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GRACILIANO 

   RAMOS

VIDAS SECAS
AUTOR DA OBRA
Graciliano Ramos de Oliveira, nascido em 27 de
outubro de 1892, no município de Quebrangulo,
no Alagoas. Filho de Sebastiã o de Ramos de
Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, era
primogênito de quinze filhos, de uma família de
classe média do Sertã o Nordestino.
Romancista, cronista, contista, jornalista, político e
memorialista brasileiro.
Graciliano, é considerado o melhor ficcionista
da Segunda Fase do Modernismo
ENREDO DA OBRA
O livro possuí 13 capítulos, podendo ser lidos em qualquer ordem.
Porém, o primeiro, "Mudança" e o ú ltimo "Fuga", devem ser lidos
nessa sequência, pois apresentam uma ligaçã o que fecha um ciclo.
                     MUDANÇA

Em meio a uma paisagem hostil do sertã o


nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se
arrastam numa peregrinaçã o silenciosa, o menino
exausto de caminhar, deita-se no chã o, incapaz de
prosseguir, o que irrita seu pai Fabiano, que lhe da
estocadas com a faca no intuíto de fazê-lo levantar,
vendo a situaçã o, o pai toma-o nos braços e
carrega-o tornando ainda mais modorrenta. 
  A cadela Baleia acompanha o grupo de humanos,
agora sem companhia do outro animal da família,
um papagaio. Que foi sacrificado na véspera a fim
de aplacar a fome que se abatia sobre aquelas
pessoas.
Fabiano e família encontram uma fazenda
completamente abandonada. Então surge e
intensão de ficar ali. Baleia aparece com um
preá (Roedor) entre os dentes, causando grande
alergia aos seus donos.
Haveria comida, em meio a lama, Fabiano
consegue água, há uma alegria em seu coração,
novos ventos parecem soprar para sua família.
Fabiano deseja estabelecer-se naquela fazenda.
Será o dono dela. A vida melhorará para todos.
O céu muito azul, as últimas arribações e os animais
em estado de miséria indicavam a Fabiano que a
permanência naquela fazenda estava esgotada.
Chegou um ponto em que, dos animais, só sobrou 
          um bezerro, que foi morto para servir de comida na
viajem que se faria no dia seguinte.
 FUGA Partiram de madrugada, abandonando tudo como
encontraram. O caminho era do sul. O grupo  era o
mesmo que errava como das outras vezes. Fabiano,
no fundo, não queria partir, mas as circunstâncias
convenciam-no da necessidade.
A vermelhidão do céu, o azul que
viria depois assustavam Fabiano.
Sinhá também fraquejava, queria
precisava falar. Aproximou-se do
marido e disse coisas desconexas
que foram respondidas no mesmo
nível de atrapalhação
Na verdade, ele gostou que ela
tivesse puxado conversa, ela
tentou animar o marido, quem
sabe a vida fosse melhor. A cidade
talvez fosse a melhor ocupação.
Até uma cama poderiam arranjar,
por que haveriam de viver sempre
como bichos fugidos?
PERSONAGENS
• BALEIA: cadela da família, tratada como gente, muito querida pelas crianças.
• SINHA VITÓRIA: mulher de Fabiano, sofrida, mãe de 2 filhos, lutadora e inconformada com a miséria em que
vivem, trabalha muito na vida, possuí um nível muito intelectual sobre o marido que admira por isto
• FABIANO: O chefe de família, homem rude e quase incapaz de expressar seu pensamento com palavras;
nordestino pobre, ignorante que desesperadamente procura trabalho, bebe muito e perde dinheiro no jogo.
• FILHOS: Crianças, pobres, sofridas e que não tem noção da própria miséria que vivem, o menino mais
novo, quer realizar algo notável, para ser igual ao pai e despertar a admiração. Chamados de o menino mais
velho e o menino mais novo.
• SEU TOMÁS BOLANDEIRA: Por votar e ser alfabetizado, é o modelo de erudição e de conhecimento dos
demais personagens.
• O SOLDADO AMARELO: Antagonista mais direto de Fabiano, representada, assim como o fiscal da prefeitura
e o dono da fazenda, a opressão do poder institucional.
• PATRÃO: Contratou Fabiano para trabalhar em sua fazenda, era desonesto e explorava os empregados.
• OUTROS: O soldado e seu Inácio ( Dono do bar).
                       NARRADOR
 O livro “Vidas secas” é narrado em
terceira pessoa, por um narrador
onisciente e onipresente. O autor
utilizou também o discurso indireto
livre, forma híbrida em que as falas dos
personagens se mesclam ao discurso
do narrador em terceira pessoa. Essa
foi a solução para que a voz dos
marginalizados pudesse participar da
narração sem que tivessem de arcar
com a responsabilidade de conduzir de
forma integral a narrativa.
                      TEMPO
Além da falta de linearidade do tempo, em
“Vidas Secas” há nítida valorizaçã o do tempo
psicoló gico, em detrimento do cronoló gico.
Essa opçã o do narrador de ocultar os
marcadores temporais tem como principal
consequê ncia o distanciamento dos
personagens da ordenaçã o civilizada do
tempo. Dessa forma, nota-se que a ausência de
uma marcaçã o cronoló gica temporal serve,
enquanto elemento estrutural, como mais
uma forma de evidenciar a exclusã o dos
personagens. Por outro lado, a a valorizaçã o
do tempo psicoló gico na narrativa faz com que
as angú stias dos personagens fiquem mais
pró ximas do leitor, que as percebe com muito
mais intensidade.
ESPAÇO
A narrativa é ambientada no
sertã o, regiã o marcada pelas
chuvas escassas e irregulares. Essa
falta de chuva, somada a uma
política de descaso do governo
com os investimentos sociais,
transforma a paisagem em
ambiente inó spito e hostil.
CARACTERÍSTICAS
MODERNISTAS NA OBRA
A obra pertence à segunda fase modernista,
conhecida como regionalista, e é qualificada como
uma das mais bem-sucedidas criaçõ es da época.
Vidas Secas pertence ao modernismo brasileiro,
mais especificamente, pertence ao segundo tempo
do modernismo brasileiro, período compreendido
entre 1930 e 1945. Nesse período ocorre uma
retomada das características do realismo-
naturalismo do século XIX. Ao mesmo tempo,
temos uma preocupação dos autores em abordar
aspectos da realidade sociocultural da sua região.
Temos então o neorrealismo regionalista.
Também é característica desse período a ascensão da
ideologia socialista, que acabou influenciando
muitos artistas da época. Dessa forma, também é
comum a denominação romance
socialista ou romance de trinta para designar as
narrativas produzidas na década de 1930.

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