Repressão.
• TRANSFORMAÇÕES NO RIO DE JANEIRO

• Três cidades mais importantes no século XIX:


• Recife (aproximadamente 25 mil hab.).
• Salvador (cerca de 50 mil).
• Rio de Janeiro (60 mil).
• RJ – recebia 60% do tráfico negreiro.

• A população saltou para cerca de 90 mil pessoas e 15 mil nobres


europeus que trouxeram seus hábitos e costumes para a cidade.
• TRANSFORMAÇÕES NO RIO DE JANEIRO

• Etiqueta da nobreza (desconhecida) – promovia diferenciação social.

• Política de imigração – permitiu a entrada de estrangeiros – alemães


suíços, ingleses, franceses, espanhóis e até chineses.

• A própria D. Carlota desmoralizou os costumes de ficarem as


mulheres encerradas em casa (Alberto da Costa e Silva);
• MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA - 1816
• Composta de artistas: pintores, gravadores, arquitetos, escultores e
paisagistas.
• Funções:
• Projetar melhorias para a cidade.
• Retratar a nobreza e a realeza em pinturas e bustos, que, enviados
para regiões mais distantes, simbolizavam a presença e a soberania
do monarca.
• Artistas: Nicolas-Antoine Taunay; Jean-Baptiste Debret (1816-31);
Auguste-Marie Taunay; Johann Moritz Rugendas.
• Inauguração da Academia de Belas Artes no RJ (1826) - fundadora
do ensino de artes no Brasil.
• 1816 – D. Maria faleceu.

• D. João VI – seria aclamado rei.

• Casamento de D. Pedro com D. Leopoldina (1817) – austríaca, da casa


de Habsburgo.

• Eventos para a simbologia monárquica.

• Os hábitos eram copiados pela população mestiça e pela nobreza local,


que adotava nomes indígenas em seus títulos, tais como Barão de
Quixeramobim.
• RETORNO DA FAMÍLIA REAL E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

• REVOLUÇÃO (LIBERAL) DO PORTO DE 1820

• Movimento constitucionalista – desejava subordinar o poder do rei a


uma constituição e sujeitá-lo a aceitar a sua soberania.

• 1821 – D. João VI retirou-se do Brasil – levando a família real –


grande parte a nobreza – abafar as ondas liberais portuguesas.
• Revisar os benefícios adquiridos pelos ingleses em 1810.
• No Brasil – formação de uma assembleia: discutir e conciliar os
interesses de brasileiros e portugueses.
• José Bonifácio de Andrada e Silva – conselheiro/articulador entre os
grupos interessados na independência.
• Aproximação de D. Pedro com a maçonaria (projeto monarquista ou
republicano).
• Projeto político – construção de uma monarquia constitucional,
ensino universalizado, criação de uma universidade, abolição da
escravidão e do tráfico negreiro, transferência da capital para o
interior, para um região mais segura.
• Receio – “RECOLONIZAÇÃO” do Brasil.
• Os portugueses exigiram o retorno de D. Pedro a Lisboa.
• 9/1/1822 – D. Pedro afirmou publicamente seu compromisso em
permanecer no Brasil – “Dia do Fico”.
• Agravamento da crise política.
• 07/09/1822 – às margens do riacho Ipiranga – o príncipe teria
bradado o famoso “Independência ou morte”.
• A data foi oficializada em 1860 – o fato – idealizado.
• A independência não foi decidida em uma única data/gesto.

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