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Os maiores pontos de discordância entre partidários da

corrente neofreudiana e de Freud são os seguintes:

No ponto de vista freudiano, o ego está eternamente condicionado às


exigências do id. Na perspectiva neofreudiana o ego aparece com
liberdade maior, podendo realizar suas funções sem a dependência extrema
do id.

A psicanálise ortodoxa enfatiza que as forças biológicas têm grande influência


sobre a personalidade, enquanto que os neofreudianos não atribuem tanto
ênfase aos aspectos biológicos mas destacam a influências dos aspectos
sociais e culturais.

Para os neofreudianos, o desenvolvimento da personalidade é determinado


muito mais por forças psicossociais do que por forças psicossexuais e
minimizam a importância do complexo de Édipo.
CARL JUNG (1875 – 1961)

NATUREZA DA LIBIDO -

Ao contrário de Freud que a define em termos


predominantemente sexuais, Jung a considera
uma energia vital generalizada – da qual o sexo é
apenas uma parte – que o indivíduo emprega
num momento particular.

Rejeita a idéia do complexo de Édipo proposta por Freud, por acreditar que
o apego da criança à mãe tem a ver com uma necessidade de dependência
com todas as satisfações associadas à função materna de prover alimento.
Para Freud, as pessoas são vítimas dos eventos sofridos na infância,
enquanto que para Jung, o ser humano é moldado tanto por suas metas,
anseios e aspirações em relação ao futuro como pelos eventos do
passado.

Jung acreditava que a fase mais importante não era a infância, como
afirmava Freud, mas a meia-idade, época em que ele próprio teve uma crise
de identidade.

Jung enfatizava mais o inconsciente do que Freud. Preocupava-se mais


em mergulhar na mente inconsciente, incluindo-lhe, inclusive, uma nova
dimensão, o inconsciente coletivo. Este último refere-se às experiências
herdadas dos seres humanos como espécie e dos seus ancestrais.
ANNA FREUD (1895 – 1982)

Colaborou de forma substancial com a revisão da


posição teórica ortodoxa do pai, ampliando o papel
do ego em seu funcionamento independente do id.

Desenvolveu e esclareceu as concepções freudianas


sobre o uso dos mecanismos de defesa para
proteger o ego da ansiedade.

Anna sublinha que tais mecanismos decorrem de um considerável


grau de ansiedade, podendo (se elaborados adequadamente)
serem considerados normais, até certo ponto, dependendo,
sobretudo, da sua freqüência e intensidade.
Coube ainda a Anna Freud o mérito de estudar e
interpretar os efeitos, geralmente
desfavoráveis, de um ambiente capaz de
alterar o fluxo de normalidade do
desenvolvimento, tal como o ambiente de
conflito bélico.

Anna Freud estuda a intensa relação emocional que se desenvolve entre o


bebê e a mãe, mais em termos cognitivos e afetivos do que em termos
exclusivamente sexuais.

Anna desenvolveu sua teoria através da observação direta de bebês e não


pedindo que adultos reconstruíssem suas primeiras experiências infantis,
como Freud fazia.
ALFRED ADLER (1870 – 1937)

Adler desenvolveu seu sistema de psicologia


individual ao longo de linhas sociais. Sua teoria
defende que a personalidade só pode ser
compreendida se investigarmos os
relacionamentos sociais e as atitudes que a
pessoa tem para com os outros.

Ao contrário de Freud, que atribui muitos comportamentos à desejos


inconscientes, Adler acentua a importância dos determinantes
conscientes do comportamento. Para ele, os seres humanos têm
consciência de suas motivações.
Enquanto para Freud o comportamento humano é determinado por
experiências passadas, para Adler são as expectativas em relação ao
futuro que mais influenciam.

Adler discorda de Freud de que o sexo é o impulso dominante do


comportamento. Segundo ele, o comportamento humano é determinado por
um sentimento generalizado de inferioridade que o impele a lutar por
superioridade e perfeição.

O conceito de poder criativo pode ser considerado como


a base para toda a teoria adleriana: Esse poder criativo
representa um princípio ativo da existência humana
comparável à noção de alma.
KAREN HORNEY (1885 – 1952)

Uma das primeiras feministas, foi treinada na


psicanálise freudiana em Berlim e descreveu sua obra
como uma modificação e extensão do sistema de
Freud e não como um esforço m superá-lo.

A teoria de Horney discorda de Freud quanto ao


fato de a personalidade depender de forças
biológicas imutáveis.

Ela nega a posição destacada dos fatores sexuais, contesta


a validade da teoria edipiana e descarta os conceitos de
libido e da estrutura freudiana da personalidade.
Se opõe veementemente à idéia de Freud de que a mulher é motivada pela
inveja do pênis e afirmou que os homens é que são motivados pela inveja do
útero, afirmando que eles invejam a capacidade feminina de gerar filhos.

Em lugar dos instintos freudianos como as principais forças motivadoras do


comportamento, Horney acredita que a força propulsora do comportamento
humano é essa necessidade de segurança, de proteção e de libertação do
medo que o bebê impotente busca no mundo exterior (ansiedade básica).

Contesta a idéia de fases ou estágios propostos por Freud por acreditar que
nada no desenvolvimento pode ser visto como universal, e que, pelo contrário,
tudo depende de fatores culturais, sociais e ambientais.
ERIK ERIKSON (1902 – 1994)

Erik Erikson foi treinado em psicanálise por Anna Freud.

Ampliou a questão dos estágios do desenvolvimento, afirmou que a


personalidade continua a se desenvolver ao longo da vida e reconheceu
o impacto de forças sociais, históricas e culturais sobre a personalidade.

Erikson preocupou-se, principalmente, com o modelo social do


desenvolvimento do ego ao longo da vida humana.
A identidade é um processo, em constante mudança e desenvolvimento,
que é determinado pelo histórico do indivíduo e intimamente relacionado às
mudanças sociais.

Erikson estabelece que, a partir da fase neo-natal, cada indivíduo coloca-se


entre dois extremos, numa crise psicossocial, e se sua questão de equilíbrio
entre os extremos não for resolvida satisfatoriamente, todo fluxo do
desenvolvimento posterior poderá estar comprometido de alguma forma.

Concebe o desenvolvimento psicológico e social do indivíduo em oito


etapas, do nascimento à velhice, cada uma delas relacionadas a um evento
importante da vida.
CRISES PSICOSSOCIAIS MODALIDADE EVENTO

Confiança X Oral-sensorial alimentação


desconfiança básica (0 aos 18 meses)

Autonomia X vergonha e Locomotora-genital Controle esfincteriano


dúvida (18 meses – 3 anos)

Iniciativa X culpa Locomotora-genital Locomoção


(3 – 6 anos)
Produtividade X Latência Escola
inferioridade (6 – 12 anos)
Identidade X confusão Adolescência Relacionamento entre os
de papéis pares

Intimidade X isolamento Adulto jovem Relacionamento de amor

Geratividade X Adulto médio ou maturidade Progenitura e criação


estagnação
Integridade do ego X Velhice Reflexão e aceitação da
desespero vida
1. Oral-sensorial: confiança básica x desconfiança
básica:

 sentimento de confiança (em si e nos outros): condição


fundamental a uma personalidade sadia;

 tudo gira em torno da boca. Papel da mãe: acolher e


alimentar;

 primeira modalidade de aprendizagem: obter;

 como a criança demonstra confiança: qualidade da


alimentação, sono e evacuação. Indicador social: aceitação
do afastamento materno.
2. Muscular-anal: autonomia x vergonha e duvida:

 criança começa a lutar pela sua independência;

 energia voltada para auto-afirmação: entendimento e vontade próprios;

 centro das atividades: processos de eliminação

 aumento da coordenação motora;

 período de teimosia e luta pela autonomia: dificuldade dos pais  limites;

 desenvolvimento da dúvida e da vergonha;


 sentimento de autonomia

 pais e professores: proibir somente o que realmente importa e, ao fazê-lo,


ser sempre claros, consistentes, firmes e autenticamente amorosos.
 3. Locomotora-genital: iniciativa x culpa:

 criança manifesta grande imaginação: fantasia e


realidade se confundem/diferenças sexuais;

 seleção de metas e a perseveração em alcançá-las;

 treinamento dos diversos papéis: observa, imita e


cria. Identifica-se com o genitor do mesmo sexo e

 culpa: em decorrência das fantasias edípicas.


4. Latência: produtividade x inferioridade

 diminui a fantasia: envolvimento em tarefas reais. Apropriado para


aprendizagens importantes como ler, escrever e calcular. Passa a
produzir: torna-se um trabalhador;

 começo da experiência escolar e do sentido de “indústria”: precisa


se ajustar ao mundo das ferramentas, integrar-se no sistema
produtivo e

 dificuldades: sentimento de inadequação e inferioridade e


possibilidade de desenvolver uma obsessão pelo trabalho.
5. Puberdade e adolescência: identidade x confusão de
papéis:

 transformações fisiológicas importantes: reajustamento entre o ser e o


parecer;

 conquista da identidade;

 surgimento dos ídolos: modelos de identificação que se alternam,


necessidade do grupo, Identidade grupal;

 amor: tentativa de chegar a uma definição de identidade, protegendo-se


da confusão a partir da projeção da própria imagem em outra pessoa e

 período entre a moral aprendida na infância e a ética desenvolvida pelo


adulto.
6. Idade adulta jovem: intimidade x isolamento:

 condições de estabelecer intimidade com o outro e


fundir sua identidade na identidade do companheiro e

 dificuldades: medo de perder o próprio eu. Excesso de


competitividade.
7. Idade adulta: geratividade x estagnação

• preocupação com cuidado dos filhos e educação:


transmitir a eles o legado da cultura.

• geratividade: preocupação relativa a firmar e guiar a


nova geração.
8. Velhice: integridade do Ego x desesperança:

• integridade  indivíduo revê experiências anteriores.


Balanço da vida e aceitação. Sentimento de
responsabilidade pelos próprios atos. Sabedoria e

• dificuldades na integração

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