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MOBILIZAÇÃO

SOCIAL
Introdução
Um dos sobjectivos da abordagem dos cuidados de saúde primários é
capacitar as comunidades, através da provisão de informação e da
educação para a saúde, a tomar controle sobre a sua saúde e sobre o
meio ambiente, e a adoptar comportamentos e atitudes conducentes a
um melhor estado de saúde. Este processo é chamado Promoção da
Saúde.
Conceito
Mobilização social é um termo ligado às actividades de informação e
ducação para a saúde.
A mobilização social envolve planos de acção e processos para alcançar,
influenciar e envolver todos os segmentos relevantes da sociedade através
de todos os actores desde o nacional, passando pelo comunitário até ao de
chefe da família, de modo a criar um ambiente favorável a um
comportamento positivo e a uma mudança social.
Cont.
Mobilização Comunitária é o processo de reunir membros de uma
comunidade e capacitá-los para lidar com as preocupações e
problemas comuns, com ou sem interferência externa.
ESTRATÉGIAS A SEREM USADAS

Existem várias estratégias, algumas das quais incluem:


 A persuasão: uma tentativa deliberada de influenciar outras pessoas a
fazerem o que pretendemos que elas façam (frequentemente chamada
abordagem directa ou quando feita compulsivamente, coersão).
 Tomada de decisão informada: fornecendo às pessoas informação, dotando-
lhes de capacidades para a solução de problemas e tomada de decisão e
deixando a escolha para elas. Isto envolve a promoção da consciencialização e
a “construção” da confiança entre as pessoas de que elas têm a capacidade de
tomar decisões e de controlar suas vidas.
A QUEM DEVE SER DIRIGIDA A EDUCAÇÃO

O comportamento individual é extermamente importante para a saúde do


indivíduo. Mas geralmente não é o indivíduo quem toma as decisões e nem
sempre deve ser o alvo. Assim, a comunicação deve ser dirigida às pessoas que
tomam as decisões-chave na família e na comunidade em relação à vacinação.
Estes incluem
Pais e zeladores.
Crianças em idade escolar.
Mulheres grávidas.
Líderes comunitários
A QUE NÍVEL A INTERVENÇÃO DEVE TOMAR LUGAR

As actividades de comunicação podem ter lugar a diferentes níveis: individual, de


família, da comunidade, do distrito, etc. Por exemplo, pode-se trabalhar com os
indivíduos usando a educação pessoa-a pessoa (comunicação interpessoal), pode-
se passar algum tempo com uma família, mobilizar a participação comunitária, etc.

A selecção do nível de intervenção dependerá dos problemas identificados, das


vantagens especiais a serem ganhas a cada nível de intervenção e dos reursos e
oportunidades disponíveis. Numa dada comunidade a educação será baseada nos
problemas identificados nessa comunidade.
QUAIS OS CANAIS USAR

O trabalhador de saúde deve decidir sobre a melhor forma de atingir a


audiência pretendida – casa, comunidade, unidade sanitária, escolas, igrejas ou
local de trabalho. Por exemplo,
Mulheres em idade fértil (MIF’s) podem ser melhor alcançadas através dos
serviços de atenção á criança, incluindo as sessões de vacinação.
Os homens adultos são melhor alcançáveis através dos locais de trabalho.
A mídia, tais como a rádio e a televisão são mais usadas para alcançar a
população geral. Enquanto esses canais podem ser organizados á nível nacional,
mensagens para grupos específicos são melhor comunicadas ao nível de face-a
face.
QUEM DEVE COMUNICAR

Educação e promoção para a saúde são parte do trabalho de uma vasta gama
de pessoas na saúde, na educação, na sociedade e noutros seviços, e todos eles
podem ser mobilizados. Pode-se tomar a decisão de trabalhar com
Organizações Não-Governamentais (ONGs), igrejas, comitês de saúde da vila
e diferentes grupos baseados na comunidade.
QUE MÉTODO USAR PARA ALCANÇAR A AUDIÊNCIA PRETENDIDA

Existem diferentes métodos através dos quais se pode pretender motivar a participação
comunitária. Recomenda-se o uso de:

Método de aprendizagem participativo;

Diálogo.

Estes métodos usam pequenos grupos de aprendizagem, estudos de casos e os


participantes jogam papel em peças teatrais.
Como mobilizar a comunidade?
Para iniciar o processo de mobilização comunitária é necessário um
entendimento completo sobre o ciclo de mobilização e sensibilização da
comunidade para a redução de riscos.

É importante ter em mente que se a mobilização falhar por descontinuidade


das ações, dificilmente a comunidade se mobilizará outra vez e o processo de
sensibilização pode se reverter contra os propósitos.
Cont.
O primeiro passo para a mobilização é conhecer as lideranças locais e apresentar a
necessidade de preparação para desastres e seus efeitos benéficos e duradouros sobre a vida
social e econômica.

Para que a mobilização comunitária seja eficiente e duradoura, ela deve ser um processo de
fortalecimento da comunidade. É importante que a própria comunidade perceba os
problemas que devem ser enfrentados e se motive a fazer parte da solução, reconhecendo
seus papéis e responsabilidades no desenvolvimento das suas comunidades.
Como saber que a comunidade está mobilizada?
1. Estão cientes de suas vulnerabilidades e de suas potencialidades de acção;
2. São motivados a agir frente aos riscos e vulnerabilidades;
3. Possuem conhecimento prático para decidir as ações de enfrentamento;
4. Agem a partir de seus próprios recursos e capacidades;
5. Participam na tomada de decisões de todos os processos e etapas que os
envolvem;
6. Procuram assistência e cooperação quando necessário
Aconselhamento
Aconselhamento é um processo de escuta activa centralizada no
utente respeitando as suas especificidades. Conselho é o acto de
ajudar uma pessoa na tomada de decisão.
Palestra

Palestra é uma apresentação oral que pretende ensinar as pessoas


sobre um determinado assunto.

As palestras são usadas para transmitir informação de natureza


importante, história, política, educação para saúde entre outros.
Como organizar uma palestra?

O Grupo não deve ser muito maior para facilitar o diálogo entre o palestrante e grupo;

O conteúdo da palestra deve ser constituído principalmente pela mensagem básica que

se pretende transmitir

Deve se abordar um assunto de cada vez

Deve se usar termos simples e acessíveis para a compreensão do grupo;


Cont.
Para buscar a atenção do grupo a voz deve ser audível,

Expresse se com segurança.

 Apoiar a exposição com um material - Recurso (podendo ser

gráfico, audiovisual, ou uma demonstração);

A duração da palestra não deve exceder 15 minutos.


Avaliação da palestra

Sempre que fazemos uma determinada actividade, temos que avaliar o seu grau de
cumprimento, no entanto o palestrante deve:

Fazer perguntas aos participantes em torno dos conteúdos abordados;

 Escutar e censurar as respostas dos participantes respeitando os princípios éticos e das


boas maneiras;

Pedir uma amostra do grupo para expressar em poucas palavras o que perceberam da
sessão;
Plano de Palestra
O plano de palestra deve ter pelo menos os seguintes elementos:

 Objectivo Geral: O que se pretende alcançar ate ao final da


palestra;

Objectivos específicos: menção das acções que serão executadas


para o alcance do objectivo geral;


Cont.
Conteúdo: é a informação que se pretende transmitir;

Recursos: meios/materiais auxiliares usados para mediar a informação;

Tempo: O período necessário para a realização da palestra;

Método: maneira pela qual será mediada a mensagem ou informação.


Está em anexo o plano de uma sessão de educação para saúde.
Comunicação
A comunicação é uma interacção
entre duas pessoas que buscam Elementos da comunicação

trocar informação entre si. Emissor


Receptor
 Mensagem
Canal e o código
Constrangimentos à Comunicação

Bloqueio emocional;

Falta de clareza;

Ruído;

Preconceitos;

Falta de atenção,
Cont.
Tempo;

Medo;

Pudor;

Resistência as mudanças;

Preocupação com a resposta;


Tipos de Comunicação

Verbal: por meio da fala.

Não - verbal: Gestos, figuras dentre outras formas de influências as


pessoas.
Técnicas de Educação para a Saúde

Palestras; Aconselhamento personalizado;

Cânticos; Teatro de fantoches;

Dramatizações; Sessões de vídeos e exibição de


filmes.
Factores Facilitadores do «envolvimento comunitário» para a Saúde

Os factores facilitadores do «envolvimento comunitário para a


Saúde» são os seguintes:

Forte consciência, no seio das comunidades, do papel que todos


devem ter para a defesa e promoção da sua própria Saúde;
Cont.

Estruturação do Sistema de Saúde de tal modo que seja dada alta prioridade às

acções não médicas e médicas de Promoção da Saúde e de Prevenção da doença;

Alta prioridade atribuída ao envolvimento comunitário para a Saúde e à

Promoção da Saúde, aparecendo estes como objectivos explícitos da Política

Nacional de Saúde;
Cont.

Existência dum Plano Nacional de Desenvolvimento de Saúde,

prevendo acções concretas de mobilização comunitária para a Saúde;

Boa compreensão, a todos os níveis de gestão, da importância do

envolvimento comunitário para a Saúde;


Cont.

Dinamismo dos dirigentes políticos, administrativos e da Saúde;

Existência de autoridades comunitárias esclarecidas, democráticas e


empenhadas no bem estar da comunidade;

Boa comunicação das estruturas da Saúde e dos outros agentes externos


de mobilização comunitária, com as comunidades e com as autoridades
comunitárias por elas legitimadas;
Cont.

Existência de mecanismos adequados e funcionando correctamente,


de articulação, entre as estruturas de Saúde e os restantes instituições
de mobilização comunitária para a Saúde;

Boas competências, boa atitude e boa preparação dos trabalhadores de


Saúde e dos outros agentes externos de mobilização comunitária, para
o trabalho com as comunidades;
Cont.

Existência de mecanismos apropriados e de oportunidades para as


comunidades desenvolverem habilidades técnicas, competências e capacidades;

Existência e funcionamento adequado de mecanismos apropriados de


coordenação entre os diversos sectores da governação;

Existência duma estrutura organizacional e gestionária adequada e correctos


mecanismos de acompanhamento e de avaliação;
Factores que dificultam o «envolvimento comunitário» para a
Saúde

São inúmeros os factores que dificultam o «envolvimento


comunitário para a Saúde» dentre eles mencionam-se os seguintes:

Fraca consciência, no seio das comunidades, do papel que todos


devem ter para a defesa e promoção da sua própria Saúde;
Cont.

Medicalização excessiva das estruturas e dos trabalhadores de


Saúde;

Inexistência dum Plano Nacional de Desenvolvimento da Saúde;

Fraca ou nenhuma prioridade atribuída ao «envolvimento


comunitário para a Saúde»;
Cont.

Má compreensão ou total incompreensão, a todos os níveis de


gestão, da importância do envolvimento comunitário para a Saúde;

Falta de dinamismo dos dirigentes políticos, administrativos e da


Saúde e má escolha destes;
Cont.

Falta de comunicação ou má comunicação das estruturas da Saúde e dos

outros agentes externos de mobilização comunitária, com a comunidade e

com as autoridades comunitárias por ela legitimadas;

Autoritarismo e dirigismo exagerado por parte das autoridades sanitárias,

político-administrativas e outros agentes externos de mobilização

comunitária;
Cont.

Incompetência, má atitude e/ou má preparação dos trabalhadores de


Saúde e dos outros agentes externos de mobilização comunitária, para
o trabalho com as comunidades, nomeadamente, em matéria de
técnicas e métodos participativos;
Cont.

Desresponsabilização dos agentes externos de mobilização


comunitária do seu papel de educadores e orientadores em questões
técnico-científicas;

Falta de respeito dos agentes externos de mobilização comunitária


pelas autoridades comunitárias;
Cont.

Visão autocrática, burocrática e/ou paternalista dos trabalhadores da


Saúde e dos outros agentes externos sobre os conceitos de mobilização e
de participação comunitárias para a Saúde;

Corrupção e desleixo dos trabalhadores da Saúde e dos outros agentes


externos de mobilização comunitária;
Cont

Escolha inapropriada dos parceiros para a mobilização comunitária


para a Saúde;

Inexistência e/ou inadequação de mecanismos de articulação, entre


as estruturas de Saúde e os restantes instituições de mobilização
comunitária para a Saúde e/ou seu funcionamento incorrecto;


Cont.

Existência de líderes comunitários autoritários, de tradições e crenças


prejudiciais à Saúde, de elevados níveis de pobreza nas comunidades e
de fortes contradições no seio da comunidade

Inexistência de mecanismos adequados e falta de oportunidades para


as comunidades desenvolverem habilidades técnicas, competências e
capacidades;
Cont.
Baixos níveis de financiamento do Sector Saúde, pelo Estado e pelos
parceiros do desenvolvimento;

Inexistência e/ou funcionamento inadequado de mecanismos de


coordenação entre os diversos sectores da governação;

Ausência ou desadequação da estrutura organizacional e gestionária e de


mecanismos de acompanhamento e avaliação;
OBRIGADO PELA ATENÇÃO DISPENSADA

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