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diplomas”, mas sim nos locais de trabalho onde “deve ser implementada a maior parte
das acções de formação, pela interacção entre os saberes e as práticas do dia-a-dia”,
pois, os contextos da prática são muito importantes enquanto fontes de enriquecimento
do conhecimento e desenvolvimento de competências que não deixam de considerar a
experiência como saber, ao qual os adultos se reportam.
ORGANIZAÇÃO DA FORMAÇÃO EM SERVIÇO
1.1.
Assim, para Dias (2004, p.17), “a enfermagem como profissão exige a mobilização dos
conhecimentos adquiridos durante a formação base e/ou especializada, que devem ser
continuamente renovados através da formação permanente.” Segundo o mesmo autor, a
formação em serviço surge como uma estratégia de actualização em contexto de trabalho
de forma dinâmica, envolvendo todos os intervenientes. O sucesso parece estar dependente
das estratégias de motivação e planeamento do formador e seu desempenho. Desta forma,
a formação em serviço é aquela que se desenrola em simultâneo com a prática profissional,
apelando ao conhecimento na acção e à reflexão sobre a acção.
Le Boterf (1991, p.9), define planos de formação como “um conjunto coerente e ordenado de acções de
formação finalizadas sobre objectivos pertinentes”. Desta forma, o desenvolvimento de um plano de
formação deve incluir algumas etapas que são indispensáveis:
1. Levantamento e análise das necessidades de formação – este passo é importante para assegurar a
adequação dos planos de formação às necessidades da instituição, formandos e dos utentes. Os meios
utilizados para fazer este levantamento podem ser diversos, nomeadamente: avaliação de desempenho,
observação, incidentes críticos, questionários ou entrevistas informais, informação fornecida pelos chefes,
supervisores e auditores e reuniões de equipa.
2. Explicitação da contribuição esperada do plano de formação – consiste em determinar os resultados
esperados que se pretendem atingir com a implementação do programa de formação;
3. Elaboração e estruturação do plano de formação – consiste na identificação e ordenação das acções de
formação que serão desenvolvidas, tendo em consideração as prioridades de cada serviço e instituição.
Inclui a descrição da contribuição esperada de cada acção de formação, bem como as características da
população a formar e a formulação operatória dos objectivos de formação a alcançar, formas de controlo e
de avaliação a utilizar e previsão de custos e recursos. Ao longo desta etapa, deve, ainda, seleccionar-se a
modalidade de formação apropriada, como por exemplo: formação-acção, formação em contexto de
trabalho, seminários, estágios, entre outros.
1.3.2. Formação em Serviço em Enfermagem
Pereira (1993) refere-se à formação em serviço como sendo “todas as
atividades nas quais os profissionais se envolvem quando estão em serviço
e que são estruturadas para contribuir para a melhoria do seu
desempenho”.
De acordo com Dias (2004), a formação em serviço adquire uma
importância terminante, pois permite refletir em conjunto sobre práticas
e cuidados prestados. Consegue, ainda, ser um meio capaz de dar resposta
às necessidades sentidas pelos profissionais, constituindo uma forma de
atualização, prevenindo para a necessidade de manter um pensamento
aberto à inovação e recorrendo à criatividade e responsabilidade
individual.
Através da formação em serviço observa-se uma dualidade nos
enfermeiros no confronto entre a teoria e a prática, ou seja, entre o real e
2.1. Levantamento de necessidades de formação